UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO TAÍZA HARDER PREVALÊNCIA DAS INFRAÇÕES DE TRANSITO NO MUNICÍPIO DE SOROCABA/ SP E COMPORTAMENTO DO CONDUTOR MACEIÓ-AL 2014 TAÍZA HARDER PREVALÊNCIA DAS INFRAÇÕES DE TRANSITO NO MUNICÍPIO DE SOROCABA/ SP E COMPORTAMENTO DO CONDUTOR Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho Co-Orientador: Eduardo Cabral da Silva MACEIÓ-AL 2014 TAÍZA HARDER PREVALÊNCIA DAS INFRAÇÕES DE TRANSITO NO MUNICÍPIO DE SOROCABA/ SP E COMPORTAMENTO DO CONDUTOR Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM ____/____/____ _______________________________________________________ PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO ORIENTADOR _______________________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA DEDICATÓRIA Dedico todos os esforços para a elaboração deste trabalho, primeiramente a Deus. À minha família, pelo apoio sempre prestado. Aos meus amigos que diretamente ou indiretamente me ajudaram e me incentivaram a chegar a este estágio. AGRADECIMENTOS Neste momento tão importante de minha vida quero agradecer a todas as pessoas, que me apoiaram e me incentivaram, em especial a minha família, que esteve presente em todos os momentos. Agradeço pela paciência e pelas palavras de incentivo e esperança. Ao meu orientador Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho, por proporcionar este curso. Enfim, a todos os meus amigos e colegas de profissão que colaboraram e que durante estes anos estiveram ao meu lado. A todos, o meu muito obrigado! “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Jung) RESUMO O crescente número de veículos no Brasil, assim como o número de habilitados, tem feito a violência no trânsito atingir números exorbitantes. Outros fatores contribuem para esse incremento do número de acidentes de trânsito nos últimos anos, tais como, condições das vias, deficiência da sinalização, imprudência e falta de atenção pelos condutores. Os atos de imprudência por parte do condutor estão diretamente relacionados à iminência de acidentes. Dentre as atitudes classificadas como imprudentes, destacam-se a atenção geral do condutor e determinadas condutas não permitidas pelo Código de Trânsito Nacional, passíveis de aplicação de multas. Este trabalho buscou analisar o motivo pelo qual o número de infrações e de acidentes na cidade de Sorocaba tem atingido o número tão expressivo. Outro ponto é avaliar a prevalência das diferentes infrações de trânsito cometidas no município de Sorocaba/SP. Conforme nossa hipótese inicial, as multas mais prevalentes foram aquelas relacionadas à segurança e atenção no trânsito, como excesso de velocidade, não uso de equipamento de segurança e falar ao celular enquanto dirige. Nossa proposta é que o levantamento contínuo destas infrações deva ser realizado a fim de que se tomem medidas educativas junto aos condutores habilitados e, principalmente, junto aos centros de instrução, visando maior atenção na formação de novos condutores. Palavras-Chave: Violência no Trânsito, Imprudência, Psicologia do trânsito. ABSTRACT The increasing number of vehicles in Brazil, as well as the number of qualified, has made traffic violence reach exorbitant numbers. Other factors contribute to this increase in the number of traffic accidents in recent years, such as road conditions, signaling deficiency, carelessness and inattention by drivers. The acts of imprudence on the part of the driver are directly related to impending accidents. Among the attitudes classified as reckless, we highlight the general attention of the driver and some behaviors not allowed by the National Traffic Code, punishable by fines. This study sought to analyze the reason why the number of violations and accidents in the city of Sorocaba has reached such a significant number. Another point is to assess the prevalence of different traffic violations committed in Sorocaba / SP. As our initial hypothesis, the most prevalent fines were related to safety and attention to the traffic, as speeding, non-use of safety equipment and talk on the phone while driving. Our proposal is that the continuous survey of these offenses should be accomplished so that educational measures are taken together with qualified drivers and especially near the centers of instruction, order more attention in training new drivers. Keywords: Violence in Transit, Recklessness, Psychology traffic. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1. Crescimento relativo do número de automóveis nas metrópoles brasileiras entre 2001 e 2011 .............................................................22 Gráfico 2. Evolução da frota em Sorocaba ..........................................................33 Gráfico 3. Evolução do número total de acidentes de trânsito e da frota de veículos no município de Sorocaba ....................................................35 Gráfico 4. Principais infrações cometidas no município de Sorocaba no ano de 2013 ..............................................................................................36 LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas APC - Avaliação Psicológica Coletiva APP -Avaliação Psicológica Pericial AT - Agentes de Trânsito CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito CNH - Carteira Nacional de Habilitação CFP - Conselho Federal de Psicologia CTB - Código de Trânsito Brasileiro DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito DOT - Divisão para Orientação para o Trânsito EP -Exame Psicotécnico LDBN - Lei de Diretrises e Base Nacional NPG - Neuropsicologia OMS - Organização Mundial da Saúde PEE - Psicológia Escolar Educacional PRF - Polícia Rodoviária Federal PC - Psicológia Clinica PSH - Psicológia da Saúde/ Hospital PTO -Pisicológia do Trabalho e das Organizações SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 REVISÂO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14 2.1 Trânsito e seus Conceitos ................................................................................ 14 2.2 Atenção no Trânsito .......................................................................................... 15 2.3 – Psicologia do Trânsito ................................................................................... 16 2.4 Trânsito e Avaliação Psicológica ..................................................................... 18 2.5 Frota de Veículos no Brasil .............................................................................. 21 2.6 Incremento do Número de Condutores no Brasil ........................................... 23 2.7 As Leis e o Comportamento dos Condutores ................................................ 24 2.8 O Estresse como Causador de Acidente de Trânsito .................................... 25 2.8.1 Características e Fases do Estresse ............................................................ 26 2.9 Área de Estudo .................................................................................................. 27 2.9.1 Trânsito ........................................................................................................... 28 2.9.2 Projeto Cicloviário .......................................................................................... 28 2.9.3 Educação para o Trânsito.............................................................................. 29 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 31 3.1 Universo da Pesquisa ....................................................................................... 31 3.2- Sujeitos e Amostras ......................................................................................... 31 3.3-Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 31 3.4 - Instrumento de Coleta de Dados ................................................................... 31 3.5-Procedimentos de Coleta de Dados ................................................................ 31 3.6- Procedimentos para Analise De Dados.......................................................... 32 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 38 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40 12 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos o Brasil está passando por um processo acelerado de incremento da frota de veículos. Fato esse, impulsionado pela facilidade oferecida pelo mercado automobilístico, assim como redução ou isenção de alguns impostos. A frota brasileira de automóveis passou de pouco mais de 24,5 milhões, em 2001, para 50,2 milhões, em 2012. Isso significa que a quantidade de automóveis exatamente dobrou, com um crescimento de 104,5%. Em toda a séria histórica, merece destaque o aumento de 3,5 milhões de automóveis em 2012. Assim, a frota brasileira passa de aproximadamente 46,7 milhões para os 50,2 milhões já mencionados em apenas um ano. Neste caso, é importante destacar que, de todo o crescimento ocorrido nos últimos 10 anos (acréscimo de 24,2 milhões de autos), 14,6% ocorreram apenas em 2012. Esse crescimento elevado em 2012 também ocorre nas principais regiões metropolitanas (Observatório das Metrópoles, 2013). O número de habilitados em todas as cidades brasileiras no ano de 2013 teve um índice de crescimento maior que nos últimos anos. Destacam-se nesse aspecto o número de mulheres habilitadas. Uma pesquisa realizada pelo Denatran em 2008 revelou que a percentagem de motoristas mulheres no trânsito já chegava a 33%. Atos de imprudência por parte do condutor estão diretamente relacionados à iminência de acidentes. Dentre as atitudes classificadas como imprudentes, destacam-se a atenção geral do condutor e determinadas condutas não permitidas pelo Código de Trânsito Nacional, passíveis de aplicação de multas. Nossa hipótese inicial é a de que as infrações de trânsito mais prevalentes seriam aquelas onde o condutor não correlaciona seu comportamento inadequado como sendo fator de risco para um possível acidente. Deste modo, esperamos encontrar uma correlação positiva dos referidos padrões de comportamento com os tipos de infração mais prevalentes. Diante1 do grande número de acidentes de trânsito que acontecem no país acredita-se na necessidade de estudos que demonstrem quais características estão relacionadas com o ato de dirigir. Considerando que a atenção é o fenômeno pelo qual o ser humano processa ativamente uma quantidade limitada de informações do enorme montante disponível por meio dos órgãos do sentido, de memórias armazenadas e de outros processos 13 cognitivos, a mesma pode ser dividida em dois componentes: a atenção explícita, que se refere aos processos conscientes, e a atenção implícita, que seriam os processos não conscientes (LIMA, 2010). É grande a dificuldade de se encontrarem instrumentos com boas qualidades psicométricas e dados de normatização para a população brasileira, principalmente no que diz respeito ao trânsito, que tem sido mais estudado nos últimos anos, mas ainda carece de pesquisas e do desenvolvimento de instrumentos que forneçam resultados confiáveis. O declínio cognitivo, incluindo o que se acha relacionado aos mecanismos de atenção, são bastante reduzidos em idosos saudáveis (PAPALIA e OLDS, 2000). Mas, apesar de tais considerações sobre o processo de envelhecimento saudável, permanece a necessidade de estudos sobre as perdas cognitivas associadas ao aumento da idade. O déficit existe, e tem sido relatado amplamente (Hawkins et al., 1992; Madden et al., 2007; Papalia & Olds, 2000; Pesce et al., 2005). A questão reside em detectar as circunstâncias ou processos específicos nas quais ele ocorre de maneira mais acentuada. Nesse sentido, temos o estudo de Folk e Hoyer (1992), no qual se afirma que adultos jovens e idosos submetidos a uma tarefa de alternância da atenção, para a qual se utilizaram dicas periféricas, sofreram a mesma interferência, mas que, sob a condição de uma dica central com efeito simbólico, ou seja, indicando-se a direção provável de aparecimento do estímulo-alvo, os adultos jovens eram beneficiados. Assim, os autores concluíram que a codificação da sugestão declinaria com o avanço da idade, mas que a eficiência do deslocamento estaria preservada. 14 2 REVISÂO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Trânsito e seus Conceitos A necessidade de locomoção do homem em busca de novos horizontes é absolutamente natural e necessária. A evolução dos meios de transporte e das civilizações originou uma situação complexa perante a sua necessidade de deslocamento, na qual vários atores são protagonistas, o trânsito. Atualmente o trânsito é um elemento que tem um grande impacto na qualidade de vida de uma região e determina índices de perda de vidas imensos. A Lei n.9.503/97 instituiu o CTB, e que entrou em vigor no ano seguinte, em seu artigo 1º, parágrafo 1º: Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Segundo Batista (1985), o fenômeno “trânsito” é produzido a partir de comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente, sendo que este ambiente, por suas características físicas, possibilitaria a ocorrência de certos comportamentos impedindo a ocorrência de outros. Rozestraten (1988) afirma que o trânsito é “o conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes ”(ROZESTRATEN, 1988, p.4). Essas disputas pelo espaço de circulação propiciam a ocorrência de conflitos entre os mais diversos participantes do trânsito: condutores e pedestres; moradores e condutores; proprietários de estabelecimentos, condutores e passageiros de ônibus; passageiros de ônibus e proprietários de automóveis. Conforme Vasconcelos (1985), esses conflitos podem ser: (1) físicos, que são as disputas literalmente físicas pela ocupação de espaço físico; e (2) políticos, que envolvem os interesses das pessoas, ligados à sua posição no processo produtivo de sua cidade. Segundo Martinelli, Chequer & Bullerjhann (2007 a, b), o trânsito poderia também ser definido como a inter-relação de contingências entrelaçadas em que 15 comportamentos individuais e práticas culturais da produção e uso do ambiente físico e social, estão associados direta e indiretamente à mobilidade humana. O trânsito não pode ser encarado simplesmente como um problema técnico, mas deve ser visto como uma questão social e política, pois está intimamente relacionado com as características da sociedade e com modelo de gestão econômico adotado. De acordo com Vasconcelos (1998), para compreender o trânsito não é suficiente discutir os problemas do dia-a-dia, como congestionamentos e acidentes, faz-se necessário também analisar a forma como as pessoas dele participam, os seus interesses e necessidades. A educação para o trânsito é fundamental para a conscientização dos elementos que os integram, a fim de que haja uma redução da violência e conseqüentemente nas perdas de tantas vidas. Segundo os parâmetros curriculares nacionais, a educação de trânsito não é indicada como tema transversal, mas como tema local, reforçando a importância das escolas no sentido de desenvolver atividades, possibilitando analisar e refletir sobre o trânsito. No entanto, o art.74 do Código de Trânsito Brasileiro ressalta que “a educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os comportamentos do sistema nacional de trânsito”, fazendo-se necessário, portanto, educar as crianças desde cedo a fim de que possam crescer sabendo respeitar o outro, cooperando e cumprindo regras para que se viva em harmonia, evitando assim, muitos acidentes e desrespeito no trânsito. 2.2 Atenção no Trânsito Um problema essencial consiste na avaliação dos efeitos do déficit de atenção em atividades da vida diária, como, por exemplo, na condução de automóveis, um problema pertinente à Psicologia do Trânsito. Sobre essa questão, dados recentes sugerem, por um lado, que déficits na atenção visual em motoristas mais velhos se associam a habilidades de condução mais pobres e a maiores riscos de acidentes (Javier e Castro, 2010). Por outro lado, tais perdas seriam compensadas por comportamentos mais seguros e pela experiência, o que traria vantagens para os motoristas mais velhos quando comparados aos mais jovens (Ball & Owsley, 2003; Underwood, 2007). 16 O trabalho de Wikman, Nieminen e Summala (1998) mostrou-se favorável à hipótese de ganhos para os motoristas mais velhos relativos à experiência. Durante a condução do veículo, solicitou-se que os motoristas executassem três tarefas secundárias: utilizassem a fita cassete, discassem números no telefone celular e sintonizassem uma rádio. Quando avaliada por meio das médias, a experiência ou o sexo dos motoristas não interferiu significativamente na tarefa de condução de veículos automotores, mas as interferências das tarefas secundárias, como o uso de rádio, telefone e fita cassete, foram significativas, nessa ordem de interferência, da maior para a menor. Contudo, o desvio-padrão no desempenho dos motoristas inexperientes foi maior quando comparado ao dos motoristas experientes, e, do mesmo modo, a interferência das tarefas secundárias também foi significativa, sendo mantida a ordem das análises feitas com as médias. O ato de dirigir envolve um complexo processo de interação das funções psicológicas e cognitivas. Os motoristas estão expostos no trânsito a fatores de risco, e conduzir um veículo envolve memória, atenção, tomada de decisões em um ambiente repleto de informações, como tráfego de pedestres, de outros veículos, diversidade de sons e imagens. A multiplicidade de fatores, envolvidos no ato de dirigir influenciam o comportamento dos indivíduos e, conseqüentemente, sua forma de conduzir um veículo. Uma causa relevante, apontada na ocorrência de acidentes de trânsito, refere-se ao comportamento dos condutores. O fator humano é, muitas vezes, considerado o principal responsável por eles (Rozestraten, 1988). No Brasil, os acidentes de trânsito, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), apresentam custos sociais, ambientais, psicológicos e financeiros, destacando-se a demanda por leitos hospitalares, o impacto psicológico em acidentados e familiares, as faltas ao trabalho, as indenizações e os gastos materiais. Estima-se que as despesas com os acidentes nas rodovias brasileiras sejam de R$ 22 bilhões, o que representa aproximadamente 1,2% do PIB brasileiro (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, 2006). 2.3 – Psicologia do Trânsito Psicologia de Trânsito teve início em meados do século XX, aproximadamente em 1920, conforme afirmam Hoffmann, Cruz e Alchieri (2003). Foi nos últimos anos da década de 1950 e no começo dos anos 1960, porém, que a psicologia do trânsito 17 começou a se desenvolver. Enquanto diversos países do mundo, como Inglaterra, Finlândia, Áustria, Holanda, Suécia, França, Canadá e Estados Unidos, começaram a estruturar centros de pesquisa para estudar essa área e o comportamento humano nesse contexto, no Brasil pouco foi desenvolvido (Alchieri & Stroeher, 2002). Seu início no Brasil foi marcado pela contratação de psicólogos pelo Detran-RJ, na década de 1950, com a finalidade de estudar o comportamento dos condutores. Assim, foi sancionada a Lei 9545, que instituía o Exame Psicotécnico para candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sendo o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) o responsável por tal atividade. A partir daí, a Psicologia de Trânsito passou a ser definida como “uma área da Psicologia que investiga os comportamentos humanos no trânsito, os fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram” (Conselho Federal de Psicologia, 2000, p. 10). A psicologia do trânsito é uma área que vem crescendo ao longo dos anos e ganhando visibilidade no meio científico. Diversos trabalhos sobre este tema apresentam a definição de Rozestraten (1988) para a área como sendo o estudo dos comportamentos internos ou externos, conscientes ou não, no ambiente do trânsito. O autor sugere ainda que este é um sistema formado por três subsistemas, a saber, o homem, a via e o veículo, sendo o homem o mais complexo por envolver tanto processos internos como emocionais e psicológicos, compreendidos como subjetivos, como externos (PESSOTO, 2012). A Lei n.º 9503/97 de 23 de Setembro de 1997, que instituiu o Código Trânsito Brasileiro de (CTB), alavancou mudanças de concepção, hábito, responsabilidade, atitude e postura por parte do ciclista, motociclista, motorista e pedestre, além da exigência de capacitação de profissionais e do apoio para esse novo processo de reeducação. A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é um processo técnicocientífico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos dos indivíduos. É um processo de conhecimento do outro de forma científica e especializada. Dentre os instrumentos psicológicos utilizados para a avaliação psicológica encontram-se os testes, entrevistas, questionários e observações. Para os candidatos a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a entrevista individual e os testes psicológicos são obrigatórios para a realização da avaliação psicológica. 18 A etapa de aplicação de Testes Psicológicos pode ser realizada coletivamente e possui uma duração média de 02 (duas) horas. A etapa de Entrevista deve ser individual e a duração média sugerida pelo Departamento Médico e Psicológico do DETRAN é de 30 (trinta) minutos. Cabe ao profissional psicólogo avaliar se o candidato necessita realizar mais etapas de avaliação, como reaplicação de testes, por exemplo, o que deve ser sempre explicado ao avaliado o porquê desse procedimento (CRP/PR, 2014). Após a finalização da avaliação o psicólogo elabora um laudo, com resultado final conclusivo. Atualmente existem três tipos de resultados possíveis: I- apto: quando o desempenho apresentado é condizente para a condução de veículo automotor. II- inapto temporário: quando não é apresentado desempenho condizente para a condução de veículo automotor, porém o avaliado possui um tempo para se adequar e voltar a fazer o processo para a obtenção da CNH. III- inapto: quando o desempenho apresentado não é condizente para a condução de veículo automotor. 2.4 Trânsito e Avaliação Psicológica As funções cognitivas, quando relacionadas à direção veicular, incluem “memória, atenção, avaliação sistemática do ambiente e outras habilidades visuoespaciais, verbais e de processamento de informações, tomada de decisões e resolução de problemas. Estas funções devem se processar de modo dinâmico” (Pirito, 1999, p. 27). Percebe-se, assim, que o ato de dirigir um veículo pode parecer uma atividade simples, quase automática, mas exige uma complexa articulação de funções do condutor. O trânsito é considerado um movimento essencialmente social. Rozestraten (1988) descreve-o como um sistema com a função comum de deslocamento, organizado por normas que possibilitam a comunicação entre seus usuários e asseguram a integridade dos mesmos. Em meio a esse ambiente com normas, procedimentos e deslocamentos, o Código de Trânsito Brasileiro diz, em seu Art. 28: “O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados 19 indispensáveis à segurança do trânsito”. Para Günther (2003), no contexto de trânsito, deve ser priorizado o comportamento adequado e seguro. O autor distingue três dimensões prévias para predizer o comportamento no trânsito: grau de conhecimento – conhecimento das regras de trânsito e de certas leis da física, devendo estes serem colocados em prática; prática – habilidade adquirida com o tempo; atitudes – prontidão, presteza ou disposição na utilização do conhecimento e na prática em benefício do comportamento no trânsito que priorize não pôr em perigo outras pessoas ou prejudicá-las (Günther, 2003, p.51). A atenção tem sido apontada como um aspecto de destaque em outros processos cognitivos, como a memória e a psicomotricidade. Em uma conceituação mais ampla, a atenção pode ser definida como o fenômeno que administra a grande quantidade de informações disponibilizadas ao organismo por meio dos sentidos, da memória e de outros processos cognitivos. Ela se origina de uma predisposição do cérebro de responder a determinados estímulos em detrimento de outros (Brandão, 1995; Gazzaniga, Ivry, & Mangun, 2006; Sternberg, 2000). De acordo com o manual para avaliação psicológica de candidatos à CNH, anexo da resolução CFC n.º 012/2000, o perfil psicológico do candidato à CNH e do condutor de veículos automotores deve considerar: a. nível intelectual capaz de analisar, sintetizar e estabelecer julgamento diante de situações problemáticas; nível de atenção capaz de discriminar estímulos e situações adequados para a execução das atividades relacionadas à condução de veículos; b. nível psicomotor capaz de satisfazer as condições práticas de coordenação entre as funções psicológicas e as áreas áudio-vísiomotoras; personalidade, respeitando-se as características de adequação exigidas por cada categoria; c. nível psicofísico, considerando a possibilidade de adaptação dos veículos automotores para os deficientes físicos.” (Resolução CFC n.º 012/2000, p.1). Segundo Hoffmann e Gonzáles (2003, p.379), as principais funções psicológicas do condutor em atividade ao dirigir são: 20 a correta capacidade perceptiva e atencional, para captar o que ocorre ao redor; Identificar e discriminar os estímulos relevantes de situações e problemas de trânsito a serem resolvidos; perceber a situação, interpretá-la corretamente e avaliá-la; tomar uma decisão sobre a ação ou manobra mais adequada; executar a decisão com a rapidez e precisão possíveis – a capacidade de resposta do condutor, a performance se referem às atividades sensóriomotoras e psicomotoras que o condutor utiliza para o controle do veículo. Devem-se considerar também os processos e variáveis mediacionais, como personalidade, inteligência, estilos cognitivos, motivação, aprendizagem, experiência, memória, que modulam o funcionamento dos processos psicológicos. Diversos critérios podem ser utilizados para a classificação da atenção, sendo o mais utilizado o que se refere à sua função ou operacionalização. Por ele, a atenção pode ser classificada como seletiva, dividida, sustentada ou alternada (Dalgalarrondo, 2000). No que concerne à atenção alternada, Dalgalarrondo (2000) a define como a capacidade de alternar o foco atencional de um estímulo a outro durante a execução de uma tarefa, o que a diferencia da atenção dividida, uma vez que, nesta última, o foco atencional é mantido em mais de um estímulo simultaneamente (Sisto, Noronha, Lamounier, Bartholomeu, & Rueda, 2006). A atenção concentrada referese à capacidade de selecionar um estímulo dentre vários, enquanto a atenção sustentada alude à capacidade do indivíduo em manter sua atenção em um estímulo ou sequência de estímulos durante o tempo necessário para a execução de uma tarefa (Rueda & Sisto, 2009b). A partir do levantamento realizado das funções psicológicas presentes no ato de dirigir, os conceitos dos tipos de atenção, as questões do meio, revelam como o ato de dirigir está sujeito ao incorrimento de riscos, principalmente com relação ao comportamento do condutor, suas escolhas e prioridades. Perceber movimentos e objetos é fundamental para evitar acidentes, bem como a varredura do campo perceptivo. 21 De modo geral, a literatura específica sobre o desenvolvimento cognitivo assinala acréscimos, em termos de desempenho, até o adulto-jovem, seguidos de perdas significativas decorrentes do processo de envelhecimento. No caso da atenção, a diminuição da capacidade ocorreria principalmente quando se fala de atenção voluntária. Nesse caso, modificações manifestadas no declive da capacidade de detecção de sinais acarretariam a diminuição progressiva no grau de vigilância (Papalia & Olds, 2000; Sanchez-Gil & Perez-Martinez, 2008). A relação entre idade e atenção foi investigada por Pesce, Guidetti, Baldari, Tessitore e Capranica (2005). Como resultado, os autores verificaram que os idosos apresentaram, sistematicamente, desempenho pior do que os adultos e os adolescentes, mas não houve diferenças entre esses últimos. Rueda e Castro (2010) revisaram publicações brasileiras semelhantes e observaram resultados similares. Os autores comentam, ainda, que existem variações significativas, com decréscimo de atenção à medida que há o envelhecimento. Diferenças significativas foram observadas considerando indivíduos entre 18 e 19 anos quando comparados àqueles com idades acima de 56 anos. 2.5 Frota de Veículos no Brasil Impulsionada pela facilidade de financiamento, reduções fiscais e aumento da renda, principalmente da classe C, a população brasileira investiu em automóveis nos últimos dez anos (JORNAL DE LONDRINA, 2012). Um estudo realizado pelo Observatório das Metrópoles, com dados do DENATRAN, deduziu que a frota das 12 principais capitais do Brasil quase que dobrou, com crescimento médio do número de veículos foi de 77% (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). São Paulo foi a metrópole que mais ganhou carros em número absolutos, com 3,4 milhões entre 2001 e 2011. As 12 principais metrópoles, correspondente a 44% da frota brasileira, somam 20 milhões de veículos (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). Num ranking que classifica o crescimento de frota de acordo com o crescimento relativo, ou seja, pelo porcentual de aumento do número de carros 22 (Gráfico 1), a cidade de Manaus foi a campeã, com um aumento da frota de 141,9% (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). Gráfico 1. Crescimento relativo do número de automóveis nas metrópoles brasileiras entre 2001 e 2011 Fonte: Observatório das Metrópoles com dados do DENATRAN O crescimento da frota de motos foi ainda maior, com uma média de 289% na década. Dados da pesquisa afirmam que há região metropolitana que o crescimento foi superior a 700%, como é o caso de Belém/PA (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). Há uma diferença entre a circulação da frota de motos e de carros no Brasil, uma vez que, 44% dos carros estão nas ruas das grandes cidades, enquanto a maioria das motos está em cidades pequenas e médias. Esse fato trás como conseqüência a elevação do número de mortes envolvendo motociclistas, visto que nessas cidades, em sua grande maioria, a falta de fiscalização de trânsito e conseqüentemente é grande o número de imprudências (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). A cidade de São Paulo teve um aumento de 260% do número de motos. A cidade tem a maior frota do país, com 1,4 milhões de veículos e registrou em 2011 crescimento superior a 7% nas mortes de motociclistas (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2012). 23 Esse crescimento do número de motos no país é acompanhado pelas irregularidades dos condutores e das motos, o que ocasiona por vez, vários acidente de trânsito, diversos deles levando a óbitos. O crescimento da frota de veículos no Brasil é preocupante por diversos motivos, tais como, ambientais, mobilidade urbana e violência no trânsito. A frota cresce demasiadamente enquanto a falta de infra-estrutura e de mecanismos e profissionais de fiscalização não evoluem. Esse fato, atrelado a outros se constitui como um fator multiplicador do número de acidentes e mortes no trânsito. 2.6 Incremento do Número de Condutores no Brasil Diversos estados brasileiros em seus anuários relatam o aumento do número de CNH emitidas nos últimos anos. Segundo dados do Detran/MA, só no início de 2014, no mês de janeiro, foram emitidas 21.996 CNH, o que representa um recorde em relação aos anos anteriores, pois em janeiro de 2012 foram 16.188 emissões e, em janeiro de 2013 foram 18.390. Durante todo o ano de 2013 foram emitidas 218.655 CNH, já em 2012, foram 188.837, o que representa um aumento significativo na quantidade de emissões anual em todo o Estado. Estes números correspondem aos serviços de primeira habilitação, segunda via, registro estrangeiro, registro PGU (Prontuário Geral Único é o número de registro da CNH do modelo antigo), adição de categoria, renovação, mudança de categoria, adição de categoria, alteração e reabilitação (DETRAN/MA, 2014). Uma pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostra que o número de mulheres com habilitação para dirigir automóveis cresceu 44% nos últimos anos. Em relação à categoria “A” (condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas), o aumento foi de mais de 50%. De acordo com o órgão, quatro anos atrás, o número de mulheres com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) era de cerca de 10 milhões em todo o país. Já em dezembro de 2008, esse número aumentou para quase 15 milhões (DENATRAN, 2009). Com o aumento da expectativa de vida a sociedade se depara com um envelhecimento populacional. No trânsito esse quadro não é diferente. O número de condutores da terceira idade tem crescido em diversas cidades brasileiras. São 24 pessoas que apesar de não ter o mesmo reflexo de um jovem não querem perder a autonomia de locomoção. Os principais motivos de deslocamentos dos idosos sejam como motoristas ou usuários de transporte público são para: compras, fazer visitas, se hospedar na casa de um parente, ir ao médico, viagens de recreação, esportes e passeios. Segundo o DENATRAN, há no país 4,5 milhões de motoristas habilitados com idade entre 56 e 99 anos de idade, 12,85% do total de 35 milhões. A preocupação com o aumento da população idosa tem repercutido nos meios sociais, econômicos, políticos e educacionais e têm sido divulgados relatos de experiências relativas ao ensino, à assistência e à pesquisa com o idoso. 2.7 As Leis e o Comportamento dos Condutores As leis, as normas são formas de regulação da vida em sociedade, das condutas individuais e das relações sociais. No entanto, a norma não se transforma imediatamente em ação pelas pessoas sujeitas a ela. Conforme Thielen (2002), a percepção da norma vai orientar as decisões acerca do comportamento no trânsito dos condutores, os aproximando ou afastando do que seria desejável para a segurança de todos. No Brasil, a autora, ao entrevistar motoristas com e sem multas de velocidade, conclui que os condutores, ao cometer infração, percebem os riscos envolvidos no excesso de velocidade. Hoffmann e González (2003) ressaltam que, entre as falhas humanas que possam levar o condutor a sofrer um acidente, estariam as causas diretas e indiretas. Nas causas diretas estariam envolvidos: o problema ou erro de reconhecimento e identificação – sinais de trânsito, distâncias, obstáculos; erros de processamento – o CTB que regula a circulação; erros de tomada de decisão, ou erros de execução da manobra. Quando os autores elencam as causas indiretas, referem-se às condições e aos estados do condutor que afetam suas habilidades na utilização de processamento da informação, imprescindíveis ao desempenho no dirigir. As causas humanas indiretas envolvem fatores como: 25 uso de substâncias tóxicas; comportamentos interferentes (falar, ligar o rádio, telefonar); a busca intencional de riscos e emoções intensas (exteriorizadas, geralmente, pela velocidade). A utilização de telefone celular ao dirigir e os erros por possíveis problemas de reconhecimento e identificação também compõem ações de risco no trânsito. Esses dados corroboram com a abordagem que vem sendo delineada sobre os comportamentos de risco no trânsito e os fatores humanos presentes, muitas vezes, nos acidentes. Os estudos que procuram avaliar o comportamento no trânsito, conhecer quais condutores são mais propensos ao cometimento de erros e infrações, possibilitam também, a construção de estratégias direcionadas para os riscos de condução. Como por exemplo, os erros, que constituem falhas de ações, incluindo falhas de observação e de julgamento de ações. Os erros demonstram muito do despreparo do condutor, os quais em alguns casos são pela falta de experiência (Balbinot et al., 2011). Os estudos na área de Trânsito sobre os comportamentos de condutores, as funções psicológicas e cognitivas presentes no ato de dirigir, os aspectos de segurança no trânsito e os investimentos, nesta área, tornam-se essenciais na tentativa de um controle maior deste cenário caótico no qual se encontra o trânsito de cidades e rodovias brasileiras. A procura de respostas para os problemas de trânsito vêm ao encontro da busca p,or possíveis soluções. Não se pode atribuir apenas ao condutor a responsabilidade dos acidentes e sim considerar um complexo sistema envolvendo conservação e construção de vias, aspectos meteorológicos, fiscalização dentre outros. No entanto, o fator humano possui um papel de fundamental importância frente aos riscos no trânsito (Balbinot et al., 2011). 2.8 O Estresse como Causador de Acidente de Trânsito Nos últimos anos a frota de veículos no Brasil teve um aumento superior a 100%. Considerando o período de 2001 a 2012, o número de automóveis no Brasil mais que dobrou, passou de 24,5 milhões para 50,2 milhões (INCT, 2012). Esse aumento se dá principalmente devido a deficiência do transporte público e a 26 facilidade de compra ofertada pelo governo nos últimos anos. Vários problemas socioambientais são ocasionados devido a esse incremento de veículos nas ruas. Nas grandes cidades esse crescimento da frota vem acompanhado da falta de infraestrutura, o que implica em situações de caos no trânsito, o que por sua vez, se caracteriza em um fator de estresse para todos os integrantes do trânsito. Diversos autores já comprovaram que o estresse é um grande causador de acidentes de trânsito, principalmente para os profissionais que trabalham de transporte coletivo, de carga, de passageiros e motoboys. O estresse é uma reação causada pelas alterações do corpo e da mente quando se está diante de uma situação que represente perigo, ameaça ou que, de alguma forma, exija mudanças. Em outras palavras, é uma reação psicofisiológica que ocorre quando se precisa enfrentar uma situação que, de um modo ou de outro, irrita, amedronta, excita, confunde ou mesmo faz a pessoa feliz (SANTOS, 2013). O estresse crônico considerado como elevado intensidade na saúde das pessoas já foi analisado a sua manifestações onde incluem sintomas físicos, psicológicos e comportamentais. Onde se destacam alterações de humor, com irritabilidade de concentração, tendência ao isolamento social, alterações gastrintestinais, alterações dos níveis de pressão arterial e do padrão de sono (KNOBEL 2008). Não se pode viver sem experimentar continuamente um certo grau de estresse. Pode ser desagradável ou agradável, de forma que o estresse não é necessariamente mau para o homem. “Mesmo a alegria pura” diz o Dr. Selye (1965), é o bastante para ativar o mecanismo do Estresse do corpo até um certo ponto. 2.8.1 Características e Fases do Estresse O grau de estresse e a extensão de tempo em que ele se verifica são características significativas quando se relaciona com uma compreensão de fadiga. Selye (1965) criou um termo: Resposta Geral de Adaptação ao Estresse (General Adaptation Response to Stress), para descrever a seqüência com a qual o corpo reage à atividade de seu ambiente. Primeiro, há o alarme, depois, o estágio de resistência e a seguir o estágio de exaustão. No primeiro estágio desta síndrome, de acordo com Lipp (1994), a pessoa experimenta uma série de sensações que às vezes não se identificam como 27 estresse, como palidez (a circulação periférica é concentrada no interior do organismo), a taquicardia e a respiração acelerada (o corpo precisará de mais energia e, assim, de mais sangue circulando). Essas atividades estão diretamente ligadas ao instinto de sobrevivência. O segundo estágio, chamado de fase de resistência, caracteriza-se pela tentativa de o organismo retornar a um estado de equilíbrio. Com a retomada do equilíbrio alguns sintomas iniciais vão desaparecendo, porém esta adaptação utiliza a energia de que o organismo necessita para outras funções vitais. Se neste momento é utilizada grande parte da energia adaptativa da pessoa o organismo entra na fase de exaustão (Lipp, 1994). O terceiro estágio, dito da exaustão, seria definido pela incapacidade do organismo em retornar ao equilíbrio, correndo o risco de um dano fisiológico irreversível (Gatchel, 1989). Selye (1965) compara o nosso corpo a uma maquinaria de ajustamentos e equilíbrio, ajustando-se com eficiência a qualquer coisa que nos aconteça na vida. Mas, às vezes, essa maquinaria não funciona perfeitamente, há casos em que suas respostas são fracas demais, faltando proteção; outras vezes são fortes demais, e assim lesamos o próprio corpo com uma excessiva reação ao estresse. 2.9 Área de Estudo Sorocaba é quarta cidade mais populosa do interior de São Paulo, precedida por Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto, e a mais populosa da região sul paulista, com uma população de 629.231 habitantes (IBGE, 2013), sendo, portanto, uma capital regional. A microrregião de Sorocaba conta com quinze municípios, somando mais de 1 324 176 habitantes. Possui uma área de 456,0 km², sendo 371,3 km² de área urbana e 84,7 km² de área rural. Sorocaba faz parte do Complexo Metropolitano Expandido, que ultrapassa os 31,5 milhões de habitantes, aproximadamente 75% da população do estado inteiro e a segunda área urbana mais populosa do mundo, Densidade populacional superada apenas por Tóquio no Japão. Ao longo dos últimos doze anos, a cidade vem passando por diversos projetos de urbanização, tornando-se, hoje, uma das dez cidades mais bonitas do 28 estado de São Paulo. Sorocaba recebeu urbanização de ruas e avenidas, se preparando para o tráfego intenso que recebe diariamente, principalmente de veículos de outras cidades (microrregião de Sorocaba). A cidade é um importante pólo industrial do estado de São Paulo e do Brasil. É a 5ª maior cidade em desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo e sua produção industrial chega a mais de 120 países, atingindo um PIB de R$ 16,12 bilhões. As principais bases de sua economia são os setores de indústria, comércio e serviços, com mais 22 mil empresas instaladas, sendo mais de dois mil delas indústrias (PREFEITURA DE SOROCABA, 2014). 2.9.1 Trânsito A frota circulante na cidade já cresce mais que o dobro em relação à capital paulista, são dois veículos para cada habitante. Sendo, portanto, a 10ª maior cidade do país com relação a veículo/habitantes, até abril de 2013, a frota no município já somava 403.700 veículos, contra 271.835 registrados em 2008, o que corresponde a um aumento de 48,5% no período (URBES, 2013). Algumas medidas mitigadoras estão sendo tomadas pelos órgãos competentes no intuito de melhorar o tráfego local, tais como, restrição de trânsito de caminhões e faixas exclusivas para ônibus. Vários projetos de mobilidade urbana estão sendo implementados na cidade, com destaque para a construção de ciclovias. 2.9.2 Projeto Cicloviário A Prefeitura Municipal de Sorocaba tem um projeto em andamento, denominado como Plano Ciclo viário, para a construção de cerca de 100 quilômetros de Ciclovias na cidade, onde pode ser utilizado por ciclistas em condição de trabalho, esporte ou lazer. É um dos maiores projetos deste segmento no país, seguindo modelo como as utilizadas em Aracaju e Santos. Tem como base o conceito Cidade Saudável e Cidade Educadora. No plano inclui-se a instalação de ciclos (com capacidade para doze bicicletas cada) e bicicletários (com maior capacidade) em pontos estratégicos na cidade, como terminais e ciclovias. 29 A Guarda Municipal de Sorocaba mantém policiais treinados para utilizar bicicletas equipadas da melhor maneira, como um transporte mais eficaz e também como arma. Estes servem para garantir a segurança nas principais ciclovias e parques da cidade. Desde Maio de 2012, Sorocaba conta com um sistema inédito de bicicletas públicas denominado, Integrabike. Semelhante ao Vélib' de Paris, o Integrabike tem o grande diferencial em ser um sistema totalmente gratuito ao usuário, bastando apenas o uso do cartão social do transporte coletivo urbano para o desbloqueio das bicicletas em uma das 19 estações espalhadas pela cidade. O tempo-limite para o uso da bicicleta é de 60 minutos e o usuário pode devolver o veículo em uma estação diferente da que iniciou a viagem (URBES, 2013). As vantagens de projetos como esses é a abrangência dos aspectos ambientais, sociais e econômicos que seriam efetivados, como a diminuição da poluição atmosférica através da redução ou substituição do transporte individual motorizado pela combinação bicicleta-transporte coletivo, o favorecimento do desenvolvimento de consciência ambiental na população pelo cuidado dispensado para com as áreas de preservação, a diminuição da demanda por recursos destinados às vias de circulação, possibilitando o investimento em outras áreas como a educação, saúde, saneamento básico e habitação, bem como dos custos relativos aos deslocamentos dentro da cidade, entre outros. Já entre os benefícios sociais estão: a melhoria da saúde física proporcionada pela utilização da bicicleta, o desenvolvimento de uma identidade local a partir do contato mais direto com a cidade, o desenvolvimento da cidadania possibilitado pelo investimento na esfera coletiva em detrimento da individual e o aumento das áreas de lazer junto aos fundos de vale (BARROS E MINAMI, 2011). 2.9.3 Educação para o Trânsito A prefeitura de Sorocaba com intuito de reduzir a violência no trânsito vem desenvolvendo medidas educativas para orientar a população. Os projetos se estendem desde as crianças de 5 anos até os idosos (URBES, 2014). Dentre os projetos podemos citar o da Minicidade. Na Minicidade de trânsito itinerante, agentes de trânsito e funcionários da Gerência de Educação para o Trânsito, orientam crianças a partir de cinco anos sobre a importância do respeito às 30 leis de trânsito. Em seguida, as crianças pedalam pela minicidade com triciclos. Para finalizar, pintam um desenho relacionado ao tema que aprenderam e assistem a filmes educativos. Pelo fato de ser itinerante, a Minicidade atende diversos eventos realizados por Secretarias da Prefeitura e também todas as escolas previamente agendas pela Gerência de Educação no Trânsito em qualquer período do ano, exceto, durante o mês de setembro, época destinada às atividades da Semana Nacional de Trânsito. A cidade também realiza palestras com diversos temas relacionados à Educação no Trânsito são realizadas por agentes de trânsito e funcionárias da Gerência de Educação. Atendem crianças e jovens de Escolas do Ensino Fundamental e Médio, bem como adultos funcionários de empresas. O atendimento é feito desde que seja previamente agendado pela Seção de Educação em qualquer período do ano. Alem dessas supracitadas, são desenvolvidas diversas campanhas educativas de trânsito durante o ano. As campanhas, geralmente, têm o nome de acordo com a época comemorativa. O exercício da cidadania, através de campanhas e projetos de educação no trânsito, enfocando prioritariamente o respeito à vida, é de grande valor para a melhoria do trânsito. Experiências bem sucedidas várias cidades brasileiras demonstram que os resultados obtidos com estas ações são multiplicadores de atitudes positivas no trânsito. A mudança de atitude de motoristas e pedestres é um ponto crucial para um trânsito mais humano. 31 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Universo da Pesquisa Com base nas considerações da fundamentação teórica foi realizada a análise descritiva dos dados que foram obtidos por meio das estatísticas da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Social de Sorocaba - URBES Trânsito e Transportes e do DETRAN/SP, sobre as infrações de trânsito aferidas e aumento da frota de veículos no município de Sorocaba, SP. 3.2- Sujeitos e Amostras Foram analisados os dados estatísticos fornecidos pela URBES e pelo DETRAN/SP. 3.3-Tipo de Pesquisa Trata-se de pesquisa descritiva, cujo propósito final foi inferir sobre o perfil comportamental do condutor infrator no município de Sorocaba, SP e avaliar de uma forma geral as causas do número exorbitante de infrações e de acidentes de trânsito. 3.4 - Instrumento de Coleta de Dados Após identificar na página pública das entidades que gerenciam o trânsito no município de Sorocaba, SP, foram selecionados os dados relativos ao número de acidentes, infrações e frota de veículos 3.5-Procedimentos de Coleta de Dados Os dados de trânsito coletados no município de Sorocaba foram tabulados em planilha eletrônica observando as variáveis passíveis de influência sob a atenção e buscando compreender outros fatores que levaram a criar um trânsito violento e caótico. 32 3.6- Procedimentos para Analise De Dados Os dados coletados foram tabulados em planilhas eletrônicas, para obtenção de somatórios, médias e a elaboração dos gráficos, observando-se o detalhamento fornecido referente frota de veículo, o número de habilitados e aos condutores. 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesse tópico será apresentado os dados da pesquisa, assim como sua discussão, com intuito de identificar os motivos que levam os motoristas a cometerem infrações, e conseqüentemente elevarem o número de acidentes de trânsito. O gráfico 2 mostra a evolução da frota de veículos na cidade de Sorocaba. Esses dados refletem a realidade da maioria das cidades brasileiras, de aumento da frota num ritmo acelerado nos últimos anos. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) informou que a frota de automóveis, caminhões, ônibus, carretas e motocicletas de 2002 (34 milhões) a 2012 (76 milhões) cresceu mais de 120% (DENATRAN, 2013). Gráfico 2. Evolução da frota em Sorocaba Fonte: Detran/SP . 2013 As motocicletas ganham destaque nesse cenário, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicado (IPEA) a frota de motocicletas no Brasil cresceu mais de 300% de 1998 a 2008. A cidade de Sorocaba contou com um incremento superior a 5% na contribuição das motocicletas na frota de veículos. O percentual passou de 13,72 em 2013 para 19,24 em 2013. O número de motocicletas na cidade 34 cresceu 146,89%, enquanto a de automóveis chegou a 82,67% no período de 2003 a 2013. O DETRAN do Acre divulgou um informativo, em sua página da Internet1, contendo informações sobre a evolução da frota de veículos no estado. Nesse documento, consta que as motocicletas já alcançaram 50% do número de veículos na frota estadual (DETRAN/AC, 2013). Assim como houve um crescimento da frota de veículos no país, houve também um acréscimo do número de habilitados. Na cidade de Sorocaba tem em média 26 novos habilitados por dia. Entre janeiro e agosto de 2013 o Detran/SP concedeu 6.320 CNH no município. Em 2012 o número de novos habilitados foi de 10.893, um pouco mais que em 2011, 9.218, um incremento superior a 18% (DETRAN/SP, 2013). O número total de acidentes de trânsito, Figura 3, decresceu nos últimos dois anos em Sorocaba, apesar do número de vítimas fatais no último ano ter aumentado. Em 2011 o número de acidentes de trânsito foi o maior em 10 anos, com um total 9.357. Nos anos seguintes, tivemos 7.507 (2012) e 4641 (2013). Reduções significativas, justificada pela Urbes como fruto de um trabalho que agrega diversos elementos, tais como, maior contingente de agentes de trânsito nas ruas, investimentos em engenharia de tráfego, melhoria da sinalização e utilização de fiscalização eletrônica (câmeras e radares). A redução dos acidentes é um passo importante, as medidas são efetivas, mas há muita coisa a ser feita ainda. A avaliação psicológica dos candidatos a motoristas, o acompanhamento de infratores agressivos e desatentos, campanhas educativas e outras ferramentas devem ser aplicadas a fim de reduzir não só o número de acidentes, mas também o número de vítimas no trânsito. Uma pesquisa realizada pela polícia civil de Uberlândia revelou que o aumento da frota veicular, a fala de respeito às normas de trânsito e a imprudência dos motoristas são os principais motivos para o incremento do número de acidentes e mortes no trânsito (CORREIO DE UBERLÂNDIA, 2011), conforme demonstra o gráfico 3. 35 Gráfico 3. Evolução do número total de acidentes de trânsito e da frota de veículos no município de Sorocaba Fonte: Urbes. 2013. A Figura 4 mostra o número de infrações cometidas pelos motoristas na cidade de Sorocaba em 2013, segundo sua classificação. Percebe-se que as infrações por excesso de velocidade lideram o ranking de aplicações de multas pela Urbes, com o número de 17.080, dando uma média de 5.693 multas por mês. Em seguida vem as infrações por avanço a sinal vermelho (4.968), uso de celulares ao dirigir (4.323), estacionar em locais/horários proibidos (2.371) e o não uso do cinto de segurança (2.070). Com base na avaliação desse parâmetro, percebemos que a falta de educação no trânsito e a imprudência na cidade de Sorocaba são fatores que predominam para a ocorrência de infrações e conseqüentemente para a ocorrência de acidentes (ver Gráfico 4). Diante dessa situação, nota-se a necessidade de uma educação continuada do trânsito e de maior compromisso dos centros de controle e dos psicólogos do trânsito que atuam na avaliação psicológica dos candidatos a motoristas, assim como no acompanhamento dos infratores reincidentes, agressivos e desatentos. 36 Gráfico 4. Principais infrações cometidas no município de Sorocaba no ano de 2013 Fonte: Urbes. 2013. Lembramos ainda que esse último parâmetro discutido tem uma variação nas categorias de infrações para cada região, refletindo as vezes a realidade do local e os resultados das campanhas desenvolvidas pelos órgãos locais competentes. O Detran de Alagoas, em seu anuário correspondente ao ano de 2012, formalizou que o número total de infrações no estado foi de 179.558. Dentre as infrações mais cometidas, as por excesso de velocidades estavam no topo da lista. No caso dos acidentes com vítimas, as três principais infrações foram dirigir sem atenção ou sem cuidados indispensáveis à segurança (549 infrações), dirigir veículo sem CNH ou permissão para dirigir (60 infrações) e conduzir veículo que não esteja registrado (47 infrações). No Paraná o número de infrações em 2013 equivale a seis violações as leis de trânsito a cada minuto. O número total de infrações cometidas pelos motoristas paranaenses foi de três milhões. Os dados são do Departamento de Trânsito do Paraná – Detran – e contempla as multas aplicadas em vias municipais, rodovias estaduais e federais (DETRAN/PR, 2014). Segundo o mesmo órgão esse número de infrações registrado em 2013 foi 14% maior com relação a 2012, quando foram registradas 2,6 milhões de multas. Esse percentual foi superior crescimento de 6% da frota do Estado (de 5,7 milhões de veículos em 2012 para 6,1 milhões no ano passado) e ao acréscimo de 4% no número de condutores cadastrados (4,6 milhões em 2012 para 4,8 milhões em 2013). No ranking das 10 infrações mais cometidas no 37 Paraná, a principal é dirigir acima dos limites de velocidade. Mais de 1.000.000 multas foram aplicadas por este motivo. Mais de 80% delas (831.391) por desrespeitar os limites indicados em até 20%. Outras 173.537 infrações registradas foram causadas por motoristas que transitavam entre 20% até 50% acima do permitido e 25.124 acima de 50%. 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A frota de veículos na cidade Sorocaba entre 2003 e 2013 cresceu mai de 82%. Destacam-se nesse ponto o crescimento do número de motocicletas, que atingiu porcentagem superior a 146%. O número de habilitados no município também teve um acréscimo significativo. Dados do Detran/SP afiram que esse órgão concedeu em 2013 6.230 CNH no município, uma média de 26 habilitados por dia. Com relação ao número de acidentes de trânsito, a URBES justifica o seu decréscimo por um conjunto de ações realizadas no município para melhoria do trânsito. Podemos destacar algumas, tais como, melhoria das condições das vias e da sinalização, intensificação da fiscalização e investimentos em educação para o trânsito. Dentre as infrações cometidas pelos condutores de Sorocaba no ano de 2013, as por excesso de velocidade lideraram o ranking (17.080), com média de 5.693 multas por mês, seguida por avanço de sinal vermelho (4.968), uso de celular ao dirigir (4.323), estacionamento em locais ou horários inapropriados (2.371) e desuso do cinto de segurança (2.070). O estudo dos números apresentados pelo trabalho deixa claro que diversos fatores têm que ser melhorados e desenvolvidos para melhoria e segurança do trânsito. Alguns municípios têm investido em melhorias das vias, sinalização e fiscalização com intuito de reduzir a violência no trânsito, e por vez, tem conseguido, mas não basta. A educação do trânsito continuada desde das séries iniciais, o compromisso dos psicólogos na aplicação dos teste de avaliação de condutores, tanto para primeiras habilitações quanto para renovações, assim como o acompanhamento dos condutores que apresentam distúrbios comportamentais é fundamental para redução da violência do trânsito. A melhoria dos transportes públicos e ecológicos melhora a mobilidade urbana, evitando assim, o estresse dos elementos do trânsito e conseqüentemente também reduz a violência. Partindo da proposta inicial do trabalho e avaliando as cinco principais infrações cometidas pelos condutores de Sorocaba concluímos que é possível reduzir a violência no trânsito da cidade por meio de uma avaliação psicológica mais 39 rígida e do acompanhamento/educação dos condutores que apresentam distúrbios comportamentais. 40 REFERÊNCIAS Alchieri, J. C. & Stroeher, F. (2002). Avaliação Psicológica no trânsito: O estado da arte sessenta anos depois. Em R. M. Cruz, J. C. Alchieri & J. J. Sardá. (Orgs.). Avaliação e medidas em psicologia: produção do conhecimento e da intervenção profissional (pp. 155-170). São Paulo: Casa do Psicólogo. Balbinot, A.B., Zaro, M.A., Timm, M.L. (2011). Funções psicológicas e cognitivas presentes no ato de dirigir e sua importância para os motoristas no trânsito. Ciências & Cognição, Vol 16 (2): 013-029 Ball, K., & Owsley, C. (2003). Driving competence: It’s not a matter of age. Journal of American Geriatrics Society, 51, 1499-1501. Barros, M. 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