IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO PROFESSORA: MERCÊS MOTA INTRODUÇÃO Não vivemos isolados, somos seres que vivem e convivem em um mundo de relações. Essas inter-relações do homem com seu ambiente são a base da vida no Planeta Terra, que é o nosso lar e o lar de todos os seres vivos. Fazemos parte de um universo em evolução, cujos componentes estão em permanente contato na busca de manter sua própria vida, reproduzir-se e desenvolver-se. No entanto, a coexistência entre o homem e outros seres vivos nem sempre é pacífica, e nesse contato os seres vivos mantêm relações que podem ser harmônicas ou desarmônicas. A harmonia ocorre quando os envolvidos não perdem nem ganham, ocorrendo equilíbrio ou benefício para ambos. A desarmonia é produto de uma relação em que algum dos elementos envolvidos perde mais do que recebe. O aparecimento de doenças transmissíveis está diretamente relacionado ao desenvolvimento de relações desarmônicas entre microrganismos e o homem. No quadro de desenvolvimento dessas doenças estão presentes três elementos: o agente (microrganismo causador da doença), o ser vivo sujeito ao adoecimento(no caso presente, o ser humano) e o meio. O meio, que reúne um conjunto de fatores propícios ao surgimento da doença, pode ser visto em duas dimensões: o meio ambiente propriamente dito e o meio interno, representado pelas condições relativas ao corpo/ organismo vivo em que a doença poderá encontrar(ou não) condições para seu desenvolvimento. A suscetibilidade de contrair uma doença transmissível é maior quando tanto o meio interno(organismo humano) como o meio externo (meio ambiente) apresenta condições favoráveis para a recepção e a propagação dos microrganismos danosos à saúde. Como o homem é um ser social, as condições individuais que o tornam mais suscetível à recepção e ao desenvolvimento de microorganismosidade, alimentação e tipo de profissão- estão amplamente relacionadas com as condições sócio-econômicas, como, por exemplo, seu local de moradia e sua renda. O conjunto dessas condições individuais e sócioeconômicas pode determinar um maior ou menor risco de adoecer. Vejamos um exemplo concreto: em muitos países, inclusive no Brasil, os baixos salários limitam a possibilidade de consumo de bens necessários à sobrevivência em padrões minimamente saudáveis. Se os salários comprometem o padrão de consumo de um trabalhador e de sua família, esse grupo não terá uma alimentação adequada, isto é, de boa qualidade e em quantidades suficientes para suprir as necessidades de cada um. Uma das consequências da má alimentação é comprometimento do sistema de defesa do organismo humano, ocasionando uma tendência ao adoecimento. Da mesma forma, a existência de condições ambientais adequadas ao desenvolvimento humano está amplamente relacionada com as condições sociais e econômicas. Atualmente, sabese que a difusão e o aumento da incidência de doenças transmissíveis no Brasil mantêm uma relação direta com a ausência ou o inadequado controle sobre as condições ambientais que podem, muito facilmente, vir a se tornar espaços de circulação dos agentes de doenças. O controle efetivo das condições ambientais é função do poder público. Esse controle é realizado através da aplicação de medidas preventivas no âmbito da saúde pública: saneamento básico, abastecimento de água, adequado manuseio do lixo e saneamento das habitações, além de medidas sociais mais amplas, como o combate ao desemprego e ao êxodo rural, dentre outras. A ausência de um controle ambiental efetivo tem contribuído para um aumento da incidência de diversas doenças transmissíveis. Por exemplo, em diversas cidades brasileiras, em áreas sujeitas a inundações, as pessoas são frequentemente atingidas pela leptospirose; nas periferias das regiões metropolitanas, a ausência de destino adequado dos esgotos tem resultado na transmissão da esquistossomose; em bairros pobres, a presença de criadouros garante a presença do mosquito transmissor da filariose. Outra doença transmitida por mosquito é o dengue, cujas epidemias vêm se sucedendo no Brasil desde 1986, apresentando inclusive casos de dengue hemorrágico. Em consequência do combate à febre amarela, o mosquito transmissor dessas duas doenças havia sido erradicado do país em 1923, ressurgindo em 1967 em Belém, em 1976 em Salvador e em 1977 no Rio de Janeiro. Referencias Bibliográficas: BERKW,Robert et al. Manual Merck de medicina. São Paulo: Roca, 1985. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS Para entender melhor como funcionam as relações entre os seres vivos e, em consequência, como se transmitem as doenças, vamos estudar com mais detalhes as relações harmônicas e desarmônicas. RELAÇÕES HARMÔNICAS Vamos conhecer ao menos duas formas harmônicas de os seres se relacionarem, ou seja, o comensalismo e a simbiose. No comensalismo há uma relação entre duas espécies em que uma se alimenta dos nutrientes que a outra consegue. Um dos seres obtém vantagens sem que o outro seja prejudicado, cada um mantendo sua independência orgânica, digerindo e metabolizando alimentos que a convivência permitiu obter mais facilmente. A relação existente entre o homem e alguns tipos de bactérias e fungos que vivem em sua pele, em seu aparelho respiratório e nas cavidades naturais exemplifica bem o comensalismo, já que esses microrganismos se nutrem de secreções, excreções e substâncias não utilizadas pelo organismo sem causar qualquer dano à nossa saúde. Simbiose é uma forma extrema de associação na qual a interdependência chegou a tal ponto que nenhuma das duas espécies pode viver isolada da outra. O benefício é mútuo, há vantagens para os dois seres que se relacionam. As bactérias existentes o tubo digestivo do homem são um exemplo, pois se alimentam de substâncias ingeridas por ele e ao mesmo tempo, facilitam o processo de digestão do ser humano. Secreção=> substâncias produzidas por glândulas, que podem ser reabsorvidas pelo organismo ou eliminadas. Excreção=> ato pelo qual as matérias sólidas ou líquidas, expelidas por certos órgãos, são eliminadas para fora do corpo. RELAÇÕES DESARMÔNICAS São aquelas em que o parasito traz algum tipo de prejuízo ao hospedeiro. Estudaremos duas formas de relações desarmônicas: a predação e o parasitismo. Na predação uma espécie de maior porte destrói a outra para se alimentar. Como exemplos temos os gatos e os ratos, as onças e as pacas ou as aranhas e as moscas. No parasitismo observa-se uma relação entre indivíduos de espécies diferentes que, além de conviver em uma associação íntima e duradoura, mantêm uma dependência orgânica de grau variável. Um ser vive de outro ser, causando-lhe prejuízo. O dano causado pode ir desde efeitos dificilmente notados até a morte do hospedeiro. Dois conceitos importantes relacionados à desarmonia na forma de parasitismo são infecção e infestação. Infecção é a instalação do parasito no interior do corpo(gripe,por exemplo), a infestação a existência do parasito no exterior do corpo(sarna, por exemplo). A infestação pode, inclusive, ocasionar uma infecção na medida em que a irritação provocada sobre a pele permita a penetração de outros parasitos no interior do corpo. Referencias Bibliográficas: BIER, Otto. Bacteriologia e Imunologia. São Paulo: Melhoramentos, 1997. TERMOS TÉCNICOS Congênito=> é uma característica adquirida pelo bebê no período de tempo no qual permaneceu em gestação. Normalmente, designa defeitos no desenvolvimento do embrião, chamados então de defeitos congênitos. Constipação evacuações INTESTINAL) => retenção insuficientes. de fezes ou (OBSTIPAÇÃO Debilidade => fraqueza, falta de forças. Decúbito=> que se refere à posição da pessoa que está deitada, não necessariamente dormindo. Pode ser referido como:] Decúbito dorsal (pessoa que deita com a barriga voltada para cima) Decúbito ventral (pessoa que deita de bruços) Decúbito lateral (esquerdo ou direito) Escara em região sacral: muito tempo deitada em decúbito dorsal. Disúria=> refere-se à condição dolorosa causada pelo ato de urinar. PARA A PRÓXIMA AULA Desidratação Disfonia Disfagia Dermatite Dismenorréia Dispnéia Distensão Diurese DESIDRATAÇÃO - Perda anormal de líquido do organismo. A desidratação começa quando a quantidade de líquidos ingerida é inferior àquela que é eliminada através da urina, da respiração, da transpiração e das fezes. A desidratação surge freqüentemente em conseqüência de vômitos, diarréia ou perda sangüínea, ou resultante de transpiração copiosa provocada pelo calor ou por grande excitação. O tratamento consiste no aumento da ingestão de líquidos, como água, suco de frutas ou leite, mas principalmente soro fisiológico. DISFONIA - Distúrbio na voz. DISFAGIA - Dificuldade na deglutição. DISPNÉIA - Falta de ar, dificuldade em respirar DIURESE - Excreção de urina, normal ou abundante, natural ou provocada por medicamentos diuréticos DERMATITE - Nome que designa cientificamente qualquer inflamação da pele e, portanto, inclui praticamente toda a classe de doenças de pele. A idéia leiga de que essa condição ocorre devido à sujeira é falsa. Exemplos comuns são as dermatites de contato, causadas pela sensibilidade a detergentes ou a metais, como o níquel. Os cremes isolantes e as luvas ajudam, assim como as pomadas de hidrocortisona. DISMENORRÉIA - Menstruação dolorosa que pode ter várias causas. Ela é mais comum nas mulheres entre 15 e 25 anos de idade. As mulheres com dores fortes geralmente produzem níveis altos de uma substância chamada “prostaglandina”, que provocam espasmos musculares no útero. Se a dor não passar com analgésicos simples, o médico pode receitar outros tratamentos. A menstruação dolorosa na meia-idade ou em outras épocas pode ser provocada por outros distúrbios ginecológicos. DISTENSÃO - Tensão excessiva e/ ou violenta que causa deslocamento ou repuxo; retesamento; pode ocorrer em músculos, nervos e ligamentos de articulação. As juntas são presas por faixas fortes de tecido conhecidas como ligamentos. Se uma junta é estendida além de seu alcance normal de movimento por uma torção repentina, por exemplo, os ligamentos que os unem podem ser torcidos ou rompidos. Isso é conhecido como distensão. Há dor na junta que persiste, e logo ela fica inchada e rija. Uma das juntas que se distendem comumente é a do tornozelo, que geralmente é torcido enquanto a pessoa caminha ou corre em uma superfície irregular. O melhor tratamento inicial é uma compressa gelada, que ajuda a reduzir a inchação. Geralmente é necessário repousar um ou dois dias, e a atividade pode então ser retomada, desde que a junta esteja com uma proteção. Uma bandagem ou uma peça elástica é útil; a primeira deve ser aplicada formando um oito ao redor do pé e da parte inferior da perna e deve ser usada até que passe a sensibilidade e a inchação, que podem durar até duas semanas. O pulso também é sempre distendido e deve ser protegido da mesma forma.