XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE RELATO DE CASO DE ENVENAMENTO ACIDENTAL POR CONTATO COM O ZOANTÍDEO Palythoa caribaeorum (CNIDARIA, ANTHOZOA) NO LITORAL SUL DE PERNAMBUCO Miriam C. Guarnieri; Liany F. A. Melo; Carlos D. Pérez [email protected] (Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco) [email protected] (Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco) [email protected] (Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco) As palitoxinas (PTXs) constituem um grupo complexo e extremamente potente de toxinas marinhas descritas, inicialmente, em zoantídeos tropicais do gênero Palythoa. As PTXs e seus análogos foram posteriormente detectadas em várias espécies de Palythoa, bem como em dinoflagelados do gênero Ostreopis, causando envenenamentos em humanos por ingestão, inalação ou contato cutâneo. O Grupo de Pesquisa em Antozoários-GPA vem coletando amostras de colônias de P. caribaeorum no litoral pernambucano desde o ano 2001 para estudos ecológicos e farmacológicos e nunca foi registrado nenhum acidente ou qualquer indício da presença dessas toxinas. O presente trabalho tem o objetivo de descrever o primeiro envenenamento acidental decorrente do contato com o muco do zoantídeo Palythoa caribaeorum no litoral de Pernambuco. No dia 08 de fevereiro de 2012, às 10:30h, C.D.P (autor) realizava uma coleta de P. caribaeorum na área infralitoral de Porto de Galinhas em apneia, utilizando máscara e snorkel. À medida que os quadrados das colônias de P. caribaerum foram retirados, as mesmas liberaram grande quantidade de muco muito denso, que flutuava na água até dissolver. Durante a coleta do terceiro quadrado, C.D.P. começou a sentir dormência e formigamento nos lábios, e posteriormente sensação de anestesia e enrijecimento da língua. Ao sair da água, C.D.P não conseguia falar e após algum tempo apresentou lesões cutâneas de até 2 cm no rosto e pescoço, exceto nos locais protegidos pela máscara (olhos e nariz). Após lavagem do corpo, lentamente a sensação de parestesia na língua foi desaparecendo, porém a pele só retornou ao normal à noite. Relatos de envenenamentos por palitoxina e seus análogos por contato cutâneo com Palythoa apresentam uma grande variedade de sintomas dependo da extensão do contato. Alguns sintomas apresentados por C.D.P. são consistentes com relatos prévios desse tipo de envenenamento, assim como o potencial neurotóxico da toxina, porém a identificação de PTX nessas colônias faz-se necessário para comprovar o agente causador dessa sintomatologia. Palavras-chave: envenenamento, Palythoa caribaeorum, Pernambuco Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 834