Carta da Indústria Créditos Presidente da FIETO Roberto Pires 1º Vice Presidente Carlos Augusto Suzana Vice Presidentes Emilson Vieira Santos Charles Alberto Elias Luciano de Carvalho Rocha Sérgio Carlos Ferreira Tavares Cabral Santos Gonçalves Primeiro Secretário Claudizete Carneiro Santos Segundo Secretário Mário de Castro Pillar Primeiro Tesoureiro Walter Atta Rodrigues Bittencourt Júnior Segundo Tesoureiro Maria Elieth José Antônio Lobo Suplentes da Diretoria Lourismar Alves de Oliveira Marco Antônio de Faria Cunha Wilmar Oliveira de Bastos João Francisco Nogueira de Carvalho Jacques José de Barros João Francisco de Oliveira Jorge Sarmento Barroca Alberto Eustáquio de Carvalho Samuel Vieira de Souza Presidente do Conselho Deliberativo Estadual – CDE Roberto Magno Martins (Roberto Pires) Diretoria Superintendente Márcia Rodrigues de Paula Diretoria Executiva Maria Emília Mendonça Jaber (Mila Jaber) Créditos CONSELHO FISCAL Composto por 3 membros, é o órgão encarregado do exame das contas da Diretoria, relativas à gestão econômico-financeira e à execução orçamentária. Membros Efetivos José de Souza Vasque José Febrônio da Silva Francisco Antélius Servulo Vaz Membros Suplentes Paulo Eduardo Tavares Vieira Reinaldo Pereira Cardoso Fábio de Oliveira Soares REPRESENTANTES JUNTO À CNI Atuando no desenvolvimento e na defesa dos interesses da indústria, 2 (dois) membros da Diretoria representam o Sistema FIETO junto à CNI. Membros Efetivos Roberto Pires Célio Batista Alves Membros Suplentes Charles Alberto Elias Carlos Augusto Suzana Unidade de Articulação e Comunicação – SEBRAE/TO Gilberto Martins Noleto – Gerente Ademir Whitman Gomes Rego – Coordenador Industrial Equipe Técnica Francisco de Assis Dias Ramos Francisco Aalexandre Gomes José Daniel Tavares Amaggeldo Barbosa Mariana Fernandes Bezerra Vanlucy Oliveira Correia Carlos José de Assis Júnior Créditos Jornalistas Sara Letícia Chaves Thaís Ramalho Welcton Rodrigues Daniela Pires Auro Giuliano Shellsea Shamylla Lailton Costa Glês Nascimento Aurielly Painkov Rísia Lima Consultores Iranilson Mota Roberto Morais Relatora Cirlene Passos Sumário Apresentação ................................................................................................................................ 1 Parceiros ........................................................................................................................................ 2 Programação ................................................................................................................................. 3 02 de Outubro ........................................................................................................................... 3 03 de outubro............................................................................................................................ 3 04 de outubro............................................................................................................................ 4 Encontros Regionais ...................................................................................................................... 5 Gurupi........................................................................................................................................ 5 Palmas ....................................................................................................................................... 5 Araguaína .................................................................................................................................. 5 Vitrines Tecnológicas..................................................................................................................... 6 Talk Show .................................................................................................................................. 6 Abertura ................................................................................................................................ 6 Sustentabilidade .................................................................................................................... 7 Infraestrutura ........................................................................................................................ 8 Inovação ................................................................................................................................ 9 Investimento ....................................................................................................................... 10 Desfile Show ........................................................................................................................ 11 WORKSHOP ................................................................................................................................. 12 Carne e Couro.......................................................................................................................... 12 Análises ............................................................................................................................... 15 Propostas............................................................................................................................. 17 Grãos ....................................................................................................................................... 18 Análises ............................................................................................................................... 22 Propostas............................................................................................................................. 24 Piscicultura .............................................................................................................................. 25 Análises ............................................................................................................................... 27 Propostas............................................................................................................................. 34 Silvicultura ............................................................................................................................... 35 Análises ............................................................................................................................... 37 Propostas............................................................................................................................. 38 Leite ......................................................................................................................................... 39 Análises ............................................................................................................................... 42 Propostas............................................................................................................................. 43 Turismo.................................................................................................................................... 44 Análises ............................................................................................................................... 47 Propostas............................................................................................................................. 48 Construção Civil ....................................................................................................................... 49 Análises ............................................................................................................................... 51 Propostas............................................................................................................................. 54 Madeira e Mobiliário............................................................................................................... 55 Análises ............................................................................................................................... 58 Propostas............................................................................................................................. 59 Minérios e Minerais não Metálico .......................................................................................... 60 Análises ............................................................................................................................... 64 Propostas............................................................................................................................. 66 Confecção e Moda .................................................................................................................. 67 Análises ............................................................................................................................... 71 Propostas............................................................................................................................. 72 Seminários ................................................................................................................................... 73 Logística CNI/FIETO ................................................................................................................. 73 Laticínios e Fornecedores........................................................................................................ 75 O cenário da produção de leite no brasil ............................................................................ 75 Logística ............................................................................................................................... 76 União para transformação da realidade ............................................................................. 76 Público prioritário das parcerias ......................................................................................... 77 Capacitação ......................................................................................................................... 77 Orientação para resultados ................................................................................................. 77 Oportunidades no mercado externo................................................................................... 77 Panorama do setor do mercado lácteo ............................................................................... 78 Assistência técnica do laticínio Piracanjuba ........................................................................ 79 Projeto Educampo MG ........................................................................................................ 80 Biomassas Cerâmicas .............................................................................................................. 82 Análise ................................................................................................................................. 82 Propostas............................................................................................................................. 88 Encontro Empresarial .................................................................................................................. 89 Empreender FACIET/Sebrae .................................................................................................... 89 Oportunidades e o gargalo do conhecimento .................................................................... 89 Case de sucesso ................................................................................................................... 92 Exemplo de sucesso: núcleo de farmácias. ......................................................................... 94 Pessoas de Resultados ........................................................................................................ 94 Agentes de Desenvolvimento Local ........................................................................................ 97 Agentes de desenvolvimento do Tocantins ........................................................................ 97 Consórcios públicos intermunicipais - “Um instrumento de desenvolvimento regional” .. 99 Apresentação Realizado pela FIETO - Federação das Indústrias do Estado do Tocantins e Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o 1º Congresso da Indústria Tocantinense, teve como objetivo, contribuir para o desenvolvimento sustentável e a competitividade dos negócios industriais, disseminando informações e gerando conhecimento, por meio de palestras, workshops, vitrines tecnológicas, dentre outros. Com uma diversificada programação, o evento contou no primeiro dia com painéis temáticos que abordaram os temas: Infraestrutura, Sustentabilidade, Inovação e Investimentos. O segundo trouxe, entre outros, workshops sobre encadeamento produtivo atendendo a dez segmentos da indústria: Piscicultura, Silvicultura, Grãos, Carne e Couro, Leite, Turismo, Confecção e Moda, Minerais e não Metálicos, Construção Civil e Madeira e Mobiliário. As vitrines tecnológicas realizadas pelos parceiros SESI, SENAI, SENAI CETIQT, IEL, SEBRAE, CNA/SENAR apresentaram diversos produtos e atividades de apoio à tecnologia e inovação nas empresas. O Congresso reuniu empresários industriais, organizações multinacionais instaladas no Tocantins; agência de fomento e investidores; agência de fomento e investidores; potenciais empreendedores; empreendedores individuais com atividades nas cadeias da indústria; público de prospecção de oportunidades de negócios, instituições públicas e privadas estaduais e nacionais; universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento; entidades classistas privadas empresariais. O Congresso aconteceu no Espaço Cultural de Palmas, localizado no centro da capital, a duas quadras do Palácio Araguaia, órgão que abriga o Executivo Estadual. Inaugurado em 1996, o Espaço Cultural se tornou um centro de integração social, das expressões da arte e da cultura, nacional e regional, além de abrigar eventos de grande porte. Esperamos que você tenha alcançado um bom proveito nas trocas de experiências com os participantes gerando inovação e competitividade em seu empreendimento. Roberto Pires Presidente da FIETO 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 1 de 107 Parceiros 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 2 de 107 Programação 02 de Outubro Abertura Oficial: Roberto Pires (presidente da FIETO e Sebrae/TO) e Senadora Kátia Abreu (presidente da CNA). Painéis Temáticos para discutir os principais eixos potenciais para empreender e investir no Estado do Tocantins de forma transversal visando despertar o empresário industrial para as perspectivas e tendências nas diversas atividades econômicas. Painel 1 - Talk Show de Abertura: César Borges (Ministro dos Transportes), Afif Domingos (Ministro da Micro e Pequena Empresa), Robson Andrade (Presidente CNI), Luiz Barreto (Presidente Sebrae Nacional) Painel 2 - Tema Sustentabilidade (talk show): Gastão Dias Vieira (Ministro do Turismo), Pedro Parente (Presidente da BUNGE) e Marcos Jank (Especialista em Agronegócio) Painel 3 - Infraestrutura (talk show): Roberto Pires (Presidente FIETO e Sebrae Tocantins), Senadora Kátia Abreu (Presidente CNA), Bernardo Figueiredo (Presidente da EPL), Robson Andrade (Presidente CNI) Painel 4 - Inovação (talk show): Roberto Brant (Professor e ex-Ministro da Previdência Social), Rafael Lucchesi (Diretor CNI) Painel 5 - Investimento (talk show): Claudio Adilson Gonçalvez (Economista), Eugênia Melo (Superintendente Nacional da CAIXA), Bruno Quick (Sebrae Nacional) Desfile Show | SENAI Tocantins / SENAI Cetiqt (RJ). 03 de outubro Workshops Setoriais - Objetivo: discutir o encadeamento produtivo dos segmentos potenciais e emergentes, considerando os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. Workshop Grãos Workshop Piscicultura Workshop Silvicultura Workshop Leite Workshop Carne e Couro Workshop Construção Civil Workshop Confecção e Moda Workshop Madeiras e Mobiliário Workshop Minérios e Minerais Workshop Turismo Encontro de Agentes de Desenvolvimento. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 3 de 107 Encontro Empresarial – Empreender - FACIET/Sebrae: Interação dos empresários dos núcleos do PROGRAMA EMPREENDER no Estado do Tocantins para troca de boas práticas e capacitação sobre empreendedorismo e liderança. Seminário de Laticínios e Fornecedores – CNA. Seminário de Logística – CNI/FIETO. Encontro de Negócios. 04 de outubro Minicursos SESI. Seminário de Aproveitamento de Biomassa Energética para Queima Sustentável (Sindicer / Seagro/ Sebrae). Vitrines Tecnológicas – SESI, SENAI, IEL, SENAI CETIQT (RJ), Sebrae, CNA, SENAR. Entrega da Carta da Indústria ao Governador do Estado do Tocantins, Siqueira Campos. Festival SESI Música - Campeões dos Campeões. Edição especial do evento que comemora 5 anos de realização e encerra o Congresso valorizando o talento dos trabalhadores da indústria tocantinense. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 4 de 107 Encontros Regionais Gurupi Logística, investimento, inovação e potencialidades das indústrias da região sul do Estado foram debatidos no primeiro Encontro Regional da Indústria realizado no município de Gurupi, no dia 03 de setembro. O evento realizado na Feira de Negócios do Sul do Tocantins abriu a programação do 1º Congresso da Indústria Tocantinense que aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de outubro no Espaço Cultural em Palmas. O Encontro reuniu 123 participantes de 80 empresas locais das cadeias produtivas de Confecção e Moda, Minérios e Minerais, Leite, Grãos, Madeira e Mobiliário, Piscicultura, Turismo e Construção Civil. Palmas Gargalos e alternativas para o desenvolvimento industrial do Tocantins foram discutidos na manhã do dia 05 de setembro, durante o Encontro Regional da Indústria em Palmas. A segunda edição do Encontro realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins – FIETO e Sebrae Tocantins levantou demandas dos empresários da região central do Estado. O evento aconteceu no Centro Empresarial do Sebrae e reuniu em mesas redondas mais de 135 empresários industriais e representantes dos elos ligados à cadeia produtiva dos setores: Madeira e Móveis, Minerais, Moda, Turismo, Construção Civil, Grãos, Carne e Couro, Leite, Piscicultura e Silvicultura. Araguaína Mais de 140 empresários da região norte do Estado foram ouvidos no terceiro e último Encontro Regional da Indústria em Araguaína, norte do Estado, no dia 10 de setembro. O encontro foi uma realização da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins – FIETO e Sebrae Tocantins com objetivo de ouvir gargalos, demandas e oportunidades de empresários e representantes dos elos produtivos ligados ao segmento industrial. O Encontro aconteceu às 19 horas na sede do Sebrae no município. A dificuldade de acesso ao crédito e a alta carga tributária foram alguns dos gargalos já apontados nos Encontros de Gurupi e Palmas nos dias 3 e 5, respectivamente. Os apontamentos de todas as regiões nortearam as discussões dos palestrantes e apresentações do 1º Congresso da Indústria Tocantinense – CIT que discutiu soluções para a industrialização do Estado nos dias 2, 3 e 4 de outubro no Espaço Cultural em Palmas. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 5 de 107 Vitrines Tecnológicas Talk Show Abertura "O Tocantins tem os pés no futuro e a alma onde o povo precisa". A frase, pronunciada pela senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu, sintetizou a abertura do 1º Congresso da Indústria Tocantinense, capitaneada pelo presidente da FIETO e Sebrae Tocantins, Roberto Pires, ao lado da senadora. Em dueto de explanações Pires e Kátia destacaram a necessidade de a cadeia produtiva industrial e do agronegócio tocantinense agregar inovação e tecnologia no ambiente de negócios. O foco é concentrar esforços na educação. E consolidar as potencialidades locais garantindo sustentabilidade aos empreendimentos para tornar a indústria forte. É necessário consolidar uma logística de transporte e armazenamento e também integrar as cadeias produtivas, fatores que oneram os investimentos em exportação. Urgente, também, desburocratizar e obter maior eficiência no licenciamento ambiental e flexibilizar relações trabalhistas, entre outros desafios. O governador Siqueira Campos, em discurso após a abertura, defendeu a necessidade da melhoria na infraestrutura, um entrave que ele considera maior ao desenvolvimento do que a carga tributária e a corrupção. O chefe do executivo estadual também defendeu um sistema multimodal do transporte, com ferrovias, hidrovias e um sistema rodoviário de qualidade e pistas duplicadas. No primeiro painel do dia, o talk show de abertura, conduzido pela jornalista do R7 Christina Lemos, discutiu as potencialidades da indústria, com o ministro dos transportes, César Borges, e os presidentes da CNI, Robson Andrade, e do Sebrae Nacional, Luiz Barreto. O Ministro dos Transportes afirmou que os modais de transporte devem ser usados de forma integrada e devem ser prioritários para o país. Defendeu mudar o modal, hoje concentrado do rodoviário, sem deixar de investir neste modal, como a duplicação de rodovias, entre elas a BR-153 que corta o Tocantins. Garantiu que o governo federal está empenhado duplicar 800 km de Anápolis e Palmas, seja por concessão, por Parceria Público e Privada e se não for nesta duas, será com recursos públicos. Afirmou que o governo vai licitar as obras de derrocagem do Pedral do Lourenço para viabilizar a hidrovia do Rio Tocantins interligando-a a Tucuruí, no Pará. Completou comprometendo-se, em nome do governo federal, de fazer funcionar até o primeiro semestre do próximo ano a Ferrovia Norte-Sul de Ouro Verde (GO) até Açailândia (MA) passando por Palmas e de lá até Itaqui até o final de 2014, dotando o Estado dos três modais de transporte. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 6 de 107 Robson Andrade também destacou como entrave a falta de investimentos na infraestrutura. Lembrou que entre as questões que levam o empresário a ir para outras regiões do país está a desoneração, mas é preciso investir na educação, na capacitação e qualificação. Criar novas formas de gestão, qualificadas. E destacou o projeto de qualificação profissional do governo federal, o Pronatec. Luiz Barreto destacou a posição geográfica e a capacidade da produção de energia no Tocantins como elementos para alavancar a produção industrial, mas apontou a necessidade de integrar as frentes para tornar o estado mais industrial. Os painelistas destacaram como desafio para a indústria a capacitação continuada de mão de obra. Frisaram que a indústria é fundamental dado o valor agregado, mas o Tocantins tem vocação natural e deve buscar avançar na agricultura, valorizar o agronegócio, que não pode ser uma indústria forte sem uma cadeia de serviços fortes. Destacaram a importância de parcerias entre Senar, CNI, Sebrae e Instituições de ensino para qualificação profissional que deve ser incentivada. Apontaram a necessidade de avançar para a reforma tributária, estabelecer uma relação mais simples entre os setores produtivos e também de premiar o crescimento. Sustentabilidade O segundo painel, com o tema Sustentabilidade, reuniu o presidente da BUNGE, Pedro Parente, o vice-presidente da empresa, Márcio Tavares, o especialista em Agronegócio, Marcos Jank e o secretário nacional de Políticas de Turismo, Vinícius Lummertz. Pedro Parente citou investimento da empresa em Pedro Afonso como exemplo de investir com sustentabilidade, em observância ao Código Florestal Brasileiro, e investimento de R$ 400 milhões de reais que inclui o maior pivô central do mundo em funcionamento. Jank frisou que o mais importante é a integração da produção agrícola e a pecuária. Frisou que a produtividade agrícola é ligada ao trabalho e ao capital e que ambos requerem estruturas mais modernas e de tecnologia. O especialista listou como problema a logística e integração e equilíbrio entre as áreas social, ambiental e a produção. O equilíbrio requer diálogo permanente. Vinícius Lammert destacou o fator competitivo do turismo e frisou que uma infraestrutura deficiente também impacta o setor e sua potencialidade. Defendeu mais investimento para uma nova governança que leve o país a abrir os braços para o turismo. Os participantes avaliaram que falta regulamentação das normas que afetam o setor ambiental, a exemplo do Código Florestal, e falta regulamentar as formas de compensação e recuperação. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 7 de 107 Também destacaram a necessidade de se alcançar maturidade industrial e superar a impossibilidade de pessoas preparadas discutirem temas complexos, resultando na falta de diálogo sobre sustentabilidade e outros temas complexos para o país avançar. O desenvolvimento, segundo a discussão do painel, tem de ser um desenvolvimento negociado, a exemplo das negociações em voga como o novo desenho dos parques ambientais, com ONGS, concessionárias entre outros agentes. Infraestrutura No terceiro painel, com o tema infraestrutura - o desafio a ser superado, participaram a presidente da CNA, Kátia Abreu, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, o presidente da CNI, Robson Andrade, e o chefe de gabinete da FIETO, José Roberto Fernandes. Segundo a senadora Kátia Abreu, os governos não tiveram a competência de acompanhar os desbravadores que migraram do Sul do país para o centro-oeste e norte: e 63% do que é produzido no Brasil é acima do Paralelo 16. E apenas 14% dessa produção são exportados por portos do norte, o restante em portos do sul. Houve falta de planejamento do governo com o setor privado na avaliação. Pontuou ainda o licenciamento ambiental como tema que precisa ser definido para o órgão a que compete, o IBAMA, deixe de ter a necessidade de ouvir Incra, Funai, Fundação Palmares, entre outros para a concessão. Licenciamento ambiental deve ser simplificado, completou. Bernardo frisou que cerca de 1% do PIB é investido em logística o que o coloca o país em desvantagem no contexto internacional. É preciso dotar o país de logística competitiva para fomentar o desenvolvimento, com planejamento que subsidie a execução do que é contratado, considerando o tempo médio de dois anos para obter o licenciamento ambiental, relatórios de impactos, entre outros itens obrigatórios. É preciso desenvolver planejamento e o senso de urgência para execução das prioridades e manter as ações contínuas. Andrade levantou os problemas políticos afetam a produção industrial a ponto de, por exemplo, obras de engenharia no País saírem até 60% mais caras que o Chile. Um quadro que só pode ser alterado pela articulação política entre os poderes executivos e legislativos para mudar o cenário evitando a estagnação. O setor privado tem recursos para investimento, mas desconfia quando o governo quantifica margem baixa para ganhos em projetos o que precisa ser revisto, pois o empresário sabe os riscos e a precificação da rentabilidade do projeto, complementou. Já Fernandes apontou a necessidade de focar e fecundar as áreas de tecnologia e engenharia para fortalecer a indústria tocantinense. O painel também destacou a aprovação da Medida Provisória dos Portos que resultou na inscrição de 53 empreendedores interessados em construir novos terminais nos portos. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 8 de 107 Pontuou como meta inverter a proporção do que é exportado pelos portos do sul e portos do norte do País. Também destacou a urgência em pensar uma logística para o Centro-Oeste e Norte; a necessidade de lançar luzes sobre os entraves ao desenvolvimento, como a questão indígena, tida como empecilho para execução de obras e a questão regulatória que deve ser discutida sobre a exposição de preços máximos em projetos e obras. Inovação O quarto painel do 1º Congresso da Indústria Tocantinense trouxe como tema Inovação e contou com o ex-ministro da Previdência Social Roberto Brant, o diretor da CNI, Rafael Lucchesi e o diretor de inovação do Sebrae Nacional, Ênio Pinto. O professor Brant observou que a indústria brasileira cresce à medida do consumo interno e não volta os olhos para o exterior onde é movida à tecnologia e inovação para atingir o mercado em escala global. Defendeu o imperativo de a indústria brasileira incorporar-se à rede de integração do mundo. Todos os que cresceram são os que abriram o seu mercado para produzir aqui dentro e integrar no mundo, afirmou, ao criticar a mentalidade dominante no país de proteger o mercado sem estar pronto para se integrar no mundo. Essa integração não é apenas abrir fronteiras e barreiras alfandegárias, mas alterar as regras de trabalho, de propriedade, na legislação ambiental, criar ambiente de negócios planejado para o mercado universal, internacional, o que vale para integrar Tocantins e o Brasil. Ênio Pinto observou que o pequeno empreendimento brasileiro não se deu conta que deve integrar-se e que a medida requer integração. Apontou que as políticas públicas para inovação não possuem desenho adequado à pequena empresa e destacou que o Sebrae tem feito esse trabalho de aproximação entre as partes. Ressaltou que uma parcela ínfima entre 1,6 milhão de atendimento anual prestado pelo Sebrae refere-se à inovação. O país ainda vive a fase de convencer o empreendedor de que é preciso inovar o que requer mudança de paradigma. Luchesi contestou afirmando que a que a defesa da indústria brasileira é algo importante para a defesa do País. E apontou a necessidade de pensar no Brasil, de elevada assimetria, com uma agenda de indústria de alta e média complexidade, melhor integrada aos fatores internacionais. E isto requer segurança jurídica, capacitação dos recursos humanos e infraestrutura, sem ignorar a expansão do consumo provocada pela mobilidade social. Em relação ao Tocantins, destacou que a agenda industrial deve ser a de agregar valor ao setor, da qualidade aos recursos humanos, focar a educação profissional na qual o Senai canalizaria a qualificação dessa força de trabalho. Também ressaltou a sofisticação na gestão empresarial, papel do Sebrae para qualificar o gestores das indústrias. Frisou a importância da cadeia do negócio da carne e do grão e que pode impulsionar valores de agregação econômica. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 9 de 107 Os painelistas frisaram que é preciso agregar valor à cadeia do agronegócio e dos serviços. Também pontuaram que o ambiente regulatório brasileiro não permite o país ser competitivo, a exemplo do engessamento das entidades sindicais quanto à mudança na legislação trabalhista. Destacaram que o Brasil não é competitivo apenas por falta de mão de obra qualificada, mas por depender apenas da renda interna e mercado interno para crescer o que impede o crescimento junto aos países que crescem e que é preciso aumentar a produtividade. Isto requer ampliação da cobertura educacional e deveria ter uma espécie de conselho para definir onde a universidade pública deveria destinar recursos custeando apenas cursos como engenharia civil e áreas prioritárias para o desenvolvimento e a inovação. A escola, segundo a discussão, tem mais recursos de royalties, mas é preciso cobrar mais competitividade da escola, remunerar melhor os professores pelo desempenho em sala de aula e aproximar a escola do mundo do trabalho, ou seja, mudar a matriz educacional brasileira para uma que dialogue com o projeto de desenvolvimento do Brasil sem os desejos corporativos. Investimento O painel com o economista Claudio Adilson Gonçalves, com o representante da Caixa Econômica Federal Samuel Crespi e o gerente de políticas públicas do Sebrae, Bruno Quick, abordou o tema investimentos. Segundo Crespi, a Caixa vem colocando cada vez mais volume maior de capital no mercado, mas a maior busca por empréstimo é para capital de giro e o desafio é transformar a demanda em busca por investimento. Pontuou que há dificuldade do empresariado em apresentar projetos bons para obter recursos, de transformar boas ideias em bons projetos. Quick destacou que o agronegócio está mantendo a exportação do Brasil e tende a puxar toda a cadeia de investimento, no campo, no serviço, associado ao agronegócio e agricultura. E, no Tocantins, predomina por ser um setor muito competitivo responsável por um balança comercial positiva. Apontou que o crédito está associado à ampliação de produção e aumento de competitividade como ocorre com o BNDES, Caixa, bancos do norte e nordeste, que mostram esses investimentos e demonstram grande esforço para colocar crédito associado ao investimento e capital de giro. Contudo, falta um sistema tributário e falta também investimento na melhoria do ambiente do negócio, na produção e competitividade. No Tocantins que cresce muito rápido, é preciso ampliar a desburocratização, tirar sublimites do Simples e organizar o sistema tributário. Claudio Adilson Gonçalves ressaltou que o Tocantins tem direito de ter uma indústria, mas observou que o investimento vai para onde são oferecidas ao empresário as melhores condições de ganhar dinheiro. Contudo, criticou o uso de recurso subsidiado como forma de tornar atrativos projetos de desenvolvimento. Opinou que o estado brasileiro tem de garantir segurança jurídica, a garantia de contrato, ter estabilidade macro econômica e não interferir tanto no setor privado como se faz no Brasil. Criticou 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 10 de 107 o Brasil por quebrar contratos, como no caso da renovação das energéticas e que o país vive um ambiente hostil para investimento. Destacou que o foco, para o Tocantins, deve ser trazer pequenas e médias empresas e o incentivo é o caminho para o governo promover esta medida. Destacou que as pequenas empresas e médias estão abertas à inovação, mas não tem informação e a função dos governos locais é fazer a ponte entre a inovação e a informação para pequenas e médias empresas. O painel também destacou que é preciso ter segurança jurídica e econômica para que haja investimentos, a exemplo das regras do ICMS que muda a todo instante. Para o Tocantins, as sugestões foram medidas como a compra governamental sem pagar mais caro, simplificar a legalização das empresas; desonerar os pequenos empresários e construir um projeto de administração tributária, dialogada, e melhora no ambiente de negócio. Também apontou que o governo pode explorar as falhas de mercado e apoiar o desenvolvimento do setor aproveitando as vocações naturais e fazendo-as funcionar; aproveitar o setor privado; não querer substituir o setor privado nem atrapalhá-lo. Frisou a necessidade dos empresários investirem, pois, há muito para ser feito e há várias oportunidades. Frisou-se a luta pelas hidrovias, para acabar com o sublimite do simples, simplificar abertura de empresa, fomentar as compras locais para induzir a inovação e uma articulação muito forte com os setores e que seja fixado prazo nos programas de governo, na administração pública. Desfile Show O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI realizou, em parceria com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT/SENAI-RJ) um desfile de moda com peças personalizadas com símbolos da cultura tocantinense, inspirada na pesquisa de iconografia do Tocantins realizada pelo Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE TO. Com o tema inovação e tecnologia, o desfile show apresentou 27 peças produzidas com material local e idealizadas por 9 ex-alunos do CETIQT. O objetivo do desfile foi apresentar a inovação e as potencialidades da indústria têxtil do Tocantins, mesclando a habilidade do tocantinense com as belezas naturais do estado. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 11 de 107 WORKSHOP Carne e Couro Realizado no dia 03/10 – das 8h às 12h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Carne e Couro Abertura Vídeo Moderador Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Carne e Couro do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo da Carne e Couro. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 8h Encadeamento Produtivo Jair Stival – SEBRAE Palestrantes Antenor de Amorim Nogueira - CNA: Perspectiva e tendências para o mercado de carne e couro Encerramento Abertura Tema: Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. Epaminondas Andrade – Produtor da Fazenda Vale do Boi: Desafios para produção de pecuária de corte no Tocantins 12h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 12 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Produção Industrialização Mercado / Consumo Encontros Regionais da Indústria – Carne e Couro Cenário Atual Sugestão de Melhoria Falta de insumos; Fornecimento não é autossuficiente Criação de uma política pública que facilite a criação do boi da recria até a engorda Dificuldade no fornecimento e alto preço do calcário; Dificuldade no período da entre safra - agosto a dezembro Falta estímulo à produção local Baixa produtividade na produção de grãos Cenário Atual Problema da degradação das pastagens - produtores diminuíram o rebanho; Produção insuficiente para cumprimento de contratos atuais internacionais Sugestão de Melhoria Estimular a qualificação da mão de obra no Estado Descapitalização dos pequenos produtores; Falta mão de obra qualificada Frigoríficos tem buscado boi em MT e PA Estimular a extensão rural Cenário Atual Mão de obra desqualificada e com alta rotatividade; Frigoríficos trabalham com qualidade nos processos e atendem leis ambientais Cenário Atual Tributação inadequada no Estado; A produção estadual supre o mercado local adequadamente Estimular a instalação de abatedouro de aves Legislação mais adequada para emissão de GTA Sugestão de Melhoria Qualificar a mão de obra; Acompanhar as inovações tecnológicas Sugestão de Melhoria Dificuldade burocrática na aquisição de subsídios Maior fiscalização dos abates municipais e estaduais Informalidade no setor Combater a informalidade; Criação de uma política do governo para acabar com os abates clandestinos Faltam linhas de crédito 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 13 de 107 Sustentabilidade Inovação Boas Práticas Extensão e tecnologia = aumento de eficiência; Criação de políticas facilitadoras da primeira fase até o abate Redução da carga tributária Investimento Melhores estradas; A Federação deve qualificar melhor a mão de obra e acompanhar todo o processo Potencialidades Desburocratização do sistema; Os frigoríficos estaduais estão em conformidade com as políticas de sustentabilidade Incentivos fiscais aos parques industriais; Melhoria da qualificação da mão de obra; Estímulo a criação de políticas que favoreçam a aquisição de máquinas e equipamentos no processo industrial, uma vez que a lei que trata do assunto foi revogada Extensão rural; 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 14 de 107 Análises Um dos maiores desafios do setor é com a representação no mercado interno, com a responsabilidade de defender institucionalmente os médios e pequenos frigoríficos. A pecuária de corte é ampla e representada por intuições em níveis nacional e estadual. Outro desafio para a cadeia é regulação do mercado da carne que é regido pela oferta e demanda dos produtos, criar instrumentos que possibilitem os produtores e indústrias de avaliar os cenários antecipadamente para projetar a e controlar a oferta do produto no mercado para tornar mais competitivo. A ociosidade das plantas indústrias dos frigoríficos faz com as indústrias tenham baixa rentabilidade tornando ineficientes para competir no mercado externo, à modernização das plantas indústrias é fundamental para que as empresas possam diversificar a produção com elaboração de nova linha de produtos industrializados com maior valor agregado tornarem-se mais competitivas e lucrativas. Existem problemas comuns, questões estruturais de curto prazo como: relação de troca inconveniente para o invernista, preço do boi incompatível com os preços da carne e dos subprodutos, preços dos substitutos (principalmente frango, assim se o frango está mais barato que a carne bovina a população tende a comprar mais frango), oscilações de curto prazo decorrentes de fatores diversos que repercutem no preço do produtor e indústria, flutuação da taxa de câmbio (se o câmbio favorece a exportação, frigoríficos vão tentar vender mais para fora, o que vai interferir nos preços internos), surgimento de problemas no mercado internacional. Outras questões estruturais, mas de longo prazo que afetam a cadeia produtiva e a pecuária de forma geral como: maior rentabilidade em outras culturas, provocando migrações (por exemplo, se o etanol está dando mais lucratividade vai impactar na pecuária, pois reduz o número de rebanhos), rentabilidade insuficiente ao produtor com consequente descarte de matrizes, o que provoca a diminuição da oferta. É necessário fomentar a criação de Comitês Estaduais com representação de produtores e empresas, já que os problemas são comuns, mas não há ambiente de diálogo. É necessário eliminar as vaidades, criar ambiente proativo entre produtor e indústria, pensar no coletivo, realizar trabalho conjunto de longo prazo, “Se fossemos unidos e engajados já teríamos resolvido muitos problemas”, completou. O agronegócio através do PIB brasileiro apontou que as exportações do agronegócio representam 39,5%, enquanto, ao todo, os demais setores representam apenas 60,5%. Foi mostrado também que em 16 anos, foram US$ 482 bilhões de superávit do agronegócio para economia brasileira. Os dados mostram o valor da pecuária para o desenvolvimento da economia nacional e a importância de criar um programa que trate especificamente do couro no Brasil é absurdo não ter um programa para o couro, já que este é o único produto que tem imposto de exportação no valor de 9%, um 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 15 de 107 imposto, segundo ele, “criado há dez anos apenas para gerar uma reserva de mercado para a indústria de calçados do Brasil, em detrimento de negócios maiores”. A evolução da pecuária brasileira, que em 36 anos aumentou em 3% a área de pastagem, o rebanho cresceu 118% e o abate aumentou 331%, sendo que o Brasil ainda apresenta grande potencial de aumento de produtividade. É necessário desenvolver ações estratégicas para o desenvolvimento da pecuária brasileira que envolvam ações como: liberação de recursos para a defesa sanitária, reformulação de programas contra a brucelose e tuberculose, ampliação e modernização de laboratórios agropecuários, consolidação da plataforma de Gestão Agropecuária, plano especial de financiamento com juros reduzidos. É importante que o Estado do Tocantins se una, faça uma mobilização junto aos órgãos competentes para exigir que a carne produzida aqui possa ser a exportada para a união europeia, visto que o ministério retirou o Tocantins da lista de estados aptos a exportar sem uma explicação plausível para esta medida que prejudica o desenvolvimento da cadeia produtiva no estado. A importância que tem a plataforma (PGA) para o desenvolvimento do setor que visa integrar a base de dados, proporcionar mais agilidade na obtenção de informações, interligar os diversos elos da cadeia, dar transparência (acesso as informações e credibilidade, protocolos de rastreabilidade de adesão voluntária). Outro desafio refere-se a produção em que anos atrás a rentabilidade da pecuária de corte era bem satisfatória, mas em dias atuais tem diminuído muito em função da baixa produtividade das propriedades gerando uma pecuária decrescente, com ausência de investimentos, motivada por menos rentabilidade e investimentos em outras atividades mais rentáveis, indústrias ociosas, falta de matéria prima nos frigoríficos. Contudo não se pode pensar que mesmo com as dificuldades a pecuária está inviável, pois a atividade é viável, mas é preciso mudar a gestão. Precisa-se de novos conhecimentos de gestão tecnológica para atingir a produtividade com altas rentabilidades. Com relação a indústria é preciso valorizar a qualidade da carcaça, valorizar a qualidade dos animais, ter maior confiabilidade no peso dos animais abatidos e melhor relacionamento com o produtor. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 16 de 107 Propostas Fazer estudo em relação à compatibilidade na tributação do estado para o segmento. Abertura de novos mercados (principalmente o Chinês, Coreia do Sul e África do Sul), visto que o maior comprador da carne brasileira é a Rússia, mas o Brasil tem muita dificuldade em colocar a carne neste país, visto que existem muitas barreiras a entrada da carne naquele país e constantemente este produto sofre algum embargo por motivos diversos. Que as instituições financeiras, tenham maior prioridade para aplicação das linhas de crédito já existentes, para financiamentos de aquisição de máquinas e insumos para pequenos e médios produtores. Tendo em vista que o problema não é o preço da arroba que está barata, mas o alto custo de produção, devido à baixa produtividade, ocasionada pela má gestão do empreendimento, sugere-se uma a criação de um programa para profissionalização da gestão da pecuária onde o produtor vai verificar os seus gargalos e avaliar que tecnologia deve ser aplicada para melhorar o seu desempenho produtivo e financeiro. Mais eventos que reúnam produtores, donos de frigoríficos, todos os envolvidos na cadeia produtiva, para que sejam discutidos os gargalos e apontadas sugestões. Nesse caso sugere-se a criação da câmara setorial de carne e couro no Tocantins. Fomentar a criação de Comitês Estaduais com representação de produtores e empresas, já que os problemas são comuns, mas não há ambiente de diálogo. Realização de um manifesto para que o Tocantins seja habilitado a exportar carne para a Europa, visto que o Ministério da Agricultura simplesmente retirou o Tocantins da relação de estados aptos a exportar para a União Europeia e sem uma justificativa plausível para a cadeia produtiva aqui do Tocantins. Aumento do orçamento para defesa e inspeção sanitária, visto que o Ministério da Agricultura está repassando pouco recursos para os estados. Governo oferecer mecanismo de financiamento a longo prazo para os pequenos e médios frigoríficos, já que existe dificuldade de conseguir financiamento junto ao BNDES. O Governo deve criar cotas de aplicação de recursos do BNDES para pequenas e médias indústrias frigorificas. Fiscalização mais atuante quanto ao abate clandestino, visto que prejudica os frigoríficos regularizados. Investimento em logística para escoamento da produção e aquisição de insumos (estruturação de estradas, portos, etc.). Capacitação de mão de obra em todos os elos da cadeia produtiva. Implantação de programa que trate especificamente do couro no Brasil e trabalhe, inclusive, para eliminar o imposto de 9% para exportação. Regulamentação do uso da substância ractopmina que aponte quem pode fazer uso deste produto na cadeia produtiva. Criar uma política pública de incentivo a implantação de Boas Práticas Agropecuárias – BPA com o objetivo de valorizar a qualidade do produto e consequentemente melhor relacionamento com o produtor. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 17 de 107 Grãos Realizado no dia 03/10 – das 8h às 12h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Grãos Abertura Vídeo Moderador Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia de Grãos do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo de Grãos. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 8h Encadeamento Produtivo Neila Tizzo – SEBRAE Abertura Tema: Encerramento Palestrantes Ricardo Benedito Khouri – Coapa / Pedro Afonso: Principais desafios da produção de grãos no Tocatins. Vladimir Brandalizze – Brandalizze Consulting: Tendências de mercado de grãos. Camilo Feliciano – Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto / RS: Caso de Sucesso – Cooplatio / RS Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 12h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 18 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Encontros Regionais da Indústria - Grãos Cenário Atual Sugestão de Melhoria Logística de fornecimento Melhorar a manutenção das estradas; Melhorar deficiente; Estradas deficientes; a manutenção e pavimentação das estradas; Boa qualidade da matéria-prima Melhorar o acesso aos mecanismos de inovação regional; Temos um produto tecnológicas com as especificidades locais competitivo no cenário nacional. (EMBRAPA). O alto custo do transporte, que encarece o valor do insumo; Alto custo do transporte, o que encarece o preço dos insumos; Perdas consideráveis na colheita, transporte, secagem e no armazenamento da produção. Abrir novas estradas. Elevada carga tributária, elevando os custos do produtor; Demora no sistema de emissão de notas por parte do Estado; Alto custo da matéria-prima Tocantinense. Utilizar a Hidrovia como alternativa de transporte de mais baixo custo; Melhorar os horários de atendimento nos órgãos públicos para emissão de notas; Modernizar a estrutura logística da cadeia de grãos. Monopólio de fornecedores. Fomentar políticas de apoio para Implantação de indústrias de insumos no norte do Estado; Ampliar os Incentivos fiscais por parte do governo. Ampliar a oferta de treinamento aos produtores. Fomentar a abertura de políticas de novas alternativas de financiamento. Alto custo do combustível. Dificuldade de acesso ao crédito. Produção Cenário Atual Ocorrência de pragas e doenças; Pouca pesquisa de variedades de grãos; Falta de mão-de-obra qualificada. Sugestão de Melhoria Incentivar as pesquisas de controle de pragas; Fomentar a instalação de um centro de pesquisas de grãos no Estado; Qualificar a mãode-obra no segmento. Poucos agentes financeiros eficientes. Clima hostil. Deficiência de mão de obra qualificada. Aumentar o Incremento à irrigação; Buscar parcerias com a UFT para pesquisa; Melhorar a adequação dos lotes, estrutura física e desburocratização para os parques industriais municipais. Ampliar as políticas de incentivo a indústria. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 19 de 107 Dificuldade no armazenamento da produção. Inexistência de seguro agrícola; Falta de energia para produção nos horários de pico (sazonal: 18 h às 21h). Alto custo da energia elétrica. Estabelecer barreiras de proteção do mercado local. Dificuldade de comunicação na propriedade rural (internet-fone). Dificuldade para adquirir licenciamento ambiental. Pouca de assistência técnica ao produtor. Industrialização Cenário Atual Alta carga tributária; Falta mão de obra especializada; Alto custo do transporte a diesel. Planejamento e Logística inadequados. Regularização fundiária inadequada; Matéria prima de boa qualidade no Estado; Falta de estrutura de armazenagem de grãos. Falta mão de obra qualificada; Alto custo dos encargos trabalhistas; Dificuldade para obtenção de alvará de funcionamento- licença ambientais. Inexistência de armazém público; Alto custo alto da energia elétrica; Perdas de matéria prima e embalagens. Sugestão de Melhoria Buscar alternativas para diminuição da carga tributária; Aumentar a oferta de cursos de qualificação para operação de máquinas. Buscar desenvolver lideranças entre os funcionários; Fomentar Incentivos fiscais para construção ou readequação das estruturas de armazenamento. Buscar melhor regularização fundiária. Desburocratização do alvará de funcionamento; Cumprimento da lei geral das MPEs. Buscar maior intervenção do poder público para atrair grandes indústrias de beneficiamento. Em especial do segmento de enlatados. Buscar subsídios do governo em relação a energia. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 20 de 107 Mercado / Consumo Inovação Sustentabilidade Cenário Atual Existência de monopólios em alguns elos da cadeia de grãos; O estado não oferece mercado consumidor; O mercado do arroz está desaquecido Falta de proteção e de controle do mercado; O Tocantins produz mais do que consome; Preço do produto local maior em relação ao dos produtos do sul do país. Sugestão de Melhoria Criar estoque regulador; Operacionalizar a ferrovia para facilitar a escoação do produto; Buscar maior qualidades nas variedades que sofrerão o beneficiamento para competir com as demais indústrias no cenário nacional. Criar o cadastro positivo de compradores. Boas Práticas Indústrias que investem em parceria com os produtores diminuindo custos e para a indústria e garantindo produtos o ano todo; Modernização de máquinas, transporte. Safra/safrinha. Agricultura de precisão/ Geotecnologia. Utilização de bioinseticidas. Biotecnologia. Integração lavoura pecuária e floresta; Reaproveitamento dos subprodutos; Doação de cestas básicas. Safra/safrinha; Utilização da casca de arroz como combustível em indústria de cerâmica; Técnicas de conservação de solo; Diversificar da produção. Potencialidades Investimento Armazenagem; Automatização do processo produtivo; Na modernização de máquinas, equipamentos, espaço físico e etc. Aquisição de máquinas e implementos; Investimento em sacadores e armazenamento de grãos; Correções de solo. Melhoria da qualificação da mão de obra; Estímulo a criação de políticas que favoreçam a aquisição de máquinas e equipamentos no processo industrial, uma vez que a lei que trata do assunto foi revogada Irrigação; Linhas de crédito; Arroz Parabolizado. Beneficiamento de grãos; Políticas agrícolas; Arroz Integral. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 21 de 107 Análises Ricardo Benedito analisou que a produção de grãos no Estado vem crescendo a cada safra, com aumentos significativos na casa de 11% na safra 2012/2013. Entra as principais culturas de grãos estão: soja, arroz, milho e já é perceptível o crescimento do sorgo. Os principais polos de produção estão nas regiões de Pedro Afonso, Campos Lindos, Porto Nacional, Dianópolis e Gurupi. Segundo ele o Tocantins possui um potencial de produção agrícola em 49,75% de sua área total. E conta como fatores que favorecem expansão de terras, pastagem degradadas, a logística principalmente com a ferrovia norte-sul, a possibilidade de navegação pelo Rio Tocantins – porto de Praia Norte –Ecoporto. Em comparativos disse que o frete pelo sistema hidroviário diminui o valor do frete em relação ao rodoviário em mais de 200%. Os preços das terras estão ainda bem a baixo se comparado com outras regiões do país, porém há questões sérias que necessitam ser resolvida, como a regularização fundiária, de áreas que hoje estão sobre jurisdição da União e que tem travado bastante o avanço do agronegócio. Numa análise sobre armazenagem de grãos, Ricardo apontou que este é um problema sério que os produtores vêm enfrentando e tem acumulado prejuízos, por falta de investimentos, atualmente o déficit é de 50% no Estado. Há uma grande capacidade de produção, porém uma pequena para estocagem é necessário avançar com novas estratégias. Ele apontou que as empresas que atuam no estado não tem conseguido resolver este problema e isso afeta a qualidade dos grãos. A solução seria a efetivação do TEGRAM. Ao longo dos anos houve uma paralisação de investimentos pelos governos em unidades estatais, não se constrói mais armazéns. Outras dificuldades apontadas no setor foram: crédito, pesquisa agropecuária, infraestrutura, logística e regularização fundiária. Na pesquisa, ele cobrou o apoio dos governos estadual e federal para que a Embrapa possa desenvolver novas cultivares para a região, pois não existe tantas cultivares, e o milho é a principal delas. A saída seria a criação de um programa de produção de melhoria genética para rotação de cultivares. Na Infraestrutura, há a necessidade investimentos em estradas. Hoje para exportar a produção para o Porto de Itaqui – faltam locomotivas e vagões. E concluiu questionando se o mais importante é transportar o grão ou industrializálo? O consultor Vladimir Brandalizze apresentou um panorama do mercado de grãos no mundo, destacando os problemas enfrentados pelos países produtores e como isso poderá contribuir para o avanço do mercado brasileiro de maneira estratégica. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 22 de 107 Hoje o Brasil é auto suficiente em grãos, mas precisa saber se o mundo quer comprar os grãos. E apontou que o fator “clima” é o mais importante para a produção, pois ele determina inclusive a cotação de preços. Para Brandalizze os países concorrentes estão enfrentando dificuldades com clima e isso favorece o Brasil. Contou que por exemplo, com a onda de frio na Europa, China, Estados Unidos há mais consumo de roupas, alimentos – o que demanda inclusive consumo de ração para animais – uma oportunidade de mercado. As janelas de plantio estão cada vez mais apertadas e tudo que se produz é consumido no mundo. Apontou ainda a competição que os grãos enfrentam com a carne, um produto cada vez mais consumido no mundo, porém, trouxe exemplos de tendência que envolvem estratégias como os sojicultores que utilizam os dois tipos de produção. O uso da tecnologia é também uma saída para aumentar a produção, os EUA principal concorrente produz em terras com qualidade inferior as brasileiras. Durante sua explanação disse que uma das estratégias que o Tocantins poderá utilizar, é investir na produção de milho para abastecer o mercado do nordeste, pois tem um custo menor para a exportação. No mercado internacional faltará milho, pois até os maiores produtores como China e EUA terão que comprar o produto devido suas mudanças de política de produção. Sobre a soja, a qual o Brasil é hoje o maior exportador afirmou que há uma necessidade de investir em mecanismos que diminua o auto custo da produção e possibilite que ela seja esmagada e industrializada no país. Como grande gargalho na soja apontou a questão do gerenciamento, por parte de toda a cadeia produtiva. Camilo Feliciano trouxe o caso de sucesso da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto/RS, que avançou na industrialização de seus produtos a partir do momento em apostou numa estratégia de produção diferenciada, tendo o arroz como produto principal enfrentando inclusive outros produtos como a soja. Segundo ele a experiência desenvolvida na cooperativa tem diminuído os riscos de perdas. Os investimentos feitos foram em tecnologia de produção, mãos de obra especializada, assistência técnica, capacitação para a comercialização. Que por meio de uma formação de rede cooperativa – sustentabilidade, acompanham todo o processo até o destino final que é o consumidor. Em relação ao mercado do Tocantins ele também ressaltou a localização estratégica para exportação, com preços competitivos e qualidade de produto já que o estado produz arroz irrigado. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 23 de 107 Propostas Estreitar o relacionamento com a produção - trabalhar em conjunto com a produção de outras cultivares. Financiamento x garantia de fornecimento de matéria prima – quantidade e qualidade. - Ampliar a armazenagem industrial – garantir estruturas de armazenagens de grãos que possibilite o trabalho com grãos em depósitos; financiar a operação com o próprio grão do produtor. - Modernizar o parque industrial – novos equipamentos industriais garantem produtividade, redução com energia e pessoal. - Aproveitar o potencial regional – Tocantins pode atender a região norte, interior do nordeste e regiões onde a logística permite. - Ampliar a escala – fortalecer as indústrias criando alianças entre elas para que trabalhem com marcas fortes. - Trabalhar com produtos de qualidade – consumidor cada vez mais exigente. - Criar por meio de cooperativas, governos e instituições organizações das cadeias produtivas. - As cooperativas industrializar seus produtos para agregar valor e desenvolver outras cadeias. - Maior participação dos produtores nas mesas de negociações. - O governo federal construa novos portos e amplie a logística de recebimento de grãos na ferrovia norte-sul. - Urgência no funcionamento do TEGRAM – Terminal de Grãos do Maranhão. - Desburocratização dos órgãos ambientais (federal e estadual) para emissão de licenciamento ambiental. - Que o governo estadual implemente uma política de divulgação do potencial do Tocantins para atrair empresa industriais. - Investir na demanda de produção de alimentos. - O Tocantins possui um potencial, portanto é necessário apresentar estas potencialidades como a ferrovia norte-sul, aeroportos, duplicação da rodovia BR153, capacidade de hidrovia. - investimento em armazenagem, pois este é um dos maiores gargalho da produção atualmente. - Identificar as regiões com maior problemas de armazenagens e por meio das cooperativas construir estes armazéns e o governo do estado financiar por meio da Agência de Fomento, Banco do Brasil, BNDES e o sistema S e o Sescoop faça a parte de capacitação destas instituições. - Fortalecer e aprimorar a produção tecnológica. - O governo do estado doar áreas para construção de armazéns principalmente nos postos da ferrovia. - Criar um comitê do agronegócio dentro da FIETO como suporte para desenvolvimento da agroindústria. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 24 de 107 Piscicultura Realizado no dia 03/10 – das 8h às 12h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Encerramento Palestrantes Abertura Vídeo Moderador Piscicultura Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Piscicultura do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo da Piscicultura. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 8h Encadeamento Produtivo Luismar Mendes – SEBRAE Adalmyr Borges – MPA: Cenário da piscicultura no Brasil Carlos Magno Campos da Rocha – Embrapa: Potencial aquícola no Tocantins Miyuki Hyanshida – Ruraltins: Os principais desafios da piscicultura no Tocantins Maurício José Alexandre de Araújo – Naturatins: Principais entraves do licenciamento ambiental Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 12h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 25 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Produção Industrialização Encontros Regionais da Indústria - Piscicultura Cenário Atual Sugestão de Melhoria Alto custo de ração; O segmento Incentivar as empresas do ramo para região municipal dispõe de matéria prima; Falta produtora; Integração do sistema - cadeia ração no estado. produtiva; Estimular a produção interna. Burocracia para legalização da Piscicultura (outorga); Há carência de fornecimento de insumos importantes; Alto custo de ração (Impostos). Diminuir a burocracia dos órgãos competentes; Buscar redução de tributos. Falta de máquinas (trator, retroescavadeira); Dificuldade no transporte / logística; Carga tributária, frete. Dificuldade no acesso ao crédito; Dificuldade na padronização; Dificuldade de implantar cooperativismo e associativismo. Cenário Atual Falta de acompanhamento técnico pelos órgãos; Falta assistência técnica; Complicação para conseguir licenciamento ambiental. Fala de formação ao produtor; Estimular a instalação e adequação de frigoríficos. Fiscalizar os municípios (na utilização das máquinas). Legalização e máquinas; Dificuldade de conseguir licenciamento; Falta de pesquisa. Sistema de produção - uniformidade ambiental; Barreiras sanitárias. Amadorismo no setor; Leis trabalhistas adequação para o ambiente rural; Falta matéria prima. Cenário Atual Falta de indústria para comercializar o pescado; Existe indústria no município, mas importa matéria prima de fora; Falta fiscalização. Aumento do custo devida a importação da matéria prima; Faltam produtores licenciados e autorizados. Infraestrutura de estradas deficiente. Buscar redução de tributos da ração (externa). Buscar incentivo à vinda das indústrias. Sugestão de Melhoria Viabilizar um técnico presente orientando os produtores; Assistência tecnológica-UFT; Buscar um direcionamento específico para aquicultura. Incentivar a inovação tecnológica para melhorar a genética dos alevinos; Buscar maior facilidade para licenciamento; Incentivar estudos e pesquisas de espécies nativas. Incentivar a capacitação dos produtores; Criar uma cartilha informativa / manual sanitário; Divulgação, aplicação estudos. Treinar mão de obra - específica e doméstica; Criação especifica para sanidade pescado. Buscar apoio dos órgãos regionais responsáveis para maior facilidade de licenciamento, treinando técnicos. Sugestão de Melhoria Incentivo do governo na industrialização do pescado; Buscar incentivo financeiro; Melhorar infraestrutura: estradas e energia Implantação do sistema de inspeção municipal. Incentivar empresas do ramo a implantar suas indústrias nos polos produtores. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 26 de 107 Cenário Atual Burocracia; Distante; Dificuldade para exportar. Oferta grande e procura pequena; Concorrência com "Nativo"; Dificuldade no mercado interno pelo alto custo e concorrentes ilegais. Custo de produção. Implantar nos municípios o sistema de inspeção para viabilizar à comercialização. Sugestão de Melhoria Estimular o consumo local, regional e nacional; Fiscalização da origem dos produtos ao consumidor. Promover o associativismo e o cooperativismo para facilitar industrialização e comercialização dos produtos; Definir um órgão responsável pela fiscalização. Piscicultores querendo desistir do ramo devido a enorme burocracia. Campanha de incentivo ao consumo. Boas Práticas Difusores para aproveitar melhor a área de lâmina d'água; Modelo do estado do Mato Grosso, que tem um trabalho diferenciado, com sistemas de integração; Realização de cortes específicos do produto final (agregar valor ao produto). Criação de peixe em tanque rede; Processamento da matéria prima; Lei de incentivo ao consumo do pescado na merenda escolar. Sistema Arejador; Utilização do couro de peixe em diversos segmentos. O tanque rede aproveita as represas e aumento a população dos peixes no rio; Capacitação pela EMBRAPA com 360 hrs. para técnicos-extencinistas e produtores; Selo de qualidade. Informação e profissionalização do segmento; Política de divulgação da sustentabilidade do produto (mostrando-os que a atividade traz benefícios ao meio ambiente). Aeradores; Município de Almas está fazendo um grande investimento-frigoríficos, fábrica de ração e exporta; Linha específicas de crédito. Investiu em tanques grandes e obtiveram melhores resultados; Uma produtora da cidade de Brejinho de Nazaré fez um investimento para produção de alevinos e peixe terminado; Capacitação, pesquisa e extensão rural. Projeto surubim-alevinos. Recursos hídricos; Produção de peixe em tanque de rede no rio Tocantins ex: do Amazonas, Para, Rondônia; Grande quantidade de espelhos d'água no Tocantins. Mercado consumidor; Profissionalizar a produção; 206.000 ha. de barragens (reservatórios). Potencialidade s Investimento Sustentabilida de Inovação Mercado / Consumo Clandestinidade de concorrentes Análises O primeiro palestrante a fazer o uso da palavra foi o representante do MPA, Adalmyr Borges, que apresentou alguns aspectos da piscicultura no Brasil e no mundo e, segundo ele, ver o Tocantins com grande potencial para desenvolvimento desta atividade. No cenário mundial, Adalmyr mostrou o painel da produção da proteína 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 27 de 107 animal, onde a pesca fica praticamente estabilizada a partir dos anos 1980 e apresenta um aumento do crescimento bastante significativo da aquicultura. O quadro mostra também que o pescado é a principal fonte de proteína animal no mundo. Em outro gráfico apresentado, o que segundo representante do MPA demonstra que, em 2012, a produção de aquicultura ultrapassou a de bovinos, mostrando a importância dessa atividade no cenário mundial. Adalmyr ressalta que o aumento desse consumo está sendo atendido pela aquicultura. Os dados apresentados mostram que o índice do comercio entre países da carne do boi é de 19%, a do frango de 11% e a do porco de 10%, ou seja, a soma desses produtos não alcança os índices de consumo do pescado que é de 60%. Adalmyr lembrou também que embora o Brasil tenha um grande potencial para essa atividade, ainda é um pais que importa pescado, e importa muito, ao contrário de outras carnes que o pais é exportador. Na apresentação do cenário brasileiro pelo palestrante, ele mostra que no Brasil se produz mais aves, seguida pelo bovino e suínos, respectivamente, e que a pesca e a apicultura ainda se encontra bem abaixo do potencial do país para esta atividade. O palestrante apresenta ainda dados que mostram que, diferente do cenário mundial, onde a aquicultura começou a alavancar na década de 1980, no Brasil esta atividade só começou crescer (ainda timidamente) a partir da década de 1990. O palestrante ressaltou que a cadeia produtiva é bem desenvolvida nas outras áreas e a piscicultura pode aproveitar essa experiência, principalmente na área de produção e processamento das carnes. No boletim estatístico de 2011, apresentado pelo palestrante, mostra que o crescimento dessa atividade em relação a 2010 foi de 30%, onde segundo Adalmyr é uma taxa muito grande de crescimento. O palestrante disse ainda que o brasil é o primeiro no mundo em disponibilidade em água doce, mas comparando com outros países a quantidade de produção de pescado no país ainda é bastante inferior. Em algumas projeções da FAO é colocado que o Brasil pode chegar a mais 20 milhões de toneladas, hoje a produção está em 500 mil toneladas. Adalmyr ressalta ainda que os 12% da água mundial e mais de 250 reservatórios e os 8 mil km de litoral para produção de pescado, mostra o grande potencial de crescimento deste setor no Brasil. O palestrante explica que no ano passado foi lançado o Plano Safra da Pesca e Aquicultura do Governo Federal, onde algumas de suas metas é integrar a agricultura com a produção do pescado, onde se deve aproveitar as áreas de produção agrícola para a produção de pescado, como por exemplo na utilização de pequenos reservatórios destinados para irrigação para a produção de peixe. O palestrante disse ainda que um dos desafios do programa é alcançar a meta de produção de dois milhões de pescados até 2014. Em relação ao crédito, o palestrante explicou que estão sendo disponibilizados mais de R$ 4 milhões, que beneficia tanto o pequeno produtor via PRONAF, quanto a investimentos maiores, como a produção, formação de jovens e unidades de beneficiamento e processamento de pescado, via BNDES. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 28 de 107 O plano também prever a implantação de projetos estruturantes, ações com um olhar mais amplo na cadeia produtiva, ou seja, integrar estruturas existentes ou fomentar implantação de novas estruturas O palestrante ressalta ainda sobre a necessidade da assistência técnica na extensão rural, tanto pelo poder público como também por empresas ancoras que podem estar oferecendo essa assistência. Patrulhas mecanizadas estão sendo disponibilizadas em diversos municípios para escavação de viveiros, que tem um custo muito alto, e essa disponibilização visa diminuir o custo de implantação para o produtor. O palestrante lembra que vários municípios do Estado foram habilitados para receberem este maquinário. O plano safra tem a meta de implantar 60 mil viveiros, totalizando o equivalente a 30 mil hectares de área para produção de pescado. Adalmyr ressalta também as metas modulares do programa que é ter o mínimo de cadeia produtiva, busca do aumento da produção, oferta de assistência técnica continuada e o elos da cadeia, do processamento até a comercialização da produção. O palestrante falou também do Plano de parques aquícolas, 2012 e 2014 que inclui o reservatório lago da usina do lajeado, que contará com 8 parques, sendo 4 sociais e 4 empresarias, onde dentro do social são 259 áreas e do empresarial 34. O palestrante explica que o Estado apresenta a produção atual de 12 mil toneladas/ano de pescado e que com o parques pode ocorrer o aumento de cinco vezes dessa produção. Segundo o palestrante, os desafios do setor está na atualização legislação das áreas da união, com a simplificação da licenciamento ambiental, no ajustamento da legislação com pelo menos o mínimo que o CONAMA permite para facilitar a produção, isso se levando em conta os impactos ambientais, o controle da qualidade da água e o saneamento. E preciso estar legalizado para obtenção de crédito e assistência técnica e capacitação para chegar ao sucesso no empreendimento, finaliza. O segundo a proferir palestra foi o representante da EMBRAPA, Carlos Magno, que também abordou o potencial do Tocantins para produção de pescado, ressaltando que em todos os países do mundo que tem água e até os que não tem, mas que produzem a água, estão correndo e alavancando a produção de pescado e estão bem mais à frente do brasil, onde segundo ele mostrou, somos o maior em agronegócios do mundo, que representa 17% da proteína animal consumida no mundo e soma 125 bilhões em exportação anual, sete vezes maior que outras carnes, e o Brasil está acordando agora para essa pratica. Carlos salienta que não tem mais espaço onde pescar, e com isso tem que se criar (aquicultura). O consumo está aumentando, está se comendo mais pescado no mundo, então temos mercado e potencial para produzir peixe. O palestrante fala ainda que, as pessoas não pensam na comercialização, por isso muitos quebram, e nós técnicos temos preocupação com o processo produtivo. A tendência mundial e a produção superar a pesca. O Brasileiro ainda consume menos que a média mundial mas mesmo assim já é um grande mercado, e deve fazer campanha para o aumento desse consumo, avalia o palestrante. Carlos ressalta ainda que o Brasil é que mantém o salmão no chile e a merluza da argentina. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 29 de 107 O representante fala sobre o aumento espetacular da classe média brasileira, e o primeiro reflexo desse crescimento é o aumento do consumo de proteína (carnes e peixe). Outro ponto que precisa pensar e não perder de vista é a previsão que até 2030 70% das pessoas estarão morando na cidade no mundo e no brasil será 90%. A classe média vai aumentar mais 3,1 bilhões de pessoas segundo a estimativa, isso representa 60% da classe média do mundo e teremos mercado para alimentar o mundo. O potencial é grande, temos 50 mil hectares que podemos utilizar que são os grandes lagos reservatórios. 1% dessa lamina d’agua pode ser usada para produção de peixe. Diferencial do Tocantins, temos a maior bacia hidrográfica do Brasil, seis lagos de hidrelétricas e mais seis para serem construídas. Segundo o palestrante, o compromisso da Embrapa está em juntar as pessoas e em parceria com outros órgãos e universidades tornar o Estado em um centro de referência de pesquisa em peixe no mundo. Temos uma grande diversidade de peixes nativos, aqui pode-se ter todos os polos modais e, há pessoas no Estado que têm demonstrado estar querendo fazer as coisas acontecerem, furando reservatórios até a mão. Sobre os problemas dentro da cadeia produtiva, Carlos ressalta a deficiência na assistência técnica especializada, onde segundo ele, se não tiver essa assistência o empreendimento não anda, o pescador na cultura dele nunca pensou em alimentar o peixe, agora esta lógica mudou, e há poucas pessoas que dominam, entendem do negócio de peixes. De acordo com o palestrante a ração é outro entrave, mas que para ele, é mais uma questão política, o palestrante afirma que não dá para produzir peixe e importar a ração de São Paulo, sendo que o estado tem potencial para ter uma fábrica de ração. Com a produção de soja se faz necessária, segundo o palestrante. A integração com outros canais de produção (boi e porco) para ter o nível de produção que queremos, ele salienta também a necessidade de termos mais profissionais capacitados, principalmente na iniciativa publica para dar assistência aos pequenos produtores. Para o palestrante a comercialização é um entrave violento, por que geralmente não se pensa nisso e, os técnicos não tem cabeça de vendedor, não é pensada ou planejada, a comercialização do produto. As dificuldades com o transporte, com a falta de energia elétrica para refrigeração do pescado e demais estruturas necessárias para a cadeia de produção, são problemas que devem ser levados em conta antes do início da produção. Estruturas de apoio, abertura e conservação das estradas, instalação de rede elétrica, formação de pátios para manobra e estacionamento de veículos pesados, aquisição de galpões para armazenamento e escritórios, área de tratamento de água, píer para embarque e desembarque de insumos, são sugestões do empresário para evitar problemas com a produção de pescado no lago do lajeado. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 30 de 107 A presidente do Ruraltins, Miyuki Hyashida, ressaltou a dificuldade de se conseguir o licenciamento para exercer a atividade da aquicultura, defendendo a necessidade de criação de mecanismos para facilitar o licenciamento dessas áreas, citando o fato de que, que dos 3 mil pedidos de licenciamento que chegaram ao órgão, pouco mais de 300 foram licenciados. Ela apresentou dados sobre a ociosidade dos frigoríficos no estado, cuja taxa de ocupação está em torno de 60%. Com a construção, no município de Porto Nacional, de uma esmagadora de soja, a presidente acredita que, a oferta de insumos irá acelerar a criação de fábricas locais de ração. O representante do Naturatins, Maurício José Alexandre, ressaltou que a legislação mudou e, através de uma nova resolução, houve uma certa abertura, para que os órgãos ambientais, pudessem ceder a licença para pequenos produtores, com a possibilidade de redução das taxas, entre outras facilidades. Explicando que o Estado não pode criar novas regras sem está de acordo com a legislação federal, ele citou que no estado era exigido o licenciamento da propriedade rural, sendo que a partir do novo código, o licenciamento passou a ser por meio do cadastro rural onde, não havendo desmatamento, os entraves são menores para a obtenção do licenciamento. Citando que dos grandes problemas do licenciamento está relacionado com o uso da água. Capacitar técnicos e avaliadores, quanto aos procedimentos de licenciamento, segundo as novas regras, é fundamental, sendo o número atual, de profissionais, insuficiente, para execução dos serviços, internos e externos do órgão. Faltam recursos para análise dos planos de uso apresentados pelos empreendedores. Na legislação a lei nº 1.307/2002 e o decreto nº 2.432/2012, necessitam de ajustes para algumas situações, como o acúmulo de recursos hídricos para locais secos, que beneficia uma região e, não necessitaria da cobrança de outorga. Com a abertura do cadastro rural, através da Lei federal 12.651/2012 e, com o esforço do Estado, que criou a possibilidade de, através da assinatura de um termo de compromisso, amparado pela lei estadual nº 2.713/2013, ter tempo para ajustar-se ao cadastro. O palestrante chama atenção que a oportunidade do setores de apresentar suas demandas explicando que está sendo simplificado o licenciamento para os baixos impactos ambientais, sendo que, em alguns casos, está sendo dispensada. O Coema nº 07/2005 que está em revisão, com base no CONAMA nº 413/2009, por uma câmara composta por quatro representantes, indicados pelos conselhos, mas as propostas de mudanças e demandas podem ser apresentadas visando abranger mais a participação dos agentes de produção no processo de revisão. Maurício explica que os estudos ambientais estão menos exigentes, houve a diminuição das taxas e, a disponibilidade de dispensa de licenciamento para pequenos produtores em alguns casos e também a possibilidade de dispensa de pagamento com a apresentação da DAP. O licenciamento é agilizado, no caso dos critérios exigidos serem atendidos, é simples, não tem como, o órgão demorar na análise do processo, com as mudanças nos portes e nas exigências dos estudos. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 31 de 107 Durante o período de debate, houve um questionamento sobre o entrave na assistência técnica, onde um dos participantes pediu esclarecimentos sobre o que pode ser feito na esfera estadual para capacitar os profissionais. O representante da Embrapa respondeu que a necessidade maior é que se amplie o número de técnicos, principalmente do Ruraltins, justificando o caso onde, um pescador que está acostumado com a pesca terá dificuldades com a produção. O peixe se você jogou ração e não abocanhou tem algum problema, então há necessidade de assistência técnica rural. A Embrapa não oferece essa assistência técnica, a obrigação do órgão está em capacitar técnicos e multiplicadores para exercerem esta função com a extensão rural. O palestrante diz ainda que o Brasil não tem experiência nessa área, que teremos que iniciar do estágio zero, alertando para o fato de que os futuros produtores, vão querer colocar os tanques no lago e começar a produzir, sendo que pode não dar certo, cometendo os mesmos erros da agricultura. É fundamental que o estado se estruture principalmente no Ruraltins, com mais técnicos, estamos querendo sair de 12 mil toneladas para 60 mil toneladas, se usarmos todos os parques licenciados, podemos ir para 260 toneladas. Então nossos problemas começam agora, aumentando a espécies, começam a aparecer pragas e doenças. Desta forma, em pouco tempo mais de mil produtores, solicitando auxilio e não estamos dimensionados para atender esta demanda. Um dos participantes, citou o fato de ter dado entrada no seu pedido de licenciamento em 2004, conseguindo-o em 2009, e que há um ano, tenta conseguir as aprovações necessárias para ampliação e não consegue avançar. O representante do Naturatins informou que ampliações seriam de fácil resolução e atendimento, que há falta de informações, baixo número de técnicos e alguma inexperiência, o que pode ter ocasionado este atraso. Questionado sobre qual seria sua opinião sobre a fábrica de peixe no perímetro urbano, o representante do MPA disse ser importante estarem se discutindo como resolver os problemas do parque aquícola e, que o comitê gestor a ser formado irá definir, por exemplo, como se dará a estruturação do empreendimento. Ele ressalta que desde do início se deve estabelecer as regras para o bom andamento do projeto. Adalmyr defendeu que o comitê junto com as associações e os grupos de representação também tenham poderes para reivindicar as demandas do setor junto aos órgãos competentes. Sobre a fábrica de peixe, o palestrante se colocou como defensor do modelo mas que deve-se ter cuidado, pois este modelo está ligado a uma empresa que não tem condições de prestar assistência técnica ao pequeno produtor. A fábrica de peixe pode ser feita em reservatório de vinil em conjunto com produção de hortaliças, existindo várias tecnologias que podem ser aplicadas nas pequenas propriedades integrando o pequeno produtor, e que podem ser usadas em pequenas áreas urbanas ou rurais. Para Carlos essa estrutura custa caro, mas dependendo do local elas vão estabelecerse em grandes centros, em Brasília é um grande produtor de hortaliça e ali tem uma 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 32 de 107 grande possibilidade de produzir peixe, usando as fezes do peixe para adubo de hortaliça, em São Paulo que é o maior produtor de hortaliças também há um grande potencial, integrar com as fontes também, acho que temos grande potencial para avançar, em primeiro momento em Palmas que há um grande potencial pluvial, não cabe esse modelo. O problema é que deve ser levado em conta o fator econômico. A possibilidade de utilização de tanques de ferro e cimento foi aventada, junto com a cobrança de formação acadêmica para técnicos e engenheiros de pesca. A presidente do Ruraltins, respondeu que o estado não trabalha com essa situação, justificando que há reservatórios de água em abundância e áreas de irrigação, sendo que para o primeiro momento, ela acredita não ser viável aplicação do modelo apresentado. Mas, que caso haja um destes tanques instalados, o órgão poderá estudar a sua aplicação, com a possibilidade de replicar esta experiência para outras regiões do estado. Quanto à formação de pessoal qualificado, a Embrapa informou que já existe um curso de pósgraduação e, que um curso de graduação está sendo criado. Sobre o maquinário que será disponibilizado nos municípios, o Sebrae fez um alerta sobre a indisponibilidade de pessoal técnico qualificado para assessoramento. O representante do MPA, explicou que o governo federal não está apenas disponibilizando essas maquinas, que existem critérios e, os municípios apresentaram projetos e planos de trabalhos, esses municípios que foram habilitados vão passar por uma nova análise dos planos de trabalho. Ele ressalta ainda que é importante que se tenha os sistemas regionais, como no caso do Tocantins, o uso da água da chuva, disse ainda que não adianta mudar o nome do procedimento, licenciamento, e continuar com os mesmos critérios para regularização. Com a possibilidade de uso das águas coletadas das chuvas, foi sugerido que fosse tirada a necessidade de licenciamento do uso da água, o que facilitaria a regularização. Carlos diz ainda que estão mudando a lei, mas na realidade, não se mudou muita coisa, retiraram algumas exigências mas, o “mar de papel” continua o mesmo. O palestrante ressalta, que deve-se trazer os produtores para serem nossos aliados na questão ambiental, não deixando-os contrariados por tantos trâmites para se conseguir um licenciamento. O Ruraltins informou que ainda haverá uma reunião com representantes do Governo Federal, para tratar sobre o uso do maquinário que está sendo disponibilizado, levando-se em conta a indisponibilidade de pessoal no órgão, sendo que a cadeia produtiva de peixe, já está sendo alvo de grandes esforços. Não damos conta de fazer tudo de uma única vez, mas, o que já foi planejando e aprovado, iremos atender no momento, juntamente como Naturatins, disse a presidente do órgão. Para o representante do Naturatins, a intenção é mudar a legislação estadual, pois a legislação federal também está passando por mudanças. Existe uma discussão para facilitar o licenciamento, temos como mudar o quadro atual, invertendo o modo como as coisas são realizadas atualmente, o processo de escavar um tanque numa área que não é APP e não vai ter impacto, não pode ser vista como sendo de um empreendimento que tenha a necessidade de fazer o licenciamento, finaliza. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 33 de 107 Propostas Ampliar número de técnicos, principalmente do Ruraltins. Promover a capacitação dos técnicos Buscar junto as instituições de ensino a implementação de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação que atenda o setor da pesca. Buscar junto aos órgãos competentes mais facilidades nos licenciamentos para a produção de pescado, como dispensa do uso da água em caso de utilização da água da chuva. Promover o estudo de novas técnicas de produção de pescado e a viabilidade de sua implantação no Estado. Promover a logística para implantação de uma fábrica de ração. Promover a integração da cultura da pesca com outras cadeias produtivas. Oferecer apoio aos pequenos produtor do parque aquático com abertura e conservação das estradas, instalação de rede elétrica, formação de pátios para manobra e estacionamento de veículos pesados, aquisição de galpões para armazenamento e escritórios, área de tratamento de água, píer para embarque e desembarque de insumos. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 34 de 107 Silvicultura Realizado no dia 03/10 – das 8h às 12h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Encerramento Palestrantes Abertura Vídeo Moderador Silvicultura Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Silvicultura do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo da Silvicultura. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 8h Encadeamento Produtivo Simone de Fátima Miranda – SEBRAE Flávio Moura Lima – Suzano Celulose: Mercados e tendências do setor da silvicultura no Brasil Irajá Abreu – Aretins - Associação dos Reflorestadores do Tocantins: Cenário Atual da Silvicultura no Tocantins Nelson Barboza Leite – Eco Brasil Florestas: Principais desafios para tornar a silvicultura competitiva no Tocantins Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 12h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 35 de 107 Mercado / Consumo Industrialização Produção Fornecimento de Insumos e matéria prima Encontros Regionais da Indústria - Silvicultura Cenário Atual Sugestão de Melhoria Necessidade de solicitar com antecedência os Facilitar os trâmites burocráticos insumos (Programa Anual) Necessidade de planejamento Grande busca de insumos Logística excelente do município Cenário Atual Necessidade de parcerias com grandes atores do setor Necessidade de bons insumos Sugestão de Melhoria Mapeamento do RURALTINS plantio do eucalipto Montar um viveiro com a EMBRAPA para melhoria da produção Necessidade de muita água Montar um centro de celulose no Estado Necessidade de terra adequada para produção Déficit híbrido Cenário Atual Vulnerabilidade das plantas a doenças Falta de conhecimento do material genético Inexistência de centro de estudo sobre genética nas áreas de cultivo Cenário Atual As dificuldades com licenciamento ambiental, entraves jurídicos e procedimentos do governo dificultam o desenvolvimento do setor. O mercado é bom, mas a burocracia dificulta. Faltam parcerias com empresas Excesso de processos junto a NATURATINS Sugestão de Melhoria Conveniar órgãos estaduais com MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) Descentralizar órgãos como o RURALTINS Sugestão de Melhoria Fomentar a instalação de uma indústria de celulose em Araguaína 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 36 de 107 Inovação Boas Práticas Reformular os processos de licenciamento ambiental semelhante ao modelo de Mato Grosso do Sul Melhorar a pesquisa genética para aumento de produtividade Incentivar o cultivo da seringueira Sustentabilidade Incentivar a melhoria genética da árvore Teca Utilizar a seringueira como recursos sustentáveis Viabilizar a industrialização da borracha Viabilizar o processo primário do látex antes de chegar na indústria de processamento de borracha Seringueira Potencialidade s Investimento Incentivar a instalação no estado de indústria de celulose Mogno Africano Plantio de Teca Análises O mercado de hoje não permite a não sustentabilidade que está relacionada ao desenvolvimento social, meio ambiente equilibrado e ser economicamente viável. Os principais problemas enfrentados no setor da silvicultura apresentado pelos especialistas e os participantes foram a falta de Infraestrutura, de estradas e o custo muito alto de produção. De acordo com eles, os gastos com as terras estão cada vez mais altos. Também são gargalos da área, a insegurança jurídica, a falta de regulamentação, licenciamento ambiental, falta de desenvolvimento tecnológico, déficit hídrico, solos pobres com distúrbios nutricionais, pragas e doenças, fogo aculturado, falta de treinamento e capacitação para melhorar a mão de obra e também a dificuldade de acesso a financiamentos para florestas. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 37 de 107 Propostas Redução de impostos. Declarar políticas públicas para trazer indústria de celulose. Criar um ambiente favorável para um processo de industrialização no Tocantins. Reforma tributária e trabalhista. Linhas de financiamento para pequenas empresas. Foco no custo para potencializar a área. Desenvolver uso de técnicas e operações de plantio mecanizadas. Regularização fundiária; o Estado tomar ciência que existe sérios problemas com a falta de regularização e solucionar. Maior preocupação do Estado com uma cadeia de pesquisa, de empenho concreto no que diz respeito à pesquisa para dar suporte ao que está sendo feito. Criar mecanismos de proteção às queimadas. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 38 de 107 Leite Realizado no dia 03/10 – das 8h às 12h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Encerramento Palestrantes Abertura Vídeo Moderador Leite Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia do Leite do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo do Leite. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 8h Encadeamento Produtivo Simone Bezzan – SEBRAE Rodrigo Sant’Anna Alvim: Cenários e perspectivas para o mercado lácteo Turismo Receptivo: como se preparar para atuar no mercado Edson Pedro Alves de Souza – Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis/GO: Caso de Sucesso Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis GO – COOMAP Sergio Ferraz Ribeiro Filho – Fazenda Bela Vista/MG: Evolução tecnológica na produção leiteira Marcos Pitondo – Indústria de laticínios CREMOLAT – Bernardo Sayão/TO: Principais desafios da indústria de laticínios no Tocantins Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 12h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 39 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Encontros Regionais da Indústria - Leite Cenário Atual Sugestão de Melhoria Falta ou pouca oferta de leite; Falta estimulo Baixar custos dos insumos básicos para para desenvolvimento; Falta indústria de industrialização do produto; Buscar ração/fertilizantes. atrair indústrias para o setor. Falta de matrizes leiteiras; Fornecimento de Aquisição de matrizes leiteiras. medicamentos matéria prima. Falta de Investimentos; Pauta de Leite cru muito alto. Crédito baixo para aquisição de matrizes leiteiras; Fiscalização sobre os produtores de leites e derivados clandestinos. Burocracia para aquisição de crédito. Falta de crédito para aquisição de matrizes de boa qualidade genética. Estradas ruins. Cenário Atual Qualidade ruim do Leite Fornecido; Baixa qualidade do gado; Logística de coleta ruim. Produção Transporte deficiente (falta de estradas e pontes); Infraestrutura precária; Baixa produção e produtividade. Média baixa de litros de leite p/Km rodado; Investimento em infraestrutura / armazenamento; Baixa utilização de tecnologia. Queda de energia elétrica; Qualidade de mão de obra. Distância dos fornecedores; Desequilibrada relação "receitas x despesas" - O produtor "paga" para trabalhar. Estruturar órgão de consultoria técnica. Melhoria do valor do crédito por unidade animal; Ampliar linha de crédito. Crédito mais acessível. Melhoria das estradas. Sugestão de Melhoria Qualificação da mão de obra Inicial; Programa balde cheio- Senar; Melhorar a assistência técnica para produtor. Aumento da produtividade das bacias leiteiras; Cursos de qualificação na área específica. SENAI/SENAR/SEBRAE; Utilização de tecnologias. Melhoria dos acessos aos produtores. Treinamento de mão de obra. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 40 de 107 Industrialização Cenário Atual Falta de mão de obra qualificada; Indústria penalizada pela falta de fiscalização dos produtos clandestinos; Pouca diversificação de produtos. Falta de suporte ao negócio; Concorrência desleal; Produção abaixo da capacidade instalada por falta de matéria-prima na indústria. Falta de profissionais de suporte. Elevada carga tributária. Mercado / Consumo Regularidade da oferta e Produto. Sugestão de Melhoria Qualificação da mão de obra Inicial; Vigilância para todos; Diversificação da indústria/ novos produtos. Qualificação da mão de obra de apoio e suporte. Complementar todas as etapas da cadeia; Infraestrutura de resfriamento do leite nos assentamentos. Diminuição da carga tributária; Explorar nichos de mercado que agregam mais valor ao produto. Campanhas de consumo de leite. Cenário Atual Guerra fiscal; Falta de conhecimento do mercado; Qualidade baixa do leite. Sugestão de Melhoria Reforma tributária (finalizar); Ferrovia pode baixar alguns custos; Implantar programas de melhorias da qualidade IN62. Pouca sensibilização para o consumo; Expansão do mercado; Venda clandestina do leite competindo com a indústria. Investimento em mídia incentivando o consumo do leite; Informação de outros mercados; Criar laboratórios credenciados para análise do leite. Maquinário de alto preço. Buscar redução de Impostos; Campanha de incentivos ao consumo. Incentivar fiscalização aplicando as leis específicas Buscar políticas de incentivo fiscal para tornar o leite mais competitivo. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 41 de 107 Análises Tendo em vista a necessidade em que muitos produtores têm de adquirir mais conhecimento para aumentar a produção leiteira no Estado, os palestrantes Rodrigo Sant’anna Alvim, Edson Pedro Alves de Souza, Sergio Ferraz e Marcos Pitondo conseguiram atingir o grande objetivo do workshop, que discutiu os mais variados assuntos no que tange a cadeia leiteira no Estado. Através da sua palestra sobre cenários e perspectivas para o mercado lácteo, Rodrigo Alvim repassou aos produtores conhecimentos de como se preparar para atuar no mercado. Conforme dados expostos por ele, não há leite suficiente para abastecer a indústria tocantinense, pois a demanda do estado pela produção é grande. De acordo com os dados apresentados, problemas climáticos contribuíram para a redução na oferta de leite nos Estados Unidos, União Europeia, Nova Zelândia, Argentina, Austrália e Uruguai. Apesar dos dados positivos apresentados para o País, através da palestra concluiu-se que a indústria leiteira precisa inovar mais. O mercado oferece poucos produtos lácteos. Ao inovar, o consumo irá, automaticamente, aumentar. Outra oportunidade seria o aumento da exportação. Além da inovação, há ainda a demanda na compra de animais. Já o palestrante Edson Pedro Alves de Souza, mostrou o caso de sucesso da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Coomap), no estado de Goiás. De acordo com ele, hoje a indústria leiteira viu que, com o setor organizado é mais fácil conduzir a produção. Para Edson, ações integradas e a busca por projetos, como o Balde Cheio do Sebrae, são necessários para o bom resultado no que tange os trabalhos na área leiteira. O palestrante Sérgio Ferraz Ribeiro Filho, da Fazenda Bela Vista (MG), falou sobre a evolução tecnológica da cadeia leiteira. Conforme exposto por ele, a modernização através de ordenhas, alta concentração de animais em um mesmo local, além de serviços de terraplanagem, são essenciais para o bom resultado dos trabalhos. Entre as necessidades na cadeia leiteira no estado, estão: necessidade de se organizar em cooperativas, acesso a créditos, melhor negociação pelo volume, busca de matrizes em região produtora, melhora no trabalho com touros através da inseminação artificial, incentivos fiscais estadual e federal, aquisição de caminhões, tanques comunitários e melhora nas estradas. Já Marcos Pitondo, da Indústria de Laticínios Cremolat, em Bernardo Sayão (TO), falou sobre os principais desafios da indústria de laticínios no Tocantins. A maior necessidade, de acordo com ele, é a necessidade de conhecimento do que se produz. Qualificação de mão-de-obra necessidade de tanques de resfriamentos adequados, também foram pontuados por ele. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 42 de 107 No ponto de vista de quem mexe com a indústria de laticínios, Marcos elencou a importância do combate à clandestinidade, melhoria nas estradas, investimento em assistência técnica, treinamento com colaboradores e a necessidade de instalação da câmara setorial do leite. Tendo como moderadora a colaboradora do Sebrae, Simone Bezzan, o workshop abriu para as perguntas do público. O palestrante Sérgio foi questionado sobre a existência de cartel em laticínios. Segundo ele, o próprio laticínio estabelece o preço dos seus produtos. Existe variação de preços, por isso a necessidade dos produtores se reunirem em associações e buscarem cooperativas. Há também a falta de leite no país, conforme completou o palestrante Rodrigo. Grande parte das indústrias brasileiras estão ociosas e existem momentos em que prevalecem a formação de cartéis na indústria leiteira. Ele reforçou a necessidade de organização em cooperativas, e deu o exemplo da Europa, onde 84% da produção leiteira está concentrada em cooperativas. Único dono de laticínio presente no workshop, João Araújo contou que, para fazer girar o negócio na cadeia leiteira, ele abre as portas para o mercado: repassa leite para outros laticínios, vende touros e vacas. A intenção, de acordo com ele, é fomentar a bacia leiteira. Mila Jaber, diretora-técnica do Sebrae-To, explicou que a intenção do Sebrae é ouvir produtores, empresários de laticínios, para agregar conhecimentos à equipe do Sebrae Tocantins e subsidiar no planejamento estratégico da entidade. Ela falou ainda da necessidade de uma formação continuada e o que fazer para conquistar o mercado com produtos de valor agregado e os caminhos de transformação da matéria-prima. Propostas Capacidade do Setor Lácteo trilhar os mesmos caminhos da cadeia de carne, soja, milho e sucroalcooleiro. Aumento da competitividade em todos os segmentos da cadeia produtiva de leite. Capacitação e investimento em assistência técnica. Necessidade de organização em cooperativas e associações. Melhor acesso ao crédito. Busca de matrizes em regiões produtoras. Melhoria das estradas. Necessidade de tanque de resfriamento adequado. Combate à clandestinidade. Procurar nicho de mercado que existe na reunião em que se deseja produzir. Busca de gado que tenha maior resistência ao calor. Adequar a alimentação do gado. Melhoramento genético. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 43 de 107 Turismo Realizado no dia 03/10 – das 14h às 18h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Palestrantes Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia do Turismo no Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo do Turismo. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 14h Encadeamento Produtivo Neila Tizzo – SEBRAE Karem Baena Basulto - KBB Consultoria em Turismo: Turismo Receptivo: como se preparar para atuar no mercado Encerramento Abertura Vídeo Moderador Turismo Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. Rita de Cássia Duarte Neves – Rota da Iguana: Potencial turístico do Tocantins 18h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 44 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Produção Industrialização Encontros Regionais da Indústria - Turismo Cenário Atual Sugestão de Melhoria Falta mão de obra qualificada; Qualificar a mão de obra do setor; Criação de um Faltam profissionais do setor que curso superior de turismo na cidade. falem outros idiomas; Faltam de regularização fundiária - pontos turísticos em locais privados. Faltam empresas com foco no Fomentar a instalação de uma Cia Aérea em Gurupi; fornecimento de insumos para o Investimento do poder público no setor durante todo segmento hoteleiro; Falta Cia. o ano. Aérea que atendendo a cidade de Gurupi; Falta de estrutura nos pontos turísticos. Faltam cursos voltados para o Fomentar a instalação de hotéis nas margens dos segmento do turismo; Rios Tocantins e Araguaia. Dificuldade de acesso aos maiores pontos turística. Investir em mídia em outros estados para atração de investidores para o Tocantins; Promover a conscientização do empresário para tratar o ponto turístico privado com profissionalismo. Cenário Atual Falta mão de obra especializada; Produção alta nas temporadas, porém desorganizada. Sugestão de Melhoria Logística ruim - chegada de avião em somente em Palmas; Falta de qualificação da mão de obra. Qualificar a mão de obra e sensibilizar o funcionário para a importância de atender bem o turista. Falta infraestrutura para conhecer a Ilha do Bananal; Os dados recebidos durante a realização de ações não são divulgados. Cenário Atual Criar um instrumento de apoio ao turista que pretenda conhecer a Ilha do Bananal; Divulgar os dados recebidos com análise de informações. Pouco investimento do poder público por não ser uma cadeia prioritária para o governo. O poder público deveria incentivar e acompanhar o setor, oferecendo subsídios para o crescimento do setor. Sugestão de Melhoria 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 45 de 107 Investimento Sustentabilidade Inovação Mercado / Consumo Cenário Atual Crescimento do Turismo de negócios na cidade; Falta informação ao turista; Mercado aquecido, porém despreparado. Crescimento dos eventos de formatura; Poucas informações e divulgação superficial. Crescimento dos eventos do agronegócio. Crescimento do mercado de Shows / Eventos. Sugestão de Melhoria Criar condições para atração de indústrias e empresas; Criar uma campanha informativa e que estimule a população a acolher o turista; Criar um programa de divulgação na mídia sobre os diferentes "tipos" de turismo no Tocantins Melhorar a infraestrutura municipal; Aumentar a consciência do setor sobre sua importância para o desenvolvimento do Tocantins. Criar uma orla em volta do lago de Araguaína; Valorizar os pontos turísticos e oferecer apoio para sua adequada estruturação. Criar um Centro de Convenções em Araguaína; Criar uma política pública de incentivo ao turismo no Tocantins. Criar maiores ofertas de turismo e lazer. Aumentar a frequência de feiras e eventos no município. Melhorar a segurança e a sinalização pública. Fomentar a ocorrência de eventos de negócios. Boas Práticas Criação do espaço cultural; Apoio dos governos do estado e municipais, bem como do SEBRAE. Criação de locais atrativos voltados para cultura e lazer; Praias com esgoto municipal (exemplo: município de Peixe - TO). Divulgar os locais atrativos nas cidades; Segurança aos turistas - em especial nas praias. Incentivar à criação de estruturas de lazer com foco na sustentabilidade; A ACIARA (Associação Comercial de Araguaína) já realizou uma campanha de conscientização do público quanto a utilização das praias do Araguaia. Essa campanha ganhou mídia local, melhorou o atendimento nas praias e gerou mais movimento comercial; esta iniciativa pode ser modelo para outras cidades. Criar projeto sustentável em volta do Lago Sul em Araguaína. Buscar alternativas de turismo ambiental. Melhorar o saneamento básico. Criar programas de preservação da água. Melhorar o acesso ao crédito. Investir na infraestrutura da cidade. Buscar maiores Incentivos fiscais. Incentivar o turismo gastronômico. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 46 de 107 Potencialidades Boas Práticas Buscar maior apoio do poder público para investimento no turismo de lazer / recursos naturais. Análises Comportamentos empreendedores e propostas para o fomento do turismo foram elencadas no workshop de Turismo. O evento teve como palestrantes Luiz Carlos Barboza- da LCB Consultoria Organizacional; Karem Baena Basulto, da KBB Consultoria e Turismo; e Rita de Cássia Duarte Neves, da Rota da Iguana. A competitividade no ramo turístico foi fator crucial para atingir às soluções propostas durante o workshop. O palestrante Luiz expôs desafios do turismo brasileiro como deficiências em áreas de segurança, educação, saúde, higiene, tributação, política de qualificação profissional, falta de cultura de encadeamento de negócios, sintonia do turismo com o setor cultural, entretenimento e melhor definição dos produtos turísticos do estado. Uma proposta de um programa de competitividade articulando níveis estadual e nacional foi proposta pelo palestrante, além de elencar a necessidade de construir um plano estratégico para o estado referente ao ano de 2020 a 2025. O plano deve surgir com a intenção também de interagir com todas as políticas voltadas para o desenvolvimento do turismo, elaborado de forma participativa. A palestrante Karen citou a necessidade de um planejamento estratégico para entender as potencialidades que existem no estado e a importâncias das responsabilidades na área, a serem assumidas de forma individual e coletiva. Além disso, ela afirmou haver a necessidade do desenvolvimento de materiais promocionais que “vendam” atrativos tocantinenses. Já a palestrante Rita, mostrou os principais pontos turísticos no Tocantins, no que se refere ao turismo ecológico: Jalapão, Parque do Cantão, Turismo Indígena, Serras Gerais. Cobrando que seja mais explorado o turismo histórico do estado. Ela também mostrou que o perfil do turismo no Tocantins é também o de negócios: os turistas buscam melhor oportunidade de preços, qualidade de ambiente, possuem mais senso crítico. Ao fim, o workshop abriu para perguntas do público, voltadas para a elaboração de um plano de desenvolvimento integrado de turismo e orientações para atrair turistas e melhorar roteiros. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 47 de 107 Propostas Investimentos para capacitação. Aumento da competitividade. Melhorar infraestrutura das cidades com potenciais turísticas. Elaborar uma visão estratégica continuada. Elaborar uma cultura de encadeamento de negócios. Necessidade de representantes públicos que articulem demandas e organize ofertas para promoções do turismo em todos os níveis. Melhor definição dos produtos turísticos. Construção de um Plano Estratégico de 2020 a 2025, que interaja políticas voltadas para o desenvolvimento do turismo. Alinhar com o Plano estratégico do Turismo políticas voltadas para a segurança, saúde, meio ambiente. Estabelecer tributações estadual e municipal, que estimulem a atividade. Estabelecer políticas de qualificação de mão-de-obra. Certificar profissionais. Definir diretrizes estratégicas, que entendam ofertas e demandas. Desenvolver materiais promocionais, que “vendam o produto”. Identificar nichos de mercado e inserir no cenário turístico, tendo em vista que um gargalo estrutural pode ser uma oportunidade para se fazer um plano de ação. Criar produtos que podem ser divulgados e comprados em qualquer parte do mundo. Reestruturar o Conselho Estadual e Fórum Estadual do Turismo. Fiscalizar atividades, no sentido de parcerias. Liberações de créditos para o setor, sem tanta burocracia. Aumentar o acesso às soluções tecnológicas. Profissionalização do Trade turístico. Formação de uma cultura organizacional. Continuação de um planejamento estratégico. Buscar orientações para melhorar roteiros. Participação na elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo. Planejamento estratégico para que os agentes privados e públicos atuem em conjunto. Recursos para capacitar e fortalecer as governanças. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 48 de 107 Construção Civil Realizado no dia 03/10 – das 14h às 18h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Palestrantes Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Construção Civil do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo da Construção Civil. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 14h Encadeamento Produtivo Neila Tizzo – SEBRAE Cleci Maria Buss - Superintendência Regional Caixa Econômica Federal: Soluções Caixa para Construção Civil Encerramento Abertura Vídeo Moderador Construção Civil Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. Yane Lopes – Senai/TO: A NBR 15575 18h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 49 de 107 Produção Fornecimento de Insumos e matéria prima Encontros Regionais da Indústria - Construção Civil Cenário Atual Sugestão de Melhoria Alto custo de produção; Insumos no mercado local com preços absurdos; Faltam subsídios fiscais para a indústria de cimento. Alto custo de manutenção de máquinas e equipamentos; Exclusividade de grandes empresas; poucas empresas locais. Os governos não são parceiros. Sistema tributário. Alto custo da energia. Incentivo para implantação de maquinário industrial. Cenário Atual Sugestão de Melhoria Falta mão de obra qualificada; Dificuldade em encontrar mão de obra qualificada; Falta profissional capacitado na SEDUH. Estimular a comunidade para participação nos cursos; Maior oferta de formação de mão de obra nas áreas de marmoraria e construção civil; Criação de seminários específicos para melhorar o funcionamento dos órgãos (SEDUH). Resistência por parte dos funcionários em se qualificar. Criação de um departamento na FIETO para captação de recursos. Burocracia nos órgãos públicos para aprovação, incorporação e averbação (SEDUH não funciona bem). Criação de uma campanha de educação e estímulo ao cumprimento de normas técnicas. Insegurança jurídica na questão tributária municipal para o setor da construção civil. Implantação de um sistema On-Line para documentação e aprovação de projetos. Fiscalização não tem sido educativa, mas punitiva. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 50 de 107 Industrialização Mercado / Consumo Cenário Atual Equipamentos atuais atendem o setor; Falta controle de qualidade durante o processo produtivo. Falta fiscalização; Problemas com a questão do resíduo sólido da construção civil. Sugestão de Melhoria Ampliar a qualificação profissional da mão de obra; Implantação de uma política pública para gestão dos resíduos de construção. Criação de um local apropriado para deposição de resíduos. Ampliar incentivos fiscais; Maior oferta de crédito para capital de giro a juros mais baixos; Criação de um modelo de reaproveitamento de resíduos de construção. Incentivar a implantação de empresas que produzem insumos. Cenário Atual Dificuldade nos períodos de chuva; Mercado baseado no preço, sem foco na qualidade; Inadimplência do setor público estadual e municipal. Concorrência com insumos que vem de outros estados; Falta crédito. Medo de trabalhar para o estado. Falta de agilidade para liberação de verba para o pequeno empreendedor. Instituições financeiras lentas para aprovação de projetos. Sugestão de Melhoria Maiores campanhas de esclarecimento quanto à relação qualidade x preço; Após assinatura de contrato de obras, exigir o empenho no ano/calendário (lei). Maior fiscalização de órgãos municipais e conselhos profissionais. Reorganização de toda cadeia produtiva. Análises Iniciando o workshop, o professor Fábio Henrique, comentou sobre os desafios da construção civil, onde segundo ele, assim como nossas necessidades pessoais a área também evolui, estamos entrando em um processo de verticalização em Palmas, amparados na busca das pessoas por questões como segurança, desempenho, durabilidade e conforto na utilização dos espaços, o que fez aumentar sua procura. Ele explicou ainda que um dos desafios do setor é tentar fazer que duas áreas da construção civil andem juntas, qualidade e infraestrutura. Fábio ressalta que um dos desafios é quebrar os paradigmas pela tecnologia, para que os avanços tecnológicos sejam implantados na construção civil, onde segundo o professor devemos estar abertos para as inovações que surgem nos grandes centros do país. A indústria da construção civil é diferente de qualquer outra, a solução para outros ramos não servem para a construção civil. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 51 de 107 Dentre suas peculiaridades podemos citar o fato de que uma obra não é igual a outra, a indústria ter um caráter nômade, ou seja, a indústria sai e o produto fica, produtos não seriados, existe seriados mas não se constitui em regra, grande inércia quanto às alterações, dificuldade de quebrar os paradigmas, a mão de obra. O tempo que se destina ao planejamento é muito menor do que o necessário para que se consiga entregar a obra no prazo e com qualidade. Poucas construtoras tem um setor especifico de planejamento, não é só a construtora, tem todos procedimentos de licitações. Os fabricantes de materiais são um outro gargalo para a indústria local, tem algumas coisas que se compra em outros estados que são mais atrativos e, materiais básicos em que faltam critérios e o atendimento das normas do material, temos que discutir como melhorar os insumos locais, tendo isso como qualidade atestada, facilita para o setor. Outra dificuldade apresentada pelo palestrante é na locação de máquinas e equipamentos, que tem que se buscar fora do Estado. O professor apresentou uma técnica que ainda não é usada no estado que é a utilização de concreto auto-adensável, que tem a vantagem de aumento de produtividade e redução do cronograma, eliminando pelo menos duas etapas da construção, o palestrante explica ainda que, essa técnica propicia também uma melhoria no acabamento e uma melhor qualidade da obra, com relação ao custo de sua utilização com materiais normais, com alguns aditivos podendo ser feito aqui no estado, para resistência baixas ele consegue ser um pouco mais caro, mas quando a resistência aumenta, aí pode-se ter uma economia final, com a redução da mão de obra e de equipamentos. Pode-se ainda utilizar o pó de mármore para fazer este tipo de concreto (sustentabilidade), promovendo mais qualidade e diminuição de custos. Parte dos resíduos pode ser usado de volta na obra, como em argamassa, o que ajuda a resolver o problema da destinação dos entulhos além de tornar a obra mais competitiva e promover a redução dos custos. A coordenadora nacional de construção civil do Sebrae, Helena Oliveira, ressalta que a missão do Sebrae é fazer negócio, segundo ela, o Sebrae existe para contribuir com o pequeno e fazer o link para as grandes empresas. Helena explica que, para se desenvolver estas ações, tem parcerias estratégicas na construção civil, com a Anicer, OAS, Odebrecht, dentre outras, com alguns projetos exclusivos de encadeamento produtivo, também possui parcerias com a CNI, com o Procompi, com a Cerâmica Sustentável e com a Anicer. Ela ressaltou ainda, o trabalho de concretizar a proximidade do pequeno com a grande, onde o grande poderá ter mais opção de fornecedores para não depender de uma empresa apenas da construção civil. Para finalizar Helena cita que a “visão de negócios é quando as grandes empresas conseguem enxergar o potencial das pequenas.” A gerente de crédito real da CAIXA, Cleice Maria, informou que a dificuldade de crédito para o setor não existe e, que a CAIXA é o banco que tem mais participação no crédito imobiliário do país. No apoio a produção o banco abre crédito para financiamento da produção, acompanha a evolução do cronograma e o memorial para verificar se o que está reservado está sendo aplicado. As garantias basicamente se resumem ao 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 52 de 107 empreendimento que está sendo desenvolvido. Na segunda modalidade de financiamento, o banco financia apenas as construtoras, será a construtora que indicará o percentual de financiamento para a obra. Para saber a viabilidade comercial do empreendimento, os seguros são necessários, pode ser utilizado a permuta de terrenos, sendo em relação ao uso deles, que o terreno pode ter 75% do seu valor colocado como garantia. Já sobre a modalidade para micro e pequenas empresas, obedece os mesmos parâmetros, para empreendimentos com até 200 unidades, om financiamento com faturamento anual bruto de até 15 milhões, o que atrai os investidores para essa modalidade, ao invés do imóvel na planta, ele pode ajustar as parcelas. Helena finaliza dizendo que a falta de recursos não existe, segundo ela, a CAIXA tem cerca de 100 funcionários para atender e dar sequência a esse processo, temos condições de fechar a análise em 30 dias. A instrutora do Senai, Yane Lopes, abordou a importância de se adequar as normas de edificação habitacionais. Explicando que a norma entrou em vigor em julho deste ano sendo especifica para edificações habitacionais. A norma traz melhorias de modo geral, pois contribui para a modernização tecnológica e estabelece padrões mínimos de qualidade que são baseados no desempenho e na durabilidade da obra. A norma abrange a qualquer número de pavimentos, qualquer tipo de tecnologia, germinadas ou isoladas sendo válida em todo o território brasileiro. As exceções, onde a norma não se aplica são em obras já concluídas, em construções em ampliação, obras em andamento na data de entrada em vigor da norma, projetos protocolados nos órgãos até a data de aplicação da norma, obras em reforma ou retrofit, edificações provisórias também estão fora da nova norma. A falta de atenção dada, na formulação dos projetos, foi comentada, pois os mesmos têm ficado em segundo plano dentro dessa cadeia produtiva. Não há meios de colocar ordem em um canteiro de obras, cujo projeto tenha sido deficitário, mal elaborado. A maioria dos municípios não tem estrutura e nem pessoal para projetos, assinam convênios mas não têm capacidade de fazer o projeto. Existe a verba direcionada, mas, não se tem estrutura para elaborar os projetos. Sobre as práticas adotadas para adequar as obras ao clima, a CAIXA informou, fazer exigências para garantir a qualidade dos empreendimentos, levando em conta, este aspecto também. Mesmo as edificações de interesse social há uma preocupação com a condição térmica. O Sinducon ressaltou que, a norma é um marco regulatório, sendo muito importante que os empresários e todas as áreas que vão construir devem segui-la, ela não é lei, mas é a norma utilizado pelo judiciário para punir as empresas. É a segurança técnica que a construtora vai colocar dentro do manual do, e uma maneira da construtora se proteger se ela for acionada no futuro. É preciso que a construção civil o, mercado imobiliário, preste atenção na norma, desempenho térmico aqui é crítico e, se não for atendido, pode gerar custos enormes. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 53 de 107 Propostas Capacitação da mão de obra. Criar políticas de valorização e reconhecimento da importância do profissional da construção civil, como pedreiros, serventes, pintores e etc. Buscar as inovações tecnológicas. Adequação as normas estabelecidas para o setor de construção civil. Adequação das obras as condições climáticas da região. Valorização da etapa de formulação de projetos, dando a sua devida importância a essa etapa, ao profissional e aos prazos para a execução dos mesmos com qualidade. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 54 de 107 Madeira e Mobiliário Realizado no dia 03/10 – das 14h às 18h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Encerramento Palestrantes Abertura Vídeo Moderador Madeira e Mobiliário Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Madeira e Mobiliário do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo de Madeira e Mobiliário. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 14h Encadeamento Produtivo Simone Bezzan – SEBRAE Adenilson Rodrigues de Freitas – Diretor do Intersind Ubá/MG: A importância da criação de um AP Cesar Augusto Modena – SENAI: Estratégias para a Capacitação de Pessoas Jorge D’Ambros –UFT: Gestão estratégica de uma Indústria Movelaria no Tocantins Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 18h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 55 de 107 Fornecimento de Insumos e matéria prima Produção Encontros Regionais da Indústria - Madeira e Mobiliário Cenário Atual Sugestão de Melhoria Alto custo de Logística; Operação da ferrovia Norte-Sul - com plataformas Matéria prima vem de fora; ativas; Estimular a instalação de empresas de matéria Aquisições realizadas nos prima para o Tocantins; Rever políticas de substituição Estados vizinhos devido a tributária. diferença de tributação. Alto custo de tributos (alíquota Incentivos fiscais em políticas públicas; Maior do Estado); Falta de valorização de empresas locais em questão de engenheiro mecânico para incentivos; Diferenciação de alíquotas para insumos e assinatura de cadastramento matéria prima. de caminhão baú. Baixa disponibilidade de Maior disponibilidade de produtos na região. produtos. Pouca inovação em materiais; Montar um centro de distribuição. Falta qualificação de mão de obra. Pouco incentivo fiscal para Maior busca de conhecimento - maior participação em industrialização. feiras e exposições. Logística de retorno com produtos. Faltam políticas públicas para o setor. Cenário Atual Baixa qualificação profissional; Baixa produtividade por falta de pessoal qualificado; Faltam profissionais capacitados. Incentivos fiscais voltados para segmentos específicos. Maquinário obsoleto (serralheria); falta de investimento por parte do governo; Alto custo de produção. Leis trabalhistas; Maiores incentivos (consultorias) para maior facilidade de crédito. Dificuldades e burocracia para aquisição de máquinas; Facilidade de crédito junto aos bancos para concorrer com grandes empresas; Aumento do mercado informal; Custo dos impostos (energia, ICMS, combustível, etc.). Modernizar o maquinário; Cursos profissionalizantes para o segmento (os empresários poderiam até oferecer as máquinas e equipamentos para os cursos). Sugestão de Melhoria Elaborar um projeto de qualificação de mão de obra para os setores de serralheria e marcenaria; Apoio aos empresários na gestão do negócio (administração); Maior envolvimento do SENAI em programas de capacitação específicos para o setor. Revisão no seguro desemprego; menor burocracia; Maior agilidade nos processos de concessão de licenças. Financiamento voltado para o segmento; menor burocracia; Rever políticas tributárias dos insumos e matéria prima. Fiscalização orientada. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 56 de 107 Industrialização Mercado / Consumo Cenário Atual Máquinas e equipamentos obsoletos; Indústrias pequenas faltam investimentos; Falta de competitividade por obsolência do maquinário. Melhorias nos micros e pequenas empresas; Produtividade baixa. Sugestão de Melhoria Facilidade na linha de crédito para aquisições; Maior apoio do governo para as pequenas empresas deste segmento; Melhores linhas de crédito pelas agências de fomento e BNDES. Faltam maiores inovações para concorrer em igualdade de condições com empresas de fora. Disponibilização de lotes em distritos industriais em localização viável e de fácil acesso para colaboradores e clientes, em acordo com sindicatos; Buscar maior apoio do governo incentivo à inovação; Criação de uma cédula de crédito. Cenário Atual Inexistência de incentivo aos governos municipal e estadual para compras locais; Altos juros; Muita informalidade no setor. Desvalorização do mercado local; Poucos incentivos do governo. Sugestão de Melhoria Incentivo a compras governamentais; valorização do produto local; Ações de fiscalização para educação. Criação de um polo para o segmento - apoio de prefeituras (condomínio industrial); Cotação da madeira em R$, hoje é feita em U$; FNO - ser trabalhado por outros bancos além do Banco da Amazônia. Oferta de serviços de orientação e qualificação para micro empresário antes de ingressar no condomínio; Maior proximidade junto ao SEBRAE para ajudar as empresas pequenas a crescerem; Estabelecer políticas para antecipação de recebíveis nas operações com nota de empenho. Abrir licitações para empresas locais; Maior acesso a linhas de crédito; Parceria do setor com o SEBRAE para fomentar a formalidade. Falta de consumidor / mercado Criação de uma política de incentivo p/ exportação moveleiro; Incentivar a estadual - zerar alíquotas. instalação no Tocantins de empresas fornecedoras de insumos. Alto custo da mão de obra. Alcançar maior equilíbrio entre compra de matéria prima e venda final. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 57 de 107 Análises Os principais gargalos apresentados pelos especialistas e profissionais do ramo da Madeira e Mobiliário foram a falta de capacitação profissional, logística de produção e distribuição da madeira, sustentabilidade sócio ambiental, concorrência do mercado externo, fusão de grupos varejistas, dificultando o acesso de pequenas empresas ao mercado. A defasagem tanto da mão de obra como de equipamentos foi um dos problemas muito debatidos pelos palestrantes, que exemplificou a situação do marceneiro como a de um profissional que está sumindo do mercado de trabalho, o alfaiate. Essa comparação foi para que os presentes entendam a importância de acompanhar as mudanças tecnológicas, o aperfeiçoamento de pessoal, para que os profissionais da madeira não sumam. Sobre a falta de mão de obra qualificada, foi dito pelo diretor do Senai/Cetemo (Centro Tecnológico do Mobiliário do Rio Grande do Sul), Cesar Augusto Modena, que esse cenário não é privilégio do setor moveleiro, mas de muitos outros segmentos. A falta de projetistas nas empresas moveleiras também impede que o profissional entenda o que o cliente quer. São as chamadas barreiras à implementação da estratégia. Os negócios precisam ser planejados. Também foi explanado pelos palestrantes que os pequenos produtores de móveis estão concorrendo com as grandes empresas. Hoje, o desafio é capacitar na automação, nas novas tecnologias. Uma outra necessidade é a de atrair os jovens para trabalhar com o ramo da madeira, porque eles pensam que a indústria moveleira não tem alta tecnologia, o que é falso. Para mudar essa realidade, é de grande importância mostrar uma nova realidade da empresa moveleira. Também pontuaram a dificuldade de medir resultados. Aquilo que o profissional não consegue medir, não há como saber onde melhorar. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 58 de 107 Propostas Parâmetros salariais (Planos de Cargos e Salários bem definidos). Relacionamento com clientes, rede de parceiros (Sebrae, Sindicato, e Universidade). Estrutura de Custos. Estratégia de buscar cliente. Capacitação técnica. Postura e atitudes adequadas. Motivação para o trabalho. Capacitar de forma permanente e valorização dos funcionários. Aproveitar oportunidades gratuitas (Pronatec, etc.). A inovação, a busca por melhoria dos produtos, participar de feiras nos grandes centros. Atuação do Sindicato do setor moveleiro junto com as governanças do Estado. Criar maneiras de atrair os jovens para trabalhar no setor. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 59 de 107 Minérios e Minerais não Metálico Realizado no dia 03/10 – das 14h às 18h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Palestrantes Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia da Minérios e Minerais do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo de Minérios e Minerais. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 14h Encadeamento Produtivo Luismar Mendes – SEBRAE Ronaldo Lima – Gerente Executivo – IBRAM Amazônia Encerramento Abertura Vídeo Moderador Minérios e Minerais Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. Fábio Lúcio Martins Júnior – Superintendente DNPM/TO: O Setor Mineral no Estado do Tocantins – Conjunto Atual e Tendências 18h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 60 de 107 Fornecimento Encontros Regionais da Indústria - Minérios e Minerais Cenário Atual Sugestão de Melhoria Dificuldade no fornecimento de materiais (peça mecânica, elétrica e serviços); Metalurgia local com qualidade nos materiais; Alto custo do frete. Elaborar um estudo que fomente empreendedores para atender a referida demanda; Estímulo a instalação na cidade de uma distribuidora de matérias primas (alumínio perfil estruturado) e acessórios. Energia com preço alto; Matéria prima própria, por que elas vem de fora; 90% do alumínio vêm de São Paulo. Produção Concorrência desleal no segmento de marmorarias. Cenário Atual Sugestão de Melhoria Dificuldade com mão de obra qualificada; Dificuldade com qualificação da mão-deobra; Falta mão de obra especializada. Formação de mão de obra; Falta empresa que forneça a matéria prima (marmoraria) na sua maioria vem do Estado do Espírito Santo; Curso para qualificação da mão de obra na área ofertado pelo SENAI. Viabilizar os custos. Faltam equipamentos especializados. Convidar empresários do setor para participarem de feiras e congressos de máquinas p/setor pela Fieto. Carga tributária alta. Falta de incentivo. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 61 de 107 Mercado / Consumo Industrialização Cenário Atual Burocracia nos processos - dentro das esferas municipais e federal; Acesso ao crédito; Falta espaço para instalação de depósitos. Sugestão de Melhoria Desburocratizar o processo nas esferas federal, estaduais e municipais para as indústrias de base minerais. Ex: licença ambiental, decreto de lavra, requerimento de pesquisa; O Estado precisa criar política de industrialização mais eficaz; Buscar maiores facilidades para linhas de crédito para o setor. Excessiva carga tributária dentro do estado; Crias atrativas para pessoas quererem trabalhar em seus segmentos; Áreas menores para micros pequenas empresas industriais. Precária estrutura das estradas para escoamento da produção; O Estado precisa criar uma política de industrialização para as empresas crescerem; Excesso de burocracia para conseguir lote para as empresas em Palmas; os lotes oferecidos são muito grandes e dificultam a aquisição. Cenário Atual Simples nacional do estado TO é diferente dos demais estados; Incentivo Fiscal; Dificuldade com a falta de mão de obra especializada e com formação de preços. Facilitar as áreas para empresas de todo porto. Diminuir burocracia dos projetos. Sugestão de Melhoria Eliminação do sublimite do Simples Nacional; Entidades educacionais devem formar e informar os empresários do segmento. Falta de incentivos tributários aos empresários; Concorrência desleal quanto a informalidade. Necessidade de discutir o sublimite do simples do estado do TO. Incentivos na logística. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 62 de 107 Inovação Sustentabilidade Investimento Potencialidades Boas Práticas Promover a feira do empreendedor local, e expor todas as demandas da indústria para estimular nos empresários a oportunidade de se qualificar para atender a Votorantim; Máquinas que reduzem o número de funcionários e aumenta a produção; Mudanças na gestão com novos conhecimentos do empresário, novas maneiras de contratação das pessoas, políticas de capacitação da equipe de trabalho; melhoria nos processo produtivo e da segurança. Renovação em maquinário e novas técnicas de trabalho; Atualização da mentalidade do negócio. Aumentar a proximidade da federação com os empresários do setor. Parcerias socioambientais / socioeconômicas (Instituto Votorantim); O Estado do Tocantins cria condições "políticas" de reciclagem de produtos metalúrgicos. Vende para ferro velho e eles vendem para fora; Destinação de resíduos, sobras e sucatas para empresas de reciclagem. Parceria com escolas, onde é realizada educação ambiental. Exemplo de escolas do Maranhão, onde são realizados treinamento e encaminhamento de alunos para dentro da indústria (Fundação - CEI - Centro Educacional Iracema Demito); (Fundação de Apoio à Pesquisa e Tecnologia do Tocantins). O Estado precisa criar políticas educativas para a sustentabilidade e não para punição. Uma máquina que recolha os resíduos. Marketing e Produção/Logística; Na formação de mão de obra. Descentralização; Na tecnologia. Implementação de um laboratório de ensaio de controle de qualidade (conseguir diminuir o trabalho a 10% ganhando tempo e dinheiro); Equipamentos/Máquinas com maior modernização. Investimento em segurança do trabalhador. Energia elétrica. Parceria que tem dado certo: SENAI/SEBRAE; Fundição para reciclar os produtos; Visão de expansão do mercado para outros estados e regiões. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 63 de 107 Análises A apresentação realizada pelo professor do curso de Engenharia de Minas do Centro Universitário, Daniel Francisco Padilha Setti, permitiu uma breve explanação sobre o surgimento da cerâmica e o início das atividades no Brasil (1549). Na sequência, o Professor detalhou a linha de pesquisa do trabalho, que tratava das amostras colhidas na região de várzea em Gurupi-TO. Descobriu-se que a densidade do material encontrado no Estado é média, de 2.5 e que a região produz quartzo puro e caulinite (argila branca). Com ponto de queima baixo e coloração esperada, concluiu-se que o Tocantins é um mercado promissor para a fabricação de telha branca e materiais mais sofisticados, como louças e azulejos, o que ampliaria a produção no Estado e tornaria custos mais acessíveis, já que tais produtos hoje são importados. Assim, há possibilidade e necessidade de implantação de indústrias que fabriquem esse tipo de cerâmica no Estado. O professor Daniel Francisco, apresentou o Panorama da Mineração Brasileira, na explanação do representante do Instituto Brasileiro de Mineração, Ronaldo Lima. Em um breve passeio histórico, Ronaldo Lima deu informações sobre o início da mineração no Brasil, no século XVI, data em que se registra a primeira indústria de ouro no Brasil até chegar ao século XX, quando a indústria automobilística impulsionou a atividade mineradora. Mas, segundo a análise do palestrante, somente neste século (XXI), o Brasil passa a ser grande produtor de minério, com mais de oito mil empresas que trabalham nesta área, sendo que o Sudeste concentra mais de 3 mil delas e o Norte tem o menor número: pouco mais de 500. O Brasil acompanha a tendência mundial na produção mineral. O ferro é o maior produto entre as fontes minerais produzidas no mundo, concentrando 39% da produção. No Brasil, essa matéria-prima representa 63% da produção. A projeção é que até 2015, só o minério de ferro seja responsável por uma produção de 790.000.000 toneladas no País. Apesar de um cenário positivo apresentado pelo palestrante, como a geração de empregos – a atividade mineradora gera 3 empregos indiretos para cada emprego direto , e da qualidade desses empregos, como o fator “salário diferenciado” há entraves que dificultam a expansão desse negócio no Brasil. Nesse sentido, os principais exemplos citados foram: infraestrutura de portos e transporte de cargas quase sucateada, baixo volume de investimento, dificuldade de acesso aos portos, modal aquaviário subutilizado. O superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral no Tocantins, Fábio Lucio Martins Junior, falou sobre “O Setor Mineral no Tocantins – Conjunto Atual e Tendências”. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 64 de 107 De forma breve, porém abrangente, o superintendente pincelou pontos do atual momento da mineração no país, como a queda de produtividade e aumento de custos trabalhistas. Segundo Fábio Lucio, há impactos positivos que ainda sobressaem em meio à crise do setor, como a oferta de empregos, porém os desafios do setor privado como os custos ambientais, pressão da comunidade de áreas exploradas e, principalmente, a diminuição da qualidade dos minerais ainda precisam de reflexão por parte do setor, na busca de uma solução rápida. Com relação ao Tocantins, foco da palestra, o superintendente do DNPM considerou que a produção ainda é tímida, resumindo-se à areia, argila, saibro, rochas britadas e cascalho. Porém, nestes segmentos, o estado ainda consegue se destacar considerando que as substâncias minerais de emprego imediato na construção civil (areia, argila, saibro) tem crescido de forma acelerada, acompanhando o crescimento de Palmas. De acordo com o superintendente, um outro aspecto importante a ser observado nesta atividade no estado é a distribuição de calcário agrícola, que fez o Tocantins aparecer como 6º colocado no ranking nacional nesse tipo de atividade. Para Fábio Lucio, é preciso investimento na infraestrutura, o que hoje ele considera “incipiente”, nos pontos potenciais que o Estado possui para a mineração. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 65 de 107 Propostas Aumento da quantidade de Funcionários do DNPM - mais agilidade nos processos e atendimento. Conscientização dos empresários proprietários de indústrias do ramo minerador. Que não enxerguem mais as empresas como familiares. Que ampliem a visão para saber que é necessário um técnico. Proposta de ajuda do Sebrae com cursos de capacitação neste segmento, bem como do Governo e instituições de Ensino. Marco Regulatório: Preocupação com prazo. Carga tributária e insegurança jurídica. Segurança do trabalhador: preocupação sobre estatísticas de acidentes. Dados são pouco divulgados ou não existem. Mais clareza na obtenção de dados sobre acidentes. Fomento da Mineração: Investimento do Governo na Mineratins. Necessidade de criação de um órgão que impulsione o setor ou mesmo uma superintendência no Governo Estadual que cuidasse de políticas públicas voltadas a esse segmento. Criação de canais de diálogo. Baixar ICMS de frete. É alto com relação a outros Estados. Há empresas que investem em outros estados e podem prejudicar o Tocantins (Cooperativa de Frete). Investimento em Infraestrutura- Logística estradas. Diminuição dos custos de energia elétrica. Incentivos industriais às empresas fornecedoras de insumos. Busca de incentivos federais para buscar melhorias nas empresas existentes. Fiscalização peso por eixo. Capacitação de Trabalhadores – formação de mão-de-obra. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 66 de 107 Confecção e Moda Realizado no dia 03/10 – das 14h às 18h Encadeamento Produtivo - Caminhos, perspectivas e oportunidades. Abertura Tema: Palestrantes Abertura Vídeo Moderador Confecção e Moda Com o objetivo de fomentar discussões e fazer proposições sobre o segmento da cadeia de Confecção e Moda do Estado do Tocantins, será realizado durante o 1º Congresso da Indústria Tocantinense um workshop do setor, visando promover a interação entre empresários industriais e demais atores do encadeamento produtivo de Confecção e Moda. O workshop oportunizará ainda discutir e analisar com especialistas o cenário e os principais gargalos relacionados a aquisição de insumos, produção, industrialização e mercado visando definir propostas para potencializar o desenvolvimento industrial do segmento no Estado do Tocantins. 14h Encadeamento Produtivo Simone de Fátima Miranda – SEBRAE Marcus Fonseca – SENAI CETIQT: Cenário da cadeia produtiva têxtil e vestuário Karine Liotino da Silva – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT: Selo da qualidade têxtil Brasil Encerramento Guido Conrado – SENAI CETIQT: Economia em moda – A criatividade como valor Discussão em plenária e Construção das Propostas de Melhorias da Cadeia Produtiva. 18h 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 67 de 107 Produção Fornecimento de Insumos e matéria prima Encontros Regionais da Indústria - Confecção e Moda Cenário Atual Sugestão de Melhoria Inexistência de empresas fabricantes de insumos para o setor no município; Baixa oferta de capital de giro; Inexistência de empresas fabricantes de insumos para o setor no município; não há fornecedor de tecido plano e nem um grande fornecedor de aviamentos. Falta tecido para camisaria, moda praia e fitness. Inexistência de importadoras na cidade; Faltam representantes para comercialização de matérias primas; Pouca diversidade de materiais no mercado local; baixa qualidade. Buscar atrair atacadistas para o mercado local. Faltam maiores ofertas de linha crédito para compra de maquinário; Necessidade de manter grandes estoques para não faltar mercadoria. Dificuldade para escoar a produção. Atrair empresas importadoras e atacadistas. Cenário Atual Falta mão de obra técnica qualificada; Falta mão de obra qualificada; Falta mão de obra qualificada. Sugestão de Melhoria Aumentar a oferta de cursos específicos em cada área; Maior oferta de cursos de qualificação de mão de obra pelo SENAI; Investimento em formação de mão de obra qualificada em maior quantidade. SENAI ensina os alunos a costurar em TNT; Faltam equipamentos adequados; Alta rotatividade de funcionários. SENAI disponibilizar cursos com a prática em tecidos; Divulgação dos cursos de qualificação nos locais corretos (SINE, Sindicatos, TV, etc.). Baixa produtividade das fábricas locais; Faltam modelistas e desenhistas qualificados; Faltam gerentes de produção e controladores de qualidade qualificados. Melhor capacitação do SENAI nas áreas de corte e costura. Faltam cortadores industriais, serigrafistas e modeladores qualificados. Aumentar a oferta de cursos nas áreas de corte industrial, serigrafia e modelagem. Oferecer cursos em formato intensivos e curtos. Atrair empresas de fora para instalação no Tocantins e criar incentivos fiscais para compras no estado. Maior apoio do poder público e do sistema "S". 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 68 de 107 Industrialização Cenário Atual Dificuldade nas leis trabalhistas; Faltam tecnologias para otimização da produção; Necessidade de gerar valor desde a contratação da mão de obra. Sugestão de Melhoria Aumentar os incentivos para empresas que geram empregos formais; Criação de um polo de confecção em Gurupi para venda de produtos; Maior oferta de financiamento para equipamentos e capital de giro. Alto índice de informalidade; Alto custo de investimento em infra-estrutura e espaço físico. Aumentar a oferta de capacitação de mão de obra; Redução de ICMS para a indústria de confecção. Mercado / Consumo Dificuldade de acesso às tecnologias de ponta por falta de mecânicos; Pouco acesso a linhas de crédito e de capital de giro. Alto custo da energia elétrica. Cenário Atual Oscilação de demanda causando desperdício na produção; Faltam fornecedores locais; Faltam insumos, elevando o custo de produção. Alta criminalidade nas indústrias de confecções; Pouco fomento à organizações de eventos voltados ao setor; Muita burocracia para comercialização. Sugestão de Melhoria Reforçar a segurança pública. Falta melhor divulgação dos trabalhos; Falta de profissionais qualificados para comercialização. Maior incentivo dos poderes municipais e estadual para as compras locais. Discreto mercado local, levando a necessidade de exportar a produção para outros estados. Necessidade de aprender a identificar as tendências de mercado. Criação de um calendário de eventos próprios do setor. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 69 de 107 Sustentabilidade Malha feita com garrafas PET; Reaproveitamento do retalho para confecção de tapetes, colchas de retalho e acessórios femininos; Busca da inovação pelas empresas. Eficiência energética; Reaproveitamento de água das lavanderias; Agregar novos segmentos. Aproveitamento de retalhos para novos produtos; Projetos de reaproveitamento de sobras de tecidos. Maiores investimentos em tecnologia e reengenharia do parque de produção e pessoal. Investimento Sistema CAD nas indústrias; Agregar ao setor outros segmentos. Fomento à inovação com consultores nas empresas; Maior investimento em novas tecnologias. Impressoras que imprimem na malha; Maior investimento em mídias digitais. Identificar melhoria em todos os processos. Buscar novos métodos de produção. Investimentos em reaproveitamento de água e em maquinários com motores mais eficientes e mais econômicos; Criação de um plano de negócio de gestão financeira e plano de investimento; Equipamentos e pessoal. Investimento em berços térmicos, otimizando espaços e pessoas na produção; Melhorar a gestão do negócio; Qualificação de pessoal. Potencialidades Inovação Boas Práticas Malha feita com garrafas PET; Criação de um polo de confecção local para divulgação da produção do Estado; Aumentar os estudos em novas tendências; visitar feiras do setor; buscar novas qualificações. Vender fora. Realizar abertura de mercado; BR-153. Circulação dos pontos de parada dos feirantes; Lavanderia para jeans - existe grande burocracia de entrave. Incentivo à exportação; Associação com 100 pessoas do ramo de confecção; Fomentar a criação de uma grande produtora e distribuidora de jeans. Criar um polo de confecção em Araguaína; Criação de um local único de vendas e distribuição do que é produzido. Criar um shopping de indústrias de confecção. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 70 de 107 Análises Com dados do Ministério do Trabalho e Emprego que projetam para este ano, no Tocantins, um consumo de R$ 850 milhões em vestuário – que equivale a 10% da região Norte, Fonseca trouxe um panorama do mercado têxtil nacional e local. Segundo as informações do palestrante, há apenas 31 empresas da cadeia, e a grande maioria instalada Palmas (10) e Araguaína (9); um total de 631 empregados formais, sendo a grande maioria em Palmas (187) e Araguaína (263) , mesmo estando defasados, já que na verdade, segundo Leila Miranda, presidente da Associação de Confecções que estava presente no evento, são mais de 100 empresas registradas somente em Palmas e outras tantas em Araguaína, Gurupi, Paraiso, Miranorte, Porto Nacional e Araguatins, os dados apresentados por Marcus Fonseca comprovam que o Tocantins ainda produz muito menos do que consome. Segundo Fonseca, levando em conta o cenário nacional que aponta o mercado têxtil como forte aliado da economia brasileira, com quase 2 milhões de empregos diretos e 4 milhões indiretos, e faturando, segundo a ABIT, 57 bilhões de dólares em 2012, devese apostar no déficit de produção do Tocantins e fazer disso uma oportunidade. O palestrante alertou a todos para que as riquezas tocantinenses sejam revertidas em emprego e renda para a população. Karine trouxe um pouco da sua experiência e know-how em mandar nossa produção para fora, através da parceria ABIT e Apex-Brasil (que já dura 13 anos). Citando cases de sucesso, que começaram bem pequenos, a exemplo de uma cliente que ela atende no interior de Minas Gerais e que já exporta sua marca de calça jeans, com elástico para a África do Sul, Karine ressaltou a importância de pensar global. Segundo ela, essa empresa de Minas começou apenas com sua dona e uma ideia original. Ela afirmou ainda que hoje em dia o mesmo tipo de relação de compra e venda realizada no Brasil é também concebida no mercado internacional. Karine disse também que cada vez mais os empresários precisam agir globalmente para atender o mercado, tanto porque muitas marcas mundiais estão inseridas no Brasil, quanto pela exigência do consumidor – que agora atende aos padrões globais. A palestrante destacou os produtos oferecidos pela ABEX- Brasil para que as empresas atendam às necessidades do mercado global. Segundo ela, o Tocantins tem grande potencial para exportar seus produtos por causa de suas características naturais de fauna, flora e clima e também porque há poucas empresas por aqui, logo, há mais possibilidade de se destacar. Como solução, Karine apontou a certificação de qualidade têxtil como primordial para conquistar o mercado internacional. Ela afirmou que a ABEX oferece programas de capacitação para as empresas trabalharem com sustentabilidade, além de consultorias para profissionais, a fim de preparar a microempresa a certificação. A palestrante destacou ainda que as empresas associadas da ABIT têm descontos em cursos. Para facilitar o entendimento, Karine apresentou tabelas de preços que variam de R$ 1.870,00 R$ a 1.615,00 – dependendo do tipo de certificação. Esta palestra chamou bastante a atenção dos participantes, sendo que a Associação de Costureiras de 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 71 de 107 Araguaína, pediu mais informações para conseguir fazer parte da APEX e exportar parte da produção de sua confecção. Guido Conrado, do Senai CETIQT, falou de criatividade e inovação como aliadas da indústria têxtil. A palestra “Economia em moda – A criatividade como valor” quebrou paradigmas e fez os participantes pensarem no que têm agregado de valor na sua peça, no produto final. Citando Carlos Drummond de Andrade, com o poema “Canção Amiga”, o palestrante levou a pensamentos fora dos padrões mecanizados que uma empresa proporciona. Trabalhando com uma dinâmica de grupo, Guido Conrado provocou a plateia a sair da zona de conforto e pensar a produção não apenas como coisa, resultado final, mas como processo de construção e criatividade. Segundo ele, criar não significa apenas descobrir coisas novas. De acordo com Conrado, a qualidade do produto tem grande importância, mas também importa o que se quer dizer com o produto. Ele contou uma história: uma amiga sua que mora na Alemanha fez uma limonada para um grupo de amigos. Lá, ao beber o suco de limão eles disseram: “Que delicia, caipirinha sem álcool”. Estava descoberto um negócio. Os alemães não associaram água, limão e açúcar a um suco, mas à bebida famosa brasileira e isso agrega mais valor. Propostas Fazer um levantamento completo e atual das indústrias têxteis do Tocantins e sua situação no mercado. Criar uma marca para o Estado – aproveitando os ícones locais, a exemplo do capim dourado, da fauna e flora. Instalação de polos do CETIQT nas três principais cidades do Estado (Palmas, Araguaína e Gurupi) para atender à demanda de qualificação. Fazer pesquisa de mercado para descobrir porque as pessoas do Tocantins compram tantos produtos de fora do Estado. Criar ações de marketing que levantem a autoestima do tocantinense para que valorize o que é produzido aqui. Criar mecanismos de valorização da produção local. Ações que diminuam o desperdício na indústria têxtil, por exemplo: reaproveitamento das sobras e retalhos em outras. O mercado local consome muito uniforme de empresas e escolas, sugeriu-se a criação de um workshop sobre o assunto: como inovar na produção de uniformes. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 72 de 107 Seminários Logística CNI/FIETO Participaram o consultor e autor do projeto Norte Competitivo Renato Casali Pavan, o executivo da VLI (Valor da Logística Integrada) Eduardo Calleia Junger e o coordenador de programas estratégicos da Secretaria do Planejamento (Seplan), Antônio José Guerra. Na abertura, o vice-presidente da Fieto, Pedro Tavares, disse que o estado tem se preparado e colocando-se nessa situação de exigir logística, mas deve ser preocupação das entidades não deixar que vire um lugar de passagem de riquezas, o que requer transformar o que o Tocantins produz em geração de emprego e indústrias. Renato Pavan apresentou o projeto Norte competitivo encabeçado pela CNI destacando os 48 eixos e as 16 cadeias produtivas selecionadas na região, o que compreende 95% da produção mecanizada na Amazônia Legal. Apontou os custos logísticos da região que, em valor anual, é de R$ 17 bilhões. Com o investimento no projeto, a redução será de R$ 5 bilhões. Ao falar da produção e exportação do setor agropecuário do Tocantins, observou que deve haver um esforço para transformar o projeto Norte Competitivo em política pública a partir da matriz aprovada em diversos ministérios. Discutiu os gargalos logísticos que impedem o estado de exportar mais soja e carne bovina e apontou que as cadeias com potencial no Estado são madeira, carne, fruticultura e leite e também a celulose. Eduardo Junguer apresentou a trajetória da VLI e destacou que a movimentação em 2012 atingiu 71 milhões de toneladas de carga, com destaque para a siderurgia, agricultura (31 milhões de toneladas) e produtos industrializados (15 milhões de toneladas). Citou números que passam pela empresa, como 15% da soja exportada no país e 40% do carvão exportado, já operando em Carajás, Norte-sul (Palmas e Colinas) e no corredor que vem da Bahia viabilizando o corredor integrado da VLI. Destacou a necessidade de portos com capacidade para carregar e de expandir linhas de carga geral. Apresentou o projeto Tegram (Terminal de Grãos do Maranhão) e as potencialidades para o escoamento da produção, especialmente da agricultura, que ele apontou como a grande demanda mundial. Destacou a área de influência do corredor centro-norte diante dos mais de 20 milhões de área potencial no Brasil para o agronegócio e apresentou a ferrovia norte-sul e projeções de crescimento, com estimativa de crescer a produção de soja em um milhão de toneladas ao ano chegando-se a 10 milhões de toneladas no ano, deixando no campo nada menos que R$ 21,9 milhões. Também apontou outros segmentos que junto com a logística vão estimular a industrialização, como a celulose, cuja demanda continua alta, notadamente na exportação de celulose de fibra curta (eucalipto), carne bovina e minério, como o manganês tocantinense. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 73 de 107 A multimodalidade de transporte do Tocantins marcou a fala de Antônio Guerra, ao destacar o corredor centro-norte com potencial para escoar 47% da produção agropecuária do país ao abranger estados do Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia, Piauí, Goiás e Mato Grosso. Afirmou que a viabilidade do corredor decorre de estar mais próximo com a Europa e o Canal do Panamá e por congregar diversos modais o que marca a multimodalidade do Tocantins. Destacou os 1.508 km da hidrovia do Tocantins, os 860 km entre os mais de 4,7 mil km de Ferrovia Norte-Sul e os 1,5 mil km da Hidrovia Araguaia como itens potenciais desses modais. Frisou que a meta do governo estadual é viabilizar a hidrovia Tocantins para resgatar uma dívida secular com a sociedade e destacou outras potencialidades para a hidrovia, como assistência social, educação, transporte de pessoas, saúde além do turismo e lazer. Observou que o Estado formalizou acordo com a AHITAR, Antaq e Marinha do Brasil para viabilizá-la, o que inclui a contratação de estudos técnicos e elaboração do projeto básico, a identificação dos portos (nas cidades de Peixe, Porto Nacional, Pedro Afonso e Aguiarnópolis), definir o modelo de gestão e os pontos críticos do modal. No debate, mediado pelo chefe de gabinete da Fieto, José Roberto Fernandes, entre as observações apontadas é que a indústria não pode deixar de considerar a extraordinária importância do agronegócio para o Tocantins, a indústria deve integrarse ao agronegócio e que não adianta produzir se não tiver modais de transporte. E que não adianta ter o sistema de transporte se não resultar em desenvolvimento econômico. O Estado não pode ser apenas um corredor é preciso industrializar, gerar emprego e renda. É preciso que o Estado do Tocantins modifique o atual quadro e sua perspectiva criando diretrizes e políticas de incentivo à industrialização e reduzindo a burocracia. Que leve em consideração as vantagens competitivas do Tocantins e consiga criar indústrias que agreguem outras. Deve-se primar pela educação voltada ao mundo do trabalho. Foi cobrado que a Fieto desenvolva um plano de desenvolvimento industrial que priorize a indústria de transformação, que a Fieto enfatize o eixo do desenvolvimento econômico e colabore na preparação do ambiente de negócio para que empresas se instale e o estado não torne apenas um corredor. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 74 de 107 Laticínios e Fornecedores O cenário da produção de leite no brasil É importante criar programas onde pessoas que amam e trabalham no campo tenham oportunidade. O Brasil tem uma gigantesca produção de alimentos com grandes produtores, mas, infelizmente, também existe um Brasil menor, é preciso encontrar o meio termo como aconteceu na zona urbana com o crescimento da classe média e a saída das pessoas da linha da pobreza. O problema é que os pequenos produtores, da agricultura familiar e reforma agrária, têm o recurso do Pronaf à disposição, mas não tem conhecimento para aplicá-lo, nesse caso o dinheiro se torna prejudicial, a terra é penhorada, os produtores não sabem como investir e perdem tudo. A falta de assistência técnica leva a consequências desastrosas. Certo rapaz que foi incentivado a criar galinhas por um consultor que apareceu em sua terra uma vez, como ele não voltou o rapaz ficou sem saber o que fazer com o investimento. O conselho: venda as galinhas e invista no que você sabe fazer, plantar mandioca. Hoje, 80% da tecnologia agropecuária é vendida para as classes A, B e C, apenas 11% para as classes D e E. Pensando nisso, em 2012 a CNA elaborou um novo modelo de assistência técnica para o país. Por exemplo, no nordeste, os produtores estão aprendendo a conviver com a seca, de modo a aproveitar o clima e usar as condições naturais a favor da produção, amenizando os problemas sem mudar a natureza. Temos, no Brasil, 5 milhões de produtores rurais, destes, 800 mil comercializam leite, 1,5 milhão só produzem para consumo. A cadeia do leite gera 4 milhões de empregos. O último ano a produção de leite cresceu 4,4% e o consumo cresceu 6% e tende a aumentar. O Brasil está importando leite. O problema é que o leite importado é mais barato porque tem custo de produção menor, isso gera um desfalque nos produtores de leite brasileiros. Deve-se pensar agora no que fazer para aumentar a produtividade, e a tecnologia diz o que fazer. Há vários programas de leite no Brasil, o Travessia Leite agrega o melhor de todos eles gerando um pacote tecnológico onde as pessoas têm acesso ao conhecimento. Nesse programa, o assistente técnico é um consultor pessoal que vai fazer a vivência da realidade de cada produtor. A tecnologia deve ser aplicável à realidade ou não vai trazer resultados. As técnicas devem ser compatíveis com o rendimento do produtor para que ele possa pagar o investimento. Com estrutura inferior é possível ganhar tanto quanto um produtor maior, porque um grande negócio tem grandes gastos e ao final o lucro de um pequeno pode ser o mesmo de um maior. O maior produtor de leite hoje é Minas Gerais, mas o maior em produtividade é o Rio Grande do Sul. O Paraná vem em terceiro e ainda tem produtividade maior que MG. O Tocantins está em 18° lugar em quantidade de litros de leite, em produtividade nem vale a pena falar. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 75 de 107 O Tocantins tem 12 mil produtores, e queremos produtividade, como no RS, para concorrer de igual para igual com Argentina, Nova Zelândia e Portugal. Em missão, na China percebeu-se um grande interesse pelo leite do Brasil. Apesar dele não ter sido incluído dentre os produtos apresentados pela missão, foi muito procurado. Existe um mercado consumidor enorme e o Brasil não tem produção suficiente. Mas, com mudanças, é possível produzir mais com menos. Mudanças não são bem vindas, trazem estresse, é preciso coragem interna e parceiros ao lado oferecendo o apoio necessário para que o produtor tenha tranquilidade de mudar e fazer da forma certa. É preciso sair da zona de conforto. A quantidade produzida é consequência da eficiência do trabalho de cada produtor. Mas, produtividade deve vir antes da quantidade. Para isso, é preciso tecnologia adequada. Por exemplo, os produtores do sudeste do Tocantins serão abraçados pelo Travessia Seca, que é o que acontece no nordeste, aprendendo formas de armazenar água, tipo de alimentação adequada ao clima, todas as técnicas disponíveis serão aplicadas na região para se conviver com a seca. O Tocantins tem potencialidades logísticas, clima, água e gente boa para trabalhar. Por isso, tem tudo para alcançar alta produtividade. Logística As estradas estão péssimas condições, o que aumenta o custo do frete e penaliza quem produz com a redução do lucro. É importante lembrar da logística de escoamento como ferrovia, hidrovia. Nesse sentido, o Tocantins tem que ser tornar mais que um eixo viário, ele deve ser um eixo de desenvolvimento Para isso deve-se pensar a vocação do estado: o agronegócio. O potencial é grande mas tem que haver transformações, e é preciso políticas públicas para isso. É preciso energia, estradas e muita atenção do governo para preparar os moldais. Os segmentos da indústria tem que estar próximos da malha viária, da ferrovia. Deve haver mudanças para garantir a qualidade de vida e oportunidade para todos. União para transformação da realidade É fundamental procurar as oportunidades e organizar os produtores para extrair o máximo das situações. A cooperativa não trabalhava inicialmente com leite, mas chegou a isto ao buscar os associados que mais precisavam da cooperativa. Ela propicia ganhos, eficiência, e assim como os empresários e grandes produtores temos que procurar isso. Durante muito tempo tivemos muito problemas, e ainda temos, mas a partir do momento que iniciativas como esta trazem serviços, as entidades se unem para trazer oportunidade Assim, vamos transformar essa realidade, há problema com estrada, assistência técnica, oscilação no preço do leite de acordo com a comida. Mas, isso pode ser resolvido. Muitas vezes pequenas alterações trazem grandes resultados, uma mudança de manejo, uma alimentação adequada pode resolver um problema de produtividade. Com a união de esforços na preparação do produtor, passaremos de simples amadores a grandes profissionais. Estamos construindo um futuro e cabe aos produtores se posicionarem como um agente de transformação da sociedade. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 76 de 107 Público prioritário das parcerias Foi criado um critério para atender 5 dos 12 mil produtores: A contratação dos técnicos foi feita por edital, sem influências políticas, com a exigência de morar no município. Grandes produtores não precisam desse apoio, por isso, a prioridade foi atender pequenos e médios produtores que estivessem próximos aos laticínios. Os laticínios indicaram os produtores que já fornecem leite para eles. Foi pensada a cadeia, não apenas o produtor, mas a importância de acudir os laticínios para que não fechem e salvar quem está vivo. Hoje, 8.500 produtores produzem menos de 50 litros/dia. 76% dos produtores nunca recebeu assistência técnica, 24% recebeu alguma vez, 67% nunca teve sequer orientação sobre produção de leite, apenas 30% já tiveram. O Tocantins produz apenas 628 litros/ano, menos da metade da média nacional. A nova Zelândia é do tamanho de SP, e é o maior produtor de leite do mundo com condições que se assemelham ao Brasil, cada vaca lá produz 3.750 litros/ano, enquanto no Brasil não se chega à metade disso. Temos condições de igualar, esse é o objetivo para os próximos 5 anos. Capacitação O sistema S tem investido em capacitação. Cerca de 70% dos atendimentos foram in loco, mas ainda há falta de mão de obra para qualificar os produtores, enquanto a capacitação é uma demanda cada vez mais presente. O sistema S é fundamental para isso, o IEL, SEBRAE, Faet, sempre apoiam os projetos do agronegócio. Orientação para resultados A maioria dos produtores nunca tiveram oportunidade como essas. Ele quer transformar sua realidade, mas precisa de assistência e apoio técnico. A respeito dos financiamentos, orientações erradas são muito comuns, mas com orientação correta ele vai investir no que dá retorno para pagar seu financiamento. Assistência, organização dos produtores, capacitações e cursos, tudo estará ao alcance dos produtores. É preciso ter compromisso com resultados, não basta capacitar, só vai dar certo com a organização dos produtores e o acompanhamento das organizações. Oportunidades no mercado externo O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e não tem sequer uma entre as mais de 500 cafeterias na China, todas elas são da Itália, Alemanha, Colômbia (café mais famoso do mundo, por causa do marketing) e nada de café do Brasil. Locais que nem são produtores tem cafeterias na China. Vista a oportunidade, está sedo elaborada uma marca para divulgar o café brasileiro, onde irá a marca da empresa e uma espécie de selo do café brasileiro. O importante é que a cafeteria pede o leite, e onde tem leite tem o cacau e também o açúcar. Na China a média de consumo por pessoa é de apenas três xícaras de café por 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 77 de 107 ano. Mas, nas cafeterias há fila para entrar, porque os mais jovens veem o café como um costume ocidental chique. Há uma chance de ficar rico vendendo café para a China. Panorama do setor do mercado lácteo Em 2012 houve elevação dos custos de produção que subiu 27%, no mundo houve elevação de 30%, quase 40% de elevação dos custos de ração, baixo crescimento do custo do leite, o que criou um grande desestímulo. A produção de leite cresceu apenas 2,5% diferente dos anos anteriores em que vinha crescendo mais de 4% ao ano. Em 2013 a característica foi custo de produção caindo e preço aumentando. No atacado de produtos lácteos, a indústria conseguiu passar para o consumidor o preço dos produtos e pode ser que o preço se mantenha nos patamares próximos à média de R$ 1,11 pagos ao produtor pela indústria. O cenário é favorável. A colheita americana pressiona o mercado do milho levando a novas reduções no preço do produto. Quanto à soja, a produção americana não deve pressionar o mercado e a produção brasileira recorde deve manter o patamar do preço como os atuais. Ou seja, o barateamento da ração garante o baixo custo da produção e um lucro seguro para o produtor. Problemas climáticos contribuem para redução da oferta do leite em todo o mundo. Com menos oferta e o consumo subindo, o preço se eleva no mercado internacional. Juntando a isto a alta do dólar, gera-se um cenário favorável para a exportação. Os preços são interessantes para a indústria brasileira. O preço médio brasileiro está de acordo com o preço do mercado internacional sendo R$ 1,11. A queda do custo de produção, a redução da oferta mundial, a elevação do preço de commodities, a desvalorização do real, a elevação do preço do leite proporciona melhor relação de troca. Vende-se menos leite para comprar mais farelo e isso garante um lucro maior. O momento favorável deve ser aproveitado para que o produtor busque capacitações, inovações e maior investimento em assistência técnica, haja vista que não estão preocupados com a relação econômica. A projeção para 2014 é de crescer apenas 2% na produção, fator preocupante dado a média de 4,5% nos últimos anos. Apesar das potencialidades, como clima, água, alimentação, ser a sétima maior economia do mundo com um mercado consumidor crescente, o Brasil tem inovado pouco em produtos lácteos, e essa é uma oportunidade a se aproveitar. Na nova Zelândia embalagem desperta o consumo de requeijão nas crianças, uma outra embalagem com bico de mamadeira possui tecnologia que aquece o leite apenas com a agitação. No México há um produto lácteo age o trato intestinal rebatendo os efeitos da pimenta. Outra oportunidade é a exportação não apenas de produtos industrializados, mas de animais vivos. É preciso políticas públicas para fazer acordos sanitários com os mercados consumidores. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 78 de 107 As potencialidades são abundantes, a variedade de produtos que podem serem utilizados na alimentação animal é um exemplo. Num futuro próximo, o Brasil é a esperança para abastecer com alimento, um mercado consumidor crescente no mundo. Mas é preciso adequação à normas técnicas. O programa do leite nacional elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura contém campanha educativa para o produtor se informar sobre o que é e, como se alcança o padrão de qualidade do leite legal, capacitações de qualidade na produção e técnicas de gestão e custeio para alcançar mais resultados, assistência técnica. Só no Tocantins mais de 40 técnicos estão treinados para dar assistência, o que vai fazer a diferença na produção da pecuária brasileira. Também são necessárias política de crédito, com linhas de crédito para os produtores. O setor lácteo nacional tem o potencial para trilhar os mesmos caminhos da carne, soja, milho e café se fizer o dever de casa. Por fim, o aumento da competitividade deve se dar em todos os segmentos da cadeia produtiva do leite. Assistência técnica do laticínio Piracanjuba Programa tem 2 viés principais: assistência técnica e centro de apoio técnico. O sistema de assistência técnica repete outros programas de sucesso, com metodologia de realização de diagnóstico das fazendas, planejamento, implantação e acompanhamento mensal. No centro de apoio técnico há uma unidade demonstrativa de tecnologias para produtores. Utilizam um sistema com abrigos individuais e coletivos, pastagens rotacionadas, recria e venda de touros, unidade sócio ambiental com manutenção de nascentes, poupança verde, plantação de árvores nobres em áreas ociosas e sistema silvo pastoril (floresta e pasto integrados). O centro de apoio está aberto a qualquer produtor de leite. Grande parte do programa é gratuito, com 11 cursos ligados a pecuária leiteira, inclusive alimentação e estadia gratuitos na fazenda para os produtores interessados em conhecer. Há ainda uma unidade de biocarrapaticidograma, que faz análise dos carrapaticidas com maior eficiência, e uma central facilitadora de crédito em parceira com agência de fomento. O centro também realiza dias de campo. Produzir leite sempre foi bom negócio, mas é preciso investir. Se o leite não está dando retorno é porque algo está errado no processo. É preciso reduzir custo e aumentar a produtividade. Como um iceberg, o que afunda a propriedade do produtor é o que ele não enxerga. Ele vê a indústria como inimiga, vê dependência do governo com estradas e custo de produção, enxerga o preço do leite como a solução, mas não é bem assim, afinal o consumidor paga o preço do leite. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 79 de 107 O que o produtor não observa é a GESTAO: produtividade por aérea, produtividade animal (litros/dia), mortalidade de bezerros, eficiência da produção de volumosos, idade do primeiro parto, intervalo de partos, esses fatores é que fazem a diferença na lucratividade. Indicadores técnicos mostram uma vantagem assombrosa nos resultados de produção com e sem assistência técnica: Sem assistência Com assistência técnica técnica Litros de leite/dia por vaca. Ex: pode se 4,46 12,78 trocar 10 vacas de quatro litros por 02 de 20. Eficiência - sem dedicação, o apoio da 53 67 cooperativa e apoio técnico não adianta na produção de volumosos Mortalidade de bezerros 20% 0 Idade ao primeiro parto: quanto mais cedo 36 meses 32 meses ela parir mais cedo vai dar lucro. Intervalo de partos 18 meses 14 meses Indicadores técnicos mostram que o ideal a cada 100 animais é que 55% sejam vacas dando leite, abaixo de 40% é prejuízo para o produtor. O leite é o principal retorno. Ter muitas novilhas e poucas vacas em lactação é prejuízo. Tecnologia é fazer a coisa certa. O simples fato de dar o colostro pra bezerra pode evitar 60% da mortalidade dos animais. A assistência técnica fala como fazer melhor e aumentar o lucro com qualidade e quantidade. Como alcançar o sucesso? Assistência técnica gerencial. Projeto Educampo MG Em 2003 foi criada uma cooperativa com apenas 15 produtores e hoje tem 500. A união é muito importante para o crescimento. Em 2006 foi criado, em parceria com o SEBRAE, o projeto Educampo. Investimentos, como curso de inseminação e instalação de ordenha, melhoraram a situação. Mas o apoio técnico fez muita diferença, em2006, com a assistência do Educampo, a produção de leite passou a ser de 7,8 litros/dia por vaca. Em 2008 a produção alcançou 616 litros/dia, e hoje está em 3.000 litros/dia. Para atingir esses resultados, foram feitos controle dos custos de produção, controle reprodutivo, manejo correto, divisão de lotes, melhoria no manejo das pastagens. O gasto com ração sobre a venda do leite era de 40% do valor do leite, hoje é de 33%, ou seja, caiu o custo com o gado ficando confinado, com selagem, tratado no cocho em período de seca. Tudo isso, na mesma propriedade. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 80 de 107 A produtividade da mão de obra também melhorou. Ressaltando o fato de pagar bem os funcionários e cuidar o melhor possível deles para haver evasão. Uma equipe bem organizadas é fundamental para a eficiência. Hoje são plantados 50 ha de milho só para silagem. A ração é toda produzida pela cooperativa, ano passado houve distribuição de dividendos em dinheiro além do que é incorporado com o capital social. Depois que tira-se o milho da silagem semeia-se o milheto, e em menos de 30 dias já é possível colocar as vacas nele. Tudo é feito sob orientação do técnico. Próximas etapas: Plantio de milho para ração para diminuir custos Ampliação da sala de ordenha Climatizar sala de espera da ordenha Produzir 5000 litros/dia até 20015 O projeto Educampo também se tornou indispensável para a cooperativa que o gerou. Sem a cooperativa não se consegue crescer, os 500 produtores produzem 140 mil litros/dia. Conclusão: “Planejando talvez você erre, sem planejar talvez você acerte.” 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 81 de 107 Biomassas Cerâmicas Biomassas Cerâmicas Palestrantes - Manhã Tema: Antônio Cubano Risoni – PS Assessoria e Consultoria Dr. Carlos Perez Bergmann – UFRGS Nestor Domingos Desani – Bergamo Mecânica Palestrantes - Tarde Abertura 08:00h Fernando Portela – Instituto Internacional de Cooperação Agrícola Moderador Encerramento 18:00h Antônio Cubano Risoni – PS Assessoria e Consultoria Bruno Augusto Dias Borges – IBAMA Dr. Sérgio Duarte Segal – UFV Fernando Fernandes - Consultor Sindicer Análise O presidente do Sindicado de Cerâmicas para Construção no Tocantins, Edilberto Rocha, fazendo o uso da palavra, destacou a necessidade que o setor tem de adquirir mais conhecimentos para a indústria local. Rocha ressaltou que o seminário é a grande oportunidade de angariarem conhecimentos para o dia-a-dia, que todos os participantes levem para suas indústrias os muitos conhecimentos adquiridos na palestra, finalizou. Em seguida a palavra foi passada ao secretário executivo de Estado, Ruiter Pádua que falou da importância do evento, que segundo ele, veio no momento oportuno e demonstrou o desejo que todos saiam com bastante conhecimento para que colocando-o em prática, possam alavancar a indústria do estado. O primeiro palestrante a fazer uso da palavra foi Antônio Cubano, que abordou a geração de energia limpa. O palestrante abordou sobre a necessidade de se buscar no estado, em parceria com outras instituições, adequar a indústria do setor a uma eficiência térmica em fornos cerâmicos. Segundo Cubano a indústria tocantinense tem uma baixa eficiência dos equipamentos de secagem e queima, que onera os custos e compromete a qualidade do produto final, não atendendo assim, as 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 82 de 107 exigências crescentes no setor de construção civil. Segundo Cubano o Tocantins tem uma eficiência muito crítica, onde cerca de 98% das cerâmicas aproveita apenas 30% da energia, sendo que o restante apenas coloca fogo para queimar. O palestrante acrescentou que com a temperatura sem controle nos fornos o produto fica ineficiente, e que os ceramistas devem ter mais atenção a isto, dependendo de como é utilizada um mesmo processo pode apresentar consumos específicos muito diferente, o que impacta no custo final do produto. Cubano ressaltou ainda que o índice de aproveitamento no estado chega ser inferior a 50% do produto e que os custos de energia começa a apresentar impacto maior no custo do produto vendido. Para o palestrante a saída é estudar medidas para redução de consumo específico, mediante a implantação de medidas de conservação. Ele acrescenta que se deve focar na atenção gerencial por que ninguém sabe o custo da energia térmica e energia elétrica por peça. Ao questionar onde mexer para que esse percentual aumente e que possa se buscar a lucratividade que é o diferencial entre custo e venda, o palestrante citou medidas como o controle de combustão, o isolamento dos fornos, recuperação de calor, intensiva instrumentação e ajuste de potência, a necessidade efetiva do equipamento, modulação da potência e inclusive mudanças de equipamento ou de processos que mereçam atenção pelo impacto que podem apresentar sobre o consumo, custos e competitividade do negócio. Encerrando Antônio Cubano ressaltou que embora o setor esteja atrasado e com deficiências graves, ele pode recuperar-se, caso esteja buscando melhorias e o avanço tecnológico. A segundo palestra foi ministrada por Caros Perez Bergmann, abordando as propriedades das argilas e melhoramentos na produção de cerâmica vermelha. Segundo Bergmann, o desenvolvimento de tecnologias nesta área vai reduzir o número de empresas do setor, já que as que não se atualizarem, não irão conseguir manter-se no segmento. O palestrante explica que o processamento cerâmico, a preparação da matéria-prima, a conformação de fabricação, o processamento térmico e acabamento final, ou seja, transformar pó em corpo poroso, exige obtenção de conhecimento (custo e qualidade) e principalmente padronização. Bergmannn ressaltou sobre a importância de se conhecer a área superficial da matéria prima, a analise térmica, para saber das transformações que ocorrem durante a queima. O palestrante argumentou que o ceramista com certeza vai querer aumentar o valor agregado do seu produto, para exemplificar ele explica que, na secagem que é uma etapa simples, se a ela for muito rápida, pode levar a trincas que não são reparadas durante a queima. Bergmann ressaltou a importância de se ter um laboratório que realize esses estudos e, segundo ele, pelo menos um laboratório simples as cerâmicas necessitam ter. Algumas informações importantes foram repassadas para os ceramistas, como a incorporação de resíduos, que atualmente tem cenário mais restritivo e com controles maiores, sobre a incorporação dos resíduos cerâmicos e sobre os órgãos ambientais que logo vão estar exigindo que a massa seja inertizada, a composição 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 83 de 107 química de resíduos como o da cinzas de casca de arroz que pode ser incorporada em diferentes processos industriais e a criação de materiais isolantes e sem queima. O palestrante ressaltou as vantagens da incorporação, como a reciclagem, a economia de matérias-primas, sem modificá-las e o aumento em muitas vezes da qualidade do produto. Sendo que alguns resíduos podem ser utilizados como combustível. Os tipos de fornos para cerâmica, foi o tema da palestra de Nestor Domingos Desani. Que apresentou vários tipos de fornos aos presentes, mostrando as suas vantagens e desvantagens. Sendo que o modelo, segundo o palestrante, que mais se adaptaria as condições dos ceramistas do estado seria o forno móvel metálico, que tem a característica de ser construído em estrutura metálica, sobre rodas e guiado por trilho, sendo o deslocamento feito por motor redutor e, o isolamento térmico é composto por cerâmica a base de alumínio, impedindo a dissipação de calor. As vantagens deste modelo de forno são: é de construção rápida; tem custo baixo e retorno a curto prazo; suas dimensões são facilmente adequadas à produção desejada; queima qualquer tipo de material; total reaproveitamento de calor e pós queima para secagem; qualidade do produto excelente; tem queima homogênea; facilidade na carga e descarga manual em temperatura ambiente; podendo ser mecanizada e aceita qualquer tipo de combustível. As desvantagens deste modelo de forno também foram comentadas pelo palestrante: sua eficiência térmica e funcional; tempo de vida útil; qualidade dos materiais queimados dependerem do desenvolvimento do projeto; automação de carga e descarga está sendo desenvolvida. Segundo o palestrante é um forno que veio para ficar, hoje todos procuram adotar este tipo de forno, devido ao rápido retorno do investimento. Com o início do debate, o moderador direciona uma pergunta aos três palestrantes, lembrando dos 25 anos que o Tocantins estar completando e, chama a todos a fazerem reflexão do que foi esses 25 anos e qual seria a contribuição que teríamos para os próximos 25 anos no setor cerâmico. Cubano respondeu que a indústria cerâmica não vai conseguir fugir à regra, e que ela vai ter que se adequar a tecnologia e a evolução do mercado. Ele complementou dizendo, que a concepção de fabricação não será mais igual a atual e que espera que em 25 anos a enorme distância em que a indústria no estado se encontra em relação a tecnologia utilizada em outros centros seja bem menor. Peres respondeu, que a força motriz para os próximos 25 anos será a relação custo x qualidade, ou seja, quem baixar esse custo e produzir com qualidade vai ficar no mercado e, isso também depende de pesquisas, pois será preciso criar uma cultura de padronização, para conhecer todo o processo, sem alterar o produto final, mas reduzindo o seu custo. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 84 de 107 Para Nestor, o Tocantins vai ter uma grande evolução, por que ele vai ser obrigado, por que quem se transformar vai ficar no mercado e aquele que não evoluir terá dificuldades em se manter. O ceramista deverá estar atento, buscando novas tecnologias, ciente de que vale a pena essa modificação. Para Carlos, a pesquisa ainda é incipiente no estado, mas seu crescimento será exponencial. No momento em que o estado conseguir produzir conhecimento em escala e transmiti-lo à indústria, ela crescerá, mas, será necessária uma articulação com diversos órgãos, para que se consiga esse desenvolvimento no setor. Uma pergunta feita aos palestrante foi sobre argila, onde um dos participantes questionou se a argila tem uma variabilidade? E de que maneira, em locais onde a indústria esteja mais desenvolvida, se consegue manter um controle de qualidade, como minimizar essa variabilidade da argila para conseguir qualidade. O Carlos respondeu que o primeiro passo necessário é conhecer a matéria-prima, e explica que é possível fazer uma blendagem, que pode gerar ganho no produto final, mas, somente se houver uma padronização. Tem que se ter a absoluta certeza de que se esteja fazendo sempre a mesma coisa. Quanto mais padronizado mais se consegue ter qualidade. A presença da matéria-prima não é o grande diferencial, a tecnologia presente é que pode fazer a diferença. Cubano acrescenta que esse tipo de fábrica tem laboratório interno, esses laboratórios tem um custo alto, fora da realidade do Tocantins, o caminho a seguir aqui, seria a montagem de um laboratório centralizado, que atendesse todo o estado. Em uma das intervenções dos participantes, foi abordado sobre o PSQ, onde no estado não existe nenhuma cerâmica com essa certificação, sendo que em muitos casos ela é pré-requisito para pleitear obras, principalmente oferecidas pelo Poder Público. Sobre o PSQ, Cubano explicou que, a partir do momento que você implanta o PSQ na empresa, começa o monitoramento total, desde do fabricante de moldes, massas, ao produto final. Essa certificação é indispensável, mas para que se tenha, condição das empresas do estado obterem essa certificação é preciso de laboratórios, acompanhar os avanços tecnológicos também é primordial, para que se tenha o balizamento e qualidade nos produtos do setor. Outra pergunta que surgiu na plateia seria a existência de financiamento para essa área e, se existe valor mínimo para quem quer entrar no mercado. Para a resposta dessa pergunta houve a contribuição do presidente do sindicato da categoria, que informou aos participantes a existência de linhas de crédito para o setor, inclusive com carência de até dois anos. No período da tarde fora retomadas as palestras. Na ocasião o SENAI comunicou aos participantes a respeito do que a entidade tem a oferecer ao setor, como a capacidade da instituição de promover a automação a custo abaixo do mercado e, 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 85 de 107 que já se encontra instalado em Araguaína um laboratório completo para o estudo e pesquisa da área de cerâmica. Em seguida o representante do IBAMA, Bruno Augusto, iniciou a sua palestra, esclarecendo aos participantes, o cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. Bruno explicou que a legislação de política ambiental foi criado em 1981, onde se criou também um cadastro de instrumento de defesa ambiental, o CTF/APP. Segundo o palestrante, todas pessoas físicas que desenvolvem alguma atividade poluidora são obrigadas a se cadastrar, ficando sujeitas a controle e fiscalização ambiental e, sendo que o CTF é uma porta de entrada para exercer a atividade e, que esse ano foi publicada uma nova instrução normativa que na opinião do palestrante, é mais detalhada, facilitando mais a sua compreensão. Bruno ressaltou também que para pessoas jurídicas, pode haver uma tributação. O palestrante simplificou dizendo que o CTF é o que a empresa faz, onde por meio dele temos acesso a autorização de licenças, relatórios e declaração, taxas e certidões negativas, sendo o mesmo o certificado de regularidade para essas empresas. Dando continuidade ao ciclo de palestras, o próximo que fez uso da palavra foi Sergio Segal, que abordou o tema “Aproveitamento dos resíduos do arroz”. Segundo o palestrante, há diversas formas em que a casca de arroz pode ser utilizada, não somente na cerâmica, ele disse que o estado tem potencial, desejando desenvolver projetos de água e energia no Tocantins. O palestrante chamou a atenção dos presentes para a importância da tecnologia, explicando que quanto mais tecnologia, mais valores podem estar sendo agregados ao produto, mas, se não houver inovações, isso encurta o tempo de vida das empresas. Segundo Segal, é importante o quanto de valor podemos agregar ao produto, mesmo com pouca tecnologia, mas o objetivo deve ser modernizar o setor, principalmente de pesquisa, com isso podemos ser mais competitivos mantendo-se mais tempo no mercado. Sobre a utilização de biomassa para produção de energia, o palestrante destaca que é um combustível de baixo carbono, as fontes podem ser as florestas, as palhadas e outros resíduos agrícolas como o arroz e derivados. Segundo Segal, o arroz e derivados, é muito pouco explorado no país, mas, é um mercado muito importante para o Brasil, lembrando que arroz foi um fator importante para reduzir a anemia nas crianças em alguns países da Ásia. Com tecnologia esta se produzindo mais em área menor. A queima da palha é de uma complexidade maior do que a casca. Segal explica que com a queima da casca do arroz, o seu poder calorífico é totalmente eficiente, é uma matéria-prima que tem pouco valor, mas que pode ser utilizado na cerâmica. Ele explica ainda que, as cinzas da casca do arroz, 25% do volume, também podem ser usada na indústria da cerâmica, na produção de pneu, para composto eletrônico, ou seja, ela pode gerar um produto de alto valor agregado. Sobre o pallets da casca do arroz, o palestrante disse que ele aumenta o tempo de combustão, é um produto de queima mais limpa e de facilidade de 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 86 de 107 estocagem. Segal chama a atenção também das substâncias que podem ser extraídas da casca do arroz como o Inositol que é um poliol que tem sido utilizado em medicamentos, o Orizanol, é uma mistura de substâncias antioxidante e comercializada principalmente nos EUA e Japão, o ácido ferúlio também é um potente antioxidante e neutraliza radicais livres reduzindo danos ao DNA, ele reduz colesterol e triglicerídeos. O palestrante salienta que as vezes o grande problema está na abundância, sendo que temos potencial, mas a matéria-prima não é valorizada, sendo que devemos buscar parceiros, como as universidades para estarem buscando novas forma de se queimar e extrair. O próximo a fazer uso da palavra foi novamente o Antônio Cubano, substituindo o Wladimir, que não pode estar presente no evento devido a problemas com o seu voo. Com isso o palestrante substituto, trouxe para os participantes informações sobre os sistema tunelar e inercial de tratamento de gases de fornos cerâmicos. Segundo a sua explanação, as experiências com sistema tunelar foram eficientes na filtragem do particulado, sendo que a combinação de um lavador de gases pode ter uma filtragem de 100%, ele disse ainda que esse processo se encontra em fase de patente e deve ser definido em um equipamento único destinado ao uso da indústria cerâmica e similares. Cubano explica que a grande vantagem dessa filtragem é a geração de resíduos que podem ser totalmente neutralizados dentro do próprio processo de produção não gerando despesas extras. Outro que fez uso da palavra, foi o representante do sindicato da categoria, o professor Fernando Fernandes, que falou rapidamente aos presentes sobre as fontes energéticas renováveis. Fernandes ressaltou que no Tocantins já se desenvolve pesquisas no ramo cerâmico, buscando novas tecnologias, visando obter a eficiência energética. O palestrante explanou que com a utilização da biomassa, (matéria orgânica como a casca do arroz, a palha), podemos está reaproveitamento uma matéria que temos em abundância. Ele ressalta que três cerâmicas no estado fazem esse reaproveitamento, mostrando preocupação com controle ambiental e obtendo vantagens com isso. Fernandes disse ainda que após o seminário estarão elaborando um projeto visando otimizar a queima nos fornos cerâmicos, justificando que temos a riqueza e estamos jogando-a fora. Ele cita que em Formoso do Araguaia, por exemplo, tem locais que a palha esta estragando, estamos perdendo energia. O palestrante disse ainda que existem estudos sendo realizados pela UFT, junto com a Universidade Católica, visando utilizar lodo para produzir energia, o palestrante finalizou ressaltando que há a necessidade de mudanças, que na UFT existem grandes pesquisas na área de resíduos, mas que ainda é incipiente para a realidade local e chama a atenção para importância em investimentos em pesquisa, onde segundo ele, não havendo pesquisas, as empresas locais não serão competitivas e não vão durar muito. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 87 de 107 Propostas Promover a atualização da indústria ceramista do Tocantins, buscando a sua inovação tecnológica, visando diminuir a enorme distancia evolutiva com os grandes centros; Buscar a implantação de um laboratório que atenda as demandas do setor com disponibilização e logística para atender a todo o estado; Incentivar a pesquisa que envolve a cadeia ceramista, principalmente na busca de uma maior eficiência térmica com a utilização de matéria-prima abundante na região. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 88 de 107 Encontro Empresarial Empreender FACIET/Sebrae Foi apresentado o crescimento do Empreender, com o números de núcleos, regiões e empresas atendidas, mostrando o sucesso do programa. Há núcleos setoriais com mais de 20 anos. As em empresas que participam do Empreender, se destacam ganhando prêmios e mostram que o projeto, independente da região (norte, sul, nordeste...) é capaz de ser bem sucedido. O objetivo do Empreender é simples, tem que dar resultado para os empresários. Reuniões, missões e capacitações que não aumentam o lucro desestimulam a participação dos empresários. Os núcleos setoriais tem tido a capacidade de gerar lucros para as empresas, eles têm dado certo, por isso o fortalecimento do projeto Empreender. A união é importante para o fortalecimento, a exemplo das grandes empresas se unem para ter mais competitividade, isso também é necessário entre os pequenos, que juntos ganham mais força para bater na porta das instituições que atendem a classe empresarial, cobrar de governos, negociar, entre outras coisas. Oportunidades e o gargalo do conhecimento O palestrante Ênio Pinto, disse que prestar consultoria para empresas é um desafio, porque quem tem a pretensão de atender quem faz acontecer, deve ser tão ou mais competente que ele, pois, o maior aprendizado se dá na prática. O Sebrae no Tocantins apresenta números impressionantes, como o salto de 07 para 77 no número de empreendedores no projeto Empreender. Unir para crescer é o mantra do Empreender. Empreender é o equilíbrio entre sonhar e tirar o sonho do papel. Tudo no mundo após o sétimo dia foi realizado por algum empreendedor e a missão do SEBRAE é ajudar o empresário a empreender. Em termos de empreendedorismo o Brasil está “bombando”. Qual o desejo do brasileiro? Pesquisa mostra em terceiro lugar: ter empresa própria. O número de empreendedores representa o dobro do número de pessoas que querem seguir carreira em alguma organização. O espírito empreendedor está em alta, o que é positivo para as instituições como Sebrae que atendem esse público. Trinta por cento dos brasileiros adultos estão à frente de um empreendimento, hoje, no país. Até a china fica atrás do Brasil na quantidade de formalização de negócios, e a tendência é dobrar esse número nos próximos 10 anos, desde que os empreendedores continuem se capacitando. O Brasil hoje lidera o ranking mundial com 37 milhões de brasileiros empreendendo, os EUA apresentam apenas 20% de sua população, empreendedora. O grande desafio do Brasil é a qualificação do empresariado. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 89 de 107 Os que empreendem por necessidade e não por oportunidade representam 1/3 dos empreendimentos. Os que têm esse perfil, geralmente, não dão atenção ao empreendimento por encararem-no como uma situação temporária, são pessoas que começaram seu negócio porque não conseguiram inserção no mercado de trabalho, na verdade, um emprego era seu objetivo. Por isso, há pouco investimento em inovação, muito amadorismo e da falta de capacitação, fatores que contribuem diretamente para o alto índice de mortalidade das empresas. Ao contrário dos grandes, o pequeno empreendedor geralmente quebra junto com o negócio, como pessoa física também. Começa não pagando os impostos, depois diminuindo estoque, no final está tirando do bolso para tentar salvar o negócio. Há quem pensa até em suicídio. Isso mostra que o nível de comprometimento entre o empreendedor e seu negócio é grande e a solução para esses problemas está na inovação (solução criativa para um problema, algo novo que gera resultado) e na diferenciação. Exemplo das ruas: dentre várias carroças vendendo milho, uma se destacava pelo movimento, não havia diferença na aparência, nem na higiene, em na forma de divulgação do produto, mas a que tinha mais movimento tinha um detalhe agregado à venda do milho: por apenas 50 centavos o consumidor levava, também, um fio dental. A preocupação da inovação é em coisas bem ordinárias do dia a dia. Um vídeo mostra uma técnica chinesa para se dobrar uma camiseta em dois movimentos, iniciativa banal que otimiza o trabalho. A inovação depende da capacidade de se flexibilizar o modelo mental, ou seja, seu raciocínio, seus paradigmas. Exemplo do empresário que dirigindo em seu caminho rotineiro, por uma estrada sem movimento foi surpreendido por algo inesperado, um carro desgovernado, dirigido por uma mulher que passou por ele e gritou: “porco”, ao que ele respondeu: “vaca”. Logo à frente ele bateu em um porco e ela, esperando a vaca, seguiu mais atenta. É preciso vencer os preconceitos para não correr riscos previsíveis e não perder oportunidades inesperadas. Em uma dinâmica com a plateia, foi apresentado o seguinte desafio: nove pontos aparecem na tela, dispostos em forma de quadrado, a proposta é fazer a união de todos com apenas quatro linhas retas, sem passar mais de uma vez sobre o mesmo ponto. Apresenta-se a solução. Porque a maioria ao consegue resolver esse problema? Foi preciso manter a mente aberta para novas possibilidades que não fossem a forma de quadrado em que os pontos estavam dispostos. O que não é proibido, é permitido: uma regra empresarial. Novo desafio: unir todos os pontos com uma única reta. Solução: dispô-los em linha reta, os pontos não precisavam permanecer na disposição inicial. A flexibilização do modelo mental ajuda a resolver problemas. Agora, como unir os pontos com uma única reta, sem tirar os pontos do lugar? Solução: usar uma reta 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 90 de 107 larga. Novamente, como unir todos os pontos sem tirar do lugar, usando uma única reta fina? É possível usar a flexibilidade do papel e com ele formar uma circunferência, traçar a reta como se estivesse dando a volta ao mundo e ligar todos os pontos. O povo brasileiro é criativo nas artes, mas precisa ir além, transferindo essa criatividade para seus negócios. Almir Klink, conta sobre sua experiência de viver no polo sul sozinho em um barco durante o inverno. Em determinado dia algo batia forte do lado de fora. De sunga dentro da cabine onde fazia 25 graus, fora dela 45 graus negativos. O barulho era o mastro que se soltara, um risco de rasgar a vela, o que seria um desastre. Saiu correndo, para salvar a vela, topou numa chave inglesa e teve fratura exposta. Quando voltou para a cabine algo o incomodou mais que o machucado: ele não tinha em quem colocar a culpa, fora ele quem deixara a chave fora do lugar. É próprio do brasileiro terceirizar a culpa. O mercado interno está “bombando” no Brasil. Você tem tudo pra ter sucesso, depende só de você. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 91 de 107 Case de sucesso Mariane Bergmann Canadas, da Associação Comercial de Florianópolis. O objetivo é mostrar o modelo gestão inovadora implementado pela Associação Comercial de Florianópolis, que conseguiu dobrar o número de associados entre 2009 a 2013. Sendo que 90% dos associados é de microempresas e MEI. Os núcleos do Empreender são formados por empresas pequenas e familiares. A associação implantou seis pontos, em diferentes áreas da cidade, para atender o empresariado. Conta com força participativa na prefeitura e possui um plano interno de cargos e salários para manter os funcionários. O Empreender começou com poucos núcleos. Alguns têm mais de 13 anos, mas há os que não permanecem, a diferença está na vontade do empresário em conseguir resultado. A associação não dá dinheiro aos empresários, não patrocina caravanas ou outras atividades empresariais, mas ela é parceira, fornece consultoria, faz articulação com Sebrae e outros órgãos, e o empresário fica responsável por investir na sua participação em feiras, seminários, caravanas. Uma constatação é que o empresário é muito mais cruel quando se decepciona com o núcleo do que quando se decepciona com sua empresa, muitos se afastam por não concordarem com decisões tomadas. É importante permanecer no núcleo. Os núcleos, para darem certo, tiveram que voltar à metodologia. A associação também garantiu uma gestão de continuidade ao valorizar as pessoas, isso é necessário nas empresas, nos núcleos, em todos os lugares. As associações sofrem como os governos quando mudam os gestores, talvez o próximo presidente não ache interessante investir no projeto. Nesse sentido, a continuidade é importante para minimizar os riscos. Com motivação, as pessoas que já passaram pela gestão continuam como voluntários no processo. A inclusão de núcleos vem por demanda externa, é o empresário do segmento que motivado procura outros para fazer as coisas funcionarem melhor. A associação também não investe em núcleos que não têm viabilidade. Ex. empresários de vídeo locadoras que procuraram foi negado porque é um mercado em queda, com produtos ultrapassados, o segmento precisa se atualizar, passar por transformações. O consultor deve se dedicar adequadamente aos núcleos não pode atender mais que cinco núcleos, ao contrário de alguns lugares onde consultores atendem até 13 núcleos. O apoio de estrutura, como projetor, espaço para reuniões, é oferecido pela associação. Antes de atender um núcleo é importante o consultor estudar e se interar sobre o segmento a ser atendido. É vantajoso manter os atendimento sempre o mais próximo da localização do consultor para otimizar o trabalho dos núcleos, que são divididos em setoriais, multisetorias, territoriais, temáticos e o comitê aberto (conselho de núcleos para que se mantenham organizados). 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 92 de 107 Participação: Nucleado ativo é o que vai a todas as reuniões, que se envolve nas tarefas, que se dedicam ao núcleo para que haja resultados. Os nucleados que geram resultado às vezes são poucos e isso gera sobrecarga de responsabilidade e insatisfação. É preciso saber cobrar dos inativos (que ao assumem responsabilidades) e dos eventuais (que aparecem de vez em quando), mostrando que é importante a contrapartida deles, com dedicação e compromisso, para que venham resultados para todos. Cada núcleo possui uma organização. O consultor modera as reuniões, faz orientação do grupo, controla planejamento e atividade e faz avaliação das atividades dão dando o grupo. É preciso mostrar que os núcleos estão dando resultado. Prestação de contas, mesmo quando não há dinheiro envolvido, estimula o envolvimento das pessoas. O coordenador representa o núcleo na diretoria, orienta os consultores, atua em situações críticas pontuais, promove integração entre núcleos, motiva os demais coordenadores. É uma função voluntária que dá trabalho, mas que gera aprendizado e consequentemente experiências que levam a lucros. Importante ressaltar que a metodologia do Empreender é seguida à risca para que dê certo. Todos os procedimentos operacionais são organizados por escrito para conseguir manter o padrão. Mesmo que mudem as pessoas, os procedimentos continuam os mesmos, até mesmo como moderar reuniões, modelos de relatórios, tudo é por escrito. Para saber se um núcleo realmente dá resultados é preciso medir indicadores, fluxo de caixa, indicativo das vendas com ações de marketing, dentre outros, sem isso pode parecer que o núcleo não dá resultado. Mas, quando se faz o controle dos indicadores é possível ver os resultados. O projeto realiza ainda premiação para incentivar os núcleos. Há uma avaliação por questionário que incentiva a competitividade. Há um balanço de gestão, com prestação de contas, histórico, comparativo, benchmarking. Sempre que tiverem ações é importante apresentar uma prestação de contas, mesmo que não haja dinheiro envolvido. O Empreender reúnem concorrentes na mesma sala para trocarem informações e trabalharem juntos, fazer plano de marketing conjunto. É importante o empreendedor estar sempre atento, ler casos, pesquisar, procurar coisas diferentes para aplicá-las à sua realidade. Para ter resultado diferente é preciso ter proatividade, vontade, persistência e paciência. As coisas vão dar errado, mas uma hora elas darão certo. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 93 de 107 O povo no Tocantins é admiravelmente receptivo, educado, simpático, como em nenhum outro local, é preciso aproveitar essa potencialidade para alavancar os negócios. Exemplo de sucesso: núcleo de farmácias. O empresariado viu a possibilidade de unir farmácias de manipulação para angariarem vantagens para o setor. O grupo tem reuniões quinzenais, e não se pode faltar a mais de 30% delas. Dentro do núcleo, um grupo criou uma associação, SOMAR, de farmácias de manipulação, através dela tem sido possíveis, atividades como compra em conjunto, visitações médicas, palestras técnicas gratuitas e até a criação de uma marca de cosmético. As palestras técnicas gratuitas para os médicos têm o objetivo de aumentar as prescrições médicas e divulgar o núcleo. As missões empresariais servem para aumentar a rede de relacionamento com os fornecedores, conhecer novas tecnologias e promover atualização técnica. As compras conjuntas de capsulas, balanças, impressoras, equipamentos, que são adquiridos em grande quantidade pela Somar e repassados para as empresas, possibilitam maiores prazos para pagamento e descontos que chegam a 80%. A visitação médica conjunta objetiva aumentar o número de prescrições de medicamentos e produtos. A associação chegou ao ponto de desenvolver sua própria marca de cosméticos, algo que para desenvolverem individualmente sairia caro. A marca é comercializada com exclusividade pelas farmácias do núcleo. O núcleo influencia diretamente no resultado financeiro da empresa, os participantes são comprometidos, as atividades do núcleo têm visibilidade e credibilidade e cria diferencial para as empresas. Pessoas de Resultados A vida é diferente da matemática, não é tão exata, é possível inovar saindo do quadrado, diz Omar Hennemann. Na vida cada dia que passa não é mais um dia, mas um dia a menos. A cada ano comemorado é um ao a menos, as pessoas agem como se não fosse assim e postergam seus compromissos e ações, mas o que é mais grave é procrastinar os projetos e fica fazendo planos. Depois que se me formar, descasar, criar os filhos, aumentar a loja, consertar relacionamentos, vai cuidar de si mesmo. Assim vai se arrumando desculpas e terceirizando a culpa. É preciso refletir sobre a vida que deixamos passar. A vida é uma partida de futebol, com começo meio e fim, festa, estádio cheio, gente aplaudindo, gente vaiando... Nem sempre tem gol, nem sempre dá pra ensaiar coreografia, nem sempre há vibração para 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 94 de 107 comemorar as vitórias, nem sempre há homenagens e reconhecimento, nem sempre tem-se espírito de liderança pra comandar o jogo, nem sempre estamos nas manchetes de jornais com a bola cheia. Às vezes a bola está murcha, há esmorecimento, desânimo, queixas, mas a vida continua. Quando as coisas não dão certo não se deve desistir. Dalai Lama fez uma palestra e foi aplaudido de pé, de repente veio um casal com um buque de flores, passou por ele e colocou as flores em um vaso no fundo de acordo com a tradição japonesa. Ele se frustrou porque criou uma expectativa falsa. É necessário criar expectativas, mas é preciso saber que elas podem se frustrar, então é necessário levantar e dar a volta por cima. A vida também pode ser comparada à formula 1, às vezes é preciso parar no pit stop, mas, que seja para abastecer, se refazer e voltar ao caminho. Além disso há os momentos de reconhecimento e o pódio. A vida não é pra quem se queixa. Negócios não dependem da sorte, não se pode esperar que as coisas aconteçam. A vida é uma roda gigante, quem está no topo desce, quem está em baixo sobe, ninguém deve ser subestimado. Tem gente que compara a vida com a luta de boxe ou com uma escalada. Nunca um alpinista que desistiu na primeira dificuldade, chegou ao topo, cada um se agarra às ferramentas e as usam estratégias à sua maneira para chegar ao topo e corres riscos com segurança. Para se escalar muitas vezes é preciso agarrar-se às pedras que machucam, as vezes não há uma mão amiga para ajudar, mas na hora da dificuldade existe um Deus que vibra com seus filhos e está pronto a ajudá-lo a superação. Quando chega-se ao topo é preciso comemorar, valorizar os bons momentos, perceber as coisas boas, criar o hábito de enumerar as conquistas ao final de cada ano. O sabor de chegar ao topo da montanha é inigualável. Mas como chegar lá? É só segurar na mão de Deus? Competência não se herda, é desenvolvida durante a vida na busca de conhecimento. Sucesso é pra quem trabalha, se esforça, transpira... conquistas não caem do céu. Quem quer comer pamonha tem que antes ralar o milho. Oportunidades passam. Como acontece com uma parabólica, muita gente está dessintonizada, fora de foco, sem perceber o que acontece em volta, desconectada. É preciso verificar sempre se as atitudes estão indo ao encontro do que o mercado busca. Muitas oportunidades não são aproveitadas por falta de iniciativa. Outro ponto é a criatividade, é preciso exercitá-la, colocar o cérebro na esteira. Usar a criatividade para diminuir custos de produção, para evitar problemas previsíveis, para fortalecer relacionamentos. Falta de Coragem. É necessário assumir a responsabilidade pelo seu desempenho nos desafios diários. Não se pode terceirizar a culpa, seu sucesso depende da sua determinação. É preciso ter humildade para buscar conhecimento. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 95 de 107 É preciso vestir a camisa com orgulho do lugar onde se trabalha e ter consciência clara de que você é a peça chave para o sucesso da empresa. Há três grupos de pessoas: 1) Os fracos - sem compromisso com a ética, com a responsabilidade social; frouxos, que na hora de fazer as coisas tremem; os que andam devagar, com preguiça; os que reclamam e se queixam do trabalho; os que insistem em não assumir as responsabilidades, percebem que as coisas estão erradas mas deixam passar. 2) Há os que não querem perceber que o mundo mudou. 3) Empreendedores – se negam a ver a vida passar, tem a coragem, a capacidade, a vontade e a garra de arriscar para conquistar, nem sempre recebem o troféus, mas são campeões. Os sonhos não tem pernas, mas as pessoas as têm para correr atrás. Precisamos estar prontos para virar o jogo quando for preciso. É necessário se perceber como parte importante de um todo. Passar por cima dos próprios preconceitos e das dificuldades. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 96 de 107 Agentes de Desenvolvimento Local Foram abordados no encontro com os agentes de desenvolvimento local, os seguintes assuntos: Mudanças após a constituição de 1988, Redemocratização nos municípios, Maior autonomia para os governos locais, Estatuto das cidades e o Novo modelo de gestão estratégica. Em fevereiro de 2009 o Sebrae voltou a trabalhar focado em desenvolvimento local. A Lei geral das MPE foi um desenvolvimento de baixo para cima, após a lei ocorreu um tratamento diferenciado aos pequenos negócios. A criação da figura dos Agentes de Desenvolvimento Local aconteceu através da Lei 128/2008. Caberá ao poder público designar agente de desenvolvimento para efetivação do disposto nesta lei observando as especificidades locais. Após a lei criou-se um contesto/conjuntura favorável para sua atuação. A rede de agentes locais sustenta-se baseada em três pilares: informação, interação e capacitação. A perspectiva futura será de capacitação avançada em planejamento, captação e gestão de recursos. Foi apresentada as ferramentas na internet para aproximar os agentes, como exemplo a página dos AD (Agentes de Desenvolvimentos) que valoriza e integra os agentes de desenvolvimento. Agentes de desenvolvimento do Tocantins Na lei está institucionalizada o papel do agente, eu posso me apresentar como um agente. Se fala muito de inflação, mas o grande problema é o desequilíbrio regional. Qual a missão dos agentes? Temos que ter uma leitura clara dessa missão. Quem é AD tem que colocar no coração e internalizar esse papel. No município quantos de nós estamos vendo os nossos filhos irem embora, por não gerar oportunidades a eles. Eu acho que o nosso dever é gerar oportunidades, por menor que o município seja. O palestrante citou um exemplo de um senhor que disse após uma palestra. “Eu acreditei na compra pública e me dei bem, meu filho não, ele foi embora”. Estamos vivendo um momento de muitas oportunidades. Temos é que prestar atenção, temos que aproveitá-las. O momento é bom e é chave para o desenvolvimento local. Todo agente é consultor e ele deve ser crítico, analítico. Deve ser transformador, deve propor as novidades e estar no meio do protagonismo. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 97 de 107 O AD tem uma oportunidade histórica, que é o de influenciar o desenvolvimento municipal. Ele não deve entrar em questões pequenas de políticas. Devemos investigar e saber diagnosticar bem os problemas, não devemos considerar problema o que não é problema. Para tudo tem solução. O AD precisa conhecer dados e ter informações sobre o município. As informações proporcionam poder. São as informações que empoderam o agente. Avaliar o capital social é importantíssimo. Municípios que querem crescer devem agregar valor e buscar segurar a renda local. A maioria dos recursos estão em Brasília, mas para chegar lá tem que ter um bom projeto, é uma disputa. Captar recurso é uma coisa, gerir é outra. A falta de capitalização adequada, pegar recursos inadequados. Isso precisa ser avaliado, a logística distributiva é valiosíssima. Ficar só no FPM destrói a capacidade de desenvolvimento do município. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 98 de 107 Casos de sucesso Chile exporta frutas em condições extremas, com geadas e superfície de montanha. Atualmente é o país mais desenvolvido da América do Sul. A criatividade fez a diferença neste país. Cidade nova serrana era famosa como cidade do calçado falsificado. Então a cidade se transformou em referência do calçado de qualidade, tem um centro de pesquisa e atualmente conta com 600 empresas de calçados. Uma fábrica da Asics. “O sucesso parece estar ligado à ação. Pessoas prósperas continuam se mexendo. Cometem erros, mas elas não desistem”. Consórcios públicos intermunicipais - “Um instrumento de desenvolvimento regional” Duas coisas nos diferenciam dos outros animais - A inteligência e a motivação O sucesso de qualquer projeto está alicerçado em 6 pilares. 1) 2) 3) 4) 5) 6) Capacidade de empreender Recursos Assistência técnica/tecnologia/conhecimento Marketing/comercialização Associativismo/cooperativismo Pactuação local/parceiros/agentes/comunidade Estão previstos na constituição de 1988 direitos que nos dão acesso a: saúde, educação e situações de vulnerabilidade. Os consórcios desenvolvem a região como um todo. O ato de consorcia-se é uma ação política e de negociação. No Tocantins existem cinco consórcios atualmente. Para desenvolver um consórcio, deve-se ter um protocolo de intenções, pois é o primeiro documento com as clausuras inseridas, contendo o valor do contrato do consórcio, ratificação do protocolo pelas câmaras municipais, definição do estatuto social. Deve haver preocupação com os recursos orçamentários alocados, com o rateio para cada município. Depois vem a execução de serviços públicos. Uma vez criado ele passa a ser auditado por órgãos competentes. 1º Congresso da Indústria Tocantinense | Carta da Indústria | Página 99 de 107