Síntese “Recursos energéticos” Carvão Formação de carvão: -Acumulação de restos vegetais • • Formação Alóctone – Os restos vegetais são depositados em locais diferentes dos de formação e crescimento. Originam bacias parálicas ou marinhas. Formação Autóctone – Os restos vegetais são depositados no mesmo local de formação em condições anaeróbias. Originam sucessões rítmicas. - Incarbonização: Processo que consiste no enriquecimento de carbono da matéria orgânica em ambientes anaeróbios • Fase externa – Realiza-se em ambientes anaeróbios e é um processo bioquímico fermentativo. • Fase interna – Ocorre nas profundidades das bacias e actuam factores termodinâmicos e bioquímicos. Tipos de carvões: - Sapropélicos- Betuminosos de grande homogeneidade e ricos em substâncias voláteis. • Carvões de algas ou “bog-head” – Grande compactidade e de fractura concoidal. Ricos em substâncias voláteis • Carvões de esporos ou “cannel-coal” – Contêm restos de esporos e grãos de pólen. São de cor acastanhada e preta. -Húmicos- Dividem-se em carvão de cutina em que o material vegetal é constituído por restos de folhas, esporos e pólenes e carvões lenho-celulósicos constituídos por tecidos lenhosos e celulose. Resultam da acumulação de plantas incarbonizadas que na sua formação passaram por uma fase inicial húmica. • Turfa - cor acastanhada ou negra, muito pouco denso. Contém restos de plantas herbáceas. Cerca de 50% de carbono. • Lenhito - carvão castanho-escuro ou mesmo negro, de risca castanha, baço ou com brilho resinoso. Cerca de 72% carbono • Hulha - carvão compacto, de cor e risca negras. Tem uma percentagem de carbono compreendida entre 85 e 90%. • Antracite - carvão compacto, de cor e riscas pretas. Pobre em substâncias voláteis. Cerca de 95% de carbono. Hidrocarbonetos Existem vários tipos de hidrocarbonetos mas os mais conhecidos são: Os hidrocarbonetos naturais são compostos químicos constituídos por átomos de carbono ( C ) e de hidrogénio ( H ), aos quais se podem juntar átomos de oxigénio ( O ), azoto ( N ) e enxofre ( S ). Os hidrocarbonetos com moléculas simples e leves ( metano, etano, propano, butano ), são gasosos às temperaturas e pressões normais; o metano, o mais simples de todos os hidrocarbonetos, só passa ao estado líquido à temperatura de -1600 oC. Contudo, todos os hidrocarbonetos apresentam uma propriedade comum: são combustíveis. Génese do Petróleo Os hidrocarbonetos naturais estão encerrados nas rochas que constituem a parte superior da crusta terrestre, também chamado subsolo. Resultam de transformações de ordem física e química que se produzem ao longo de milhões de anos e que levam, em simultâneo, à formação das rochas sedimentares. A chuva, o vento, o gelo, os rios, os mares e os seres vivos desagregam e alteram continuamente as rochas superficiais,cujos detritos são transportados e depositam-se sobre o fundo oceânico formando camadas sobrepostas de areia e de lamas argilosas. Ao mesmo tempo que se depositam sobre o fundo do mar os detritos resultantes da erosão, depositamse, igualmente, os sais minerais que precipitam, tais como o sal-gema, o gesso, a calcite... De igual modo, depois de mortos, depositam-se sobre o fundo do mar os organismos animais e vegetais que viveram nas águas marinhas e aqueles que viveram nos continentes e foram transportados para os mares. Qualquer que seja a origem dos sedimentos, estes acumulam-se sobre o fundo do mar ficando impregnados de água do mar. Por efeito da compressão causada pelo peso das camadas superiores e pela cimentação resultante da cristalização dos sais, uma parte da água do mar será expulsa e a que restar vai preencher, em parte, os vazios minúsculos (poros e microfracturas) existentes nos sedimentos, mesmo quando aqueles já estão transformados em rochas compactas. A matéria orgânica, após a morte dos diferentes organismos vivos, encontra-se espalhada no fundo marinho e/ou lacustre em ligação com partículas de argila. Para que se não degrade rapidamente é preciso que se deposite, por exemplo, num meio marinho anaeróbico, isto é, águas perfeitamente calmas, confinadas e muito estratificadas. Os meios favoráveis, à lenta e controlada alteração da matéria orgânica, são uma excepção à regra e sendo todos aquáticos encontram-se nas margens continentais, nas águas costeiras, bem como em lagunas e mares fechados. Estes meios excepcionais são particularmente favoráveis ao aparecimento das rochas-mães (rochas onde se forma o petróleo e gás, isto é, são sedimentos que tendo encerrado, nos seus poros, uma certa quantidade de matéria orgânica esta originou quantidades apreciáveis de petróleo e gás) do petróleo. As primeiras etapas das transformações da matéria orgânica em hidrocarbonetos correspondem à diagénese biológica ou bioquímica. Numa primeira fase, os sedimentos onde está contida a matéria orgânica morta sofrem afundamento, bem como a acção enérgica das bactérias, gerando-se metano, anidrido carbónico ácido sulfídrico e hidrocarbonetos líquidos. Em simultâneo actuam os factores físicos: temperatura e pressão. Com o afundamento das camadas sedimentares aumenta a temperatura e a pressão a que ficam sujeitas. Em conclusão, as transformações sofridas pela matéria orgânica contida nos poros das rochas sedimentares, durante milhões de anos, nos fundos confinados das bacias sedimentares marinhas e/ou lacustres, até dar origem ao gás natural e petróleo, resultam de acções biológicas (bactérias anaeróbicas) e termo-catalíticas. Enfim, no decurso deste complexo processo, a substância orgânica contida nos poros dos sedimentos transforma-se em hidrocarbonetos. Inicialmente são partículas ínfimas, dispersas no volume de água do mar que impregna os poros das rochas. Armadilhas Petrolíferas Nas rochas sedimentares que são portadoras, na sua porosidade, de hidrocarbonetos e água, ao sofrerem as modificações mecânicas (dobras, falhas e fracturas) as partículas de hidrocarbonetos, sendo mais leves que a água, têm tendência a deslocarem-se para cima ou para os lados (migração) e a acumularem-se na parte superior da rocha. Os hidrocarbonetos, uma vez formados na rocha-mãe, normalmente, migram para as rochas porosas e permeáveis, do tipo grés (areias consolidadas) e calcários, chamadas rochas reservatórios quando enquadradas por rochas impermeáveis, do tipo sal-gema e argilitos (argilas consolidadas) que impedem a migração, designadas por rochas de cobertura. Este conjunto reservatório-cobertura é designado por armadilha e é, geralmente, ocupado pelos aquíferos no seio dos quais se encontram o petróleo e o gás. No caso dos hidrocarbonetos serem compostos por gás e petróleo, o gás, menos denso, encontra-se por cima do petróleo, mais denso. Os reservatórios são constituídos por rochas que apresentam vazios, poros e fissuras interligados e onde podem circular os hidrocarbonetos e a água. As suas características petrofisicas exprimem-se, fundamentalmente, em termos de porosidade e de permeabilidade, cujas relações são muitas vezes complexas. São o resultado de toda a história geológica daqueles sedimentos e em particular das condições de sedimentação e dos fenómenos de diagénese. As rochas reservatório dividem-se em duas grandes famílias, os reservatórios detríticos, na sua grande maioria siliciosos (areias e grés), e os reservatórios carbonatados, calcários e dolomias. Se as camadas sedimentares que cobrem a rocha reservatório não forem impermeáveis (argilitos), os hidrocarbonetos ascendem à superfície da crusta terrestre oxidam-se e dispersam-se. Porém, este caso é pouco frequente. O mais frequente é existirem, no subsolo, uma sobreposição de camadas porosas e permeáveis (grés ou arenitos, calcários e dolomias) e de camadas impermeáveis (argilas, argilitos e margas). Sabendo que o movimento dos fluidos subterrâneos só é possível ao longo das camadas permeáveis, os hidrocarbonetos acumulam-se nas zonas "altas" das rochas porosas cobertas por rochas impermeáveis (rochas de cobertura). Existem vários tipos de armadilhas, dos quais se salientam: armadilha estratigráfica: As rochas, abaixo da superfície de discordância originada pela erosão, estão inclinadas pelo efeito das forças de compressão. Posteriormente sedimentou a rocha de cobertura. Os fluidos ficaram aprisionados na rocha reservatório. armadilha estutural: As rochas estão dobradas em anticlinal ou sinclinal pelo efeito das forças de compressão. Os fluidos ficam aprisionados na rocha reservatório. Sempre que uma armadilha fica, efectivamente, preenchida por hidrocarbonetos passa-se a chamar um jazigo petrolífero ou jazida petrolífera. Os vazios intergranulares apresentam formas irregulares e estão interligados por canalículos estreitos, tortuosos e complexos, o que permite a migração dos fluidos. A porosidade pode representar 20 a 25% do volume total da rocha. Contudo, as rochas onde se encontram os jazigos petrolíferos têm uma porosidade compreendida entre 5 e 20%. Este volume não é inteiramente preenchido pelos hidrocarbonetos, havendo sempre uma certa quantidade de água. As dificuldades que envolvem a sondagem no mar são numerosas, contudo têm vindo a ser ultrapassadas, particularmente nos últimos 30 anos. Alguns dos problemas a solucionar são: 1) o efeito das marés; 2) a acção dos ventos e das ondas; 3) as correntes marítimas; 4) a topografia do fundo marinho; 5) a profundidade do fundo marinho; 6) o efeito corrosivo das águas marinhas; 7) a profundidade do furo a sondar. A destilação constitui uma separação, puramente física das diferentes substâncias misturadas no petróleo bruto. Deste modo, a destilação não altera a estrutura das moléculas e, assim sendo, as substâncias conservam a sua identidade química. Para a obtenção de maior número e variedade de produtos, as fracções mais pesadas são partidas em fracções leves pelo processo de Cracking. Este processo consiste, essencialmente, em decompor pelo calor e/ou por catálise ( uso de um catalisador ), as moléculas grandes das substâncias pesadas, cujo ponto de ebulição é elevado, para obter substâncias constituídas por moléculas de tamanho menor e que correspondem a substâncias mais voláteis, logo com ponto de ebulição mais baixo. Deste modo, por exemplo, o fuel-oil ( óleo combustível pesado ) pode ser convertido em gasolina. O processo oposto ao cracking chama-se polimerização e consiste, essencialmente, em combinar moléculas pequenas de derivados do petróleo para formar outras maiores e mais pesadas, por exemplo os "plásticos". Geotermia e Energia Nuclear A Terra está dividida em 3 camadas principais,a crusta, manto e núcleo. O núcleo possui temperaturas superiores a 4000 ºC, o manto temperaturas entre os 800 e 1000 ºC e a crusta temperaturas entre os 15 a 20 ºC. Esta diferença de temperaturas cria um fluxo de calor do interior para o exterior e podemos designa-lo como gradiente geotérmico que aumenta em média 1º por cada 33 metros de profundidade. Quando o fluxo de energia corresponde a um gradiente geotérmico normal, é uma zona estável, quando é um gradiente elevado, considera-se zona instável. W W W W Existem vários tipos de jazigos geótermicos: reservatórios de vapor reservatórios de agua quente rocha quente ou seca campos de geopressão Para existir geotermia de alta entalpia rock a temperatura nos jazigos tem que ser superior a 150 ºC. Para existir geotermia de baixa entalpia a temperatura nos jazigos tem que ser inferior a 150 e superior a 50 ºC. Portugal Continental possui apenas jazigos de baixa entalpia, enquanto que nos Açores, existem jazigos de alta entalpia. Graças a desintegração de elementos radioactivos no interior da Terra, ele possui uma temperatura superior ao que era de esperar. Os minerais que possuem urânio podem ser divididos em dois grupos, o grupo da uraninite e tobernite.