COMPOSTAGEM Ricardo Trippia dos Guimarães Peixoto Pesquisador, Eng. Agrônomo, PhD Embrapa Solos [email protected] ou [email protected] Material preparado para compor Capítulo em publicação “Sistema de produção de alface orgânico”, em processo de revisão do Comitê de Publicação da Embrapa Clima Temperado (http://www.cpact.embrapa.br), com previsão de publicação para 2012. RESUMO Nos sistemas de produção agropecuários normalmente há produção de resíduos orgânicos que muitas vezes não tem um destino ambientalmente adequado, como no caso de dejetos animais e da queima de biomassa vegetal, se afastando de um modelo de produção mais sustentável que preconiza o melhor aproveitamento dos recursos naturais. Como consequência, o manejo e uso técnico correto desses resíduos orgânicos são necessários para minimizar os impactos negativos no meio ambiente, como degradação do solo, poluição dos mananciais hídricos, emissão de gases de efeito estufa, entre outros. A compostagem é um processo de preparo de fertilizante natural, o húmus, a partir de resíduos orgânicos – dejetos animais, palhas etc. Estes resíduos são misturados e amontoados visando formar montes ou pilhas de compostagem, as quais passam por um manejo e monitoramento que segue princípios técnicos, os quais se baseiam no entendimento de certos requerimentos relacionados aos fatores que influenciam a atividade microbiana. Todo o processo envolve transformações da matéria orgânica em ambiente com ar, sendo realizadas por vários tipos de microorganismos existentes nos resíduos e no solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. A compostagem é uma técnica que pode ser aplicada em diversas situações visando a reciclagem de resíduos orgânicos para produção de fertilizantes orgânicos, desde uma escala de "fundo de quintal" até industrial. Em geral quanto mais tipos diferentes de resíduos orgânicos forem misturados, melhor para o processo de transformação da matéria orgânica e para a qualidade do produto final obtido, o composto, que é rico em húmus e matéria orgânica ainda em transformação, bem como em nutrientes e microrganismos benéficos, portanto atuando na melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos. INTRODUÇÃO No setor produtivo agropecuário e nos grandes centros urbanos existem várias situações em que o destino dos resíduos orgânicos gerados em grande quantidade demanda soluções para minimizar ou evitar impactos negativos ambientais. Uma prática comum nas criações ou em ambientes de feiras agropecuárias ou de competições é o armazenamento em esterqueiras, onde os dejetos são acumulados sem nenhum manejo ou tratamento e depois de um tempo os resíduos são usados em campos ou disponibilizados para interessados. A crescente preocupação da sociedade com os problemas ambientais, proteção dos recursos hídricos, questões sanitárias e que revertem para questões de saúde humana e qualidade de vida, direciona para a necessidade de minimizar esses problemas através de tecnologias que melhor utilizem os recursos naturais. A compostagem pode ser uma opção tecnológica para dar uma utilização mais nobre dos resíduos orgânicos considerados inúteis, pois pressupõe que nos mesmos há um valor agregado com dimensões ambientais, econômicas e sociais. Entretanto, a inserção da compostagem nos sistemas de produção familiares, comunitários, institucionais ou 1 empresariais requer, em geral, melhor conhecimento sobre o processo de compostagem e ajuste da tecnologia às especificidades locais da rotina de trabalho, principalmente no que diz respeito ao aproveitamento dos resíduos orgânicos disponíveis na região (Peixoto, 2007). Compostagem é uma maneira antiga de processar os resíduos e convertê-los a uma forma (húmus) que proporciona benefícios significativos para a agropecuária. Essa técnica foi conhecida pelo Ocidente provavelmente a partir de observações feitas pelo Professor F. H. King do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em 1909, e pelos experimentos de Sir Albert Howard (Howard, 1947), considerado Pai da Compostagem, inglês que trabalhou vários anos na Índia, nas primeiras décadas do século XX (Peixoto, 1988). De uma maneira geral, a compostagem é uma técnica relativamente simples, que pode ser aplicada em diferentes situações de desenvolvimento agrícola, como por pequenos agricultores descapitalizados com uso intensivo de mão-de-obra, agricultores capitalizados ou que se utiliza de técnicas de capital intensivo, até em nível de “industrialização”, como em usinas de reciclagem de lixo urbano e unidades de beneficiamento de grãos e na produção de adubos organo-minerais. Contudo, alguns princípios devem ser levados em consideração, requerendo cuidados e acompanhamento de modo a garantir qualidade em sua elaboração e no húmus produzido. Por exemplo, durante o processo a ação e a interação dos microrganismos também dependem da ocorrência de condições favoráveis, tais como temperatura, umidade, aeração, pH, tipo de compostos orgânicos existentes e concentração e tipos de nutrientes disponíveis. É importante ter em mente que esses fatores ocorrem simultaneamente, e que a eficiência da compostagem baseia-se na interdependência e inter-relacionamento desses fatores. Deve-se também ser lembrado que o composto (húmus) quando aplicado ao solo não funciona estaticamente como simples fornecedor de nutrientes, mas atua dinamicamente na melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Além disso, um solo não é recuperado nem “construído” em um ano, mas sim ao longo do tempo. Este trabalho pretende apresentar alguns princípios e cuidados que permitam entender o que acontece durante o processo de compostagem, bem como orientar os conceitos básicos para os trabalhos no planejamento e manejo da compostagem para produção de composto com melhor qualidade. Contexto do manejo orgânico do solo O manejo adequado do solo é um dos pilares da agricultura orgânica. Há que se desenvolver e aplicar soluções criativas para minimizar o uso de insumos industrializados e maximizar o uso dos recursos naturais, a par da preocupação com controle da erosão e com a conservação da fertilidade e da biota do sistema solo:planta. A manutenção da fertilidade do solo numa abordagem agroecológica é um tópico particularmente complexo, envolvendo uma gama grande de variáveis. Variações naturais dos tipos de solos, clima, taxas de mineralizações e sistemas de cultivo, todos afetam os níveis de fertilidade do solo e as tendências de esgotamento ou acúmulo de nutrientes (Peixoto, 1996; 1997a). A disponibilidade de recursos locais (na ou fora da propriedade) para construir e manter a fertilidade ajuda determinar o conjunto de estratégias mais viáveis e os fatores sociais influenciam a adequação social e aceitação das diferentes técnicas de manejo da fertilidade do solo. Esses fatores incluem: a intensidade de praticas agrícolas existentes; estrutura da propriedade (incluindo tipo de posse e a disponibilidade e divisão do trabalho); níveis de conhecimento e cooperação social local; e a existência de suporte técnico (Parrott & Marsden, 2002). Fertilidade do solo é tratada num contexto mais amplo, sendo um reflexo dos ciclos naturais onde existe um balanço, ou desbalanço, entre os processos de desenvolvimento e decomposição atuando em ambos constituintes orgânicos e inorgânicos do solo. A matéria orgânica do solo (MOS) tem um papel importante já que compreende grupos de componentes 2 com funções múltiplas na expressão dos processos químicos, físicos e biológicos do solo (Coleman et al., 1989). O uso de resíduos orgânicos, tais como restos de cultura, dejetos animais, aparas de gramas, restos de manutenção de jardins, entre outros, vem despertando cada vez mais o interesse dos agricultores e técnicos, tanto em áreas rurais como urbanas. Isso porque esses materiais são ricos em matéria orgânica, componente muito importante para a fertilidade do solo e portanto para se obter melhores produtividades. Uma característica importante da matéria orgânica é a manutenção de uma biomassa ativa, que é composta de comunidades diferentes de organismos que atuam diretamente em numerosas transformações entre os constituintes orgânicos e inorgânicos do solo. Portanto o papel funcional dos diferentes compartimentos da MOS esta relacionado aos processos do solo relativos à ciclagem (mineralização/imobilização) e disponibilidade de nutrientes (CTC, CTA), agregação de partículas (proteção física da MOS) e complexação com metais (proteção química da MOS e "controle" da acidez - Al) (Peixoto, 1997a, 1997b). Portanto, o emprego de fertilizantes orgânicos utilizados num manejo adequado do solo contribui para a melhoria das propriedades físicas e químicas do solo, tais como a agregação das partículas e estruturação do solo, a aeração, a infiltração de água e retenção de umidade, melhoria da capacidade de retenção e disponibilização de nutrientes, entre outras, permitindo a manutenção e incremento da produtividade do solo. Propicia também um aumento na diversidade de microorganismos benéficos, no estímulo ao desenvolvimento das raízes, que contribuem para o controle de organismos não desejáveis, na transformação da matéria orgânica e na solubilização de minerais, de maneira a disponibilizar de forma gradativa os nutrientes para as plantas (Peixoto, 1997b). Portanto, técnicas que favoreçam o aporte de matéria orgânica e a sua manutenção, são estratégias que podem auxiliar o processo de viabilização de unidades orgânicas. Por exemplo, a produção in situ de biomassa, via fotossíntese, e sua transformação em fertilizante orgânico, através do emprego de técnicas como a compostagem, o uso de biofertilizantes líquidos e a adubação verde (AV). Aspectos gerais sobre compostagem A diferença entre se aplicar e incorporar diretamente os resíduos crus e o resíduo estabilizado (p. ex., proveniente da compostagem) em relação à resposta de uma cultura, quanto à sua nutrição, está na quantidade e época em que os nutrientes mineralizados estarão disponíveis para as plantas, assim como na intensidade com que ativam os microrganismos do solo. A compostagem é um processo de decomposição aeróbia e durante o mesmo, há desprendimento de gás carbônico, água (na forma de vapor) e energia, devido à ação dos microrganismos. Parte da energia é usada para crescimento e movimento, sendo a restante liberada como calor, que se procura conservar na pilha (monte) de compostagem. Como resultado, a pilha se aquece, atinge uma temperatura elevada, resfria e atinge estágio de maturação. O composto final, húmus, é constituído de partes resistentes dos resíduos orgânicos, produtos decompostos e microrganismos mortos e vivos. Em outras palavras, a partir de uma mistura de restos de alimentos, frutas, folhas, esterco, palhadas, etc., obtém-se, no final do processo, um adubo orgânico homogêneo, com cheiro característico, de cor escura, estável, solto, pronto para ser usado em qualquer cultura sem causar dano e proporcionando uma melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Vários trabalhos têm mostrado que a aplicação de composto produz múltiplos efeitos sobre o solo e a cultura através do aumento da permeabilidade do solo, agregação das partículas minerais, fornecimento de micro e macronutrientes, contribuindo para a correção da acidez, incrementando a população de organismos e melhorando a eficiência de uso dos nutrientes (Howard, 1947; Bengtson e Cornette, 1973; Hortenstinee Rothwell, 1973; Terman et al., 1973; Giordano et al., 1975; Mazur, 1981; Guerra & Almeida, 1983; Peixoto et al., 1987, 1989a, 1989b; Pereira et al., 1988; Alves e Passoni, 1997; Souza, 1998; Abreu Jr. et al., 2001; Santos et al., 2001). 3 O estado de maturação do composto é de fundamental importância para seu efeito como condicionador de solos e principalmente fornecimento de nutrientes às plantas e o crescimento destas (Boulter-Bitzer et al., 2006; Said-Pullicino et al., 2007). Por outro lado, o grau de decomposição também tem influência no potencial do composto no biocontrole de doenças de plantas causadas por patógenos do solo. Essa característica é conferida pela colonização microbiana diferencial do composto nas suas diversas fases e por estes microrganismos apresentarem diferentes mecanismos de biocontrole (Hoitink e Boehm, 1999). No entanto, apesar de ser tecnologia agrícola das mais antigas, não tem tido uso mais indiscriminado em território brasileiro por parte dos agricultores familiares. Isto se deve principalmente ao fato de ser uma prática intensiva em trabalho e o composto ser muito volumoso para o transporte e de qualidade variável em relação aos fertilizantes minerais. Também porque para sua inserção nos sistemas de produção familiares requer, em geral, melhor conhecimento sobre o processo de compostagem e ajuste da tecnologia às especificidades locais, principalmente no que diz respeito ao aproveitamento dos resíduos orgânicos disponíveis e a dificuldade de inserção da compostagem, na rotina de atividades da unidade de produção familiar. Outra limitação é que muitas vezes os sistemas de produção não contemplam a criação de animais e a falta de esterco é considerada uma limitação do processo em função do baixo teor de N nos resíduos vegetais em geral. Por outro lado os sistemas com criação animal muitas vezes não reciclam o esterco, causando poluição ambiental, ou o fazem através de processamentos inadequados que promovem perdas elevadas de nutrientes. Mesmo quando se faz a compostagem, muitas vezes a falta de conhecimento dos fatores que interferem no processo de decomposição dos resíduos e a correta maneira de manejá-los tem produzido material não estabilizado, ou com falta de qualidade, acarretando problemas na germinação de sementes ou desenvolvimento de plantas, por excesso ou deficiência de N, presença de substâncias tóxicas, sementes de plantas daninhas ou mesmo de patógenos. Além das imposições da produção orgânica certificada que tem estimulado o surgimento de tecnologias orgânicas, o custo dos fertilizantes minerais solúveis e a crescente descapitalização dos agricultores familiares tem pressionado o retorno das técnicas de adubação orgânica. Neste caso, surge uma nova oportunidade para a compostagem como opção para o manejo orgânico do solo, principalmente se considerarmos o potencial dos trabalhos participativos nas comunidades familiares, onde podem surgir iniciativas de especialização de produtores fabricantes de composto integrados com as necessidades ou demandas locais ou regionais, ou mesmo de mutirões para produzi-lo numa escala maior. Exemplos existem de iniciativas similares em comunidades de Java que tradicionalmente desenvolveram ao longo do tempo técnicas para produzir compostos específicos para diferentes culturas, considerando estratégias distintas mas integradas de desenvolvimento entre regiões (Tanner et al., 2001). Souza (1998) demonstrou a viabilidade do uso de composto na produção orgânica de hortaliças, a partir do emprego de capim napier como fonte de C na compostagem, em regiões onde outros fertilizantes orgânicos sejam escassos ou tenham custos elevados. Contudo, neste processo balanços de nutrientes devem ser estabelecidos, a fim de viabilizar a sustentação temporal destes sistemas de produção. Dentre os nutrientes, o N é crítico, visto ser o de maior demanda metabólica pelas plantas, e as opções de fertilizantes sintéticos não são de uso permitido na produção orgânica, ao passo que em relação a outros nutrientes essenciais há opções disponíveis. Especial atenção deve ser tomada nos sistemas com solos degradados e com desbalanço de nutrientes, onde se pretende construir a fertilidade do solo com técnicas orgânicas de produção. Neste caso, devem ser desenvolvidos estudos envolvendo a transformação de fertilizantes minerais em fertilizantes orgânicos, por exemplo mostrando maior eficiência em relação aos fosfatos naturais brasileiros, ou mesmo estratégias durante um período de transição / conversão para diminuir o uso de insumos externos à propriedade. PRINCÍPIOS DA COMPOSTAGEM 4 Apesar da compostagem ser uma técnica simples, alguns princípios devem ser levados em consideração de modo a garantir qualidade em sua elaboração e no húmus produzido. A transformação dos resíduos ocorre principalmente através da ação de organismos, podendo ser subdividida em duas etapas: uma física (desintegração) e outra química (decomposição). A primeira diz respeito à quebra mecânica dos resíduos, e na última, os resíduos são primeiramente decompostos em suas unidades estruturais básicas por enzimas extracelulares e, posteriormente absorvidas e oxidadas pelos microrganismos, a fim de obterem energia e nutrientes inorgânicos para o seu desenvolvimento, com conseqüente transformação da biomassa. A decomposição da matéria orgânica pode ocorrer por dois processos: na presença de oxigênio (aeróbio) e na sua ausência (anaeróbio). De acordo com a disponibilidade de oxigênio livre, predominam microrganismos aeróbios ou anaeróbios, sendo os agentes mais destacados os fungos, bactérias e actinomicetos. Na decomposição anaeróbia (biodigestor) os organismos, ao metabolizarem os nutrientes, utilizam outros elementos para respiração em lugar de oxigênio, decompondo os compostos orgânicos por um processo de redução lento e geralmente acompanhado de desprendimento de odores desagradáveis (H2S). A característica marcante do processo anaeróbio é a produção do gás metano (CH4) que é combustível e usado em fogões, aquecedores, lampiões, geladeiras, geradores, etc. Após a decomposição, o efluente (biofertilizante) pode ser usado como adubo orgânico. A compostagem é o processo de decomposição aeróbia onde a ação e a interação dos microrganismos também dependem da ocorrência de condições favoráveis, tais como temperatura, umidade, aeração, pH, tipo de compostos orgânicos existentes e concentração e tipos de nutrientes disponíveis. É importante ter em mente que esses fatores ocorrem simultaneamente, e que a eficiência da compostagem baseia-se na interdependência e interrelacionamento desses fatores (Couto et al., 2008; Borges et al., 2006; Peixoto, 1988, 2000, 2005a, 2007; Kiehl, 1998). Durante a compostagem, há desprendimento de gás carbônico, água (na forma de vapor) e energia, devido à ação dos microrganismos. Parte da energia é usada para crescimento e movimento, sendo a restante liberada como calor, que se procura conservar na pilha (monte) de compostagem. Como resultado, a pilha se aquece, atinge uma temperatura elevada, resfria e atinge estágio de maturação. O composto final, húmus, é constituído de partes resistentes dos resíduos orgânicos, produtos decompostos e microrganismos mortos e vivos. Oxidação Matéria Orgânica + O2 → CO2 + H2O + Nutrientes + Energia (calor) + Húmus Biológica Em outras palavras, a partir de uma mistura de restos de alimentos, frutas, folhas, esterco, palhadas, etc., obtêm-se, no final do processo, um adubo orgânico homogêneo, com cheiro característico, de cor escura, estável, solto, pronto para ser usado em qualquer cultura sem causar dano e proporcionando uma melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. O composto orgânico resultante pode ser aplicado em qualquer cultura. A definição da quantidade e da época de aplicação deve ser feita por um técnico credenciado ou agrônomo, pois depende de vários fatores, tal como tipo de solo, condições climáticas da região ou local, histórico de uso da terra, nível de degradação do solo e estado de fertilidade, necessidades nutricionais da cultura etc. Deve-se lembrar que o composto em geral é rico em nutrientes, tanto macro como micronutrientes, e a quantidade presente pode ser suficiente para a cultura dependendo do tipo e quantidade de resíduos utilizados. Pode-se enriquecer o composto com alguns nutrientes durante a compostagem, por exemplo, os fosfatos, mas precisa 5 acompanhamento técnico para o ajuste da quantidade para obter um composto de qualidade (Couto et al., 2008; Peixoto, 2005a, 2007). A vantagem do composto é que os nutrientes em geral estão em três formas, ou seja parte esta prontamente disponível para a nutrição da cultura, outra parte esta parcialmente disponível já que se encontra protegida pelo húmus na forma de complexos e uma terceira esta retida na matéria orgânica ainda a ser decomposta ou mineralizada no solo, portanto atuando como uma reserva de nutrientes. Portanto, deve-se ter em mente que o composto além do húmus também tem em sua composição parte da matéria orgânica ainda em transformação, o que confere a propriedade de liberar gradativamente os nutrientes e melhorando o aproveitamento para as culturas (Peixoto, 2005a, 2007). Outro aspecto importante é que o húmus presente no composto, ou seja, representa uma matéria orgânica transformada para uma forma mais reativa e estável, melhorando a saúde do solo e estimulando sua vida, portanto, promovendo benefícios da aplicação deste composto no solo, por exemplo: estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo; aumenta a capacidade de infiltração e retenção de água, reduzindo a erosão; contribui para diminuição da acidez do solo; melhora a estrutura do solo e sua capacidade de retenção e fornecimento de nutrientes de forma gradativa; favorece o desenvolvimento e a multiplicação de organismos benéficos ao solo e de microorganismos benéficos às culturas agrícolas. Portanto, os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente, realizando a tão desejada "adubação de disponibilidade controlada". Em outras, palavras, fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das chuvas (Couto et al., 2008; Peixoto, 1997, 2005a, 2007). O composto orgânico é um adubo de uso rotineiro nas propriedades orgânicas, especialmente nas de pequeno porte. Apresenta-se como excelente forma de aproveitamento dos restos vegetais e animais oriundos da atividade agropecuária. Pode ser elaborado apenas com resíduos vegetais ou em mistura com resíduos animais. Entretanto, para obtenção de um composto de qualidade, é necessário combinar resíduos ricos em carbono, como os capins, com outros materiais ricos em nitrogênio, como palhada de feijão ou de outras espécies de plantas leguminosas, ou dejetos animais (Couto et al., 2008; LealL et al., 2007). O custo de se produzir composto é muito variável, pois depende de vários fatores, por exemplo, do nível tecnológico usado (pode variar de uma iniciativa de fundo de quintal ate uma Usina de compostagem empresarial), do tipo de sistema de compostagem, da escala de produção, equipamentos e pessoal envolvido, entre outros. Ao mesmo tempo o emprego de composto orgânico em uma propriedade também é uma forma de reduzir o uso de insumos industrializados, priorizando o melhor aproveitamento dos recursos naturais existentes no local ou na região. Muitas vezes os benefícios sociais e ambientais não são computados, embora tenham impactos altamente favoráveis. Atualmente existe no mercado máquinas e equipamentos capazes de triturar galhos de árvores, de revolver a pilha semelhante a uma grande enxada rotativa, minicarregadeiras com conchas frontais, sistemas de ventilação forçada, entre outros. Portanto a economicidade do sistema depende da situação e principalmente da criatividade e gerenciamento do produtor ou do empreendedor. A Área do Pátio de Compostagem precisa ter espaço suficiente para permitir a manobra de máquinas e de dinâmica de trabalho das pilhas de compostagem. A situação ideal é que o Pátio de Compostagem tenha um piso concretado (ou chão compactado) e com declividade de 1 %, em cuja lateral possa ter uma calha em declive para direcionar o chorume caso seja produzido ou a água de lavagem do pátio para uma caixa de água. O "chorume" coletado e armazenado poderá ser bombeado para molhar as pilhas mais novas durante a montagem e no revolvimento das mesmas. O piso concretado evita possível problema de impacto ambiental, no caso de infiltração do chorume para lençol freático ou manancial hídrico. O pátio poderá ser coberto, de modo a proteger as pilhas de chuva, e mesmo excesso insolação, sendo que a área deste pátio depende da quantidade e fluxo de resíduos produzidos, da dimensão das pilhas e do espaço disponível para o deslocamento de máquinas (por exemplo, 6 do tipo "BobCat"). A maior preocupação é de proteger as pilhas mais velhas, pois o material em fase avançada de decomposição e mesmo de estabilização tem alta afinidade de reter água (semelhante a uma esponja). Desejável que o telhado tenha calha que permita coletar água da chuva armazenada numa "cisterna", a qual pode ser usada para molhar as pilhas ou usar em serviços de limpeza. Conforme a declividade do terreno deve-se considerar o uso de praticas conservacionista, visando proteger o terreno e as pilhas no caso de excesso de escorrimento superficial de água da chuva. O entorno do pátio poderá ser arborizado visando proteger de excesso de ventos, bem como considerando aspectos de paisagismo. Algumas possibilidades de manejo das pilhas, bem como flexibilidade de dinâmica de trabalho, podem ser consideradas, por exemplo, no caso de possibilidade de mecanização: 1) Pilha Móvel, usando uma minicarregadeira com concha frontal, com 2 possibilidades de manejo: 1.1) A pilha vai se movendo com os reviramentos feitos ao longo do comprimento do Pátio, ou seja ela é montada num lado de entrada, e o composto sai no outro lado do Pátio, 1.2) As pilhas são montadas e o reviramento é feito numa dinâmica do "vai e volta". Conforme a pilha vai perdendo volume, então pode-se misturar as pilhas mais velhas, por exemplo de 2 pilhas fazendo uma nova, visando manter um volume da pilha nas dimensões que favorecem o processo de decomposição. Por exemplo, em geral com 1,5 a 2,5 m de largura, 1,5 a 2,0 m de altura, e comprimento dependendo da disponibilidade de resíduos orgânicos "frescos". 2) Pilha "Estática", usando uma máquina de reviramento de pilha (tipo de "enxada rotativa" aérea), ou seja a pilha é montanda nas dimensões "ideais", e nos dias de reviramento a máquina passa ao longo do comprimento da pilha. Certamente com o tempo de compostagem a pilha também irá diminuir de volume, portanto haverá necessidade de manter sua dimensão próxima ao volume ideal utilizando a minicarregadeira para fazer o condicionamento da mesma. CUIDADOS E CARACTERÍSTICAS DA COMPOSTAGEM Durante a compostagem deve-se cuidar de alguns fatores que atuam na eficiência de trabalho dos microrganismos que irão fazer a decomposição ou transformação dos resíduos orgânicos. O ajuste do processo de compostagem depende do entendimento de que esses fatores atuam simultaneamente, de forma interativa e, por se tratar de um processo biológico dinâmico, o mesmo deve ser monitorado. 1) Deve-se cuidar para uma proporção desejável 30:70, entre material com baixa relação C/N (material tenro) e material com alta relação C/N (material fibroso - palhada). A mistura dos dejetos animais com os resíduos vegetais deve chegar a uma relação C/N em torno de 30. O conhecimento da relação C/N de um material orgânico reflete o grau de resistência à sua decomposição. Quanto mais C tiver, assim como mais complexas forem as suas estruturas moleculares, mais energéticas e difíceis de se decomporem serão. De uma maneira geral, 30 partes de peso de C são usadas pelos microorganismos por cada parte de N; portanto, uma relação C/N entre 26 e 35 proporciona uma rápida e eficiente compostagem. Quanto maior a variedade de resíduos orgânicos misturados melhor para a compostagem, bem como para a qualidade do composto produzido; no caso de dificuldade em obter dejetos animais, pode-se utilizar plantas leguminosas (p.ex., crotalária, guandu, leucena, e mesmo de espécies arbóreas como gliricídea e eritrina, entre outras) trituradas (Peixoto et al., 2005b). O composto pronto para uso normalmente tem uma relação entre 15 e 20. 7 2) O tamanho das partículas pode variar de poucos milímetros a cerca de 2 a 5 cm, de forma a facilitar a circulação do ar, facilitar o ataque microbiano pelo aumento da superfície específica e ajudar a manter o teor de umidade sem excessos. 3) As pilhas precisam ter uma dimensão no mínimo em torno de 2,5 m (largura) x 1,6 m (altura) x 3 m (comprimento), sendo que não há limite máximo para o comprimento. Deve-se evitar pilhas muito altas (por exemplo, acima de 3 m) ou muito largas de modo a impedir compactação das partículas e dificultar ou impossibilitar a circulação do ar, o que pode causar processo anaeróbio o qual, além de produzir gases com odor (base enxofre), também pode causar perda de nitrogênio na forma gasosa (como o N2O) e mesmo produzir metano (CH4), ambos com impacto na camada de ozônio e gases efeito estufa – que atuam nas mudanças climáticas. 4) É necessário o reviramento das pilhas, o que permite melhor mistura dos resíduos e incorporação daqueles que fiquem na superfície delas, garantindo ao longo do tempo que passem pela zona de alta temperatura no interior da pilha; desejável que o reviramento seja feito de dois em dois dias, ou de três em três dias, durante os primeiros vinte dias, o que é um manejo intenso, mas que minimiza ao máximo o risco de sobrevivência de organismos não desejáveis, caso a questão sanitária seja prioritária; normalmente pode-se revirar duas vezes por semana nas primeiras três semanas e depois uma vez por semana até a estabilização do processo. O investimento neste caso é de um trator minicarregadeira do tipo "BobCat" com concha frontal para fazer o reviramento do material; já existem no mercado máquinas para reviramento das pilhas semelhantes a uma "enxada rotativa aérea", portanto deve-se analisar custo dos implementos e acessórios, bem como de manutenção. 5) Molhar a pilha durante o reviramento, o que permite uniformizar a quantidade de água em todo o material da pilha, ajustando a quantidade de água de modo a evitar excesso; portanto, deve-se monitorar a umidade das pilhas; o escorrimento de chorume normalmente só ocorre quando há excesso de água. 6) Em função do local disponível para efetivar o pátio de compostagem, considerando preocupação com odores no entorno, pode-se adicionar na superfície da pilha o mineral zeolita (pó de rocha rica neste mineral) o qual, por causa de sua alta porosidade e superfície especifica, tem propriedades de reter gases (controle odor), nutrientes e umidade. 7) Dependendo do teor de nutrientes desejáveis no composto, pode-se testar algumas misturas de fosfatos, fertilizantes minerais, pó de rochas (em especial sedimentares) ricas em determinados nutrientes, cinzas de madeiras, e mesmo de calcário (como fonte de Ca e Mg). Entretanto, deve-se cuidar com a quantidade (em geral entre 1 a 5 %) a ser misturada aos resíduos orgânicos no início da compostagem, bem como quanto ao teor de metais pesados ou outros tipos de "contaminantes" que possam ter nesses materiais, portanto é sempre recomendável uma orientação de técnicos ou agrônomos locais. 8) Logo que se monta a pilha com o material orgânico misturado, o seu interior começa a esquentar porque o calor liberado durante a transformação dos resíduos fica retido na massa amontoada do material. Portanto o aumento da temperatura é normal e indica que a compostagem está funcionando, ou seja, que tem vida na pilha. A temperatura do interior da pilha é monitorada, sendo desejável que fique entre 60 e 70ºC durante o período de máxima transformação e diminua na fase de estabilização do composto; a temperatura do interior da pilha pode ser monitorada com um termômetro digital portátil, com alimentação a bateria 9 volts, com 1, 2 ou mais entradas para sensor Termopar tipo K (ou outra precisão e faixa temperatura) em haste de 0,6 cm de diâmetro e tendo entre 50 e 100 cm de comprimento, tendo sensor em ponteira. Normalmente primeiro procura-se colocar a haste na parte central do volume da pilha, buscando encontrar o "núcleo de maior calor" ou parte onde há maior acúmulo de calor, o qual dependendo do fluxo de ar que naturalmente circula pela pilha (pelos poros ou espaços entre as partículas de resíduos), pode estar localizado bem no centro ou deslocado um pouco acima, ou abaixo do centro; em geral medimos cerca de 24 horas após o reviramento da pilha, no período da manhã. 9) No caso de checar o controle em termos sanitários, é desejável fazer um monitoramento ou análise de sobrevivência de organismos patogênicos, ou mesmo de sementes de plantas 8 "daninhas", por exemplo, coletando amostras antes, durante e após o processo. Normalmente, pode acontecer de moscas acompanharem os resíduos frescos com certo odor (p.ex., dejetos animais) até o pátio de compostagem, mas em geral não se tem maiores problemas com moscas e sua reprodução nas pilhas de compostagem, já que o reviramento periódico elimina as possíveis larvas que possam existir. Caso existam problemas sérios de grande número de moscas no início da montagem das pilhas, para um controle pontual pode-se aplicar ou pulverizar inseticida recomendado e seguindo recomendações de proteção individual (EPI) por veterinário ou agrônomo e mesmo colocar armadilhas com iscas em locais estratégicos. 10) Normalmente, independente do tipo de resíduo orgânico o pH das leiras pode baixar no primeiro dia (em função produção ácidos orgânicos) mas já sobe para entre 7 e 8 nos primeiros dias e fica neste patamar ao longo do processo. Portanto a uréia, apesar de contribuir para a diminuição da relação C/N e para o controle de patógenos (aumento pH e produção de NH3), não deve ser utilizada para este objetivo, já que em pH elevado há risco de sérias perdas de N em forma gasosa. Dependendo do tipo de resíduo ou insumo misturado, se for realmente necessário aumentar o pH da pilha, tanto para garantir condições favoráveis a atividade microbiana como com preocupações sanitárias, é preferível misturar um pouco de calcário, por exemplo cerca de 2 % (contudo, há necessidade de monitorar a evolução ou o comportamento do pH da pilha de compostagem ao longo do tempo). 11) O tempo de compostagem pode variar de 2 a 6 meses dependendo do tipo e variedade de resíduos utilizados, e o uso de parte do composto pronto misturado aos resíduos "frescos" na montagem das pilhas ajuda no processo inicial de decomposição pois é um material rico em microrganismos benéficos, inclusive em especial alguns decompositores mais específicos para aqueles resíduos de decomposição mais difícil. É desejável que o composto tenha frações de sua matéria orgânica em diferentes graus de decomposição, desde materiais relativamente frescos, como partes em transformação, até o húmus (material bem transformado e mais recalcitrante, de tamanho coloidal e portanto com alta reatividade). 12) Em geral pode-se avaliar se o material esta estabilizado fazendo testes em copinhos plásticos verificando se há problemas na germinação de sementes e desenvolvimento inicial de mudas de pepino, abóbora ou outra espécie de planta ou cultura na qual pretende aplicar o composto. Pode-se também aplicar em cobertura num pedaço de terreno com a cultura que se pretende adubar. 13) Para fins de fertilidade do solo, amostras de composto podem ser analisados como fertilizantes orgânicos em Laboratórios credenciados de Solos e Tecidos Vegetais que possam existir da região e no Estado, tem condição e metodologia para fazer análise da composição de nutrientes (em geral, N, Ca, Mg, K, P, S) e de carbono (C) de resíduos orgânicos. 14) Se o objetivo de se fazer compostagem é de produzir um "adubo ou fertilizante orgânico" para comercialização, existem Normas / Legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para o que há necessidade de contatar escritório em sua cidade ou região, e consultar no Website do MAPA (http://www.agricultura.gov.br), buscando por opção sobre "Legislação". Da mesma forma pode ser oportuno fazer consulta em escritório local ou regional do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e/ou da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e mesmo buscar informações também no Website do Ministério do Meio Ambiente (http://www.meioambiente.gov.br), buscando por opção sobre "Legislação". 15) No Brasil também existe a ABISOLO - Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos – que é uma Entidade fundada no dia 24 de Outubro de 2003 para congregar e representar as demandas das Empresas Produtoras desses importantes insumos agrícolas. Informações podem ser obtidas em seu Website - http://www.abisolo.com.br. A ABISOLO tem promovido fórum de discussões buscando organizar este setor, bem como promover maior integração com o MAPA, além de buscar organizar e disponibilizar informações e padrões para melhorar os empreendimentos neste setor. Também poderá encontrar na página deles indicações de laboratórios para análise de adubos orgânicos e compostos. 9 Resumindo algumas considerações que devem ser observadas para que se faça um composto de boa qualidade: Quanto ao planejamento 1. Culturas a serem beneficiadas 2. Disponibilidade de resíduos orgânicos 3. Quantidade do composto a produzir 4. Coleta e armazenamento de resíduos 5. Época do ano (seca ou chuvosa) 6. Periodicidade de uso do composto 7. Transporte dos resíduos 8. Transporte do composto 9. Local em que será feito o composto 10. Disponibilidade de água 11. Declividade do terreno 12. Drenagem do terreno Quanto ao manejo 1. Montagem da pilha o mais rapidamente possível 2. Uso principalmente de materiais orgânicos 3. Mistura intensiva dos ingredientes 4. Manutenção da umidade adequada da pilha (entre 40 e 60 %) 5. Execução da pilha no formato e dimensões apropriados (em geral 1,5 m de altura, 2,0 m de largura, comprimento variável) 6. Reviramento 7. Cobertura da pilha quando necessário 8. Não compactação da pilha 9. Uso de resíduos de tamanho pequeno 10. Possibilidade da entrada de ar na pilha Quanto ao uso 1. A eficiência dos fertilizantes químicos pode ser aumentada quando usados em composto. 2. A aplicação do composto ao solo logo que estiver pronto evita possíveis perdas de nutrientes quando exposto a chuvas intensas. 3. Não deve ser realizada incorporação do composto a profundidades maiores que 10 cm. 4. A aplicação do composto produzido deve ser em quantidades proporcionais à área a ser cultivada. 5. Deve-se aplicar o composto sempre que possível, pois seu efeito no solo é cumulativo e se expressa com maior intensidade ao longo do tempo. 6. Deve-se sempre ter em mente que o húmus no solo não é estático, mas atua dinamicamente nos elementos que sustentam uma agricultura produtiva, sadia e rentável. 10 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABREU, C. H., Jr.; MURAOKA, T.; OLIVEIRA, F. C. Cátions trocáveis, capacidade de troca de cátions e saturação por bases em solos brasileiros adubados com composto de lixo urbano. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 58, n. 4, p. 813-824, 2001. ALVES, W. L.; PASSONI, A. A. Composto e vermicomposto de lixo urbano na produção de mudas de oiti (Licania tomentosa (Benth)) para arborização. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 32, n. 10, p. 1053-1058, 1997. BENGTSON, G. W.; CORNETTE, J. J. Disposal of composted municipal waste in a young plantation of slash pine: effects on soil and trees. Journal of Environmental Quality, v. 2, n. 4, p. 441-444, 1973. BORGES, W. L.; PASSOS, S. R.; ALMEIDA, A. M.; PEIXOTO, R. T. dos G.; RUMJANEK, N. G.; XAVIER, G. R. Efeito da aplicação de rochas silicáticas sobre a comunidade microbiana durante o processo de compostagem. Espaço & Geografia, v.9, n.2, p.33-51, 2006. BOULTER-BITZER, J. I.; TREVORS, J. T.; BOLAND, G. J. A polyphasic approach for assessing maturity and stability in compost intended for suppression of plant pathogens. Applied Soil Ecology, v. 34, p. 65–81, 2006. COLEMAN, D.C.; OADES, J.M.; UEHARA, G. (ed.). Dynamics of soil organic matter in tropical ecosystems. Honolulu: University of Hawaii, NifTAL Project, 1989. 249 p. COUTO, J.R.; RESENDE. F.V.; SOUZA, R.B. SAMINEZ, T.C.O. Instruções práticas para produção de composto orgânico em pequenas propriedades. Seropédica: Embrapa Agrobiologia. Boletim de pesquisa e desenvolvimento. 2008. 8p. GIORDANO, P. M.; MORTVEDT, J. J.; MAYS, D. A. Effect of municipal wastes on 46 crop yields and uptake of heavy metals. Journal of Environmental Quality, v. 4, n. 3, p. 394-399, 1975. GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA, D. L. de. Efeito de níveis de composto de resíduos urbanos e calcário na correção da acidez do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 19., 1983, Curitiba. Anais ... Curitiba: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1983. p.39. HOITINK, H.; BOEHM, M. J. Biocontrol within the context of soil microbial communities: a substrate-dependent phenomenon. Annual Review Phytopathology, v. 37, p. 427-446, 1999. HORTENSTINE, C. C.; ROTHWELL, D. F. Pelletized municipal refuse compost as a soil amendment and nutrient source for sorghum. Journal of Environmental Quality, v. 2, n. 3, p. 343-345, 1973. HOWARD, A. An agricultural testament. 2 ed. London, Oxford University Press, 1947. 253p. KIEHL, E. J. (1998). Manual de Compostagem: maturação e qualidade do composto. Piracicaba, editado pelo autor (Av. Brasil, 910. CEP: 13.416-530, Piracicaba, SP. Tel. (19) 4225419). 171p. LEAL, M. A. de A.; GUERRA, J. G. M.; PEIXOTO, R. T. dos G., ALMEIDA, D. L. De. Utilização de compostos obtidos com palhada de Napier e Crotalária, como substratos para a produção de mudas de alface, beterraba e tomate. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, 2007. MAZUR, N. Efeito do composto de resíduo urbano no pH e disponibilidade de fósforo. 1981. 81 p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí, 1981. PARROTT, N.; MARSDEN, T. The real green revolution – organic and agroecological farming in the South. London: Greenpeace Environmental Trust, 2002. 147 p. 11 PEIXOTO, R. T. dos G. Compostagem: solução correta para o meio ambiente. Revista Cavalos. São Paulo (SP), p.13 - 15, 2007. PEIXOTO, R. T. dos G. Compostagem: princípios, práticas e perspectivas em sistemas orgânicos de produção In: Agroecologia: Princípios e Técnicas para uma Agricultura Orgânica Sustentável. 1 ed. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2005a, p. 387-422. PEIXOTO, R. T. dos G. Potencial do uso de resíduos de leguminosas substituindo esterco em compostagem. In: III CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA, 2005, Florianópolis (SC). Anais ... Florianópolis, SC : UFSC, CD-ROM, 2005 b. PEIXOTO, R. T. dos G. Preparo do Composto. Horticultura Brasileira, v.18, p.56 - 64, 2000. PEIXOTO, R. T. dos G. Manejo orgânico da fertilidade do solo no sistema de plantio direto. In: PEIXOTO, R. T. dos G.; AHRENS, D. C.; SAMAHA, M. J. (Org.). Plantio direto: o caminho para uma agricultura sustentável. Ponta Grossa: IAPAR, 1997a. p. 186-205. PEIXOTO, R. T. dos G. Matéria orgânica e a dinâmica das cargas elétricas dos solos: processos e conseqüências. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26., 1997, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS/SBCS, 1997b. Comissão 2. Palestra. 32 p. CD-ROMPEIXOTO, R. T. dos G. Matéria orgânica: frações e transformações no solo. In: SÁ, J. C. de M. (Org.). Curso sobre Manejo do Solo no Sistema Plantio Direto. Castro: Fundação ABC, 1996. p. 140-159. PEIXOTO, R. T. dos G.; ALMEIDA, D. L. de; FRANCO, A. A.. Adição de fosfatos na compostagem de lixo urbano e disponibilidade residual de fósforo em sorgo forrageiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 24, n. 5, p. 587-592, 1989a. PEIXOTO, R. T. dos G.; ALMEIDA, D. L. de; FRANCO, A. A. Compostagem de lixo urbano com adição de diferentes fontes de fósforo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 24, n. 5, p. 599-606, 1989b. PEIXOTO, R. T. dos G. Compostagem: opção para o manejo orgânico do solo. Londrina, PR: IAPAR, 1988. p. 48. PEIXOTO, R. T. dos G.; FRANCO, A. A.; ALMEIDA, D. L. de. Efeito do lixo urbano compostado com fosfato natural na nodulação, crescimento e absorção de fósforo em feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 22, n. 11/12, p. 1117-1132, 1987. PEREIRA, E. B.; CARDOSO, A. A.; VIEIRA, C.; LOURES, E. G. Efeitos do composto orgânico sobre a cultura do feijão. Revista Ceres, Viçosa, v. 35, n. 198, p. 182-198, 1988. SAID-PULLICINO, D.; ERRIQUENS, F. G.; GIGLIOTTI, G. Changes in the chemical characteristics of water-extractable organic matter during composting and their influence on compost stability and maturity. Bioresource Technology, v. 98, p. 1822–1831, 2007. SANTOS, R. H. S.; SILVA, F. da; CASALI, V. W. D.; CONDE, A. R. Efeito residual da adubação com composto orgânico sobre o crescimento e produção de alface. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, n. 11, p. 1395-1398, 2001. SOUZA, J. L. de. Agricultura orgânica: tecnologias para a produção de alimentos saudáveis. Vitória: Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária, 1998. v. 1. 176 p. TANNER, J. C.; HOLDEN, S. J.; OWEN, E.; WINUGROHO, M.; GILL, M. Livestock sustaining intensive smallholder crop production through traditional feeding practices for generating high quality manure-compost in upland Java. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 84, p. 21-30, 2001. TERMAN, G. L.; SOILEAU, J. M.; ALLEN, S. E. Municipal waste compost: effects on crop yields and nutrient content in greenhouse pot experiment. Journal of Environmental Quality, v. 2, n. 1, p. 84-89, 1973. 12