Instituto Evandro Chagas
AIDS
Descrição
Agente causador
Reservatório
Sinonímia
Modos de transmissão
Período de incubação
Período de transmissibilidade
Susceptibilidade e
vulnerabilidade
Sintomas
Diagnósticos
Tratamento
Prevenção
Epidemiologia
Fonte
Referência para esclarecimento no
IEC
Pesquise na BVS-IEC
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Descrição
A AIDS é uma doença emergente, que representa um dos maiores problemas de saúde da
atualidade em virtude de seu caráter pandêmico e gravidade.
Os infectados pelo HIV evoluem para grave disfunção do sistema imunológico, à medida que
vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células -alvo do vírus. A
contagem de
linfócitos T CD4+ é importante marcador dessa imunodeficiência, sendo
utilizada tanto na avaliação do tratamento e prognóstico quanto em uma das definições de
caso de AIDS , com fim epidemiológico.
A história natural da
AIDS vem sendo alterada, consideravelmente, pela terapia anti-
retroviral (ARV ) que retarda a evolução da infecção, até o seu estádio final, em que surgem
as manifestações definidoras de AIDS. Juntamente com as campanhas de prevenção, os
ARV parecem estar contribuindo para a estabilização do crescimento da epidemia de AIDS
no Brasil.
A transmissão vertical, uma das prioridades do Programa Nacional de DST e AIDS (PN DST/AIDS ), também vem sendo reduzida com a instituição do tratamento/quimioprofilaxia
da gestante/parturiente e criança exposta, que além da quimioprofilaxia com o AZT será
alimentada desde o nascimento com fórmula infantil.
Agente causador
HIV - 1 e HIV -2, retrovírus com genoma RNA , da família Lentiviridae . Pertencem ao grupo
dos retrovírus citopáticos e não -oncogênicos, necessitando, para multiplicar -se, de uma
enzima denominada transcriptase reversa , responsável pela transcrição do RNA viral para
uma cópia DNA, que pode então integrar -se ao genoma do hospedeiro. Bastante hábeis no
meio externo, estes vírus são inativados por uma variedade de agentes físicos (calor) e
químicos (hipoclorito de sódio , glutaraldeído). Em condições experimentais controladas, as
partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até no máximo um
dia, enquanto que partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias em temperatura
ambiente, ou até 11 dias a 37 ºC.
Reservatório
O homem.
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22/08/2008
Sinonímia
SIDA , AIDS, doença causada pelo HIV , síndrome da imunodeficiência adquirida.
Modos de transmissão e transmissibilidade
O HIV pode ser transmitido pelo sangue (via parenteral e vertical), esperma, secreção
vaginal (via sexual) e leite materno (via vertical).
O indivíduo infectado pode transmitir o HIV durante todas as fases da infecção, risco esse
proporcional à magnitude da viremia, principalmente na infecção aguda e doença avançada.
Além dos estádios clínicos acima mencionados, os processos infecciosos e inflamatórios
favorecem a transmissão do
HIV . Cite-se, em primeiro lugar, a presença das doenças
sexualmente transmissíveis – DST . As que cursam com úlcera – como a sífilis, o herpes
genital e o cancro mole – estão associadas com o aumento no risco de infecção pelo HIV
cerca de 8 a 18 vezes mais. As DST não ulcerativas, tais como gonorréia , infecção por
clamídia e tricomoníase, bem como outras infecções freqüentes do trato genital inferior,
como, por exemplo, a vaginose bacteriana e candidíase, e processos inflamatórios, como
vaginites químicas causadas por espermicidas e outras substâncias, também aumentam o
risco de adquirir e/ou transmitir o
HIV. As cervicites, além do processo inflamatório
adjacente, cursam quase que invariavelmente com a presença de ectopias, o que lhes
confere solução de continuidade entre o ambiente vaginal e a circulação sangüínea,
favorecendo a aquisição e/ou transmissão do HIV. Igualmente, as verrugas genitais causam
friabilidade da mucosa ou pele infectada, levando à formação de microfissuras e, portanto, a
maior risco de aquisição e/ou transmissão do HIV .
Durante a gestação há maior concentração do
HIV no fluido cérvico-vaginal, o que
potencialmente aumenta o risco de transmissão sexual desse vírus.
Outros fatores de risco associados aos mecanismos de transmissão do HIV são:
Tipo de prática sexual – relações sexuais desprotegidas, durante o período menstrual ou
que ocasionam sangramento, e sexo anal desprotegido (receptivo e/ou insertivo) são
situações que propiciam aumento do risco de transmissão do HIV.
Utilização
de
sangue
ou
seus
derivados,
não
testados
ou
tratados
inadequadamente; e recepção de órgãos ou sêmen de doadores não triados e
testados – essas práticas, em descumprimento às normas de triagem, acondicionamento e
controle de qualidade, estão hoje praticamente banidas no Brasil.
Reutilização de seringas e agulhas – o compartilhamento de agulhas e seringas entre os
usuários de drogas injetáveis aumenta muito a transmissão do HIV.
Transmissão ocasionada por acidente com material biológico, sem a utilização de
equipamentos de proteção individual (EPI) – durante a manipulação com instrumentos
perfurocortantes contaminados com sangue e secreções de pacientes portadores do HIV,
por profissionais da área da saúde. Estima-se que o risco médio de contrair o HIV após uma
exposição percutânea ao sangue contaminado seja de aproximadamente 0,3%. Nos casos
de exposição de mucosas, de aproximadamente 0,1%. Os fatores de risco identificados
como favorecedores desse tipo de contaminação são profundidade e extensão do ferimento,
presença de sangue visível no instrumento que produziu o ferimento, procedimento que
envolve agulha instalada diretamente na veia ou artéria de indivíduo infectado e,
finalmente, o paciente, fonte da infecção, apresentar evidências de imunodeficiência
avançada (sinais clínicos da doença, carga viral elevada, CD4 baixo).
Gestante/HIV positiva e criança exposta – Transmissão vertical: o concepto filho de
mulher portadora do HIV pode adquirir esse vírus durante a gestação, trabalho de parto e
parto, pelo contato com o sangue e/ou a secreção vaginal, e pelo leite materno (pós -parto).
Vários estudos têm evidenciado que a maioria dos casos de transmissão materno-infantil
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(vertical) do
HIV (cerca de 65%) ocorre durante o trabalho de parto e no parto
propriamente dito, e que os 35% restantes ocorrem intra- útero, principalmente nas últimas
semanas de gestação. O aleitamento materno representa risco adicional de transmissão,
que se renova a cada exposição (mamada), de 7% a 22%. Parenteral e sexual: a mãe
adquire a infecção pelo sangue e/ou esperma, conforme especificado anteriormente.
Período de incubação
^ início
O tempo entre a exposição ao HIV e o aparecimento dos sintomas na fase aguda é de cinco
a 30 dias. O período de latência clínica, após a infecção aguda e até o desenvolvimento da
imunodeficiência é longo. Não há consenso sobre o conceito desse período em AIDS.
Período de transmissibilidade
^ início
O indivíduo infectado pelo HIV pode transmiti-lo em todas as fases da infecção, risco esse
proporcional à magnitude da viremia.
Susceptibilidade e vulnerabilidade
^ início
A susceptibilidade é geral, em vista dos vários modos de transmissão e transmissibilidade.
Vulnerabilidade, para os não infectados, significa ter pouco ou nenhum controle sobre o
risco de adquirir o HIV ou outra DST ; e para os infectados ou afetados pela doença, ter
pouco ou nenhum acesso a cuidados e suportes apropriados.
Matriz de risco e vulnerabilidade
Ocorrência freqüente de comportamento de risco e alta vulnerabilidade:
• presidiários;
• usuários de drogas injetáveis;
• profissionais do sexo;
• caminhoneiros;
• garimpeiros.
Ocorrência freqüente de comportamento de risco e vulnerabilidade variável, segundo o
grupo considerado:
• homo/bissexuais masculinos (homens que fazem sexo com homens – HSH).
Ocorrência variável de comportamento de risco segundo o grupo considerado, mas alta
vulnerabilidade:
• crianças e adolescentes;
• mulheres;
• índios;
• segmentos populacionais de baixa renda;
• efetivos militares e conscritos das Forças Armadas.
Sintomas
A AIDS não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas
iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças. São
eles: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares,
manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que
podem levar muito tempo para desaparecer.
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Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do
indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como:
alguns tipos de câncer,
tuberculose, pneumonia,
candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as
meningites, por exemplo).
A evolução da doença é marcada por uma considerável destruição de linfócitos T CD4+ e
pode ser dividida em três fases: infecção aguda, que pode surgir semanas após a infecção
inicial, com manifestações variadas que podem se assemelhar a um quadro gripal ou,
mesmo, a uma mononucleose. Nessa fase, os sintomas são autolimitados e quase sempre a
doença não é diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais. A seguir, o
paciente entra na fase de infecção assintomática, de duração variável por alguns anos. A
terceira fase evolutiva, a doença sintomática, da qual a AIDS é a manifestação mais grave
da imunodepressão, é definida por diversos sinais e sintomas, tais como febre prolongada,
diarréia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do indivíduo),
sudorese noturna, astenia, adenomegalia, tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii,
toxoplasmose cerebral, candidíase e meningite por criptococos, dentre outras. Tumores
como o sarcoma de Kaposi e linfomas não-Hodgkin, podem surgir.
Diagnósticos
^ início
A detecção laboratorial do HIV é realizada por meio de técnicas que pesquisam anticorpos,
antígenos, material genético (biologia molecular) ou que isolem o vírus (cultura). Os testes
que pesquisam anticorpos (sorológicos) são os mais utilizados, para indivíduos com mais de
18 meses. O aparecimento de anticorpos detectáveis por testes sorológicos ocorre em torno
de 30 dias após a infecção em indivíduos imunologicamente competentes. Esse intervalo
entre a infecção e a detecção de anticorpos por técnicas laboratoriais é denominado “janela
imunológica”. Nesse período, as provas sorológicas podem ser falso- negativas. Para os
menores de 18 meses, pesquisa-se o RNA ou DNA viral, considerando -se que a detecção de
anticorpos nesse período pode dever -se à transferência passiva de anticorpos maternos
ocorrida durante a gestação, razão pela qual os testes sorológicos não devem ser
realizados.
Devido
à
importância
do
diagnóstico
laboratorial,
particularmente
pelas
conseqüências do resultado positivo para HIV , o Programa Nacional de DST e AIDS, da
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde , regulamentou os procedimentos
de realização dos testes na Portaria n° 59, GM/MS, de 28 de janeiro de 2003 e a Portaria n°
34/SVS/MS de julho de 2005. Os quais devem ser rigorosamente seguidos, de acordo com a
natureza de cada situação.
Tratamento
^ início
Nos últimos anos, foram obtidos grandes avanços no conhecimento da patogênese da
infecção pelo HIV. A abordagem clínico-terapêutica do HIV tem se tornado cada vez mais
complexa, em virtude da velocidade do conhecimento acerca deste agente. Várias drogas
anti-retrovirais em uso combinado, o chamado “coquetel ”, se mostram eficazes na elevação
da contagem de linfócitos T CD4+ e redução nos títulos plasmáticos de RNA do HIV (carga
viral). Com isso, temos diminuído a progressão da doença, o que se demonstra por uma
redução da incidência das complicações oportunistas, da mortalidade, por uma maior
sobrevida, bem como por uma significativa melhora na qualidade de vida dos indivíduos. A
partir
de
1995,
o
tratamento
com
monoterapia
foi
abandonado,
passando
a
ser
recomendação do Ministério da Saúde a utilização de terapia combinada com duas ou mais
drogas anti-retrovirais.
São numerosas as possibilidades de esquemas terapêuticos indicados pelo
Programa
Nacional de DST e AIDS , que variam, em adultos e crianças de acordo com a presença ou
não de doenças oportunistas, com o tamanho da carga viral e dosagem de CD4+. Por esse
motivo, recomenda- se a leitura das “Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em
Crianças Infectadas pelo
HIV -2006 ”, “Recomendações para Terapia Anti -Retroviral em
Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV-2006 ” e do “Recomendações para a Profilaxia
da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti-Retroviral em Gestantes – 2006”, distribuídos
pelo Ministério da Saúde e secretarias estaduais de Saúde para as instituições com tais
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pacientes. Não menos importante é enfatizar que o Brasil é um dos poucos países que
financia integralmente a assistência ao paciente com AIDS , com uma estimativa de gastos
de 2% do orçamento nacional.
O tratamento objetiva prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida, pela redução
da carga viral e reconstituição do sistema imunológico, e é garantido pelo Sistema Único de
Saúde, por meio de ampla rede de serviços.
Para oferecer e garantir o alcance desses objetivos, o Ministério da Saúde, por meio do
Programa Nacional de DST e AIDS , instituiu o Comitê Assessor para Terapia Anti --retroviral
em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV , o Comitê Assessor para Terapia Antiretroviral em Crianças Infectadas pelo HIV e o Comitê Assessor para Recomendações da
Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti-retroviral em Gestantes, que se
reúne
periodicamente
para
definir
as
diretrizes
do
tratamento
para
HIV /AIDS,
disponibilizadas no site http://www.aids.gov.br.
Prevenção
^ início
Prevenção da transmissão sexual
Como o maior número de indivíduos com HIV +/ AIDS no país apresenta, como principal via
de transmissão, a sexual, o PN -DST/AIDS tem priorizado ações que enfatizam como
principal estratégia de prevenção o uso do preservativo masculino e feminino nas relações
sexuais. Seu uso é recomendado em todas as relações sexuais e deve constituir o principal
insumo nas ações de atenção básica, nas clínicas de DST , nas ações das organizações da
sociedade civil, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e nos serviços que
atendem pacientes HIV /AIDS .
O uso de outros insumos, tais como os microbicidas, encontra-se em estudos, e ainda não
foram validados. Alguns ensaios evidenciaram taxas elevadas de transmissão do HIV nas
suas usuárias, em virtude das irritações e microfissuras causadas na mucosa vaginal e
cervical, portanto não constituem estratégias recomendadas para a prevenção do HIV.
Em relação ao preservativo feminino, recomenda-se que as ações dirigidas às mulheres o
adotem, prioritariamente, como insumo nas intervenções com profissionais do sexo e
mulheres soropositivas.
Prevenção da transmissão sangüínea
Injeções e instrumentos perfurocortantes – recomendações específicas devem ser seguidas
quando da realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material
perfurocortante; tais como:
• máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
• jamais utilizar os dedos como anteparo;
• as agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa
com as mãos;
• não utilizar agulhas para fixar papéis;
• todo material perfurocortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros),
mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes com tampa e resistentes à
perfuração;
• os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do
limite de 2/3 de sua capacidade total, e devem ser colocados sempre próximos do local
onde o procedimento é realizado;
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• todo lixo proveniente de serviços de saúde deve, obrigatoriamente, ser recolhido para
incineração. Caso o município não disponha desse serviço, proceder conforme orientação da
vigilância sanitária local.
Transfusão de sangue e hemoderivados
Todo doador deve ser cuidadosamente triado, sendo afastados os que apresentem risco
infecção pelo HIV; e todo sangue aceito para ser transfundido deverá ser obrigatoriamente
testado para a detecção de anticorpos anti-HIV . Essas medidas aumentam a segurança da
transfusão mas não eliminam totalmente seu risco, em virtude do período de
“janela
imunológica”. A conscientização dos doadores, no sentido de auto -avaliar os riscos de
infecção pelo HIV a que possam ter sido submetidos, evitando ser identificados, constitui a
melhor medida de prevenção da transmissão do HIV por essa via.
Doação de sêmen e órgãos
Em tipo de transmissão do HIV deve ser prevenido, à semelhança do acima mencionado,
pela triagem cuidadosa e testagem dos doadores. No caso do sêmen, há a possibilidade de
seu armazenamento por determinado período, para utilização posterior quando nova
testagem do doador for negativa. Evita - se, assim a utilização do sêmen de doadores em
“janela imunológica ”.
Medidas específicas para a prevenção da transmissão vertical
Incluem ações de educação em saúde e devem ter início na atenção ao pré-natal, quando se
esclarece à gestante os benefícios do diagnóstico precoce do HIV. Nesse sentido, os serviços
de pré-natal e de saúde da mulher devem disponibilizar o acesso ao teste anti -HIV e
promover ações de aconselhamento pré e pós -teste.
Essas ações devem ser conduzidas e acompanhadas de informações complementares em
todas as atividades de promoção à saúde da mulher. A disponibilização de preservativos
masculinos e femininos faz parte de todo o processo educativo, inclusive das ações dirigidas
aos casais soro -discordantes. Nesses casos, o trabalho de grupo, acompanhado por
profissional de saúde, tem sido recomendado, pois a troca de experiências e a interação
favorecem hábitos de vida mais saudáveis.
Em relação ao recém -nato de mãe HIV positiva, deve - se dispor de meios e condições de
acesso ao leite artificial, garantindo- se a substituição do leite materno e/ou o acesso ao leite
materno pasteurizado, ofertados por bancos de leite cadastrados e controlados pelo MS.
Ações de educação em saúde
As ações de educação em saúde para a prevenção do HIV/ AIDS são orientadas a partir de
avaliação das tendências e características da epidemia, em cada local, e das condições
econômicas, sociais e culturais dos grupos mais afetados. Nesse sentido, devem ser
considerados os seguintes aspectos:
• a epidemia não atinge de maneira uniforme toda a população e sua distribuição é distinta
nas diferentes regiões do país, apresentando, inclusive, diferenças significativas em uma
mesma região, tanto nos aspectos sociais quanto nas vias de transmissão;
• os grupos devem ser considerados segundo critérios de vulnerabilidade e risco;
• a participação dos grupos sociais é de fundamental importância para a mudança de
práticas, atitudes e comportamentos.
As ações devem ser dirigidas aos indivíduos, aos grupos específicos e à população em geral,
considerando os aspectos relacionados à situação de risco e vulnerabilidade, influenciada
por fatores individuais (biológicos ou não), sociais, econômicos, institucionais e culturais.
As ações de educação em saúde pautam- se pelas intervenções voltadas, prioritária mas não
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exclusivamente, para grupos mais vulneráveis, tais como profissionais do sexo, usuários de
drogas injetáveis (UDI), homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas que vivem
com portadores de
HIV /AIDS , população prisional e caminhoneiros. Essas ações são
desenvolvidas por veiculação de campanhas de massa para toda a população, por ações
específicas de intervenções na comunidade, baseadas no trabalho de pares, em consonância
à premissa do protagonismo no desenvolvimento das ações de prevenção.
Preconizam -se ações sistemáticas, continuadas e complementares (informação, orientação e
disponibilização de insumos tais como preservativos, seringas e gel lubrificante).
Esses
princípios
se
aplicam
tanto
às
intervenções
que
pretendem
interferir
no
comportamento sexual (oferta de insumos para práticas seguras) quanto no uso de drogas,
em que a perspectiva de redução de danos é o pressuposto básico para a intervenção. As
ações de redução de danos destinadas aos usuários de drogas injetáveis, que não querem
ou não podem interromper seu uso de drogas em curto prazo, são feitas disponibilizando
seringas e agulhas para evitar compartilhamento entre os usuários. Essas ações buscam
vincular os usuários às unidades que promovem atividades de promoção à saúde, a partir
dos programas de atenção básica e serviços específicos de prevenção, como os centros de
testagem e aconselhamento.
Estratégias de prevenção
As estratégias de prevenção vêm sendo aprimoradas com o avanço do conhecimento
científico na área e a elevação da consciência sanitária da sociedade sobre a questão, após
mais de vinte anos de convivência com esta epidemia. Atualmente, são conduzidas de
acordo com as seguintes diretrizes:
• promoção de mudanças de comportamento mediante disponibilização de informação
qualificada sobre os meios de transmissão, prevenção e percepção de risco;
• estabelecimento de modelos de intervenção que permitam considerar os diversos grupos
populacionais quanto à tomada de consciência em relação à sua situação de vulnerabilidade
e risco, considerando os aspectos culturais, contextos sociais e valores relativos aos grupos
envolvidos;
• desenvolvimento de intervenções baseadas no trabalho com indivíduos que compartilham
práticas semelhantes, e agentes comunitários de saúde que incentivem as mudanças de
práticas, atitudes, valores e crenças em relação às DST /AIDS ;
• fortalecimento de redes sociais visando participação nas atividades de promoção das
ações de prevenção e de suporte social aos grupos mais vulneráveis, e promoção de
discussão com o propósito de criar alternativas para o enfrentamento da epidemia, em cada
situação específica;
•
desenvolvimento de parcerias com organizações não-governamentais,
associações
comunitárias e de classe, visando ampliar a abrangência das ações de prevenção à infecção
pelo HIV ;
• criação de mecanismos institucionais para ampliar a participação do setor empresarial,
empresas privadas e outros agentes sociais na luta contra a AIDS ;
• distribuição de insumos (preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante, agulhas e
seringas) de prevenção e programas de redução de danos;
• substituição do leite materno por leite artificial para as crianças, filhas(os) de mães
portadoras do HIV (risco de transmissão vertical). Contra-indica- se o aleitamento cruzado
(amamentação por outra mulher) e o uso do leite materno com pasteurização domiciliar.
Epidemiologia
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Na primeira metade da década de 80, a epidemia
HIV / AIDS manteve - se basicamente
restrita às regiões metropolitanas do Sudeste e Sul do país, tendo como principais vias de
transmissão a sexual (entre homens que fazem sexo com homens) e a sangüínea (por
transfusão de sangue e hemoderivados e uso de drogas injetáveis). Nesse período, a
velocidade de seu crescimento de incidência e taxas de mortalidade eram elevadas, a
estrutura assistencial encontrava-se em fase de implantação/implementação e foram
priorizadas medidas dirigidas à melhoria da qualidade e controle do sangue e seus
derivados. Como conseqüência imediata dessas medidas, observou -se drástica diminuição
de casos de AIDS entre hemofílicos e transfundidos.
Nos últimos anos da década de 80 e início dos anos 90, a epidemia assume outro perfil. A
transmissão heterossexual passou a ser a principal via de transmissão do HIV , a qual vem
apresentando maior tendência de crescimento em anos recentes, acompanhada de
expressiva participação das mulheres na dinâmica da epidemia e de um importante
percentual de casos por transmissão materno-infantil. Observa -se, ainda, nos últimos anos,
um desigual processo de interiorização, com maiores ritmos de crescimento nos municípios
pequenos (menos de 50 mil habitantes), e a pauperização da epidemia, que tendo início nos
estratos sociais de maior instrução atualmente cresce nos de menor escolaridade.
A partir de 1996, com a distribuição universal e gratuita de anti- retrovirais, vem-se
registrando redução na velocidade de crescimento da incidência e taxas de mortalidade da
doença.
É importante ressaltar que a epidemia de AIDS no Brasil é, de fato, o somatório de
subepidemias microrregionais, em interação permanente, devido aos diferentes momentos
de introdução do HIV no território nacional, às diferentes condições de vida das populações
atingidas, às distintas composições das populações regionais, aos padrões de mobilidade da
população e à diversidade de arranjos e padrões de comportamento sexual.
Fonte
^ início
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Guia de Vigilância
Epidemiológica . 6. ed. Brasília, 2005. 815 p. (A. Normas e Manuais Técnicos).
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST
e Aids. Guia prático de preparo de alimentos para crianças menores de 12 meses
que não podem ser amamentadas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Brasil. Ministério da Saúde. FUNASA / CENEPI.
Doenças infecciosas e parasitárias:
aspectos clínicos, vigilância epidemiológica e medidas de controle – guia de bolso .
2. ed. rev. e amp. Brasília, 2000. 220 p.
http://www.iec.pa.gov.br/ddiec/aids.htm
22/08/2008
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças infecciosas e
parasitárias: guia de bolso. 6. ed. Brasília, 2004. 332 p. (Série B. Textos Básicos de
Saúde).
BRASIL.
Ministério
da
Saúde.
Tópicos
de
Saúde
-
A:
AIDS.
Disponível
em:
< http://portal.saude.gov.br/portal/svs/visualizar_texto.cfm?idtxt=21964>. Acesso em: 31
jan 2007.
Referência para esclarecimento no Instituto Evandro Chagas
SAVIR - Seção de Virologia
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Para mais informações visite
Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br
Secretaria de Vigilância em Saúde
http://www.saude.gov.br/svs
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
http://www.anvisa.gov.br
Programa Nacional de DST e AIDS
http://www.aids.gov.br/
Organização Pan-Americana da Saúde
http://www.opas.org.br
Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará
http://portal.sespa.pa.gov.br/
^ início
Rodovia BR-316 km 7 s/n - Levilândia - 67030-000 - Ananindeua / Pará / Brasil
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