Resposta do Governo Sul-Africano Aos Recentes Ataques Contra Estrangeiros O Governo da África do Sul condena categoricamente a recente explosão de ataques violentos contra estrangeiros, em particular, companheiros africanos de vários países da África. A transição da África do Sul à democracia foi um dos testemunhos de tolerância e de coexistência pacífica mais icônicos do mundo. Sob a liderança do pai da África do Sul democrática, Nelson Mandela, o país dedicou-se de forma inabalável à democracia, ao altruísmo, à reconciliação, ao serviço à humanidade e a uma vida melhor a todos. Os recentes ataques a estrangeiros, em particular, companheiros africanos de diversos países do continente, são uma ameaça às nossas conquistas históricas como nação. Além disso, os ataques vão contra os valores democráticos expressos na Constituição. O Governo da África do Sul vê os ataques a estrangeiros como uma infração criminosa que não será tolerada. A África do Sul é uma democracia constitucional governada por leis. Todos aqueles que trabalham ou moram no país devem obedecer às leis em sua totalidade. Ninguém tem o direito de tomar as leis em suas próprias mãos. O Governo Sul-Africano fará que as leis do país sejam cumpridas e não hesitará em agir contra atividades criminosas ou aqueles que incitam a violência. O Governo Sul-Africano também fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a segurança de todos os cidadãos e estrangeiros, independentemente de seu status. Da mesma forma, os estrangeiros devem satisfazer todos os requisitos legislativos e regulatórios, conforme prescrito por nossas leis imigratórias. A África do Sul é uma sociedade multicultural, que acolhe e promove a interação entre pessoas de diferentes backgrounds. Como tal, nada justifica a atividade criminosa e a intolerância que esses ataques representam. As soluções podem ser alcançadas por meio de um engajamento construtivo e de um trabalho conjunto. A África do Sul é signatária de várias obrigações internacionais que protegem estrangeiros e refugiados, incluindo o Protocolo de Genebra sobre Refugiados. Como signatária desse Protocolo, e como um país que estima os direitos humanos, temos de proteger os direitos básicos de todo ser humano dentro de nossas fronteiras, inclusive estrangeiros. Desde o advento da governança democrática em 1994, a África do Sul tem trabalhado de maneira cordial com países africanos, não só para consolidar relações bilaterais que estão prosperando politicamente, economicamente e socialmente, mas também para avançar a integração continental. A África do Sul não se esquecerá da hospitalidade e do apoio que recebeu dos companheiros africanos durante os tempos difíceis da luta pela libertação contra o apartheid. Durante essa época, a África foi quem abriu as portas e se tornou o lar de muitos sul-africanos que fugiam da perseguição do governo do apartheid. Por muitas décadas, os africanos lutaram lado a lado com os sul-africanos em uma Guerra contra o apartheid, contribuindo para a liberdade que temos hoje. O Governo da África do Sul, portanto, apela para que os sul-africanos não permitam que uns poucos indivíduos revertam e comprometam nossas conquistas históricas. A política externa da África do Sul é conduzida pelos planos de se alcançar um continente africano pacífico, democrático, não-racial, não-sexista, unido, próspero e que contribua para um mundo que seja justo e equitativo. A África do Sul segue esse ideal, imbuída dos valores do Ubuntu (Humanidade). A Constituição do nosso país protege os direitos de todas as pessoas que vivem dentro de suas fronteiras, sul-africanos e estrangeiros, de modo idêntico; o Governo SulAfricano fará, portanto, tudo o que estiver dentro da lei para garantir a segurança de todos os cidadãos e estrangeiros, independentemente de seu status. O Governo Sul-Africano tem respondido a esta questão do seguinte modo: Presidente Jacob Zuma em várias ocasiões demonstrou sua liderança com relação a esta questão, condenando publicamente os injustificáveis ataques violentos contra estrangeiros, o saque a seus comércios e apelou por calma e tolerância no país. O mais recente dos pronunciamentos feitos pelo Presidente Zuma foi divulgado na reunião da Asssembleia Nacional em nosso Parlamento na quinta-feira, 16 de abril de 2015; Presidente Zuma designou os Ministros de Assuntos Internos (Sr. Malusi Gigaba), da Polícia (Sr. Nathi Nhleko) e da Segurança de Estado (Sr. David Mahlobo) para conter a violência que irrompeu em partes do país, particularmente na Província de Kwazulu-Natal (KZN) e em algumas partes da Província de Gauteng. Isso inclui a formação de uma Equipe de Trabalho Interministerial para coordenar a resposta; Foi criado um painel com especialistas sob a liderança do ex-Alto Comissário de Direitos Humanos, Juiz Navi Pillay. Seu propósito é o de aconselhar o Governo na integração contínua de estrangeiros a suas comunidades; Oficiais adicionais foram mobilizados do país inteiro e destacados para as áreas afetadas a fim de aplicar a lei e prevenir mais ataques; Até o momento vários suspeitos foram presos; Todos os centros distritais de gerenciamento de desastres foram postos em alerta máximo e um call-center 24 horas foi criado; Abrigos foram montados para acomodar estrangeiros deslocados e recursos básicos como água, saneamento e assistência médica estão sendo fornecidos; Governo Sul-Africano está trabalhando em conjunto com o ACNUR, o UNICEF, assim como com organizações não-governamentais, para fornecer alimento, apoio psico-social ou outro tipo de assistência àqueles afetados; Começou o processo de reintegração daqueles que foram deslocados de volta às suas comunidades; Ministério de Desenvolvimento de Pequenos Negócios irá acelerar a implementação do National Informal Business Upliftment Strategy (NIBUS) programa que visa melhorar as condições dos negócios informais - como parte da estratégia para lidar com preocupações e desafios que o setor de negócios enfrenta. O NIBUS está ancorado em três pilares-chave – desenvolvimento de habilidades entre a população sul-africana, aproveitamento de parcerias entre comerciantes locais e estrangeiros e a revisão de políticas e regulações; A repatriação daqueles estrangeiros que quiserem voltar a seus países de origem não é o desejo imediato do Governo Sul- Africano, mas no caso de haver aqueles que queiram ser repatriados, o Governo Sul-Africano trabalhará com esses estrangeiros e as Nações Unidas para facilitar sua repatriação e emitir a eles documentação apropriada a fim de assegurar que sejam repatriados de maneira segura; e Reuniões com a comunidade estão sendo conduzidas por meio do programa Communities in Dialogue (Comunidades em Diálogo), Community Safety Forums (Fóruns para a Segurança Comunitária), Ward Committees (Comitês Distritais), e por meio do Community Development Workers (Trabalhadores para o Desenvolvimento da Comunidade), entre outros. 17 de abril de 2015. South Africa's Response to Recent Attacks Against Foreign Nationals The South African government condemns in the strongest possible terms the recent outbreak of violent attacks against foreign nationals, particularly fellow Africans from various African countries, in the KwaZulu-Natal Province and other parts of the country. South Africa’s transition to democracy was one of the world’s most iconic testimonies of tolerance and peaceful co-existence. Under the stewardship of the father of a democratic South Africa Nelson Mandela the country had an unwavering dedication to democracy, selflessness, reconciliation, service to humanity and a better life for all. The recent attacks on foreign nationals, particularly fellow Africans from various African countries, are a threat to our historical achievements as a nation. Moreover, the attacks go against the democratic values enshrined in the Constitution. The South African Government views the attacks on foreign nationals as a criminal offence that will not be tolerated. South Africa is a constitutional democracy governed by laws. Everyone working and living in the country must obey its laws in their totality. No one has the right to take the law into their own hands. The South African Government will enforce the laws of the country and will not hesitate to act against criminal activity or those found to incite violence. The South African Government will also do everything within its power to ensure the safety of all citizens and foreign nationals irrespective of their status. Similarly, foreign nationals must meet all the legislative and regulatory requirements as prescribed by our immigration laws. South Africa is a multicultural society that welcomes and promotes interaction among people of different backgrounds. As such, nothing can justify the criminal activity and intolerance that these attacks represent. Solutions can be reached through constructive engagement and by working together. South Africa is a signatory to various international obligations that protect foreign nationals and refugees, including the Geneva Protocol on Refugees. As a signatory to this Protocol, and as a country that cherishes human rights, we have to protect the basic rights of every human being within our borders, including foreign nationals. Since the advent of democratic governance in 1994, South Africa has worked cordially with African countries not only to consolidate bilateral relations that are flourishing politically, economically and socially, but also to advance continental integration. South Africa will not forget the hospitality and support we received from fellow Africans during the difficult times of our anti-apartheid liberation struggle. During this, time it was Africa that opened its doors and became home for many South Africans who fled the persecution of the apartheid government. For many decades, Africans fought side by side with South Africans in a war against apartheid, contributing to the freedom we have today. The South African Government, therefore, urges South 1 Africans not to allow a few individuals to reverse and undermine our historical achievements. South Africa’s foreign policy is driven by the vision to achieve an African continent that is peaceful, democratic, non-racial, non-sexist, united, prosperous and which contributes to a world that is just and equitable. South Africa pursues this vision, informed by the values of Ubuntu (Humanity). The Constitution of our country protects the rights of all people living within the country, South Africans and foreigners alike; The South African Government will, therefore, do everything within the law to ensure the safety of all citizens and foreign nationals irrespective of their status. The South African Government has thus far responded as follows to this matter: President Jacob Zuma has on a number of occasions provided his leadership on this matter by publicly condemned the unwarranted violent attacks on foreign nationals, the looting of their business premises and appealed for calm and tolerance across the country. The most recent of these statements by President Zuma were issued at the National Assembly meeting at our Parliament yesterday; President Zuma has assigned the Ministers of Home Affairs (Mr Malusi Gigaba), Police (Mr Nathi Nhleko) and State Security (Mr David Mahlobo) to arrest the violence that has broken out in parts of the country particularly in the KwaZulu-Natal (KZN) Province and some parts of the Gauteng Province. This includes the establishment of an Inter-Departmental Task Team to coordinate the response; A Panel of Experts has been set-up under the leadership of the former United Nations High Commissioner for Human Rights, Judge Navi Pillay. Its purpose is to advise the Government on the integration of foreigners into their communities on an ongoing basis; Additional law enforcement officers have been mobilised from around the country and deployed to the affected areas to enforce the law and prevent further attacks; Thus far, a number of suspects have been apprehended; All district disaster management centres have been placed on high-alert and a 24-hour call centre has been established; Shelters have been set-up to accommodate displaced foreign nationals and basic amenities such as water, sanitation, and healthcare are being provided; The South African Government is working closely with the UNHCR, UNICEF as well as non-governmental organisations to provide food, psycho-social and other support to those affected; The process of reintegrating those who were displaced back into their communities has begun; The Ministry of Small Business Development, will fast-track the implementation of the National Informal Business Upliftment Strategy (NIBUS) as part of addressing the concerns and challenges that face the informal business sector. NIBUS is anchored on three key pillars, namely skills 2 development among the South African population, exploring partnerships between locals and foreign traders and reviewing policies and regulations; The repatriation of those foreign nationals that want to go back to their countries of origin is not the immediate wish of the South African government but in the instance that there are those that want to be repatriated, the South African government will work with those nationals and the United Nations to facilitate their repatriation and issue them with proper documentation to make sure that they are repatriated safely; and Community engagements are being conducted through the Communities in Dialogue programme, Community Safety Forums, Ward Committees, and through Community Development Workers, amongst others. 17 April 2015 3