UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
AMANDA SARTORELLI VERISSIMO
DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DO SISTEMA DE
INJEÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PARA
REMEDIAÇÃO DE SOLOS CONTAMINADOS
SÃO PAULO
2007
ii
AMANDA SARTORELLI VERISSIMO
DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DO SISTEMA DE
INJEÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PARA
REMEDIAÇÃO DE SOLOS CONTAMINADOS
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do título de graduação em
Engenharia Civil da Universidade
Anhembi Morumbi
Orientador: Prof. Dr. Antônio Eduardo Giansante
SÃO PAULO
2007
iii
AMANDA SARTORELLI VERISSIMO
DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DO SISTEMA DE
INJEÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PARA
REMEDIAÇÃO DE SOLOS CONTAMINADOS
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do título de graduação em
Engenharia Civil da Universidade
Anhembi Morumbi
Trabalho ______________ em: ____de____________de 2007
_____________________________________
Prof. Dr. Antônio Eduardo Giansante
_____________________________________
Prof. Dra. Gisleine Coelho de Campos
Comentários________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
iv
Dedico este trabalho à minha família pelo amor e dedicação.
A minha irmã que serviu de exemplo para que continuasse lutando.
A meu namorado que foi meu companheiro e sempre me incentivou.
v
AGRADECIMENTOS
Aos professores da Universidade Anhembi Morumbi que contribuíram para minha
formação, em especial ao meu orientador Prof. Dr. Antônio Eduardo Giansante.
Agradeço a todos os profissionais da ERM Brasil que direta ou indiretamente
contribuíram para realização deste trabalho.
vi
RESUMO
Áreas contaminadas fazem parte da realidade dos principais centros urbanos do
mundo, sendo resultado do crescimento econômico e industrial, que sem a preocupação com o meio ambiente contribui para a degradação do meio através da existência de áreas não tratadas. A origem das áreas contaminadas está relacionada ao
desconhecimento, em épocas passadas, de procedimentos seguros para o manejo
de substâncias perigosas, ao desrespeito a esses procedimentos seguros e à ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de armazenamento de matérias primas e produtos. A existência de contaminação pode gerar problemas como danos à saúde humana, comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos
ao patrimônio público e privado, com a desvalorização das propriedades, além de
danos ao meio ambiente. O poder público e os órgãos ambientais intensificaram os
investimentos e a fiscalização para um melhor gerenciamento destas áreas, levando
os responsáveis pela contaminação a iniciarem o processo de remediação. Existem
inúmeras técnicas de remediação que são aplicadas para o tratamento de áreas
contaminadas. A escolha da técnica que será aplicada depende de vários fatores
como as características dos contaminantes e da área que será tratada, a viabilidade
econômica e os resultados que se pretende alcançar. Como alternativa de remediação do solo e água subterrânea foi desenvolvido o sistema ISCO (Oxidação química
in situ). Nesta tecnologia injeta-se uma solução de produto químico no solo por meio
de poços instalados na área de tratamento, com o objetivo de destruir o contaminante através de reações químicas e converter a sua massa em compostos inertes encontrados na natureza. O sistema é composto por uma área de mistura de produto
químico e uma rede de distribuição da solução. Para operação do sistema é necessário um dimensionamento hidráulico dos componentes que fazem parte do sistema,
são levados em conta às características da área tratada e parâmetros hidráulicos
necessários para o funcionamento do sistema.
Palavras chave: Contaminação, remediação, redes hidráulicas.
vii
ABSTRACT
Contaminated areas are part of reality from main urban centers of the world, being
resulted of economic and industrial growth, which without concern with. Environment
contributes for degradation of the way through the existence of no treated areas. The
origin of the contaminated areas is associated with unfamiliarity, at passed times, for
a safe handle of dangerous substance handling, to the disrespect to these safe procedures and to the occurrence of accidents or leaking during the development of
productive processes, transport or storage of raw material and products. The existence contamination can create problems as damages to the human being health,
compromise with quality of hydrics resources, restrictions to the use of soil and damages to the common and private wealth, with the depreciation of properties, beyond
damages to the environment. The public power and the ambient agencies had intensified the investments and the monitors for a better management of these areas, taking the responsible ones by the contamination to initiate the remediation process.
There are too much remediation techniques that are applied for the treatment of contaminated areas. The choice of the technique that will be applied depends on some
factors as the characteristics of the contaminant and the area that will be treated, the
economic viability and results that it intends to reach. As a remediation alternative of
soil and underground water system ISCO (chemical Oxidation in situ) was developed.
In this technology a solution of chemical product is injected in soil by wells installed in
the treatment area with the objective of destroying the contaminant through chemical
reactions and converting its mass into found inert composites in the nature. The system is composed for an area of mixture of chemical product and a net distribution of
solution. For operation of the system a hydraulics sizing of the components is necessary that are part of system, are taken in account to the characteristics treated area
and necessary hydraulics parameters for the system operation.
Key words: Contamination, remediation, hydraulics piping.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 6.1 - Diferenças entre permeabilidade e Porosidade
13
Figura 9.1 – Esquema de rede ramificada
25
Figura 9.2 – Esquema de rede malhada
26
Figura 9.3 – Esquema de rede com anel principal
26
Figura 10.1 – Localização da Área de Tratamento e Poços
32
Figura 10.2 – Fluxograma do Sistema de Injeção
34
Figura 10.3 – Planta baixa da Área de Mistura
37
Figura 10.4 – Poço de Injeção.
38
Figura 10.5 – Planta da Rede de Distribuição do Sistema de Injeção
40
Figura 11.1 – Plumas de Comparação VOC Total
45
Figura 11.2 – Plumas de Comparação PCE
46
Figura A.1 – Reservatórios de Água do Sistema.
52
Figura A.2 - Tanque de Mistura
52
Figura A.3 - Tanques de Injeção do Sistema
53
Figura A.4 - Área de Mistura
53
Figura A.5 - Vista da Área de Mistura
54
Figura A.6 - Detalhe da preparação da Solução Injetada
54
Figura A.7 - Bombas de Injeção do Sistema
55
Figura A.8 - Poço de Injeção
55
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 – Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo.
9
Tabela 6.1 – Dimensionamento do Volume de Injeção.
15
Tabela 10.1 – Vazões de Dimensionamento.
33
Tabela 10.2 – Volume dos Tanques.
35
Tabela 10.3 – Vazões das Bombas de Transferência da Área de Mistura.
36
Tabela 10.4 – Bombas da Área de Mistura.
36
Tabela 10.5 – Vazões do Sistema de Injeção.
39
Tabela 10.6 – Bombas das Linhas de Injeção.
39
Tabela 10.7 – Comparação das Concentrações de VOCs e PCE
42
Tabela 10.8 – Concentrações de VOC
43
x
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
1
2
OBJETIVOS
2
2.1
Objetivo Geral
2
2.2
Objetivo Específico
2
3
JUSTIFICATIVA
3
4
MÉTODO DE PESQUISA
4
5
REMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
5
5.1
Contaminação
5
5.2
Fontes de Contaminação
6
5.3
Investigação e Avaliação de Risco
9
5.4
Remediação
10
6
DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE INJEÇÃO
13
7
PERDA DE CARGA
17
7.1
Perda de Carga Localizada
17
7.2
Perda de Carga Distribuída
18
8
7.2.1
Fórmula universal
18
7.2.2
Fórmula de Hazen-Williams
19
SISTEMAS ELEVATÓRIOS
21
8.1
Altura Manométrica
21
8.2
Potência do Conjunto Elevatório
22
8.3
Bombas hidráulicas
23
REDES DE DISTRIBUIÇÃO
24
9
9.1
Tipos de Redes
24
9.1.1
Rede ramificada
25
9.1.2
Rede Malhada
25
9.2
10
Dimensionamento Hidráulico de Redes
ESTUDO DE CASO
26
29
10.1
Investigações e Avaliações de Risco
29
10.2
Estratégias de Remediação
30
10.3
Dimensionamento do Sistema de Remediação
32
10.3.1
Área de mistura
35
xi
10.3.2
10.4
Rede de distribuição
Resultados da Remediação
38
41
11
ANÁLISE CRÍTICA
44
12
CONCLUSÃO
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
49
ANEXO A
51
1 INTRODUÇÃO
A questão da contaminação do solo e das águas subterrâneas tem sido objeto de
grande preocupação nas últimas décadas em países industrializados. Esse problema ambiental torna-se mais grave em centros urbanos industriais como a Região
Metropolitana de São Paulo, onde a constante mudança na utilização do solo expõe
a população a perigos que se escondem no subterrâneo da cidade.
Neste contexto torna-se essencial o estudo de técnicas que remediam o solo com o
objetivo de minimizar os riscos à população e ao ambiente decorrente da existência
da contaminação.
Existem inúmeras técnicas disponíveis para a recuperação de solos e de águas subterrâneas contaminadas. A seleção da técnica apropriada é um processo complexo,
que envolve considerações detalhadas das características do local e do poluente, e
um estudo da viabilidade técnica e econômica para determinar qual a melhor alternativa das várias técnicas de remediação disponíveis, para o tratamento da área contaminada.
2
2 OBJETIVOS
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem por finalidade abordar o tema de
remediação de solos contaminados, em especial, o sistema de injeção de líquidos e
os conceitos hidráulicos envolvidos.
2.1 Objetivo Geral
Definir a importância dos sistemas de remediação de solos contaminados, em áreas
industriais e mostrar o funcionamento do sistema empregado.
Analisar e compreender os parâmetros e critérios hidráulicos envolvidos no sistema.
2.2 Objetivo Específico
O objetivo desta pesquisa é mostrar como é feito o dimensionamento hidráulico de
um sistema de injeção de produtos químicos no solo. O sistema hidráulico de injeção
compreende as redes de distribuição de produtos químicos, além do dimensionamento das bombas necessárias para operar o sistema.
3
3 JUSTIFICATIVA
O crescimento das regiões urbanas e a mudança de uso do solo nos grandes
centros urbanos trouxeram um aumento da exposição da população a áreas
contaminadas, pois estas muitas vezes se escondem sob áreas comerciais,
condomínios residenciais, representando um risco iminente.
Nas últimas décadas muitas cidades deixaram de ser essencialmente industriais
passando a ter essas antigas áreas industriais, ocupadas por outras atividades como
comércio, serviços e residências. Muitos desses terrenos foram ocupados sem
nenhum diagnóstico e remediação ambiental adequados.
Um levantamento realizado em dissertação de mestrado da Escola Politécnica da
USP (Silva, 2002) revelou que em uma área de mais de 2.500 m² da capital paulista,
compreendida ao longo de eixos ferroviários e das marginais dos rios Tietê,
Pinheiros e Tamanduateí, apenas 46% das indústrias existentes, em 1980,
permaneciam ativas em 2002 e 21% já contavam com novo uso não-industrial.
Neste contexto torna-se necessário a discussão de formas de remediação do solo e
das águas subterrâneas, utilizados para diversos fins.
Passa-se a discutir mais
seriamente a necessidade de mecanismos de viabilização legal e econômica dos
projetos de descontaminação, uma equação complexa que envolve e interessa a
todas as partes, de especialistas da área até a indústria, o Poder Público e a
sociedade civil.
4
4 MÉTODO DE PESQUISA
Esta pesquisa começa com a revisão bibliográfica sobre os conceitos ambientais
envolvidos na contaminação, remediação de solos e águas subterrâneas. E mostra,
ainda a fundamentação teórica e parâmetros hidráulicos envolvidos no sistema de
injeção de produtos químicos para tratamento de áreas degradadas. Essa revisão
bibliográfica teve como base a consulta a livros, manuais da CETESB, periódicos,
teses e sites da internet.
Concluída a pesquisa bibliográfica coletaram-se informações técnicas sobre o
estudo de caso, com base no referencial teórico apresentado.
O estudo de caso mostra o problema existente na área, o dimensionamento
hidráulico do sistema e o resultado alcançado na área degradada. São analisados
relatórios
técnicos
existentes,
ensaios
realizados,
dados
dimensionamento do sistema e o projeto do sistema em estudo.
obtidos
para
o
5
5 REMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
Neste capítulo são apresentados os conceitos ambientais envolvidos na remediação
de solos contaminados. Como são definidos os contaminantes presentes no meio,
como é feita a investigação e os parâmetros para se escolher a melhor forma de tratamento.
5.1 Contaminação
Uma área contaminada é definida como um local ou terreno, onde há comprovadamente poluição ou contaminação, causada pela introdução de quaisquer substâncias
ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental e até mesmo natural. Os contaminantes podem concentrar-se em subsuperfície nos diferentes compartimentos do
ambiente, por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas
zonas não saturada e saturada, além de poderem concentrar-se nas paredes, nos
pisos e nas estruturas de construções. Os poluentes são transportados a partir dos
diversos compartimentos, propagando-se por diferentes vias, como o ar, o solo e as
águas subterrâneas e superficiais. Desta forma suas características naturais ou qualidades são alteradas, determinando impactos negativos e riscos sobre os bens a
proteger, localizados na própria área ou em seus arredores (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB, 2001).
Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), são considerados
bens a proteger:
A saúde e o bem-estar da população;
A fauna e a flora;
A qualidade do solo, das águas e do ar;
6
Os interesses de proteção à natureza/paisagem;
A ordenação territorial e planejamento regional e urbano;
A segurança e ordem pública.
5.2 Fontes de Contaminação
As áreas contaminadas e os problemas ocasionados por elas são originados a partir
de várias fontes potenciais de contaminação.
Segundo Fetter (1993) as fontes de contaminação das águas subterrâneas que podem ser consideradas também como fontes de contaminação do solo, são classificadas em seis categorias.
A primeira categoria é constituída por fontes projetadas para descarga de substâncias no subsolo, incluindo tanques sépticos e fossas negras (normalmente descarregam efluentes de origem doméstica, vários tipos de compostos orgânicos e inorgânicos); poços de injeção de substâncias perigosas, águas salgadas da exploração de
petróleo, aplicação de efluentes municipais ou industriais no solo, lodos de tratamento de água utilizados como fertilizantes e resíduos oleosos de refinarias.
Na segunda categoria estão incluídas as fontes projetadas para armazenar, tratar e
dispor substâncias no solo, na qual estão incluídas as áreas de disposição de resíduos (aterros sanitários e industriais, lixões, botas-fora, etc.); lagoas de armazenamento e tratamento de vários tipos de efluentes industriais; depósitos ou pilhas de
resíduos de mineração; tanques de armazenamento de substâncias, aéreos ou subterrâneos.
Na terceira categoria estão enquadradas as fontes projetadas para reter substâncias
durante o seu transporte, como oleodutos, tubulações para o transporte de esgoto e
efluentes industriais; transporte de substâncias químicas, como combustíveis por
meio de caminhões e trens.
7
Na quarta categoria estão as fontes utilizadas para descarregar substâncias como
conseqüência de atividades planejadas, na qual estão incluídas a irrigação ou fertilização de lavouras, aplicação de pesticidas e fertilizantes na lavoura; percolação de
poluentes atmosféricos.
A quinta categoria é constituída por fontes que funcionam como um caminho preferencial para que os contaminantes entrem em um aqüífero, como poços de produção
de petróleo e poços de monitoramento com falhas de construção e projeto.
Na sexta categoria estão posicionadas as fontes naturais ou fenômenos naturais
associados às atividades humanas, das quais se pode citar a interação entre águas
subterrâneas e superficiais contaminadas, a ocorrência natural de substâncias inorgânicas nas águas subterrâneas e a intrusão salina. A esta sexta categoria pode ser
adicionada à contaminação do solo e das águas subterrâneas ocasionada pelos gases de processos produtivos, ou outras fontes de poluição atmosférica (por exemplo,
veículos automotivos), quando estes, contendo substâncias perigosas de alta toxicidade, podem ser lançadas à atmosfera e se infiltrarem no solo, carreados pelas águas de chuva.
As áreas contaminadas geram diversos problemas. Sánchez (1998) aponta quatro
problemas principais:
•
Existência de riscos à segurança das pessoas e das propriedades;
•
Riscos à saúde pública e dos ecossistemas;
•
Restrições ao desenvolvimento urbano;
•
Redução do valor imobiliário das propriedades.
A existência de áreas contaminadas gera não somente problemas evidentes, com a
ocorrência ou a possibilidade de explosões e incêndios, mas também ocasiona danos ou riscos à saúde das pessoas e ecossistemas. Em geral os problemas são ocasionados por processos que se manifestam, em sua maioria, em longo prazo. Es-
8
tes processos provocam o aumento da incidência de doenças em pessoas expostas
às substâncias químicas presentes em águas subterrâneas coletadas em poços,
contato dermal e ingestão de solos contaminados por crianças ou trabalhadores,
inalação de vapores e consumo de alimentos contaminados (hortas irrigadas com
águas contaminadas ou cultivadas em solo contaminado e animais contaminados).
A presença de uma área contaminada pode representar a limitação dos usos possíveis do solo, induzindo restrições ao desenvolvimento urbano e problemas econômicos relativos ao valor dos imóveis.
Durante a década de 80, nos Estados Unidos e Canadá, várias indústrias foram fechadas e essas antigas áreas industriais localizadas nos centros das cidades, próximas às áreas com infra-estrutura urbana e bom acesso, atraíram investidores, que
reutilizaram essas áreas, criando novas áreas residenciais, comerciais e industriais.
Após a investigação dessas áreas, foi constatado que várias estavam contaminadas,
em decorrência das atividades desenvolvidas anteriormente. Como conseqüência
disto, surgiu à necessidade de prevenir a ocupação de áreas industriais desativadas
ou abandonadas contaminadas, sem que ações destinadas a remediação dessas
áreas fossem realizadas.
Na Região Metropolitana de São Paulo, principal região industrial do Brasil, as antigas áreas industriais desativadas vêm sendo utilizadas para novos usos como residencial, comercial ou industrial leve. Para que essas mudanças possam ser realizadas sem risco deve-se observar a existência de áreas contaminadas.
Conforme destaca Cunha (1997) as antigas indústrias, “provavelmente se incluam
entre as fontes de contaminação do solo e das águas subterrâneas mais importantes
na Região Metropolitana de São Paulo, uma vez que sobre elas já não se exerce
qualquer forma de controle ambiental e as restrições à sua reutilização estão associadas às leis de zoneamento urbano, as quais ainda não consideram as questões
relativas à poluição ambiental”.
A existência de áreas contaminadas no Estado de São Paulo esta relacionada ao
desconhecimento, em épocas passadas, de procedimentos seguros para o manejo
9
de substâncias perigosas, ao desrespeito a esses procedimentos seguros e à ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de armazenamento de matérias primas e produtos.
Em maio de 2002, a CETESB divulgou pela primeira vez a lista de áreas contaminadas, registrando a existência de 255 áreas contaminadas no Estado de São Paulo. O
registro das áreas contaminadas vem sendo constantemente atualizado e após seis
atualizações (outubro de 2003, novembro de 2004, maio de 2005, novembro de
2005, maio de 2006, novembro de 2006) o número de áreas contaminadas totalizou,
em novembro de 2006, 1.822 áreas contaminadas (CETESB, 2007).
A Tabela 5.1 mostra a distribuição das áreas contaminadas no Estado de São Paulo.
Tabela 5.1 – Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo.
Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo – novembro de 2006
Postos de- Acidentes descoRegião/Atividade Comercial Industrial Resíduos
Total
combustível
nhecidos
São Paulo
28
56
22
486
2
594
RMSP - outros
14
76
11
273
4
378
Interior
49
93
22
432
12
608
Litoral
13
31
11
78
2
135
Vale do Paraíba
1
23
0
83
0
107
Total
105
279
66
1.352
20
1.822
Fonte: CETESB, 2007
5.3 Investigação e Avaliação de Risco
Para se escolher a melhor técnica de investigação para uma área contaminada devem ser levadas em conta características específicas de cada área. Entretanto, alguns procedimentos gerais são aplicáveis.
Inicialmente, devem ser levantados dados existentes sobre a geologia, pedologia,
hidrogeologia e outros. Esses dados irão indicar as características do fluxo das águas nas zonas não saturada e saturada na área a ser investigada, com o objetivo
de definir os meios pelos quais os prováveis contaminantes irão se propagar, além
de definir os métodos de perfuração e amostragem que poderão ser utilizados para
coleta de amostras de solo e/ou água (superficial ou subterrânea). Em seguida, são
10
identificadas e determinadas às características dos contaminantes presentes, ou
provavelmente presentes na área.
A identificação dos contaminantes pode ser executada realizando-se um levantamento histórico da área, utilizando-se várias fontes de informação, como, registros
de matérias-primas e resíduos gerados, além da interpretação de fotografias, para
localizar as áreas onde estes eram manipulados, aplicados ou dispostos.
Em função dos resultados obtidos nos levantamentos, são planejadas e executadas
investigações, utilizando-se de métodos indiretos e diretos para caracterização da
contaminação nos diferentes compartimentos, definindo-se, dessa forma, o seu posicionamento e taxa de propagação e as concentrações que atingem os receptores
ou bens a proteger (LAGREGA et al., 1994).
Com base nos dados obtidos na investigação são realizados estudos de avaliação
de risco, cujos resultados são aplicados na decisão da necessidade de eliminar ou
reduzir os riscos impostos pela presença de uma área contaminada.
No processo de avaliação de risco são identificadas as populações potencialmente
expostas aos contaminantes presentes na área sob investigação, determinadas as
concentrações às quais esses indivíduos encontram-se expostos e quantificado o
risco decorrente dessa exposição, considerando a toxicidade dos contaminantes envolvidos. Caso seja constatada a existência de risco, deve-se desenvolver um plano
de remediação.
5.4 Remediação
Diferentes termos são utilizados para descrever os processos pelo qual uma área
contaminada recebe intervenções. Estas intervenções visam à contenção, isolamento, remoção ou redução das concentrações dos contaminantes. Os termos mais utilizados no Brasil são “recuperação” de áreas contaminadas, “remediação” de áreas
contaminadas ou em alguns casos “restauração”. O uso dos termos “recuperação” e
“restauração”, que podem ser considerados como sinônimos significam readquirir
11
uma condição, enquanto o termo “remediação”, amplamente utilizado internacionalmente em língua inglesa (“remediation”), significa dar remédio, sanear, tornar uma
área saudável, curar.
Segundo a CETESB (2001) a remediação de áreas contaminadas pode ser definida
como “Aplicação de técnica ou conjunto de técnicas em uma área contaminada, visando à remoção ou contenção dos contaminantes presentes, de modo a assegurar
uma utilização para a área, com limites aceitáveis de riscos aos bens a proteger”.
Basicamente, três abordagens são utilizadas no planejamento da remediação em
uma área contaminada (USEPA, 1998):
•
Mudança do uso definido da área para minimizar o risco;
•
Remoção ou destruição dos contaminantes para a eliminação do risco;
•
Redução da concentração dos contaminantes ou contenção desses para eliminar ou minimizar risco.
Existem várias técnicas empregadas na remediação de áreas contaminadas. Para
definir o método de remediação que será utilizado vários fatores devem ser levados
em conta como, as características do meio contaminado e dos contaminantes, resultado a ser alcançado, localização da área, tempo e recursos disponíveis.
A tecnologia apresentada neste trabalho é o sistema ISCO (Oxidação química in situ), esta tecnologia está baseada na injeção de oxidantes químicos em meios contaminados (água subterrânea e solo), com o objetivo de destruir o contaminante através de reações químicas e converter a sua massa em compostos inertes encontrados na natureza.
A oxidação in situ é muito empregada na remediação de solo e água subterrânea.
Ela pode ser aplicada a diversos tipos e granulometria de solos (silte e argiloso) no
tratamento de compostos orgânicos voláteis (VOCs), incluindo dicloroeteno (DCE),
tricloroetileno (TCE), tetracloroetileno (PCE), benzeno, tolueno, etilbenzeno e xile-
12
nos, assim como os compostos orgânicos semi-voláteis (SVOCs) tais como os pesticidas, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e os bifenilas policloradas
(PCB´s).
13
6 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE INJEÇÃO
Para o sucesso de um sistema de injeção no solo, é necessário conhecer previamente a área que será tratada, verificando suas principais características:
•
Geologia local.
•
Peso específico do solo.
•
Porosidade do solo.
•
Percolação do liquido no solo.
•
Espessura média da zona saturada.
•
Distribuição da pluma de contaminação.
A permeabilidade e a porosidade do solo são características importantes, pois iram
determinar como o tratamento será distribuído pela área. A permeabilidade é uma
propriedade relacionada ao escoamento do fluído através de um meio poroso e a
porosidade é uma propriedade relacionada ao volume de vazios presentes no solo é
a relação entre volume de vazios e o volume total do solo (CHIOSSI,1983). A Figura
6.1 representa as diferenças entre permeabilidade e porosidade de um solo.
Figura 6.1 - Diferenças entre permeabilidade e Porosidade
14
Após a análise dos dados disponíveis são determinados à localização e quantidade
de poços de injeção necessários no tratamento da área. Para isso é feito um teste
de injeção que irá determinar o raio de influência (RI) de cada poço e a vazão que
pode ser injetada sem que o solo seja saturado.
O teste de injeção constitui-se da injeção contínua de água do sistema de abastecimento público em um dos poços, durante 6 horas e constantes medições dos níveis
de água dos poços de monitoramento instalados num raio de aproximadamente 60
metros.
Injeta-se água no poço em vazão máxima até que o tubo esteja completo com água,
nesta etapa, o poço é vedado, para que não entre ar juntamente com a água injetada. A água é injetada por gravidade, a partir de uma caixa de água de 2000L, mantida com carga constante com o auxilio de uma bóia. Durante o teste, o nível de água
é medido nos poços dentro do raio de 60 metros. A vazão da água injetada é constantemente registrada.
Com o decorrer do teste, a vazão da água injetada tende a diminuir devido à saturação dos poros ao redor dos poços usados no teste. A vazão média do sistema é calculada com o volume total de água injetada durante 6 horas.
Vazão média = Volume total de água injetada
Tempo de injeção (ensaio)
A variação de medidas de nível de água nos poços ao redor do poço usado para
injeção representa a área de influência, conforme a variação de nível de água apresentada nos poços monitorados, indicando qual o raio de influência real.
Após o teste de injeção é determinada a quantidade de poços, e calculado o volume
de injeção de produto químico necessário para o tratamento da área contaminada. O
calculo da quantidade de oxidante aplicada é feito em quatro etapas apresentadas
na Tabela 6.1.
15
Tabela 6.1 – Dimensionamento do Volume de Injeção.
1º ETAPA - DOSE DE INJEÇÃO
Descrição
Símbolo
Fórmula
Unidade
Número de poços
p
-
-
Raio de influência
RI
-
m
Profundidade da faixa tratamento
h
-
m
Demanda de oxidante no solo
SOD
-
g/kg
Peso específico do solo
γs
-
kg/L
Área de tratamento / poço
At
π x RI²
m²
Volume de tratamento / poço
Vt
At x h
m³
Massa de solo / poço
ms
Vt x γs
ton
Massa de oxidante / poço
mo
ms x SOD
kg
Massa total de Oxidante
mt
mo x p
ton
2º ETAPA - VOLUME DE INJEÇÃO
Porosidade
n
-
m³/m³
Volume de poros / poço
Vp
Vt x n
m³
Volume total de injeção
Vi
Vp x p
m³
3º ETAPA - CONCENTRAÇÃO DE INJEÇÃO
Solução Oxidante
O
Vi x mt %
kg/kg
4º ETAPA - TEMPO DE INJEÇÃO
Dosagem por unidade
d
-
m³/h
Horas de injeção por dia
hi
-
h
Volume de injeção por dia
Vid
d x hi
m³
Tempo de Injeção
t
Vi x Vid
dias
Fonte: ERM Brasil, 2006
A partir do volume total de injeção, calcula-se o volume que será injetado por hora
em cada poço, em função do tempo disponível para a remediação da área.
Com este dado inicia-se o dimensionamento hidráulico do sistema de injeção de líquidos, através de cálculos onde se aplicam dados teóricos e práticos, como altura
da coluna d’água, diâmetro do tubo, profundidade do poço, seção filtrante, nível da
água, vazões do sistema de injeção com e sem perda de carga.
Os cálculos resultam nos valores de dimensionamento, tais como vazão de injeção,
vazão do sistema, bitola da tubulação e altura manométrica do sistema, desta forma
o sistema poderá ser executado na pratica com confiabilidade.
16
Para entender os parâmetros hidráulicos envolvidos no sistema, é necessário definir
conceitos como: perda de carga, bombas hidráulicas, estação elevatória e redes de
distribuição estes conceitos são mostrados nos próximos capítulos.
17
7 PERDA DE CARGA
As canalizações não são constituídas exclusivamente de tubulações contínuas e de
mesmo diâmetro. Normalmente, incluem peças especiais e conexões, que pela forma e distribuição elevam a turbulência, provocando atrito e choque das partículas,
dando origem a perdas de carga. As perdas podem ser classificadas em dois tipos:
a) Perdas de carga localizadas ou acidentais. Causada pelas peças especiais e
singularidades de uma instalação.
b) Perdas de carga distribuídas ou perdas contínuas. Causada pelo movimento
da água na própria tubulação, admite-se que esta perda seja constante ao
longo de tubulações de dimensões constantes.
7.1 Perda de Carga Localizada
A presença de acessórios (conexões, válvulas, bombas, etc), necessários para a
operação do sistema, provoca a alteração do módulo ou direção da velocidade média, e conseqüentemente de pressão local. Isto reflete um acréscimo de turbulência
que produz perdas de carga. Essas perdas são chamadas de perdas de carga localizadas ou singulares (PORTO, 2004).
De modo geral as perdas de carga localizadas podem ser expressas pela equação
(01):
∆h = K ⋅
Onde:
∆h – Perda de carga localizada (m);
V2
2⋅g
eq. (01)
18
K – Coeficiente adimensional, depende da geometria da conexão, do número de
Reynolds, da rugosidade da parede e em alguns casos, das condições de escoamento;
V – Velocidade (m/s);
g – Aceleração da gravidade (m/s²).
O coeficiente K é obtido experimentalmente para cada caso. Este trabalho experimental é desenvolvido há vários anos, por engenheiros interessados na questão, por
fabricantes de conexões e válvulas e por laboratórios de estudo de hidráulica. Os
coeficientes correspondentes às peças mais usuais podem ser encontrados na literatura na forma de Tabelas e gráficos (AZEVEDO NETTO, 1998).
7.2 Perda de Carga Distribuída
As perdas de carga distribuídas ou contínuas são relativas às perdas ao longo de
uma tubulação, sendo função do comprimento, material e diâmetro.
Existem várias fórmulas empíricas aplicáveis à tubulação de seção circular para determinar a perda de carga distribuída. Dentre as fórmulas existentes na literatura, as
mais utilizadas para determinação da perda são a Fórmula Universal e a Fórmula de
Hazen-Williams.
7.2.1 Fórmula universal
Na Fórmula Universal as perdas de carga lineares ao longo da tubulação são estimadas a partir da expressão de Darcy-Weissbach com o fator de atrito proposto por
Colebrook-White para tubos comerciais funcionando em qualquer regime de escoamento. A fórmula é dada pela equação (02):
19
hf = f ⋅
L V2
⋅
DH 2 ⋅ g
eq. (02)
Onde:
hf – Perda de carga (m);
f – Coeficiente de atrito adimensional;
L – Comprimento da tubulação (m);
DH – Diâmetro hidráulico (m);
V – Velocidade média do escoamento (m/s);
g – Aceleração da gravidade (m/s²).
7.2.2 Fórmula de Hazen-Williams
A fórmula de Hazen-Williams resultou de um estudo estatístico cuidadoso, no qual
foram considerados os dados experimentais disponíveis, obtidos anteriormente e por
um grande número de pesquisadores, bem como dados de observação dos próprios
autores (AZEVEDO NETTO, 1998).
Esta fórmula é a mais utilizada dentre as fórmulas empíricas, principalmente na prática da engenharia americana. A fórmula é expressa pela equação (03).
J = 10,643 ⋅
Onde:
J – Perda de carga unitária (m/m);
Q1,85
C1,85 ⋅ D 4,87
eq. (03)
20
Q – Vazão (m3/s);
C – Coeficiente de rugosidade que depende do tipo e estado das paredes do tubo
(m0,367/s);
D – Diâmetro da tubulação (m).
21
8 SISTEMAS ELEVATÓRIOS
Um sistema de recalque ou elevatório é o conjunto de tubulações, acessórios, bombas e motores necessários para elevar uma vazão de líquido de um reservatório inferior para outro reservatório superior (PORTO, 2004).
Em geral, um sistema de recalque é composto por três partes:
a) Tubulação de sucção – É formada pela tubulação que liga o reservatório inferior
à bomba, incluindo os acessórios necessários (válvula de pé com crivo, registro,
curvas, redução excêntrica, etc.);
b) Conjunto elevatório – É constituído por uma ou mais bombas e respectivos motores elétricos ou a combustão interna;
c) Tubulação de recalque – É formada pela tubulação que liga a bomba ao reservatório superior, incluindo os acessórios necessários (válvula de retenção, registros,
manômetros, curvas, etc.).
8.1 Altura Manométrica
A altura manométrica é definida como sendo a altura geométrica da instalação mais
as perdas de carga ao longo da trajetória do fluxo. Altura geométrica é a soma das
alturas de sucção e recalque. Fisicamente, é a quantidade de energia hidráulica que
a bomba deverá fornecer ao liquido, para que o mesmo seja recalcado a certa altura,
vencendo, inclusive, as perdas de carga.
A altura manométrica é descrita pela equação (04):
Hman = Hg + ∆Hs + ∆Hr
Onde:
eq. (04)
22
Hman – Altura manométrica;
Hg – Altura geométrica, diferença de nível entre os reservatórios;
∆Hs – Perda de carga distribuída e localizada na tubulação de sucção;
∆Hr – Perda de carga distribuída e localizada na tubulação de recalque.
Em geral, a tubulação de sucção tem um diâmetro comercial imediatamente superior
ao da tubulação de recalque, para diminuir a velocidade e ocorrer menores perdas
de carga.
A energia a ser cedida ao escoamento, expressa em metros de coluna do liquido, é
igual ao desnível topográfica entre os reservatórios, acrescida de todas as perdas de
carga, distribuídas e localizadas, nas canalizações de sucção e recalque (PORTO,
2004).
8.2 Potência do Conjunto Elevatório
A potência recebida pela bomba, potência esta fornecida pelo motor que aciona a
bomba, é dada pela equação (05):
Pot =
9,8 Q Hman
η
Onde:
Pot – Potência recebida pela bomba (kW);
Q – Vazão que será recalcada (m³/s);
Hman – Altura manométrica (m);
η – Coeficiente de rendimento global da bomba.
eq. (05)
23
8.3 Bombas hidráulicas
Bombas hidráulicas são máquinas geratrizes que transformam a energia mecânica
recebida de outra máquina em energia de pressão ou cinética (AZEVEDO NETTO,
1998).
De acordo com a forma da trajetória do líquido, no seu interior, as bombas são classificadas como (PORTO,2004):
a) Bombas centrífugas ou de escoamento radial: Sua característica básica é trabalhar com pequenas vazões a grandes alturas, com predominância de força centrífuga.
b) Bombas de escoamento axial: Trabalha com grandes vazões a pequenas alturas.
c) Bombas de escoamento misto ou diagonal: Caracterizam-se pelo recalque de
médias vazões a médias alturas, sendo um tipo combinado das duas anteriores.
As bombas hidráulicas também podem ser classificadas quanto ao posicionamento
do eixo (MARTINS, 2005):
a) Bomba de eixo vertical: Utilizada em poços subterrâneos profundos.
b) Bomba de eixo horizontal: É o tipo construtivo mais usado.
E quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível da água (MARTINS,
2005):
a) Bomba de sucção positiva: Quando o eixo da bomba situa-se acima do nível do
reservatório.
b) Bomba de sucção negativa ("afogada"): Quando o eixo da bomba situa-se abaixo
do nível do reservatório.
24
9 REDES DE DISTRIBUIÇÃO
Um sistema de redes de distribuição de fluídos é um conjunto de tubulações,
acessórios, reservatórios, bombas, etc., que tem a finalidade de atender, dentro de
condições de vazão e pressão convenientes, a cada um dos diversos pontos de
consumo de uma rede de abastecimento (PORTO, 2004).
As redes de distribuição são utilizadas para diversos fins:
•
Abastecimento de água;
•
Irrigação;
•
Injeção de líquidos.
A concepção geométrica do sistema de reservatórios e tubulações, que define uma
rede de distribuição, depende do porte da área a ser abastecida e das características topográficas. As redes são constituídas por condutos classificados como:
a) Condutos principais ou condutos troncos.
b) Condutos secundários.
Os condutos principais são aqueles de maior diâmetro que tem por finalidade abastecer os condutos secundários, enquanto estes, de menor diâmetro, têm a função de
abastecer diretamente os pontos de consumo do sistema.
9.1
Tipos de Redes
De acordo com a disposição dos condutos principais e o sentido de escoamento nas
tubulações secundárias, as redes são classificadas como rede ramificada e rede malhada.
25
9.1.1
Rede ramificada
Em uma rede malhada o abastecimento se faz a partir de uma tubulação tronco, alimentada por um reservatório de montante ou mesmo sob pressão de um bombeamento. A distribuição é feita diretamente para os condutos secundários, e o sentido
da vazão em qualquer trecho da rede é conhecido. A Figura 9.1 apresenta um esquema desse tipo de rede.
Figura 9.1 – Esquema de rede ramificada (MARTINS, 2005)
O padrão geométrico da rede ramificada impõe que a distribuição da vazão fique
condicionada a tubulação tronco, de modo que, se ocorrer um rompimento, toda a
área a jusante ficará prejudicada.
9.1.2
Rede Malhada
As redes malhadas são constituídas por tubulações tronco que formam malhas ou
anéis, nos quais há possibilidade de reversibilidade no sentido das vazões, em
função das solicitações de demanda. As Figuras 9.2 e 9.3 mostram exemplos de
redes malhadas.
26
Figura 9.2 – Esquema de rede malhada (MARTINS, 2005)
Figura 9.3 – Esquema de rede com anel principal (MARTINS, 2005)
A geometria das redes malhadas permite abastecer qualquer ponto do sistema por
mais de um caminho, o que possibilita uma maior flexibilidade em satisfazer a
demanda e realização de manutenção da rede com o mínimo de interrupção no
abastecimento.
9.2
Dimensionamento Hidráulico de Redes
A análise hidráulica das redes está baseada na utilização da equação da
continuidade, que estabelece, na condição de equilíbrio, ser nula a soma algébrica
das vazões em cada nó da rede. Como objetivo deve-se determinar as vazões nos
27
trechos e as cotas piezométricas nos nós, a partir do conhecimento da vazão de
distribuição para o sistema.
Dois tipos de problemas podem ser analisados:
a) Problemas de verificação, que consiste em determinar as vazões nos trechos e
as cotas piezométricas nos nós, para uma rede com diâmetros e comprimentos
conhecidos. Este problema é determinado e tem solução única.
b) Problema de determinação dos diâmetros, vazões nos trechos e cotas
piezométricas nos nós, com condicionamentos nas velocidades e pressões. Este
problema admite várias soluções, podendo, porém procurar-se a solução de
mínimo custo.
O cálculo do escoamento de fluido numa rede malhada é complexo devido ao
grande número de condutos e conexões. A solução do sistema envolve a
determinação de uma série de equações simultâneas para a distribuição de vazões
nos trechos e as cotas piezométricas nos nós (MARTINS, 2005).
As equações devem satisfazer as condições básicas para equilíbrio do sistema:
•
Soma algébrica das vazões em cada nó é nula;
•
A soma algébrica das perdas de energia (partindo e chegando ao mesmo nó) em
qualquer circuito fechado (malhas ou anéis) é nula.
Convenciona-se, preliminarmente:
•
NÓ: sentido do escoamento para o nó como positivo;
•
ANEL: sentido do escoamento horário como positivo.
Um sistema de equações de uma rede malhada com m anéis ou malhas e n nós,
deve possuir m+(n+1) equações independentes o que resulta num sistema complexo
28
com solução dependendo de um método com aproximações sucessivas denominado
Hardy Cross (MARTINS, 2005).
O dimensionamento de redes é uma atividade que exige, além da experiência do
projetista, uma análise hidráulica detalhada, para que o projeto resultante atenda
aos critérios de economia, bom desempenho e flexibilidade.
O software utilizado no estudo de caso deste trabalho é o Crede, este programa foi
desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), o objetivo do
programa é integrar num único aplicativo as tarefas de traçado, dimensionamento,
produção dos desenhos de projeto e elaboração de orçamentos de redes de
abastecimento de água em condutos forçados. O programa conta com um banco de
dados de materiais integrado o que facilita os cálculos e comparações.
Os dados mínimos necessários para iniciar o projeto no Crede são:
•
Traçado da rede.
•
Topografia da área.
•
Vazões de chegada em cada nó.
•
Pressões mínimas e máximas.
A partir dos dados iniciais fornecidos o programa faz interações e dimensiona os
elementos necessários para o funcionamento do sistema (tubulações, bombas,
válvulas, etc.).
29
10 ESTUDO DE CASO
O sistema de remediação analisado foi implementado em uma fábrica de produtos
para a indústria automobilística, localizada no município de Cotia, no Estado de São
Paulo.
A área em estudo tem uma extensão de aproximadamente 9,55 hectares e a
propriedade está localizada em uma área de uso misto (industrial / residencial). Em
2003, a agência ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) listou cinco áreas
contaminadas no Município de Cotia, e quatro estão distantes menos de 2 km da
área em estudo.
A fábrica é composta de três prédios de produção (Planta I, II e III), uma planta de
tratamento de efluentes, um restaurante, um estacionamento e um grêmio dos
funcionários.
10.1 Investigações e Avaliações de Risco
Foram realizadas investigações do solo e águas subterrâneas por meio de:
•
Levantamento histórico de utilização da área.
•
Uso e ocupação do solo e arredores.
•
Instalação de pontos de amostragem de solo na área em estudo.
•
Instalação de poços de monitoramento na área em estudo.
•
Análise de amostras colhidas no local.
Os resultados obtidos nas investigações demonstraram que o solo e a água
subterrânea na antiga área de estoque de tambores estão impactados com
30
compostos orgânicos voláteis (VOCs). O contaminante original é o Tetracloroeteno
(PCE).
O PCE é um líquido incolor com odor semelhante ao do éter é um composto poli
halogenado amplamente utilizado como solvente industrial e desengraxante, e
também aplicado em processos de lavagem a seco em lavanderias.
Além do PCE, os seguintes produtos de degradação do PCE foram encontrados na
água subterrânea: Tricloroeteno (TCE), 1,1 Dicloroeteno (DCE), Cis 1,2 Dicloroeteno
(CIS 1,2 DCE) e Cloreto de Vinila (VC).
Foi realizada uma avaliação de risco, focada na possível exposição de trabalhadores
ou residentes externos da fábrica devido à volatilização de VOCs a partir da água
subterrânea.
O risco carcinogênico calculado para os trabalhadores e residentes externos é da
ordem do intervalo de gerenciamento. Nenhum risco não carcinogênico foi identificado. Os riscos identificados relacionados à volatilização fora da área sugerem a realização de medições de vapores no solo.
10.2 Estratégias de Remediação
Com base nos resultados obtidos na investigação (ERM, 2006), os seguintes objetivos de remediação foram propostos:
•
Eliminar caminhos de exposição para receptores em potencial.
•
Prevenir futuras migrações verticais e horizontais do contaminante através do
aqüífero; e reduzir as concentrações no solo e na água subterrânea para níveis
aceitáveis (na área interna e na área externa).
31
A estratégia de remediação proposta é uma combinação de redução de risco e diminuição da área contaminada. Baseando-se nesta estratégia, foram analisadas as
diversas tecnologias de remediação existentes.
Para a zona saturada (como contenção ou abatimento da área fonte), as tecnologias
que obedecem aos critérios adotados são:
•
Oxidação Química In-Situ (ISCO);
•
Tratamento Biológico In-Situ;
•
Extração tipo “Dual Phase” usando Vácuo de alta potência;
•
Extração da água subterrânea.
Foram realizados testes para determinar qual a tecnologia mais adequada para a
área impactada, foram levados em conta os custos e resultado obtido em cada sistema. Com base nos resultados e nas características da área impactada, adotou-se
o sistema ISCO que consiste em um sistema de injeção de produto químico.
Os dados necessários para o dimensionamento hidráulico do sistema foram obtidos
através de um modelo matemático. O modelo matemático indicou parâmetros como
número de poços necessários, raio de influência, pressão mínima no topo de cada
poço e vazão de injeção necessária.
Foram instalados 41 poços de injeção para atender a área de tratamento. A Figura
10.1 mostra a localização dos poços de injeção e a área de tratamento do sistema.
32
NEW-37
NEW-36
NEW-35
PLANTA-III
NEW-32
NEW-33
PLANTA-II
INJ-02
INJ-04
INJ-03
NEW-25
NEW-31
INJ-01
NEW-30
NEW-34
PLANTA-I
NEW-26
PLANTA-I
NEW-29
NEW-39
NEW-02
NEW-05
NEW-01
NEW-23
NEW-08
NEW-22
NEW-11
NEW-09
NEW-04
NEW-03
NEW-07
NEW-12
NEW-10
NEW-13
LEGENDA
POÇOS DE MONITORAMENTO
NEW-38
NEW-01
NEW-21
NEW-20
NEW-14
NEW-06
LIMITE DA PROPRIEDADE
ÁREA DE TRATAMENTO
NEW-24
NEW-31 NEW-26
PLANTA-II
NEW-15
NEW-16
NEW-17
Figura 10.1 – Localização da Área de Tratamento e Poços (Autor, 2007).
10.3 Dimensionamento do Sistema de Remediação
O sistema hidráulico de preparação e injeção compreende a área de mistura e as
redes de distribuição de água e produto químico.
O cálculo hidráulico, das redes de água em conduto forçado, foi realizado utilizandose o Programa CRede – Sistema Automático de Cálculo de Redes de Abastecimento
de Água - desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da USP,
com a utilização da fórmula de Hazen-Willians.
33
A quantidade de produto químico necessário e a vazão de injeção foram calculadas
considerando se um período de tratamento de 30 dias úteis, com 10 horas diárias de
operação do sistema.
A vazão total de injeção determinada pelo modelo matemático é equivalente a
10m³/h de solução dividida igualmente nos 41 poços de injeção. A vazão média em
cada poço de injeção é de 0,244 m³/h.
O dimensionamento hidráulico para operação do sistema foi realizado dividindo-se o
sistema em duas partes área de mistura e rede de distribuição. Os parâmetros para
determinar as vazões de cálculo são descritos no decorrer do presente estudo. As
vazões utilizadas no sistema são expressas na Tabela 10.1.
Local
TQ-01A/ 01B
TQ-02
TQ-03
TQ-04
TQ-05
BC-01
BC-02
BC-03
BC-04
BC-05
BC-06
BC-07
BC-08
BC-09
BC-10
BC-11
FI-01
FI-02
Misturador
Tabela 10.1 – Vazões de Dimensionamento.
Vazão de Entrada
Vazão de Saída
Vazão de Entrada
de Água (m³/h)
10
10
10
10
10
20
30
-
de Água (m³/h)
30
10
10
20
30
-
de Solução (m³/h)
20
20
40
10
20
2,5
4,0
5,0
4,5
5,0
5,0
5,0
20
40
A Figura 10.2 mostra o fluxograma do sistema de injeção.
Vazão de Saída
de Solução (m³/h)
20
20
40
10
20
2,5
4,0
5,0
4,5
5,0
5,0
5,0
20
40
34
TQ-01A
H
BC-03A
FI-01
BC-03
BC-01
TQ-01B
TQ-03
3% - 2% - 1%
VENTURI
TQ-02
5%
BC-10
BC-02
MISTURADOR
ESTÁTICO DE LINHA
RESPIRO
FI-02
TQ-04
3% - 2% - 1%
BC-04
H
BC-05
VAI PARA OS
POÇOS DE INJEÇÃO
TQ-05
1,5% - 1,0% - 0,5%
BC-06
BC-09
BC-11
BC-07
BC-08
Figura 10.2 – Fluxograma do Sistema de Injeção (Autor, 2007).
VAI PARA OS
POÇOS DE INJEÇÃO
VAI PARA OS
POÇOS DE INJEÇÃO
VAI PARA OS
POÇOS DE INJEÇÃO
35
Para assegurar que os poços atenderiam a vazão especificada foi realizado um teste
piloto de injeção utilizando apenas água potável para garantir a estanqueidade do
sistema de injeção, o teste de injeção foi feito como descrito no capitulo 6. O teste
demonstrou que os poços atendem a vazão especificada.
Durante os testes de injeção de água, foram registradas as leituras iniciais dos
hidrômetros instalados nos 41 poços de injeção de modo a permitir o controle dos
volumes aplicados de solução em cada poço durante a operação do sistema.
10.3.1 Área de mistura
A partir da vazão especificada, foram determinados os volumes dos reservatórios de
água e de mistura da solução. Foi projetado um sistema com capacidade de
armazenamento de 100 m³ de água, volume necessário para operar o sistema
diariamente, constituído por dois reservatórios de 50 m³ cada.
A Tabela 10.2 mostra os volumes dos tanques da área de mistura.
Tabela 10.2 – Volume dos Tanques.
Tanque
Descrição
Volume (m³)
1A
Reservatório de água
50
1B
Reservatório de água
50
2
Tanque de mistura
2
3
Tanque de Armazenamento
10
4
Tanque de Armazenamento
10
5
Tanque de Injeção
10
Entre os tanques de mistura foram instaladas bombas de transferências que
operaram em modo automático, através da instalação de sensores de níveis
eletrônicos instalados no interior dos tanques.
Na área de mistura, as vazões foram dimensionadas de modo a promover a
preparação da solução utilizando no máximo metade do período de trabalho (5 horas
diariamente). Para a área de mistura, a pressão de cada bomba foi dimensionada de
forma a abastecer cada reservatório com as vazões necessárias.
36
As vazões de dimensionamento nas bombas de transferência pertencentes à área
de mistura estão expressas na Tabela 10.3.
Tabela 10.3 – Vazões das Bombas de Transferência da Área de Mistura.
Volume bombeado
Vazão adoBomba Tanques preparados pela bomba
diariamente (m³)
tada (m³/h)
BC 01
TQ-02
30.0
10.0
BC 02
TQ-03 ou TQ-04
30.0
10.0
BC 03
TQ-03 ou TQ-04 TQ-05
70.0
20.0
BC 04
TQ-05 - 1.5%
50.0
20.0
A partir dos dados adotados foram calculadas a potência e altura manométrica de
cada bomba, necessárias para o funcionamento do sistema. Os resultados obtidos
encontram se na Tabela 10.4.
Bomba
Tabela 10.4 – Bombas da Área de Mistura.
Vazão (m³/h) Altura Manométrica (m) Potência (cv)
BC-01
10.0
10.5
1.0
BC-02
10.0
6.0
0.75
BC-03
20.0
26.3
4.0
BC-04
20.0
26.9
5.0
BC-09
5.00
4.4
0.33
BC-10
5.00
4.4
0.33
BC-11
5.00
3.4
0.33
Além do dimensionamento das bombas, foi dimensionado o diâmetro da tubulação
necessário para operação de cada trecho. Os cálculos resultaram em tubulações de
100, 75 e 50 mm na área de mistura.
A Figura 10.3 mostra a planta baixa da Área de Mistura.
37
VAI PARA OS POÇOS DE INJEÇÃO
VAI PARA OS POÇOS DE INJEÇÃO
7,70 m
Ø75 mm
Ø50 mm
PISO
Ø DE CONCRETO
3,
m
30
m
BC-05
BC-06
Ø75 mm
TQ-01B
TQ-01A
BC-08
BC-07
Q=4,0m³/h
Q=4,5m³/h
Ø50 mm
Q=3,0m³/h
Q=4,5m³/h
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø50 mm
30
Ø50 mm
Ø50 mm
Ø
3,
Ø50 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
BC-11
Q=5,0m³/h
Ø75 mm
Ø50 mm
Ø50 mm
Ø50 mm
TQ-05
9,00 m
PISO DE CONCRETO
Ø2,0
0m
Ø50 mm
Ø100 mm
Ø100 mm
Ø100 mm
FI-01
1,30 m
MISTURADOR
ESTÁTICO DE LINHA
BC-03
Ø100 mm
Q=20,0m³/h
Ø75 mm
0,50
Ø100 mm
Ø100 mm
Ø75 mm
Ø100 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
2,50
15,00 m
Ø50 mm
BC-01
Ø50 mm
Q=10,0m³/h
Ø75 mm
Ø50 mm
Ø75 mm
6,00 m
Ø50 mm
BC-10
Ø75 mm
Q=5,0m³/h
Ø50 mm
Ø75 mm
TQ-03
PAINEL
ELÉTRICO
Ø50 mm
Ø50 mm
Ø50 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø2
,55
3,73 m
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
LEGENDA
m
Ø50 mm
BC-04
Ø75 mm
Q=20,0m³/h
VENTURI
Ø50 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
Ø50 mm
Ø0,60
m
TQ-04
ESCADA
MARINHEIRO
Ø2,5
Ø75 mm
5m
Ø50 mm
Ø50 mm
Ø75 mm
Ø75 mm
m
1,00
Ø50 mm
8,00 m
Ø50 mm
DRENO DE
FUNDO
2,27 m
Ø1
, 27
PISO DE CONCRETO
Ø50 mm
Ø75 mm
BC-09
1,27
Ø50 mm
TQ-02
BC-02
Q=10,0m³/h
Q=5,0m³/h
CHUVEIRO
(LAVA OLHOS)
Ø75 mm
DRENO DE
FUNDO
Ø50 mm
Ø50 mm
TQ-01B
RESERVATÓRIO DE ÁGUA - 50 m³
TQ-02
TANQUE CÔNICO DE MISTURA - 2 m³
TQ-03
TANQUE CÔNICO DE SOLUÇÃO - 10 m³
TQ-04
TANQUE CÔNICO DE SOLUÇÃO - 10 m³
TQ-05
TANQUE DE ARMAZENAMENTO - 10 m³
FI-01 e FI-02
FILTRO
DRENO
BOMBA DE TRANSFERÊNCIA
REGISTRO ESFERA
GUARDA CORPO
1,27
RESERVATÓRIO DE ÁGUA - 50 m³
BC-01 a BC-11
Ø50 mm
TORNEIRA
TQ-01A
B
1,00
2,00
VEM DA PLANTA
INDUSTRIAL
MANÔMETRO
HIDRÔMETRO
VÁVULA DE RETENÇÃO
TUBULAÇÃO DE PVC
Projeção da Cobertura
4,00 m
Figura 10.3 – Planta baixa da Área de Mistura (Autor, 2007).
38
10.3.2 Rede de distribuição
A rede de injeção foi dividida em 4 linhas através de um ramal de distribuição. São
alimentados ao todo 41 poços pelas quatro linhas de injeção. Cada linha de injeção
possui uma bomba independente, de forma a garantir a pressão mínima de 35
metros de coluna de água nos topos dos poços de injeção, conforme especificado
no modelo matemático.
O sistema é operado manualmente através de válvulas de controle. Foram
instalados hidrômetros e válvulas junto a cada poço de injeção para monitorar e
controlar a dose injetada em cada poço. A Figura 10.4 mostra o detalhe da entrada
dos poços de injeção.
Hidrômetro
Niple Ø1/2"
Registro
Respiro
N.A.
Filtro
Mínimo 4,00 m
Altura variável
Manômetro
Figura 10.4 – Poço de Injeção.
Os cálculos das tubulações e bombas necessários para operar o sistema foram
realizados considerando as perdas de carga distribuídas, utilizando se a fórmula de
39
Hazen-Willians e as perdas localizadas, adotando-se valores indicados na literatura
e fornecidos por fabricantes, para cada peça (conexões, válvulas, filtro, etc.)
utilizada. A perda localizada mais significativa é o hidrômetro localizado junto a cada
poço de injeção (perda de 10mca), para compensar esta perda adotou-se que a
pressão mínima necessária junto a cada poço era de 45mca.
Para dimensionar as bombas que atendem ao sistema de distribuição foi adotado
um fator de majoração de 50%, as vazões calculadas em cada linha de injeção e
nas respectivas bombas encontram-se na Tabela 10.5.
Tabela 10.5 – Vazões do Sistema de Injeção.
Vazão Bomba
Vazão com fator de
Nº Poços
(m³/h)
segurança de 1,5 (m³/h)
Vazão Bomba adotada
Linha
Bomba
Linha 1
BC-05
7
1.71
2.56
3.00
Linha 2
BC-06
10
2.44
3.66
4.00
Linha 3
BC-07
12
2.93
4.39
4.50
Linha 4
BC-08
12
2.93
4.39
4.50
41
10.00
15.00
16.00
Total
(m³/h)
A partir dos dados adotados foram calculadas a potência e altura manométrica de
cada bomba, para o funcionamento de cada linha de distribuição. Os resultados
obtidos encontram se na Tabela 10.6.
Linha de Injeção
Tabela 10.6 – Bombas das Linhas de Injeção.
Bomba
Vazão (m³/h) Altura Manométrica (m)
Potência (cv)
Linha 1
BC-05
3.00
53.0
3.0
Linha 2
BC-06
4.00
41.0
2.5
Linha 3
BC-07
4.50
54.0
4.5
Linha 4
BC-08
4.50
57.0
4.5
O cálculo do sistema resultou no dimensionamento das bombas e na determinação
do diâmetro das tubulações, necessários para garantir as pressões e vazões
necessárias em cada poço de injeção. Os diâmetros resultantes para as tubulações
principais de distribuição foram 75 e 50 mm e nos ramais de interligação com cada
poço 20 mm. A Figura 10.5 mostra a planta da rede de distribuição do sistema de
injeção.
40
NEW-36
NEW-37
NEW-35
NEW-32
NEW-33
INJ-02
INJ-04
INJ-03
INJ-01
NEW-31
NEW-25
NEW-30
NEW-34
NEW-29
NEW-28
NEW-24
NEW-39
NEW-27
NEW-02
NEW-05
NEW-01
NEW-26
NEW-08
NEW-23
NEW-04
BC
5
-0
BC
NEW-03
BC
NEW-21
NEW-12
NEW-07
NEW-10
0
3,0
8
-0
BC
0
3,0
TQ
-05
NEW-22
NEW-09
0m
TQ
TQ
NEW-11
7
-0
m
,00
15
7,7
6
-0
B
-01
Área de Mistura
- 01A
NEW-14
NEW-06
03
TQ-
TQ-
NEW-20
04
NEW-13
VE
LEGENDA
I
NTUR
TQ
-02
,00
15
m
NEW-15
NEW-01
NEW-16
NEW-38
INJ-01
NOVOS POÇOS INJEÇÃO (MÓDULOS 2 E 3)
POÇO DE INJEÇÃO EXISTENTE (MÓDULO1)
TUBULAÇÃO DE ISCO - Ø75 mm
NEW-17
TUBULAÇÃO DE ISCO - Ø50 mm
TUBULAÇÃO DE ISCO - Ø20 mm
Figura 10.5 – Planta da Rede de Distribuição do Sistema de Injeção (Autor, 2007).
41
10.4 Resultados da Remediação
O sistema operou por um período de 35 dias. Foram injetadas 30 toneladas de
produto químico em 3 fases distintas de injeção. O relatório fotográfico que
ilustra as instalações do sistema de injeção de produtos químicos esta
representado no Anexo A.
Em cada fase de injeção foram aplicadas concentrações diferentes de solução.
As concentrações da solução correspondentes a cada fase de injeção foram
respectivamente 1.5%, 1.0% e 0.5%.
A redução progressiva da concentração da solução ao longo do período de
injeção foi realizada para promover uma distribuição mais homogênea da
solução na área de tratamento.
A concentração média de solução injetada no solo ao longo da operação do
sistema foi de 1%. Foram utilizados aproximadamente 3.000,0 m³ de água
potável para a diluição de 30 toneladas de produto químico.
O volume injetado em cada poço foi controlado através das válvulas instaladas
e hidrômetros, de modo a promover uma melhor distribuição da solução na
área de tratamento.
Após a operação do sistema de injeção foram realizadas campanhas de
monitoramento nos poços para determinar a redução de poluentes presentes
na área de tratamento.
A Tabela 10.7 mostra as concentrações de VOCs e PCE nos poços de injeção
do sistema antes e depois da operação do sistema.
42
Poços de
Injeção
NEW-01
NEW-02
NEW-03
NEW-04
NEW-05
NEW-06
NEW-07
NEW-08
NEW-09
NEW-10
NEW-11
NEW-12
NEW-13
NEW-14
NEW-15
NEW-17
NEW-20
NEW-21
NEW-22
NEW-23
NEW-24
NEW-25
NEW-26
NEW-27
NEW-28
NEW-29
NEW-30
NEW-31
NEW-32
NEW-34
NEW-35
NEW-36
NEW-37
NEW-38
NEW-39
INJ-01
INJ-02
INJ-03
INJ-04
INJ-03
INJ-04
Tabela 10.7 – Comparação das Concentrações de VOCs e PCE
VOC TOTAL (µg/L)
PCE (µg/L)
PréPósPréPós% Redução
% Redução
Tratamento Tratamento
Tratamento Tratamento
5370
<1
100,00
7822
32
99,59
3008
<1
100,00
6044
32
99,47
4949
<1
100,00
8605
7
99,92
5530
<1
100,00
13088
77
99,42
6129
59
99,04
18918
157
99,17
16625
<1
100,00
36513
73
99,80
12881
<1
100,00
33654
20
99,94
16800
654
96,11
58573
2410
95,89
10519
19
99,82
30556
482
98,42
7134
<1
100,00
26082
308
98,82
27900
<1
100,00
124536
26
99,98
78300
<1
100,00
150312
13
99,99
33975
<1
100,00
53581
1396
97,39
25299
<1
100,00
44420
12
99,97
9275
<1
100,00
9346
7
99,93
81
<1
100,00
109
3
97,33
15925
<1
100,00
16100
13
99,92
5150
<1
100,00
7771
64
99,18
7350
<1
100,00
11723
159
98,64
12313
<1
100,00
22976
385
98,33
6624
<1
100,00
16828
52
99,69
9900
<1
100,00
24714
29
99,88
33361
<1
100,00
71693
43
99,94
5687
<1
100,00
19528
108
99,45
10450
<1
100,00
23896
53
99,78
9722
9900
-1,83
47119
46374
1,58
2913
<1
100,00
14840
656
95,58
3027
4
99,87
9380
33
99,65
73
<1
100,00
103
12
88,67
1620
673
58,46
1804
680
62,30
154
<1
100,00
222
2
99,28
1335
<1
100,00
3419
18
99,49
2160
<1
100,00
3166
20
99,37
8
<1
100,00
16
4
75,63
10550
12
99,89
33137
162
99,51
2121
222
89,53
2278
222
90,25
4046
<1
100,00
9485
39
99,59
6409
2940
54,13
35048
9472
72,97
812
147
81,90
3369
204
93,96
6409
2940
54,13
35048
9472
72,97
812
147
81,90
3369
204
93,96
43
As concentrações de água subterrânea amostradas foram comparadas com os
valores de intervenção referenciais da CETESB e com os padrões de
potabilidade da Portaria 518/04 estabelecidos pelo mistério da saúde. Esses
parâmetros estão expressos na Tabela 10.8.
Tabela 10.8 – Concentrações de VOC
CETESB
Portaria nº 518/04
Compostos Água Subt.(µg/L) Água Subt.(µg/L)
Potabilidade
Intervenção
PCE
40
40
TCE
70
70
DCE
50
CV
5
5
VOC TOTAL
165
115
Os resultados obtidos na amostragem dos poços indicam que na maior parte
da área tratada, os valores detectados após a remediação encontram se abaixo
dos valores de referencia da CETESB e do Ministério da Saúde e sofreram
grande redução dos contaminantes presentes.
44
11 ANÁLISE CRÍTICA
Os resultados obtidos após a remediação mostram uma significativa redução
de poluentes na área e comprovam a eficiência do sistema ISCO no tratamento
da área impactada.
Porém, o tratamento não foi distribuído de forma uniforme em toda a área de
remedição.
Deve
se
observar
que
os
diversos
poços
apresentam
características diferentes no teste de injeção e para o dimensionamento
hidráulico são consideradas as características médias para todos os poços.
Para compensar esta deficiência no cálculo hidráulico o sistema é operado de
forma manual controlando o volume injetado em cada poço, para uma melhor
distribuição da solução em toda a área tratada.
Além disso, as características geológicas do solo (topografia, permeabilidade,
porosidade) induzem, a distribuições diferentes de solução na área tratada.
As Figuras 10.6 e 10.7 apresentam respectivamente as plumas comparativas
de VOCs e PCE antes e depois da remediação da área.
45
VOC Total - Antes da Remediação
VOC Total - Após a Remediação
1.
00
0
NEW-36
1.000
NEW-36
NEW-37
NEW-37
100
NEW-35
NEW-35
NEW-32
NEW-32
INJ-02
INJ-04
100
INJ-02
NEW-33
10
0
NEW-33
INJ-04
INJ-03
INJ-03
INJ-01
1.0
INJ-01
NEW-31
NEW-34
NEW-31
NEW-34
NEW-30
NEW-25
NEW-29
NEW-02
NEW-26
NEW-09
NEW-08
NEW-04
NEW-01
NEW-11
NEW-07
NEW-39
NEW-05
NEW-23
NEW-03
NEW-20
50.000
100
100
NEW-11
NEW-22
100
10.000
NEW-12
NEW-06
0
NEW-24
10
NEW-26
0
NEW-23
NEW-08
NEW-07
NEW-03
NEW-21
NEW-10
10
00
10.0
0
NEW-27
NEW-09
NEW-04
100
NEW-22
NEW-28
1.0
0
10
.0
00
000
50.
NEW-27
NEW-05
NEW-01
NEW-29
NEW-28
NEW-24
NEW-39
NEW-25
1.
00
0
10.000
10
0
NEW-02
NEW-10
10
NEW-21
0
NEW-12
NEW-06
NEW-20
0
10
NEW-13
NEW-14
NEW-13
1.000
NEW-15
NEW-38
NEW-14
100
100
NEW-15
NEW-38
NEW-16
00
.0
NEW-16
10
.0
00
10
> 50.000
10.000 - 49.999
00
NEW-30
5
100
NEW-17
1.000
1.000 - 9.999
100 - 999
5 5 - 99
<5
Figura 11.1 – Plumas de Comparação VOC Total (Autor, 2007).
NEW-17
46
PCE - Antes da Remediação
PCE - Após a Remedição
NEW-36
NEW-36
NEW-37
NEW-37
1.
00
0
40
NEW-35
40
NEW-35
NEW-32
NEW-32
NEW-33
INJ-02
NEW-33
INJ-02
INJ-04
00
1.0
40
1.000
INJ-04
INJ-03
INJ-03
INJ-01
NEW-31
NEW-34
1.000
00
1. 0
INJ-01
NEW-31
NEW-34
NEW-30
NEW-25
NEW-29
NEW-02
40
NEW-09 NEW-08
NEW-01
10
.0
00
NEW-05
NEW-04
NEW-27
40
NEW-07
NEW-22
NEW-07
NEW-03
NEW-10
0
.00
50
NEW-12
NEW-06
40
NEW-20
NEW-14
NEW-10
1 .0
40
NEW-21
00
NEW-12
NEW-06
NEW-13
NEW-14
NEW-15
NEW-16
NEW-17
> 50.000
NEW-20
0
1.00
NEW-15
NEW-38
NEW-23
NEW-22
NEW-11
40
NEW-13
40
40
10.000
10.000
NEW-03
NEW-21
40
NEW-08
NEW-09
40
NEW-26
40
40
NEW-04
NEW-11
NEW-24
NEW-39
NEW-05
NEW-23
NEW-01
10.000
1.000
10.00
0
00
NEW-24
NEW-26
10.0
NEW-39
NEW-28
40
NEW-27
NEW-25
1.000
NEW-28
00
40
NEW-29
NEW-02
1.0
NEW-30
40
10.000 - 49.999
1.000 - 9.999
40 - 999
0 - 39
Figura 11.2 – Plumas de Comparação PCE (Autor, 2007).
NEW-38
NEW-16
40
NEW-17
47
12 CONCLUSÃO
As investigações realizadas na área em estudo indicaram a necessidade de
remediação do solo e água subterrânea para garantir à segurança dos
funcionários e população vizinha a área contaminada.
A partir das características da área, do tipo de contaminante e do resultado
esperado para a remediação, foram analisadas as técnicas de tratamento
existentes no mercado e definida a técnica que teria melhor viabilidade para ser
implantada. Considerando as características do local adotou-se o sistema de
injeção de produtos químicos.
Com base nas características do solo e do contaminante presente, foram definidos
os volumes de injeção necessários para o tratamento e determinado o tempo
disponível para o mesmo. Foi realizado um teste de injeção que mostrou a
viabilidade de se implantar o sistema e determinou qual a melhor distribuição dos
poços de injeção na área.
A partir dos objetivos estabelecidos para remediação do solo foi possível
dimensionar como o sistema deveria ser operado.
O dimensionamento hidráulico foi necessário para o funcionamento do sistema,
pois definiu as características dos equipamentos que compõem o sistema,
garantindo seu funcionamento com vazões e pressões mínimas necessários em
cada ponto de utilização.
Os resultados obtidos mostram uma significativa diminuição da pluma de
contaminação na área, porém a distribuição da solução não ocorreu de forma
homogênea, pois o dimensionamento hidráulico não levou em conta as
características individuais em cada poço de injeção. A rede de distribuição do
sistema foi dimensionada com vazões médias e operada manualmente.
48
O sistema se mostrou eficiente e a área em estudo teve resultados satisfatórios
com diminuição nas concentrações de poluentes, alcançando seu objetivo, pois
grande parte das concentrações dos contaminantes presentes na área após a
remediação está abaixo dos valores que podem causar risco ao ser humano e ao
meio ambiente, comparados com os valores de referência do ministério da saúde.
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CETESB. Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente - Manual
de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, 2001.
CHIOSSI, N. J. – Geologia aplicada à Engenharia. Editora Grêmio Politécnico, São
Paulo, 1983.
CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO: revista meio ambiente industrial, 1999 - Ano III – Edição 17 nº16 – Editora
Tocalino.
CUNHA, R.C.A. Avaliação de risco em áreas contaminadas por fontes industriais
desativadas. São Paulo, 1997. 152p. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências,
Universidade de São Paulo.
FETTER, C.W. Contaminant hidrogeology. New York, Macmillan Publishing Company, 1993.
LAGREGA, M.D.; BUCKINGHAM, P.L.; EVANS, J.C. Hazardous waste management. New York, McGraw-Hill, 1994.
MARKER, A.; CUNHA, R.C.A.; GÜNTHER, M.A., 1993: Avaliação de Áreas Contaminadas na Região Metropolitana de São Paulo – Saneamento Ambiental, Ano
IV, n. 25,36 - 39.
NETTO, AZEVEDO, FERNANDEZ, M. F., ARAUJO, R. e ITO, A. E. Manual de
Hidráulica, São Paulo, 1998.
PORTO, R. M. Hidráulica Básica. São Carlos: Serviço Gráfico da EESC / USP,
2004.
50
SÁNCHEZ, L.E. A desativação de empreendimentos industriais: um estudo sobre
o passivo ambiental. São Paulo, 1998. 178p. Tese (Livre-Docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
51
ANEXO A
Relatório Fotográfico
52
O presente relatório fotográfico ilustra as instalações que compõem o sistema de
injeção de produto químico.
Figura A.1 – Reservatórios de Água do Sistema.
Figura A.2 - Tanque de Mistura
53
Figura A.3 - Tanques de Injeção do Sistema
Figura A.4 - Área de Mistura
54
Figura A.5 - Vista da Área de Mistura
Figura A.6 - Detalhe da preparação da Solução Injetada
55
Figura A.7 - Bombas de Injeção do Sistema
Figura A.8 - Poço de Injeção
Download

dimensionamento hidráulico do sistema de injeção de produtos