EMPREGOS&NEGÓCIOS SALVADOR DOMINGO 6/11/2011 Fotos Erik Salles / Ag. A TARDE COOPERAÇÃO Além da criação de centrais de compra e distribuição, o associativismo traz outros benefícios para o empreendedor Associações facilitam vendas, publicidade e treinamento de pessoal DONALDSON GOMES receber a reportagem. Na última quinta-feira, o microempresário Antônio Carlos de Santana tomou o caminhão do mercadinho, na Fazenda Grande I, e foi até Lauro de Freitas comprar 135 caixas de uma bebida energética. Precisava só de 10, mas comprou para todos os 20 mercados que participam da CBS Mix, rede que congrega estabelecimentos na região de Cajazeiras, na qual Antônio Carlos é vice-presidente. Mas ele garante que as responsabilidades são distribuídas igualitariamente entre os participantes. “Nós nos revezamos na hora de comprar”, explica. O resultado da última compra foi uma economia de R$ 5 por caixa, que representaram 10% de economia no preço final. A atuação através de cooperativas pode trazer benefícios diversos ao empreendedor. É possível formar centrais de compras, como é o caso da atuação da CBS, mas também é possível constituir centrais de vendas, consórcios para realização de treinamentos, realização de rodadas de negócios, entre outras possibilidades. “Hoje a nossa atuação se dá basicamente na questão da compra, mas nós sabemos que é possível crescer bastante ainda”, aponta Antônio Carlos. Apesar do início das atividades há apenas dois anos, a possibilidade de negociar preços em condições similares às das grandes redes é um chamariz e tanto para estabelecimentos que têm visto as margens de operação sufocadas para chegada de grandes redes varejistas à região de Cajazeiras. “Hoje o nosso açúcar, o leite e o arroz são de qualidade e preços imbatíveis até para os grandões”, garante. A ideia da formação da rede partiu da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e conta com a assistência do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). E embora não haja uma restrição a estabelecimentos de médio e grande porte, todos os participantes são micro ou pequenos, caracterizados por ter no máximo quatro caixas. “Nós temos publicidade, uma marca que está se tornando conhecida na região e até sacolas personalizadas”, conta orgulhoso o empresário Joaci Sampaio, que fez questão de vestir, literalmente, a camisa da rede CBS para Diferencial para pequenos Para a supervisora de educação empreendedora do Sebrae Bahia, Viviane Brasil, a cooperação e o associativismo são fundamentais para o crescimento das micro e pequenas empresas. “Quando o empreendedor se reúne com outros na mesma situação que ele, passa a ter um poder de barganha muito maior”, explica Viviane. Para superar problemas relacionados à dificuldades para a formação de mão de obra, comuns em algumas atividades, e melhorar a gestão de processos produtivos, a recomendação é que se busque uma consultoria especializada. Neste caso, existem opções disponíveis em entidades como o Sebrae, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), órgãos de governo, a depender da atividade, ou mesmo consultorias privadas, caso haja disponibilidade de recursos para investimento. OS CAMINHOS DA COOPERAÇÃO Antônio Carlos usa caminhão para comprar para 20 mercadinhos REDES ASSOCIATIVAS O Sebrae possui um programa que auxilia na formação de uma rede em quatro módulos, que tratam do despertar, planejamento da rede, prática e a legalização NÚCLEOS SETORIAIS A Fieb possui atualmente quatro núcleos setoriais na região oeste para o estímulo à formação de redes. No próximo ano, a expectativa é que o trabalho seja ampliado para outras regiões do Estado COOPERATIVAS DE CRÉDITO É possível reunir pessoas que buscam através da ajuda mútua, sem fins lucrativos, a melhor administração de recursos financeiros, de acordo com as regras do Banco Central. O Sebrae-Ba desenvolve trabalhos com o Sicoob e com a Ascoob Jane conta que participar de rede ajuda a captar novos negócios Joaci já trabalha com sacolas personalizadas: “Nós temos publicidade, uma marca que está se tornando conhecida na região” Crescer em áreas dinâmicas como a de petróleo e gás exige cooperação dos empreendedores de pequeno porte. Este é o caminho que vem sendo trilhado pela Qualidados, uma das empresas fundadoras da Rede Petro Bahia, que estimula a inserção de empresas baianas no competitivo mercado. Para a diretora de marketing da Qualidados, Jane Carvalho, seria bem mais difícil conhecer o mercado de petróleo como a empresa conhece hoje e fazer a captação de novos negócios sem a participação na rede. A empresa que atualmente emprega 400 pessoas em quase todas as regiões do País vem se destacando no setor, no rastro do crescimento do setor de petróleo e gás. “Nós participamos de feiras, rodadas de negócios e missões comerciais, que seriam coisas mais difíceis sem a Rede”, explica. “É um setor que exige grandes investimentos, por um lado. Por outro, demandas grandes serviços, o que em alguns casos, empresas de pequeno porte não conseguiriam dar conta sozinhas”, explica o secretário-executivo da Rede Petro Bahia, Geraldo Nunes de Queiroz. Ele lembra que o setor de petróleo e gás passa por dificuldades em relação à carência de pessoal qualificado. Além das vantagens na operação e desenvolvimento de negócios, a cooperação pode favorecer a defesa de interesses comuns, aponta o gerente geral do Centro Geral das Indústrias da Bahia (CIEB), Evandro Mazo. Esta é a mensagem que o órgão, ligado à Federação das Indústrias (Fieb) está levando às regiões oeste, central e sul da Bahia, explica. Por exemplo, um dos núcleos setoriais na região oeste é o de confecções e apesar da importante produção de algodão na região, não existe uma indústria têxtil lá. “Como vetor de desenvolvimento para a região isso precisa de apoio e é mais fácil defender esse, que é um interesse mais do que legítimo, com organização”, defende Mazo. Os demais núcleos que o CIEB trabalha para organizar no oeste são os de alimentos, movelaria e gráfico. “Essas empresas não estão mais isoladas economicamente, então precisam se organizar”, defende. Eduardo Martins / Ag. A TARDE / 13.5.2011 COMO UTILIZAR O EXPORTA FÁCIL Pequeno empreendedor tem consultoria gratuita para exportar É preciso ter mais que um bom produto para conquistar o tão sonhado mercado externo. Para os microempreendedores individuais, além das micro e pequenas empresas, um possível solução é a consultoria Exporta Fácil, oferecida gratuitamente pelos Correios. O serviço promete encurtar a distância das fronteiras internacionais com segurança, rapidez e, principalmente, reduzindo a burocracia necessária para a realização das operações, sem a necessidade de gastar com a contratação de despachantes. Além de se responsabilizar pela operação logística de encaminhar o produto para mais de 200 países, o Exporta Fácil providencia para o exportador o registro do produto no Sistema de Comércio Exterior (Siscomex) da Receita Federal, que é uma das etapas necessárias na operação. Outras etapas da burocracia que são reduzidas pelo Áreas como gás e petróleo exigem união dos pequenos empreendedores Cooperação favorece defesa de interesses comuns, ressalta especialista COMÉRCIO EXTERIOR DONALDSON GOMES 3 programa são a emissão antecipada do registro de importador/exportador e o aguardo da emissão da declaração simplificada de exportação. “O trâmite aduaneiro das remessas postais é facilitado porque os Correios possuem recintos alfandegários da Receita Federal em suas instalações”, explica o diretor regional dos Correios na Bahia, Cláudio Moras Garcia. Existem 12 agências na Bahia que oferecem consultoria especializada. Mas, de acordo com os Correios, mesmo as outras agências têm condições de fornecer informações básicas sobre o serviço. “Contratando os serviços do Exporta Fácil, o empreendedor só precisa se preocupar com o seu produto, já que toda a parte logística e alfandegária fica a cargo dos Correios”, explica Garcia. Com mais de cinco mil agências no País, ele garante que a empresa terá facilidade para exportar de qualquer lugar no País para qualquer lugar do mundo. AGÊNCIAS EM SALVADOR As agências dos Correios no Cidadela, Comércio, Itapuã, Pelourinho, Pituba e Sumaré estão preparadas para a realização de toda a operação de exportação INTERIOR No interior existem agências estratégicas nas cidades de Feira de Santana, Ilhéus, Juazeiro, Porto Seguro, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista Exportador pode escolher entre modalidades expressa, leve, econômica ou ainda o Sedex Mundi Com isso, é possível realizar as operações mesmo em locais onde não existam representações alfandegárias, destaca o diretor regional dos Correios. “É importante lembrar que o serviço viabiliza a realização de pequenas exportações, mas também pode ser usado para movimentar volumes maiores, com a limitação a US$ 50 mil (valor cor- respondente a R$ 87 mil, pela cotação do dólar na última sexta-feira). Além de poder apresentar todas as informações necessárias em um único formulário, pelo Exporta Fácil, o exportador tem à disposição uma página onde pode acompanhar passo a passo o andamento do envio para outros países. O endereço é o www.exportafacil.com.br. De acordo com informações no site do Exporta Fácil, o tempo de entrega estimado pode variar entre quatro e 14 dias nas modalidades expresso, econômico, leve econômico e leve prioritário. Caso o exportador opte pelo serviço Sedex Mundi, os Correios garantem a entrega no prazo contratado. SEDEX MUNDI Uma opção para os usuários do Exporta Fácil é o serviço Sedex Mundi, que oferece prazos mais curtos, seguro gratuito até R$ 450 e coleta gratuita “O trâmite é facilitado porque os Correios possuem recintos alfandegários” CLÁUDIO MORAS GARCIA, diretor dos Correios