livro01 27.03.09 11:27 Page 1 Sob neblina [em segredo] Marilá Dardot Exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo, de 08 de março a 29 de abril de 2007 livro01 27.03.09 11:27 Page 2 O CCBB tem prazer em realizar a exposição Sob neblina [em segredo], de Marilá Dardot, que apresenta uma instalação criada a partir do espaço situado no subsolo da instituição. A artista interfere na arquitetura do espaço, transformando-o em uma instalação inédita que se apropria de suas características espaciais e simbólicas. As frases inseridas no percurso proposto relacionam o silêncio com o segredo, e foram retiradas do arquivo Sob Neblina, que a artista mantém desde 2004. Ao apoiar o trabalho de artistas que se destacam no cenário cultural, o Banco do Brasil reafirma seu compromisso de difundir e valorizar a multiplicidade e a diversidade da produção artística nacional, ao mesmo tempo que incentiva o pleno acesso do público a essas manifestações. CCBB is pleased to produce the exhibition Sob neblina [em segredo] (In a fog [secretly]) by Marilá Dardot, that presents an installation created in the space situated at the underground of the institution. The artist interferes in the architecture of the space, transforming it into a novel installation that appropriates its symbolic and spatial characteristics. The sentences inserted in the proposed itinerary relate silence with secret and were extracted from the file Sob neblina, compiled by the artist since 2004. By patronizing works of artists that stand out in our cultural scene, Banco do Brasil reaffirms its commitment in publicizing and valuing the multiplicity and diversity of the national artistic output, at the same time that it stimulates the full access of the viewers to these manifestations. Centro Cultural Banco do Brasil livro01 27.03.09 11:27 Page 4 livro01 27.03.09 11:27 Page 6 livro01 27.03.09 11:27 Page 8 livro01 27.03.09 11:27 Page 10 livro01 27.03.09 11:27 Page 12 livro01 27.03.09 11:27 Page 14 livro01 27.03.09 11:27 Page 16 livro01 27.03.09 11:27 Page 18 livro01 27.03.09 11:27 Page 20 livro01 27.03.09 11:27 Page 22 (Segredo) cerrado ternamente “Cerrado: cuja passagem ou abertura foi obstruída; fortemente unido; coberto, resguardado; espesso, denso, compacto; encoberto de nuvens ou névoa.” (DICIONÁRIO HOUAISS) “Sinto que já cheguei quase à liberdade. A ponto de não precisar mais escrever. Se eu pudesse, deixava meu lugar nesta página em branco: cheio do maior silêncio. E cada um que olhasse o espaço em branco, o encheria com seus próprios desejos.” (CLARICE LISPECTOR) Em 19 de maio de 1973, Clarice Lispector publicou uma crônica confessional em sua coluna no Jornal do Brasil intitulada “Os segredos”. Iniciava-a descrevendo como sua ignorância por vezes deixava de ser sentida como omissão e tornava-se quase palpável, como a escuridão, e isso a ofendia. Remetia-se especialmente ao fato de sentir que vários cien- tistas no mundo inteiro mantinham em segredo descobertas e teorias que revolucionariam seu modo de ver, de viver e de saber. “Por que não contam o segredo? Porque precisam dele para criar novas coisas, e porque temem que a revelação cause pânico, por ser precoce ainda”, ponderava a escritora. “Então eu me sinto hoje mesmo como se estivesse na Idade Média. Sou roubada de minha própria época. Mas entenderia eu o segredo que me fosse revelado? Ah, haveria, tinha de haver um momento de eu me pôr em contato com ele.” A partir desta constatação, Clarice vislumbra uma outra face do segredo: a esperança e a promessa que o segredo encerra, livro01 27.03.09 11:27 Page 24 a potência e a expectativa contidas na condicional “se amedrontar alguns. Intimida, sobretudo, pela capacidade de Quanto mais tênue é a alegria, mais difícil e mais precioso ambíguas. Os sentimentos vão sendo encarcerados enquanto eu soubesse”. “Mas tenho que ter modéstia com a alegria. de captá-la – e mais amado o fio quase invisível da esperança de vir a saber.” Estamos diante de um túnel que parece nos fazer seguir a trilha inversa da caverna de Platão. Não no sentido da ameaça do conhecimento, mas do deleite de emudecer e de desencadear e maximizar emoções, sejam elas boas, ruins ou gradualmente rumamos nesta via que se esmaece e leva à escuridão. Eles se aconchegam aprisionados até mesmo quando completamos o trajeto. Se tivéssemos que escolher o gênero de Sob neblina [em segredo] para alocá-lo numa biblioteca, por exemplo, sentir o cessar suave e progressivo da claridade, até fazermos talvez pudéssemos encaixá-lo na rubrica ‘mistério’. Não a e neblina, percebemos que se trata de um livro-ambiente, abstrato, sem finalidade, como a própria matéria de que era o caminho de volta à luz. Adentrando no cinza que se espessa engendrado num devir próximo ao suscitado por Clarice. Um livro de sensações, acima de tudo. Cada capítulo acolhe uma progressão cromática e um tipo de silêncio, frases colecionadas por Marilá Dardot para a escritura permanente de um livro sobre o silêncio. A artista é uma colecionadora, guarda mensagens que estão soltas pelo mundo e é guiada em suas escolhas principalmente pelo poder das palavras e a potência humanista de generosidade e catalisadora dos livros e seu universo. Assim como na leitura atenta e resoluta de um livro fundamental e tocante, cada episódio de Sob neblina [em segredo] nos chama a uma reflexão e propulsa uma ex- pectativa do passo/desenrolar da trama seguinte. As letras pregam peças no olhar. Por vezes, são visíveis apenas no reflexo da parede ao abrir da porta, em outros momentos projetam-se na penumbra que as revela. Resilientes, as frases acomodam-se às variantes de fluxo luminoso e nossa vista se contorce para vencer este tour de force retiniano e cognitivo. Recuperamos o prazer do escuro que passa a ser abrigo e, em alguns casos, um dissipador do desassossego. Apesar de belo, o percurso silenciador e solitário pode categoria do mistério simples dos folhetins, mas um mistério feita Clarice. Misteriosa era a palavra que a adjetivava, pois uma de suas características mais marcantes era a capacidade de viver um silêncio essencial. Por mais que escrevesse e falasse ou mesmo tratasse de suas recordações nas crônicas semanais do jornal, por mais que se remetesse a seu passado e seu entorno para nutrir suas estórias, algo restava a ser revelado. E parecia ser justamente a chave do mistério. “Como é que ousaram me dizer que eu mais vegeto do que vivo?”, indignou-se ela certa vez. “Só porque levo uma vida um pouco retirada das luzes do palco? Logo eu, que vivo a vida no seu elemento puro. Tão em contato estou com o inefável. Respiro profundamente Deus. E vivo muitas vidas.” Ela parecia etérea para o mundo, pois lidava com essências. “Mas estou tão leve. Nada me dói. Porque estou vivendo o mistério. A eternidade antes de mim e depois de mim.” Por certo Sob Neblina não se encaixaria docilmente em nada, como os textos que Clarice escrevia no jornal e que não se enquadravam em espécie alguma predeterminada. “Vamos falar a verdade: isto aqui não é crônica coisa nenhuma. Isto é apenas. Não entra em gênero. Gêneros não me interessam mais. Interessa-me o mistério”, livro01 27.03.09 11:27 Page 26 declarou a escritora em outra passagem de seus escritos na grande imprensa. O fim deste caminho, que se assemelha ao fechar lento dos olhos, arrebata. Somos jogados de volta à luz, machucadora e cruel, e nos deparamos com um cofre, trancafiado. Não se sabe quem se encontra mais cerrado, o cofre ou nossa alma, recolhida, apaziguada, carente de aconchego. O choque do retorno é revelador. Dá a impressão de nos dizer que silenciar é preciso. Preservar tesouros, tão raros Tenderly sealed (secret) “Sealed: whose passage or opening was obstructed; closely united, covered, safeguarded; thick, dense, compact, covered with clouds or mist.” (Houaiss Dictionary). “I feel that I’ve almost reached freedom. To the point of not needing to write any more. If I could, I na atualidade que se descortina frenética e brutalmente, would leave my place blank in this page: filled with marcha contrária às determinantes destes nossos novos blank space would fill it with his own desires.” necessário. Cada portal transposto nos aponta para uma tempos. Diante da explosão do discurso, o inexplicável, a mudez. Diante da abundância de imagens, cerrar os olhos, ternamente. Diante do escancarar da vida privada, o pudor. Marilá Dardot ressignifica Clarice Lispector ao nos assinalar que talvez manter o segredo encarcerado seja primordial, quando enxergar em demasiado frenesi, cega. the great silence. And each one who looked to the (Clarice Lispector) On May 19, 1973, Clarice Lispector published a confessional chronicle in her column at Jornal do Brasil titled “The secrets” (1). She started it describing how her ignorance sometimes was not felt as an omission and was turned almost palpable, like darkness and that offended her. It referred especially to the fact of feeling that various scientists around the world kept some in secrecy discoveries and theories that would revolutionize her way of seeing, of living, of knowing. “Why don’t they tell the secret? Because they need it to create Cristiana Tejo Diretora do MAMAM Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães new things and because they fear that the revelation may cause panic, for it is too precocious”, pondered the writer. “So I feel today as if I were in the Middle Ages. I feel robbed of my own time. But would I understand the secret if it were revealed to me? Well, there would be a moment when I would be in contact with it”. Following this verification, Clarice perceives (1) LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. another face of the secret: the hope and the promise that the secret holds the power and the expectation contained in the livro01 27.03.09 11:27 Page 28 conditional phrase “if I knew”. “But I have to be modest with being beautiful, the silencing and lonesome itinerary may more precious it is to capture it – and more cherished the of unleashing and maximizing emotions, be they good, bad happiness. The more tenuous happiness is, more difficult and almost invisible thread of the hope of coming to know.” We are before a tunnel that seems to make us follow the reversed trail of Plato’s cavern. Not in the sense of the threat of knowledge but in the delight of being silent and of feeling a gentle and progressive ceasing of clarity until we tread the path back to light. Going into the grey that gets frighten some. It intimidates, above all, due to its capacity or ambiguous. The feelings are being imprisoned while we gradually are bound in this path that fades away and leads to darkness. They huddle, imprisoned, even when we complete the ride. If we had to choose the genre of Sob neblina [em segredo] to place it in a library, for instance, maybe we could thicker and foggier, we perceive that it’s an ambient-book, fit it into the ‘mystery’ label. Not the simple category of the A book of sensations, above all. Each chapter welcomes finality, as the very matter of which Clarice was made. engendered in a will-be close to the one suggested by Clarice. a chromatic progression and a sort of silence, sentences collected by Marilá Dardot for the permanent scripture of a book about silence. The artist is a collector, she keeps messages that are scattered around the world and is guided in her choices mainly due to the power of the words and the humanistic power of generosity and catalyst of books and her universe. As well as in the attentive and resolute reading of a phenomenal and touching book, each episode of Sob neblina [em segredo] (In a fog [secretly]) calls to a reflection and propels an expectation of the step/unfolding of the next plot. The letters play tricks on the eyesight. Sometimes, they are visible only in the reflex on the wall when opening the door, while in other moments they are projected in the dimness that reveals them. Resilient, the sentences accommodate themselves to the variants of the luminous flow and our simple mystery feuilletons, but of an abstract mystery, with no Mysterious was the word that would be an adjective for her, for one of her most striking characteristics was the capacity of living an essential silence. No matter how much she wrote or spoke or even dealt with her remembrances in her weekly articles in the newspaper, no matter how much she dealt with her past and her surroundings to nourish her stories, something was left to be revealed. And it seemed exactly the key to the mystery. “How come they dare to say that I mostly vegetate than live?”, she became indignant once. “Only because I live a little away from the stage lights? Exactly me, who lives life in its pure element. So much in contact with the ineffable. I breathe God deeply. And I live many lives. ”She seemed ethereal to the world for she dealt with essences. “But I am so light. Nothing hurts me. Because I am experiencing the mystery. Eternity before me and after me. For sure, Sob eyesight twists itself to win over this retinal and cognitive tour Neblina would not fit docilely into anything, like the texts that We recuperate the pleasure of darkness that starts to predetermined genre. “Let’s say the truth: this here is no de force. be a shelter and in some cases a dissipater of unrest. Despite Clarice wrote in the newspaper and that would not fit into any chronicle after all. This is just what it is. It doesn’t fit in any livro01 27.03.09 11:27 Page 30 genre. Genres do not interest me any more. What interests me is mystery”, the author declared in another passage of her Biografia writings for the press. The end of this path that looks like the slow closing of the eyes is overwhelming. We are thrust back into light, which hurts and is cruel and we are faced with a locked safe. We do not know who is more locked, the safe or our retracted, appeased soul, in need of cuddling. The shock of return is revealing. It gives us the impression of saying that silencing is needed. To preserve treasures, so rare in the present times that are unraveled frantically, brutally, necessarily. Each threshold that is transposed points to a march that is contrary to the determinants of these our new times. Before the explosion of speech – the inexplicable, muteness. Before the abundance of images, we tenderly close the eyes. Before the wide opening of private life – demureness. Marilá Marilá Dardot Nasceu em Belo Horizonte, 1973. Vive e trabalha em São Paulo. Formação Mestre em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da EBA – UFRJ, 2003. Graduada em Comunicação Social – UFMG, 1996 Dardot resignifies Clarice Lispector when she signals to us Principais exposições e prêmios primordial, when seeing too frantically may be blinding. participou da 27ª Bienal de São Paulo. Realizou seis individuais, that perhaps keeping the secret imprisoned should be Em 2007, participou da IV Bienal de Valência, na Espanha. Em 2006, entre elas: Sob Neblina [em segredo], Centro Cultural Banco do Brasil/SP, 2007; A Biblioteca de Babel, Galeria Vermelho, São Paulo, 2005; Bolsa Pampulha: Marilá Dardot, MAP/BH, 2004; e Projeto Castelinho, Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, 2002. Em Cristiana Tejo MAMAM Director Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães 2004, recebeu o Prêmio CNI Sesi Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Em 2003, recebeu a Bolsa Pampulha. Entre as mais recentes coletivas, destacam-se: Panorama da Arte Brasileira 2005, MAM/SP, São Paulo, 2005; Prêmio CNI Sesi Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, (1) LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver [Learning how to live]. Rio de Janeiro, Rocco, 2004. Trad. Paulo Andrade Lemos. Belém, Recife, 2005/2006; Solto, Cruzado e Junto, Galeria Vermelho, São Paulo, 2004. livro01 27.03.09 11:27 Page 32 Biography Exposição Exhibition Patrocínio Sponsorship Marilá Dardot Banco do Brasil Born in Belo Horizonte in 1973 Coordenação geral General coordinator Background Produção Production Lives and works in São Paulo Master in Visual Languages in the Post-Graduation Program in Visual Arts at EBA – UFRJ, 2003. Graduated in Social Communication – UFMG, 1996 Main exhibitions and awards In 2007, she participated in the 4th Valencia Biennial in Spain. In 2006, she participated in the São Paulo 27th Biennial. Presented six solo shows, among them: Sob Neblina [em segredo] (In a fog [secretly]) at Centro Cultural Banco do Brasil/SP, 2007; A Biblioteca de Babel (The Library of Babel), Galeria Vermelho, São Paulo, 2005; Bolsa Pampulha: Marilá Dardot, MAP/BH, 2004; and Projeto Castelinho, Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, 2002. In 2004 she was awarded the Prize CNI Sesi Marcantonio Villaça para as Artes Plásticas. In 2003, she was awarded the Bolsa Pampulha. Among her most recent group shows, we could point out: Panorama da Arte Brasileira 2005, MAM/SP; Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belém, Recife, 2005/2006; Solto, Cruzado e Junto, Galeria Vermelho, São Paulo, 2004. Mauro Saraiva Tisara Arte Produções Ltda Administração Management Loane Malheiros Iluminação Lighting Antonio Mendel Cenografia Set design Walter Viégas / Viégas Móveis Execução e montagem Setup Edmilson Silva Queiroz Severino da Silva Assessoria de imprensa Press relations Claudia Noronha / CW&A Comunicação Arquitetura Architecture Tacoa arquitetos associados livro01 27.03.09 11:27 Page 34 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ D229a Dardot, Marilá, 1973 Arquivo / Marilá Dardot ; [versão para o inglês Paulo Andrade Lemos]. - São Paulo : Associação de Amigos do CCBB, 2007. 3v. (252p.) ; il. Textos em português e inglês Conteúdo: v.1 Sob neblina [em segredo] / Marilá Dardot, texto de Cristina Tejo - v.2. Sob neblina [2004-2007] / Marilá Dardot - v.3. Sebo / Fabio Morais e Marilá Dardot Inclui bibliografia ISBN 978-85-98251-18-9 ISBN 978-85-98251-17-2 1. Dardot, Marilá, 1973-. 2. Arte moderna - Século XXI - Brasil. 3. Silêncio na arte. I. Associação de Amigos do Centro Cultural Banco do Brasil de São Livros Books Texto Text Cristiana Tejo Projeto gráfico Graphic design Marilá Dardot (Livro1 e Livro 2) Fabio Morais e Marilá Dardot (Livro 3) Produção gráfica Graphic production Marilá Dardot Fotos Photos Vicente de Mello Padronização e revisão Copy Editing Sonia Cardoso Paulo. II. Título. III. Título: Sob neblina [em segredo]. IV. Título: Sob neblina Versão para o inglês English version Paulo Andrade Lemos 07-0947. Revisão da tradução English copy editing Paulo Andrade Lemos [2004-2007]. V. Título: Sebo. 22.03.07 27.03.07 CDD: 709.81 CDU: 7.036(81) 000911 Pré-impressão e impressão Pre printing and printing Rona Editora Agradecimentos Acknowlegments: Fabio Morais, Galeria Vermelho, Hector Zamora, Humberto Carneiro, Karim Akl, Liliane Dardot, Nuno Ramos. Realização Copyright © 2007 by Marilá Dardot livro01 27.03.09 11:27 Page 36 A presente edição foi composta em caracteres Lucida Sans, corpo 8.5/8, e impressa pela Rona Editora em sistema offset, papel offset 90g (miolo) e alta alvura 240g (capa), em abril de 2007.