PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
TESTES AVALIAM
DIFICULDADES EM PROCESSAR
A INFORMAÇÃO AUDITIVA
UNIFESP - FOTO: ELISIARIO E.COUTO/INSERT
AUDITORIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE
FONOAUDIOLOGIA
AUDITADA POR
FONOAUDIÓLOGOS
SAÚDE MENTAL
A CLÍNICA
DA VIDA E
DO COTIDIANO
2 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
EDITORIAL
Conselho Regional de Fonoaudiologia
do Estado de São Paulo - 2ª. Região
7º Colegiado
Mais um ano se inicia, e como sempre acontece , ele chega repleto de
Presidente
Sílvia Tavares de Oliveira
Vice-Presldente
Anamy CecÍlia César Vizeu
Diretora-Secretária
Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida
Diretora-Tesoureira
Ana Léia Safro Berenstein
Conselheiros
• Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu •
Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa •
Cristina Lemos Barbosa Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza
Reggi • Fernando Caggiano Júnior • Lica Arakawa Sugueno •
Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva • Maria
Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis •
Sandra Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria
Vieira Tristão de Almeida • Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares
de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa • Yara Aparecida
Bohlsen •
Rua Dona Germaine Burchard, 331
CEP 05002-061 - São Paulo
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Delegacia Regional da Baixada Santista
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CEP 11055-010 - Santos
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Delegada: Isabel Gonçalves
Delegacia Regional de Marília
Rua Bahia, 165 - 4 o. andar, sala 43
CEP 17501-080 Marília
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esperanças renovadas para todas as áreas de nossa vida. Inclusive para a
área profissional, que para nós significa atuar como fonoaudiólogos
atendendo cada vez melhor aos desejos da comunidade. O Conselho
Regional de Fonoaudiologia 2a. Região pretende estar junto ao
fonoaudiólogo em mais este ano, contribuindo para, entre outras
atividades, levar mais informação para os profissionais sobre os trabalhos
que estão sendo desenvolvidos na nossa região.
O meio mais efetivo de comunicação entre o Conselho e o
fonoaudiólogo é a publicação desta revista, que a cada ano se preocupa
mais em apresentar as novidades em sua área de atuação e informar ao
profissional as conquistas que vem sendo alcançadas. Esperamos que o
fonoaudiólogo receba estas informações e que, desta forma, possamos
atingir o nosso objetivo de estarmos sempre próximos. E, se você quer
nos informar e compartilhar algum conhecimento, evento ou informação,
nos procure, para que a revista possa cumprir o seu papel de forma mais
efetiva.
Uma das reportagens desta edição enfoca o trabalho do fonoaudiólogo
na área de Processamento Auditivo e a trajetória percorrida por profissionais hoje reconhecidos nesta área. A cada dia cresce o número de profissionais que se engajam na pesquisa e desenvolvimento de novos métodos de
trabalho.
Outro aspecto abordado nesta edição da Revista da Fonoaudiologia é a
REVISTA DA
formação do futuro profissional para atuar na área da saúde. Alguns eventos
N° 66 – MARÇO/ABRIL 2006
estão acontecendo nesta e em outras regiões, possibilitando a discussão entre
ISSN – 1679-3048
Editor e jornalista responsável:
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As opiniões emitidas em matérias assinadas, bem como na
publicidade veiculada nesta publicação são de inteira
responsabilidade de seus autores. Os textos desta edição
poderão ser reproduzidos, desde que mencionada a fonte.
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
professores, alunos, Sociedade Brasileira e Conselhos de Fonoaudiologia.
Acreditamos na importância desta discussão influenciando uma maior
integração do fonoaudiólogo no Sistema
Sistema Único de Saúde e em outras instituições
de saúde.
Esperamos que você goste das reportagens e entrevistas desta edição e continue
FOTO: RUBENS GAZETA
Tiragem: 12.200 exemplares
Comissão de Divulgação
Márcia Regina da Silva - Presidente
Diva Esteves
Roberta Alvarenga Reis
Cristina Lemos Barbosa Furia
Luciana Pereira dos Santos
Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira
acompanhando as próximas reportagens.
E um ótimo ano para todos nós!
Silvia Tavares de Oliveira
Presidente do CRFa 2a Região
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 3
CEFAC - FOTOS: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
“Comecei a descobrir um ‘outro
do fosse Processamento Mental da
Não apenas na Itália. A fonoau-
mundo da audição’ que, até então, não
tinha noção, ao terminar minha tese de
Informação Auditiva”.
dióloga Liliane Desgualdo lembra que,
finda a Segunda Guerra Mundial, com
mestrado em 1985. Estudava o reflexo
acústico e comecei a entender que
Meio século antes... No mundo,
os primeiros passos na avaliação do
muitos militares norte-americanos
retornando com problemas de vários
precisava ter mais conhecimentos da
neurofisiologia”, relata a fonoaudióloga
processamento auditivo começaram
ainda na década de 50, lembra Fátima
matizes, inclusive de audição, um grupo
de profissionais do mundo inteiro foi
Liliane Desgualdo Pereira, ao relembrar
os primeiros passos das pesquisas e
Cristina Alves Branco Barreiro, fonoaudióloga que atua nesta área há quase
reunido nos Estados Unidos para
estudar essas dificuldades. Data dessa
estudos que realizou para a estruturação
de uma avaliação qualitativa da audição,
uma década (é atualmente professora do
curso de Fonoaudiologia da PUC-SP e do
época, a criação do audiômetro.
“Naquele momento, já havia pesquisa-
que fosse adequada às características da
língua portuguesa e da cultura do
curso de especialização em Audiologia
Clínica do IEAA), “quando um grupo de
dores que começavam a estudar o
reconhecimento de fala junto com o
Brasil”.
“Acreditávamos, naquela época,
italianos desenvolveu um teste mais
sensível, que hoje chamamos de ‘fala
ruído”.
Na disciplina de Fono Educacional,
que estávamos estudando a audição.
Hoje entendemos que o objeto desta
filtrada’, para identificar o que estava
oculto nas queixas apresentadas em
que a fonoaudióloga Liliane Desgualdo
começou a ministrar ainda na década de
nossa atenção é uma função mental e
talvez – em lugar de Processamento
relação à dificuldade de entendimento
do paciente e que nos exames de rotina
80 na Unifesp (instituição onde
continua como docente e hoje, também,
Auditivo Central - o nome mais adequa-
não transpareciam”.
como chefe do Departamento de
4 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Testes avaliam
dificuldades em processar
a informação auditiva
Fonoaudiologia), o trabalho que inicial-
grupo que estudava o SSW, o reconheci-
de lá, já prontos, e traduzir. Não
mente desenvolvia era integrado com a
Pediatria e voltado para saúde pública.
mento de palavras apresentadas ao
mesmo tempo em diferentes ‘modos’
funcionaria... Temos características
lingüísticas diferentes. Relacionei o
“Ouvia com freqüência queixas de
crianças com alterações na audição, mas
para cada orelha. Na própria Unifesp,
tomei contato com uma professora, hoje
processamento com as questões de
linguagem, em um modelo teórico que
com a sensibilidade auditiva normal,
que acabavam impedindo a comunica-
já aposentada, que estudava testes
desenvolvidos nos Estados Unidos”.
acabei organizando”, enfatiza.
“Começamos a gravar em fita de
ção. Comecei então a estudar o processamento de informação”.
Após a tese de doutorado,
defendida em 1993, a profa. dra. Liliana
rolo, depois em fita cassete e hoje em
CD, onde finalmente conseguimos
A necessidade de aprofundar sua
tese de mestrado, somada ao trabalho
Desgualdo consolidou os resultados de
seus estudos em livro, publicado em
colocar com precisão tudo o que
necessitávamos, com maior durabilidade
na saúde pública, a levaram a avaliar o
comportamento auditivo e a relação
1997 e disponibilizou um conjunto de
testes. “Ao propormos os testes, ainda
e sem distorção”. A disponibilização
deste material ocorreu apenas um ano
entre som e linguagem.”Estudei
lingüística na Unicamp e comecei a
não tínhamos ouvido o material
desenvolvido nos Estados Unidos,
depois da divulgação, pela Academia
Americana de Linguagem e Fala (ASHA),
procurar quem no Brasil estivesse
envolvido com algum teste de processa-
embora soubéssemos da existência de
algo desse tipo para o reconhecimento
de recomendações relacionadas ao
distúrbio de processamento auditivo
mento. Descobri um grupo na PUC de
São Paulo que estudava o reconhecimen-
da seqüência de sons. Imaginamos e
fizemos... De qualquer forma, não
(estas definições foram depois revisadas
em 2001). Liliane Desgualdo confessa
to de fala acelerada e, mais tarde, outro
adiantaria nada apenas trazer os testes
que, se hoje tivesse que montar um
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 5
novo teste, teria muito mais variáveis
que dá conta do que estou falando. Ao
auditivas, obter um parâmetro de
para isolar e muito mais conhecimento
do que dispunha naquela época.
falar no telefone, não mais existe toda
essa onda sonora, que tem que ser
medida quantitativo da qualidade da
audição e contribuir no diagnóstico e no
É importante salientar que a
complementada com a experiência
mental de vivência anterior. O que esta
tratamento de diversos transtornos da
comunicação oral e escrita. Indivíduos
avaliação faz é diminuir as redundâncias
da fala (colocando, por exemplo, um
com alterações do processamento
auditivo podem apresentar problemas
ruído junto com a fala ou acrescentando
outra fala ao mesmo tempo), para que
de fala (habilidade pobre em discriminar
fonemas), ou de aprendizado da leitura
possamos determinar como o indivíduo
e/ou da escrita, e/ou problemas
consegue identificar uma palavra ou
uma frase na presença de uma distorção
comportamentais, como por exemplo
baixa auto-estima”.
acústica ou com outro som”.
Este procedimento não substitui a
A indicação básica destes testes é
para pessoas com queixas em relação à
avaliação fonoaudiológica ou qualquer
outra avaliação do paciente, destaca a
audição, que não são compatíveis com
a audição periférica que possuem.
dra. Liliane, que define o objetivo da
avaliação do Processamento Auditivo
A fonoaudióloga clínica Mari Ivone
Lanfreddi Misorelli, formada pela
Central como o de “medir a capacidade
do indivíduo em reconhecer sons
Unifesp, com mestrado em Audiologia
pela PUC-SP e professora do CEFAC em
verbais e não verbais em condição de
escuta difícil. Desta forma, pode-se
Processamento Auditivo, detalha um
pouco mais. “A avaliação audiológica que
inferir sua capacidade de acompanhar a
conversação em ambientes desfavorá-
o paciente fez indicou a possibilidade
periférica de ouvir bem, mas mesmo
veis, determinar as inabilidades
assim ele apresenta queixas auditivas,
versão disponibilizada pela profa.
Liliane Desgualdo para a avaliação do
Processamento Auditivo Central
(desenvolvida em conjunto com a
Além das importadas (geralmente dos
Estados Unidos), existe uma outra,
desenvolvida por Sylvia Machado,
também fonoaudióloga, com mestrado
e doutorado nesta área. Por sua vez, os
testes trazidos do exterior são, em sua
maioria, normatizados pelo profissionais da Unifesp e da USP e não necessi-
CEFAC - FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
fonoaudióloga Eliane Schoechat)
não é a única existente no Brasil.
tam de adaptação, porque são testes
não verbais.
Modus operandi. Processamento Auditivo, de acordo com um
documento da ASHA de 1995, recuperado pela fonoaudióloga Fátima Branco, “é
o conjunto de processos e mecanismos
que ocorrem dentro do sistema auditivo
periférico e no sistema auditivo central
em resposta a um estímulo acústico e
que são responsáveis por fenômenos
como a localização e lateralização do
som, discriminação e reconhecimento
de padrões auditivos, aspectos temporais da audição, incluindo resolução,
mascaramento, integração e ordenação,
performance auditiva com sinais
acústicos competitivos e com degradação do sinal acústico”.
Quais os fundamentos da avaliação? Liliane Desgualdo responde. “É um
procedimento de reconhecimento de
fala. Ao falar ao telefone, você tem que
usar o seu processamento auditivo.
Falando comigo, frente a frente, você
está ouvindo toda a onda sonora, com a
redundância da acústica e da linguagem
6 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
como ‘não consigo ouvir em ambiente
todos aqueles sons que, para ela, não
já existia no mercado! E levamos três
ruidoso’ ou ‘não consigo compreender
quando existem mais do que três
fazem sentido. O que esta criança
apresenta, em realidade, é uma dificul-
anos para desenvolver a tecnologia...”.
interlocutores conversando’... A criança
não entende o que está sendo falado, se
dade de processar a informação auditiva. Este é o perfil clássico”.
cansa e, para se proteger, parece
desatenta. Parece ter dificuldade de
memória, porque responde ‘o que você
falou mesmo?’, como se ouvisse uma
língua estrangeira e tivesse que decorar
A prevalência de alteração da
função central na população brasileira é
de 3 a 4% da população, segundo Mari
Ivone. “Nem todos apresentam o
sintoma. Na verdade, muitos de nós
temos desabilidades, sejam auditivas ou
brasileiro, que desenvolveu um aparelho
que pode ser acoplado ao audiômetro
tradicional de um canal e que funciona
corretamente para esta avaliação (mas
não para audiometria tonal).
O trabalho desenvolvido em um
indivíduo que tem um distúrbio de
população que apresenta dificuldade de
processamento pela via auditiva, talvez
comunicação é sempre interdisciplinar,
destaca a professora da Unifesp. “Além
compense pela visual ou cognitivamente
ou, em outras situações, tenham uma
do fonoaudiólogo, com certeza ele vai
precisar, na área médica, do neuro-
demanda social menor e se adaptem”.
logista, do otorrinolaringologista, do
pediatra... e ainda do psicólogo, do
Tecnologia e interdisciplinari-
verbais (sílabas, palavras e frases) e não
verbais, gravados. Estes estímulos sonoros são enviados ao indivíduo colocado
em uma cabina acústica, através de fones ligados a um audiômetro de dois
canais, por sua vez acoplado a um CD
player.
UNIFESP - FOTOS: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
a parte mais dispendiosa, mas lembra a
criatividade de um engenheiro acústico
visuais, mas dispomos de compensações. Desta forma, uma parte da
dade. Para avaliar o processamento auditivo central, utilizam-se estímulos
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
Lembranças à parte, a fonoaudióloga reconhece que o audiômetro é
psicopedagogo, do professor e de outros
tantos profissionais. O diagnóstico de
alterações comportamentais é desenvolvido em equipe, mas cabe ao fonoaudiólogo identificar e quantificar o comprometimento no comportamento auditivo
que pode interferir na comunicação”.
Assim como Liliane Desgualdo, a
fonoaudióloga Fátima Branco valoriza a
O audiômetro de dois canais é
interdisciplinaridade. “Cada profissional observará o paciente sob ângulos
essencial para a gravação e apresentação
dos estímulos. “Com o de um canal e
e em contextos diferentes. O educador
verá a criança no ambiente escolar,
meio conseguimos aplicar apenas parte
dos testes”, lembra a fonoaudióloga
como o aluno recebe a informação
auditiva dentro da sala de aula; o
Liliane Desgualdo que, bem-humorada,
recorda uma situação nada agradável
fonoaudiólogo especialista em linguagem vai investigar as questões relaciona-
que ocorreu nas pesquisas iniciais.
“Quando começamos a estudar este
das à sua especialidade; o fonoaudiólogo
especialista em audição irá investigar
assunto, não tínhamos audiômetros de
dois canais na escola. Com a ajuda de
com maior rigor a questão auditiva; o
psicólogo vai avaliar os contextos
um engenheiro do Incor, foi elaborado
um circuito para que a engenharia da
emocional, intelectual, cognitivo... Com
esta soma de intervenções, o diagnósti-
escola modificasse o equipamento que
dispúnhamos e, quando ele foi levado
co será mais seguro e preciso”.
A fonoaudióloga Fátima Branco
para ser calibrado em um centro auditivo, descobrimos que esse equipamento
exemplificou esse envolvimento, em um
texto que publicou, onde afirma que “o
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 7
logos interessados em aprender e aplicar
detecção de possíveis doenças que
possam causar os mesmos sintomas,
estes testes é motivo de alegria, mas
também de preocupação para a profa.
bem como avaliar o crescimento e o
desenvolvimento neuropsicomotor;
Liliane Desgualdo. A fonoaudióloga
considera que efetuar a avaliação é
o médico otorrinolaringologista pode
determinar se o indivíduo tem um
muito fácil, com os testes e equipamentos que hoje estão disponíveis, mas o
problema auditivo e indicar a avaliação
audiológica; o fonoaudiólogo especialis-
profissional que aplica tem que ser
muito especial. “Ele tem que saber tirar
ta em audição investiga a função
auditiva central por meio de testes; o
todos os viéses da atenção, da timidez,
se o avaliado está com febre, resfriado....
fonoaudiólogo especialista em linguagem pode avaliar a compreensão e a
Ainda vejo muitos erros nesta aplicação,
por inexperiência. Como é um teste de
linguagem expressiva; o psicólogo
pode fornecer informações sobre
reconhecimento de fala, que o fonoaudiólogo ao sair da graduação já tem por
problemas cognitivos ou comportamentais que possam contribuir com o
quadro. As várias medidas usadas por
estes e outros membros da equipe
poderão sugerir processamento
auditivo deficiente”.
FOTOS: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
médico pediatra pode auxiliar na
obrigação saber fazer, ele acredita que
não precisa de uma capacitação específica. No entanto, estes testes exigem, por
exemplo, conhecimento de neurofisiologia por parte do profissional que fará a
avaliação, conhecimentos de desenvolvimento da audição e da linguagem...”.
Variáveis em conta. A característica comportamental dos testes deve ser
levada em conta. A tensão interfere, a
Segundo a fonoaudióloga Fátima
Branco, boa parte dos cursos de
memória interfere... “Os testes são
bastante valiosos para a investigação,
Fonoaudiologia ainda não oferece uma
disciplina, pela qual todos os alunos
mas dependem da resposta do paciente,
que pode apresentar um desempenho
passem, para uma formação em
processamento auditivo. “O aluno não
abaixo do esperado se ele estiver com
fome, com frio, com sono... e não por
um problema auditivo”, destaca Fátima.
“Temos que estar atentos para esse de-
As fonoaudiólogas Liliane Desgualdo Pereira
(foto ao alto), Fátima Cristina Alves Branco
(acima) e Mari Ivone Lanfredi Misorelli (foto
abaixo), são três das profissionais envolvidas
com Processamento Auditivo Central.
sai preparado para aplicar os testes e fica
inseguro em interpretar seus resultados
ou mesmo atuar na parte da terapêutica
do processamento auditivo. Na PUC-SP,
sempenho abaixo do esperado pela falta
de motivação ou falta de atenção ou por
onde leciono, a disciplina é eletiva, o que
torna imprescindível um curso de
algum outro fator extra-auditivo”.
aprimoramento ou mesmo de especialização nesta área”.
Para Mari Ivone Misorelli, a
avaliação ideal do processamento é
quando o avaliador e terapeuta trocam
Ao mesmo tempo, Fátima Branco
constata a maturidade alcançada pelos
informações, “porque neste caso o
avaliador terá conhecimento das
profissionais fonoaudiólogos. “Não
tínhamos essa visão, quando co-
variáveis que estão em torno do
paciente, as questões emocionais, de
meçamos a aplicar os testes, que era
ainda mecanicista, muito presa à técnica
atenção, de memória e até de experiência lingüística que vão interferir no
de aplicação de exame ou de sua análise,
sem ver o que está por trás de cada
resultado”.
O crescente número de fonoaudió
resposta. Ele é muito mais complexo do
que se imagina, uma característica de
8 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
toda a área da audição”.
Limitações e padronizações.
Como toda avaliação, esta também tem
seus limites e não elimina o contato com
os pais, com a criança, faz questão de
destacar Liliane Desgualdo. “O teste é
uma estratégia que você usa. É essencial
conversar com a mãe, com a própria
em adultos, o grande percentual é em
crianças. No adulto, seu uso em geral
está voltado ao estudo das cefaléias e a
relação entre processamento de
equilíbrio e processamento auditivo.
Geralmente, são pessoas com perda
auditiva que necessitam de prótese
auditiva. Se apresentam dificuldades,
submetemos a um treinamento auditivo
verbal para melhorar o ajuste do
mas que não vai se aprofundar em
futuro uma padronização dos procedimentos nesse sentido. Nos Estados
outras áreas prejudicadas da comunicação oral e escrita. Esse paciente, normal-
Unidos se fazem consensos e são
pontuados os testes mais importantes
mente uma criança, já teve uma história
no decorrer de sua vida, com prejuízos,
ou efetivos, gerando protocolos”.
por exemplo, nas questões escolares,
que o trabalho desenvolvido em cabina
Dois enfoques . A forma como se
aproveitam os resultados dos testes de
audiológica não vai dar conta disso”.
“Quem vai fazer esse trabalho de
Processamento Auditivo Central é que
vai fazer a diferença entre os profissio-
reabilitação mais amplo é o fonoaudiólogo que trabalha com terapia. É ele que
nais. E, nesta atuação, estão envolvidas
duas áreas da Fonoaudiologia, a de
vai também trabalhar as funções
auditivas. A diferença é que, provavel-
audiologia e a de terapia.
A fonoaudióloga Mari Ivone
mente, ela não disporá de uma cabina
acústica e vai atuar de uma forma mais
Misorelli detalha estes dois enfoques.
“Um é a reabilitação do processamento
informal, mas igualmente resolutiva.
A atuação dos audiologistas e dos
auditivo efetuado na cabina audiológica.
Significa que vai se fazer um trabalho
fonoaudiólogos que se envolvem com a
terapia se complementam. Um é mais
nas habilidades prejudicadas, utilizando
a cabina acústica para fazer essa
objetivo, outro é mais abrangente”.
“Estes dois processos de reabilita-
reabilitação. É um trabalho mais
objetivo nas funções, que vai promover
ção fazem com que o atendimento
fonoaudiólogo seja extremamente
uma melhora das habilidades auditivas,
objetivo e o ideal é que se combinem as
UNIFESP - FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
criança ou adolescente, para compor o
relatório. Embora seja aplicado também
verifico que a tendência é termos no
aparelho. Também ajuda no implante
coclear, na sua fase de ajuste”.
A fonoaudióloga Liliane Desgualdo
deixa claro que esta bateria de testes não
é o único caminho para melhorar o
processamento auditivo. “Ele não
reorganiza, não se envolve na linguagem
do paciente. O que faz é preparar a
‘estrada’ que levará a informação do
ouvido até o cérebro, mas quem vai
colocar os ‘carros’ é o fonoaudiólogo
voltado para a linguagem. É, no entanto,
uma abordagem que apresenta resultados positivos para muitos indivíduos
que têm distúrbios da comunicação e
que apresentam também distúrbios do
processamento auditivo (distúrbios
neurológicos-funcionais), com problemas na função executiva de atenção, de
memória, que podem ser identificados
e, efetuada a intervenção, apresentar
melhoria em sua comunicação”.
A ausência de padronização ou
uniformização na bateria de testes
aplicada no Brasil é lamentada pela
fonoaudióloga Fátima Branco, “mas já
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 9
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA
duas terapias, para melhorar a entrada
auditiva e facilitar a intervenção”.
Mari Ivone Misorelli concorda que
as universidades adotam posições
divergentes sobre este tema, mas sente
Calendário para 2006
A direção do CRFa 2ª. Região aprovou o calendário de circulação da Revista
que as visões estão ficando cada vez
mais próximas. “As duas principais
da Fonoaudiologia para o ano de 2006, com o compromisso da obediência às
datas-limite estabelecidas, tal como já ocorreu em 2005.
tendências estão se encontrando e hoje
constato muita troca de informações
A primeira dessas datas, denominada Autorização Publicitária, corresponde
ao momento final para o encaminhamento de autorizações de inserção publicitá-
entre estas duas linhas e, no meu
entender, haverá uma visão mais
ria para a edição. Para anúncios classificados , nesta data também deverá ser
fornecido o texto a ser veiculado. Para o encaminhamento de informações
audiológica e outra mais terapêutica”.
editoriais, esta é igualmente a data em que todo o conteúdo editorial da revista é
finalizado e o material encaminhado para produção gráfica (diagramação).
IAOM acelera
programas de
estímulo
Março é o mês da Conscientização da Terapia Orofacial Miofuncional para a International Association of Orofacial Myology (IAOM).
Nesse mês, em especial, a entidade
desenvolve programas de estímulo
A segunda data, identificada como de Entrega de Material, refere-se ao
prazo máximo para recebimento dos arquivos digitais (a revista é impressa sem a
necessidade de fotolito) dos anúncios autorizados e é também a data em que a
revista será encaminhada para impressão.
O terceiro momento - Circulação - marca a entrega da revista impressa aos
correios, para sua manipulação postal.
Todas as edições circulam no primeiro dia útil do bimestre identificado na
capa da edição. A única exceção será a próxima edição (67, referente a maio/
junho de 2006) que será postergada em uma semana para permitir a cobertura
editorial do Dia da Voz, que se comemora em 16 de abril.
aos profissionais que cuidam de
patologias da fala e da linguagem a
explorar a importância do diagnóstico e do tratamento de distúrbios
orofaciais miofuncionais, ao mesmo
tempo em que se associa aos profissionais de Odontologia com o objetivo
de atingir o objetivo comum de
Autorização
Publicitária
Entrega de
material
Circulação
Edição 66
Março/Abril de 2006
10/02/2006
17/02/2006
01/03/2006
Edição 67
Maio/Junho de 2006
20/04/2006
27/04/2006
08/05/2006
Edição 68
Julho/Agosto de 2006
19/06/2006
26/06/2006
03/07/2006
Edição 69
Setembro/Outubro 2006
18/08/2006
25/08/2006
01/09/2006
melhorar ao máximo a saúde bucal.
Informações podem ser obtidas no
Edição 70
Novembro/Dezembro 2006
18/10/2006
25/10/2006
01/11/2006
site da IAOM, em www.iaom.com.
Edição 71
Janeiro/Fevereiro de 2007
11/12/2006
18/12/2006
02/01/2007
10 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
SÃO PAULO
Happy Hour Cultural
recomeça em março
A última sexta-feira de março marca o reinício, em
2006, da programação do Happy Hour Cultural em São
31 de março
Fonoaudiologia Escolar
Palestrante a confirmar
Paulo, como sempre às 18 horas, na Casa do Fonoaudiólogo
(rua Tanabi, 64).
17 de abril
Voz profissional e
terapia de adulto e criança
Fonoaudióloga Silvia Pinho
Todas as datas foram definidas: serão sempre na
última sexta-feira do mês, exceto no mês de abril - que
5 de maio
excepcionalmente foi antecipada para o dia 17, vinculada ao
Dia da Voz - e no mês de maio, em que a programação será
Processamento Auditivo Central
Fonoaudióloga Soraya Abbes C. Margall
26 de maio
realizada em “dose dupla”, em duas datas. O encontro não
ocorrerá apenas nos meses de julho (em razão das férias) e
Apraxia e Disartria
Fonoaudióloga Karen Ortiz
30 de junho
Fonoaudiologia Empresarial –
TMK e outros
Fonoaudióloga Luciana Lourenço
selecionados (veja ao lado) e os palestrantes estão confirmadas (acompanhe no site do CRFa, em www.fonosp.org.br,
25 de agosto
Neonatologia
Fonoaudióloga Denise Madureira
as informações mais recentes).
Para participar, basta efetuar a inscrição prévia no
29 de setembro
Ronco e Apnéia
Fonoaudióloga Kátia Guimarães
Setor de Divulgação do CRFa, telefone: (11) 3873-3788 e,
por ocasião da palestra, doar um quilo de alimento não
27 de outubro
Audiologia Ocupacional
Fonoaudióloga Alice Penna
perecível. Todas as palestras são precedidas de um coffeebreak, iniciado às 18 horas, para permitir a reciclagem e
24 de novembro Estética Facial
dezembro (em função das festas natalinas).
Os temas das palestras foram cuidadosamente
Fonoaudiólogas Vera Mendes e
Patrícia Faro
troca de informações entre os fonoaudiólogos presentes.
RIBEIRÃO PRETO
MARÍLIA
Quatro Happy Hours
em 2006
Primeiro já está
confirmado
Os Happy Hours promovidos pela Delegacia de
Ribeirão Preto do CRFa 2ª. Região têm sido um grande
A delegacia do CRFa 2ª. Região em Marília está
planejando varias atividades no decorrer do primeiro
sucesso e, neste ano de 2006, estão praogramados quatro
reuniões, em 6 de abril, 1º. de junho, 3 de agosto e 5 de
semestre de 2006, entre eles os Happy Hours Culturais.
O primeiro deles, já confirmado, será realizado no dia
outubro, cada um deles sobre uma área da Fonoaudiologia.
A programação de temas e palestrantes estará brevemente
3 de março, abordando o tema Laudo Audiológico e será
ministrado pela fonoaudióloga Isabel Gonçalves, Delegada
disponível no site do CRFa 2ª. Região.
Todos os Happy Hours serão realizados na cobertura
do CRFa 2ª. Região em Santos. Outras duas palestras estão
previstas para maio (Atualidades na Intervenção das
do Edifício Fortes Guimarães – rua Bernardino de Campos,
1001, em Ribeirão Preto, com início às 19:30 horas.
Alterações Vocais) e julho (Comunicação Alternativa),
ambas a confirmar.
As vagas são limitadas e as inscrições devem ser
feitas antecipadamente com Ceni, através do telefone (16)
Entre em contato com a Delegacia de Marília para
participar destes eventos pelo tel (14) 3413- 6417 ou pelo
3632-2555.
e-mail: [email protected].
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 11
FOTO: STOCKPHOTO
AUDITORIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Fonoaudiologia
auditada por
fonoaudiólogo
O que leva uma fonoaudióloga
contemplam fonoaudiólogos em
ocorre”) e outra em relação ao
a voltar sua atenção para auditoria
em Serviços de Saúde e, em especial,
seus quadros”, lembra a fonoaudióloga.
mercado de trabalho. “Os profissionais de saúde (inclusive os fonoau-
para a auditoria fonoaudiológica?
Para Sandra Murat Paiva dos Santos,
“À frente do Sindicato, constatei que simplesmente não conseguia
diólogos) se submetem a condições
vis de remuneração e a auditoria de
a resposta está diretamente vinculada a sua vivência à frente do
negociar adequadamente os custos
por conta de que toda a determina-
um outro profissional de saúde – em
praticamente todos os casos, o
Sindicato dos Fonoaudiólogos da
Baixada Santista, Litoral Norte e
ção para a aceitação e estabelecimento desses valores estava em outras
médico - para a liberação de senhas,
autorizações e prazos de tratamento,
Sul e Vale da Ribeira, particularmente nas negociações de custos
mãos, que nada entendiam do
assunto”.
sem que nada entendam da especificidade de nossa atuação. Por outro
da prestação de serviços fonoaudiológicos com os planos e seguros de
Essa negociação ocorre em duas
vertentes, a primeira ligada ao
lado, esta situação é agravada em
razão da grande concentração de
saúde. “As empresas de Medicina de
Grupo e as cooperativas hoje detêm
conhecimento da especificidade da
área (“que não deveria ser imposto,
profissionais em determinadas áreas,
que negociam valores aquém dos que
mais de 70% do mercado e não
mas que na prática hoje assim
deveriam ser praticados”.
12 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
“Com a auditoria fonoaudiológica, as autorizações ou liberações de
tratamento deixam de depender da
serviços oferecidos”.
Esta capacitação visa a valori-
obrigatoriedade de encaminhamento
médico ou odontológico, desde a
zação do profissional. “Primeiro,
porque somos da área da saúde mas
avaliação do que vamos fazer – que
não é do saber deles – até a nossa
ainda não estamos valorizados como
tal. Em segundo lugar, porque o
entrada nesse sistema de saúde. Na
forma como hoje se apresenta, não
saber fonoaudiológico nos pertence.
Somos solicitados a elaborar relató-
conseguimos, na prática, a nossa
autonomia, que por lei já nos é dada.
rios que não dizem respeito a nossa
prática fonoaudiológica, mas de uma
Temos autonomia para solicitar
exames, para avaliar, para consultar
prática que outros julgam ser da
Fonoaudiologia...”.
mas, na relação com os planos e
convênios de
juntos ou
sermos
O auditor
fonoaudiólogo
será o responsá-
FOTO: RUBENS GAZETA
saúde, temos
que estar
vel pela análise
da documentação
apresentada pelo
profissional da
apresentados
por outros
área, pela
verificação da
profissionais”.
conformidade do
relatório fonoau-
A audi-
O que a auditoria fonoaudiológica tem a ver com tudo isso? “Tudo,
pois o estabelecimento desta auditoria objetiva assegurar uma forma
efetiva de valorização permanente
do nosso trabalho”.
Sandra Murat define auditoria
como “a avaliação sistemática da
qualidade da assistência prestada,
através da análise dos prontuários
ou relatórios, a verificação da
compatibilidade entre procedimento
e pagamento cobrado/efetuado e a
conformidade do que foi contratado,
sempre baseado em normas e
resoluções do Ministério da Saúde”.
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
ração utilizados nos custos dos
toria é preferencial-
diológico encaminhado, pela
mente
preventiva,
observação dos
dados essenciais
possibilitando orientar
ao tratamento
(identificação do
os profissionais, em uma linguagem
única e acessível, quanto à impor-
paciente, CID da patologia, conduta
e encaminhamentos). Desta forma,
tância de assistir o paciente com
qualidade, economia e redução de
a determinação de prazo de tratamento estará baseada em critérios
custos. “Qualquer que seja o âmbito
da assistência à saúde (público ou
do saber fonoaudiológico, levando
em conta as variáveis: tempo,
privado), a relação deve estar
fundamentada em contratos
freqüência e quantidade de sessões
terapêuticas. “Por outro lado, da
formais de prestação de serviços
entre as partes envolvidas, onde
mesma forma que os médicos usam
o referencial da AMB para o estabe-
criteriosamente estejam descritos
os compromissos relativos aos
lecimento de procedimentos e
quantificação de custos, a nossa
procedimentos colocados à disposição dos usuários, o tipo-padrão de
tabela vai formalizar efetivamente o
início dessas negociações e, ao
relatório, o fluxograma de atendimento e os referenciais de remune-
mesmo tempo - e isto é muito
importante - esta atuação como
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 13
auditor visa também assegurar
perfeitamente auditar, inclusive a
presença em todos os serviços de
melhor qualidade nos serviços
prestados”.
parte econômica”.
“Infelizmente, o fonoaudió-
saúde”.
A auditoria se baseia em
A fonoaudióloga Sandra Murat
garante que são poucos os auditores
logo ainda está distante desse
ambiente”, lamenta Sandra Murat,
documentos, em registros efetivamente documentados das ações
que hoje tem a titulação. “Ainda
assim, estes assim se apresentam e
lembrando que no curso de especialização em Auditoria em Serviços
executadas. “Nada em auditoria é
feito verbalmente. Tudo tem que ter
praticam a função, mesmo sem essa
titulação. A titulação – acredito
de Saúde que realiza em São Paulo,
proposto pela Unaerp, apenas duas
registro e o curso nos dá a preparação de como analisar esses registros
firmemente - será a porta, o nosso
cartão de visita. E precisaremos ter a
fonoaudiólogas participam mas,
provavelmente, ela será a única a
e a partir deles, propor soluções e
adequações às conformidades”.
humildade de saber que o curso de
Auditoria em Serviços de Saúde não
concluí-lo (a outra profissional
fonoaudióloga está grávida).
“Não queremos ser apenas
consultores em uma auditoria, mas
obriga o domínio de todas as áreas.
As especificidades serão mantidas.
“O curso conta com a participação
de inúmeros profissionais de
pertencer à equipe de auditoria,
rompendo a hegemonia que hoje
Ninguém vai discutir conduta
médica, ou de enfermagem ou de
Enfermagem, de médicos, farmacêuticos e até de advogados. E
existe. É um caminho que se abre e
também um mercado que se apre-
qualquer outra área, mas a Fonoaudiologia quem vai discutir sou eu,
apenas duas fonoaudiólogas...”. Há
uma razão para essa concentração
senta. Para isso temos que ter a
capacitação técnica e o fonoaudió-
fonoaudióloga. A parte técnica
pertence a cada um desses profissio-
de profissionais de Medicina e de
Enfermagem: “a auditoria é ainda
logo, ao começar a se especializar
nesta área, dará um passo funda-
nais, mas o entorno - as estruturas,
as relações humanas... - eu posso
muito mais forte no ambiente
hospitalar, embora ela marque
mental para a valorização da profissão”.
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EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO DE DOCENTES E DISCENTES PARA O SUS
Em Campinas, o primeiro encontro
Com 151 participantes, a primeira
Recife, de 6 a 8 de abril e Itajaí, de 27 a
Cavalheiro e Silvia M. Santiago; Integra-
das Oficinas Regionais de Sensibilização
de Docentes e Discentes de Fonoaudio-
29 de abril. Elas antecedem a Oficina
Nacional, agendada para São Paulo, nos
lidade na Formação dos Profissionais de
Saúde, pela sanitarista Roseni Pinheiro e
logia para o Sistema Único de Saúde foi
realizada em Campinas, de 2 a 4 de
dias 19 e 20 de maio de 2006. As oficinas receberam o apoio financeiro da
Diretrizes Curriculares e Projeto
Pedagógico, pelo fonoaudiólogo Fábio
fevereiro deste ano, sob coordenação
geral do fonoaudiólogo Fábio Lessa e
Organização Pan-Americana da Saúde e
do Ministério da Saúde, como parte de
Lessa) seguidas de discussões em grupo
para a construção de propostas.
regional da fonoaudióloga Maria Teresa
Cavalheiro. Este encontro deu início às
projeto de sensibilização de docentes e
discentes dos cursos da área da Saúde.
A SBFa vem articulando as 112
Instituições de Ensino Superior que têm
ações promovidas pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, para estimular
A SBFa foi a primeira entidade contemplada, o que possibilitou a realização
cursos de Fonoaudiologia, para discutir a
formação do fonoaudiólogo no Brasil e o
competências dos que atuam na graduação, para refletir, articular e argumentar
destas oficinas regionais e a nacional.
Foram oferecidas, no total, 600 vagas,
mercado de trabalho no SUS. Na sua
concepção, estes cursos precisam
sobre a integralidade na atenção à saúde
da população, na perspectiva da forma-
distribuídas proporcionalmente ao
quantitativo de instituições de ensino
adequar sua abordagem pedagógica,
favorecendo a articulação dos conheci-
ção profissional em nível de graduação.
Outras oficinas regionais já estão
superior de cada região.
O encontro de Campinas contou
mentos e trabalhar pelo entendimento
da atuação em equipes multiprofissio-
marcadas para Belo Horizonte, de 9 a 11
de março; Goiânia, de 16 a 18 de março;
com três palestras (SUS e Política de RH,
pelas fonoaudiólogas Maria Teresa P.
nais, além de promover atividades
práticas ao longo de todo o curso, em
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 15
Assim, serão formados profissionais
com competência geral e capacidade de
resolutividade, essencial para a garantia
da atenção integral e de qualidade à
saúde da população.
Além de estimular a reflexão,
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
todos os tipos de unidades de saúde.
articulação e argumentação sobre a
integralidade na atenção à saúde da
população, entre os objetivos específicos
destes encontros estão os de desenvolver habilidades para refletir e argumentar ética e criticamente sobre a realidade
do Sistema Único de Saúde; articular e
sistematizar conhecimentos teóricos,
metodológicos e éticos para prática da
integralidade no SUS; subsidiar a
implementação de serviços, projetos e
programas em Fonoaudiologia, vinculados ao SUS, para diferentes grupos
populacionais e oferecer elementos que
visem adequar as abordagens pedagógi-
da atuação em equipes multiprofissio-
cas dos cursos de Fonoaudiologia, visando favorecer a articulação dos conheci-
nais, além de promover atividades
práticas ao longo de todo o curso em
mentos e trabalhar pelo entendimento
todos os tipos de unidades de saúde.
Convite aos fonoaudiólogos
Palestra na Casa do Fonoaudiólogo (Rua Tanabi, 61)
Dia 1o de abril de 2006, das 8:30 às 12:30 horas
Sistema de Saúde no Brasil: participação dos profissionais de saúde
Dr. Gilson Carvalho
Médico pediatra e doutor em Saúde Pública
Inscrições no Conselho Regional de Fonoaudiologia 2a Região - tel. (11) 3873-3788
Entre as inúmeras atividades em
Cássia Marques de
Carvalho foi de “operário
de pronto-atendimento
médico-pediátrico” a
gestor de saúde municipal
e nacional e “caixeiro-
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
mais de 30 anos de atuação no campo da
Saúde, o dr. Gilson de
médico pela Escola de Medicina e
Saúde do Estado de São Paulo e Secreta-
Cirurgia do Rio de Janeiro, especialista
em pediatria, saúde
ria Municipal de Saúde de São José dos
Campos (SP) e hoje atua como consultor
viajante do SUS”. Por não
ter afinidade com a área de
pública e administração
hospitalar e mestre e
em gestão e controle em saúde.
Algumas pessoas comentam o
doutor em saúde pública
pela USP.
caráter apaixonado e passional com que
expõe seus pensamentos. Esteve
Paralelamente à sua
atividade pediátrica, que
presente nos embates mais cruciais,
desde o período anterior à Constituinte,
hoje não mais exerce,
começou a se envolver
durante e depois, na aprovação das leis,
decretos, portarias, normas e nas várias
exatas, o dr. Gilson
Carvalho direcionou seu estudo para a
com a área de Saúde
Pública: trabalhou junto ao MEC,
crises do sistema. Venha conferir seus
pensamentos no dia 1o de abril, na Casa
Medicina. É bacharel em filosofia e
Ministério da Saúde, Secretaria de
do Fonoaudiólogo.
16 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE
Congresso em São Paulo define
propostas para encontro nacional
Com o tema “Trabalhadores da
Saúde e a saúde de todos os Brasileiros:
política de recursos humanos que
garanta a contratação através de
práticas de trabalho, gestão, formação e
participação”, Brasília (DF) irá hospedar,
concurso público; garantia de plano de
cargos, carreira e salários do SUS;
de 27 a 30 de março, a 3a Conferência
Nacional de Gestão do Trabalho e da
garantia de jornada máxima de trabalho
de todas as categorias na Saúde de 30
Educação na Saúde. Esta conferência
tem como objetivo propor diretrizes
horas semanais, sem redução do salário;
contratação de profissionais de reabilita-
para a implementação da política de
gestão do trabalho e da educação na
ção; priorização para implementação da
rede de saúde mental, reabilitação e
saúde, tendo como referência a NOB/
RH-SUS, com a ampliação da participa-
assistência domiciliar; implementação
da educação permanente do profissional
ção e a co-responsabilidade dos diversos
segmentos do SUS na execução dessa
da saúde; implantação de isonomia
salarial e de benefícios aos profissionais
política.
Nos dias 03, 04 e 05 de fevereiro
da área da saúde (municipal, estadual e
federal); educação continuada para os
deste ano ocorreu a etapa estadual, para
debater e deliberar propostas referentes
usuários (membros dos conselhos
estadual, municipal e local) e funcioná-
à gestão do trabalho e educação na saúde. O CRFa. 2a Região esteve representa-
rios para um melhor atendimento,
inclusive no atendimento aos surdos,
do pelas fonoaudiólogas Cláudia Cassavia e Sandra Vieira, que destacam
que necessitam de intérprete de Libras.
Para a etapa nacional, a Fonoaudi-
propostas aprovadas , a serem remetidas
para a etapa nacional: restrição à
ologia paulista estará representada pela
fonoaudióloga Roberta Reis, conselheira
contratação de serviços terceirizados;
repúdio à implantação das organizações
do CRFa. 2a Região e uma das delegadas
do CFFa, além da fonoaudióloga Cláudia
sociais no âmbito da saúde pública
estadual e municipal, pelo comprometi-
Cassavia, conselheira do Conselho Municipal de Saúde de São Paulo, que par-
mento do controle social nestas instituições (leia abaixo); implantação de
ticipará pelo Fórum dos Conselhos da
Área da Saúde do Estado de São Paulo.
Repúdio a projeto
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em sessão extraordinária realizada
no dia 3 de janeiro deste ano, o Projeto de Lei 318/05, que dispõe sobre a qualificação
de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais. Este projeto autorizava a
Prefeitura a fazer parcerias com Organizações Sociais (OS) nas áreas de saúde,
educação, cultura, meio ambiente, esportes, ciência e tecnologia, porém um substitutivo aprovado restringiu as parcerias à área da Saúde. Durante a Conferência, os
participantes manifestaram seu repúdio frente à aprovação do projeto, principalmente
pelo fato do mesmo não garantir o pleno exercício do controle social nas OSs.
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 17
integrante de uma equipe de Saúde
Mental qual o papel do fonoaudiólogo, a resposta com certeza vai ser
diferente daquela que eu ouvi há 13
FOTO: STOCKPHOTO
“Hoje, se você perguntar para o
FONOAUDIOLOGIA
EM SAÚDE
MENTAL
anos atrás, quando ingressei no
serviço público, ainda em um
ambulatório geral de saúde mental,
mas já voltado para a clientela de
crianças e adolescentes”. A constatação é da fonoaudióloga Cristiana
Beatrice Lykouropoulos, que hoje
gerencia o Centro de Atenção PsicoSocial para a Infância e Adolescência
do bairro da Lapa, na capital paulista, com um quadro funcional que
contempla psiquiatras, psicólogos,
terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. A unidade era um
ambulatório de Saúde Mental e, há
dois anos, foi transformada em um
CAPS específico para a criança e o
adolescente. “Antes, atendíamos
todas as faixas etárias, mas a
demanda maior para a Fonoaudiologia sempre foi de crianças e adolescentes”.
A clínica da vida
“Naquela época, não estava
ainda claro o papel do fonoaudiólogo. Ao longo dos anos, ganhamos
espaço na equipe multiprofissional”,
recorda-se Cristiana. “Hoje, o
persiste a falta de tradição da
fonoaudiólogo é uma peça superimportante nessa equipe, pois no
Fonoaudiologia na Saúde Mental
Pública em adultos, que ainda não
1985, no ambulatório de Saúde
Mental de Franco da Rocha, depois
quadro de doença mental, em maior
ou menor grau, sempre existe o
incluiu o fonoaudiólogo na sua
equipe de profissionais. Apenas nos
no do Jaçanã, integrou a equipe que
montou o centro de referência
comprometimento da fala ou da
comunicação. A proposta básica da
infantis este espaço está bem
definido. Outra dificuldade – esta
infantil do Tatuapé, atuou no
hospital-dia da Mooca e depois no
equipe é a de acompanhar o paciente
com transtorno mental grave,
apontada pela fonoaudióloga Elaine
Herrero, uma das pioneiras na
hospital-dia de Santana, transformado em CAPS com a regulamenta-
persistente, com o recorte na
inclusão e não no da hospitalização,
atuação em Saúde Mental - é quando
do retorno do paciente para a
ção estabelecida em 2002. A fonoaudióloga lembra um marco que
da internação ou da segregação.
Buscamos formas de integrá-lo na
unidade de origem, porque, com
freqüência, não se encontra o
imagina seja conhecido de poucos
profissionais: a entrada do fonoau-
sociedade”.
Apesar dessa mudança, ainda
profissional na rede que dê continuidade ao atendimento.
diólogo na rede pública não ocorreu,
na década de 80, através das Unida-
18 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
Elaine começou a atuar em
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
Convivência, na escola ... Dentro
desta visão de inclusão, ocorrem
parcerias com outras instituições.
Tenho experiências de trabalho de
inclusão escolar com a Coordenadoria de Educação, que envolve grupos
de professores, desmistificando a
visão de que essas crianças não
podem estar em companhia das
demais e mudando o sentimento de
impotência que pode atingir o
professor”.
Elaine acrescenta que, no CAPS
infantil, a população é de crianças e
de adolescentes com transtornos
mentais graves. “Isto significa
autistas, psicóticos, mas também
uma clientela em situação de risco.
Integramos essa equipe interdisciplinar e, antes de sermos fonoaudiólogos, somos profissionais da Saúde
Mental. Nós construímos um olhar
que vai além da nossa especificidade.
Temos um eixo comum, que, no meu
caso, é um olhar psicanalítico.
O instrumental da psicanálise não
está restrito ao psicólogo. Você pode
a e do cotidiano
ser fonoaudiólogo, mas sem deixar
de ver aquele sujeito em constituição
e efetuar a articulação entre o que é
específico seu e esta outra visão.
O trabalho com a linguagem, por
exemplo, e até da motricidade oral é
des Básicas de Saúde (UBS), como
isto sim, o olhar de qualquer profis-
muitos imaginam, mas justamente
através dos ambulatórios de Saúde
sional da equipe, com uma visão
abrangente e integrada. Com isso,
Mental, embora ainda encarado
exclusivamente como profissional de
este paciente deixa de ser o ‘paciente
da fono’ ou o ‘paciente da psicóloga’,
“Esta é uma clínica da vida, do
reabilitação.
Cristiana, por sua vez, destaca
mas o ‘paciente da saúde mental’,
onde cada um, com sua especificida-
cotidiano, do dia a dia, de ampliar o
potencial de saúde. Se partir do
que, no modelo do CAPS, todos os
componentes da equipe partilham
de, contribui nesse trabalho
“O CAPS se posiciona na
pressuposto que tenho que reabilitar, do ponto de vista de prognóstico
do atendimento, sem perder o que é
específico de cada profissional.
vertente da inclusão social, fazendo
parte de uma rede de atenção”,
dos transtornos mentais, não vou
conseguir nada – garante Cristiana -
“O paciente não ingressa para
atendimento específico – seja ele do
relata Elaine. “Muitas vezes, o
paciente está sendo atendido pelo
porque provavelmente esse paciente
vai manter o problema que detém
psicólogo, do fonoaudiólogo ou do
terapeuta ocupacional - mas recebe,
CAPS, como referência, mas também
pela UBS, está no CECO - Centro de
por toda a vida. Quando se pensa em
reabilitação, no senso comum,
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
montado sob esta ótica, do psiquismo da criança”.
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 19
atendimento em grupos terapêuti-
rua realizar uma atividade, como por
comprometimento orgânico, neurológico... Quando se examina a
cos, onde o fonoaudiólogo tem o
olhar para as questões da fala e da
exemplo, a de fazer compras...
Atendo os pacientes até pelos
clientela, no entanto, constata-se
que de orgânico ou neurológico não
linguagem, mas não com o objetivo
de detectar a patologia fonoau-
corredores, para integrá-los no seu
dia-a-dia”.
tem nada. O que existe é um comprometimento psíquico, de rela-
diológica que necessita de reabilitação, mas de incentivar o
A mesma visão é compartilhada
pela fonoaudióloga Elaine Herrero.
ção...”.
A fonoaudióloga Cristiana
potencial de comunicação em sua
vida, para o desenvolvimento de
“No CAPS, saímos do modelo clínico,
de atendimento individual, e amplia-
Beatrice Lykouropoulos não constata, no serviço de Saúde Mental, uma
sua saúde”.
Cristiana enfatiza não fazer a
mos o horizonte de trabalho, para
atuar na rua, em um espaço livre, em
demanda própria para a Fonoaudiologia. “Os pacientes que adentram
clínica tradicional. “Não é do meu
dia-a-dia fazer o atendimento da
uma brinquedoteca, tornando-nos
efetivamente um agente de saúde
para o atendimento global em Saúde
Mental, alguns efetuam o atendi-
criança em uma sala fechada,
efetuando exercícios fonoaudiológi-
mental”.
Elaine cita ainda outras formas
mento fonoaudiológico específico,
outros não. Desenvolvemos o
cos ou técnicas de desenvolvimento
de linguagem. Vou com ela para a
de atuação. “Fazemos terapia em
Em três relatos,
a construção de
uma experiência
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
imagina-se um paciente que tem um
No último congresso da SBFa, em Santos (SP), a fonoaudióloga Cristiana
Beatrice Lykouropoulos apresentou o relato de três casos clínicos acompanhados
em serviço público especializado no atendimento de crianças e adolescentes com
transtornos mentais complexos, com o objetivo de propiciar a discussão sobre o
papel do fonoaudiólogo e relatar como construiu sua experiência neste espaço da
saúde mental, na perspectiva de uma rede de atenção integrada.
No primeiro caso, um menino de cinco anos com hipótese diagnóstica de
transtorno global do desenvolvimento, apresentava ausência de fala associada a
episódios de intensa agitação psicomotora. O segundo caso, outro menino (este
de oito anos) apresentava hipótese diagnóstica de transtorno misto do desenvolvimento, com fala ininteligível e agressividade acentuada. No terceiro, uma
menina (14 anos) com hipótese diagnóstica de psicose, apresentava fala
eventual e comportamento social introvertido.
Para a fonoaudióloga Cristiana Beatrice Lykouropoulos, especialmente
nestes casos, o trabalho com a fala e a linguagem ultrapassou concepções
acadêmicas. “A aparente distinção do ponto de vista patológico, aponta para
importantes aspectos que se entrelaçam à luz da experiência clínica fonoaudiológica e de ações terapêuticas ampliadas na área de saúde mental. Trata-se de
colocar em questão o desafio de transcender não só os limites da especialidade,
mas os limites da doença, revertendo o foco para a saúde como campo de ação
institucional tendo por meta maior a inclusão”.
20 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
Fonoaudióloga Cristiana Beatrice Lykouropoulos
conjunto com os terapeutas ocupacionais, em um grupo que chamamos
de acolhimento. Outra modalidade
desenvolvida é de atendimento
vincular, voltado mais especificamente aos autistas, em que a criança
é atendida junto com a mãe, em que
se atua como uma ponte, emprestando seu olhar para a mãe olhar a
criança e a criança olhar a mãe, para
que se possa estabelecer essa
comunicação. Em grupo de pais,
adotamos uma dinâmica desenvolvida em um processo grupal”.
“Passamos a ver no que
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
Os Ambulatórios de Saúde Mental , com
coordenadoria própria na Secretaria Estadual de
Saúde de São Paulo, foram criados em 1977 e, seis
anos depois formulada nova proposta de atuação
dessas instituições, ocasião em que o fonoaudiólogo
foi inserido nas equipes multiprofissionais, juntamente com o terapeuta ocupacional e o enfermeiro.
FOTO: ELISIARIO E.COUTO / INSERT
Um pouco da história
Em 1992, esta forma de funcionamento foi
alterada, com a ampliação da rede para a assistência em Unidades Básicas de Saúde, Hospitais-Dia,
Centros/Núcleos de Atenção Psicossociais e
Fonoaudióloga Elaine Herrero
Internações em Hospitais Gerais. Quem relembra estes passos é Flávia Carotta,
fonoaudióloga que, depois de atuar em ambulatórios de Saúde Mental de 1992 a
poderíamos contribuir, como
diferencial da equipe”, complementa
1999, no município do Embu, hoje comanda a unidade de avaliação e controle da
Regional de Osasco da Secretaria Estadual de Saúde (que abrange 15 municípios da
Cristiana. “Procuramos constatar se
o problema de fala e linguagem do
região sudoeste da capital). Dos 18 Centros de Atenção Psicossocial existentes na
região, dois são voltados à infância e contam com profissionais fonoaudiólogos.
paciente é secundário ou não ao
quadro psíquico e se esse problema,
Flávia Carotta lembra que a Reforma Sanitária teve início na década de 70 e
teve sem momento maior na VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, que
se não corrigido, poderá inibir o
tratamento do quadro que apresen-
ampliou o conceito de saúde e incluiu a participação popular na gestão do Sistema de
Saúde. As decisões desta conferência constam da Constituição de 1988.
ta. As ações vão desde uma avaliação
específica, como a fonoaudióloga,
A Reforma Psiquiátrica teve início a partir do movimento dos profissionais de
saúde em 1978 e teve seu ápice em 1987, com a I Conferência Nacional de Saúde
nos casos que demandam essa
atenção, até uma avaliação com toda
Mental. Em 2001 foi promulgada a lei sobre os direitos dos pacientes portadores de
transtornos mentais, depois de uma tramitação de mais de 12 anos.
a equipe, compondo um diagnóstico
global, com o sintoma de linguagem
A fonoaudióloga destaca o papel do Comitê de Saúde Mental da Regional de
Osasco para a discussão da inserção do fonoaudiólogo, não apenas em centros
observado, o atendimento fonoaudiológico específico ou grupal e o
especializados, como o CAPS, mas também na rede básica de saúde. “A inserção do
fonoaudiólogo nos espaços já consolidados fica mais fortalecida do que em um setor
atendimento terapêutico amplo, que
contribua para o desenvolvimento
específico de Fonoaudiologia, segmentado e isolado, onde se perderia toda a riqueza
da interdisciplinaridade”.
integral daquele sujeito”.
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 21
13ª. CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE
FOTOS: CR Fa 2a. REGIÃO
Conferência aprova propostas para
atuação dos profissionais de Saúde
À esquerda: a fonoaudióloga Cláudia Cassavia foi uma das coordenadoras da mesa da plenária final. Na foto à direita, fonoaudiólogas participantes
da conferência (da esquerda para a direita): Simone Miranda, Cibele Siqueira, Cláudia Ragusa, Sandra Vieira e Cláudia Cassavia.
Com o tema central “Efetivando o
é uma instância colegiada, composta por
Conselhos de Fiscalização Profissional
Controle Social no SUS”, a APCDSantana hospedou, nos dias 19, 20 e 21
diversos segmentos da sociedade civil
organizada (gestor, trabalhador e
de Saúde, fez parte da comissão organizadora do evento, por meio da fonoau-
de dezembro do ano passado a 13ª
Conferência Municipal de Saúde da
usuário) e ocorre a cada dois anos, com a
finalidade de avaliar a situação da saúde
dióloga Cláudia Pagotto Cassavia e
esteve representado na Conferência
cidade de São Paulo.
A Conferência Municipal de Saúde
e propor diretrizes para a formulação
das políticas do município, bem como
pelas fonoaudiólogas Cibele Siqueira,
Claudia Cassavia, Claudia Ragusa,
referendar a composição do conselho
municipal de saúde, para o próximo
Sandra Vieira, Silmara Figueira, Simone
Miranda e Susana Giannini. Outras
colegiado.
A Conferência foi norteada por
fonoaudiólogas também participaram da
Conferência, porém representando
quatro eixos, assim divididos:
1- Organização de Serviços da
outro segmento da Saúde.
Entre as propostas aprovadas,
Atenção Básica aos Serviços Hospitalares, com Acolhimento e Humanização,
destacam-se as relacionadas à atuação
dos profissionais de saúde, que irão
Regulação, Referência e ContraReferência;
refletir diretamente na qualidade dos
serviços prestados à população do
2- Financiamento, Abastecimento
e Medicamento;
município de São Paulo, à medida que
forem implementadas:
3- Controle Social;
4- Recursos Humanos, Gestão do
- garantia que, em todas as
propostas pertinentes, as equipes de
Trabalho, Educação na Saúde e Comunicação.
saúde sejam multiprofissionais e
interdisciplinares;
O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª. Região, membro do Fórum dos
- implantação e implementação de
equipes de reabilitação nos 120 serviços
22 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
LANÇAMENTOS
l
Motricidade Orofacial – Inter-relação entre Fonoaudiologia & Odontologia.
Fonoaudióloga Andréa Monteiro Correia Medeiros e odontólogo Marcelo Medeiros
O livro, editado pela Lovise, aborda os conceitos que fundamentam a prática fonoaudioló-gica
junto à Odontologia, em especial junto à Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares e tem como
público alvo estudantes e profissionais de Fonoaudiologia e de Odontologia interessados no conhecimento de conceitos básicos e fundamentais para atuação com distúrbios de motricidade orofacial
relacionados a problemas oclusais. O livro enfoca o diagnóstico e tratamento dos distúrbios da
motricidade orofacial a partir da compreensão dos diferentes tipos faciais e oclusões. O grande
interesse dos fonoaudiólogos em refletir de forma não mecânica sobre a utilização de exercícios
orofaciais, somada ao movimento dos cirurgiões-dentistas em entender o papel do profissional
fonoaudiólogo junto aos seus pacientes, tornou-se a mola propulsora para a elaboração deste livro.
Nesta obra, preconiza-se a importância do conhecimento de conteúdos teóricos e metodológicos, que
permitam, dentro do universo interdisciplinar, o estabelecimento de diálogos e atuações cada vez mais
fecundos entre os fonoaudiólogos, ortodontistas, ortopedistas faciais, otorrinolaringologistas e
demais profissionais, interessados no estudo e aprimoramento na área de Motricidade Oral.
Dorina Viu
Fonoaudióloga Cláudia Cotes
Inspirada na vida de Dorina Nowill (na foto, ao lado de Cláudia
Cotes), o livro “Dorina Viu”, (Editora Paulinas) conta como é o cotidiano de
uma criança que não enxerga. Com ilustrações de Dimaz Restivo, fala sobre
como essas crianças sentem e vivem o mundo que as cerca. “Queremos
mostrar que a vida de uma criança cega não é diferente. Como outras
crianças, elas gostam de brincar de roda, sentir a natureza, ouvir o canto
dos pássaros”, afirma Cláudia Cotes. O livro conta com impressão em português e braile na mesma
edição. “Isso fará com que as crianças cegas possam ler sozinhas e as que enxergam poderão conhecer
como funciona o sistema braile”. A publicação faz parte da série “Fazendo a Diferença”, que aborda a
deficiência de forma positiva e lúdica e é um passo pioneiro na questão da inclusão, justamente no ano
em que a Campanha da Fraternidade é dedicada ao tema. O lançamento do livro será em 11 de março,
às 15 horas, no estande da editora montado na Bienal de São Paulo
24 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
SAIU NA IMPRENSA
■
As fonoaudiólogas
trabalho desenvolvido pela
■
A programação da
equipamentos portáteis de
Patrícia Faro, Luciana
Borghi e Patrícia Martins
ONG Vez da Voz. No dia 10
de janeiro, a fonoaudióloga
Semana do Fonoaudiólogo
em Santos recebeu cobertu-
MP3. Foram ouvidos profissionais da Fonoaudiologia
participaram de debate
sobre linguagem, motricida-
Cláudia Cotes concedeu
entrevista para o jornalista
ra do Diário Oficial de Santos nos dias 3, 9 e 10 de de-
e da Otorrinolaringologia.
de oral e estética orofacial
no programa Conexão
Oliveira Andrade, da rádio
Jovem Pan, sobre o trabalho
zembro, com destaque para
a programação oferecida e
O suplemento Lazer
& TV, de 22 de janeiro de
Brasil, transmitido pela TV
Século 21, apresentado por
da ONG e os projetos para
2006. Também participou
um balanço das ações
desenvolvidas pela Secreta-
2006, do jornal O Estado de
S.Paulo, publicou reporta-
José Martins Filho. O programa foi ao ar em 27 de
do programa “Viver e
Conviver”, da Rede Vida de
ria Municipal de Saúde na
área de Fonoaudiologia.
gem de três páginas,
inclusive capa, sob o título
dezembro de 2005 e foi
reprisado nos dias 30 de
Televisão, onde abordou a
inclusão de crianças com
dezembro e 25 de janeiro de
2006.
deficiência nas escolas e o
lançamento do seu livro
Equilíbrio, de 19 de janeiro
de 2006, do jornal Folha de
atuação de fonoaudiólogas
junto a atores e apresenta-
Dorina Viu, na Bienal do
Livro, em 11 de março. A
S.Paulo, publicou reportagem de página inteira, sob o
dores de emissoras de TV.
Foram entrevistadas as
edição de dezembro de 2005
- publicou reportagem
previsão de exibição do
programa, gravado previa-
título “Tapa na orelha”, em
que aborda os riscos de
fonoaudiólogas Vanessa
Vieira, da TV Record; Leila
voltada ao tema das
deficiências e abordou o
mente, era de 21 de fevereiro.
perda auditiva provocados
pela utilização contínua de
Mendes, da TV Globo e
Marta Assumpção, da MTV.
■
A revista Crescer -
■
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EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
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O suplemento
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O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2a.
Região retribui os votos de boas festas recebidos ao
final de 2005 de Four News Comunicação, Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil S.A., Audibel
Aparelhos Auditivos, Unitron – Hearing Brasil,
Instituto Metodista de Ensino Superior, Antonio
Salim Curiati, dr. Farhat, Governo do Estado do
Ceará, Conselho Regional de Contabilidade do
Estado de São Paulo, Conselho Regional de Educação
Física do Estado de São Paulo, Marca Viva - Marcas,
Patentes e Tecnologia, AASP, Alber Fort Móveis para
Escritório Ltda., Nane Incorp Technology, APAE de
São Paulo, MICA, Comissão de Ética e Canon Business Solutions.
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 25
de atendimento domiciliar (AD), com
pessoal especializado em tratamento e
fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional;
reabilitação e assistência domiciliar;
- garantia de ingresso ao serviço
- construção e implantação de 10
NIRs- Núcleos Integrados de Reabilita-
público por meio de concurso;
- jornada máxima de trabalho de
ção, obedecendo ao critério de regionalidade e efetivação do atendimento pelos
todas as categorias na saúde em 30
horas semanais, sem redução de salário;
núcleos de reabilitação existentes, com a
ampliação de recursos humanos;
- reavaliação e manutenção da
Tabela de Lotação de Pessoal –TLP ativa
- garantia de implementação de
ações de saúde auditiva, tendo em vista
(em efetivo exercício da função),
necessária para o perfeito funcionamen-
a Política Nacional de Saúde Auditiva
(Portaria 2073/04) e as legislações
to da unidade de saúde, com chamada
dos concursados remanescentes;
municipais vigentes, bem como o
programa de saúde vocal;
- prioridade para implementação
da rede de saúde mental, reabilitação
- garantia de plano de carreira,
cargos e salários do SUS (PCCS-SUS);
física e auditiva;
- contratação de profissionais de
- prioridade de contratação de
saúde mental, bucal e reabilitação.
Atualizar
endereço?
‘Prá’ quê?
“Que vantagem tenho em atualizar meu endereço? Apenas para garantir o recebimento da guia destinada ao
pagamento da anuidade?”
A atualização das informações vai
muito além. Com esses dados em dia, o
CRFa 2ª. Região poderá encaminhar
informações (como as contidas nesta
revista, por exemplo), com a garantia de
que elas chegarão ao seu endereço.
E não apenas pelo correio. Se a Internet
já faz parte de sua rotina, também
receberá informações atualizadas com
rapidez, que ficariam ultrapassadas, se
utilizada a remessa tradicional.
CRFa 2ª. Região agora é membro titular
do Conselho Municipal de Saúde
Desde 2003, o CRFa. 2ª Região ocupa uma vaga de suplente no Conselho
Oportunidades de emprego; abertura de vagas em instituições e realiza-
Municipal de Saúde de São Paulo, no segmento dos trabalhadores, e passou a
titular a partir desta Conferência, oferecendo sua contribuição para o efetivo
ção de concursos públicos; decisões
governamentais ou de prestadores de
controle social no município.
O compromisso de todos, a partir de agora, é o de divulgar as decisões da
serviço de Saúde, que podem afetar sua
atividade profissional; congressos,
Conferência e fazer com que se tornem ações concretas.
simpósios, seminários e palestras que
atualizam conhecimentos (inclusive as
informações mais recentes sobre os
Happy Hours Culturais promovidos por
Conte sua experiência...
seu Conselho) e participação em
pesquisas sobre a profissão são algumas
Fonoaudiólogo, caso você faça parte do conselho de saúde de algum
município do Estado de São Paulo, envie usa experiência para a
Comissão de Saúde do CRFa., para que possamos divulgá-la.
das informações que serão perdidas se
os seus dados cadastrais estiverem
SINDFESP em novo local. O Sindicato dos Fonoaudiólogos do Estado de São
Paulo comunica seus novos endereço e telefones: Rua Carijós, 749 - sala 06, Vila
Alzira, CEP 09180-000 Santo André (SP), tel.: (11) 4974-5610 e 8394-8597
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
incorretos ou incompletos.
Permaneça informado sobre o que
acontece com a profissão. Atualize seu
cadastro.
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 23
COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Denúncias
O fonoaudiólogo, ao tomar conhecimento de uma
infração ética ou legal deve encaminhar a denúncia ao
relativos ao caso. O CRFa compromete-se a guardar sigilo
em relação às informações contidas na denúncia, assim
Conselho Regional de Fonoaudiologia ou Delegacia de sua
região.
como a identidade do denunciante. Após o processo
investigativo, a Fiscal notifica o denunciante sobre as
O CRFa, como órgão fiscalizador, tem entre seus
objetivos, garantir que a Lei 6965/81 e o Código de Ética
providências tomadas no caso.
Ajude o CRFa a zelar pela Fonoaudiologia.
sejam seguidos e a profissão seja exercida apenas por
fonoaudiólogos devidamente registrados.
Ao tomar conhecimento de qualquer procedimento
irregular ou infração ética, comunique !!
A maior parte das denúncias encaminhadas ao
CRFa 2ª. Região referem-se ao exercício da fonoaudiologia
por profissionais não habilitados ou leigos, a infrações
éticas cometidas por fonoaudiólogos e a ausência de
registro de empresas que comercializam próteses auditivas.
Existem também denúncias relativas a fonoaudiólogos
que tiveram seus registros cancelados e continuam trabalhando.
Após a formalização da denúncia, que pode ser feita
por qualquer pessoa – via fax, carta ou e-mail - o CRFa dá
Endereços para envio das denúncias:
Delegacia de Ribeirão Preto: rua Bernardino de
Campos, 1001, sala 1303, CEP 14015-130 Ribeirão
Preto (SP), fax (16) 3632-2555, e-mail:
[email protected]
Delegacia de Santos: rua Mato Grosso, 380, conj 01,
CEP 11055-010 Santos (SP, fax (13) 3224-4908, e-mail:
[email protected]
início ao processo investigatório. A Fiscal do CRFa ou da
Delegacia faz uma visita fiscalizatória ou intima o fonoau-
Delegacia de Marília: rua Bahia, 165, sala 43, CEP
17501-080 Marília (SP, fax (14) 3413-6417, e-mail:
diólogo envolvido a comparecer na sede do Conselho (ou
Delegacia) para prestar esclarecimentos.
[email protected]
É importante que, ao realizar a denúncia, seja incluído
o maior número possível de informações e/ou documentos
chard, 331, CEP 05002-061 São Paulo (SP), fax: (11) 38733788, e-mail: [email protected]
Sede do CRFa 2ª. Região: rua Dona Germaine Bur-
PERDAS E ROUBOS
As profissionais abaixo relacionadas comunicaram ao CRFa 2a. Região
a perda de carimbo profissional:
Andréa Brisotti – CRFa 12.007;
Eliane Satie Yoneda – CRFa 8.705;
Juliana Morto Carnielli – CRFa
10.494; Sonia Monteiro – CRFa
3.841 e Yasmin Salles Frazão - CRFa
3.933
Comunicaram a perda de identidade profissional as seguintes
profissionais: Fabrícia Cristina Perez
– CRFa 15.056; Marta Rodrigues
Pino - CRFa. 13069 e Micaeli de
Oliveira Pereira – CRFa 8.190/T4R
26 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
DESTAQUE DA FONOAUDIOLOGIA 2005
CRFa detecta e corrige falha na votação
Ao detectar o recebimento de
pesquisa, igualmente em desacordo
A constatação da irregularidade
823 votos para a enquete “Destaque
da Fonoaudiologia 2005”, postados
ao regulamento. Se fossem levados
em conta, estes votos alterariam o
foi possível através de relatórios
gerados pelo sistema de gerenciamen-
de um mesmo computador, em um
curto intervalo de tempo – em torno
resultado da votação.
Esta decisão foi tomada pelo
to implantado no site do CRFa 2ª.
Região, que possibilita detectar, em
de três horas, no dia 29 de novembro
(com alguns poucos votos foram
CRFa 2ª. Região em respeito aos
profissionais que participaram dessa
situações como esta , o número do IP
(sigla de Internet Protocol, a “identida-
recebidos no dia anterior) – e para
uma única concorrente, o Conselho
indicação e com o objetivo de
garantir a transparência e a serieda-
de” usada entre duas má-quinas em
rede para encaminhamento dos
Regional de Fonoaudiologia 2ª
Região, decidiu não considerar essas
de do processo de votação para a
escolha do “Destaque da Fonoaudio-
dados.) em cada acesso efe-tuado.
Com base nessa informação será
manifestações feitas em desacordo
com o regulamento, que vedava
logia 2005”. A premiação despertou
enorme interesse dos profissionais
possível ao CRFa 2ª. Região identificar
o proprietário ou usuário do computa-
votos em duplicidade e com origem
no mesmo equipamento. Não foram
fonoaudiólogos e teve seu ápice nas
comemorações do Dia do Fonoaudió-
dor, junto ao provedor de acesso. Em
paralelo, novos meca-nismos de
também considerados outros 27
votos acessados por referências à
logo, em 8 de dezembro de 2005,
com a revelação dos resultados e a
segurança estão sendo implementados, para inibir problemas como este
página de votação, através de sites de
conseqüente premiação.
enfrentado na escolha de 2005.
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO - 27
28 - REVISTA DA FONOAUDIOLOGIA - 2ª REGIÃO
EDIÇÃO 66 - MARÇO/ABRIL 2006
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Edição 66 - Conselho Regional de Fonoaudiologia