DIAGNÓSTICOS E CENÁRIOS TRABALHO E INCLUSÃO SOCIAL EQUIPE DE ELABORAÇÃO Luís Carlos Rodrigues Cruz (Puscas) - Economista Coordenador do Grupo de Trabalho e Inclusão Social Sérgio Gonçalves de Miranda - Economista Raimundo Leôncio Ferraz Fortes - Economista Geysa Elane Rodrigues de Carvalho Sá - Economista Gisele de Araújo Oliveira - Socióloga Juliana Portela do Rego Monteiro – Estudante de economia SUMÁRIO APRESENTAÇÃO..............................................................................03 1. PERFIL DO TRABALHADOR URBANO DE TERESINA................................ 05 2. O MERCADO DE TRABALHO FORMAL........................................................08 3. SITUAÇÃO DO TRABALHO E RENDA NAS VILAS E FAVELAS.................15 4. POLÍTICAS PÚBLICAS DE GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA...............20 5. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS............................................. ...26 ANEXOS............................................................................................30 2 Trabalho e Inclusão Social APRESENTAÇÃO O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável de Teresina, denominado Teresina Agenda 2015, tem como objetivo a construção da agenda 21 local, que através de um processo participativo pretende elaborar e implementar um plano de ação estratégico para o município, contemplando as questões prioritárias para o desenvolvimento local sustentável. Este documento ora apresentado, debates e levantamento de dados estatísticos constitui-se no resultado de realizado pelo grupo temático Trabalho e Inclusão Social durante a primeira fase do processo, que resulta num diagnóstico da situação atual da ocupação e da renda em Teresina, e na construção de dois cenários para a cidade. Inicialmente, buscou-se delimitar o tema, visando evitar a superposição com o trabalho de outros grupos. Em seguida, realizou-se a coleta dos dados junto às instituições governamentais que atuam na área do trabalho e da renda, ou que fazem pesquisas nessas áreas, etapa em que teve a participação dos técnicos do IBGE, do SINE/PI, da Fundação CEPRO e da DRT/PI, aos quais agradecemos a colaboração. Agradecemos ainda, as entidades e a seus diretores, que atendendo ao chamado se fizeram presentes às reuniões realizadas, seja pelo nosso grupo temático ou por outros, nos quais destacamos: Obra Kolping, Visão Mundial, FAMCC, CUT, Ação Social Arquidiocesana (ASA), CEAPE, Sindicato dos Ambulantes, SENAI, SEBRAE, Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social O diagnóstico a ser apresentado encontra-se dividido em 05 (cinco) partes: a) O Perfil do Trabalhador Urbano de Teresina; b) O Mercado de Trabalho Formal; c) A Situação do Trabalho e da Renda nas Vilas e Favelas ; d) As Políticas Públicas de Geração de Trabalho e Renda; e) Síntese do Diagnóstico e Cenários . Nesta última parte foram construídos dois cenários para a cidade, o primeiro chamado inercial, que considera a manutenção das atuais políticas públicas e o segundo, chamado desejável, que tem como horizonte a Teresina que sonhamos em 2015. Nesse cenário repousam nossas expectativas de termos uma cidade mais solidária e humana, onde a exclusão social seja eficazmente combatida. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social 1. PERFIL DO TRABALHADOR URBANO DE TERESINA O objetivo do presente tópico é apresentar um perfil do trabalhador urbano de Teresina, visando identificar situações de exclusão social que acontecem em decorrência do trabalho, no que concerne à idade, escolaridade, sexo, atividade e vínculo empregatício. Neste sentido, foi importante a consulta ao Perfil do Trabalhador Piauiense - 2000, que é um trabalho de pesquisa de caráter amostral, realizado pela Fundação CEPRO, e restrito às zonas urbanas de Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e São Raimundo Nonato, no qual considerou-se como objeto de investigação o trabalho formal e o informal, inclusive a atividade doméstica. Dentre as informações da pesquisa, que manifestam situações de exclusão social na zona urbana de Teresina, destacam-se a inexpressiva participação dos jovens no mercado de trabalho, já que revela - conforme tabela 01 apresentada a seguir - que mesmo constituindo-se 28,37% da população urbana de Teresina com mais de 15 anos, aqueles situados na faixa etária de 20 a 29 anos ocupam apenas 16,91% das vagas entre os trabalhadores. Tabela 01 POPULAÇÃO RESIDENTE E TRABALHADORES COM MAIS DE 15 ANOS, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA NO MERCADO DE TRABALHO NA ZONA URBANA DE TERESINA. ANO: 2000 GRUPO GRUPO POR FAIXA DE IDADE TOTAL 15 a 19 20 a 29 30 a 49 50 RESIDENTE (Em %) 17,34% 28,37% 36,94% 17,35% 100,00% TRABALHADORES (Em %) 1,10% 16,91% 62,50% 19,49% 100,00% Fonte: Censo do IBGE / 2000 e Perfil do Trabalhador Piauiense -Fundação CEPRO/2000 Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social No grupo com idade compreendida entre 15 a 19 anos a situação de desproporcionalidade entre a participação no contingente populacional urbano e a participação no mercado de trabalho é ainda mais acentuada, já que sendo 17,34% do total de pessoas acima de 15 anos constituem tão somente 1,10% dos que possuem ocupação. Suspeita-se participação dos de que essa não correspondência proporcional jovens do mercado de trabalho em relação à da sua representatividade no total da população de mais de 15 anos, deva-se a uma maior exigência das empresas no item qualificação e experiência profissional no preenchimento de vagas. Isto talvez, é o que justifica o grupo etário de 30 a 49 anos, que participa com 36,94% da população com mais de 15 anos, constituir 62,50% dos trabalhadores urbanos. Apenas na faixa de idade acima de 50 anos é que praticamente observa-se uma proporcionalidade entre a participação na população e a participação no mercado de trabalho. O que certamente confirma a afirmativa de que a exigência de uma maior qualificação e experiência profissional por parte das empresas na ocupação das vagas, seja uma realidade que está acontecendo em Teresina, é a exclusão das pessoas não alfabetizadas no mercado de trabalho, com uma inexpressiva participação no mesmo, como mostra a tabela 2. Tabela 2 PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NO MERCADO DE TRABALHO DE TERESINA SEGUNDO O GRAU DE ESCOLARIDADE. ANO: 2000 N/ ALFAB. 2,08% 1º GRAU MENOR ALFAB 4,53% 1º GRAU MAIOR INCOMP COMP INCOMP 11,89% 4,90% 13,85% 2º GRAU COMP INCOMP 6,99% 15,81% Fonte: Perfil do Trabalhador Piauiense – Fundação CEPRO. Ano: 2000 Diagnósticos e Cenários 3º GRAU COMP INCOMP COMP 32,35% 1,84% 5,76% Trabalho e Inclusão Social Tendo Teresina uma população de aproximadamente 13,2% de não alfabetizados (acima de 10 anos) – conforme Censo de 2000 do IBGE - somente 2,08% deles estão inseridos no mercado de trabalho, enquanto 32,35% dos que estão ocupados possuem o 2º grau completo, o que contrasta com a pequena participação da população que alcançou esse nível de instrução na cidade. Este perfil de escolaridade dos trabalhadores, que tem como característica principal uma maior presença no mercado de trabalho de pessoas que obtiveram o 2º grau (32,35%), ou que iniciaram mais não concluíram (15,81%), está relacionado com a natureza das atividades econômicas que predominam em Teresina. Tabela 03 PERFIL DOS TRABALHADORES URBANOS DE TERESINA SEGUNDO A ATIVIDADE PRINCIPAL. ANO: 2000 Nº DE ATIVIDADE PRINCIPAL % TRABALHADORES 1. SERVIÇO 406 49,76 Serviço público 229 28,06 Prestação de serviço 91 11,15 Magistério 26 3,19 Funções de escritório, burocráticas e auxiliares 18 2,21 Profissional liberal 20 2,45 Outros 22 2,70 2. COMÉRCIO 218 26,72 Comércio formal 165 20,22 Comércio informal 53 6,50 3. SUB-TOTAL (1+2) 624 76,48 4. INDÚSTRIA 140 17,15 Industria da Construção civil 67 8,21 Indústria de alimentação e bebidas 20 2,45 Indústria de confecções 21 2,57 Outros 32 3,92 5. OUTROS 52 6,37 T O T A L (3+4+5) 816 100,00 Fonte: Perfil do Trabalhador Piauiense – Fundação CEPRO. Ano: 2000 A distribuição dos trabalhadores entre as atividades mostra uma grande concentração no setor terciário, que são mais compatíveis com o 2° grau Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social (atual ensino médio), tais como o serviço público, o comércio formal, a prestação de serviços, o magistério, e os profissionais liberais, totalizando 76,48% do total de trabalhadores da zona urbana de Teresina (ver tabela 03). Esta distribuição dos trabalhadores segundo as atividades induz a inferir que tenha havido um aumento da nos exclusão no mercado de trabalho na condição de empregado formal, e o crescimento da condição de profissional autônomo e de empreendedor, pois o setor terciário, que é o predominante na economia local, tem como característica em suas atividades um montante reduzido de investimento para iniciar o próprio negócio, ao contrário do setor secundário, no qual o investimento necessário para isso é maior. No entanto, deve-se ressaltar que o trabalhador teresinense é em sua maioria empregado, participando com 63,85% das ocupações. Em seguida, se encontram a condição de autônomo com 33,95% e a de empregador com apenas 2,20% dos ocupantes. Uma outra situação de exclusão social – embora em menor escala e tendo diminuído bastante nos últimos anos – refere-se à participação da mulher no trabalho. Elas representam 45,77% das pessoas que estão inseridas no mercado de trabalho de Teresina - conforme dados do Perfil do Trabalhador Piauiense - enquanto os homens participam com 54,23% do total. Vale dizer, que existem outras formas de exclusão da mulher no trabalho, como a menor remuneração delas em relação ao sexo masculino, a inexpressiva participação na ocupação dos cargos de liderança e as demissões por razões relacionadas aos encargos sociais, como é o caso por exemplo, da situação de gravidez, que ainda acontece em Teresina. 2. O MERCADO DE TRABALHO FORMAL Nessa segunda parte do diagnóstico será analisada a situação do mercado de trabalho formal na cidade de Teresina, buscando identificar situações Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social de exclusão social a que estejam submetido os trabalhadores formais. Para isto, serão considerados os seguintes itens: a) Nível de Ocupação Formal da População em Idade Ativa b) A Participação dos Trabalhadores por Ramo de Atividade; c) A Distribuição dos Rendimentos por Faixa. O presente diagnóstico fundamentou-se nas estatísticas do Cadastro Central de Empresas – IBGE/1999, bem como nos estudos do Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, baseados na RAIS, e publicados no Boletim GFIP – Agosto/2001. 2.1. NÍVEL DE OCUPAÇÃO FORMAL DA POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA De acordo com o Cadastro Central das Empresas do IBGE, no município de Teresina, em 1999 existia 15.192 empresas cadastradas, que ocupavam formalmente 163.231 pessoas, sendo que 88,7% dessas eram assalariadas. Esses números representavam respectivamente 42,8% do total de empresas e 70,6% das pessoas ocupadas formalmente no Estado do Piauí. Isto demonstra uma alta concentração de empresas e de postos de trabalho formal na capital em relação ao estado. Baseando-se nos dados preliminares de Censo de 2000 do IBGE, que estima uma população em idade ativa (PIA ) para Teresina de 566.177 pessoas em 1999 – o que corresponde a cerca de 81% da população do município - e que a população ocupada era de 163.231 pessoas pode-se deduzir que há um baixo coeficiente de ocupação no trabalho dos membros da PIA (28,8%), que se encontram desenvolvendo suas funções no mercado formal de trabalho. Isto denota, um elevado grau de exclusão econômica da população da atividade formal, ou seja, aquela em que estão assegurados legalmente os direitos trabalhistas e previdenciários. Isso nos leva a concluirmos que há uma intensiva presença de trabalhadores na informalidade. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social 2.2. A PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES POR RAMOS DE ATIVIDADE Considerando a ocupação dos trabalhadores por atividade econômica em 1999, verifica-se a predominância do setor terciário em relação aos demais, já que 137.897 ocupantes do mesmo se encontravam com carteira assinada, representando portanto, 85% dos 163.231 que constituía o total dos inseridos formalmente no mercado de trabalho, o que não deixa de ser uma das mais altas participações deste setor dentre as demais capitais nordestinas. Ao contrário da tendência da economia mundial e brasileira para um contínuo crescimento do setor terciário, em razão do avanço tecnológico, essa situação de ocupação predominante neste setor em Teresina é resultado de um processo histórico de concentração fundiária e conseqüente fragilidade do setor agrícola no Piauí, que engendrou o êxodo rural para a periferia da capital. Não tendo sido desenvolvido em Teresina um pólo industrial dinâmico, que pudesse realocar este contingente populacional imigrante no processo produtivo, o setor terciário contempla as atividades que mais absorveram a população em idade ativa, e as que proporcionaram o maior rendimento. É bom ressaltar no entanto, que grande parte da absorção desta população aconteceu em função do crescimento da informalidade, no qual sobressaem-se o comércio ambulante e os serviços gerais. Destacam-se como subsetores da atividade terciária, conforme a tabela 04: A Administração Pública, Defesa e Seguridade Social com 41,80% das ocupações; O Comércio (18,06%) e a Educação com aproximadamente 4,7% do total dos empregos formais. Quanto a participação na renda, a Administração Pública, juntamente com a Defesa e a Seguridade Social são de grande importância para o município, já que de um total de R$ 892.909,00 de rendimentos, 54,03 % lhe estão vinculados. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Tabela 04 DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL OCUPADO E RENDIMENTOS EM TERESINA, SEGUNDO OS SETORES DE ATIVIDADES. ANO: 1999 PESSOAL OCUPADO (PO) RAMOS DE ATIVIDADES Agropecuária, Silvicultura, Exploração florestal e pesca Indústrias de Transformação Construção Civil Comércio: reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados às Empresas Administração Pública, Defesa e Seguridade Social Intermediação Financeira Educação Saúde e Serviços Sociais Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais Outros Não Classificado TOTAL RENDIMENTOS Nº (%) R$ 1.000,00 (%) 1.160 0,71 2.033 0,23 12.918 10.299 7,91 6,31 35.437 30.549 3,98 3,43 29.504 18,06 62.726 7,03 8.456 5,18 31.205 3,50 68.227 2.288 7.607 4.648 41,80 1,40 4,68 2,85 482.361 49.353 70.084 14.537 54,03 5,54 7,86 1,64 7.648 12.863 864 4,68 7,88 0,53 51.330 74.508,63 17.601 5,76 8,34 1,98 163.231 100,00 892.909 100,00 Fonte: Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – IBGE/1999 Vale salientar que a atividade comércio embora participasse com cerca 18,06% do pessoal ocupado só deteve 7,03% do montante de rendimentos. Por outro lado, a atividade Intermediação Financeira que possuía apenas 1,4% do pessoal ocupado atingiu rendimentos da ordem de 5,54% do mesmo montante. A fragilidade do setor agrícola e industrial na questão da ocupação e da geração de renda é demonstrada pelos números. Participando com 23,18% do total dos ocupados em Teresina, a indústria contribui apenas com 7,43% dos rendimentos. A agricultura por sua vez, absorvendo 0,71% dos trabalhadores formais do município, participou em 1999 com somente 0,23% dos rendimentos totais. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social 2.3. A DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS POR FAIXA DE RENDA Essa situação de exclusão social em Teresina pode ser visualizada também pelo rendimento médio anual de sua população ocupada, que em 1999 era de R$ 5.470,22, o que significa em termos mensais um valor de R$ 420,22, posicionando-se assim muito abaixo do valor necessário para suprir as necessidades de uma família de 04 membros (ver tabela 05 a seguir). Tabela 05 QUANTIDADE DE UNIDADES LOCAIS, PESSOAL OCUPADO E RENDIMENTO MÉDIO, NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL DAS CAPITAIS DO NORDESTE. ANO: 1999 Número de Pessoal Rendimento Capitais do Rendimentos Unidades Ocupado Médio Nordeste PO/ULs (R$1.000,00) Locais (ULs) (PO) (R$) Teresina 15.192 63.231 10,7 982.909 5.470,22 São Luís Fortaleza Natal João Pessoa Recife Maceió Aracaju Salvador 16.148 56.033 18.721 14.417 35.611 16.228 11.269 54.176 182.632 465.946 190.539 183.161 458.608 149.046 139.211 615.691 11,3 8,3 10,2 12,7 12,9 8,2 12,4 11,4 1.130.566 2.760.461 1.180.848 1.177.843 3.340.213 1.005.757 964.261 4.499.420 6.190,40 5.924,42 6.197,41 6.430,64 7.283,37 6.747,96 6.926,61 7.307,92 Total das Capitais 237.795 2.548.065 10,7 16.952278 6.653,00 Fonte: Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – IBGE/1999 Tal rendimento correspondia na época a 3,1 salários mínimos - se considerarmos que a composição do rendimento médio anual é de 13 parcelas/ano - e representava 88,4% do rendimento médio de São Luís e 92,3% ao de Fortaleza, capitais mais próximas de Teresina. Esses dados evidenciam o menor dinamismo da economia de Teresina - quando comparada com essas capitais vizinhas - no sentido de gerar emprego e renda para absorver o fluxo migratório para a cidade. Podemos mencionar que o Piauí e Teresina, historicamente, desempenharam um papel secundário em relação aos outros estados e capitais Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social nordestinas, que tiveram suas economias mais diretamente relacionadas aos setores dinâmicos, propulsores do desenvolvimento econômico. Visto sob a ótica dos dados fornecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS, com base na RAIS de junho de 2001, o quadro quase não se altera, em termos relativos. A Capital piauiense possuía 54,3 % dos estabelecimentos do Estado e 65,5 % dos vínculos empregatícios respectivos, tendo um salário médio de apenas R$ 455,28, o que correspondia a cerca de 50,0 % do salário médio das capitais brasileiras, e a 77,4 % do relativo às capitais nordestinas, inclusive situando-se abaixo do salário médio de todas essas capitais, conforme a tabela nº 6, a seguir. Tabela 06 QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS, VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS E SALÁRIO MÉDIO DAS CAPITAIS, DE ACORDO COM A RAIS . JUNHO DE 2001 CAPITAIS ESTABELECIMENTOS (%) VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS (%) Brasil 28,7 36,9 Nordeste 46,5 49,4 Teresina 54,3 65,5 São Luís 46,3 57,3 Fortaleza 58,3 59,5 Natal 49,8 48,8 João Pessoa 41,5 42,0 Recife 44,9 49,1 Maceió 59,7 53,7 Aracaju 57,7 54,6 Salvador 36,3 40,6 Fonte: Boletim Informativo GFIP/MPAS, N.º 08/ Agosto de 2001 SALÁRIO MÉDIO (R$) 912,38 588,4 455,28 663,22 503,11 496,40 509,15 648,99 532,73 573,27 683,98 Através da Tabela 07 a seguir, que apresenta dados do MPAS sobre a participação dos trabalhadores nos diversos níveis de renda, verifica-se que 10,4% dos teresinenses do mercado formal percebiam em 2001 apenas 01 salário mínimo, situando Teresina entre as três capitais brasileiras que apresentam o valor mais elevado neste patamar de rendimento, ficando abaixo apenas de Rio Branco e Boa Vista, e muito distante de outras capitais, como São Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Paulo, que tinha apenas 0,4% de seus empregados recebendo 01 salário mínimo, ou Porto Alegre com 0,5% e Rio de Janeiro com 0,7% em relação ao total. Tabela 07 QUANTIDADE DE EMPREGADOS FORMAIS POR FAIXAS DE RENDA EM TERESINA. JUNHO DE 2001 Faixas de Renda (%) Menos de 1 SM 1 SM Mais de 1 SM a 2 SM Mais de 2 SM a 3 SM Mais de 3 SM a 5 SM Mais de 5 SM a 10 SM Mais de 10 SM Número de Empregados 4.337 6.478 31.750 7.435 6.173 3.546 2.272 7,0 10,4 51,3 12,0 9,9 5,7 3,7 Acumulado (%) 7,0 17,4 68,7 80,7 90,6 96,3 100,0 Total 61.991 100,00 - Fonte: Boletim Informativo GFIP/MPAS, n.º 8 Nota: SM = Salário Mínimo de Junho de 2001 = R$ 180,00 Dados extraídos da RAIS de junho de 2001, vem nos confirmar a situação acima descrita, mostrando que 7,0% dos trabalhadores de Teresina, percebiam menos de 01 salário mínimo, cujo valor na época era de R$ 180,00. Deve-se mencionar ainda que, segundo essa fonte, metade dos trabalhadores da capital recebiam menos de 02 salários mínimos, e que 90,6% auferiam até 05 salários mínimos. No outro extremo das faixas de renda encontram-se apenas 2.272 trabalhadores, o equivalente a 3,7% de um universo de 61.991 assalariados, o que coloca Teresina com a menor participação entre todas as capitais brasileiras no extrato de mais de 10 salários mínimos. Quanto à distribuição da renda em Teresina por bairro, apresentada na tabela 08, observa-se uma situação bastante concentrada. Percebe-se que o bairro com renda média mais alta – Frei Serafim – detém uma renda média nominal de R$ 4.859,56, mais de 25 vezes superior ao do bairro Verde Lar, que possuía um valor de apenas R$ 191,05, sendo o de menor renda. Tabela 08 Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social VALOR DO RENDIMENTO MENSAL DOS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS EM TERESINA POR BAIRRO ANO: 2000. BAIRROS Frei Serafim Jóquei Horto São Cristóvão Morada do Sol Verde Lar Tabajaras Gurupi Santa Rosa Cidade Industrial TERESINA RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS 499 768 909 1.516 1.034 1.316 1.355 2.354 472 3.548 MÉDIA NOMINAL (R$) MEDIANA NOMINAL (R$) 4.859,56 4.559,49 3.107,48 3.073,58 2.793,60 191,05 193,88 215,46 224,16 228,92 4.000,00 3.019,00 1.800,00 2.000,00 2.000,00 151,00 151,00 151,00 151,00 151,00 161.443 672,39 295,00 Fonte: Censo Demográfico de – IBGE/2000 Observa-se, ainda, com relação aos bairros de renda mais baixa, que não ocorrem grandes disparidades entre a média e a mediana dos rendimentos dos mesmos, o que comprova uma certa homogeneidade em termos de renda dos habitantes desses bairros. Entre os de população com faixa de renda mais alta o que apresenta maior disparidade entre a média e a mediana é o Horto Florestal, em razão e da existência de uma favela e de casebres isolados. Este quadro permite afirmar que a exclusão econômica, em Teresina, se encontra predominantemente nas vilas e favelas, que se espalham pela periferia urbana da Cidade. No entanto, algumas favelas ou casebres isolados nos diversos bairros inclusive os de nível de renda mais elevados também merecem atenção especial na análise e proposições que objetivem de reduzir a exclusão social, sob o aspecto econômico. 3. SITUAÇÃO DO TRABALHO E RENDA NAS VIL AS E FAVELAS Neste item pretende-se identificar o grau da exclusão econômica e social da a que é submetida a população das vilas e favelas de Teresina. Essas são aglomerações urbanas que surgiram mais em função do fluxo migratório oriundo do interior do Piauí e de outros estados, principalmente em razão do fenômeno da seca e da concentração fundiária. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Esse fluxo intensificou-se em meados da década de oitenta e início da década de noventa, contribuindo para a existência de 56 áreas de vilas e favelas em 1991 e 141 em 1993. A partir deste último ano - embora não se tenha registrado um aumento no número de áreas e diminuído o fluxo migratório para a capital - a população das mesmas continuou crescendo, em decorrência dos problemas habitacionais em vários bairros, dentre os quais, o acirramento do conflito pela posse do solo urbano. Constituindo-se praticamente 19% da população de Teresina, conforme dados da Prefeitura Municipal, de 1999, os residentes das vilas e favelas – juntamente com a população rural – são os que mais sofrem com a situação de exclusão social que acontece em conseqüência da realidade do trabalho e da renda no município, particularmente pela crescente dificuldade do mercado de trabalho em absorver o seu contigente em idade ativa, ou seja, aquela parcela da população que tem idade acima de 10 anos e está apta para o trabalho². ¹ Censo das Vilas e Favelas de Teresina de 1993/96/99 e Teresina em dados (2000)–PMT. ² Segundo a metodologia do Censo das Vilas e Favelas de Teresina de 1993/96/99 Para melhor analisar a situação de exclusão das vilas e favelas de Teresina dividir-se-á esse tópico em três partes: a) Situação da Ocupação no Trabalho; b) Nível de Renda da População; c) A Exclusão Econômica e Social. 3.1 SITUAÇÃO DA OCUPAÇÃO NO TRABALHO Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Dados do Censo das Vilas e Favelas de Teresina indicam que na década de noventa aconteceu uma diminuição acentuada na inserção da população no mercado de trabalho, particularmente da população em idade ativa (PIA). Conforme tabela 09, verificou-se que a população ocupada em idade ativa, cresceu 175,51% entre 1993 e 1999, não acompanhando o crescimento da PIA, que foi de 241,8% neste período. .Enquanto isso, a população desocupada teve aumento de 312,47%, situando-se portanto bem acima do crescimento da população total e da PIA. Tabela 09 SITUAÇÃO OCUPACIONAL DA POPULAÇÃO DAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA. 1993/96/99. POP. ¨POP. EM POP. POP. % ANOS % % % % TOTAL IDADE AT OCUP.( DESOC (C/B)X100 (A) (B) C) (D) 1993 59.088* - 28.745 - 14.826 - 51,58 13.919 - 1996 94.617 60,13 61.827 115,09 28.290 90,81 45,76 33.537 140,94 1999 133.857 41,47 98.260 58,93 40.848 44,39 57.412 71,19 43.493 312,47 126,5 69.515 241,83 26.022 4 FONTE: Censo das Vilas e Favelas – 1993/1996/1999 1993 – 99 74.769 175,52 41,57 - *Essa é a população pesquisada para se obter a população ocupada. De fato a população total de 1993 é de 67.503 habitantes. Deve-se apontar, que de 1993 para 1999 houve uma queda do número médio de membros das famílias, de 4,06 para 3,44 respectivamente, o que contribuiu para que a população total crescesse apenas 126,54%, isto é, abaixo do crescimento da PIA ocupada, atenuando assim os efeitos do crescimento da população desocupada. 3.2. NÍVEL DE RENDA DA POPULAÇÃO Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Como resultado da diminuição da população ocupada observou-se nas vilas e favelas de Teresina uma queda na renda da população a partir de 1996, ou seja 02 anos após a implantação do Plano Real. A tabela 10 mostra que houve um aumento na participação das famílias que percebiam até 01 salário mínimo, que correspondia a 42,16% do total delas em 1996 e que passou para 56,12% em 1999. Essa situação é bastante grave, quando comparada com a realidade do município, no qual apenas 24,40% das famílias tinham em 2001 rendimentos de até 01 salário mínimo. Tabela 10 RENDA MÉDIA MENSAL FAMILIAR P/ FAIXA DE RENDIMENTO NAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA.1993/96/99. FAIXA DE RENDA EM SALÁRIO MÍNIMO 1993 % 1996 % 1999 % 0 a 1 1 a 2 2 a 3 > 3 8.839 2.847 707 325 69,50 22,38 5,56 2,56 9.122 7.922 3.158 1.435 42,16 36,61 14,60 6,63 21.750 10.118 4.055 2.836 56,12 26,10 10,46 7,32 SUBTOTAL 12.718 100,00 21.637 100,00 38.759 100,00 SEM INFORMAÇÃO 1.824 12,54 4.138 16,05 93 0,24 T0 T A L 14.542 - 25.775 - 38.852 - NÚMERO DE FAMÍLIAS Fonte: Censo das vilas e Favelas de Teresina. Anos: 1993/1996/1999. Por sua vez as pessoas que auferiam entre 01 a 03 salários mínimos, que constituíam 51,21% da população ocupada em 1996, tiveram uma diminuição nesta participação para 36,50%, passando assim grande parte delas para o grupo que ganhava até 01 salário. Uma pequena parte dessas pessoas migraram para a faixa acima de 03 salários, que participavam com 6,63% e 7,32% da população ocupada respectivamente aos anos de 1996 e 1999. 3.3. A EXCLUSÃO ECONÔMICA E SOCIAL Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Embora não se tenha dados suficientes para afirmar que a diminuição da participação da população em idade ativa no mercado de trabalho tenha provocado uma maior inserção do contigente populacional de idade igual e abaixo de 10 anos em atividades que visam complementar a renda familiar – lavar e vigiar carro, pedir esmola, dentre outras - pode-se inferir que devido a uma diminuição no nível da renda média familiar isto tenha acontecido, incidindo como fator gerador da prostituição e delinqüência infantil, da violência urbana e da intensificação do uso e do tráfico de drogas na periferia de Teresina. Inclusive essa situação contribuiu para a geração do fenômeno das gangues, que tem sido uma ameaça constante para a população e os negócios estabelecidos em cada localidade. Criou-se assim nas vilas e favelas de Teresina um círculo vicioso, onde a situação econômica e social induz a um aumento da criminalidade e esta por sua vez limita as possibilidades de desenvolvimento daquela. O que evidencia a situação de fragilidade da população em idade ativa nas vilas e favelas de Teresina em relação ao trabalho, especialmente o de caráter formal, é o crescimento do setor terciário na ocupação deste grupo (59,35% em 1993 e 75,64% em 1999) e a diminuição do setor secundário (37,64% em 1993 e 22,27% em 1999). Por ser um setor que por característica exige menos recursos para a realização do investimento, no sentido das pessoas assumirem o próprio negócio, o terciário tem sido a alternativa de opção da população das vilas e favelas como forma de resistência à situação do desemprego e de busca da subsistência. Tabela 11 POPULAÇÃO OCUPADA POR SETORES DE ATIVIDADE NAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA. ANOS: 1993/96/99 FEV/1993 ATIVIDADES PESSOAS OCUPADA S Diagnósticos e Cenários SET/95 – MAI/1996 % PESSOAS OCUPADAS % JUL/SET - 1999 PESSOAS OCUPADAS % Trabalho e Inclusão Social PRIMÁRIO 446 SECUNDÁRIO 5.580 Ind. Cerâmica 45 3,01 37,64 0,30 838 7.391 201 2,96 26,13 0,71 853 9.097 276 Ind. Construção civil 5.093 34,35 6.520 23,05 7.599 170 1,15 293 1,04 457 Ind. Movelaria TERCIÁRIO 8.800 COMÉRCIO ADM. PÚBLICA SERVIÇOS Serv. Domésticos Serv. De Escritório Serv. De Segurança Serv. Gerais Trabalho Autônomo Prof. Lib Serv. Pessoais Prof. Lib.Esporte / lazer / Cultura Prof. Lib. Artesanato Prof. Lib. - Outros 1.770 637 6.393 2.502 98 814 753 65 TOTAL 14.826 59,35 2,09 22,27 0,68 18,60 1,12 20.061 70,91 30.898 75,64 11,93 4,30 43,12 16,88 0,66 5,49 5,08 0,44 3.686 1.496 14.879 5.352 323 1.272 3.583 83 13,03 5,29 52,59 18,92 1,42 4,50 12,67 0,29 7.000 3.078 20.820 6.363 462 1.611 6.172 165 17,14 7,53 50,97 15,58 1,13 3,94 15,10 0,40 96 0,65 170 0,60 403 0,99 27 0,18 73 0,26 114 0,28 36 5 0,24 0,03 63 16 0,22 0,06 189 172 0,46 0,42 28.290 100,00 40.848 100,00 100,00 Fonte: Censo das vilas e Favelas de Teresina. Anos: 1993/96/99. De acordo com dados da tabela 11, percebe-se que a diminuição no nível de ocupação da população em idade ativa ocorre mais naquelas atividades quer por natureza favorece mais um tipo de ocupação onde predomina o vínculo empregatício, seja ele formal ou informal, como é o caso da construção civil – cuja taxa de ocupação diminuiu de 34,35% em 1993 para 18,60% em 1999 – serviços domésticos, serviços de limpeza, segurança, etc. Em razão disso, verifica-se uma elevação na ocupação daquelas atividades que por exigir pouco investimento proporciona condições das pessoas se tornarem profissionais autônomos ou empreendedores, tais como: comércio em geral (11,93% em 1993 e 17,14% em 1999), artesanato, serviços gerais, etc. O Censo das Vilas e Favelas de Teresina revela que as mudanças que estão ocorrendo a nível da economia mundial e brasileira, no que concerne à questão do emprego, está acontecendo na periferia de Teresina, ou seja, o emprego formal ou o posto de trabalho informal estando em função dos novos paradigmas tecnológico e das políticas econômicas governamentais, cedem lugar Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social para as iniciativas individuais em colocar o próprio negócio, como forma de buscar a própria subsistência. 4. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA O fenômeno do desemprego no Brasil tem assumido desde a década de noventa uma feição dramática para grande parte da população, como resultado, de uma política econômica de alta taxa de juros e de conseqüente contenção dos investimentos e de inserção intensiva no processo de globalização, dificultando assim o seu crescimento econômico. A diminuição na oferta de empregos formais tem induzido o crescimento das atividades informais, no qual destaca-se o profissional autônomo e o pequeno empreendedor, que excluídos da formalidade buscam de alguma maneira a própria sobrevivência e a da sua família. Essa forma de ocupação tem sido identificada como a que mais cresce no país em termos de inserção no sistema produtivo. Nas diversas esferas governamentais observa-se a implementação de políticas que propõem alternativas para a solução do problema do desemprego e dos baixos níveis de renda, assim como uma maior presença de entidades não governamentais no sentido de fomentar a empregabilidade e ações empreendedoras junto aos segmentos sociais menos favorecidos da sociedade. No município de Teresina constata-se a presença do poder público e das instituições não governamentais buscando estimular a geração de trabalho e de renda. Atualmente são mais de 30 (trinta instituições) que se envolvem nessa missão, implementando diversas ações, dentre as quais destacam-se: Qualificação Profissional e o Microcrédito. 4.1. A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Diagnósticos e Cenários A Trabalho e Inclusão Social Nos últimos anos, uma crescente quantidade de entidades vem atuando em Teresina no sentido de promover a qualificação profissional através da realização de cursos voltados para o autônomo e empreendedor, tais como: manicure e pedicure, cabeleireiro, operador em microcomputador, entre outros. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Emprego/Piauí – SINE/PI – em 2001, 26 (vinte e seis) entidades executoras foram contempladas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT –totalizando um valor de R$ 3.514.104,00 naquele ano. Com este valor foi possível qualificar 34.952 pessoas, ou seja, o equivalente a 21,11% do total das pessoas ocupadas formalmente em Teresina no ano de 1999.(conforme tabela 4). Observando a tabela 12, percebe-se que de 1998 a 2001, nas entidades Fundação Wall Ferraz e SENAI, foram qualificadas 56.408 pessoas, havendo um crescimento de ano para ano, com exceção de 2000 para 2001. Tabela 12 QUANTIDADE DE PESSOAS BENEFICIADAS PELA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NA FUNDAÇÃO WALL FERRAZ E SENAI. 1998/1999/2000/2001 ANO PESSOAS BENEFICIADAS VARIAÇÃO(em %) 1998 1999 2000 2001 8.019 9.765 10.287 9.025 21,77 10,88 (12,27) TOTAL 56.408 100,00 FONTE: Fundação wall Ferraz-Assessoria Técnica/ SENAI-Divisão de Formação Profissional Embora seja altamente positivo a quantidade de beneficiados pelos cursos profissionalizantes das diversas entidades, constatou-se que os critérios adotados na definição dos mesmos nem sempre garantem a inserção no mercado de trabalho deste contingente de pessoas capacitadas. Geralmente o critério político ou de caráter reivindicatório se sobrepõem sobre a avaliação técnica, ou seja, não se realizam estudos para identificar as necessidades do mercado de trabalho. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Outra situação desfavorável é a superposição de cursos oferecidas por mais de uma entidade, que muitas vezes concentram-se numa mesma localidade, e a desarticulação da qualificação profissional com outros tipos de ações, como o crédito, apoio a comercialização, capacitação gerencial, dentre outras. Neste sentido, nota-se a falta de ações continuadas em relação aos beneficiados pela qualificação profissional, que após a realização dos cursos não encontram condições de se inserir no mercado de trabalho ou de iniciar o próprio negócio. 4.2. O ACESSO AO CRÉDITO Com a criação de alguns programas de financiamento, como o Fundo de Geração de Emprego e Renda da Prefeitura Municipal de Teresina – implantado em 1994 e hoje transformado em Banco Popular – e do Banco do Povo do governo do estado, que funciona desde 2001, o crédito de investimento assumiu uma função importante para o desenvolvimento da economia informal da cidade. Uma outra experiência de crédito voltada para o investimento nas atividades informais, foi o Programa de Geração de Emprego e Renda do Nordeste do Brasil – PROGER, que era gerido pelo Banco do Nordeste, e que atendia as associações produtivas e as cooperativas. Há dois anos o PROGER foi desativado, entre outros motivos por ter registrado um elevado índice de inadimplência. A vinculação do repasse do crédito à associações e cooperativas provocou a criação de várias entidades de bairros para esse conscientização fim, sem no entanto, ter havido um trabalho de dos seus membros para os seus objetivos, que extrapolam a mera obtenção do financiamento. Quanto ao crédito voltado para atender a necessidade de capital de giro do produtor informal, só mais recentemente – período de 04 anos – surgiram Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social instituições e linhas de crédito direcionadas para este público, como é o caso do CEAPE e do CrediAmigo do Banco do Nordeste. São duas experiências cujo repasse de recursos tem crescido consideravelmente nesse período, inclusive mantendo um nível de inadimplência suportável, situando-se abaixo de 4% das operações efetuadas. Tabela 13 QUANTIDADE DE CLIENTES ATENDIDOS PELO CRÉDITO DE CAPITAL DE GIRO OFERTADO PELO CEAP E BNB. 1998/2002 ANO CLIENTES ATENDIDOS VARIAÇÃO (em %) VALOR CONTRATADO VARIAÇÃO (em %) 1998 7.242 - 2.277.590,50 - 1999 8.805 164,59 9.058.689,00 297,74 2000 15.826 71,22 15.690.256,00 73,21 2001 28.245 51,89 22.985.089,71 46,50 1998/2001 - 290,02 TOTAL 60.118 - - 909,19 50.011.625,21 - FONTE: CEAPE/PI E CREDIAMIGO/PI De acordo com a tabela 13, observa-se que em 04 anos de atuação as duas instituições citadas ofertaram um montante de crédito correspondente a R$ 50.011.625,21, num total de 60.118 operações. Vale frisar que de 1998 a 2001 houve um aumento de 909% no montante de crédito concedido e 290% no número dos clientes atendidos. Considerando unicamente a disponibilidade dos recursos do CrediAmigo do Banco do Nordeste, verifica-se que a sua distribuição por sexo é equilibrada, com 51% para os homens e 49% par as mulheres. Em relação à distribuição dos valores do crédito do CrediAmigo, conforme tabela 14, constata-se que o intervalo de R$ 600,00 a R$ 1.000,00 é o mais contemplado, beneficiando 32% do total dos clientes atendidos. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Em seguida vem o intervalo compreendido entre R$ 300,00 a R$ 600,00, que participa com 28% do total. Tabela 14 DISTRIBUIÇÃO DO CRÉDITO DO CREDIAMIGO PARA CAPITAL DE GIRO POR VALORES. ANO: 2001 VALOR CONTRATADO (EM R$) % 0 a 300,00 13 300,00 a 600,00 28 600,00 a 1.000,00 32 1.000,00 a 2.000,00 6 Acima de 2.000,00 11 TOTAL 100 FONTE: Banco do Nordeste - CrediAmigo Embora a quantidade de recursos financeiros concedidos para as atividades informais seja algo relevante para o desenvolvimento deste setor da economia, percebe-se a desarticulação entre as diferentes entidades no sentido de atuarem conjuntamente buscando a integração das ações. É importante ressaltar, que os resultados das ações das políticas públicas de geração de emprego e renda, muitas vezes ficam comprometidos quando a atuação das entidades que implementam essas políticas não consideram o perfil do público que buscam beneficiar, principalmente, aquele que localiza-se na periferia da cidade, nas vilas e favelas. Diferentemente das pessoas que residem nos bairros menos distantes do centro de Teresina, os residentes da periferia, por terem em sua maioria imigrado mais recentemente do meio rural para a capital, possuem traços psicológicos e culturais resistentes à prática de uma economia voltada para o mercado e à uma ação empreendedora. Dentre esses traços destacam-se : a relação de submissão e dependência ao poder público – herança da relação de trabalho estabelecida no campo – a visão imediatista, a falta de perspectiva de Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social melhoria de vida e o baixo nível de auto-estima. Tudo isso redunda numa certa dificuldade em buscar uma autonomia no que concerne a atividade econômica. Deve-se também mencionar o baixo nível de instrução que se constata nesta população, que é um obstáculo para a condução do próprio negócio, e que não significa necessariamente a falta da instrução escolar, mas a incapacidade de se expressar na linguagem oral e escrita, e no cálculo matemático. Até mesmo pessoas que concluíram o 2º grau revelam dificuldades na comunicação com o poder público e a sociedade em geral através da escrita, sendo incapazes de elaborarem cartas, ofícios, ou então entender um texto oficial, ou até mesmo as matérias de um jornal ou de uma revista. A falta da prática da leitura e da escrita – decorrente da impossibilidade financeira de acesso a jornais, revistas, livros, etc - levam essas pessoas a uma situação de analfabetismo funcional, que os impede consequentemente de uma melhor desenvoltura no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. 5.SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS Seguindo a metodologia do planejamento estratégico apresentaremos a seguir uma síntese do diagnóstico da situação de ocupação e renda em Teresina, considerando o que se denomina de FOFA, ou seja, os seguintes elementos: a) Forças; b) Oportunidades; c) Fraquezas; d) Ameaças. Também apresentar-se-á os cenários ou a visão de futuro para a cidade, o que se entende por: Cenário inercial e Cenário desejável. AS FORÇAS • Elevação do nível de escolaridade da população e crescimento da oferta de vagas; Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social • Teresina é um centro comercial e de prestação de serviços com influência regional; • Desenvolvimento de atividades com utilização intensiva de mão-de-obra, a destacar: - Pólo de Saúde - Turismo de negócios e eventos - Produção e comercialização de artesanato - Pólo de confecção • Diminuição da taxa de crescimento da população, inclusive das vilas e favelas; • Existência de um movimento social organizado, tanto no meio popular como no sindical. AS OPORTUNIDADES • Elevação da oferta de cursos de qualificação profissional; • Aumento da disponibilidade de recursos para o microcrédito; • Potencial de complementaridade com cidades da região; • Desenvolvimento do setor agro-industrial na região. AS FRAQUEZAS • Baixo nível de ocupação e de renda da população urbana; • Elevada concentração de renda; • Elevada dependência da renda gerada ou transferida pelo setor publico; • Aumento da informalidade e do desemprego; • Diminuição da taxa de ocupação da população em idade ativa – PIA das vilas e favelas de Teresina; • Aumento da delinqüência infantil e a prostituição de menores; Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social • Desarticulação entre as instituições de pesquisa e o setor produtivo; • Inexistência de estudos sistematizados sobre o mercado de trabalho em Teresina; • Falta de articulação entre as instituições e as diversas políticas publicas voltadas para o emprego e renda (crédito, qualificação, apoio a comercialização, intermediação de mão-de-obra, assistência técnica e gerencial etc.); • Superposição de ações de políticas publicas numa mesma área; • Burocracia no financiadores; • Baixo nível de acompanhamento/apoio (capacitação /crédito); • Falta de qualificação dos técnicos da Prefeitura Municipal de Teresina para trabalhar em políticas publicas, mais particularmente com o publico de vilas e favelas, que tem um nível sócio – cultural diferenciado. • Predomínio de ocupações em ramos de atividades que exigem baixa qualificação profissional e oferecem baixa remuneração. processo de liberação do microcrédito gerencial aos por agentes beneficiários AMEAÇAS • Baixos índices de crescimento da economia nacional; • Incapacidade do mercado urbano em absorver a abundante oferta da força de trabalho local, majoritariamente desprovida de qualificação; • Disseminação das “gangues” e do narcotráfico, promovendo a insegurança e a violência urbana; • Crescimento desordenado da cidade ocasionado por pressões e problemas sociais desencadeados tanto no interior do Estado como nas áreas de influencia regional de Teresina. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social CENÁRIO INERCIAL • Renda média em Teresina permanecendo capitais nordestinas; • Mercado de trabalho marcado pela precariedade das ocupações (formais e informais); • quadro de insegurança e violência afetando a atividade econômica e consequentemente a geração de trabalho e renda; • Agravamento do quadro de desemprego em Teresina, mais especificamente na sua periferia; • Execução de políticas públicas voltadas para a promoção do emprego e da renda de forma desarticulada, sem efeito concreto na reversão do quadro de pobreza na cidade; • Aumento da violência urbana. como a mais baixa dentre as CENÁRIO DESEJÁVEL • Renda média de Teresina igual ou superior a média das capitais nordestinas, com um padrão de distribuição mais justo da mesma; • Teresina com uma melhor qualidade da ocupação informal, bem como um crescimento na geração de empregos formais; • Disponibilidade de informações e estudos consistentes para subsidiar a formulação e execução de políticas integradas de emprego e renda na capital; • Teresina com uma rede integrada de apoio à produção e comercialização de produtos oriundos de pequenos empreendimentos; • Teresina como um pólo aglutinador do comércio dos produtos artesanais da região; • A cidade com um sistema eficaz de intermediação de mão-de-obra formal e de trabalhadores autônomos; • As políticas públicas voltadas para a geração de trabalho e renda funcionando de forma articulada, aumentando a inserção da população carente no mercado de trabalho; Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social • Diminuição acentuada da delinqüência infanto-juvenil e da prostituição de menores; • Consolidação do movimento social (popular e sindical) em Teresina. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social ANEXOS Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Tabela 01 PERFIL DOS TRABALHADORES URBANOS DE TERESINA SEGUNDO A ATIVIDADE PRINCIPAL. ANO: 2000 Nº DE ATIVIDADE PRINCIPAL % TRABALHADORES 1. SERVIÇO 406 49,76 Serviço público 229 28,06 Prestação de serviço 91 11,15 Magistério 26 3,19 Funções de escritório, burocráticas e 18 2,21 auxiliares Profissional liberal 20 2,45 Área de comunicação 06 0,74 Motorista (privado) 10 1,22 Empregada doméstica 06 0,74 2. COMÉRCIO 218 26,72 Comércio formal 165 20,22 Comércio informal 53 6,50 3. SUB-TOTAL (1+2) 624 76,48 4. INDÚSTRIA 140 17,15 Industria da Construção civil 67 8,21 Indústria de alimentação e bebidas 20 2,45 Indústria de confecções 21 2,57 Indústria mecânica e metalúrgica 10 1,22 Indústria de móveis 06 0,74 Indústria gráfica 03 0,37 Costureira 13 1,59 5. OUTROS 52 6,37 T O T A L (3+4+5) 816 100,00 Fonte: Fundação Cepro – Setembro /1998 (pesquisa direta). Perfil do Trabalhador Piauiense. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social Tabela 02 DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL OCUPADO E RENDIMENTOS EM TERESINA, SEGUNDO OS SETORES DE ATIVIDADES. ANO: 1999. RAMOS PESSOAL OCUPADO RENDIMENTOS DE (PO) ATIVIDADES Nº (%) R$ 1.000,00 (%) Agropecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Pesca 1.160 0,71 2.033 0,23 Indústrias Extrativas 93 0,06 158 0,02 Indústrias de Transformação 12.918 7,91 35.437 3,98 Construção Civil 10.299 6,31 30.549 3,43 Comércio: reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 29.504 18,06 62.726 7,03 Alojamento e Alimentação 3.468 2,12 6.820 0,77 Transporte, Armazenagem e Comunicações 6.051 3,71 37.715 4,23 Intermediação Financeira 2.288 1,40 49.353 5,54 Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados 8.456 5,18 31.205 3,50 às Empresas Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 68.227 41,80 482.361 54,03 Educação 7.607 4,68 70.084 7,86 Saúde e Serviços Sociais 4.648 2,85 14.537 1,64 Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais 7.648 4,68 51.330 5,76 Não Classificado 864 0,53 17.601 1,98 TOTAL 163.231 100,00 892.909 Fonte: Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – IBGE/1999 Diagnósticos e Cenários 100,00 Trabalho e Inclusão Social Tabela 03 NÚMERO DE UNIDADES LOCAIS, PESSOAL OCUPADO E RENDA MÉDIA ANUAL EM TERESINA, POR RAMOS DE ATIVIDADES, NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL. ANO: 1999 Pessoal Rendimento Unidade Local Ramos de Atividades Ocupado Médio Anual (UL) (PO) (R$ ) Agropecuária, Silvicultura e Exploração Florestal 132 1.160 1.752,59 Pesca 2 0 Indústrias Extrativas 13 93 1.698,92 Indústrias de Transformação 1.227 12.918 2.743,23 Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água Quente 3 0 Construção Civil 665 10.299 2.966,21 Comércio: reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 8.717 29.504 2.126,02 Alojamento e Alimentação 698 3.468 1.966,55 Transporte, Armazenagem e Comunicações 337 6.051 6.232,85 Intermediação Financeira 197 2.288 21.570,37 Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados às Empresas 1.152 8.456 3.690,28 Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 66 68.227 7.069,94 Educação 425 7.607 9.213,09 Saúde e Serviços Sociais 417 4.648 3.127,58 Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais 1.141 7.648 6.711,56 Não Classificado 864 20.371,53 TOTAL 15.192 163.231 Fonte: Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – IBGE/1999 Diagnósticos e Cenários 5.470,22 Trabalho e Inclusão Social Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social TABELA 04 ANOS 1993 SITUAÇÃO OCUPACIONAL DA POPULAÇÃO DAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA. 1993/1996/1999. ¨POPULAÇÃO POPULAÇÃ % POPULAÇÃO POPULAÇÃ % % % % %(D/B)x100 EM IDADE O OCUPADA (C/B)X10 DESOCUPAD O TOTAL (A) ATIVA (B) (C)** A (D)** 0 51,58 48,42 59.088* 28.745 14.826 13.919 - 1996 94.617 60,13 61.827 115,09 28.290 90,81 45,76 33.537 140,94 54,24 1999 133.857 41,47 98.260 58,93 40.848 44,39 41,57 57.412 71,19 58,43 26.022 175,52 - 43.493 312,47 - 1993 – 126,54 241,83 74.769 69.515 1999 Fonte: Censo das Vilas e Favelas – 1993/1996/1999. *Essa é a população pesquisada para se obter a população ocupada. De fato a população total de 1993 é de 67.503 habitantes. ** Em idade ativa, ou seja, acima de 10 anos e apta para o trabalho Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social TABELA 05 NÍVEL DA POPULAÇÃO OCUPADA E O NÍVEL DE RENDA NAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA. ANOS: 1993/96/99 ANOS POP. EM IDADE ATIVA (A) POP. OCUPADA* (B) % (B/A)X100 POP. DESOCUPADA* © % (C/A)X100 RENDA MÉDIA FAMILIAR (EM SAL. MÍNIMO)** 1993 28.745 14.826 51,58 13.919 48,42 0,84 1996 61.827 28.290 45,76 33.537 54,24 1,20 1999 98.260 40.848 41,57 57.412 58,43 1,01 Fonte: Censo das Vilas e Favelas de Teresina. Anos: 1993/1996/1999. * Em idade ativa. ** Renda média da população que aufere um valor de até 03 salários mínimos. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social TABELA 06 RENDA MÉDIA MENSAL FAMILIAR P/ FAIXA DE RENDIMENTO NAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA.1993/96/99. FAIXA DE RENDA EM SALÁRIO MÍNIMO NÚMERO DE FAMÍLIAS 1993 % 1996 % 1999 % 8.839 2.847 707 325 69,50 22,38 5,56 2,56 9.122 7.922 3.158 1.435 42,16 36,61 14,60 6,63 21.750 10.118 4.055 2.836 56,12 26,10 10,46 7,32 SUBTOTAL 12.718 100,00 21.637 100,00 38.759 100,00 SEM INFORMAÇÃO 1.824 12,54 4.138 16,05 93 0,24 T0TAL 14.542 - 25.775 - 38.852 - 0 a 1 1 a 2 2 a 3 > 3 Fonte: Censo das vilas e Favelas de Teresina. Anos: 1993/1996/1999. Diagnósticos e Cenários Trabalho e Inclusão Social TABELA 07 POPULAÇÃO OCUPADA POR SETORES DE ATIVIDADE NAS VILAS E FAVELAS DE TERESINA. ANOS: 1993/96/99 FEV/1993 SET/95 – MAI/1996 JUL/SET - 1999 3,01 37,64 0,52 0,30 1,30 34,35 1,15 0,02 59,35 11,93 4,30 43,12 16,88 3,40 1,32 0,66 3,01 5,49 PESSOAS OCUPADA S 838 7.391 168 201 209 6.520 293 20.061 3.686 1.496 14.879 5.352 718 348 323 1.066 1.272 2,96 26,13 0,59 0,71 0,74 23,05 1,04 70,91 13,03 5,29 52,59 18,92 2,54 1,23 1,42 3,77 4,50 853 9.097 278 276 487 7.599 457 30.898 7.000 3.078 20.820 6.363 1.313 598 462 811 1.611 2,09 22,27 0,68 0,68 1,19 18,60 1,12 75,64 17,14 7,53 50,97 15,58 3,21 1,46 1,13 1,98 3,94 317 2,14 585 2,07 897 2,19 753 5,08 3.583 12,67 6.172 15,10 360 2,43 788 2,78 1.115 2,72 16 0,11 58 0,20 60 0,15 146 0,98 381 1,35 377 0,92 65 13 96 0,44 00,9 0,65 83 170 0,29 0,60 165 403 0,40 0,99 27 0,18 73 0,26 114 0,28 36 5 0,24 0,03 63 16 0,22 0,06 189 172 0,46 0,42 14.826 100,00 28.290 100,00 40.848 100,00 ATIVIDADES PESSOAS OCUPADAS % PRIMÁRIO SECUNDÁRIO Ind. Alimentícia/bebidas Ind. Cerâmica/olarias Ind. Metalúrgica Ind. Construção civil Ind. movelaria Ind. Confecções TERCIÁRIO COMÉRCIO ADM. PÚBLICA SERVIÇOS Serv. Domésticos Serv. Transporte Serv. De carga Serv. De Escritório Serv. De Limpeza Serv. De Segurança Serv. De mecânica /veículo. Serv. Gerais Serv. De Corte e Costura Serv. Gráfico/Propaganda Serv. Técnicos Especializados. Trabalho Autônomo Profissionais liberais Prof. Lib Serv. Pessoais Prof. Lib.Esporte/lazer/Cultur a Prof. Lib. Artesanato Prof. Lib. - Outros 446 5.580 77 45 192 5.093 170 3 8.800 1.770 637 6.393 2.502 504 1 95 98 446 814 TOTAL Fonte: Censo das vilas e Favelas de Teresina. Anos: 1993/96/99. Diagnósticos e Cenários % PESSOAS OCUPADAS %