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PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA
O adeus de um pioneiro
Arte para muitos anos
Morre Joelmir Beting, o jornalista que
começou a popularizar a economia
brasileira. ➥ P11 e leia artigo de Ricardo Galuppo na pág. 40
Pelaprimeiravez,aPirellilançaseu
famosocalendárionoRioedáumtom
socialàabordagemdasfotos. ➥ P28
Divulgação
SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 30 DE NOVEMBRO, 1º E 2 DE DEZEMBRO , 2012
O
ANO 4 | N 820 | R$ 3,00
Dilma vai vetar hoje parte da lei
de royalties que prejudica RJ e ES
Em reunião ontem à tarde com os ministros de Minas e Energia, da Casa Civil e da AGU, presidente Dilma decidiu preservar
os direitos dos estados produtores. Royalties sobre a produção futura de petróleo serão definidos em medida provisória. ➥ P6
Daniel Marenco/Folhapress
Carga tributária
é recorde e chega
a 35,3% do PIB
Felipão na entrevista coletiva
à imprensa: telefonema
e pedido de desculpas para o
presidente do Banco do Brasil
Segundo a Receita Federal,
contribuintes, em 2011, pagaram
R$ 1,463 trilhão em impostos. ➥ P7
Expectativa de
vida de brasileiros
sobe para 74 anos
IBGE mostra envelhecimento da
população, que pode aumentar
pressão sobre INSS e Saúde. ➥ P4
Netshoes ruma
para seu primeiro
bilhão de reais
Expansão do faturamento contou
com ajuda de operações externas,
na Argentina e no México. ➥ P18
Sinta uma
saudável nostalgia
com os objetos retrô
Rádio de válvula, minigeladeira
e até uma Vespa ajudam a
voltar aos “bons tempos” e até
ter saudade de uma época em
que nem se tinha nascido. ➥ P35
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
Bovespa — São Paulo
Dow Jones — Nova York
FTSE 100 — Londres
29.11.2012
COMPRA
VENDA
2,0950
2,7292
2,0970
2,7301
META
EFETIVA
VAR. %
ÍNDICES
7,25%
2,32
0,28
1,15
7,14%
57.852,53
13.021,82
5.870,30
Com Felipão, a seleção entra
em nova era do marketing
Para especilistas, o carisma do novo técnico ajuda a aproximar o time nacional da população e, por tabela,
favorece os patrocinadores. Mas em seu primeiro dia Scolari já provocou polêmica com o Banco do Brasil. ➥ P24
Um jeito diferente PIB dos EUA sobe
de negociar ações 2,7% e surpreende
Especialista em finanças comportamentais, que atua
no mercado de capitais desde os 15 anos, aconselha a
deixar as emoções de lado na hora de investir. ➥ P30
Boa notícia coincidiu com a ampliação dos esforços
de Obama para evitar o “abismo fiscal”, que incluiu
almoço com Mitt Romney na Casa Branca. ➥ P36
2 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Avanço
CARTAS
ROBERTO FREIRE
Deputado federal por São Paulo
e presidente nacional do PPS
Renato Araújo/ABr
“Meritocracia ganha espaço nas empresas
brasileiras” (publicado em 24/10/2012 )
é um artigo bastante oportuno pois retrata
como a gestão estratégica da remuneração
pode, ao mesmo tempo, alavancar os
resultados da empresa e propiciar o
desenvolvimento e retenção de talentos.
Os recursos para distribuição da bonificação
acabam sendo auto sustentáveis
financeiramente. Entretanto, é preciso
que as metas sejam claras, mensuráveis,
de fácil gerenciamento e atreladas ao
desdobramento estratégico da organização.
Não é fácil fazer a gestão e tão pouco
engajar a todos dentro desta nova realidade,
mas vale muito a pena pois o resultado é
gratificante. Tive a oportunidade de conhecer
a metodologia e realmente agrega valor
para as pessoas e para a empresa.
Angelo Cacioli Jr.
Santo André (SP)
Felix Fischer
Presidente do Superior Tribunal de Justiça
O Superior Tribunal de Justiça suspendeu
sentença que impedia a expansão do metrô
de São Paulo devido a problemas na
desapropriação de um imóvel. Segundo o
Metrô a expansão acrescentará
11,5 quilômetros (km) à Linha 5 (Lilás).
Retrocesso
Divulgação
Quanto à matéria “Confiança na economia
da Zona do Euro avança em novembro”
(publicada em 29/11/2012), para a economia
global os efeitos são mínimos possíveis,
mas na zona do euro isso vai trazer uma
grande mudança, principalmente para
países como Portugal, Espanha, Grécia
e Itália, que dependem do resto
do países que formam a zona do euro.
José Alfredo Tomaz
Santa Cruz das Palmeiras (SP)
No que se refere à matéria “‘Não deixarei
o Genoino em paz’, declara Bolsonaro”
(publicada em 26/11/2012), o deputado
Bolsonaro deveria olhar para o seu
partido, a bela história que tem o
PP dele e do Maluf. Chega de hipocrisia
deputado, nem as Forças Armadas não
reclamaram. O nobre deputado deveria
lavar a boca para falar dos movimentos
sociais, principalmente da União
Nacional dos Estudantes (UNE).
Ernando Correia de Oliveira
São Bernardo do Campo (SP)
OPINIÃO
Francisco Franco
Presidente da Casa da Moeda do Brasil
A instituição foi multada em R$ 860 mil por
danos ao meio ambiente. De acordo com o
Instituto Estadual do Meio Ambiente, a Casa da
Moeda fez despejos de resíduos sem tratamento
no Canal de São Francisco, descumprindo
termo de licenciamento ambiental.
CONECTADO
[email protected]
Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
Go Try On
Fayve
Wickr
Vai para uma evento de
negócios, mas está em dúvida
se a composição da roupa com
os acessórios está apropriada
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visa equacionar dúvidas
desse gênero, em tempo real.
Para tanto, basta tirar uma foto
do look pelo gadget que a equipe
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criticamente a combinação
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Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
E-mail: [email protected]
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
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Economia caminha
no ritmo de Collor
A presidente Dilma Rousseff já se aproxima da metade de seu mandato, mas tem pouco a apresentar à população. Na economia, o país
não avança e deve fechar o biênio 2011-2012 com a pior média de
crescimento do PIB desde o governo de Fernando Collor. De acordo
com a pesquisa do Boletim Focus, do Banco Central (BC), que considera uma expansão da economia de 1,5% prevista para este ano, o
crescimento médio anual do PIB deverá ser de apenas 2,1%. Para
efeito de comparação, no mesmo período dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, cujo legado é sistematicamente desconstruído pelos petistas, a média de crescimento foi de 3,2% e 2,3%,
respectivamente. Os índices de Lula, impulsionados por um cenário econômico internacional altamente favorável na época, são de
3,4% e 5,6%, ainda abaixo da média mundial no período. Só Collor,
hoje notório aliado do petismo, teve média pior que Dilma (0,25%).
Os números raquíticos apresentados pelo atual governo deixam o Brasil em posição vergonhosa se comparado a outros países
emergentes. Segundo levantamento do economista Alcides Leite,
feito com base em projeções do Fundo Monetário Internacional
(FMI), no acumulado de 2011 e 2012 a economia brasileira deve
crescer cerca de um terço dos emergentes (4,2% a 11,8%). No grupo dos Brics, ficaremos na lanterna, atrás de Rússia (8,2%), Índia
(12%), China (17,7%) e até da África do Sul (5,8%), cuja taxa de
desemprego chega a 25%. Em relação aos principais países da
América Latina, novo vexame: o Peru deve fechar este biênio
com uma expansão acumulada de 13,3%, seguido por Argentina
(11,7%), Chile (11,2%), Colômbia (10,5%) e México (7,8%). Não é
só. Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que, apesar de sentirem os efeitos da desaceleração mundial, os emergentes crescerão mais que o Brasil em 2012. Na China, o PIB deve avançar 7,5%,
contra 4,4% da Índia, 3,4% da Rússia e 2,6% da África do Sul.
É inegável que o país perdeu oportunidades,
ficando atrás dos demais emergentes
O Brasil segue patinando no governo Dilma, também graças à
irresponsabilidade e ao populismo desenfreado de seu antecessor. Apesar de números melhores nos oito anos sob Lula, é inegável que o país perdeu oportunidades, ficando muito atrás dos demais emergentes, mesmo em um período marcado pelo “boom”
econômico da economia internacional, entre 2003 (quando o PT
assumiu o poder) e 2008. Na ocasião, houve absoluta falta de
compromisso com um projeto de desenvolvimento nacional, fazendo com que hoje o país pague um preço muito alto, sobretudo pela falta de investimento em infraestrutura. Não bastasse ter
tolerado a corrupção do mensalão ou as fraudes de pareceres técnicos em favor de empresas — mais recente escândalo protagonizado pela ex-chefe da gabinete do escritório da Presidência em
São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, ligada a Lula —, além
de tentado reabilitar politicamente o ex-presidente Collor, o PT
termina o ano de braços dados ao ex-adversário no que diz respeito ao lamentável desempenho econômico sob seus governos.
Infelizmente, as perspectivas são desanimadoras também para
2013. A incompetência governamental é demasiada. ■
NESTA EDIÇÃO
Luz solar dentro dos escritórios
A multinacional alemã Osram está desenvolvendo
tecnologia para trazer para dentro dos edifícios a mesmas
condições de iluminação do ambiente externo. ➥ P13
Novo acesso para o Porto de Paranaguá
O governador do Paraná, Beto Richa, deu autorização para que
seja realizada a licitação para contratar os serviços que vão
permitir a construção do novo acesso ao Patio de Triagem. ➥ P23
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
PAULO RABELLO DE CASTRO
Presidente do conselho de economia
da Fecomercio e do Lide Economia
[email protected]
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
B Mathur/Reuters
Mais um pacote grego,
o mundo pode respirar
A estreiteza de opções deixará os
gregos amarrados por longo tempo
O interesse dos governos europeus e, particularmente, da
Alemanha, neste momento, é promover uma recompra dos papéis gregos, profundamente desvalorizados, diretamente no
mercado. Os credores angustiados aceitariam fortes descontos,
correspondentes a yields atuais de 13 a16% ao ano. Será uma caminhada lenta e penosa, como as tortuosas rodadas da dívida
brasileira nas décadas de 1980 e 90. Com duas diferenças: nossa
dívida nunca chegou perto de 100% do PIB, enquanto o potencial brasileiro de produzir dólares de exportação, mesmo nos
piores períodos da relação de trocas com o resto do mundo, foi
sempre maior e mais diversificado do que o da franzina economia grega. A estreiteza de opções deixará os gregos amarrados
por longo tempo, fórmula certa para mais instabilidade.
A lição de casa que os europeus não estão conseguindo fazer —
não por incompetência, mas por dificuldade política de amarrar
compromissos sobre prejuízos a serem repartidos — é reduzir a
dívida grega até o ponto em que o pagamento do seu serviço, no
futuro, se torne de fato algo plausível. Hoje não é. A trajetória
atual ainda é mais para quebrar do que pagar. Recordemo-nos
do exemplo da vizinha Argentina, que teve sua dívida externa
recortada em 75%, restando apenas 25% para pagar. Isso foi há
dez anos. E ainda assim, com toda a vantagem que obteve, está
de novo na boca do caixa. Alguns dirão: mas esses são os argentinos! Mas direi eu: e os gregos, que pensam deles os credores? ■
Lula ficará 12 dias em giro internacional
O ex-presidente decidiu sair de cena. Literalmente. Na próxima segunda, ele embarca para um
giro internacional de 12 dias por Catar, Berlim, Paris e Barcelona. Lula ficará recluso em seu apartamento no fim de semana se preparando. Um graduado assessor do ex-presidente disse à coluna que seria muito “egocentrismo” da imprensa fazer ilações sobre a decisão, já que as viagens
estariam agendadas muito antes do caso RosemaryNoronha, a ex-número 1 da Presidência da
República em São Paulo. Marco Aurélio Carvalho, advogado do PT, vai além. “Lula não deve explicações porque não é alvo de nenhuma investigação. Rosemary viajou com ele porque essa era
uma prerrogativa do cargo que ela tinha.” Ainda segundo o petista, estão atribuindo à ex-chefe
de gabinete uma importância muito maior do que ela de fato tinha. Detalhe: Rosemary que viajou com Lula para 24 países entre 2003 e 2010. ■
Ex-presidente visitará
metalúrgicos da Alemanha
“Ele tem que se explicar”,
diz o jurista Hélio Bicudo
Em Berlim, Lula participará de um evento e será
homenageado pelo Sindicato dos Metalúrgicos
da Alemanha. Em Barcelona, ele receberá o
Prêmio Catalunha. Já em Paris e no Catar, ele
faz palestras remuneradas para clientes não
revelados nem por decreto ou reza brava.
Na modesta opinião do jurista Hélio Bicudo, um
ex-petista histórico, as viagens do ex-presidente
tem apenas um propósito. “Ele vai sair do
país para fugir da responsabilidade de se
explicar. Mas ele precisa dar explicações.
Não pode haver a sacralização de ninguém.”
CURTAS
➤
●
Petistas de todos os
escalões ouvidos pela
coluna fazem coro com a mesma
tese. Apesar de filiados ao PT,
Rosemary e Paulo Vieira, os dois
protagonistas da Operação
Porto Seguro, nunca foram
militantes de verdade da sigla.
➤
●
O lutador de MMA estará nas ações que vão divulgar
o novo visual da motocicleta CG 150 , em uma
campanha preparada pela Young&Rubicam. ➥ P27
A declaração do
marqueteiro João Santana
defendendo que Lula seja
candidato ao governo paulista
em 2014 repercutiu fortemente
no evento dos prefeitos eleitos
do PSDB paulista, ontem, na
capital. A avaliação mais ouvida
é que o ex-presidente seria o
oponente mais forte e o partido
precisa se preparar para isso.
Em prol do pescado nacional
➤
●
Minotauro faz campanha da Honda
O articulista Luz Valle avalia as últimas medidas do governo para a
aquicultura e as mudanças na produção de pescados , e alerta que
só haverá produção competitiva pelo esforço conjunto. ➥ P39
A coincidência de nomes
entre o Paulo Vieira da
Operação Porto Seguro e o
homônimo do caso Dersa foi
motivo de piada. “Ninguém
mais vai usar esse nome nos
debates”, diz um tucano.
➤
●
Entidades de Servidores
da Polícia Civil paulista
articulam nova mobilização
por salários maiores.
A previsão é de clima tenso...
PRONTO, FALEI
“Militar é com
a sociedade, na
rua, no núcleo
de trabalho.
É ali que tem de
estar o PSDB”
➤
●
Uma comitiva de oito
senadores brasileiros
acaba de voltar de Pequim.
Eles foram trocar informações
sobre mobilidade urbana em
grandes eventos. No próximo
dia 12, os chineses é que
chegam a Brasília para uma
solenidade sobre os 200
anos da imigração chinesa.
Fernando Henrique Cardoso
Ex-presidente, dando
um recado para os
prefeitos do partido
➤
●
Andre Penner
Na noite do dia 26, os governos europeus e o FMI acertaram
(sem divulgar detalhes) mais um acordo — o terceiro, desde o
de maio de 2010 — que livra a Grécia de inadimplir seus compromissos de modo desordenado, o que traria enormes repercussões negativas para a região e, de resto, para a economia mundial em 2013. O mundo pode respirar aliviado. Mas até quando?
Pensamos que o alívio será por relativamente pouco tempo.
O sistema bancário grego tem sofrido corridas sucessivas desde o início da especulação sobre a saída da Grécia da área do euro. O risco ficou afastado, mas longe de ter sido eliminado. A
razão é até simples de compreender. Não está assegurado que
as chances da Grécia de continuar a honrar seus compromissos
tenham melhorado substancialmente. Mesmo com os cortes de
juros e postergações de pagamentos para além de 15 anos no
serviço da dívida — o que se traduz na prática como uma redução no valor real do estoque da dívida grega — o FMI projeta
um quadro de estresse financeiro por muitos anos à frente.
Após os cortes no principal e juros da dívida grega, os compromissos remanescentes ainda ficarão em 124% do PIB em 2020,
pelas contas do FMI. É impossível projetar com precisão como
será a dívida em proporção do PIB daqui a tanto tempo. Numa
situação tão adversa, qualquer desvio de rota pode ser maligno, porque a dívida continua engordando enquanto a economia, que paga a conta, encolhe. A OCDE acaba de prever que o
PIB grego se contrairá em mais 4,5% em 2013. A economia local, portanto, continuará sangrando.
O presidente da Câmara
dos Deputados, Marco Maia,
está em rota de colisão com
o STF. Ele advoga que a
cassação dos mandatos de
deputados condenados no
julgamento do mensalão tem
que ser decidida pela casa.
Esse tema promete causar
muita polêmica nas semanas
antes do recesso de fim de ano.
4 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
DESTAQUE
Editado por Patrycia Monteiro [email protected]
Terceira idade impulsionará
consumo de bens e serviços
Brasileiros com mais de 60 anos, que hoje têm renda mensal de R$ 7,5 bilhões, serão 30 milhões em 2020
Henrique Manreza
mes, professor do curso de Administração da ESPM.
[email protected]
Outro fator que sustenta o auDados divulgados ontem pelo
mento da participação dos idoInstituto Brasileiro de Geografia
sos no consumo é o fato de a poe Estatística (IBGE) comprovam
pulação potencialmente ativa,
o envelhecimento da população
apta a trabalhar, crescer ao mesbrasileira e referendam a expecmo tempo em que se constata o
tativa de que o país precisa se
aumento da expectativa de vida
preparar para a consolidação de
dos brasileiros, segundo dados
uma nova estrutura em sua soda Síntese de Indicadores Sociedade — com mais idosos e
ciais 2012. De 2001 a 2011, o númenos jovens —, o que vai tramero de idosos com 60 anos ou
zer um novo perfil de consumo
mais passou de 15,5 milhões pae a necessidade de desenvolvira 23,5 milhões de pessoa. “Esse
mento de mais produtos, serviaumento relativo da população
ços e políticas públicas voltadas
em idade potencialmente ativa
para a terceira idade.
pode ser uma boa oportunidade
Os números do
econômica para o
IBGE mostram que,
país, desde que esExpectativa
em 2011, a esperanpessoas estejam
média de vida sas
ça de vida do brasiinseridas no mercano Brasil
leiro era de 74 anos
do de trabalho, ese 29 dias — um aupecialmente em
chegou a 74
mento de 3 meses e
qualificaanos e 29 dias postos
22 dias em relação a
dos”, avalia o IBGE
em 2011
2010, quando o índino estudo.
ce era de 73 anos e
Eduardo Gomes
277 dias. Em relação a 2000,
destaca que o Brasil com mais
houve um aumento de cerca de
de 60 anos é o grupo da popula3,65 anos — em relação ao ano
ção que mais cresce e, há poupassado, houve aumento de 3
co mais de uma década, passou
anos, 7 meses e 24 dias a mais
a ter ainda mais participação
do que a expectativa de 2000
no consumo. “É preciso que
(70 anos e 182 dias).
tanto empresas quanto goverProjeções do próprio IBGE
nos façam uma leitura antecipaapontam para a continuidade
da do que virá neste contexto e
desse cenário. Há cálculos do
adaptem seus produtos e polítiinstituto que preveem para
cas públicas em prol da acessi2020 um total de 30 milhões de
bilidade”, diz. Ele aponta que
pessoas com mais de 60 anos
as áreas que mais podem explono Brasil. Estima-se que a popurar o potencial de consumo delação dessa faixa etária some
mandado por esse público são
uma renda de R$ 7,5 bilhões ao
todas as atividades relacionamês e que tenha muito mais podas à saúde e o mercado de tuder de influenciar hábitos de
rismo e entretenimento. ■
consumo nas famílias do que se
imagina. Os dados são da pesquisa Panorama da Maturidade, realizada pela Indicator
GfK, que mostra que os idosos
são responsáveis pela manutenção de 25% dos lares brasileiros, o que corresponde a cerca
Empresas elaboram produtos
de 47 milhões de domicílios. Esespecíficos para atender
sa parcela da população está forpessoas com mais de 60 anos
temente concentrada nas áreas
urbanas (80%).
Cintia Esteves
“Daqui a duas décadas, com
[email protected]
o encolhimento da faixa etária
Empresas dos mais diversos segmais jovem, a terceira idade tementos já perceberam a imporrá papel preponderante no Bratância de desenvolver produtos
sil. Isso traz alterações profunespeciais para idosos. A incorpodas na estrutura da sociedade e,
radora Tecnisa, por exemplo,
consequentemente, no perfil de
passou a introduzir em seus emconsumo”, afirma Adriano GoCláudia Bredarioli
Consumidores com mais de 60 anos têm demandas específicas e poder de decidir compras na família
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
Expectativa de vida ao nascer
por sexo, em anos
2000
80,0
70,4
74,1
67,5
66,7
70,6
74,3
2011
77,7
80,0
67,5
62,5
66,9
70,4
73,8
74,1
55,0
42,5
55,0
30,0
42,5
30,0
Expectativa de vida ao nascer e taxa
de mortalidade infantil para ambos
os sexos, em anos
AMBOS OS SEXOS
HOMENS
MULHERES
1980
1991
2000
2010
2011
69,1
45,1
30,1
16,7
16,1
TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL*
Fonte: IBGE *para cada mil crianças de até 1 ano nascidas vivas
Idosos estão na mira de fabricantes
preendimentos diversos itens
pensados para facilitar o dia a
dia dos moradores com idade
acima de 60 anos. Menos escadas e mais rampas, portas largas
com fechaduras invertidas (miolo para cima), pisos antiderrapantes e escadas submersas nas
piscinas estão entre eles.
O projeto, chamado “Construindo com Consciência Gerontológica”, foi criado em 2008
por professores da Universida-
de Federal de São Paulo (Unifesp) a pedido da Tecnisa.
Comunicação facilitada
A Gradiente é outra empresa
que deseja conquistar os idosos.
Seu celular SafePhone, lançado
este ano, tem teclas numéricas
maiores para facilitar a visualização. Outra característica pensada para os consumidores da
terceira idade é o dispositivo
SOS. Trata-se de um botão loca-
lizado na parte de trás do aparelho que, quando pressionado,
envia mensagem de socorro para até cinco números pré-cadastrados pelo usuário.
O celular também envia a
posição geográfica do usuário
por GPS ou triangulação de antenas. Assim, as pessoas contatadas recebem imediatamente
um mapa com o endereço de
onde encontrar o usuário do
SafePhone. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 5
Gilberto Marques/Governo do Estado de SP
MORTALIDADE INFANTIL
Saúde pública ajudou expectativa de vida
A expansão do atendimento em saúde foi a principal responsável pelo
aumento da expectativa de vida do brasileiro. Segundo o IBGE,
a redução no número crianças que morrem antes de completar um ano
foi o fator que mais contribuiu para o aumento da expectativa de vida.
A taxa caiu de 30,1 óbitos para cada mil nascidos vivos, para 16,1 mortos
por mil, entre 2000 e 2011. No mesmo período, a mortalidade na infância
(até cinco anos) recuou, passando de 36,6 óbitos por mil, para 18,7. ABr
André Az/O Dia
Doenças crônicas
vão pressionar SUS
Aumento da população idosa vai
requisitar mais recursos para
tratamento especializado
Érica Ribeiro
[email protected]
Regras de contribuição à Previdência deveria mudar quando aumenta a longevidade da população
Aumento da demanda
exige reforma no INSS
Alta na expectativa de vida
requer aumento no tempo de
contribuição previdenciária
Gabriela Murno, do Rio
[email protected]
Pela primeira vez em dez anos,
parte dos trabalhadores que pedirem aposentadoria por tempo
de contribuição à Previdência
Social, a partir da semana que
vem, receberão o benefício um
pouco maior do que aqueles que
fizerem o pedido esta semana.
O motivo é a revisão na expectativa de vida da população feita
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os indicadores servem de parâmetro
para o Ministério da Previdência na atualização da tabela do
chamado “fator previdenciário”. O índice leva em consideração ainda a idade do segurado
e seu tempo de contribuição. Segundo o IBGE, com a incorporação do Censo de 2010 na nova tábua, houve uma revisão dos dados de 2010, fornecendo indicadores mais próximos da realidade. Para Newton Conde, atuário
especializado em previdência,
as estimativas divulgadas em
2010 foram “superestimadas”.
O IBGE divulgou ontem que a
esperança de vida ao nascer subiu para 74 anos e 29 dias, no
Brasil, um aumento de três meses e 22 dias em relação a 2010
(leia matéria na página ao lado).
Mas, diferente da tendência dos
últimos anos, as projeções revelam que, na faixa que vai dos 52
até 80 anos, na comparação dos
dados de 2011 com os divulgados em 2010, e que servem para
o cálculo até hoje, a expectativa
de vida teve queda, beneficiando os segurados. Segundo dados divulgados pela Previdência Social, um homem com 55
anos de idade e 35 anos de contribuição, por exemplo, poderia
contribuir 17 dias a menos de
contribuição para receber um
benefício de mesmo valor. Já
um homem de 60 anos de idade
e 35 anos de contribuição, poderia trabalhar 71 dias a menos para ter o mesmo benefício.
De acordo com cálculos de
Conde, a tabela em vigor não
considera a revisão, um homem
de 57 anos de idade e 37 de contribuição, com média salarial
de R$ 1 mil, receberia R$ 818,81
de benefício. Considerando a
nova tabela, válida a partir de
amanhã, 1º de dezembro, o benefício seria de R$ 822,29, um
aumento de R$ 3,48 ou 0,43%.
Entretanto, segundo Conde,
a mudança positiva só ocorre para os segurados com mais de 50
anos de idade. Pois na comparação dos dados divulgados em
2010 com os de 2011, houve aumento médio na expectativa de
vida de 33 dias, tornando o fator previdenciário prejudicial.
Ou seja, se solicitado até hoje, o
segurado teria um ganho médio
0,3%, considerado pequeno.
Uma mulher de 48 anos de idade e com 30 de contribuição,
com média salarial de R$ 2 mil,
levando em consideração a tabela de 2010, receberia R$ 1.119,19.
Com a nova tabela, teria uma redução de R$ 3,62, ou seja, 0,32%
em sua aposentadoria.
Gilberto Braga, economista
do IBMEC-RJ, afirma que toda
vez que há aumento da expectativa de vida, o custo da previdência social é maior. “A regra
para a contribuição não muda.
Não se contribui mais por viver
mais, o que coloca em risco o futuro do sistema”, explica. Segundo ele, era necessária uma
reforma no sistema previdenciário brasileiro. “A nossa regra
da previdência é geral. Ela deveria ser ajustada quando há mudança na expectativa de vida.
Deveria ser como em outros países, com aumento da expectativa de vida, o tempo de trabalho
deveria aumentar ou a contribuição deveria ser maior”, completa o economista.
Para a aposentadoria por tempo de contribuição, o homem
deve contribuir com o INSS por
pelo menos 35 anos, já a mulher, por 30 anos. Para se aposentar por idade, é necessário
ter, no mínimo, 65 anos (homens) e 60 anos (mulher). Neste caso, a utilização do fator previdenciário no cálculo do benefício é opcional, só sendo utilizado quando for melhor para o
trabalhador. ■
O Brasil está 40 anos defasado,
em relação aos países desenvolvidos, quando o assunto é atendimento público de saúde. Os
recursos disponíveis, que correspondem a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) são insuficientes para uma população estimada em 190 milhões de habitantes. Segundo Marcos Bosi Ferraz, diretor do Grupo Interdepartamental de Economia da
Saúde da Unifesp e professor adjunto da Escola Paulista de Medicina, no caso dos idosos, que
correspondem a 9,5% da população, os problemas de atendimento poderão se agravar, tendo em vista que esta população
deverá aumentar em 50% nos
próximos 20 anos. Na França,
por exemplo, se passaram quase
cem anos para que população
de idosos dobrasse.
“O Brasil terá um crescimento muito mais acelerado de idosos e ainda não discute a relação
entre qualidade e quantidade
de vida da maneira que deveria”, alerta Ferraz. Segundo ele,
dos 3,8% do PIB que são aplicados no Sistema Único de Saúde
(SUS), pouco é direcionado para resolver problemas antigos e
os que já batem à porta, em decorrência do aumento da expectativa de vida da população.
“Neste ambiente de 190 mi-
lhões de brasileiros, este percentual corresponde ao valor de
uma passagem de ônibus ida e
volta por habitante. Com esses
recursos é difícil atender à demanda da população, sobretudo esse grupo que está envelhecendo mais rápido”, diz.
Ele destaca que, além do déficit financeiro, a gestão dos recursos públicos é ineficiente.
Ferraz diz que não basta construir hospitais, é necessário também investir em equipamentos,
manutenção e na contratação
de profissionais.
“Dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios
(Pnad) mostram que a cada cinco pacientes com mais de 60
anos, quatro têm pelo menos
uma doença crônica. No geral,
31% dos brasileiros são portadores de alguma doença crônica,
enquanto em países desenvolvidos> Nos países desenvolvidos
45% da população registra o
mesmo perfil. Isso significa
que, ao avançarmos na expectativa de vida, , vamos acumulando progressivamente mais doenças”, explica o especialista.
Para o presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, Rubens
Belfort, os dados do IBGE mostram que o país hoje controla
doenças que antes matavam
mais cedo, caso das infecções,
e já demanda investimentos
em doenças crônicas e degenerativas. Segundo ele, pesquisas
mostram que um idoso pode tomar em média 20 medicamentos por dia. ■
DIvulgação
Rede pública precisa investir mais em tratamentos preventivos
6 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
BRASIL
Editora: Ivone Portes [email protected]
Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected]
Dilma veta hoje parte da lei
de distribuição dos royalties
Percentuais de participação definidos para os estados e municípios produtores serão corrigidos por MP
Ueslei Marcelino/Reuters
Ruy Barata Neto, de Brasília
[email protected]
A presidente Dilma Rousseff vetará hoje parte do projeto de lei
de distribuição dos royalties do
petróleo, aprovado neste mês
pela Câmara dos Deputados, e
corrigirá por meio da edição de
uma Medida Provisória (MP) os
percentuais de participação definidos para os estados e municípios produtores. O Palácio do
Planalto fez modificações de última hora no texto, que já estava sendo analisado desde a quarta-feira, por técnicos do Ministério de Minas e Energia.
Os arremates finais foram
acertados em reunião de Dilma,
no final da tarde de ontem, com
o Ministro de Minas e Energia,
Edson Lobão, a Ministra da Casa
Civil, Gleisi Hoffmann, e o Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams.
Conforme apurou o B RASIL
ECONÔMICO, a presidente Dilma
Rousseff deverá reduzir ainda
mais a participação da União
nas receitas de royalties e participação especial como uma tentativa de diminuir os conflitos
em torno do projeto e para evitar que os vetos sejam derrubados na Câmara. O projeto de lei
aprovado na Câmara reduziu de
30% para 20% a participação
da União nas receitas de royalties e de 50% para 40% a parcela referente à participação especial dos contratos de concessão.
A presidente manterá a posição que vem defendendo nos últimos tempos pela manutenção
das atuais receitas dos estados e
municípios produtores (Rio de
QUEM GANHA E QUEM PERDE
Janeiro, Espírito Santo e São
Paulo) em respeitos aos contratos firmados pelo governo (ver
matéria abaixo). Para promover
consenso, a presidente também
deve trabalhar em outros temas
como a disposição de renegociar as dívidas dos estados.
Dilma também deve incluir
em sua medida provisória algumas das concepções elaboradas
pelo deputado petista Carlos Zarattini (SP) que foi relator de
um substitutivo na Câmara sobre o tema, costurado inicialmente com o aval do Palácio do
Planalto, mas que acabou sendo
preterido pelos deputados no
momento da votação da matéria em Plenário.
Um dos critérios que deve
ser aproveitado por Dilma diz
respeito à distribuição de receitas advindas dos excedentes da
produção petrolífera, o que garantiria os mesmos ganhos previstos para os estados e municípios produtores e ao mesmo
tempo aumentaria os recursos
para o grupo dos chamados
“não produtores”.
A expectativa de parlamentares da base aliada no Congresso
é para um veto pontual de Dilma
e que não abale a espinha dorsal
do projeto de lei aprovado pelo
Congresso que procura uma divisão mais “equânime” dos recursos. Os parlamentares afirmam
que um veto total fatalmente será derrubado pelo Congresso.
“Depois da decisão soberana do
Senado e da Câmara, a presidente deve se posicionar com zelo
pelo projeto”, diz o líder do governo no Senado Eduardo Braga
(PMDB-AM). “É a vontade do
Dilma se reuniu ontem com os ministros de Minas e Energia e Casa Civil para discutir vetos ao projeto
povo uma nova regra de distribuição do petróleo e a presidente respeitará isso.”
A presidente não deve mexer
na parte do projeto que deixou
de fora os recursos dos royalties
para investimentos em educação. A base do governo no Senado também já articula uma nova solução por meio de mudanças no projeto de lei do Plano
Nacional de Educação (PNE)
que define 10% do PIB para investimento em educação. ■
Distribuição dos royalties do petróleo
SE PRESIDENTE SANCIONAR A LEI
COMO FICA EM 2013
COMO É HOJE
COMO FICA EM 2020
UNIÃO
30%
20%
20%
ESTADOS PRODUTORES
26,25%
20%
20%
MUNICÍPIOS PRODUTORES
26,25%
MUNICÍPIOS AFETADOS
ESTADOS NÃO PRODUTORES
8,75%
15%
3%
2%
7%
MUNICÍPIOS NÃO PRODUTORES 1,75%
0 5 10 15 20 25 30
Fonte: Mattos Muriel Kestener Advogados
4%
21%
10
20
21%
27%
30
0
10
20
27%
30
Presidente diz que Brasil
é “rigoroso” com contratos
Dilma cita respeito a contratos
um dia antes de sua decisão
sobre distribuição dos royalties
Ontem, um dia antes de vencer
o prazo para que decida sobre o
projeto que trata da redistribuição dos royalties do petróleo e
transformá-lo em lei (leia mais
acima), a presidente Dilma Rosseff disse que o Brasil é um país
que mantém “rigoroso respeito” aos contratos. Um dos artigos do projeto, aprovado na Câmara no último dia 6, mexe nas
regras de divisão das receitas de
exploração nos campos de petróleo já licitados.
Dilma, no entanto, defende a
manutenção dos atuais contratos de exploração do regime de
concessão. A citação da presidente sobre o respeito aos contratos foi feita em discurso na cerimônia de ampliação do Brasil
Carinhoso — ação de transferência de renda para famílias em si-
tuação de extrema pobreza. “Somos um país que não se contenta em crescer para uma parte,
quer crescer para todos. É fato
que defendemos o crescimento
e a estabilidade da economia,
que defendemos um rigoroso
respeito aos contratos. É fato
que o estímulo aos investimentos produtivos e a ação vigorosa
em prol da indústria brasileira
estão entre nossas prioridades”, disse.
Brasil Carinhoso
A presidente anunciou ontem a
ampliação do programa Brasil
Carinhoso, que passa a atender
a famílias com jovens até 15
anos. Dados do governo apontam que o programa retirou 9,1
milhões de pessoas da extrema
pobreza até agora, sendo 2,8 milhões de crianças. Com a ampliação, a expectativa é que mais
7,3 milhões de pessoas superem
a miséria. ■ ABr
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 7
Marcela Beltrão
SERASA EXPERIAN
País registra recorde em quitação de dívidas
O número de brasileiros que procuraram os credores para quitar
as dívidas bateu recorde no período de janeiro a outubro deste ano,
informou a Serasa Experian. No período, 16 milhões de consumidores
renegociaram o pagamento de contas atrasadas. O resultado é recorde
e representa um aumento de 16,3% em relação ao mesmo período do
ano passado. Segundo a pesquisa, o número de pessoas que entraram
na base de inadimplentes (21,5 milhões) cresceu 9,5% no período.
Peso dos impostos na economia bate
recorde em 2011 e atinge 35,3% do PIB
Valter Campanato/ABr
R$ 1,02 trilhão, os estados, R$
357,5 bilhões e os municípios,
R$ 80,73 bilhões pela cobrança
direta e indireta (tributos embutidos no preço dos produtos).
Simone Cavalcanti, de Brasília
Othoniel Lucas de Sousa,
[email protected]
coordenador-geral de Estudos
A população brasileira pagou no
Econômico-Tributários, Previano passado em impostos, contrisão e Análise do Fisco, afirma
buições e taxas para as três esfeque a elevação ocorreu em raras do governo nada menos do
zão do próprio PIB (2,7%), pela
que R$ 1,463 trilhão, o equivalenmaior formalização que gerou
te a 35,31% do Produto Interno
expansão da contribuição sobre
Bruto (PIB), um novo recorde paa folha de salários e pelo volura o país. De acordo com estudo
me de parcelamentos de dívidivulgado pela Receita Federal,
das anteriores, como o Refis.
houve aumento de 1,8 ponto perCom isso, o Brasil sobe na pocentual no montante de recursos
sição entre os países desenvolvirecolhidos da sociedade na comdos que mais tributam e deixa
paração com 2010 (33,53%)
bem para trás seus pares emerDo total, o governo federal
gentes. Segundo levantamento
foi responsável por arrecadar
da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que se cobra
em território nacional é mais do
PARA O ALTO
que foi apurado em nações como Canadá (31%), Suíça
Carga tributária bruta
(29,8%) e Estados Unidos
em relação ao PIB
(24,8%) em 2010. Na contramão, Chile e México tem a me32,47%
2002
nor carga tributária, com 18,1%
e 20,9%, respectivamente.
31,80%
2003
No entanto, Sousa lembra
2004
32,69%
que, no Brasil, estão inclusos os
recolhimentos para a Previdên2005
34,03%
cia Social, para o Fundo de Ga2006
34,00%
rantia do Tempo de Serviço (FG2007
TS) e para o sistema S. “A previ34,52%
dência em alguns países é priva2008
34,54%
da e, por isso, difícil de fazer
2009
33,29%
comparação precisa.”
“Mas a receita tem de fazer
2010
33,53%
jus ao que está no Orçamento.
2011
35,31%
Nós não legislamos, apenas ad255
28
31
34
37
440 ministramos tributos”, ressalFonte: Receita Federal do Brasil
tou Roberto Ribeiro, coordenaNo ano passado, brasileiros
pagaram R$ 1,463 trilhão em
impostos, contribuições e taxas
Souza: “Essa elevação deve-se ao crescimento do PIB de 2,7%, em 2011, e de 8,15% da arrecadação”
dor-substituto de Estudos, Previsão e Análise do Fisco.
De fato, o volume de transferências para os regimes de Previdência, Assistência Social e outros benefícios, como o Bolsa-Família aumenta em muito a conta
do que a sociedade paga. Dados
apresentados por Sérgio Gobetti,
secretário-adjunto da Secretaria
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, mostram que, dos
35,31% do PIB do total recolhido
em tributos, 15,14% (R$ 627,4 bilhões) é destinada aos gastos assis-
tenciais, a chamada transferência
de renda. Apenas a previdência
do setor público, em 2011, custou
4,15% do produto e o benefício ao
deficiente e ao idoso, 061%.
Com impacto bem menor,
mas relevante, as despesas com
subsídios representam 0,22% da
conta total. Isso inclui a equalização de juros do Programa de Sustentação do Crescimento (PSI) _
linha de financiamento oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) a empresários.
As prefeituras vêm gradualmente elevando sua arrecadação. No ano passado, recolheram
R$ 80,73 bilhões ante os R$ 69,64
bilhões registrados em 2010. De
acordo com Gobetti, até 2003,
os municípios tinham uma base
tributária muito pouco explorada. “Seria desejável que usassem melhor suas bases disponíveis”, disse, explicando que seria um meio de autossuficiência. Mas muitos municípios não
têm sequer um sistema de arrecadação eficiente”, disse. ■
Governo tem pior resultado fiscal em dois anos
A economia para pagamento
dos juros da dívida em outubro
foi de R$ 9,914 bilhões
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve em outubro o
pior superávit primário — economia para pagar os juros da dívida pública — em dois anos. Segundo números divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o esforço fiscal no mês passado somou R$ 9,914 bilhões. É o pior
resultado para o mês desde
2010, quando a economia tinha
totalizado R$ 7,797 bilhões.
O superávit primário em ou-
tubro foi 13,8% menor do que
no mesmo mês do ano passado, quando o governo central
havia economizado R$ 11,505
bilhões. O resultado do mês
passado foi reforçado pelo pagamento de R$ 2,415 milhões
em dividendos de estatais ao
Tesouro Nacional. Os dividendos representam parte dos lucros de uma empresa distribuídos aos acionistas. Como o Tesouro é o maior acionista das
estatais, o governo também se
beneficia dos pagamentos.
As receitas também tiveram
acréscimo de R$ 1,1 bilhão de
concessões, principalmente por
causa do pagamento relativo ao
leilão do serviço de banda larga
e de telefonia móvel 4G (quarta
geração).
Nos dez primeiros meses de
2012, o esforço fiscal soma R$
64,712 bilhões, 25,4% a menos
do que os R$ 86,796 bilhões economizados no mesmo período
de 2011. O superávit acumulado
está R$ 6,688 bilhões abaixo da
meta reduzida de R$ 71,4 bilhões para o governo central em
2012. A meta original correspondia a R$ 97 bilhões, mas foi reduzida por causa do mecanismo
que permite o abatimento de
até R$ 25,6 bilhões de gastos do
Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) da meta.
Os dados do Tesouro mostram que os gastos federais voltaram a crescer em ritmo maior
do que as receitas. No acumulado de 2012, as despesas do governo central ficaram 12,1%
mais altas em relação ao mesmo
período do ano passado, contra
expansão de apenas 1,7% registrada nos dez primeiros meses
de 2011 (ante 2010). As receitas
líquidas aumentaram apenas
7,3% na mesma comparação.
Apesar do fraco desempenho
no esforço fiscal dos estados e
municípios, o secretário do Te-
souro Nacional, Arno Augustin,
descartou a possibilidade de o
governo federal ampliar ainda
mais o abatimento da meta de
superávit primário.
Segundo o secretário, a equipe econômica não pretende alterar a meta reduzida de esforço
fiscal, mesmo se os estados e municípios não conseguirem alcançar. No último dia 20, o governo
anunciou o abatimento de R$
25,6 bilhões da meta de superávit primário, o que reduziu de
R$ 139,8 bilhões para R$ 114,2 bilhões o volume a ser economizado por União, estados e municípios neste ano. ■
8 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Diego Giudice/Bloomberg
BRASIL
INFLAÇÃO
Preços ao produtor desaceleram em outubro
O índice de preços ao produtor desacelerou a alta em outubro para
0,21%, após avanço de 0,69%, influenciado principalmente pela queda
dos preços dos alimentos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Essa foi a menor variação do indicador desde fevereiro
deste ano, quando houve queda de 0,42%. Em outubro de 2011, o índice
havia mostrado avanço de 0,76%o, e no acumulado em 12 meses
os preços apresentaram alta de 6,37% no mês passado. Reuters
SP e Rio lideram ranking de
competitividade dos estados
COMPETITIVIDADE
Pontuação atinginda por cada
estado, quanto mais perto de
100 mais desenvolvido
Mas Minas Gerais sai na frente em atratividade de investimentos estrangeiros
Divulgação
Cristina Ribeiro de Carvalho
[email protected]
Um ambiente de negócio mais
favorável é um dos requisitos
primordiais para atrair investimentos, e o estado de São Paulo
foi avaliado como a região que
mais dispõe dessa condição,
quando comparada às demais
26 unidades da União ao atingir
77,2 pontos. Atrás ficaram Rio
de Janeiro e Minas Gerais, que
atingiram 70,9 e 64,1 pontos,
respectivamente (veja relação
completa na arte ao lado). O resultado consta do Ranking de
Competitividade dos Estados
Brasileiros 2012, elaborado pelo
grupo inglês Economist Intelligence Unit, patrocinado pelo
Centro de Liderança Pública
(CLP), o qual sinaliza que pontuações mais próximas a 100 indicam ambientes favoráveis.
Segundo Robert Wood, pesquisador responsável pelo Ranking,
o objetivo do estudo é incentivar
os governos e legisladores de cada estado a promover melhorias
nos programas de políticas públicas, tornando as economias estaduais mais produtivas.
O estudo avaliou temas como
condições do ambiente político;
econômico; regime tributário e
regulatório; políticas voltadas
ao investimento estrangeiro; recursos humanos; infraestrutura; inovação e sustentabilidade.
Apesar de São Paulo ter fica-
do em primeiro lugar na pontuação geral, o estado perde lugar
de destaque para o estado de
Alagoas, que atingiu diante do
quesito regime tributário e regulatório 50 pontos à frente do
seus pífios 25 pontos.
“Comparando os resultados
deste ano com o anterior, houve uma melhora em alguns indicadores, mas ainda há um longo caminho a avançar”, comenta Wood.
Outro destaque observado pelo pesquisador é a burocracia enfrentada pelos investidores no
momento da abertura de empresa. O estado de São Paulo, por
exemplo, leva 119 dias, enquanto que Minas Gerais saiu de uma
média de 45 dias, até 2006, para
os atuais seis dias.
Essa disparidade de dias fez
com que Minas Gerais atingisse
100 pontos na política de atração de investimento estrangeiro e conquistasse o primeiro lugar nesse requisito, seguido posteriormente por Rio de Janeiro
e São Paulo.
Diante desse resultado, Guilheme Afif Domingos, vice-governador do estado de São Paulo, argumenta que há uma cultura burocrática ainda muito enraizada na capital paulista, dificultando a queda dos dias computados para a instalação de
uma empresa na região. “Quando avaliamos esse ponto nos outros municípios do estado, o re-
Renata: em MG todas as etapas de abertura de empresa são on-line
sultado encontrado é muito
mais favorável. O problema está na capital”, destaca Afif.
Enquanto São Paulo convive
com esse problema, a secretaria
de Estado, Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Renata Vilhena, revela que a evolução
conquistada em seu estado quanto a esse quesito é resultado de
um trabalho empenhado a melhorar o ambiente de negócios
da região. “Passamos a adotar
uma tecnologia que integra diversos órgãos, como a Secretaria do Meio Ambiente, Vigilância Sanitária entre outros em
um único sistema. Isso possibilita fazer toda as etapas via online, devendo o empresário ir à
PONTUAÇÃO GERAL
São Paulo
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
Paraná
Distrito Federal
Santa Catarina
Espírito Santo
Mato Grosso do Sul
Amazonas
Bahia
Goiás
Pernambuco
Mato Grosso
Sergipe
Ceará
Alagoas
Paraíba
Rondônia
Tocantins
Pará
Roraima
Rio Grande do Norte
Maranhão
Acre
Amapá
Piauí
77,2
70,9
64,1
60,4
56,1
54,2
53,5
47,9
45,3
43,9
43,9
43,7
43,6
39,8
39,8
37,6
31,8
31,4
30,1
28,6
27,8
27
26,9
26
24,7
20,5
19,3
Fonte: Economist Inteligence Unit
Junta Comercial apenas para levar a documentação”, explica.
O estado de Minas recebeu recentemente da agência de avaliação de riscos Standard &
Poor’s rating AAA na configuração de grau de investimento.
“Certamente esse é um indicador de reconhecimento de nossas ações”, finaliza. ■
Chineses negociam novos acordos na agricultura
Opções de investimento no país
em fertilizantes, carnes e
logística atraíram delegação
Rafael Abrantes
[email protected]
Delegação de empresários chineses do agronegócio concluiu
ontem, em São Paulo, missão para conferir novas oportunidades de investimento e parcerias
no campo brasileiro. Após visitas pelo interior e reuniões com
representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), os setores de
fertilizantes, rações, carnes e logística foram os que mais atraíram o interesse dos asiáticos, segundo Benedito Rosa, diretor
de assuntos comerciais do Ministério da Agricultura.
Nove grupos privados, com
operações em produção, processamento industrial e transporte, além de funcionários do governo chinês, visitaram o país.
“Proprietárias de portos e ferrovias na China estão dispostas a
participar de projeto para produção de grãos aqui. Também insistimos na produção de carnes e
na abertura de novas fronteiras
(agrícolas) no país”, afirmou Rosa, depois de reunião na sede da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O setor de carnes foi lembrado nas conversas sobre parcerias para distribuição de produtos nacionais no mercado chi-
nês. “Há perspectivas enormes
(de crescimento das vendas) para carne bovina na China. O país
já é o quarto maior importador
de carnes do Brasil”, ressalta Rosa. De 50 plantas frigoríficas previstas para receber a habilitação
de exportação à China, 45 já foram autorizadas desde 2010, e
outras cinco seguem “em análise”. “Uma parceria consistente
envolve não apenas a venda de
matéria-prima, mas a participação em conjunto em investimentos em produtos finais”, diz.
Para João Sampaio, presidente do conselho de Agronegócio
da Fiesp, o setor deverá ter crescimento “forte” em 2013, com
novas parcerias chinesas em tecnologia agropecuária. ■
NEGÓCIOS DO CAMPO
PIB dos setores do agronegócio terá crescimento de 42% até 2022*
PIB DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO (2011)
US$ 548 bilhões
EXPORTAÇÕES 2012-2022, CRESCIMENTO ANUAL*
Produtividade
média de grãos
Brasil
Mundo
11,4%
5
4
3
2
1
0
4,3%
3,6%
3,4%
1,8%
2,5%
2,2%
SOJA
Fontes: Fiesp e Icone *projeção
2,5%
1,4%
AÇÚCAR
CARNE
BOVINA
CARNE
DE FRANGO
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 9
10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Tânia Rêgo/ABr
BRASIL
LEVANTAMENTO
Número de greves cresceu 24% em 2011
O número de greves registradas no ano passado cresceu 24% em relação
a 2010. Em 2011, foram realizadas 554 paralisações de categorias
profissionais contra um total de 446 no ano anterior. Os dados fazem
parte de um estudo do Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A quantidade de paralisações
também é a maior desde 1997, quando ocorreram 631. Além disso, a maior
parte dos movimentos grevistas ocorreu no setor público: 325. ABr
Adams diz que operação da PF
afetou credibilidade da AGU
Advogado-geral da União determinou sindicância interna para investigar desvios
Ueslei Marcelino/Reuters
O advogado-geral da União,
Luís Inácio Adams, disse ontem
que a credibilidade da AGU sofreu impacto com a operação da
Polícia Federal que investiga
venda de pareceres fraudulentos e que envolveu o segundo
na hierarquia do órgão, mas afirmou que os pareceres da instituição, em geral, não estão sob
suspeita. O chefe da AdvocaciaGeral da União (AGU), cuja posição tem status de ministro, afirmou ainda que não pretende
deixar o cargo e que não houve
um pedido da presidente Dilma
Rousseff nesse sentido.
“Eu não tenho dúvidas que isso afetou a credibilidade, afetou
a instituição”, disse Adams, referindo-se à operação da PF que
cumpriu mandados de busca e
apreensão inclusive no prédio
da AGU.
O ministro determinou uma
investigação interna para apurar desvios e interferências de
José Weber de Holanda Alves,
que ocupava o cargo de advogado-geral adjunto até a operação
ser deflagrada. Segundo Adams, todos os processos em que
Weber atuou e que estão relacionados à investigação Porto Seguro da PF serão avaliados e, caso
sejam apurados desvios ou erros, serão revistos. O ministro,
no entanto, não deu detalhes sobre o número de pareceres a serem analisados.
A operação Porto Seguro foi
deflagrada na última sexta-feira (23) e investiga o envolvimento de servidores do Executivo e de agências reguladoras
num esquema para obter pareceres técnicos fraudulentos
que seriam vendidos a empresas interessadas.
A PF cumpriu mandados de
busca e apreensão em órgãos do
governo federal e indiciou 18
Possibilidade de cassação
de mandato de parlamentares
condenados abre discussão
Wilson Lima
www.ig.com
Adams diz não pretender deixar o cargo e que não houve um pedido da presidente Dilma nesse sentido
pessoas, entre elas a então chefe de gabinete da Presidência da
República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, que
foi exonerada, e o então advogado-geral adjunto da União, que
foi afastado da função. Adams
disse ainda ter recebido da presidente a determinação de “apurar, identificar e punir” os que
tiverem comprovadamente relação com as irregularidades.
O advogado-geral tem cumprido papel importante no assessoramento jurídico à Presidência da República e atuou de maneira intensa na elaboração de
vetos ao Código Florestal e da
medida provisória editada para
preencher as lacunas da lei.
Adams também tem sido requisitado pela presidente para
a definição de eventuais vetos
ao projeto que define nova dis-
tribuição para os royalties cobrados pela exploração do petróleo. O prazo para a sanção e
eventuais vetos termina na sexta-feira.
MEC
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse ontem
que deve ser concluída em uma
semana a sindicância interna
que apura a participação dos servidores concursados Esmeraldo
Malheiros Santos e Márcio Alexandre Barbosa Lima nos fatos
investigados pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Os dois servidores são apontados pela PF como integrantes
do esquema de corrupção. Tanto Malheiros, que ocupava o cargo de assessor na consultoria jurídica do Ministério da Educação (MEC), quanto Márcio Ale-
xandre, que trabalhava na área
de bancos de dados, foram afastados de suas funções.
Mercadante informou que as
investigações sobre o assessor
da consultoria jurídica detectaram “indícios claros de (ele) ter
recebido dinheiro”. Segundo o
ministro, Esmeraldo Malheiros
é servidor concursado e está há
30 anos no ministério.
O ministro disse ainda que o
outro servidor apontado pela
PF como integrante do esquema
de corrupção não trabalhou no
ministério em 2012. De acordo
com Mercadante, o funcionário
estava na Califórnia, nos Estados Unidos, onde fazia um curso de doutorado. Mercadante explicou que esse servidor entregou uma senha de consulta a
um dos integrantes do esquema
de corrupção. ■
Teori Zavascki toma posse como ministro do STF
O terceiro ministro indicado na
gestão da presidente Dilma
Rousseff ao Supremo Tribunal
Federal (STF) tomou posse ontem.
Teori Zavascki assumiu a vaga de
Cezar Peluso, que se aposentou
compulsoriamente ao completar
70 anos no início de setembro. A
cerimônia foi breve e contou com
a presença de autoridades dos
Três Poderes, amigos e parentes.
Condenados
no mensalão
confrontam
STF e Câmara
Zavascki. Não houve discursos.
O ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, representou
a presidente Dilma. Também
compareceram os presidentes
do Senado, José Sarney, e da
Câmara dos Deputados, Marco
Maia, assim como os ministros
aposentados Carlos Ayres Britto,
Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros
Grau, Aldir Passarinho, Ilmar
Galvão, Carlos Velloso e
Sepúlveda Pertence. Zavascki é
catarinense de Faxinal dos
Guedes e tem 64 anos. Aprovado
em concurso de juiz federal para
o Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF4) em 1979, foi
nomeado, mas não tomou posse.
Advogado do Banco Central
de 1976 até 1989, finalmente
chegou à magistratura quando
foi indicado para a vaga destinada
à advocacia no TRF4. Respeitado
nas áreas administrativa e
tributária, Zavascki também
é minucioso em questões
processuais. “Espero que todos
os bons momentos apaguem
minha fama de apontador ou
cobrador das pequenas coisas”,
brincou, nesta semana, ao se
despedir da 1ª Turma do STJ.
A possibilidade de cassação do
mandato de parlamentares condenados no julgamento do mensalão já coloca em frentes opostas
ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) e o presidente da
Câmara, Marco Maia. A divergência se abre devido a diferentes interpretações do artigo 55 da Constituição Federal, que trata da cassação de mandato no Congresso.
Os ministros do Supremo entendem que uma condenação
criminal transitada em julgado
é passível de cassação de mandato, como consta no inciso VI da
Constituição. Entretanto, Maia
afirma que, conforme estabelece o parágrafo 2º, a perda de
mandato deve ser decidida pela
Câmara, por voto secreto e
maioria absoluta. “Eu não tenho mais falado sobre este tema. Na minha avaliação, a Constituição é muito clara”, disse
Maia. Apesar disso, o próprio
presidente da Câmara admite
uma possibilidade de se fazer
uma discussão mais ampla no
Congresso, caso o Supremo determine a perda automática de
mandato dos deputados.
Dentre os
condenados, estão
no Congresso
João Paulo Cunha,
Pedro Henry e
Valdemar Costa Neto
Maia afirmou também que,
em 1988, quando foi redigida a
Constituição, 417 deputados foram a favor de que viesse da Câmara o aval definitivo para a cassação de mandato parlamentar,
diante de condenação criminal.
Segundo o ex-deputado e exjuíz federal Flávio Dino, a cassação ou não “dependerá do que ficar previsto na publicação do
acórdão” pelo Supremo. Dentre
os condenados no julgamento do
mensalão, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry
(PP-MT) e Valdemar Costa Neto
(PR-SP) são os únicos que estão
no Congresso. Henry e Costa Neto se livraram de cumprir parte
da pena em regime fechado. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 11
PODER ONLINE
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FERNANDO MOLICA
[email protected]
Golpe contra deputados
CURTAS
ABr
Deputados federais passaram a ser
vítimas de um novo tipo de golpe.
Ontem, um parlamentar eleito pelo
Rio recebeu uma ligação de um sujeito que se passou pelo deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL).
Com voz dramática, o suposto deputado disse que fora cuidar de seu
filho, que sofrera um acidente em
Volta Redonda (RJ). Na pressa, viajara sem levar cartão de crédito e,
portanto, precisaria de um rápido
empréstimo, uma quantia a ser depositada em conta bancária de terceiros. O deputado que recebeu a ligação ficou tocado pelo drama
mas, antes de fazer o tal depósito, ligou para o gabinete de Carimbão e
falou com o colega, que estava em
Brasília. O parlamentar alvo do golpe, soube que outros deputados já
foram vítimas dos bandidos. Por falar nisso: também ontem, no Rio,
policiais prenderam dois homens
que se passavam por garis: os golpistas percorriam o comércio da Tijuca, Zona Norte da cidade, em busca
de contribuições natalinas. ■
➤
●
PMDB e PSB estão em
intensas conversações
sobre as pastas de Educação
e Ciência e Tecnologia. Com
a redução da probabilidade de
Gabriel Chalita assumir o MCT, o
nome do ex-ministro Ciro Gomes
voltou ao balcão de apostas.
O vice-presidente Michel Temer,
segundo interlocutores
peemedebistas, se sentiria
prestigiado se Chalita fosse
para o MEC. Para o PSB do
governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, a reconquista
do MTC resolveria uma inadiável
questão interna: acomodaria
Ciro, que não quer mais voltar
ao Congresso. Na dança de
cadeiras na Esplanada, o
ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, é cotado para
ocupar um posto no Palácio
do Planalto, provavelmente
na Secretaria de Relações
Institucionais (SRI), no lugar
de Ideli Salvatti, que voltaria
a Santa Catarina para
reorganizar suas bases.
➤
●
A relação entre a
comunidade científica
e o ministro da Educação,
Aloizio Mercadante,
azedou. O problema
é a mudança de discurso
do ministro em relação
ao destino dos royalties
do petróleo no pré-sal,
ainda sob impasse no
imbróglio político do veta
não veta. Quando era
titular do Ministério da
Ciência e da Tecnologia,
o ministro defendia que o
dinheiro fosse destinado
também ao desenvolvimento
do setor. No Ministério
da Educação, passou a
adotar a linha dos 100%
na educação. As entidades
que representam o
segmento acharam a
postura incoerente e
defendem que 50% dos
royalties sejam divididos
entre os dois segmentos,
já que um está umbilicalmente
ligado ao outro.
➤
●
A Polícia Federal
busca personagem
curioso nesta época de
alta tecnologia: o mensageiro
que fazia a entrega
de bilhetes manuscritos
trocados entre as estrelas
mais cintilantes que
surgiram nas investigações
da Operação Porto Seguro.
Os principais personagens
da história e os alvos
da investigação conversavam
sobre os assuntos
mais importantes por
meio mensagens
escritas de próprio punho.
A área de inteligência policial
chama o “modus operandi”
de caixa morta: a primeira
mensagem e a resposta são
escritas no mesmo bilhete,
que é destruído após atingir
o objetivo. O mensageiro
é um motoboy que não
sabia o que transportava.
➔
Colaboraram Vasconcelo
Quadros e Marcel Frota
Morre Joelmir Beting, expoente do
jornalismo econômico brasileiro
Henrique Manreza
Aos 75 anos, comentarista não
resistiu a um acidente vascular
encefálico hemorrágico (AVE)
Morreu o jornalista Joelmir Beting na madrugada de ontem,
vítima de uma acidente vascular encefálico hemorrágico. O
comentarista da rede Bandeirantes de televisão estava em
coma desde o dia 25 de novembro. Seu corpo foi velado no Cemitério do Morumbi, zona sul
da capital paulista e em seguida cremado no Cemitério e
Crematório Horto da Paz, em
Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
O jornalista estava internado
desde 22 de outubro no Hospital
Israelita Albert Einstein, em São
Paulo, para o tratamento de
uma doença autoimune, da
qual vinha se recuperando antes do AVE (Acidente Vascular
Encefálico Hemorrágico).
Ele tinha 75 anos de idade,
dos quais 55 foram dedicados ao
jornalismo. Antes de Joelmir Beting o jornalismo econômico
brasileiro era elitista, repleto de
termos pouco conhecidos pelo
grande público. Avesso ao “economês”, se tornou célebre por
popularizar os temas do noticiário econômico, com textos repletos de humor e de aforismos.
“
Em economia, é fácil
explicar o passado.
Mais fácil ainda é
predizer o futuro.
Difícil é entender
o presente
Joelmir Beting
Jornalista
Avesso ao ‘economês’, Beting se tornou célebre por popularizar os temas do noticiário econômico
Palmeirense fervoroso, iniciou a carreira fazendo coberturas de esportes, mas deixou sua
paixão pelo time transparecer e
superar a imparcialidade da profissão. Por conta disso, quase
foi agredido pela torcida do Co-
rinthians durante a transmissão
de um jogo, em 1959. O fato fez
com que o jornalista deixasse o
ramo esportivo de lado, se dedicando, inicialmente, ao caderno de Automóveis da Folha de
S. Paulo, seguindo para a econo-
mia, setor no qual se especializou e em que permaneceu
até sua morte.
O jornalista ancorou o “Jornal da Band”, na TV Bandeirantes, antes de seguir para a Globo. Joelmir trabalhou também
nas TVs Gazeta e Record, retornando para a Band em 2004. No
canal, exercia a função de editor e comentarista econômico
do “Jornal da Band”, apresentado por Ricardo Boechat .
Jornalista renomado, Joelmir
já ganhou diversos troféus no
Prêmio Comunique-se de Jornalismo, entre eles o de Melhor
Jornalista de Economia em
2012. Em 2001, faturou o Grande Prêmio Instituto Ayrton Senna de Jornalismo. Joelmir era
casado há 53 anos com Lucila,
que foi sua assessora durante
mais de 25 anos. Juntos, tiveram dois filhos, o publicitário
Gianfranco e o jornalista esportivo Mauro Beting. (Leia mais
na página 40) ■ iG
12 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
O desafio de gerenciar os
grandes centros de dados
Com o lançamento de um avançado sistema, Emerson Network prevê dobrar vendas de software no país
Murillo Constantino
equivalente ao de uma pequena
cidade. Este é um ponto crítico
para as empresas”.
Com o sistema, a Emerson
acredita ser possível reduzir em
25% os gastos com energia elétrica. Fatores como este atraíram clientes como a Telefônica,
que está utilizando módulos do
software.
O sistema lançado ontem foi
desenvolvido pela Emerson Internacional em seus centros de
pesquisa nos Estados Unidos.
Para entrar nessa área a empresa comprou a Avocent, fornecedora de sistemas de acesso e gerenciamento para data centers,
por US$ 1,2 bilhão. Mesmo com
a aquisição, que veio para reforçar a área de software, o segmento de hardware ainda é o
que gera maior receita para a
empresa, que vende produtos
como no breaks.
Carolina Pereira
[email protected]
À medida que o número de dados digitais produzidos diariamente no mundo aumenta, as
empresa vão se tornando cada
vez mais dependentes de seus
data centers para armazenar todas as informações que precisam. Em indústrias como a de
telecomunicações ou a financeira, que trabalham com volume
ainda maior de dados dos clientes, os desafios são ainda mais
críticos. Neste cenário, conseguir gerenciar estes centros gigantes de dados é algo que requer inúmeros recursos de software e hardware e vem movimentando o segmento de tecnologia da informação.
A Emerson Network Power é
uma das empresas que quer impulsionar os negócios com sistemas voltados para o gerenciamento de grandes centros de dados. A empresa é uma das unidades da Emerson, multinacional
com receita global de mais de
US$ 24 bilhões que atua também em segmentos como o de
mineração e óleo e gás.
Agora, a grande aposta da unidade de TI é em um sistema de gerenciamento de data center chamada DCIM (Data Center Infrastructure Management), que foi
lançado ontem no Brasil. O presidente da empresa, Álvaro Martinez, espera que, com o lançamen-
Receita
Álvaro Martinez, presidente da Emerson Network Power: software ajuda empresas a controlar custos
to, a subsidiária consiga mais do
que dobrar as vendas de software em 2013 em relação a este ano.
Custos
O objetivo do sistema é auxiliar
as empresas em tarefas que parecem simples mas que podem
Software indica
qual é o melhor local
para instalar um
servidor de acordo
com ventilação
e gasto de energia
elevar os custos com os data centers. Martinez exemplifica: o
software pode indicar qual é o
melhor local para colocar um
servidor levando em conta fatores como ventilação e gasto de
energia. “Em alguns grandes data centers o gasto com energia é
Enquanto no Brasil a expectativa é de crescimento, com a crise nos mercados maduros, a receita global da Emerson Network Power caiu 4% no quarto
trimestre fiscal da empresa, de
acordo com números divulgados em novembro.
Nos Estados Unidos, por
exemplo, a queda chegou a 7%,
e na Europa foi ainda maior, de
9%. O grupo como um todo, porém, teve crescimento de 2%
no faturamento no período. ■
David Paul Morris/Bloomberg
Intel explora futuro com arte
Projeto tenta identificar as
necessidades tecnológicas e
seu impacto na vida das pessoas
Will.i.am, do The Black Eyed Peas, participou do projeto nos EUA
A Intel quer saber mais sobre o
futuro da computação e o impacto da tecnologia na vida das
pessoas no Brasil. Com esse objetivo, a empresa lançou nesta semana, em parceria com a FIAP,
a versão nacional do “The Tomorrow Project”, que engloba
processo de discussão que inclui livros, vídeos, palestras,
eventos e outras iniciativas no
mundo real e virtual.
Segundo a Intel, o projeto é
calcado em pesquisas sociais,
tecnológicas, tendências globais
e imaginação, na forma de contos e histórias de ficção científica baseados em fatos reais. Por
conta dessas características, fora do Brasil alguns nomes renomados que participam “The Tomorrow Project” são Will.i.am,
Cory Doctorow e Bruce Sterling.
A ideia é ter uma visão dos
próximos cinco a dez anos sobre tecnologias, capacidades e
dispositivos. Para isso, em sua
primeira edição no país, o proje-
to está em busca de contos, vídeos ou ilustrações com o tema
“Um dia da minha vida em
2025”. Os trabalhos devem explorar fundamentalmente o elemento humano e as tecnologias
em desenvolvimento – da robótica à biologia sintética e à
geoengenharia – que podem alterar o nosso futuro.
Os trabalhos podem ser enviados para análise até abril de
2013. A relação dos selecionados será publicada no site do
projeto e em formato de fotolivro. ■ C.P.
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 13
ANIBAL GONDA
Diretor de Desenvolvimento
de Negócios da GeneXus
Internacional
Sistema vai simular
luz solar no escritório
Brendon Thorne/Bloomberg
Tecnologia da Osram utiliza
câmeras de monitoramento
externo e luminárias de LED
Cansado de passar horas trabalhando no escritório e, por isso,
ficar o dia todo sem ver a luz do
sol? Se depender da multinacional alemã Osram, isso não vai
mais acontecer. A empresa pretende trazer ao interior de edifícios, em tempo real, as mesmas
condições de iluminação do ambiente externo, por meio de
uma nova tecnologia que utiliza
câmeras de monitoramento e luminárias de LED.
A razão do interesse da Osram em tentar aproximar os trabalhadores do sol é simples: segundo a empresa, os efeitos positivos da luz do dia na saúde e
produtividade dos trabalhadores já foram apontadas por várias pesquisas. Pessoas que passam muito tempo fora do escritório possuem melhor ritmo de
trabalho, devido aos receptores
dos olhos que respondem não
apenas ao brilho, mas, também, aos níveis de temperatura
de cor do céu, gerando sincronia com o relógio biológico, em
cooperação com o cérebro.
Por conta disso, a empresa
alemã está preparando um sistema de processamento de imagem em que uma câmera no telhado dos edifícios observa permanentemente o céu e capta as
características da luz durante todo o dia.Para calcular o brilho e
a cor da luz que complementa a
oferta natural, o sistema leva
em consideração fatores como a
hora do dia, estação do ano, posição do edifício e as condições
climáticas momentâneas.
Novo algoritmo permite controlar o brilho e cor da luz artificial
Bem-estar
Segundo a Osram, um novo algoritmo solar permite não apenas controlar o brilho, mas também a cor de luz que será administrada no decorrer do dia para
Para calcular o
brilho e a cor da luz,
o sistema leva em
conta fatores como
hora do dia, estação
e posição do edifício
que tenha efeitos positivos, como a sensação de bem estar.
No futuro, pesquisadores
acreditam que a avaliação matemática da imagem deverá também assegurar previsão das características de luz solar para os
15 minutos seguintes, evitando
transições abruptas no controle
da iluminação artificial.
Porém, de acordo com a empresa, o sistema ainda está incompleto e em desenvolvimento
e não há previsão para que comece a ser comercializado e chegue
aos edifícios brasileiros. ■ C.P.
Startups receberão R$ 40 mi do governo
Programa lançado ontem visa
apoiar o desenvolvimento de
empresas de base tecnológica
O governo federal lançou ontem o programa “Start-up Brasil”, que tem o objetivo de
apoiar e acelerar o desenvolvimento de empresas nascentes
de base tecnológica no país. De
acordo com o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), até 2015, serão contempladas 150 startups.
O investimento no programa
é de R$ 40 milhões e faz parte
do Programa Estratégico de Soft-
ware e Serviços de Tecnologia
da Informação (TI Maior). O projeto contempla o apoio com
marketing e vendas, suporte legal e outros serviços de auxílio
ao empreendedor, além de suporte financeiro.
O programa foi lançado em
São Paulo pelo ministro Marco
Antonio Raupp. De acordo com
o Ecossystem Report 2012, a capital paulista é o 13º melhor
ecossistema do mundo e o principal local no Brasil para o surgimento dessas empresas.
Segundo o relatório, do Startup Genome Project, as princi-
pais dificuldades das empresas
recém-criadas no Brasil são semelhantes às encontradas no
vale do Silício, como aquisição
de clientes, construção do produto, financiamento e formação de equipe.
TI Maior
Lançado em setembro, o programa TI Maior prevê investimentos de R$ 500 milhões para estimular o desenvolvimento e a
produção de software no Brasil.
Um dos objetivos é ampliar o número de empresas de TI e ofertar cursos na área. ■
Prototipação na nuvem
Graças à tecnologia disponível, a nuvem converteu-se hoje em um cenário que nos permite inúmeras coisas. Começamos timidamente com os e-mails e fomos somando
mais e mais serviços, de tal maneira que atualmente podemos usar a nuvem para quase tudo. Um dos processos
mais interessantes que podemos fazer com a nuvem é prototipar aplicativos. Nós, que já desenvolvemos aplicativos
há algum tempo, sabemos que, em meados da década de
1990, prototipar aplicativos web era algo realmente difícil,
já que a necessidade de recursos era muito grande, entre
servidores hmtl, servidores de banco de dados, rede etc.
Entrando no novo século, a tecnologia que foi aparecendo nos ajudou para que pudéssemos contar com os serviços locais em nossa máquina, o que fez com que a prototipação se acelerasse muito. O problema é que, em muitos
casos, o que conseguimos testar localmente não corresponde exatamente ao que vamos instalar depois.
É preciso que se entenda que durante o desenvolvimento de qualquer aplicativo de software devem ser realizados
muitos testes, pois o ambiente de produção não é o mesmo
no qual os usuários instalarão o software. Assim, é preciso
fazer testes, tanto nesse ambiente de produção local primeiro, como nos ambientes de produção, antes de liberar
o que foi desenvolvido.
O que acontece quando pensamos em Smart Devices? A
situação é mais ou menos a mesma, já que embora possamos realizar os testes em forma local com emuladores dos
distintos dispositivos,
eles não refletem completamente qual será a funEntrando no novo
cionalidade real em cada
século, a tecnologia sistema operativo móvel,
que foi aparecendo nem como será a experiência do usuário.
nos ajudou para
Hoje, podemos aproque pudéssemos
veitar que muitas empresas disponibilizam o sercontar com os
viço de poder hospedar
serviços locais em
aplicativos na nuvem,
nossa máquina,
em servidores com características idênticas aos
o que fez com que
que utilizaremos na proa prototipação se
dução e os mesmos geacelerasse muito
renciadores de banco de
dados, para gerar um ambiente 100% idêntico ao
que teremos na produção e, nele, submeter nossos aplicativos a testes mais exaustivos e evitar as enfadonhas provas de “ambiente”, quando vamos levá-las à produção.
Ter o aplicativo na nuvem nos dá mobilidade e a possibilidade de incluir usuários remotos no processo de prototipação, por não ter o aplicativo na nossa máquina ou um servidor local com um acesso muito limitado. Dessa forma,
conseguimos uma maior interação com o usuário final.
No caso dos Smart Devices, essa alternativa facilita ainda mais a prototipação, porque, com a nuvem, podemos
realizar todos os testes nos dispositivos reais. Atualmente,
a grande quantidade de dispositivos móveis que existe no
mercado, com distintas características e sistemas operativos, faz com que isso seja extremamente útil para que os
aplicativos cumpram 100% com a funcionalidade e com as
características próprias de cada dispositivo, melhorando
significativamente a experiência dos usuários.
Diante da diversidade de dispositivos que encontramos no mercado, também podemos encontrar um usuário tester em um amigo que acaba de comprar seu Smart
Devices de última geração de que não dispomos em nosso laboratório, ou em um que tem aquele aparelho tão antigo que já tínhamos nos esquecido de que existia, mas
que ainda é válido no mercado.
Uma vez que se tem o espaço na nuvem, o único que se
deve fazer é publicar o aplicativo nela. Não se pode esquecer ao contratar o serviço que o espaço no servidor que se
contrate deve contar com segurança sobre os objetos e banco de dados, de modo que ninguém que não esteja autorizado por nós possa acessar nossos dados e aplicativos.
Essa é uma forma simples e de baixo custo para realizar
uma prototipação 100% efetiva de nosso aplicativo. ■
14 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
EMPRESAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected]
Dona do café Pilão reinventa
estratégia com lançamentos
Após cisão com a Sara Lee e problemas de gestão do Brasil, companhia quer expansão no mercado premium
Fotos: divulgação
Juliana Ribeiro
[email protected]
Depois de um ano bastante movimentado, a D-E Masterblenders 1753 aos poucos vai consolidando seus passos em sua nova
fase do mercado. Resultado da
cisão da antiga Sara Lee, uma
das maiores fabricantes de cafés e chás do mundo, a nova
companhia, dona das marcas
Caboclo, do Ponto, Pilão, Senseo e da gaúcha Damasco, inicia
seu plano de expansão no mercado brasileiro.
O fortalecimento da companhia no país acontece dois meses após a denúncia sobre irregularidades contábeis nas operações brasileiras. As averiguações culminaram com a saída
do então presidente da companhia por aqui e um prejuízo de
aproximadamente R$ 200 milhões. Depois de um período
um pouco incerto, assumiu em
1º de novembro, Juan Carlos
Dalto, ex-executivo da Danone, com o desafio de reestruturar a empresa e fortalecê-la ainda mais no mercado brasileiro,
que já responde por 21% da receita do grupo.
Segundo relatório de resultados do grupo, o ano fiscal de
2012 encerrado em setembro, teve crescimento de 7,6% nas
vendas globais, com receita de
aproximadamente US$ 3,6 bilhões. “Este foi o ano de colocar
a casa em ordem e fortalecer as
bases para o nosso crescimento”, explica Ricardo de Souza,
diretor de marketing da D-E
Master Blenders no país.
No Brasil, a companhia segue
liderando o mercado de cafés,
com 50% de share em São Paulo, 40% no Rio de Janeiro e 30%
no Paraná. Mas é possível crescer ainda mais. Para tanto, a empresa deve lançar na próxima semana a nova linha Aroma de Pilão, com posicionamento de exclusividade e sofisticação nas
gôndolas. “Nossa estratégia está focada no mercado de cafés
premium, um nicho com grande potencial de crescimento no
Brasil”, explica Souza.
Juan Carlos Dalto
CEO da Master Blenders Brasil
Há pouco menos de um mês
no cargo, o executivo deve
vir a público apenas em 2013.
Enquanto isso, ele se concentra
no novo plano de gestão.
Até o final desse ano, a companhia também colocará no
mercado a nova linha do Café
do Ponto, considerada a mais
nobre e sofisticada entre todas
as marcas que a empresa mantém por aqui.
Outra meta está em amplair o
alcance de suas cafeterias. Para
isso, assinou há uma semana,
um contrato com a Francap, grupo que será o master franqueado das cafeterias Casa Pilão e Café do Ponto no mercado brasileiro. “Usaremos as lojas como experiência de consumo e no fortalecimento das nossas marcas”,
revela Souza.
Atualmente a companhia mantém 87 cafeterias no Brasil, sendo a maioria sob a bandeira Café
do Ponto e uma unidade de Pilão. Segundo o executivo, as lojas crescem em torno de 10% e
com a parceria, “além do plano
ambicioso de expansão, queremos aumentar as vendas dos produtos nessas lojas”, diz.
Todas as novas embalagens
das marcas Premium, trazem
no rótulo as indicações das características do café, junto de
um símbolo que indica qual é
mais harmônico, leve, encorpado ou complexo. "Nos baseamos no mercado de vinho, para
orientar o consumidor sobre
que tipo de café ele vai levar para casa", explica André Hoinkis,
cafeólogo da D-E Master Blenders. “É algo totalmente novo
no Brasil”, completa. ■
Souza: Brasil responde por 21% da receita do grupo
Cooxupé prevê safra de café 25% menor em 2013
Pesquisa é primeira mostra da
situação dos cafezais no sul de
Minas Gerais e em São Paulo
Reuters
[email protected]
A safra de café na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil,
terá queda em 2013 de 25% na
comparação com 2012, informou a instituição nesta quintafeira, em sua primeira estimativa para o próximo ano.
“É uma quebra substancial
na produção em 2013. Apesar
de ser o primeiro indicativo, se
esse percentual abranger o restante do Brasil, não ficaremos
imunes de uma quebra significativa na produção vindoura”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, em nota.
A cooperativa estimou a sua
colheita em 7,25 milhões de sacas de 60 quilos, contra 9,68
milhões de sacas neste ano,
quando a área da Cooxupé respondeu por quase 20% da produção do Brasil, o maior produtor e exportador global da com-
modity. A safra de 2013 será de
baixa no ciclo bianual do café
arábica, no qual a produção
normalmente cai após uma
grande colheita. O Brasil teve
uma safra recorde em 2012.
A safra de 2013 será
de baixa no ciclo
bianual do arábica,
quando a produção
costuma cair após
grande colheita
A área de ação da cooperativa
abrange 12 mil produtores nas
regiões do Sul de Minas Gerais,
Cerrado Mineiro e também no
estado de São Paulo.
O levantamento da Cooxupé
apontou que, por região da cooperativa, a quebra seria a seguinte: 26,1 por cento no Estado de São Paulo; de 25,9% no
Sul de Minas; e 23,7% na área
do Cerrado Mineiro. A safra de
arábica começa a ser colhida entre maio e junho. A colheita de
2012 está finalizada.
Os dados são fruto de uma
pesquisa promovida pela equipe técnica da cooperativa. Eles
visitaram propriedades e fizeram avaliações de campo logo
após a florada e durante a fase
em que o café se encontra na forma de “chumbinho”, entre outubro e novembro.
“Ao ter uma previsão dos números, tanto a Cooxupé quanto
os produtores têm condições de
se programar com relação às suas
produções”, disse José Eduardo
Santos Júnior, superintendente
de Desenvolvimento dos Cooperados da instituição. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 15
Jerome Favre/Bloomberg
PETRÓLEO
Sinopec estima produção até 7% maior
A Sinopec prevê aumentar a produção de petróleo em 6% a 7%
em 2013, já que o governo acredita que a demanda de petróleo
na China aumentará 4% no próximo ano, declarou o presidente
da companhia, Wang Tianpu. A Sinopec, no entanto, também
pode exportar mais produtos de petróleo, tendo em vista
de que a produção pode crescer mais rápido que a demanda,
disse Wang à Reuters em evento da companhia chinesa.
Fabricante de
palmito aposta em
linha de ‘snacks’
King of Palms lança castanhasdo-pará fatiadas e salgadas
e já inicia com exportações
Pão de Açúcar deve
investir mais em 2013
Presidente do grupo espera
vendas de 7% a 8% maiores
para o Natal deste ano
Leonardo Goy, Reuters
[email protected]
Gabriel Ferreira
[email protected]
Pegar as receitas de peixe de
grandes restaurantes europeus e
trocar as tradicionais amêndoas
pelas brasileiríssimas castanhas
do Pará. Esse era um dos objetivos de Cláudio Guimarães, presiCláudio Guimarães
dente da King of Palms, quando
resolveu investir em uma linha
Presidente da
de castanhas do Pará salgadas e
King of Palms
fatiadas. “Achei que havia espaço para consumir a castanha de
“Achei que havia espaço
uma forma diferente e que eu
para consumir castanha
poderia criar esse mercado. Trade uma forma diferente”
dicionalmente, esse produto é
muito ligado aos doces, mas resolvi ver se ele seria bem aceito
em receitas salgadas”, afirma.
estrangeiros. “Não é a toa que a
Depois de realizar pesquisas e
nova linha começou a ser venditestes com diversos chefs, Guida no exterior ao mesmo tempo
marães achou que o investimenque era lançada no Brasil.”
to valeria a pena.
No país, a estratégia com essa
Ao todo, a King of Palms aplilinha produtos é apresentá-la
cou R$ 400 mil para desenvolcomo uma opção mais saudável
ver o novo produto. “Além das
para o consumidor que deseja fapesquisas, precisamos comprar
zer um lanchinho no meio da
máquinas e fornos e criar embatarde, por exemplo. “É um subslagens”, diz. Como resultado
tituto orgânico e sustentável padesses investimentos, além de
ra outros produtos, como salgalançar o produto voltado para
dinhos”, diz Guimarães.
atender os restaurantes, que já
Para divulgar os produtos, a
eram grandes consumidores
King of Palms investirá princidos palmitos de açaí da King of
palmente em ações no ponto de
Palms, os executivos da emprevenda, como degustações.
sa acharam que seria interessan“Além disso, o trabalho junto
te fazer uma versão para atenaos restaurantes é muito imporder os consumidores finais.
tante. Quando eles colocam um
“Foi por isso que resolvemos
item novo no cardápio, a procucriar também a linha de ‘snara nos supermercados costuma
cks’”, afirma Guimarães.
aumentar”, diz Guimarães.
A nova linha de produtos cheA linha de ‘snacks’ não ficará
gou este mês
restrita aos suaos pontos de
permercados e
venda do Bra- DIRETO DA AMAZÔNIA
mercearias, cosil, dos Estados
mo acontece
Unidos e da Es- Os negócios da King of Palms
com os palmipanha. “Em altos da King of
gumas semaPalms. A emFATURAMENTO
nas já devemos
presa fechou
R$
milhões
estar na França
um acordo pae logo em oura distribuir os
tros lugares da
novos produPalmitos e castanhas
Europa tam- Produtos
tos nas bancas
bém”, diz o Fábricas
de revista dos
Amapá e Pará
presidente. As
aeroportos brae x p o r t a ç õ e s Pontos de venda 1,5 mil
sileiros, da resempre foram no Brasil
de La Selva.
parte importan- Participação
“Isso ajuda a re20%
te do fatura- das exportações
forçar bastanmento da emte a imagem de
presa, que tem Principais países Estados Unidos, Espanha, que é uma reFrança, Japão e China
20% do faturafeição rápida”,
mento vindo
afirma o execudos mercados Fonte: empresa
tivo. ■
20
O presidente do Grupo Pão de
Açúcar, Enéas Pestana, afirmou
ontem que a empresa planeja
que os investimentos realizados
em 2013 superem o valor aplicado ao longo deste ano. Dados
preliminares indicam que o total de aportes realizados pelo
grupo durante 2012 devem somar cerca de R$ 1,8 bilhão.
Além disso, Pestana procurou traçar as perspectivas para
as vendas do grupo no final deste ano. De acordo com o presidente, a empresa acredita que
as vendas durante o Natal deste
ano devem ficar entre 7% e 8%
acima do valor registrado no
mesmo período de 2011.
Segundo o executivo, as vendas no período de festas de fim
de ano tendem a se concentrar
mais em dezembro, conforme o
Natal se aproxima. “A sensação
que dá é de que a turma está esperando o décimo terceiro (salário) sair”, afirma o executivo. A
Henrique Manreza
Pestana, do Pão de Açúcar: disputas societárias não interferem
situação, apesar de já ser esperada, acaba gerando algumas dificuldades logísticas.
Via Varejo
Ao falar sobre a ViaVarejo, unidade de eletroeletrônicos e de
comércio online do grupo, Pestana procurou evitar os pontos
mais polêmicos relativos à companhia. Apesar das disputas societárias que tem ocorrido entre os principais acionistas da
ViaVarejo, Pestana se limitou a
dizer que a empresa “está indo
bem” e que as questões societárias vão se resolver.
A ViaVarejo, que reúne as
marcas Ponto Frio, Casas Bahia
e Nova Pontocom (braço de comércio eletrônico), está no centro de uma disputa que envolve
o controlador do Pão de Açúcar
— o francês Casino —, o presidente do Conselho de Administração da empresa — Abílio Diniz — e os antigos donos da Casas Bahia — a família Klein.
A disputa entre o Casino, Diniz e os Klein já se arrasta há algumas semanas, sem grandes
perspectivas de chegar ao fim.
A possível venda da ViaVarejo
para os Klein ou para Diniz, que
seria um caminho para resolver
o impasse, já foi negada diversas vezes pelos executivos do
Casino. Esta semana, a briga entre os acionistas ganhou um novo capítulo, com Diniz sendo
barrado em uma reunião operacional do Casino. O empresário
brasileiro afirma dever participar de todas as reuniões estratégicas da empresa, por ser presidente do conselho do Pão de
Açúcar. ■ Com Redação
Fibria deve vender mais ativos florestais
Produção e exportação do setor
de papel e celulose ficaram
estáveis no mês de outubro
A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, deve vender mais ativos florestais, após se desfazer de terras
no Rio Grande do Sul, afirmou
Marcelo Castelli, presidente da
companhia. “Temos muita terra disponível. Ainda temos muito a fazer. Há mais por vir.”
Em setembro, a Fibria anunciou a venda de ativos florestais e terras no Rio Grande do
Sul reunidos sob o Projeto Losango por R$ 615 milhões para
a Celulose Riograndense.
Questionado sobre a demanda
internacional por celulose, Castelli afirmou que o cenário está melhor, com a China voltando às
compras, mas que “ninguém sabe se (isso) é só recomposição de
estoques ou um bom momento
que o mercado irá manter”.
Produção
A produção de celulose no Brasil em outubro foi de 1,2 milhão
de toneladas, número 0,5% menor que o registrado no mesmo
período do ano anterior. Os dados são Bracelpa, associação
que representa o setor.
As exportações de celulose
em volume tiveram alta de 1,1%
em outubro, na comparação
anual. Ao todo, foram exportadas 730 mil toneladas. No acumulado do ano, as exportações
caíram 0,8%, chegando a 6,9
milhões de toneladas.
A produção de papel no país
em outubro teve desempenho
um pouco melhor, com aumento de 1% sobre o valor de um
ano antes. Foram fabricadas
884 mil toneladas de papel no
país. No acumulado do ano, a
produção chegou a 8,4 milhões
de toneladas, uma alta de 0,5
por cento. ■ Reuters
16 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Orlando Kissner/AFP
EMPRESAS
TELECOMUNICAÇÕES
Liberty Global nega ter feito oferta pela GVT
A operadora de TV a cabo Liberty Global, do bilionário
norte-americano John Malone, negou ter feito proposta
à francesa Vivendi pela operadora brasileira de banda
larga GVT. "Não comentamos rumores de fusões e aquisições,
mas podemos confirmar que não fizemos uma oferta
pela GVT", disse um porta-voz da companhia em comunicado
enviado ontem. Reuters
Eletrobras vai reavaliar investimentos
após perder R$ 8,7 bilhões de receita
A Medida Provisória 579 também é a motivadora do corte de 10% nos gastos operacionais já em 2013
Dado Galdieri/Bloomberg
Leonardo Goy
Reuters
Ao reduzir severamente a receita da Eletrobras, a renovação antecipada de concessões do setor
elétrico deve deixar a estatal
mais cautelosa e dificultar sua
entrada em projetos arriscados
ou com baixa taxa de retorno.
Segundo um diretor do Grupo Eletrobras, a empresa terá
de passar por um choque de gestão para se adaptar à nova realidade, incluindo uma mudança
na política de avaliação de risco. “Teremos de fazer uma avaliação melhor do risco dos investimentos, a Eletrobras não pode
continuar sendo a caixa de ressonância dos riscos do setor elétrico”, disse o executivo, sob
condição de anonimato.
Essa mesma fonte lembrou
que foi a presença da Eletrobras
que garantiu a entrada de investidores privados em projetos
complexos e polêmicos, principalmente do ponto de vista sócio-ambiental.
A Eletrobras tem desempenhando papel fundamental na
“marcha para o Norte” do parque de geração de energia. Subsidiárias do grupo são sócias relevantes das maiores hidrelétricas em construção no país: Belo
Monte e as usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.
Juntas, as três obras elevarão
a capacidade instalada brasileira de geração de energia em
18,2 mil megawatts, o equivalente a cerca de 15% da eletricidade disponível no país.
Eletrobras, que tem distribuidoras e geradoras sob sua gestão, é uma das mais afetadas pela MP 579
Os obstáculos a empreendimentos do porte dessas usinas
passam por dificuldade na obtenção de licença ambiental,
ações judiciais contestando os
projetos e manifestações de comunidades locais, incluindo
indígenas contrários às hidrelétricas.
Outro aspecto que pode ficar
comprometido com a redução
do caixa do Grupo Eletrobras é
o papel de indutor de redução
de tarifas que ele vem desempenhando nos leilões de energia.
Mesmo num cenário comple-
xo para erguer a usina de Santo
Antônio, o consórcio liderado
por Furnas, controlada da Eletrobras, e Odebrecht arrematou a hidrelétrica em dezembro de 2007 com um deságio de
cerca de 35% em relação ao preço-teto, vendendo a energia a
78,87 reais por megawatt-hora
(MWh).
Os leilões de novos projetos
de geração e de transmissão de
energia são vencidos pelas empresas que se dispuserem a cobrar a menor tarifa. “O que pode acontecer é o governo per-
der uma arma que tem sido usada para gerar competição para
baixar a tarifa dos projetos. Em
Belo Monte, os competidores
privados foram saindo por
achar o preço-teto inviável, aí
o governo montou um consórcio com a Eletrobras”, disse o
economista Fernando Camargo, da LCA Consultoria.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE),
Adriano Pires, o governo federal acabará tendo que capitalizar a Eletrobras, via Tesouro Nacional. Mas, segundo Pires, o au-
mento de capital não deve ser
acompanhado pela maioria dos
acionistas minoritários, assim o
processo resultaria em um aumento do poder do governo na
Eletrobras. “É um movimento
de estatização”, disse Pires.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia,
Márcio Zimmerman chegou a
negar que o Tesouro faria aportes na Eletrobras.
Uma segunda fonte dentro da
companhia confirmou que não
há, por enquanto, planos imediatos para uma capitalização
da companhia. “Não se cogita isso ainda, o que tem de garantir
é o acesso a crédito e melhorar a
gestão da companhia”, disse essa fonte da Eletrobras.
Camargo, da LCA, acredita
que um aporte do Tesouro poderia ajudar, mas não resolveria
todos os problemas, porque não
recuperaria a receita da empresa. “Daqui pra frente, além de
capitalizar a empresa, tem de selecionar projetos com o mesmo
rigor que o setor privado.”
Segundo cálculos da própria
Eletrobras, a Medida Provisória
579, que define a renovação antecipada das concessões que
vencem de 2015 a 2017 deve causar perda anual de receita de R$
8,7 bilhões. Uma das primeiras
respostas da empresa ao novo
cenário do setor elétrico deve
ser a redução de custos. Uma
das fontes próximas à Eletrobras afirmou que a ideia é reduzir em 10% os gastos operacionais com pessoal, material e serviços já para 2013. ■
Sindicato e Consórcio Belo Monte firmam acordo
Além do reajuste salarial,
concessões incluem ainda a
melhora de outros benefícios
Pedro Peduzzi
[email protected]
Trabalhadores e o Consórcio
Construtor Belo Monte (CCBM)
fecharam acordo coletivo de trabalho, o ajuste terá duas faixas.
“Quem tem salários de até R$ 5
mil, incluindo os encarregados,
que são aqueles que tomam conta de turmas ou de áreas, terão
reajuste de 11%. Isso correspon-
de a 92% de todos os contratados. Os demais, com salários
mais altos [caso dos supervisores e gerentes] terão aumentos
de 7%”, informou Roginel Gobbo, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do
Estado do Pará (Sintrapav).
Segundo o sindicato, a decisão de aceitar as propostas
apresentadas pelo CCBM foi
aprovada “praticamente pela
unanimidade” dos cerca de 15
mil trabalhadores que participaram das assembleias feitas
nos três canteiros de obras (Belo Monte, Pimental e Canais e
Diques), o que descarta qualquer possibilidade de greve
nos canteiros da obra. O acordo foi definido ontem (29).
A decisão de aceitar
as propostas
apresentadas pelo
CCBM foi aprovada
praticamente por
unanimidade
Já o auxílio-alimentação destinado a trabalhadores sem nível de chefia (90% do total)
passou de R$ 110 para R$ 200.
Os encarregados e os líderes,
termos utilizados para funções
intermediárias, passarão a receber R$ 175; e as demais funções de chefia receberão auxílio de R$ 150.
Um dos pontos mais valorizados do acordo envolve o intervalo entre os períodos de baixada, que são as folgas que os trabalhadores têm para visitar
suas famílias nos estados de ori-
gem. O Sintrapav conseguiu reduzí-los de 180 para 90 dias,
conforme pretendido, de forma
a igualar com o tempo que já é
concedido a trabalhadores de
outros grandes empreendimentos da Região Norte. Outra conquista dos trabalhadores foi o direito a um intervalo de final de
ano, entre 23 de dezembro e 3
de janeiro. “Não tínhamos esse
tipo de previsão. Além de criar
esse recesso, o CCBM se comprometeu a fornecer as passagens rodoviárias”, explicou o
sindicalista. ■ Agência Brasil
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 17
Noah Berger/Bloomberg
COMPRAS COLETIVAS
Presidente do Groupon pode se demitir
O presidente-executivo do Groupon, Andrew Mason, que enfrenta
pressão pela queda no preço das ações e crescimento menor
da companhia, afirmou que deixaria o cargo se chegasse a pensar
que era o homem errado para tal. Mason, cujo desempenho à frente
da empresa será avaliado por diretores da companhia durante
uma reunião de conselho, disse que seria “estranho” se não fosse
a diretoria não examinasse seu trabalho. Reuters
“Microsoft deveria ter Samsung reforça
briga em imagem
se adiantado em tablet”
David Paul Morris/Bloomberg
Steve Ballmer admite
que entrada da empresa
no segmento foi tardia
Câmera fotográfica acionada
pelo Android permite envio de
fotos para sites de rede social
Reuters
Reuters
[email protected]
[email protected]
O presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, exaltou,
na assembleia anual de acionistas, as inovações e o desempenho financeiro da companhia,
mas admitiu que ela deveria ter
agido mais rápido para entrar
no crescente mercado de tablets, que a Apple domina.
Atualmente presidente de
conselho, Bill Gates foi um dos
primeiros a propor aparelhos
com as dimensões de um tablet,
mais de 10 anos atrás, mas a Microsoft não conseguiu desenvolver um produto que funcionasse tão bem quanto o iPad. Gates
manteve o silêncio durante toda a assembleia, que atraiu cerca de 450 acionistas.
“Estamos inovando na aproximação de hardware e software”, disse Ballmer, respondendo sobre o atraso em relação à
Apple. “Talvez devêssemos ter
feito isso mais cedo”, admitiu.
Um mês atrás, a Microsoft
lançou o tablet Surface — o primeiro computador com a marca da empresa —, mas ainda
não divulgou números de vendas. No mercado de tablets, “só
vemos perspectivas de crescimento”, disse Ballmer, o que
equivale a admitir que a presença da companhia nele até agora
era zero.
“Estou satisfeito com o nosso
nível de inovação”, acrescentou o executivo.
Ballmer ressaltou que os
smartphones que usam Windows Phone estão vendendo quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado.
A Microsoft nunca deu números sobre as vendas dos celulares com Windows, fabricados
principalmente por Nokia, Samsung Electronics e HTC.
O Windows detém entre 2%
e 4% do mercado mundial de
smartphones, de acordo com diversas fontes do setor. A presença da Microsoft nele não crescerá na mesma proporção das vendas, já que os embarques dos
modelos concorrentes — especialmente os que usam Google
Android — também estão crescendo muito.
Ballmer respondeu a perguntas de diversos acionistas que
queriam explicações para o baixo preço das ações da compa-
Steve Ballmer, da Microsoft: morosidade prejudicou resultados
nhia, atrás de Apple e Google
nos últimos anos.
“Entendo sua posição”, disse
a um dos acionistas, para declarar em seguida que a Microsoft
fez “um trabalho fenomenal
em expandir o volume de venda de produtos” e que o foco era
lucrar com esse crescimento.
Vários acionistas na reunião elogiaram os executivos por como
eles fizeram a companhia crescer e a administram.
Apesar da Microsoft ser uma
das empresas mais antigas no ramo da informática que ainda
consegue se manter entre as
maiores companhias do mundo, seus lançamentos por vezes
não conseguem fazer o mesmo
barulho dos lançamentos da Apple. Mas mesmo assim, a empresa segue investindo em alguns
produtos que não são exatamente sua expertise, como por
exemplo o Surface. ■
A gigante sul-coreana de eletrônicos Samsung Electronics tem
os rivais japoneses na mira com
uma câmera digital acionada pelo sistema operacional Android
que permite que usuários enviem fotos rapidamente, e sem
cabos, para sites de rede social.
A câmera Galaxy permite que
usuários se conectem a uma rede de telefonia móvel ou Wi-Fi
e enviem fotos e vídeos sem que
precisem conectar o dispositivo
a um computador.
Embora não seja a primeira
câmera com esse recurso a chegar ao mercado, o poder financeiro e de marketing da Samsung sugere que ela possa representar a maior ameaça ao domínio japonês no setor de câmeras digitais, cuja projeção do
grupo de pesquisa Lucintel é de
que atinja 46 bilhões de dólares
anuais em 2017, liderado por
Canon, Panasonic, Nikon,
Sony e Olympus.
“A Samsung terá problemas
para enfrentar rivais como a Ca-
non e a Nikon no cenário das
marcas de câmeras”, disse Liz
Cutting, analista sênior de produtos de imagem do grupo de
pesquisa NPD. “Mas, como marca bem conhecida na arena de
produtos eletrônicos conectados, a empresa tem uma oportunidade única de transferir a força de categorias adjacentes para
o mundo das câmeras”.
O grupo sul-coreano, que disputa a liderança no mercado de
eletrônicos móveis com a Apple, já lidera os mercados mundiais de televisores, celulares inteligentes e chips de memória.
No ano passado, a Samsung
transferiu o controle de sua divisão de câmeras e sistemas digitais de imagens — uma de suas
menores unidades — para JK
Shin, que comanda as operações móveis, responsáveis por
70% do lucro de US$ 7,4 bilhões
que a empresa anunciou para o
terceiro trimestre. “Nossa divisão de câmeras está rapidamente evoluindo... e creio que poderá estabelecer um novo marco
para a Samsung”, afirmou Shin
ontem a em evento de lançamento em Seul. “O produto
inaugura um novo capítulo na
comunicação — a comunicação
visual", disse. ■
18 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Mario Moreira Leite
EMPRESAS
ENERGIA
Silver Spring nomeia VP de Vendas no Brasil
A Silver Spring Networks, empresa especializada no desenvolvimento
de soluções e plataforma de rede para energia, nomeou ontem o novo
vice-presidente de Vendas para o Brasil, Arthur Lobato. O executivo
brasileiro cuidará do desenvolvimento de projetos, parcerias
estratégicas e das relações com clientes. Antes de assumir o cargo na
Silver Spring, Lobato liderou a unidade de negócios de Energia e
Distribuidoras da Capgemini e foi diretor sênior da PriceWhaterhouse.
Divulgação
Netshoes avança
no exterior rumo ao
seu primeiro bilhão
Operação na Argentina e no México completa um ano e ajuda
a impulsionar a receita de 2012 da varejista em mais de 40%
Carolina Pereira
[email protected]
A varejista virtual Netshoes atravessa momento-chave na sua
história. Este ano, enquanto passa por um processo de organização da gestão que incluiu a criação de um conselho de administração, espera atingir seu primeiro bilhão de faturamento. O
crescimento estimado de mais
de 40% em relação ao ano passado é fruto de uma estratégia que
incluiu, em 2011, o início de
uma operação internacional
que replicou na Argentina e no
México o modelo implementado em 2009 no Brasil.
Com o início do negócio na
Argentina em setembro do ano
passado, a empresa diz ter aumentado o faturamento no país
em 1200% de outubro do ano
passado a outubro deste ano.
No México, onde a varejista também teve as operações iniciadas
há um ano, o aumento no mesmo período passa de 800%. Embora a base para comparação seja pequena, o número é prova
de que a companhia fechou o
primeiro ano de atuação internacional com as vendas em alta. E quer mais.
Na Argentina, um dos objetivos para expandir a operação é
fazer parcerias com times locais
de futebol para administração
de suas lojas virtuais, como a
empresa já faz no Brasil. Aqui,
os sites de e-commerce de times como o Corinthians e o Flamengo são gerenciados pela
Netshoes, modelo que a companhia conseguiu levar recentemente para o México, onde fez
parceria com Monterrey, América, Chivas e Pumas, principais
clubes do país.
“Em 2013, se aproximar dos
clubes é algo que faz parte da estratégia na Argentina”, explica
Renato Mendes, gerente de assuntos corporativos da varejista. Segundo ele, as recentes greves no país e a atual instabilidade política não interferem nos
planos da empresa. “Já sabíamos quais eram os desafios e pesando prós e contras achamos
que vale a pena”, diz.
Mesmo assim, a Netshoes
não esconde que enfrenta dificuldades em alguns pontos, como, por exemplo, na área de recrutamento, já que não há grande número de profissionais especializados em e-commerce.
No México, o desafio maior
foi criar um sistema de pagamento alternativo ao uso de cartões de crédito, já que os níveis
de bancarização do país ainda
são baixos. Para isso, a Netshoes
fechou uma parceria com a
Oxxo, rede de lojas de conveniência em que os consumidores podem também pagar seus
boletos bancários.
Agora, a empresa pretende levar para as operações internacionais novas tecnologias que
estão sendo usadas no Brasil, como o chat-robô, que responde
dúvidas no site automaticamente, e o sistema em três dimensões que compara o tamanho de
diferentes modelos de calçados
para o consumidor saber exatamente que número comprar em
cada uma das marcas.
Capital
Renato Mendes
Gerente de assuntos
corporativos
Na Argentina, uma das maneiras
da Netshoes expandir a operação
é fazendo parcerias com times
de futebol para administração de
suas lojas virtuais, como já faz
no Brasil. O modelo foi levado
para o o México, onde a varejista
fez parcerias com os clubes
como Monterrey e Chivas.
FATURAMENTO EM ALTA
Evolução do caixa da Netshoes
2009
R$ 155,9 milhões
2010
R$ 366,9 milhões
2011
R$ 700 milhões
2012
R$ 1 bilhão
Fonte: empresa
Até hoje, a Netshoes recebeu
aportes de dois fundos. O primeiro em 2009, vindo do americano Tiger Global, que voltou a
investir na brasileira em 2011.
Mais recentemente, em julho
deste ano, foi a vez da Temasek,
empresa de investimento do governo de Cingapura, fazer um
aporte de R$ 135 milhões por
uma participação minoritária. E
a empresa não descarta novos
aportes em breve.
“É preciso muito capital para
comprar à vista e vender parcelado em até 12 vezes. Continuamos precisando de dinheiro e temos diversas formas de buscar
no mercado”, afirma Mendes.
Uma das possibilidades seria a
abertura de capital. “Esta é um
dos modelos que estão disponíveis”, diz.
Sob o comando do discreto
Márcio Kumruian, o negócio começou com uma loja física de sapatos em São Paulo, em 2000. A
versão virtual só começou a surgir dois anos depois e, em 2007,
o crescimento da operação virtual fez o negócio se tornar totalmente on-line.
O tempo mostrou que a decisão foi acertada. Nos últimos
cinco anos a média de crescimento da empresa foi de 138%
ao ano, o que fez a Netshoes
passar de um faturamento de
R$ 155,9 milhões em 2009 para
R$ 700 milhões em 2011. Com a
receita do comércio eletrônico
brasileiro crescendo cerca de
25% no país, as perspectivas
continuam positivas. ■
Soares, diretor do Mercado Livre: melhorar qualidade é desafio
Mercado Livre
flerta com logística
Shopping on-line está testando
piloto de entrega via Correios
para profissionalizar clientes
Regiane de Oliveira
[email protected]
Os números do Mercado Livre
impressionam. O maior portal
de comércio eletrônico do país
realiza uma venda a cada dois
segundos. Em sua base de vendedores únicos estão 5 milhões
de pequenos e médios empreendedores, dentre os quais, 100
mil pessoas jurídicas, que respondem por 50% das vendas.
Para garantir a qualidade dessas
negociações, vale até manter
uma espécie de câmara de arbitragem, que faz a intermediação de problemas entre vendedores e fornecedores.
Agora, o Mercado Livre também aposta na logística para melhorar a qualidade. “Estamos fazendo um teste, com entrega pelos Correios para melhorar a experiência de compra”, diz Leandro Leite Soares, diretor de marketplace do Mercado Livre. Essa não é a única iniciativa da empresa nesse sentido.
Atualmente, 25% dos negócios da empresa já estão no Mercado Pago, plataforma de pagamento online que atende, além
do site Mercado Livre, clientes
como o Walmart.com. “Está é a
unidade de negócios que mais
cresce”, afirma Soares.
Além de profissionalizar o serviço prestado por pequenas empresas, o Mercado Livre também está investindo para se
aproximar de grandes varejistas. Não satisfeita com a oferta
de mais de 48 milhões de itens
de produtos em seu site, o shopping quer agora atrair lojas âncoras, como são chamadas as grandes lojas de varejo de shoppings, que ajudam a dar visibilidade aos empreendimentos.
O portal já mapeou 100 grandes lojistas de suas 20 principais
categorias para compor seu mix
de oferta. Isso só foi possível
porque a empresa liberou sua
API (interface de programação
de aplicativos, na tradução livre) ao mercado. A primeira integração foi feita com o site Bebê Store, que anunciava 500
produtos no site e passou a 35
mil itens. ■
RAIO X
Dos produtos vendidos pelo mercado livre, 80% são
novos e 97% têm preço fixo
USUÁRIOS CADAST
CADASTRADOS, EM MILHÕES
77,2
Variação
24,5%
62
3º TRI/11
1,3
3º TRI/11
1,4
3º TRI/12
VENDEDORES ÚNICOS EM 2011
5 milhões
Fonte: empresa
Variação
22,2%
3º TRI/12
VOLUME COMERCIALIZADO,
COMERCIA
EM US$ BILHÃO
Variação
6,5%
PRODUTOS VENDI
VENDIDOS, EM MILHÕES
14,4
3º TRI/11
17,6
3º TRI/12
RECEITA LÍQUIDA, EM US$ MILHÕES
Variação
19,2%
81,6
3º TRI/11
97,3
3º TRI/12
COMPRADORES ÚNICOS EM 2011
14 milhões
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 19
Divulgação
ALIMENTAÇÃO
Giraffas acelera expansão americana
A rede de restaurantes Giraffas vai inaugurar em dezembro a quarta
loja nos Estados Unidos, na cidade de Miami. Para o próximo ano, a
ideia é acelerar a expansão no mercado americano. Para isso, serão
abertas cinco novas unidades, com um investimento total de US$ 5
milhões. A última loja aberta pela rede, no início deste mês, registrou
um recorde de vendas para as unidades estrangeiras do grupo: em
21 dias de operação, o restaurante atingiu faturamento de US$ 100 mil.
Real Time: o diferencial que promete
levar a uma revolução na internet
o tempo que o internauta passa
no site passou de sete minutos,
antes do Real Time, para 14 minutos. E o tempo continua aumentando”, pontua o diretor
Niviane Magalhães
de redação sobre a audiência e
[email protected]
permanência dos internautas.
As experiências de dois granNa visão de Tales Faria, diredes portais que utilizam o Real
tor editorial do portal iG, uma
Time confirmam uma nova madas maiores vantagens é poder
neira de revolucionar a interdestrinchar uma matéria que esnet. As inúmeras aplicações da
tá sendo superacompanhada peplataforma abrem um leque de
los internautas e ampliar a coopções que garantem informabertura do assunto durante o
ção rápida e dinâmica de forma
dia. “As possibilidades que esta
estratégica.
ferramenta traz vão revolucioO site do BRASIL ECONÔMICO lannar a internet. Ela gera mais inça nesta segunda-feira essa ferteratividade e cria uma personaramenta com o intuito de forlidade com o internauta”, destamar interação entre o jornal e
ca Faria. Ele lembra ainda a imos leitores, agregando conheciportância da plataforma com o
mento e interatividade. Na opianunciante, que passa a dar a
nião de António Costa, diretor
possibilidade de o cliente saber
de redação do Diário Económiquanto tempo o leitor presta
co, principal jornal de econoatenção em sua peça publicitámia e negócios de Portugal, o
ria e se ela realmente chegou
vínculo que causa com o leitor é
até seu público alvo-muito
incrível. “O Real Time cria um
mais do que em qualquer outro
vício forte, principalmente em
veículo, além do aumento da aurelação às notícias mais lidas e
diência. “Não é só opinar, é nacomentadas. Essas
vegar dentro do asáreas criam uma fiA ferramenta sunto, que é mescladelidade muito
com texto, foto e
permite saber do
grande com o leitor
vídeo”, diz o direpor quanto
porque está em pertor editorial do iG.
manente mudança,
Entre os comentátempo uma
em função do fluxo.
rios, a interação é
propaganda
Ou seja, depois que
ainda maior. Antóé vista
o internauta sai do
nio Costa, do Diário
site, ele volta ouEconómico, descretras vezes durante o dia para ver
ve este segmento como um chat
qual matéria está sendo mais lide rede social, no qual o que a
da ou mais comentada”, explica
pessoa escreve passa a interagir
o executivo.
com os outros comentários que
No caso do BRASIL ECONÔMICO,
estão sendo postados naquele
as funcionalidades serão sememomento. “O comentário em
lhantes. Os leitores, investidotempo real convida para a partires e analistas terão em tempo
cipação. Os leitores se sentem
real as cotações das principais
como um editor do próprio site
bolsas mundiais e a movimentae percebem que contribuem dição das ações das empresas listaretamente”, aponta Costa. No
das no Ibovespa. Para complecaso do iG, o sucesso com os cotar, uma enquete semanal, que
mentários foi tanto que o portal
trará personalidades com destaterá que aumentar sua capacidaque na economia e na política,
de. “A plataforma estimula os
estampará a página principal do
comentários nas matérias, pois,
site, com resultados em tempo
além de ser rápido, gera um acirreal. No futuro, o leitor poderá
ramento nas opiniões”, compleacompanhar as notícias mais limenta Faria, do iG.
das e comentadas.
Em relação à adaptação, o exeAntónio Costa conta que o sicutivo de Portugal aponta que
te português começou a utilizar
houve certa resistência dos jora ferramenta de forma estável
nalistas, pois não sabiam ao cerhá seis meses. Para ele, o potento como funcionava. Após o cocial da plataforma é a possibilinhecimento, o entusiasmo foi
dade permanente de ver quem
instantâneo, o que gerou melhoestá dentro do site. “Isso nos
rias em toda a equipe. “O Real
ajuda muito, pois nos permite
Time é um próprio desafio para
ver a cada momento o que as
o jornalista, que sempre vai quepessoas estão consumindo mais
rer ver sua notícia entre as mais
e nos permite mudar os editolidas e isso é bom, pois causa
riais de forma rápida. Com isso,
uma competição saudável. É
Com a nova ferramenta, o site
do BRASIL ECONÔMICO prepara
interação entre jornal e leitor
uma forma de incentivo”, destaca, mostrando também que jornalistas do jornal impresso passaram a querer escrever para o
on-line para sentir o comportamento do leitor em relação à
sua matéria. O diretor do iG destaca que, no caso do portal, não
houve dificuldade, pois o jornalista e repórter de internet estão
acostumados a lidar com a novi-
dade, uma vez que isso faz parte
do setor. No entanto, gera uma
concorrência entre as editorias
para ver qual matéria estará em
destaque, aumentando o número de desdobramentos sobre os
assuntos.
O executivo do Diário Económico lembra ainda que a ferramenta não funciona se não houver notícias. “Quanto mais ma-
térias, reportagens, coberturas
e entrevistas tiverem, mais o
Real Time funciona e nos agrega
vantagem. Se o site não tiver notícias, ele não ajuda em nada,
pois não há como estimular os
leitores. Depois dele, o nosso site passou a ter 6 milhões de visitas por mês e 15 milhões de page views (páginas visualizadas)”, diz António Costa. ■
RESULTADO NA HORA
Site do jornal Brasil Econômico conta com a tecnologia Real Time
ENQUETE
Semanalmente,
trará uma seleção
de 5 a 10 nomes
de empresários,
executivos
e autoridades
que tenham
se destacado
nas áreas de
economia, política
e negócios
Incentivo para uma competição saudável
O modelo de enquete que o
BRASIL ECONÔMICO lançará na
próxima segunda-feira pretende
elevar a atração do internauta.
Segundo Tales Faria, diretor
editorial do portal iG, a enquete
abriu os horizontes do leitor em
relação às notícias. “Antes, a
audiência ficava somente na
home do portal. Agora, cada
enquete possui chamadas que
remetem às matérias dentro da
editoria que fornece a pesquisa.
Ou seja, a editoria que oferece a
enquete tem mais audiência.” Ele
explica que, para determinado
assunto fazer parte da enquete,
é necessário que ele seja quente,
de interesse público ou alguma
prestação de serviço. A partir
disso, as editorias lançam as
ideias, gerando concorrência
entre os segmentos, e a melhor
proposta vence. Para o final do
ano, o iG já conta com a votação
para os fatos mais marcantes
de 2012, com a possibilidade
de votar em 12 pesquisas
simultâneas com seis opções
em cada uma das enquetes.
Além da concorrência entre as
editorias, o Real Time também
gera contribuição. “As matérias
que estão entre as mais lidas,
possuem no final delas tags
relacionadas a assuntos
semelhantes em diversas outras
editorias. Diante disso, o número
de leituras vindas a partir dessas
tags aumentou por causa da
curiosidade dos leitores”, diz
Faria. Para ele, o Real Time foi
fundamental para elevar a
audiência de outros segmentos
que não eram tão visualizados.
20 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Rodrigo Capote
EMPRESAS
FARMACÊUTICAS
Remédios da Boiron chegam à Araujo
A Boiron, laboratório francês especializado em medicamentos
homeopáticos, fechou um acordo para vender seus produtos na
Drogarias Araujo, maior rede de farmácias de Minas Gerais. A chegada
aos pontos de venda da Araujo faz parte da estratégia da Boiron
de consolidar a presença nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
“Minas Gerais é um estado estratégico e muito importante para o nosso
crescimento”, afirma Ricardo Ferreira, diretor da Boiron no Brasil.
Sergio Dionisio/Bloomberg
BHP vai ao mercado
buscar novo CEO
Executivos da própria mineradora também concorrem ao cargo
Reuters
[email protected]
A BHP Billiton afirmou que está
buscando, dentro e fora da companhia, um sucessor para o presidente-executivo, após notícias de que a maior mineradora
do mundo estava preparando
mudanças na administração.
O presidente do conselho da
BHP, Jac Nasser, afirmou em reunião geral anual na Austrália
que os planos para a sucessão de
Marius Kloppers começaram no
dia em que ele foi indicado e
que seguem em andamento.
Kloppers supervisionou um
fenomenal crescimento durante os anos finais do boom da última década e, apesar de não conseguir completar pelo menos 3
grandes acordos, agradou a investidores por conter custos e
manter dividendos.
Mas a BHP enfrenta agora
uma queda acentuada nos lucros enquanto enfrenta um cenário mais difícil depois que a
desaceleração da China derrubou os preços das commodities.
“Se ele for substituído, eu
apenas espero que escolham alguém de dentro e não alguém
que vai cair de paraquedas, porque precisamos de um presidente que entenda esta companhia”, disse Ian Mancovitch,
acionista da BHP e participante
da reunião em Sydney.
“Claro que Marius Kloppers é
o homem de ontem, mas isso
não significa que ele não é necessário. Ele provou isso durante a crise financeira global.” Internamente, quatro candidatos
são vistos como favoritos para o
cargo de Kloppers: o diretor da
Kloppers, da BHP: ainda sem data para sua saída da presidência
divisão de petróleo, Mike Yeager, o diretor da área de alumínio e níquel, Alberto Calderon,
o diretor da unidade de não ferrosos, Andrew Mackenzie, e o
chefe da área de minério de ferro, Marcus Randolph.
Rio Tinto cortará US$ 7 bi em custos
Matthew Lloyd/Bloomberg
Por outro lado, a mineradora
quer ampliar a produção e já
destinou US$ 21 bi para projetos
Reuters
[email protected]
Tom Albanese, da Rio Tinto: pauta hoje e sempre é cortar gastos
A Rio Tinto planeja cortar US$ 7
bilhões em custos nos próximos
dois anos e vender mais ativos
para compensar os baixos preços de commodities, mas quer
aumentar a produção do lucrativo negócio de extração de minério de ferro.
A companhia é a única fabricante global que não reduziu os
planos de expansão em minério
de ferro, ao destinar US$ 21 bilhões para aumentar a capacidade de produção na Austrália investindo em minas, assim como
no processo logístico, com parte
dos recursos destinados a portos e ferrovias.
No entanto, assim como as
concorrentes, a segunda maior
produtora mundial de minério
de ferro, depois da Vale, vem cortando custos, revendo projetos e
desativando minas de carvão na
Austrália pelo baixo preço da
commodity, além dos crescentes custos e do dólar australiano
valorizado.
“Para mim, a pauta para este
ano, o próximo e provavelmente
depois (...) terá sempre a ver com
controle de custos”, afirmou o
presidente-executivo Tom Albanese a jornalistas, antes de encontro marcado com investidores.
A companhia pretende reduzir até o fim de 2014 mais de US$
5 bilhões em gastos com operações e suporte e cortará US$ 1 bilhão em exploração e avaliação
de projetos no fim de 2012 e ao
longo de 2013.
Muitos dos cortes serão em
carvão e alumínio, disse o executivo, acrescentando que os custos de suporte na Austrália se tornaram os mais altos do mundo,
enquanto há cinco anos estavam
entre os mais baixos. ■
Norsk Hydro prevê alta na demanda por alumínio
Expectativa é de que mercado
cresça até 4% em 2013,
resultado melhor que neste ano
O grupo norueguês de alumínio
Norsk Hydro previu que a demanda fora da China crescerá
de 2% a 4% em 2013 após expansão de 2% neste ano, com a recuperação do mercado em meio
a um processo de corte de capa-
cidades e redução de estoques.
Grandes nomes do setor cortaram produção após o preço do
alumínio ter ficado abaixo de
US$ 2 mil a tonelada no começo
do verão no hemisfério norte.
Os preços voltaram a ficar acima de US$ 2,2 mil antes de algumas empresas retomarem produção, o que causou recuo de
volta aos US$ 2 mil. “Apesar de
o alumínio ter tido uma das demandas de maior crescimento
entre os metais, também vemos
um grande crescimento de capacidade de produção, resultando
em preços baixos e retorno inadequado”, disse a companhia.
Como o alumínio está ganhando espaço diante de metais como aço e cobre, a companhia prevê um crescimento
anual de 4% a 6% nos próximos
dez anos, segundo o presidenteexecutivo, Svein Richard Brandtzaeg. A China, maior produtora e consumidora de alumínio,
respondendo por 40% do mercado mundial, deve continuar a
crescer acima da média e responder por quase metade do
consumo de alumínio em 2022.
■ Reuters
A companhia não informou
quando o executivo sul-africano de 50 anos deixará o cargo,
mas identificou a necessidade
de planos de sucessão para todos os seus principais executivos como prioridade. ■
Shell retoma
produção
de petróleo
na Nigéria
Companhia suspendeu ontem
a última das três declarações
de força maior das exportações
A Shell suspendeu ontem a última das três declarações de força
maior nas suas exportações de
petróleo e gás na Nigéria, anunciando a retomada de produção
de óleo de grau do tipo Forcados,
após a extração ter sido atingida
por enchentes e roubos. Declarar
força maior significa que a companhia de óleo não será capaz de
cumprir contratos para entrega
de petróleo devido a circunstâncias além de seu controle.
A Shell suspendeu força
maior para óleo leve de Bonny e
abasteceu um terminal de gás
natural liquefeito (GNL) mais cedo este mês.
A Nigéria está entre os 10
maiores exportadores mundiais
de petróleo e geralmente embarca cerca de 2 milhões de barris
por dia, mas a produção foi cortada em cerca de um quinto
após uma série de problemas, incluindo um grande incêndio
causado por roubo de óleo em
um duto da Shell, um vazamento no mar registrado pela ExxonMobil e fortes enchentes.
A Shell fechou um oleoduto
na Nigéria no dia 31 de outubro
por danos causados por ladrões, interrompendo uma produção de 25.000 barris por dia
(bpd). ■ Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 21
22 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Denis Doyle/Bloomberg
EMPRESAS
AVIAÇÃO
Funcionários da Iberia organizam greve
Funcionários da companhia aérea Iberia confirmaram uma série
de greves para o mês que vem, o que deve prejudicar a temporada
de viagens de final de ano. As paralisações de 24 horas irão ocorrer
no dia 14 e entre 17 e 21 de dezembro. O colaboradores da empresa
protestam contra cortes de emprego anunciados pela empresa
no começo do mês. Na ocasião, a Iberia informou que demitiria
25% dos funcionários para se tornar mais competitiva. Reuters
Renault aposta alto na América
Latina e estuda fábrica na Venezuela
Montadora assinou protocolo de intenções com ministro de Hugo Cháves para montar carros naquele país
Jason Alden/Bloomberg
Mesmo com o volume inferior, a Volkswagen do Brasil é líder em exportações do setor automobilístico brasileiro. Em novembro, ela atingiu o marco histórico de 3 milhões de unidades
(automóveis e comerciais leves)
exportadas desde 1970, quando
tiveram início as vendas da marca para o exterior.
Hoje, a Volkswagen do Brasil
tem a América Latina como seu
mercado de exportações, sendo
que Argentina e México são os
principais destinos, respondendo por 64% e 22% das exportações, respectivamente. A marca, no entanto, já vendeu seus
modelos para 147 países, nos
cinco continentes.
Ana Paula Machado
[email protected]
A francesa Renault elegeu mesmo a América Latina como
uma das regiões mais importantes dentro da sua estratégia
mundial. A montadora, depois
de investir na unidade brasileira R$ 1,5 bilhão para o aumento
da capacidade produtiva, agora
se volta para o mercado venezuelano. A empresa e o ministério
do Poder Popular da Indústria
da República Bolivariana da Venezuela assinaram carta de intenções para a instalação de fábrica
de montagem naquele país.
Segundo comunicado da empresa, desde o início de suas
operações, há 50 anos, a empresa vendeu na Venezuela mais de
132 mil veículos, desenvolveu
uma rede de 20 concessionárias e centros de serviço, além
de um centro de formação profissional e técnico de qualidade
mundial. A Renault Venezuela
SA é uma subsidiária comercial
controlada 100% pela Renault,
que tem como presidente mundial, Carlos Ghosn.
Além disso, a companhia
inaugurou o primeiro Centro
de Formação em Mecatrônica
Automobilística (uma combinação de mecânica, eletrônica e
informática em tempo real) no
Instituto Universitário Tecnológico (IUT) Dr. Federico Rivero
Palacio, na Universidade de Ca-
Novos modelos
Carlos Ghosn, presidente mundial da Renault: mercado latino-americano é estratégico para companhia
racas. Com esta nova opção, a
cada ano, 60 estudantes poderão obter o diploma de técnico
automobilístico.
Os carros que são vendidos
lá são importados da Colômbia
e de unidades europeias. Hoje,
o Brasil não embarca para a Venezuela, em razão da falta de
competitividade do país para a
exportação. O aumento da capacidade da fábrica brasileira,
em São José dos Pinhais (PR),
deverá atender prioritariamente a demanda do mercado brasileiro e da Argentina, onde a
montadora mantém uma unidade de produção. Lá a Renault monta o hatch compacto
Clio, e os sedãs Fluence e Symbol, todos destinados ao mercado brasileiro.
Outra montadora que tem perdido na exportação em razão da
baixa competitividade do país é
a Volkswagen do Brasil. “Este
ano vamos exportar cerca de
150 mil unidades, a maior parte
para a Argentina.
Vai depender muito da reação do mercado perante a crise
econômica que assola a Europa”, disse o presidente da montadora no Brasil, Thomas Schmall. No ano passado, a VW embarcou 178 mil unidades.
Schmall confirmou que o modelo conceito apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo,
o utilitário esportivo Taigun, será o próximo carro da montadora a entrar em linha de produção. Ele, no entanto, não informou em qual unidade da companhia no mundo o veículo deve
ser montado.
“Foi a primeira vez que tivemos um lançamento mundial
aqui no Brasil. Isso mostra a importância que o país vem ganhando dentro da empresa.”
O Taigun foi criado inspirado
nas condições brasileiras, mas
deverá ser vendido também em
países emergentes.■
Vendas de carros nos EUA ensaiam recuperação
Indústria deve apresentar forte
retomada na divulgação dos
números fechados de novembro
Reuters
[email protected]
As vendas de automóveis nos Estados Unidos devem ter forte recuperação em novembro, possivelmente registrando seu maior
ritmo de alta em mais de quatro
anos, à medida que consumidores na região nordeste do país
retornam a concessionárias
após a tempestade Sandy derrubar a demanda em outubro.
As vendas em novembro
também foram impulsionadas
pela demanda acumulada por
veículos, com consumidores
substituindo seus carros e caminhões mais antigos, disseram
analistas e executivos.
“As pessoas precisam de um
carro, e vemos isso tomando fôlego rapidamente, especialmente nos últimos 10 dias”, disse
Brian Carolin, vice-presidente
sênior de vendas e marketing
na unidade norte-americana
da Nissan, no salão do automóvel de Los Angeles.
Ele acrescentou que havia
conversado com alguém de
uma companhia de locação de
veículos mais cedo e que a situação não era diferente. “Eles
tiveram de enviar mais carros
para a região nordeste por con-
ta da demanda. Obviamente as
pessoas estão alugando veículos, elas estão esperando que
suas reivindicações de seguros
sejam processadas e então vão
voltar ao mercado de maneira
bem mais robusta”.
Montadoras devem divulgar
os resultados de vendas nos
EUA em novembro na segunda-
Montadoras
devem divulgar os
resultados na
segunda-feira.
Expectativa é de alta
entre 11% e 13%
feira e analistas esperam um aumento de 11% a 13%, com o setor aproximando-se da conclusão de seu ano mais forte desde
2007. Vendas de automóveis
são um indicador mensal da demanda do consumidor norteamericano.
Uma preocupação para a indústria é o “abismo fiscal” que
enfrentam os Estados Unidos
— uma combinação de cortes
de gastos e aumentos de impostos a serem implementados sob
os termos das leis atuais no início de 2013 que podem reduzir
o déficit orçamentário federal,
mas também derrubar a economia de volta a recessão.
Executivos do setor acredi-
tam que democratas e republicanos chegarão a um acordo para evitar essa questão.
“Você pode ter que segurar
sua carteira, mas acho que eles
chegarão a um acordo”, disse
Jim Lentz, presidente da divisão de vendas da Toyota Motor
nos EUA. “A ideia de não haver
(acordo) não é uma realidade”,
completou o executivo.
Analistas e executivos preveem uma taxa anual de vendas em novembro de 14,8 milhões a 15,3 milhões de veículos, retomando o ritmo após os
fracos resultados de outubro,
quando a supertempestade Sandy afetou o consumo nos últimos dias do mês. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 23
Chris Ware/Bloomberg
TECNOLOGIA
Locaweb compra a Tray E-comeerce
A Locaweb anunciou a aquisição do controle acionário da Tray
E-Commerce. As empresas possuem produtos complementares
e segundo as companhias, isso possibilita um alto potencial de
crescimento. A Locaweb tem uma base de 250 mil clientes que
utilizam os serviços de computação na nuvem, o que permitirá
à Tray expandir a sua operação e comercialização de seus
produtos em larga escala. O valor da operação não foi divulgado.
Petrobras quer vender todos
os ativos de refino no exterior
Iniciativa faz parte do plano de
desinvestimento, focado em
unidades menos rentáveis
Leila Coimbra
Reuters
A Petrobras planeja vender todas as suas refinarias no exterior, incluindo uma unidade inteira e a participação em outra
na Argentina, disse uma fonte
da companhia.
A venda faz parte do plano de
desinvestimento da Petrobras,
num momento em que a empresa avalia que já não é tão lucrativo ter ativos de refino onde não
conta com produção de petróleo e distribuição relevantes.
A estatal detém 100% de uma
refinaria em Pasadena, nos
EUA, e a totalidade de uma outra unidade no Japão (Nansei
Sekiyu), que já estavam à venda. E agora quer vender tamDouglas Engle/Bloomberg
Foster, da Petrobras: sem pressa para vender operação nos EUA
bém os ativos de refino, de mefino, mas blocos de petróleo
nor porte, na Argentina.
nos Estados Unidos, o maior
“O objetivo é concentrar o reconsumidor mundial de petrófino próximo ao centro consuleo e derivados”, disse ele.
midor, que é no Brasil. E (ter)
A venda de blocos nos EUA inunidades de refino sem o restegra o plano de desinvestimentante da cadeia (proto da estatal.
dução de petróleo e
A propósito, a
Objetivo
postos de revenda)
presidente da emé concentrar presa, Maria das
não é tão lucratio refino
vo”, disse a fonte,
Graças Foster, disse
que pediu para não
ontem que não tem
próximo ao
ser identificada.
prazo para fechar a
centro de
Procurada, a Petrovenda da refinaria
consumo
bras não comentou
de Pasadena, nos Eso assunto.
tados Unidos, que
A empresa prevê desinvestipossui capacidade de refino de
mentos totais, dentro do Plano
100 mil barris diários. Já a refinade Negócios e Gestão
ria de Nansei Sekiyu, também
2012-2016, de US$ 14,8 bilhões.
com capacidade de 100 mil barNa Argentina, a estatal brasiris diários, foi comprada pela Peleira possui 100% da refinaria
trobras em 2008 por US$ 71 miRicardo Eliçabe, em Bahia Blanlhões. O interesse da estatal era
ca, e também participação de
criar um polo exportador de pe28,5% na refinaria do Norte (Retróleo e derivados para a Ásia.
finor), na Província de Salta. Os
As operações de refino no exsócios da Petrobras na Refinor
terior não saíram como o esperasão Pluspetrol, com 21,5%, e
do porque as margens de lucro
YPF, com 50%.
na área estão em queda no munAs duas unidades têm capacido e há sobra de capacidade.
dade de refino de 30 mil barris
A venda de ativos no exterior
de petróleo por dia, cada uma.
ocorre num momento em que a
A opção de investir em refino
Petrobras tem redução em seus
apenas no Brasil representa
lucros.
uma reviravolta na estratégia da
A divisão de Abastecimento
companhia, segundo o especiano Brasil é deficitária, sendo
lista em energia e diretor do
obrigada a importar gasolina e
Centro Brasileiro de Infraestrudiesel para abastecer o mercado
tura (Cbie), Adriano Pires.
interno a preços mais altos do
“Há alguns anos o que o goque os valores de venda no merverno (controlador da emprecado interno.As compras extersa) queria era transformar a Penas de gasolina estão entre 80
trobras em um grande player
mil e 90 mil barris diários, seglobal, e por isso ativos no extegundo a presidente da estatal, e
rior foram comprados. A emprea tendência é de aumento nos
sa comprou não só plantas de redois próximos meses. ■
Continental é absolvida por acidente
Veredito sobre a queda de
avião, que deixou 113 vítimas
fatais, veio após 12 anos
Reuters
[email protected]
Uma corte de apelações francesa absolveu a Continental Airlines por responsabilidade no acidente com um Concorde no ano
2000 que matou 113 pessoas.
Além disso, absolveu um mecânico da companhia aérea norteamericana da acusação de homicídio involuntário.
O veredito vem após mais de
uma década depois de o aciden-
te ajudar a colocar um fim no
avião supersônico. Uma Corte
anterior havia determinado
que uma pequena tira de metal
que caiu na pista de uma aeronave da Continental pouco antes da decolagem do Concorde
em Paris foi a responsável pelo
acidente.
A Continental inicialmente
foi multada em ¤ 200 mil e recebeu a ordem de pagar à operadora do Concorde, a Air France,
um milhão de euros em danos.
A Continental contestou o veredito, classificado por ela como
injusto e absurdo.
Welder John Taylor foi absol-
vido de uma sentença de prisão
condicional de 15 meses por ter
agido contra as normas da indústria e usado titânio para forjar a peça que caiu do avião.
A Continental, empresa que
agora faz parte da United Continental Holdings, havia sido ordenada, de acordo com a decisão original, a pagar 70% de
qualquer lesão pagável às famílias das vítimas. A empresa responsável pela Airbus, a EADS,
teria de pagar pelos outros
30%.
O acidente acelerou o fim do
Concorde — o avião comercial
mais rápido da história e símbo-
lo da cooperação franco-britânica — , uma vez que as preocupações de segurança se somaram à
desaceleração econômica depois do 11 de setembro e afastaram os clientes abastados.
O Concorde da Air France, levando em sua maioria turistas
alemães para um cruzeiro no Caribe, estava decolando em Paris, em 25 de julho de 2000,
quando um motor pegou fogo.
Deixando uma coluna de chamas, a aeronave bateu em um
hotel perto do aeroporto Charles de Gaulle. Todos os 109 passageiros e quatro pessoas em terra morreram. ■
Porto de
Paranaguá
terá novo
acesso
Obras devem reduzir filas de
caminhões no local, utilizado
para exportação de grãos
Reuters
[email protected]
A licitação para contratação do
serviço que vai construir um novo acesso para caminhões ao Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá (PR) foi autorizada pelo
governador do Paraná, Beto Richa, informou a administração
portuária (Appa). O porto, um
dos principais para exportação
de commodities agrícolas do
Brasil, recebe boa parte das cargas exportadas por caminhões e
sofre com filas de veículos na
época do pico de safra. O projeto prevê a construção de 1,2 km
de via marginal que irá ordenar
o fluxo de caminhões ao pátio,
construído na década de 70, promovendo a segurança no tráfego e mais agilidade no acesso,
segundo o porto.
De acordo com a Appa, a solução a ser adotada prevê a implantação de um canteiro central e a delimitação do acesso ao
pátio de triagem por via marginal, desde a rotatória da avenida senador Atílio Fontana até a
marginal de acesso. Com o canteiro central, o fluxo de veículos vindos da Estrada Velha de
Alexandra será impedido, evitando o cruzamento na BR-277.
O Programa de
Recuperação do
local prevê outras
melhorias, como
a recuperação
da pavimentação
Essa obra faz parte do Programa de Recuperação e Ampliação da Capacidade do Pátio de
Triagem do Porto de Paranaguá. “O Pátio de Triagem foi
construído na década de 70 e,
de lá para cá, não passou por reformulações. Com as soluções
que iremos implantar, acabaremos com o problema das filas
de caminhões que se repetem a
cada safra”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique
Dividino. Além do novo acesso,
o Programa de Recuperação do
Pátio prevê outras melhorias como recuperação da pavimentação, nova estrutura para recepção de caminhoneiros etc. ■
24 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Reuters
EMPRESAS
ENERGIA
Chinesa compra 41% da australiana de energia
A State Grid comprou 41% da distribuidora australiana de energia
ElectraNet, em meio aos esforços da chinesa de acelerar
investimentos em ativos internacionais. A maior estatal de energia
do mundo também está adquirindo a participação da Powelink,
do governo de Queensland, Austrália. As empresas não confirmaram
o valor da transação. O presidente da empresa chinesa afirmou
que planeja quadruplicar seus ativos fora do país até 2020.
Scolari reassume seleção e traz
de volta estilo popular e polêmico
Sergio Moraes/Reuters
Técnico já se meteu na primeira saia-justa,
ao afirmar que quem não quer pressão
“tem de trabalhar no Banco do Brasil”
Gabriela Murno
[email protected]
Luiz Felipe Scolari manteve ontem, ao ser confirmado como
técnico da seleção brasileira, o
tom polêmico que marca sua
carreira. A saia justa agora envolveu o Banco do Brasil. Ao dizer que o Brasil tem a obrigação
de ser campeão mundial na Copa de 2014, Scolari cometeu seu
primeiro deslize no cargo: “Se
não quer pressão, então é melhor não jogar na seleção. É melhor ir trabalhar no Banco do
Brasil ou em um escritório”.
O mal estar causado pela declaração obrigou o técnico da
Seleção a entrar em contato
com o presidente do Banco do
Brasil, Aldemir Bendine, para
reparar declaração. Segundo
nota divulgada pelo BB, no contato Scolari lembrou que é cliente do Banco do Brasil há mais
de 30 anos e afirmou que não teve a intenção de ofender os funcionários. “Eu não pretendia
ofender o pessoal do Banco do
Brasil. Foi apenas uma má colocação”, disse o técnico. Para
Bendine, o episódio está superado e mandou também seu recado. “Você vai ter aqui uma família de 116 mil pessoas que estará
torcendo pelo seu trabalho, que
você seja muito feliz nessa nova empreitada e que traga de
volta aquela alegria que você
nos deu em 2002.”
Esta postura mais popular
de Scolari, que conquistou o
penta em 2002, na Coreia do
Sul e no Japão, tem forte apelo
de marketing. Para Stephan
Younes, professor da ESPM-RJ,
Scolari, mais popular, traz
mais ativos para a imagem da
Seleção, do que seu antecessor,
Mano Menezes.
“Mais importante do que as
diferentes personalidades, é a
memória afetiva do Brasileiro.
Felipão ganhou a Copa do Mundo de 2002, criando a chamada
‘Família Scolari’. O Mano não teve uma campanha vitoriosa e
faltou tempo para agregar sua
marca à equipe”, explica. Sylvio Maia, coordenador da pósgraduação em Gestão e Marketing Esportivo do Ibmec-RJ, diz
até que a Seleção inicia agora
uma fase mais nacionalista. “O
BOM NEGÓCIO
Salários dos últimos técnicos
da Seleção Brasileira
MENSAL
ANUAL
Mano
R$ 400 mil
R$ 4,8 milhões
Dunga
R$ 170 mil
R$ 2,04 milhões
Parreira
R$ 300 mil
R$ 3,6 milhões
Scolari
R$ 400 mil
-
Fonte: Brasil Econômico
Scolari, campeão em 2002, não deve repetir à frente da seleção os supersalários de alguns técnicos
torcedor está atualmente muito
ligado aos clubes de futebol.”
No que diz respeito à atração
de novos patrocinadores, Maia
vê como positiva a chegada do
novo técnico. “Os patrocinadores vão adorar, pois agora navegam em mares menos turbulentos. A imagem da CBF fica mais
‘leve’”, diz. Mano Menezes era
alvo de muitas críticas sobre
seu trabalho na Seleção. “É criado um ‘escudo’ para a CBF, que
agora pode trabalhar as articulações políticas e de marketing”,
completa Maia.
Para Younes, entretanto, este impacto é minimizado por
termos a Copa das Confederações, no ano que vem, e a Copa
do Mundo, em 2014. “Os dois
principais eventos do futebol
mundial acontecem no Brasil,
nos próximos anos. Os patrocinadores também foram atraídos
por eles”, contesta.
Salário
Ainda não se sabe quanto Scolari receberá em seu retorno à seleção, mas de olho nos salários
pagos aos últimos comandantes equipe, Felipão não deve ter
em seu contra-cheque quantia
que se aproxime do valor pago
aos técnicos dos principais clubes brasileiros. Enquanto o próprio Scolari e Mano ganharam
R$ 4,8 milhões anuais em suas
passagens pela seleção, Abel
Braga, técnico do campeão brasileiro Fluminense, recebe R$
9,1 milhões por ano, sendo o
mais bem pago do Brasil e figurando entre os vinte maiores salários do futebol mundial, de
acordo com ranking elaborado
pela Pluri Consultoria. A lista
segue com Vanderlei Luxemburgo, do Grêmio; Muricy Ramalho, do Santos; Tite do Corinthians; e Dorival Júnior do
Flamengo. Os três primeiros recebem R$ 7,8 milhões anuais,
enquanto o técnico rubro-negro, R$ 5,8 milhões.
Na comparação com técnicos de outras seleções, a diferença deve ser ainda maior, pois o
comandante da equipe russa, o
italiano Fábio Campello, recebe
nada menos do que R$ 20,9 milhões anuais. ■
CNN nomeia novo presidente para repensar canal
Chris Kleponis/AFP
Após resultados ruins na NBC,
Zucker tem missão de salvar
audiência da rede de notícias
Edmund Lee, da Bloomberg
[email protected]
Zucker, da CNN: emissora
precisa de programas novos
A Time Warner anunciou ontem a nomeação de Jeff Zucker
para o cargo de presidente da
CNN. Antes de assumir esse cargo, o executivo já havia comandado as operações da NBC Universal.
Ao ser anunciado no novo
cargo, Zucker afirmou que o ca-
nal precisa de uma nova programação para enfrentar os maiores concorrentes, como Fox
News e MSNBC. “Há bons programas aqui na CNN, mas eles
podem ser ainda melhores.” Segundo o executivo, a rede precisa de programas novos e mais
atuais. O discurso vai na mesma linha do divulgado pelo
atual presidente da rede, Jim
Waltson, que ao anunciar que
se afastaria do cargo, disse que
o canal precisava de “novas
ideias”.
O novo emprego é uma opor-
tunidade de Zucker retomar a
carreira, depois de um período
conturbado na NBC. Durante a
gestão do executivo, o canal desabou da primeira para a última colocação na audiência entre as grandes redes durante o
horário nobre da televisão americana. Ao anunciar a contratação do novo presidente, o feito
mais comentado pela CNN foi o
período em que ele esteve à
frente do telejornal “Today”,
no início de sua carreira. Na
época, o programa era o matinal mais assistido e rentável da
televisão do país.
Zucker começa oficialmente
a exercer o cargo em janeiro e
vai se reportar ao presidente da
Turner Broadcasting, Phil Kent.
A escolha do executivo para
a posição é uma tentativa de a
controladora do canal, a Time
Warner, reverter as quedas nos
índices de audiência. O canal,
que foi o pioneiro no esquema
de transmissão de notícias 24
horas por dia, liderou o segmento por muitos anos, mas
agora é superado pela rival Fox
News. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 25
26 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
R$ 1.299
é o preço do RAZR i na versão
branca, novo smartphone que a
Motorola Mobility lançará na
próxima semana, sendo o primeiro
aparelho com processador
Intel Inside da América Latina.
FÁBIO SUZUKI
[email protected]
Vinho para inglês beber
GIRO RÁPIDO
Divulgação
Com apenas dois anos de atuação, a vinícola
brasileira Dunamis acaba de fechar um contrato para exportar seus vinhos para a Inglaterra.
Os primeiros rótulos a serem distribuídos para
os restaurantes ingleses são os espumantes Dunamis Ar Brut e Dunamis Ar Moscatel, cujo envio do primeiro lote de 50 caixas será realizado em janeiro com início da comercialização
marcado para o mês de fevereiro de 2013. “Temos certeza de que este será o primeiro de muitos negócios no exterior”, afirma José Antônio
Peterle, proprietário da Dunamis. A entrada
da vinícola brasileira no mercado inglês devese à participação da empresa na London International Wine Fair (LIWF), que ocorreu em
maio deste ano. Na ocasião, os rótulos da Dunamis ganhou três medalhas no Decanter World
Wine Wards, concurso realizado na feira pela
revista especializada em vinhos Decanter. ■
➤
●
O Submarino Viagens, braço de turismo do
portal de e-commerce, aumentou em 140% o
número de rede de hotéis oferecidos em seu serviço
atingindo um total de 135 opções de hospedagens
aos interessados em viajar a partir deste mês.
Entre os novos destinos incorporados estão
Campos do Jordão, Ilhabela e Porto de Galinhas.
➤
●
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira
Albert Einstein (SBIBAE) realizará, no
próximo dia 9, a 6ª edição de seu torneio
beneficente de golfe com a expectativa de
arrecadar R$ 630 mil, valor que será destinado
à comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.
José Antônio Peterle, da Dunamis:
estreia dos vinhos no exterior
DPZ cria campanha de R$ 3,5 milhões para shopping no RJ
A DPZ assina a campanha de lançamento e do Natal para o ParkShoppingCampoGrande,
empreendimento com 276 lojas do Grupo Multiplan, inaugurado nesta semana no Rio de
Janeiro. A ação terá investimento total de R$ 3,5 milhões e abrange peças para televisão,
rádios, jornais e mídia exterior. Para atrair os consumidores para as compras de fim de ano,
a agência criou uma campanha sob o conceito ”comprou, ganhou e concorreu”, onde
os clientes ganharão um panetone durante as compras e concorrerão a um carro 0 km.
FRASE
“O futebol brasileiro
não vive um bom
momento, talvez seja
o pior da história”
Ronaldo, sobre os indicados
pela Fifa para o prêmio de
melhor jogador de 2012, que não
tem nenhum atleta brasileiro.
Luiz Fernando Menezes/Ag. O Dia
➤
●
A empresa de serviços de pagamentos
Agillitas lança em parceria com a Visa
o cartão pré-pago que homenageia o capitão do
tricampeonato mundial do Brasil, Carlos Alberto
Torres. O produto estilizado traz a foto do
ex-jogador levantando a taça do Mundial de 1970.
➤
●
Para voltar à 1ª Divisão, o Palmeiras terá uma
torcida formada principalmente por homens.
É que um estudo da Pluri Consultoria apontou que
apenas 32,2% dos fãs palmeirenses são mulheres,
o menor nível entre os 20 maiores clubes de
futebol do país. Flamengo e Corinthians, por
exemplo, têm 48,4% e 46,8%, respectivamente.
Divulgação
Google+ desdenha Facebook
Bradley Horowitz criticou
estratégia da rival para exibir
anúncios aos usuários
iG São Paulo
www.ig.com.br
Responsável pelo desenvolvimento do Google+, Bradley Horowitz, vice-presidente da rede
social no Google, fez duras críti-
cas ao Facebook durante uma
conferência de tecnologia em
Nova York, nos Estados Unidos, ontem. “O Facebook é a rede social do passado e a forma
com que eles implementam publicidade não funciona”, disse
Horowitz ao público, de acordo
com o site Cnet .
O Google+ só vai adotar anúncios, quando descobrir uma forNoah Berger/Bloomberg
Horowitz, VP do Google+: publicidade no Facebook nao funciona
ma de não chatear usuários, disse o executivo do Google.
Para o executivo, o Facebook
não permite que as pessoas se relacionem da mesma forma que
no mundo real. A rede social, segundo ele, deveria permitir que
as pessoas conversem com um
grupo de amigos.
Um dos diferenciais do
Google+ é a possibilidade de adicionar amigos a diferentes círculos, que o usuário seleciona dependendo do tipo de informação que quer compartilhar.
Atualmente, o Facebook oferece
um recurso para criar grupos de
amigos. “Congestionar a página
do usuário com eventos e publicidade está aborrecendo os usuários e as empresas que anunciam também. Essa não é a forma como o mundo funciona”,
disse Horowitz.
O executivo afirmou que os
anúncios exibidos pelo Facebook não são efetivos para os
anunciantes. Durante o evento, Horowitz foi questionado se
o Google tem planos de incorporar anúncios no Google+.
“Só faremos isso se encontrarmos uma forma de não chatear
os usuários”.
A rede do Google ultrapassou
a marca de 400 milhões de usuários cadastrados em um ano. O
Google+ foi lançado em 28 de junho de 2011. O site possui 100
milhões de usuários ativos por
mês, segundo a empresa. ■
BELEZA RARA
O bairro da Liberdade, em São Paulo, recebe a partir de
hoje a 13ª Expoverão 2012. O evento organizado pela
Associação Orquidófila de São Paulo (AOSP) contará
com mais de 600 orquídeas e poderá receber visitas até
o dia 2 de dezembro. O destaque do momento será a
orquídea Laelia purpurata — uma planta de cor intensa
e grande variedade de espécies. Na mostra de entrada
franca o público ainda terá a oportunidade de comprar
mudas, plantas floridas , livros, adubos e vasos.
A organização espera receber cerca de 20 mil visitantes.
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 27
EMPRESAS
R$ 50
milhões
É o valor da verba anual de
publicidade da Petrobras
Distribuidora (BR). Mais de
20 agências disputam a conta.
CRIATIVIDADE E MÍDIA
Minotauro estrela campanha
da Honda criada pela Y&R
Carolina Marcelino
[email protected]
A Young&Rubicam propôs uma
ação bem humorada para a Honda mostrar aos seus consumidores o novo visual do modelo da
CG 150 Fan. A campanha conta
com a participação do lutador
de MMA Rodrigo Minotauro
que aparece em cenas inusitadas. O objetivo é fazer com que
o cliente se veja no comercial e
se espelhe no atleta na hora de
comprar uma motocicleta.
De acordo com o VP de criação da Y&R, Rui Branquinho, o
conceito da ação foi baseado
nas qualidades do produto. “A
moto é indicada para motociclistas que desejam um modelo robusto e mais potente. Ou seja, tivemos de ir atrás de um protagonista que fosse exatamente assim. Este atleta simboliza toda a
força deste modelo e, ao mesmo
tempo, é carismático e querido
pelo público”, disse Branquinho, que teve a ideia de convidar Minotauro após ver a sua
performance no quadro “Dança
dos Famosos” do Programa Domingão do Faustão.
No filme, o atleta aparece fazendo bronzeamento artificial e
NBS e Movimento
criam para bebida i9
COM A PALAVRA...
Fotos: divulgação
A Coca-Cola do Brasil lançou
uma campanha para divulgar a
nova fórmula de i9 by Powerade.
Criada pelas agências NBS
e Movimento, a ação convida
o consumidor a fugir do padrão,
inovando na forma de viver.
A campanha é composta por dois
comerciais de 15’’, que passarão
na TV paga e nas redes sociais.
...MARCOS HASHIMOTO
Conti Bier tem outro
final para Rapunzel
ensaiando passos de uma coreografia no meio de uma pista de
dança só para se aproximar das
garotas. Logo depois, aparece
um rapaz se questionando como o lutador reagiria se estivesse no seu lugar diante de situações embaraçosas. “O personagem pensa: será que ele tomaria
um coquetel servido dentro de
um abacaxi? Tudo é mostrado
de maneira bem engraçada”,
contou Rui. O novo modelo CG
150 Fan traz sistema Flex com
tecnologia Mix Fuel Injection,
149,2 cilindradas e injeção ele-
PARA LEMBRAR
trônica. Além disso, a moto tem
motor OHC, monocilíndrico,
quatro tempos e arrefecido a ar.
A campanha, com veiculação
nacional, contempla filme para
TV, anúncios de mídia impressa, material de mídia exterior.
Na ação digital, a Honda lançou
a hashtag #minotauronãofariaisso. Nela, o lutador aparece levando o cachorro para passear e
fazendo as unhas no cabeleireiro. A plataforma online, assinada pela agência Agente, inclui
ainda jogos e um concurso no
Instagram. ■
Criada pela WMcCann, a nova
campanha da Conti Bier traz
o mote “a cerveja de quem
gosta de cerveja”. O filme
de 30’’ ilustra a clássica história
de Rapunzel, porém, com um
desfecho diferente. A Ação
será veiculada em TV aberta
e a cabo, e além disso haverá
divulgação nas redes sociais.
Oi dá ingressos para
o show da Madonna
A Oi, copatrocinadora dos shows
da Madonna em São Paulo,
lançou uma série de ações com
os clientes, que poderão resgatar
ingressos com pontos do
programa de relacionamento.
A promoção é válida apenas
para os usuários dos planos
Oi Participantes e Oi Pontos.
NO MUNDO DIGITAL
Ronaldinho Gaúcho premia fãs no Facebook
Para celebrar a marca de
5 milhões de fãs na página de
Ronaldinho Gaúcho no Facebook,
a Agência Frog lançou um
concurso cultural. Para participar,
os fãs devem escrever uma frase
que contenha as palavras
“craque” e “gol” na fanpage
do jogador. Os autores das
nove frases mais criativas vão
ganhar quatro camisas oficiais
do Atlético Mineiro e cinco bolas oficiais do Campeonato Paulista.
O resultado será divulgado no dia 12 de dezembro.
VAIVÉM
➤
●
Wando embalava o suspense
Em uma ação bem-humorada, a Ace lançou “O Mistério
do sutiã encardido”. O cantor Wando foi convidado
para compor uma música e participar da campanha
realizada pela Leo Burnett Tailor Made. O filme da TV
ganhou cinco versões. O sucesso foi tão grande que a
ação na internet contou com mais de 20 vídeos.
BRUNO FERRANTE
Gerente de marketing da
MadeiraMadeira
A MadeiraMadeira anunciou
a contratação de Bruno
Ferrante para o cargo de gerente
de Marketing da empresa.
Com 12 anos de experiência no
segmento, o executivo assume
a missão de contribuir para o
fortalecimento da marca, além
de aumentar o seu mind share.
Com formação em Relação
Públicas pela Universidade
Federal do Paraná, Bruno já
atuou em diversos projetos
de inovação digital e tecnologia
no Brasil e em outras cidades
do mundo, como Nova York.
Professor do curso de
Administração da ESPM
Estratégias de marketing
para pequenas empresas
Os pequenos e médios negócios
podem ter estratégias de
marketing. Esse não é um
investimento exclusivo de grandes
organizações com grandes
marcas. É apenas uma questão
de usar bem a criatividade para
gastar dinheiro com ações de
resultados efetivos. Algumas dicas
para fazer marketing do seu
pequeno negócio gastando pouco:
● Redes sociais: é um canal
relativamente barato se você
souber identificar o seu público
e conhecer os mecanismos de
indexação para você aparecer
na primeira página dos
buscadores. Existem na internet
vários sites e tutoriais com dicas
para usar bem essa ferramenta.
● Parcerias: você pode fazer
parcerias de divulgação
ou montar estratégias de
comunicação com parceiros
estratégicos. Assim você
compartilha os custos e
aumenta o valor percebido
para o cliente com ofertas
mais completas e integradas.
● Anúncios: existem formas
baratas de anunciar. Quanto mais
específico for o segmento-alvo,
mais direcionada pode ser a
comunicação. Assim, você pode
escolher um veículo que tenha
uma tiragem menor, portanto,
é mais barato anunciar, porém, é
focado no seu público específico.
● Promoção: ou qualquer forma
de interação direta com o cliente
pela qual você pode divulgar seu
produto e fazer a venda direta
também. Alguns canais indiretos
de interatividade podem
funcionar bem em alguns casos,
como a propaganda boca a boca.
● Publicidade: dependendo do
apelo de valor do produto, pagar
uma boa assessoria de imprensa
pode valer a pena, pois eles
são especializados em fazer
o seu produto ser mencionado
em reportagens e matérias
jornalísticas. Sai mais barato
e dá mais credibilidade.
28 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
EMPRESAS
CULTURA
Rio de Janeiro é o cenário do
famoso calendário da Pirelli
Personagens da cidade dividem as páginas da tradicional publicação com mulheres famosas e e engajadas
Fotos: divulgação
Cintia Esteves
[email protected]
O pano de fundo para o Calendário Pirelli 2013 é a cidade do Rio
de Janeiro com seus bairros históricos, favelas, bares e escolas
de samba. É a primeira vez que
uma cidade brasileira serve de
cenário para as fotografias que
compõem o famoso calendário.
Também foi no Rio de Janeiro a
festa de lançamento da peça de
marketing, no último dia 27 de
novembro. Desta vez, o fotógrafo responsável pelos cliques foi o
americano Steve McCurry, autor do famoso retrato da menina
afegã, Sharbat Gula, que ganhou
o mundo na capa da revista National Geographic. “Eu caminhei bastante pelas ruas, procurando momentos da vida cotidiana e tirando uma infinidade de
fotos”, conta McCurry.
Uma vendedora na feira livre,
capoeiristas, passistas de escola
de samba e uma secretária olhando pela janela. São personagens
como estes, da vida comum, que
encantaram o famoso fotógrafo
durante as duas semanas em que
passou na capital fluminense. E,
é claro, não poderia faltar no calendário lindas mulheres. Entre
as brasileiras estão a modelo Isabeli Fontana, a atriz Sônia Braga e
a cantora Marisa Monte.
A atriz ítalo-egípcia Elisa Sednaoui e a modelo tcheca Petra
Nemcova, são alguns dos destaques entre as estrangeiras . Todas têm em comum o envolvi-
Summer Oakes é autora do best-seller Naturally, um guia de estilo
mento com causas humanitárias. Há 34 fotos coloridas na edição deste ano, as quais foram
transformadas em um livro-calendário. “Tentei retratar o Brasil, sua paisagem, sua economia
e cultura. Tudo junto com o elemento humano”, diz McCurry.
Durante suas andanças pela cidade, o fotógrafo diz não ter se
sentido incomodado com relação
à segurança. Sempre acompanhado de numerosa equipe, ele teve
parte de seu trabalho realizado
em três favelas. E conseguiu atingir seu objetivo: achar ambientes
úmidos, escuros e cheios de gente, assim como em uma experiência sua por cortiços da Índia.
McCurry diz ter ficado particularmente encantando com uma
menina vendendo pimentas em
uma feira livre. “Foi uma garota
que encontrei por acaso, não era
uma modelo. Bati um monte de
fotos”, lembra.
A Pirelli fez seu primeiro calendário em 1964. De lá pra cá, a publicação só não saiu em 1967 e entre os anos de 1975 e 1983.
Ele tem tiragem limitada, de
apenas 20 mil exemplares, e é
distribuído para o mailing vip da
companhia que inclui clientes,
celebridades, empresários, entre
outras personalidades. No ano
passado, o fotógrafo escolhido foi
Mario Sorrenti e as imagens foram feitas na Córsega. Neste ano,
o calendário revela uma mudança de rumo na tradição que sempre marcou essa iniciativa: a substituição de nus femininos por ambientações de apelo social. ■
A atriz Sonia Braga foi fotografada por McCurry no Parque Lage
EDIÇÕES ANTERIORES
2008: a doçura da modelo
brasileira Carol Trentini
2009: a natureza de Mariacarla
Boscono e Malgosia Bela
Obras de Botero à venda pela primeira vez no país
Galeria Almeida e Dale reuniu 31
quadros do pintor colombiano
famoso por seus gordinhos
O Brasil entrou no calendário
de comemorações do aniversário de 80 anos de Fernando Botero. A galeria de arte Almeida
e Dale reuniu em São Paulo
uma coleção de 31 obras do aclamado artista colombiano. Vários trabalhos selecionados, entre les, desenhos, esculturas e
pinturas mostram seus conhecidos personagens gordinhos,
marca registrada de Botero. Será a primeira mostra com obras
do artista à venda no país.
“O mercado de arte brasileiro está em ótima fase. Colecionadores do mundo todo estão
de olho em tudo o que está sendo produzido e vendido por
aqui”, afirma Antonio Almeida, sócio da galeria.
Para essa exposição, foram
mescladas as produções atuais de
Botero com algumas de suas
obras mais antigas. Um exemplo
é um quadro com natureza morta
feito na década de 1970. Além da
mostra em São Paulo, outras instituições ao redor do mundo também estão homenageando o artista, como o Museo
de Bellas Artes
de Bilbao, na
Espanha,
que reúne uma
grande exposição do
pintor, denominada Fernando Botero Celebración.
Natural de Medellín, Botero
começou sua carreira profissional como ilustrador
do jornal El Co-
lombiano. Apresentou sua primeira exposição em 1951.
Serviço
A mostra vai até 21 de dezembro
na Rua Caconde, 152, Jardim
Paulista, São Paulo - SP. Horário: de segunda a sexta-feira,
das 9h às 19h, e sábado, das 10h
às 13h. Entrada grátis. Informações: (11) 3887-7130. ■ Redação
Escultura em bronze
“Donna Sdraiata com frutto”
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 29
Divulgação
MÚSICA
Moraes Moreira canta Novos Baianos em SP
O show “Moraes Moreira canta Novos Baianos” é a próxima atração
do Clube Hebraica, em São Paulo. O cantor, que é um dos fundadores
do grupo que marcou a história da música brasileira, apresenta-se
amanhã, dia 1º de dezembro, às 21 h. Endereço: Rua Hungria, 1000 São Paulo - SP. Ingressos: R$ 160,00. Informações: (11) 3818-8888.
Exposição relembra fatos curiosos
da emissora carioca Rádio Nacional
Fotos, discos, cartazes e vídeos
contam a história da estação
radiofônica criada em 1936
“Alô, alô Brasil ! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!” Foi com essa frase que o locutor Celso Guimarães deu início à transmissão da estação radiofônica, em 1936. Alguns
anos depois, a emissora virou
referência. Por ela passaram
grandes intérpretes da música
popular brasileira, tais como
Dalva de Oliveira, Lamartine
Babo, Francisco Alves, Orlando Silva e Dolores Duran.
Nela surgiram também os
programas de auditório de variedades e de humor. E foi por
meio de suas ondas que foram
transmitidas as famosas radionovelas, as quais enriqueceram
o imaginário brasileiro. Para
contar todas estas histórias, a
Caixa Cultural Sé, em São Paulo, vai abrigar uma exposição
com 75 fotografias do acervo da
rádio. Durante o passeio, o visitante também poderá ouvir diversos programas da época.
Segundo o historiador e curador da mostra, Carlos Eduardo
França de Oliveira, o foco da exposição, chamada Uma Rádio Ligando o Brasil: Memória da Rádio Nacional, é a década de
1950. “Buscamos trabalhar com
o acervo da própria Rádio Nacional”, afirma.
Em 76 anos de existência, a
Rádio Nacional reuniu uma coleção considerável de discos,
gravações, imagens e cartazes.
Sua programação ajudou a consolidar a ideia de nacionalidade
brasileira, um pedido feito pelo
então presidente Getulio Vargas. Foi no rádio que surgiram
os primeiros símbolos dessa
unidade nacional. A cantora
Carmem Miranda e o compositor Ary Barroso, além de rit-
mos como o samba e o choro e
o programa de notícias Repórter Esso são exemplos.
“Quando a Rádio Nacional
foi criada, o Brasil ainda não tinha uma identidade cultural.
Havia uma série de manifestações dispersas por todo o país,
mas nada que as unificasse”,
afirma Oliveira. “No governo
de Getulio Vargas, tentou-se,
de diversas formas, dar uma cara para o Brasil e dizer o que o
simboliza. A Rádio Nacional vai
de encontro com esta tentativa”, completa.
Um exemplo disso é o que
ocorreu com o samba. “Até os
anos 1930, o ritmo era restrito a
algumas partes do território nacional. Então ele foi trabalhado
por meio da Rádio Nacional como um elemento brasileiro por
excelência”, diz.
O auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro costumava ficar lotado durante as apresentações
O percurso
Ao longo da exposição o visitante encontrará fotos de cantores,
músicos, personagens dos programas de auditório e de pessoas que frequentavam a Rádio
Nacional. Haverá também uma
área a respeito dos bastidores
da estação, ou seja, sobre as pessoas que trabalhavam nos departamentos técnicos ou administrativos da rádio, as quais os ouvintes não conheciam.
Outro espaço interessante
será o dedicado a radionovelas. “Elas eram um grande sucesso nos anos 1950”, afirma o
curador. Haverá, inclusive, fotos que darão uma ideia de como eram feitas as sonoplastias
destes programas. Os ruídos
mais utilizados nestas histórias
lembravam chuva e passos de
cavalos.
Uma outra sala apresentará
uma animação, mesclando publicidade, áudio e imagens da
época. ■ ABr
A cantora Silvinha Chiozzo
sendo coroada pelos bombeiros
SERVIÇO
Uma Rádio Ligando o Brasil:
Memória da Rádio Nacional
Quando: de 8/12/12 a 25/2/13;
Onde: Caixa Cultural Sé (Praça
da Sé, 111, Centro, São Paulo);
Quanto: grátis;
O cantor Benedito César Ramos de Faria, pai de Paulinho da Viola
ESTREIAS - CINEMA
Marcelo Yuka abre o jogo em documentário Animação faz bom uso do 3D
Músico ficou paraplégico após
ser baleado em uma tentativa de
assalto, em novembro de 2000
O documentário Marcelo Yuka
no caminho das setas, de Daniela Broitman, acompanha o trabalho do músico e ativista,
bem como os caminhos que a
vida dele tomou após ser baleado — e ter ficado paraplégico —
numa tentativa de assalto no
Rio de Janeiro, em 2000.
Ativista desde muito antes
do acidente, Yuka sempre compôs músicas de cunho social
que falam sobre racismo, violência e desigualdade social.
“O que mudou a minha vida foi
a leitura. E, embora eu não seja
negro, eu tive meu apartheid
social”, diz ele no longa. É essa
inquietação que o move, levando-o a apresentar-se nos lugares mais inusitados, como um
presídio ou uma praia. Baterista de uma das bandas mais importantes da década de 1990, o
Rappa, Yuka é um grande letrista, o que lhe trouxe mais destaque e retorno financeiro, gerando desconforto e rompimento
com o grupo. ■ Reuters
Longa reflete o espírito do
norte-americano de se ver
como o centro do mundo
Em todo seu esplendor de luzes, brilhos, cores e barulho, A
origem dos Guardiões é uma animação bonita, que faz um bom
uso do 3D, embora sua trama reflita bem o espírito do norteamericano predominante: ver-
se como o centro do mundo. Os
personagens, à exceção de Papai Noel e de um coelho da Páscoa, estão mais ligados à mitologia daquele país. Jack Frost,
Sandman e a Fada dos Dentes
são personagens com pouco
sentido para o público brasileiro, embora, a certa altura, a trama faça o favor de explicar
quem eles são. ■ Reuters
30 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
FINANÇAS
Editora: Léa De Luca [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
ENTREVISTA CÁSSIO BELDI
Proprietário da gestora Mint Capital
“Emoções atrapalham os
investimentos em ações”
Herdeiro do grupo Splice, um dos pioneiros no uso das finanças comportamentais no Brasil, gere 9 fundos
Murillo Constantino
caso. Tudo o que acontece entre
um resultado e outro é boato,
emoções. Mas é preciso ter visão de longo prazo. Estudos recentes mostram que nenhuma
crise financeira, por pior que seja, dura mais do que quatro
anos. Não acreditamos em previsão de futuro, olhamos passado e presente. O que nos interessa é o preço. O princípio é simples, difícil é transformar o princípio em processo. Hoje, o processo é maior do que os gestores. Aplicamos a filosofia com
muito rigor desde 2009. Fazemos uma alocação que pode ser
chamada de anticrise. Vamos
na direção oposta à manada.O
segredo é separar as empresas
puro-sangue das pangarés.
Léa De Luca
[email protected]
Cássio Beldi, herdeiro do grupo
Splice (que começou com telefonia, em 1962, e hoje tem negócios nas áreas imobiliária, de
educação e infraestrutura), tem
apenas 26 anos, mas pegou gosto pelo mundo dos investimentos logo cedo. “Com 15 anos
montei minha primeira carteira
de ações”, diz. Em 2008, criou
um clube de investimentos em
ações e, com o crescimento e os
acertos, abriu uma gestora de recursos de terceiros no ano seguinte. Assim nasceu a Mint Capital — “mint”, em inglês, significa “criar valor”.
Depois de ter três sócios, Beldi
comprou a parte de todos no
ano passado. Hoje, a gestora
tem nove fundos, com patrimônio total de R$ 20 milhões, e
acaba de lançar um nos Estados Unidos. A ideia é começar
com seu próprio capital , e depois começar a oferecer a opção aos clientes também. A
Mint também cuida de investimentos patrimoniais das famílias clientes — mas por questões de sigilo, não pode revelar
a quantia. E acaba de entrar na
área de consultoria.
Entusiasta e defensor da teoria das finanças comportamentais — que busca isolar a emoção das decisões de investimento — Beldi bebeu na fonte de um
dos papas do assunto, o professor James Montier, na Columbia
Business School (em Nova
York). O jovem gestor, também,
aplica com rigor a teoria do “value investing”: “Se uma ação está barata, e a empresa não tem
prejuízo, comprá-la é sempre
um bom negócio”.
Como e quando começou
sua carreira no
mercado financeiro?
Foi em 2003, quando o grupo,
que era industrial, decidiu vender todas as empresas e ficou
com muito dinheiro em caixa.
Meu avô e a segunda geração estavam acostumados a lidar com
negócios, não com dinheiro.
Mas eu fui criado para saber li-
“
Nós duvidamos
das convicções
dos gestores. Não
casamos com ações.
Não acreditamos em
previsão de futuro,
nem em sorte
dar com dinheiro. Comecei fazendo a gestão do dinheiro da família, tinha que ganhar dinheiro sendo bastante conservador.
Foi lá que nasceu a ideia de aplicar as filosofias que hoje aplico
nos fundos de ações da Mint (value investing e finanças comportamentais). Os conceitos eram
pouco conhecidos aqui e em
2009, nossos fundos eram os
únicos a aplicar essas teorias.
O dinheiro da família
está na Mint?
Não, ao contrário, a Mint não é
um projeto familiar, é um voo
solo meu. Quase não há dinheiro da minha família aplicado lá,
tem dinheiro meu e dos clien-
tes. Eu trabalhei muito para o
grupo, aprendi, mas descobri
que não queria mais fazer parte,
hoje sou apenas acionista.
Quantos fundos a gestora tem?
São nove, todos de ações, a
maioria exclusivos para as famílias que são nossas clientes. No
mês passado, lançamos um fundo de ações americanas, replicando a mesma estratégia dos
nossos fundos aqui. Começamos pequeno, com dinheiro
meu, é um teste interno. Em no
máximo um ano, criaremos um
fundo aqui para aplicar dinheiro dos nossos clientes brasileiros nesta carteira. Nos EUA hoje
há muitas oportunidades de
boas ações baratas, como as da
Intel, que estão com relação preço/lucro de 4. Aqui, boas empresas tem uma relação mais alta, de 8 (o que significa que leverá o dobro do tempo para recuperar o investimento).
Como a Mint escolhe os papéis
para entrar na carteira?
A ideia das finanças comportamentais é se aproveitar dos vieses de mercado criado por emoções humanas, irracionais, para
Então, vocês não têm ações
de empresas da moda, como as
do grupo EBX, por exemplo?
No caso da OGX, por exemplo,
apesar de ter caído muito neste
ano, ainda está cara. No presente, seria preciso 527 anos para
ter retorno sobre o investimento. Pode ser a Petrobras do futuro, mas eu não preciso correr todo esse risco.
NA DIANTEIRA
Desempenho dos fundos da
Mint X o do IBX,em %
MINT
IBOVESPA
2009
52,52
30,53
2010
18,29
2,62
2011
0,4
11,39
2012*
8,74
5,36
88,12
25,39
ACUMULADO
Fonte: Mint *Até 31/12
entrar na contramão - por
exemplo, hoje estamos ‘aplicados’ em bancos e energia. Nós
duvidamos das convicções dos
gestores. Não casamos com
ações. Trabalhamos com um
grupo de 20 ações, distribuídas
igualmente, e reavaliamos as
carteiras após as divulgações de
resultados trimestrais, se for o
Há algum risco inerente a essa
estratégia? Como mitigar?
Usamos um pouco de interferência humana, mas apenas para
eliminar ações da carteira, nunca para incluir. E acreditamos
que devemos estar sempre aplicados em ações, nunca com dinheiro em caixa. Se perdemos
uma oportunidade, fica difícil
recuperar.
E quais têm sido os
resultados da estratégia?
Nesses quatro anos, ganhamos
do IBX com algumas apostas fora da curva, como a Nossa Caixa
em 2008 e Cielo no ano passado. Só em 2008 ficamos negativos. No momento, ações das
elétricas, construtoras e bancos foram muito penalizadas, estão muito baratas em relação ao
tamanho dos seus ativos. Temos muitas delas na carteira. E
a relação preço/lucro mostra recuperação do investimento em
7 anos, ante 14 do IBX. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 31
Murillo Constantino
INTERNACIONALIZAÇÃO
BTG vai criar banco no Chile para alta renda
O BTG Pactual buscará criar um banco no Chile para clientes de alta
renda, institucionais e corporativos, em meio a seu plano de expansão
após a fusão com a corretora local Celfin Capital, disse seu presidente,
André Esteves. O BTG Pactual comprou a Celfin no início deste ano
como parte de suas intenções de se tornar o maior banco de
investimentos da região. “Vamos pedir uma licença bancária no Chile",
disse Esteves em entrevista ao jornal Diario Financiero, ontem.
“Anjos” querem mudar regras
para aplicar mais em startups
Rodrigo Capote
Associação começou ontem
movimento para alterar
questões tributária e jurídica
Dos dois
lados do
balcão
Natália Flach
[email protected]
O novo patamar de juros nominais é um incentivo para que os
investidores de renda fixa procurem diversificar ativos, como
as start ups. Conhecidos como
investidores anjos, quem investe nessas empresas nascentes
são empreendedores, executivos e profissionais liberais de
sucesso e dispostos a ajudar os
novatos com aconselhamento,
rede de relacionamento e recursos financeiros. No Brasil, a atividade ainda é incipiente, mas
já mostra evolução.
No entanto, para crescer
mais, seria necessário mudar algumas regras, diz Cássio Spina,
presidente da ONG Anjos Brasil. “As principais barreiras são
a questão tributária e a personalidade jurídica, que pode levar
que os investidores anjo tenham de arcar com passivos
adicionais da empresa mesmo
não tendo envolvimento com o
capital social”, diz. “Começamos o pleito [ontem] para que
os investidores tenham isenção
de imposto de renda caso reinvistam o capital e estamos conversando também sobre a distinção de investidor da de administrador”, diz.
As tratativas estão sendo feitas com representantes do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior.
“Já vi gestor de fundo de venture capital ter os seus bens congelados por causa de problemas
em uma das empresas investidas. Isso é um absurdo. Precisa-
Spina: total de investidor anjo poderia ser, no mínimo, o dobro
mos de regulação específica para isso”, afirma, acrescentando
que, se não fossem essas barreiras, o número de investidores
anjo teria, pelo menos, duplicado. “Muitos investidores desistem quando descobrem que os
riscos são maiores do que do
próprio negócio.”
De acordo com a organização
Anjos do Brasil, o número de investidores anjo saltou 18%, passando de 5,3 mil, no ano passado, para 6,3 mil, em 2012. O volume total investido também
aumentou: saiu de R$ 450 milhões para R$ 495 milhões —
mas o valor médio investido
caiu cerca de 7%. “Isso é normal por causa da entrada dos
novos investidores anjo. No início, é comum investirem valores mais baixos”, afirma Cassio. Nos Estados Unidos, o ecossistema é mais maduro. Mesmo
com a crise econômica, o número de investidores anjo saltou
20% para 318 mil pessoas.
Um exemplo de investidor anjo que deu certo é a Apple, que
contou com o aporte e aconselhamento de Mike Markkula.
No Brasil, o Buscapé também
contou com apoio de investidor
anjo e, dez anos depois, foi vendida por US$ 342 milhões. ■
Cassio Spina, 45 anos, é formado
em engenharia eletrônica e
atuou como empreendedor por
mais de 25 anos no mercado de
tecnologia da informação. Criou
três empresas e comprou outras
duas. Entre elas, fundou a Trellis,
fabricante de produtos de
conectividade que liderou por
18 anos tanto na fase inicial,
de crescimento e até a de
aquisições, fusões e obtenção
de capital de investimento,
completando o ciclo com
a venda da organização.
Em todos os negócios, apenas
recebeu aporte de um fundo
em uma fase mais avançada.
Segundo ele, a falta da figura de
um investidor na fase inicial
de seus negócios fez falta.
Percebendo o potencial do
mercado, resolveu participar
com outros empreendedores de
negócios nascentes, exercendo
o papel de investidor-anjo em
busca de retorno e diversificação
de investimentos desde 2010,
quando vendeu seu último
negócio.
Passou então a se dedicar
totalmente à atividade, e criou
a Anjos do Brasil, com o intuito
de conectar investidores
e empreendedores.
Sua carteira é composta por
cinco investimentos, entre
empresas de tecnologia e do
setor de bebidas funcionais, que
considera seu ‘limite técnico’.
Marília Almeida
Meta atuarial dos fundos cairá a 4,5%
Entidades terão de se adequar
até 2018, diz Conselho Nacional
de Previdência Complementar
Aluisio Alves
Reuters
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC),
órgão ligado ao Ministério da
Previdência Social, decidiu reduzir gradualmente a meta
atuarial dos fundos de pensão,
dos atuais 6%, para 4,5% ao
ano até 2018. A medida vale a
partir de 2013. A cada ano, a
meta terá um corte de 0,25 ponto percentual.
A meta atuarial consiste no
rendimento real, descontada a
inflação medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), necessário para que o
fundo consiga pagar seu beneficiários ao longo do tempo.
“A decisão reflete o cenário
atual de juros mais baixos da
economia brasileira”, informou
o ministério, em comunicado.
Para o secretário de políticas
de Previdência Complementar
do ministério, Jaime Mariz, é necessário que os fundos criem alternativas de investimentos e
não se concentrem apenas em títulos públicos.
Na quarta-feira, o Banco Central decidiu manter a Selic em
7,25%, mantendo o piso recorde da taxa, que era de mais de
20% há menos de 10 anos.
Na reunião de ontem, o
CNPC também adiou a decisão
sobre mudar a norma que regula a retirada de patrocínio no
âmbito do regime fechado de
previdência complementar. A
previsão é que a definição sobre o assunto aconteça na próxima reunião do Conselho, em
17 de dezembro.
No fim de junho, o patrimônio dos fundos de pensão do
país era de R$ 626 bilhões, o que
representava 14% do Produto
Interno Bruto (PIB). ■
Tokio Marine
atingirá R$ 1
bi em seguro
de carro
Mais agressiva, seguradora
teve crescimento da carteira
de automóvel de 55% neste ano
Flávia Furlan
[email protected]
A Tokio Marine deve fechar o
ano com R$ 1 bilhão de prêmios
emitidos no ramo automóveis,
o que representa um crescimento de 55% frente ao ano anterior. Já para 2013 a expectativa é
de um crescimento de 15%.
A estratégia da companhia
no segmento tem sido o de oferecer um produto com mais coberturas e outro com preço
mais competitivo. “Isso permite atender ao público que escolhe o seguro apenas pelo preço
e aquele que pensa nos serviços
agregados”, diz Marcelo Goldman, diretor de Massificados
da seguradora.
Estratégia da empresa
é ter seguro de
automóveis para
quem olha preço e
para quem prefere ter
serviços agregados
De acordo com ele, o crescimento da carteira deve-se ao
avanço da base de corretores e
da produção destes profissionais, além da melhoria e aperfeiçoamento dos serviços oferecidos. “Como exemplo, temos envio de SMS com o status do sinistro e possibilidade de abrir o
processo de sinistro pela internet”, explica o executivo. Para
2013, a seguradora prepara uma
série de alterações no sistema
de cálculo do seguro, que vai
tornar a cotação mais fácil.
Quando analisado todo o ramo de seguros massificados (automóveis, residências, condomínio e empresas), o segmento
de automóveis é o de maior crescimento. “Daremos atenção especial ao produto no próximo
ano. O Brasil está avançando e
há muitas oportunidades de ampliação da atuação nesses ramos”, pondera Goldman.
O mercado de seguros massificados ainda é muito pequeno
no Brasil, com forte potencial
de crescimento. Em veículos, estima-se que de 30% a 40% da
frota esteja segurada e as vendas de veículos zero quilômetro
batem recordes a cada ano. ■
32 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Divulgação
FINANÇAS
NOTAS SUBORDINADAS
Banrisul capta US$ 275 mi em nova emissão
O Banrisul captou US$ 275 milhões com reabertura da emissão de
notas subordinadas feita em janeiro, com vencimento em fevereiro
de 2022. Essa é a segunda captação com investidores estrangeiros.
No início do ano, a primeira foi de US$ 500 milhões. Segundo o diretor
Financeiro e de RI, João Gazzana, a operação amplia a capacidade
de financiamento do banco. “Os recursos serão direcionados para
incrementar operações de crédito às exportadoras do estado."
Murillo Constantino
Ouro lidera ganhos
pelo 4º mês no ano
Alta do metal é de 3,82% em novembro e de 23,16% em 2012
Ana Paula Ribeiro
[email protected]
O ouro deve terminar o mês como o ativo de maior rendimento, com ganhos de 3,82% até o
dia 29. É a quarta vez que o metal repete esse feito em 2012.
No acumulado entre janeiro e
novembro, a rentabilidade soma 23,16%, praticamente o dobro do segundo colocado — no
caso o dólar, com variação de
12,20% no ano.
Uma das máximas do mercado financeiro — rentabilidade
passada não garante ganhos futuros —, se aplica ainda mais ao
metal, ativo de pouca liquidez
DÓLAR LIDERA
no Brasil. “O investidor tende a
olhar sempre pelo retrovisor e,
no caso específico do ouro, há
um problema de liquidez e corretagem e custódias caras”, alerta o sócio diretor da Tag Investimentos, Marcelo Pereira.
Sua avaliação também se estende ao dólar, que ocupava a
segunda colocação no mês até
ontem, com ganhos de 3,30%.
De acordo com o executivo, esse ganho está atrelado não só a
fatores conjunturais, como menor superávit comercial e juros
mais baixos, mas também a um
fator pontual, que foi a indefinição do Banco Central sobre a rolagem dos contratos de swap
cambial. Daqui para frente ele
espera pequenas desvalorizações do real. “O investidor precisa se acostumar a ter cada vez
teremos mais volatilidade. É assim que o mundo está hoje.”
Nesse ambiente de contínua
volatilidade e com juros em patamares historicamente baixos,
Pereira afirma que para se ter ganhos acima da inflação será preciso assumir mais riscos e fazer
uma gestão mais ativa dos investimentos, revendo constantemente as aplicações.
Mesma opinião tem o administrador de investimentos Fabio Colombo. “É preciso aceitar
mais risco e aproveitar que a
bolsa de valores está com os preços interessantes”, afirma.
Em novembro até ontem, o
principal índice da Bovespa, o
Ibovespa, acumulava ganhos de
1,37% e, no ano, de 1,93%. Essa
baixa variação se deve principalmente ao peso que as empresas
de commodities possuem no in-
Ranking dos investimentos
NO MÊS
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
-0,5
Fabio Colombo aconselha investidor a aceitar mais riscos
NO ANO
3,22%
3,30%
23,16%
25
20
1,37%
15
0,55%
0,54%
10
0,50%
5
-0,03%
BOVESPA
CDB (1)
CDI (3)
POUPANÇA (2)
OURO
DÓLAR
IGP-M
7,91%
7,82%
CDB (1)
CDI (3)
1,93%
12,20%
7,09%
5,95%
0
BOVESPA
POUPANÇA (2)
OURO
DÓLAR
IGP-M
Fontes: BM&FBovespa, Anbima, Cetip, BC, FGV e Brasil Econômico
(1) Taxa bruta para aplicações no 1º dia do mês (2) Rendimento creditado no 1º dia do mês seguinte (3) Taxa efetiva
Inadimplência resiste à queda
dicador. Quando se olha os fundos de ações livres, que não são
atrelados a índices, a figura muda e os ganhos são maiores:
13,24% no ano.
Colombo defende que a única
maneira de uma carteira de investimentos ter um desempenho acima da inflação é com a
alocação de ao menos 10% a
20% dos recursos em ações,
mais arriscadas, mas que podem possibilitar ganhos maiores no longo prazo.
Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos, afirma que com o
atual nível de incertezas na economia global — discussões sobre o “abismo fiscal” nos EUA e
indefinição na Europa — o foco
deve ser na qualidade de gestão
da carteira. “As ações de elétricas e petróleo sofreram muito
no ano mas, por outro lado, os
ganhos das empresas ligadas ao
mercado doméstico estão interessantes”, diz. ■
SEM DESCANSO
Inadimplência sobe pelo quarto mês consecutivo, em %
Pessoa física
Concessões subiram 1,4% em
outubro mas calotes continuam
elevados; esperança é novembro
Lucas Bombana e
Vanessa Correia
[email protected]
Quatro dos cinco itens que considero relevantes nos dados de crédito do Banco Central mostraram melhora em outubro: aumento das concessões, redução
das taxas de juros, queda dos
spreads e aumento no prazo médio de financiamento. O único
dado negativo é a estabilidade da
inadimplência. Assim Miguel de
Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e
Contabilidade (Anefac), resumiu
o rsultado das oeprações de cré-
dito no país em outubro, divulgado ontem pelo Banco Central.
O crédito total subiu 1,4%
em outubro, depois do 1,16%
de setembro. É a maior variação
desde junho deste ano, quando
a alta foi de 1,5%. Com isso, atingiu 51,9% do (PIB), ou R$ 2,269
trilhões. A inadimplência ficou
em 5,9% no mês passado, mesElza Fiuza/ABr
Maciel, do BC: “Prevemos
redução até o final deste ano”
mo patamar pelo quarto mês
consecutivo, ainda puxada pelos calotes nos financiamentos
de automóveis.
“Esperávamos que o índice
caísse em outubro. Mas é provável que vejamos esse movimento em novembro”, diz. “Os cinco indicadores devem mostrar
tendência positiva a partir deste mês”, diz Oliveira.
“Prevemos uma redução ainda este ano tendo em vista o
crescimento da renda e redução
da taxa de juros”, voltou a repetir o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
João Augusto Salles, analista
da Lopes Filho Consultores de
Investimentos, está menos otimista. Para ele, a queda deve
ocorrer só a partir do segundo
trimestre de 2013.
8,00
Média
7,9
7,6
7,0
6,75
5,50
Empresas
5,7
4,25
4,1
4,0
3,00
JAN/2012 FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET OUT/2012
Fonte: Banco Central
A taxa média de juros atingiu novo recorde de baixa ao
chegar a 29,3%, 0,6 ponto percentual menor do que em setembro, também o oitavo mês
seguido de queda — a menor da
série histórica do BC iniciada
em 2000.
A LCA calcula que o estoque
de crédito no país irá encerrar
2012 com um avanço de 16,5%.
No ano, até outubro, o aumento
está em 16,6%. Já para o ano
que vem, a expectativa da consultoria é de que o saldo de crédito no país tenha uma expansão de 17%. “A queda das taxas
melhora a perspectiva das condições de crédito”, diz a LCA,
em relatório. ■ Com Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 33
Antonio Milena
DEBÊNTURES
Usiminas emitirá até R$ 1 bilhão em papéis
O conselho de administração da Usiminas aprovou emissão de
debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de até
R$ 1 bilhão. A operação será realizada no primeiro semestre de 2013.
O vencimento será de quatro e seis anos. Além disso, também foi
aprovada a extinção da Usiminas Portugal e programa de incentivos de
longo prazo 2012. Os papéis preferenciais (USIM5) e ordinários (USIM3)
se destacaram ontem com altas de 6,07% e 7,42% nesta ordem.
BOLSAS
COMMODITIES
Ibovespa sobe
a 57 mil pontos
Petróleo encerra com
alta em Nova York
Esta foi a maior alta
em mais de dois meses,
puxada por papéis da LLX,
que avançaram 30%
Danielle Assalve
Reuters
O Ibovespa disparou 2,32% ontem, maior alta em mais de
dois meses, em pregão marcado pelo salto de quase 30% das
ações da LLX, do grupo do bilionário Eike Batista.
A companhia anunciou na
véspera que firmou um contrato de 30 anos, renovável por
até mais 30, com a GE para instalação de uma unidade industrial no Rio de Janeiro.
“São pelo menos 30 anos de
uma fonte de receita garantida
para LLX, graças a um contrato
com uma das maiores empresas do mundo, e isso agradou o
mercado”, diz o gerente de renda variável da H.Commcor,
Ariovaldo Santos.
O papel subiu 27,59%, a R$
2,22, com forte giro financeiro
— contribuindo para o avanço
de 2,32% do Ibovespa, a 57.852
pontos.
Dentre as blue chips, a preferencial da mineradora Vale teve alta de 3,92%, a R$ 36,60, e
a da Petrobras subiu 2,68%, a
R$ 19,15. OGX, petrolífera que
também faz parte do grupo de
Eike, subiu 1,59% a R$ 4,48.
As siderúrgicas também ajudaram a impulsionar o Ibovespa, com destaque para CSN e a
preferencial da Usiminas, que
subiram 9,61% e 6,07%, respectivamente, impulsionadas por
avaliações mais positivas sobre
o setor.
Segundo operadores, movimentos de ajustes de carteira, típicos do período de fim de mês,
também contribuíram para o
avanço das ações brasileiras.
Na Europa,
o indicador acionário
atingiu o maior
nível de fechamento
desde julho de 2011
com alta de 1,13%
Apenas 10 ações do Ibovespa
fecharam no vermelho, com
destaque para a preferencial da
Eletrobras, que perdeu 7,46%
com investidores preocupados
sobre os impactos da possível
renovação antecipada de concessões elétricas.
O giro financeiro da bolsa
paulista foi de R$ 8,33 bilhões,
acima da média diária de R$
7,2 bilhões em 2012. O destaque ficou com Qualicorp, que
teve leilão nesta quinta-feira e
movimentou 988 milhões de
O barril de WTI com entrega
para janeiro subiu 1,58%
e fechou valendo US$ 88,07
reais, giro maior que o da ação
preferencial da Vale.
Mercado externo
Na cena externa, investidores
continuavam acompanhando
atentamente a evolução das negociações para evitar uma crise
fiscal nos EUA que poderia jogar
o país novamente em recessão.
Em Nova York, o índice Dow
Jones subiu 0,28% e o S&P 500
teve alta de 0,43%. Já o indicador Nasdaq avançou 0,68%.
Na Europa, o indicador acionário atingiu o maior nível de fechamento desde julho de 2011
ontem, sustentado por ações de
mineração, devido ao otimismo
de que os políticos dos EUA irão
alcançar um acordo para evitar
medidas de austeridade.
O índice FTSEurofirst 300,
que reúne as principais ações
europeias, fechou em alta de
1,13%, a 1.121 pontos.
Os mercados acionários foram sustentados por declarações do presidente americano
Barack Obama de que espera
chegar a um acordo antes do
Natal para evitar o abismo fiscal, aumentos tributários automáticos e cortes de gastos que
podem afetar a economia dos
EUA.
Em Londres, o índice FTSE
100 subiu 1,15%, em Frankfurt, o
DAX avançou 0,78% e em Paris o
CAC 40 se valorizou 1,53%. ■
Os preços dos contratos futuros de petróleo encerraram ontem em alta em Nova York,
com a aposta dos operadores
na proximidade de uma definição sobre as negociações para
se reduzir o déficit dos Estados
Unidos — maior consumidor
mundial de petróleo.
O barril de WTI com entrega
para janeiro subiu 1,58% e fechou a US$ 88,07 no New York
Mercantile Exchange (Nymex).
Os altos estoques de petróleo, a desaceleração do crescimento da demanda e a frágil
economia global normalmente
dariam à Opep razões para considerar cortes na oferta em sua
reunião no próximo mês, especialmente quando alguns acreditam que podem estar produzindo mais do que o suficiente para
atender a demanda.
Mas, com os conflitos no
Oriente Médio mantendo o preço do petróleo em três dígitos,
os delegados da Opep dizem
que o grupo de 12 membros deverá manter a meta de produção de 30 milhões de barris por
dia (bpd), acordada há um ano.
Eles também esperam que a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo contenha as
tensões recentes entre Irã e Arábica Saudita, uma vez que com
sanções ocidentais contra Teerã
os sauditas e aliados do Golfo
Árabe, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, aumentaram suas
produções. ■ AFP e Reuters
EMPRESA ENERGÉTICA DE
MATO GROSSO DO SUL S.A.
ENERSUL
CNPJ/MF nº 15.413.826/0001-50 - NIRE 54.300.000.566
Companhia aberta
FATO RELEVANTE
POSTERGAÇÃO DO PAGAMENTO DE SALDO DE DIVIDENDOS
Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A. - ENERSUL (“Companhia”), na forma do que
determina a regulamentação vigente, informa que o saldo devido dos dividendos declarados na
Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 30 de abril do corrente ano, não será pago no presente
exercício, em virtude de dificuldades financeiras da Companhia. O pagamento do referido valor
ficará suspenso até que seja restabelecida a capacidade financeira da Companhia.
Campo Grande, 28 de novembro de 2012
Jerson Kelman - Interventor
Paulo Roberto Zibetti Jorge - Diretor Administrativo e Financeiro e de Relação com Investidores
MOEDAS
Via Varejo S.A.
Disputa descola dólar
do movimento global
Pelo segundo dia consecutivo,
moeda sobe com “ briga”
entre comprados e vendidos
O dólar encerrou o pregão com
uma alta relativamente expressiva pelo segundo dia consecutivo, principalmente se considerarmos o engessamento vivido por esse mercado nos últimos meses.
A moeda americana terminou a sessão de ontem com ganhos de 0,33%, a R$ 2,097 na
venda. Na quarta, subiu 0,48%.
O movimento do câmbio doméstico ficou na contramão dos
pares internacionais — o Dollar
Index recuou 0,16%.
“A questão da Ptax gerou essa alta descolada do exterior",
afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB. A forte apreciação que chegou a ocorrer, quando o dólar
subiu 0,90% a R$ 2,109, na máxima do dia, demonstra que os
comprados devem estar com
mais força nesta disputa.
O bom humor que prevaleceu pela expectativa por acordo
sobre o abismo fiscal americano, e também por dados fortes
da economia dos EUA, favoreceu uma sessão com apetite por
ativos de maior risco.
O presidente americano, Barack Obama, afirmou na quartafeira que os cortes de gastos e o
aumento de impostos poderiam
ser evitados. E anunciou que o
consenso entre republicanos e
democratas poderia sair antes
do esperado.
Entre os indicadores, o PIB
dos EUA acelerou para 2,7% no
terceiro trimestre, contra 1,3%
no período anterior. A estimativa, divulgada 26 de outubro, indicava alta de 2%. Além disso,
no mercado imobiliário, as vendas de imóveis subiram 5,2%,
contra projeção de avanço de
1%. ■ Lucas Bombana
CNPJ/MF nº 33.041.260/0652-90 – NIRE 35.300.394.925
Edital de Convocação - Assembleia Geral Extraordinária
Ficam convocados os senhores acionistas da Via Varejo S.A. (“Companhia”) a se reunirem em Assembleia
Geral Extraordinária (“AGE”), a ser realizada no dia 13 de dezembro de 2012, às 10:00 horas, na sede social
da Companhia, localizada na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua João Pessoa, nº 83,
Centro, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (a) Eleição de 3 (três) novos membros do Conselho
de Administração da Companhia. Informações Gerais: Poderão participar da Assembleia os acionistas
titulares de ações emitidas pela Companhia, por si, seus representantes legais ou procuradores, desde que
referidas ações estejam escrituradas em seu nome junto à instituição financeira depositária responsável
pelo serviço de ações escriturais da Companhia, conforme o que dispõe o artigo 126 da Lei nº 6.404/76. Os
acionistas deverão apresentar-se com antecedência ao horário de início indicado no Edital de Convocação,
portando comprovante atualizado da titularidade das ações de emissão da Companhia, expedido por instituição
financeira prestadora dos serviços de ações escriturais e/ou agente de custódia no período de 72 (setenta e
duas) horas antecedentes à realização da Assembleia, bem como os seguintes documentos: (i) Pessoas
Físicas: documento de identificação com foto; (ii) Pessoas Jurídicas: cópia autenticada do último estatuto ou
contrato social consolidado e da documentação societária outorgando poderes de representação (ata de eleição
dos diretores e/ou procuração); bem como documento de identificação com foto do(s) representante(s) legal(is);
(iii) Fundos de Investimento: cópia autenticada do último regulamento consolidado do fundo e do estatuto
ou contrato social do seu administrador, além da documentação societária outorgando poderes de
representação (ata de eleição dos diretores e/ou procuração); bem como documento de identificação com
foto do(s) representante(s) legal(is). Aos acionistas que têm a intenção de se fazer representar por meio de
mandatários na AGE ora convocada, requeremos o envio dos documentos hábeis que comprovem a qualidade
de acionista da Companhia e os poderes de representação com 72 (setenta e duas) horas de antecedência da
realização da AGE. Ressaltamos que, nos termos do artigo 9º do Estatuto Social da Companhia, os instrumentos
de mandato deverão ser apresentados sempre em original. Os documentos deverão ser encaminhados ao
Departamento Jurídico Societário da Companhia, na Rua João Pessoa, nº 83, mezanino, Centro, no Município
de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, sob protocolo, até o dia 11 de dezembro, às 18h. De acordo com
o artigo 141 da Lei das S.A., artigo 3º da Instrução Normativa CVM nº 165/91, conforme alterada, e com o artigo
4º da Instrução Normativa CVM nº 481/2009, é facultado aos acionistas representando, no mínimo, 5% (cinco
por cento) do capital social da Companhia requerer, até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia
Geral Extraordinária, a adoção do processo de voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de
Administração. Adicionalmente, os acionistas titulares de ações de emissão da Companhia com direito a voto
representando, no mínimo, 15% (quinze por cento) do seu capital social terão direito de eleger 1 (um) membro do
Conselho de Administração em votação em separado, excluindo o voto do acionista controlador da Companhia.
Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social da Companhia, na página de relações
de investidores da Companhia (www.globex.com.br/ri) e na página da Comissão de Valores Mobiliários CVM (www.cvm.gov.br), conforme artigos 124 e 135 da Lei nº 6.404/76 e Instrução CVM 481/09, cópia dos
documentos correlatos referentes à matéria constante da presente Ordem do Dia.
São Caetano do Sul, 27 de novembro de 2012.
Michael Klein
Presidente do Conselho de Administração
34 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Lucíola Villela/Ag. ODia
FINANÇAS
GAFISA
Funcef aumenta fatia na empresa a 5,07%
A Gafisa informou ontem o mercado que o seu acionista Fundação
dos Economiários Federais (Funcef) adquiriu 454 mil ações
ordinárias, atingindo participação relevante de 5,07% do total
do capital social da companhia, totalizando 21.967.800 papéis.
O investidor declara que o objetivo das participações societárias
acima mencionadas é estritamente de investimento, e não de
alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa.
Randon Participações PN (RAPT4)
(Fechamento em R$)
113
13,0
13,0
12,11
11,90
11,5
,5
11,5
11,23
10,95
25,76
Suporte
Stop
1010
10,0
9,00
8,58,5
5
Resistência
e 1º Objetivo
7,077,0
31/JUL
2º Objetivo
3/SET
3/OUT
29/NOV
Fontes: Igor Gramin hani , Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
UM lança plataforma de
operação de alta frequência
Corretora investiu US$ 1 milhão
e espera duplicar participação
de mercado em seis semanas
A corretora de valores UM Investimentos anunciou ontem a
inauguração de sua plataforma
de operações de alta frequência, ou High Frequency Trading
(HFT), que foi desenvolvida a
partir de um investimento de
cerca de US$ 1 milhão. Com o
projeto, a expectativa da corretora é duplicar sua participação
de mercado em ações e futuros
em até seis semanas.
“A UM já possui destaque no
segmento de varejo e agora está
preparada para atender as de-
mandas de clientes com perfil
sofisticado e automatizado que
buscam corretoras comprometidas com altíssimos níveis de
qualidade, disponibilidade e
acessos de baixa latência”, afirma Gustavo Schahin, gerente
da área Institucional.
Há mais de um ano a corretora estava concentrada na contratação de profissional, formação
de equipe especializada na área,
além da aquisição de equipamentos de ponta e a instalação
de links dedicados entre a BM&
FBovespa e as plataformas de
negociação em Nova York. Ainda de acordo com o executivo, o
mercado de alta frequência, que
atualmente movimenta de 10%
a 15% do volume diário da BM&
FBovespa, deve em breve aumentar significativamente a
sua participação.
“A UM Investimentos é uma
das poucas corretoras de valores do Brasil a disponibilizar a
plataforma de alta frequência.
O fato de já contar com clientes
operando neste mercado logo
no lançamento do projeto demonstra a confiabilidade e credibilidade da empresa no mercado”, diz Schahin. Desde 1969
no mercado, a UM iniciou atividades no Rio de Janeiro e possui
escritórios próprios na capital
fluminense e em São Paulo. ■
Randon está próxima do ponto de compra
A ação preferencial da Randon (RAPT4) - empresa com portfólio
de produtos do segmento automotivo- que fechou o pregão de
ontem negociado a R$ 11,23, estará em ponto de compra quando
ultrapassar os R$ 11,30. "No momento que esse patamar for
alcançado, o papel vai confirmar a tendência altista verificada no
gráfico através da figura denominada harami de alta. Como o papel
fechou o pregão de ontem com alta de 2,09%, a probabilidade de
alcançar esse valor é grande”, explica Igor Graminhani, analista
gráfico da corretora Win Trade. Confirmada a tendência de alta, a
ação deve buscar a resistência , que também é o primeiro objetivo,
de R$ 11,90. O segundo objetivo a ser perseguido pela RAPT4
será de R$ 12,11. A ação desenha uma trajetória positiva no ano,
período no qual teve avanço de 34,49%. Somente no mês de
novembro, os ganhos foram de 4,56%. "O papel vem respeitando
desde julho uma Linha de Tendência de Alta (LTA)”, diz o analista.
Caso o cenário positivo não se confirme, o suporte (patamar que,
se perdido, indica para forte movimento de queda ) é de R$ 10,95.
O stop (valor recomendado para o fim da operação) é de R$ 10,90.
A Randon Implementos e Participações pretende investir R$ 2,5
bilhões entre 2012 e 2016, conforme aponta no seu plano de
expansão divulgado em meados deste ano. Com isso, a companhia
planeja ampliar a liderança no mercado brasileiro e também
ampliar as margens operacionais. Priscilla Arroyo
TELEFONIA MÓVEL
Mudança de regras é neutra para ações da Vivo e da Oi, porém negativo para a Tim, diz corretora Ativa
ANATEL DECIDIU
QUE CHAMADAS
SUCESSIVAS SERÃO
TARIFADAS COMO
CHAMADA ÚNICA
OITAVA VERSÃO
Os analistas da corretora Ativa
consideraram neutro para
as ações da Vivo e da Oi,
porém negativo para a Tim,
o fato de o Conselho Diretor da
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) ter aprovado
nesta semana uma alteração no
Regulamento do Serviço Móvel
para que as chamadas sucessivas
feitas de celular para um mesmo
número sejam consideradas
uma única ligação para efeitos
de tarifação. De acordo com
as alterações, para serem
consideradas sucessivas, as
chamadas deverão ser refeitas
no intervalo máximo de
120 segundos entre os mesmo
números de origem e destino.
A alteração tem como objetivo
evitar que os usuários de telefonia
móvel sofram prejuizos com
quedas de ligações. Não haverá
limites para a quantidade de
ligações sucessivas realizadas,
desde que estejam no intervalo
de tempo de 120 segundos.
“A Vivo e a Oi têm sistemas de
tarifas que cobram por minuto,
portanto terão suas receitas
minimamente impactadas”,
conclui a equipe da corretora.
“Já a Tim será a mais afetada
porque a maior parte de sua
receita vem da telefonia móvel
e uma fatia relevante dos seus
planos é baseada na cobrança
inicial com tempo ilimitado
na duração”, pondera.
EMISSÃO DE PAPÉIS
Ações da Telefônica e WEG ingressam na
Minerva espera captar
nova carteira do índice de sustentabilidade R$ 495 milhões em oferta
A BM&FBovespa anunciou ontem a oitava carteira do Índice
de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que vai vigorar de 7
de janeiro de 2013 a 3 de janeiro
de 2014. A nova carteira reúne
51 ações de 37 companhias.
Um total de 35 empresas foi
mantido da versão anterior, enquanto Telefônica e Weg ingressaram na carteira, esta última
trazendo para o ISE o setor de
Máquinas e Equipamentos/Motores, Compressores.
As ações da carteira representam 16 setores e somam R$ 1,07
trilhão em valor de mercado, o
equivalente a 44,81% do total
do valor das companhias com
ações negociadas na BM&FBovespa, quando considerado o
pregão de 26 de novembro.
A carteira de 2012, por sua
vez, era composta por 51 ações
de 38 empresas e ficou com 50
ações de 37 companhias, com a
Oferta Pública de Aquisição
(OPA) da Redecard em 27 de setembro. O valor de mercado do
ISE era de R$ 1,02 trilhão.
Da carteira atual, o número
de empresas que autorizaram a
abertura das respostas do questionário de seleção foi de 14,
sendo que no ano passado, oito
companhias de 38 liberaram a
publicação. As 14 empresas são
AES Eletropaulo, AES Tietê,
Banco do Brasil, BicBanco,
CCR, Cemig, Coelce, EDP, Eletrobras, Light, Natura, Sul América, Vale e Weg.
O processo do ISE passou a
contar, neste ano, com a auditoria da KPMG. Foram convidadas para participar da nova carteira 183 companhias que detinham as 200 ações mais líquidas da bolsa em dezembro de
2011. Destas, 45 se inscreveram
para inclusão na carteira, cinco
na qualidade de treineiras, buscando se preparar para os próximos anos. ■
A Minerva divulgou ontem ao
mercado que realizou o registro
de distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias de sua emissão, na qual espera captar R$ 495 milhões.
No total, serão ofertadas, inicialmente, 37,5 milhões de
ações ordinárias (que proporcionam participação no resultado econômico e direito a voto
em assembleia), na oferta primária, e 7,5 milhões na secundária, ambas a um preço por
ação de R$ 11,00.
A quantidade de ações poderá ser acrescida em até 15%, ou
em 5,625 milhões de papéis
(ações suplementares), que serão destinadas a atender um
eventual excesso de demanda
que venha a ser constatado no
decorrer da oferta.
O prazo para a distribuição
das ações será de seis meses, a
contar a partir do dia 29 de novembro. O BTG Pactual é o coordenador líder da oferta, que
tem ainda o HSBC Bank Brasil e
o Morgan Stanley como coordenadores, e o Credit Suisse como
agente estabilizador.
A empresa atua na produção
e comercialização de carne bovina, couro e exportação de boi vivo e derivados. ■
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 35
ESTILO DE VIDA
R$ 80 MIL
É o preço médio para o
novo Fusca, recém-lançado
pela Volkswagen. O do
Camaro, da Chevrolet,
é um pouco mais salgado:
cerca de R$ 200 mil.
CONSUMIR
Reviva os “bons tempos”
com objetos retrô e vintage
Geladeira, carro e moto atraem consumidores ávidos por produtos que aliam tecnologia com design antigo
Murillo Constantino
Priscila Dadona
[email protected]
Embora tenha nascido nos anos
1980, Luiz Felipe Angulo Filho,
de 31 anos, sente nostalgia por
décadas das quais nem viveu, como as de 1940 ou 1950. Apaixonado por objetos retrô, Angulo
Filho acaba de comprar uma Vespa, que tem a cara da geração
pós 2ª Guerra Mundial. Além da
motocicleta, o gerente executivo chefe da fundação de um
grande banco privado, tem um
rádio antigo e uma torradeira
que herdou do avô. Também diz
apreciar filmes e músicas de muitos anos atrás.
“Compreender o porque desta afinidade com esses objetos é
difícil. Só sei que tenho certo saudosismo e, apesar de não ter vivido aquela época, tenho conhecimento do que ocorreu e me interesso pelo comportamento ou pelo padrão estético”, diz Angulo.
Além do gosto, Angulo sente
nos objetos de outra época uma
válvula de escape. “Talvez de forma inconsciente este seja um jei-
O PREÇO DA PAIXÃO
Alguns produtos retrô
FRIGOBAR BRASTEMP
Primeiro minirrefrigerador do mercado a
associar design e inovação. É um
produto inspirado nos anos 1950 e 1960,
voltado para um público que aprecia um
estilo descolado e bem-humorado, sem
abrir mão da alta tecnologia.
Preço sugerido: R$ 999,00
WWW.brastemp.com.br
to de viver uma época que não vivi, mas que admiro.”
Com o mesmo entusiasmo,
Maurício da Silva Ribeiro, de 40
anos, responsável pela área de
marketing e comunicação de
uma empresa de tecnologia, fala da sua recente aquisição retrô: uma minigeladeira Brastemp. “Orna mais com o ambiente. Frigobar tem cara de hotel”, afirma.
A ideia de Ribeiro é decorar
uma sala de TV com ela e contrastar o ambiente unindo antigo e moderno. Juntamente como o minirefrigerador farão parte da decoração do ambiente
uma ultramoderna televisão 47
polegadas LED, um home theater de última geração, videogames e aparelhos de DVD e a geladeira retrô. “Esta mistura do
moderno com o retrô tira a frieza do ambiente”, garante Ribeiro que comprou a geladeira na
cor vermelha.
Foi exatamente para contentar consumidores como Ribeiro
que a Whirlpool, dona da Brastemp, lançou há cinco anos a mi-
Com o pé lá atrás: além da Vespa, ícone da década de 50, Angulo gosta de filmes e músicas antigas
nigeladeira em questão. Segundo Mario Fioretti, gerente-geral
de design e inovação da Whirlpool Latin America, o que começou como uma brincadeira hoje
se tornou um importante nicho
de mercado para as empresas.
“Há alguns anos colocamos o
refrigeradorzinho em um evento e o sucesso foi espetacular. As
pessoas gostaram e ele virou um
produto de sucesso. Hoje tem
uma relevância muito importante, pois além de ter sido o pioneiro na linha retrô da Brastemp é
o nosso best seller”, afirma Fioretti. Depois do sucesso com o
frigobar retrô, a empresa viu
que havia espaço para outros
produtos com o mesmo conceito. “Como as pessoas estavam
consumindo, repetimos a dose e
RADIO
Esta é uma réplica perfeita do rádio
Silverstone de 1949.
Preço: R$ 90,00
http://www.benedixt.com.br/home.asp
BATEDEIRA
O Stand Mixer KitchenAid® é
ícone de design. Com conexão
para os diversos acessórios
opcionais, ela moe, fatia,
tritura, faz massas, sorvete etc.
Preço: R$ 1.790,00
http://www.kitchenaid.com.br
fizemos um refrigerador com design vintage e a resposta foi muito bacana, isso nos incentivou a
seguir em frente e lançamos também o fogão”, garante o executivo. E, diferente dos eletrodomésticos da casa da vovó, a geladeira, o fogão e o frigobar da Brastemp aliam o design antigo como muita tecnologia. “Tudo o
que o século 21 oferece”, afirma.
Foi esta também a proposta
que grandes montadoras de automóveis vira e mexe relançam ícones de épocas passadas. Neste
ano, por exemplo, a Volkswagen
do Brasil relançou o Fusca, símbolo de carro forte. Mas o novo Fusca só se parece com aquele modelo dos anos 70. Quando se abre o
capô, o motor 2.0 litros turbo e
200 cavalos de potência deixa no
chinelo aquele de 1.3 litro.
Outra que entrou na onda foi
a Chevrolet que trouxe ao Brasil
em 2010 o novo Camaro, revivendo para muitos o sonho de
ter um dos carros esportivos
mais famosos do mundo. Lançado em 1966, o Camaro faz tanto
sucesso que foi escolhido para
ser um dos astros da série de filmes “Transformers”.
Mas, todo este gosto tem um
custo e, dependendo do produto, bem alto. Um Camaro amarelo, por exemplo custa cerca de
R$ 200 mil e a minigeladeira,
chega a valer R$ 1 mil. No entanto, muitos garantem que o custo
vale a pena. “São objetos que trabalham o emocional e o design é
o passaporte para esta emoção”,
afirma Fioretti. ■
NOVO CAMARO
A Chevrolet lançou o novo
Camaro, que traz de volta o
espírito dos Muscle Cars
americano com um motor V8 de
420cv. O visual retrô do modelo
lembra bastante o Camaro da
década de 70, mas com bom
acabamento e painel de linhas
retas com iluminação com a
tecnologia LED.
Preço:R$ 199 mil
www.chevrolet.com.br
36 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
PIB dos Estados Unidos
surpreende e cresce 2,7%
Pete Souza/White House
Alta foi garantida pela formação de estoques para as vendas
de fim de ano, mas há o temor de que o ritmo não se sustente
Lucia Mutikani, Reuters
Washington
A economia norte-americana
cresceu mais rápido do que o inicialmente estimado no terceiro
trimestre, mas há a preocupação de que a dinâmica pode não
se se sustentar, uma vez que o
país prepara-se para grandes
cortes em gastos do governo e
aumentos tributários no começo do ano que vem, o chamado
“abismo fiscal”. O anúncio da
alta do PIB coincidiu com o encontro entre Obama e Mitt Romney, candidato republicano derrotado na eleição presidencial
do dia 6 passado, que almoçaram, ontem, na Casa Branca.
Um acordo parlamentar para
evitar o “abismo fiscal” fez parte do cardápio.
O Produto Interno Bruto
(PIB) expandiu a uma taxa anual
de 2,7%, informou o Departamento do Comércio, à medida
que a acumulação mais rápida
de estoques e o crescimento das
exportações compensaram gastos fracos do consumidor e a primeira queda em investimento
empresarial em mais de um ano.
O ritmo de crescimento foi
muito mais rápido do que a taxa
de 2,0% que o governo estimou
no mês passado e o melhor des-
de o quarto trimestre de 2011.
Contudo, analistas temem que
esse ganho possa ser perdido no
quarto trimestre, diante dos temores sobre uma política austeridade, que resultaria no chamado “abismo fiscal” (aumento de
impostos e corte de gastos públicos) em 2013.
Legisladores e a administração Obama estão engajados em
negociações para evitar o abismo
fiscal, que pode sugar US$ 600
RECUPERAÇÃO
Estoques garantem alta
do PIB trimestral
dos EUA, em %
6
4,1
4
2,7
2
0
-2
-4
-1,8
-6
-8
-10
-8,9
1º/08
3º/12
Fontes: Depto. Comércio EUA
e Brasil Econômico
bilhões da economia e levar o
país para uma nova recessão.
Economistas consultados pela
Reuters esperavam que o crescimento do PIB fosse elevado a
2,8%. Os estoques empresariais
somaram 0,77 ponto percentual
ao crescimento do PIB do terceiro trimestre. A estimativa preliminar para essa leitura havia sido de uma retração de 0,12 ponto percentual.
Excluindo estoques, o PIB
cresceu a uma taxa revisada de
1,9%, destacando demanda fraca. As vendas finais de bens e
serviços produzidos nos Estados
Unidos foram previamente estimados com um aumento de
2,1%. A produção no trimestre
entre julho e setembro também
foi revisada, para mostrar um déficit comercial menor, ao passo
que o crescimento das exportações superou o aumento das importações. Mas a tendência nas
exportações não deve ser sustentada dada a desaceleração da demanda global, especialmente na
China e Europa.
O comércio contribuiu com
0,14 ponto percentual ao crescimento do PIB, em vez de subtrair 0,18 ponto percentual como previamente reportado.
Fora as exportações, outros detalhes do relatório foram fracos.
Obama e Romney ontem na Casa Branca: “abismo fiscal” no cardápio
Os gastos do consumidor, que
são responsáveis por cerca de
70% da atividade econômica
norte-americana, foram reduzidos para uma taxa de crescimento de 1,4% - a menor desde o segundo trimestre de 2011, e abaixo do ganho de 2% previamente
reportado. Os gastos do consumidor subiram a uma taxa de
1,5% no segundo trimestre.
Os gastos empresariais foram
revisados para mostrar reduções
muito mais profundas, derivadas dos temores de aperto da po-
lítica fiscal no ano que vem. O investimento empresarial caiu para uma taxa revisada de 2,2%. Essa foi a primeira queda desde o
primeiro trimestre de 2011. Parte da queda dos investimentos
empresariais, que tem sido uma
fonte de fortalecimento para a
economia, teve origem em equipamentos e software, nos quais
os gastos foram os menores desde o segundo trimestre de 2009.
O crescimento do investimento imobiliário teve ligeira redução para 14,2% ante 14,4%. ■
Hazrat Ali Bacha/Reuters
DE VOLTA À ESCOLA
Recuperada,amenina
paquistanesaKarinat
Riaz estádevoltaà
escolaemMingora,
novaledeSwat,no
Paquistão.Elaeuma
colegaforamferidas
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doTalibãquetentava
matarsuacolega,
MalalaYousufzai,
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educaçãopara
meninas.Malalafoi
gravementeferidae
estáserecupeando
emumhospital
britânico. Reuters
Obama apela para o Twitter
contra o “abismo fiscal”
População é chamada a dizer o
que é possível fazer com US$ 2
mil, que pagará a mais de IR
O presidente dos EUA, Barack
Obama, abriu na quarta-feira
no Twitter uma nova frente na
batalha entre democratas e republicanos a respeito da melhor forma de evitar o “abismo
fiscal” no fim do ano, lançando
uma campanha na rede social
pedindo aos usuários do Twitter que incluam a “hashtag”
“#my2k” em mensagens dizendo o que é possível fazer com
US$ 2.000.
Essa é aproximadamente a
quantia que uma família de quatro pessoas de classe média precisará pagar a mais em imposto
de renda caso o Congresso não
chegue a acordo para evitar o
fim dos benefícios tributários
que vigoram há dez anos. A conjunção disso com cortes de gastos públicos também previstos
para o final deste ano pode retirar cerca de US$ 600 bilhões da
economia americana.
O Twitter, com suas velozes
mensagens de 140 caracteres, é
uma forma testada e aprovada de
falar com a população. “Hashta-
gs” são etiquetas do assunto da
mensagem, que permitem buscas específicas. O governo espera que, em grande volume, esses
tuítes pressionem o Congresso a
buscar um acordo.
Obama e o restante do seu
Partido Democrata se opõem a
cortes significativos em programas sociais, e querem aumentar impostos dos americanos
mais ricos, poupando a classe
média. Já a oposição republicana quer cortes profundos nos
gastos públicos, sem nenhum
aumento tributário. ■ Alina
Selyukh, Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 37
Yuri Cortez/AFP
VIOLÊNCIA COMO HERANÇA
Novo presidente mexicano toma posse amanhã
Enrique Peña Nieto assumirá a presidência de um país que apresenta
uma boa saúde econômica, mas que enfrenta uma onda de violência
sem precedentes. Espera-se que este advogado de 46 anos, com porte
de galã de televisão conhecido por sua eficiência na administração
governamental, cumpra sua promessa de solucionar a crise de
segurança vivida pelo país. Desde 2006, a taxa de homicídios quase
triplicou, passando de nove para 24 em cada 100.000 habitantes. AFP
Fabrizio Bensch/Reuters
OCDE sugere
que Espanha
precisa ser
socorrida
FMI só aprova
acordo após a
recompra de
bônus gregos
Fundo vai aguardar resultado
da operação do governo da
Grécia na próxima semana
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera avaliar o êxito
da complexa operação de recompra de dívida grega antes de
aprovar o acordo entre o país e
seus credores alcançado na terça-feira em Bruxelas, informou
o porta-voz da instituição. “Em
função da implementação e êxito do programa de recompra da
dívida, estaremos em posição de
recomendar ao Conselho de Administração a aprovação do acordo alcançado com a União Europeia sobre a Grécia”, disse o porta-voz Gerry Rice em uma coletiva de imprensa em Washington.
Este acordo, que deve permitir a redução da dívida grega a
124% do PIB para 2020, prevê
uma operação de recompra por
parte da Grécia de uma parte de
sua dívida, cujos primeiros resultados devem ser conhecidos
dia 13 de dezembro. “Estamos
felizes pelo acordo, mas seu êxito depende agora de que a Grécia e seus sócios europeus respeitem seus compromissos”,
disse Gerry Rice.
Segundo Rice, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, poderá enviar o pacto ao
Conselho de Administração do
organismo “uma vez que haja
progressos (...) em particular sobre a implementação do programa de recompra da dívida”.
A Grécia anunciou que lançará no início da próxima semana
a recompra de sua dívida, mas
afirmou que os credores do país
previram “um plano B” caso a
operação fracasse.
O governo grego contratou o
Deutsche Bank e o Morgan
Stanley para conduzir a recompra de sua dívida. Contudo,
analis-tas levantaram questões
sobre se a medida atrairia interesse suficiente dos detentores
de bônus para realizar a economia prometida e como ela seria
financiada.
“Neste momento, nós pretendemos que a recompra seja
voluntária”, disse uma autoridade financeira. “Esperamos
que no começo da semana que
vem, se possível na segundafeira, a Agência Pública de Administração de Dívida publique
o convite para a recompra”,
acrescentou. ■
Relatório prevê que desemprego
continuará elevado e recomenda
que União Europeia ajude o país
Desocupado pede ajuda em Berlim: desemprego estável em 6,9%
Desemprego sobe menos
que o previsto na Alemanha
O desemprego na Alemanha subiu
pelo oitavo mês seguido em
novembro, sugerindo que a
demanda doméstica pode não
conseguir compensar o
enfraquecimento das exportações
e impulsionar o crescimento do
país. O aumento foi, no entanto,
menor do que o esperado e a taxa
continua perto do menor nível
desde a reunificação da
Alemanha há mais de duas
décadas. O desemprego tem
aumentado de forma estável,
e subiu em 5 mil em novembro,
em números ajustados
sazonalmente, para 2,939 milhões,
com a taxa estável em 6,9%.
Especialistas esperavam que o
robusto mercado de trabalho
alemão continuasse alimentando
o consumo privado e, portanto,
guiando o crescimento no país.
Mas sinais de fraqueza estão
aumentando. Grandes empresas
alemãs como Metro, a quarta
maior varejista do mundo,
Lufthansa e Deutsche Bank estão
cortando milhares de empregos.
Sarah Marsh, Reuters
Gonzalo Fuentes/Reuters
O CACIQUE NO PALÁCIO DO ELISEU
Opresidente francês, FrançoisHollande, recebeu
ontem noPaláciodo Eliseuo líderindígena
brasileiro Raoni Metuktire, que estava
acompanhado porGert-PeterBruch, presidente
daassociação“Planète Amazone”,eporNicolas
Hulot,presidente daFundaçãopela Natureza epelo
Homem.Opresidente francês elogiou a“trajetória
pessoaleocorajoso compromissoemfavorda
preservaçãodomeio ambiente”de Raoni. O
cacique, de 82anos,viaja pelaEuropa como parte
deuma campanha de sensibilizaçãoparaa
preservaçãodaflorestaamazônica ede respeito às
populaçõesque vivemnaregião.Eletambém
visitaráAlemanha, SuíçaeHolandana campanha
“Emergência Amazônia”. Segundo Hulot,o
impacto dosprojetos agrícolas ede mineração
franceses na florestaamazônicafoi evocado na
reunião noEliseu, assimcomo arepresa de Belo
Monte,noXingu. Raonise opõeaeste projeto,que
temaparticipação dogrupo francês Alstom. AFP
A Espanha deve continuar suas
reformas para lutar contra a taxa de desemprego recorde e as
perspectivas de uma retomada
de crescimento imediata de
sua economia são escassas, diz
um relatório da OCDE, cujo secretário-geral pediu à Europa
para que apoie o país caso este
solicite um resgate. Ángel Gurría elogiou o esforço realizado
pelo país e pediu para que seus
sócios europeus o apoiassem
de maneira “inequívoca” caso
seja solicitada “ajuda à União
Europeia (UE)”, durante entrevista em Madri conjunta com o
ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos.
De acordo com a
OCDE, desemprego
na Espanha chegará
a 26,9% em 2013
Para a OCDE, o país, enfraquecido desde do estouro da bolha
imobiliária em 2008, continuará em recessão em 2012, com recuo no PIB de 1,3%. O principal
problema continua sendo a
enorme taxa de desemprego,
que superou no terceiro trimestre à marca histórica de 25%,
com 25,02% da população ativa
a procura de emprego (taxa que
chega a mais de 52% entre os jovens de 16-24 anos).
De acordo com a OCDE, o
país continuará até 2013 a apresentar uma das taxas de desemprego mais elevadas do mundo
industrializado, chegando a
26,9% no próximo ano. Para o
governo espanhol, a taxa de desemprego será de 24,6% no fim
de 2012 e de 23,3% em 2013.
A OCDE qualifica como “progresso significativo” a reforma
da legislação trabalhista adotada no começo do ano, que reduz consideravelmente as indenizações e instaura um novo
contrato com duração indeterminada (CDI) com período de
teste de um ano.
“Se a reforma não for eficaz,
outras medidas poderão ser tomadas para diminuir a dualidade do mercado de trabalho (entre um CDI muito protetor de
um lado e contratos precários
do outro) em direção ao contrato único”, recomendou. ■ AFP
38 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012
Donna Carson/Reuters
MUNDO
BUSH PAI
Ex-presidente americano é hospitalizado
O ex-presidente George H.W. Bush pai do também ex-presidente George
W. Bush, está internado num hospital de Houston devido a complicações
decorrentes de uma bronquite. Os médicos informaram que sua situação
é estável. Ele foi internado na sexta-feira da semana passada, disse o
porta-voz da família, Jim McGrath, ao canal Fox News, acrescentando que
“ele ainda tem uma tosse persistente”. Segundo o porta-voz, havia temores
de que Bush desenvolvesse uma pneumonia, o que não ocorreu. Reuters
Chip East/Reuters
Combate aumenta na
periferia de Damasco
CERTIDÃO DE NASCIMENTO
Rebeldes conseguem fechar a estrada para o aeroporto,
forçando, inclusive, à suspensão de voos da Emirates, de Dubai
Oliver Holmes, Reuters
Beirute
Rebeldes sírios enfrentaram, ontem, as forças leais ao presidente Bashar al-Assad perto de Damasco, forçando o fechamento
da principal estrada para o aeroporto. A companhia aérea Emirates, de Dubai, suspendeu
voos para a capital síria.
O Observatório Sírio para os
Direitos Humanos (OSDH), sediado na Grã-Bretanha, disse
que o combate ao longo da estrada que segue para o aeroporto, a
sudeste de Damasco, estava
mais pesado nessa área que em
qualquer outra época do levante
de 20 meses contra Assad.
“Cerca de 20 minutos atrás,
houve combates pesados em todas as áreas ao longo da estrada”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdelrahman à Reuters por telefone. Ele disse que
os confrontos foram particularmente intensos em Babbila, um
subúrbio ao sul.
Moradores disseram que as
conexões de Internet na capital
caíram no início da tarde e as linhas telefônicas móveis e fixas
só funcionavam de forma intermitente, no que eles disseram
ser a pior interrupção de comunicação desde que o conflito
eclodiu no ano passado.
A Emirates informou que estava suspendendo os voos diários
para Damasco “até nova ordem”, mas outras companhias
Sana/Reuters
Homem ferido em Damasco, onde os combates se intensificam
aéreas continuaram as operações. Em outra parte da capital,
aviões de guerra bombardearam Kafr Souseh e Daraya, dois
bairros que rodeiam o centro da
cidade onde os rebeldes conseguiram se esconder e emboscar
unidades do Exército, relataram
ativistas da oposição.
As últimas duas semanas foram de ganhos militares dos rebeldes, que invadiram e tomaram bases militares em toda a
Síria, expondo a perda de controle de Assad em regiões do
norte e do leste, apesar do poder aéreo devastador que ele
tem usado para bombardear redutos da oposição.
Um oficial sênior da União Europeia disse que Assad parecia estar se preparando para um confronto militar nos arredores de
Damasco, possivelmente, isolando a cidade com uma rede de
postos de controle. “Os rebeldes
estão ganhando terreno, mas
ainda é bastante lento. Nós ainda não estamos testemunhando
os últimos dias”, disse o oficial
sob condição de anonimato.
No norte do país, unidades rebeldes lançaram uma ofensiva
para tomar uma base militar
perto da estrada principal nortesul, que lhes permitiria bloquear os movimentos de tropas
e cortar a principal rota de fornecimento de Assad para Aleppo, a maior cidade da Síria.
Assad está lutando contra
uma insurgência que emergiu
de protestos pacíficos há 20 meses e se intensificou, após uma
repressão, para uma guerra civil em que 40.000 pessoas foram mortas. ■
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
aprovou , ontem, por maioria esmagadora uma
resolução para promover a condição da Autoridade
Palestina de “entidade” para “Estado não-membro”
observador da ONU, reconhecendo implicitamente um
Estado palestino. A resolução recebeu 138 votos a favor,
9 contra e teve 41 abstenções. Discursando antes da
votação, opresidente palestino, Mahmoud Abbas,
destacouqueo reconhecimento daONU éaúltima
oportunidade de pazcomIsrael. Abbasfoi aplaudido de
péno início enofinal de seu discursode 22 minutos na
Assembleia Geral. O presidente palestinodisse queplaneja
dar“novavida” aos esforçospara obterum acordo com
Israel,masqueos membrosdaONU devem assinar “a
certidãode nascimento doEstado palestino”. Estados
Unidos e Israel rejeitaram frontalmente a proposta.
O embaixador de Israel junto à ONU, Ron Prosor,
qualificou o projeto de “tão unilateral que não promove
a paz, e sim a faz retroceder”. O embaixador sudanês
Daffa-Alla Elhag Ali Osman, que abriu os debates,
disse que se tratava de “um dia histórico”. Agências
China é acusada de destruir as florestas tropicais
Maior comprador de madeira do
globo, país é responsabilizado
pelo desmatamento na África
A China é o primeiro importador, exportador e consumidor de
madeira do mundo e o maior responsável pelo esgotamento das
florestas tropicais, denunciou
uma ONG britânica em relatório
publicado em Pequim.
Segundo a Agência de Pesqui-
sa Ambiental (EIA), com sede
em Londres, enquanto na década passada Estados Unidos e
União Europeia tomaram medidas contra o desmatamento ilegal, a China tem comprado um
volume crescente de madeira
de origem duvidosa.
Fazendo-se passar por compradores de cortiça e filmando com
câmera oculta, os cientistas sondaram a fundo o mercado do cor-
te ilegal. Assim, demonstraram
como as poderosas estatais chinesas dispõem de filiais implantadas em países como Moçambique
e Mianmar, onde corrompem autoridades do mais alto nível.
“Entre 80% e 90% das árvores
cortadas em Moçambique acabam na China”, explicou em entrevista coletiva Julian Newman,
encarregado da EIA. Segundo
ele, desse volume, 44% são im-
portados por empresas públicas
chinesas. A ONG destaca que a demanda interna é o principal fator
de alta das importações de madeira, que triplicaram desde 2000.
As zonas de corte ilegal, enquanto isso, estão se deslocando
para regiões do planeta mais flexíveis à prática. A Indonésia, com
as florestas tropicais mais importantes do planeta depois do Brasil
e da bacia do Congo, foi durante
muito tempo o “mau aluno”, sacrificando suas matas para responder ao apetite insaciável da
China. Mas desde 2005, Jacarta
decidiu endurecer sua legislação.
Por isso, as empresas chinesas têm tentado a sorte em outros países, sobretudo africanos (Madagascar, Serra Leoa,
Tanzânia, Gabão, Guiné Equatorial e República Democrática
do Congo). ■ AFP
Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 39
PONTO DE VISTA
Presídio em Guantánamo pode ser fechado
Um relatório elaborado por autoridades dos Estados Unidos indica que
o Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba, pode ser
desativado e os 166 presos transferidos para presídios americanos.
A possibilidade foi divulgada pela presidente do Comitê de Informações do
Senado, Dianne Feinstein. “O relatório demonstra que, se houver vontade
política, podemos, finalmente, encerrar a prisão de Guantánamo, sem
colocar em risco a segurança nacional”, disse a senadora democrata. ABr
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
GUILHERME ABDALLA
LUIZ VALLE
Advogado, mestre em filosofia e teoria geral
do direito pela Universidade de São Paulo
Administrador de empresas, presidente da Cavalho Marinho criação e beneficiamento de frutos do mar
Festa brasileira na cidade
francesa de Rouen
Pescado nacional: navegar
(juntos!) é preciso
Em 1550, armadores e comerciantes de Rouen, na França, prepararam uma
impressionante recepção para conquistar os favores do rei Henrique II e da
rainha Catarina de Médici. Na esperança de convencer os monarcas a investir mais nas expedições ao Brasil, montaram um verdadeiro quadro vivo das
terras brasileiras às margens do rio Sena.
Para deleite dos espectadores, havia árvores enfeitadas com flores e frutos
trazidos do Brasil. Ocas foram construídas com matéria-prima brasileira.
Trezentos homens e mulheres andavam desnudos (ao menos 50 genuínos tupinambás especialmente trazidos para a comemoração, afora numerosas
prostitutas francesas contratadas a dedo). Micos, saguis e papagaios davam o
tom, enquanto os personagens caçavam, pescavam ou namoravam nas redes. O clímax do show foi a simulação do ataque da aldeia tupinambá por
um bando de Tabajara, episódio comum nas sociedades tribais. Tratava-se
de um fiel retrato do “bom selvagem” descrito por Rousseau séculos depois
— pouco antes da Revolução Francesa — isto é, uma luxuosa representação
da bondade natural do homem e de sua corrupção pela civilização.
Além dos reis franceses, estavam na plateia também duques, condes,
barões e bispos, bem como reis, embaixadores e representantes de diversos países. Todos assombrados e boquiabertos pela magnificência da representação da vida nos trópicos. Certamente o primeiro grande espetáculo
brasileiro na Europa.
O setor de produção de pescados no Brasil está mudando. Mudando rapidamente. Aconteceu com a produção de carne bovina e de frango. De cadeias
desestruturadas, produção informal, elevados custos operacionais, baixa
produtividade e dificuldade para atender ao mercado interno, há algumas
décadas nossos produtores de carne e frango adotaram sistemas de produção em escala e tecnologias modernas, formalizaram e estruturaram o setor
e alçaram o topo do ranking dos exportadores mundiais. A produção de peixe agora toma o mesmo rumo. Para isso, foi fundamental que o governo brasileiro tivesse percebido o grande potencial econômico da atividade e passasse a desenvolver um plano nacional de aquicultura e pesca, enfim em
curso. Sem esforços comuns, privados e públicos, não é possível fazer agronegócio — não importa se produzindo soja, milho ou cana, se peixes e frutos do mar. Governos que tiveram essa compreensão saíram na frente. A
aquicultura no Chile é exemplo disso. Quando se trata do nosso país, para
que a produção de peixe dê o salto necessário ao atendimento da demanda
interna e equilibre a balança comercial, cabem papéis importantíssimos a
dois ministérios em especial: o da Pesca e Aquicultura (MPA) e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Em nome do “interesse do país” ou mesmo
em nome de sua ordem e progresso, pareceres
técnicos foram aparentemente simulados
Os tempos mudaram e nós, brasileiros, aparentemente não: nossa capacidade de levar o outro lado do Atlântico a engasgos de surpresa permanece a
mesma. Nesta semana, foram deflagradas novas operações policiais envolvendo — seja lá qual o nome jurídico que se dê — o abuso de funções ou cargos públicos em benefício de interesses particulares. Em nome do “interesse do país” ou mesmo em nome de sua ordem e progresso, pareceres técnicos foram aparentemente simulados e favores pessoais foram considerados.
Surpreendeu-me o número de países visitados por uma das investigadas e
sua necessidade de cortar filas aeroportuárias carregando concorrido passaporte diplomático. Rodou o mundo em nome do Brasil, inclusive França, onde 500 anos antes já perambulávamos por meio de toscas canoas indígenas
no cenário arquitetado.
As explicações, como sempre, virão atrasadas, em partes, muitas vezes
abafadas ou incoerentes. Uns dirão que os atos praticados são da essência da
democracia tropicalizada, não somente enquanto método fundador de normas e da ordem jurídica, mas como modo de ser, de existir, de pensar. Outros evocarão a razão institucional como fundamento de seu agir e muitos
outros ainda declararão simplesmente o total desconhecimento dos fatos.
Nada de novo sob o Sol.
Seja como for, nossa peculiar maneira de viver será, uma vez mais, objeto de um divertido passatempo aos espectadores europeus. Somos ainda
uma aldeia desnuda aos olhos da civilização desenvolvida, mas com passaporte diplomático. ■
Não é mais absurdo esperar que processadores
se mostrem voluntariamente estimulados a
implementar as normas de qualidade em vigor
As expectativas de aquicultores e pescadores tendem a se voltar prioritariamente para o MPA, quando, na verdade, também ao MAPA cabe papel vital nesse processo, responsável que é pela garantia de sanidade do pescado
nacional. Uma função que urge ser desempenhada de maneira moderna: integrando e cooperando com as indústrias processadoras. Não há mais espaço para o velho Brasil, onde governo e produtores digladiavam entre si. Há
alguns anos, o que se via ainda era, de um lado, produtores em desacordo
com as boas práticas de fabricação, agarrados à informalidade, resistindo à
necessária mudança de cultura e de procedimentos; de outro, fiscais do Ministério da Agricultura, endurecidos pela desgastante rotina de flagrar e punir inconformidades, relegando a segundo plano o importante papel de
orientar, cooperar e apoiar os que produzem.
O país mudou. O setor mudou. O ministério vem mudando e avançando
também. As velhas práticas já podem ser enterradas. Não é mais utopia desejar que fiscais vibrem e comemorem os acertos e as vitórias de quem produz corretamente. Não é mais absurdo esperar que processadores se mostrem voluntariamente estimulados a implementar as normas de qualidade
em vigor e passem a associar a figura dos fiscais à de cooperadores, facilitadores, orientadores interessados em que as coisas funcionem bem e as empresas progridam. Cabe a nós, que atuamos no nível estratégico tanto do setor produtivo quanto do Ministério da Agricultura, trabalhar em favor dessa mudança de cultura, desse processo de aproximação, de humanização,
amadurecimento e respeito mútuos. O peixe do Brasil só será suficientemente bom, competitivo, capaz de atender à demanda interna, de substituir as
importações e de ser exportado se o setor privado e o governo compreenderem que navegar (juntos!) é preciso. ■
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Antonio Scorza/AFP
PONTO FINAL
FLORESTA EM CHAMAS
RICARDO GALUPPO — Publisher
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O jornalista que só explicava
aquilo que entendia
Fogo queima cerca de 500 mil hectares da Floresta Nacional do Tapajós,
que fica entre Santarém e Cuiabá, na região amazônica do Brasil.
Junto com o desmatamento para pastagens, o baixo nível de umidade
no ar está entre os principais fatores causadores de incêndios na floresta
amazônica. O número de queimadas, entretanto, vem diminuindo nos
últimos anos, provocando queda na taxa de desmatamento na região.
Desmatamento em baixa no país
Apesar dos altos índices anuais,
a taxa de desmatamento da Floresta Amazônica tem diminuído desde o início da década passada. Em 2003, foram desmatados 25,4 mil quilômetros quadrados na região, taxa que no
ano passado baixou para “apenas” 6,4 mil quilômetros quadrados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). Até 2020, a meta do governo brasileiro é chegar a 3,9
mil quilômetros quadrados. ■
PULMÃO DO MUNDO
Taxa de desmatamento da Floresta
Amazônica tem diminuído
nos últimos anos
ANO
2003
2005
2007
2009
2011
2020
7,4
6,4
3,9*
11,6
REDUÇÃO (EM KM2)
25,4
19,0
* Meta do governo brasileiro
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Vista pelo conjunto, a obra do jornalista
deu críticas e desconfiança. Poucos se reJoelmir Beting se destaca por um feito
cordam hoje em dia que, nos meses seespecial. Com ela, caiu por terra o mito
guintes à decretação do Plano Real, quande que a cobertura de assuntos econômido muitos de seus colegas se armavam de
cos se faz com palavras empoladas e jarargumentos para apostar no fracasso das
gões inacessíveis. Joelmir falava de ecomedidas de combate à inflação, Joelmir
nomia com a simplicidade de quem fala
afirmava com todas as letras que, daquede futebol — assim como, no início da
la vez, não tinha como dar errado. Tanto
carreira, falava de futebol com a seriedabateu na tecla do sucesso que, na época,
de de quem fala de economia. No seu
o chefe do MST João Pedro Stedile chetexto e em sua voz, o mais hermético
gou a afirmar que o salário de Joelmir não
dos temas ganhava clareza sem perder a
deveria ser pago pelas empresas de comuessência. Os números citados em seus
nicação que o empregavam, mas pelo pretextos eram precisos e sempre usados pasidente Fernando Henrique Cardoso. Não
ra esclarecer — sem jamais apelar para o
foi preciso muito tempo para ver qual dos
recurso de esconder eventuais deficiêndois estava errado. Embora admirasse
cias de raciocínio por
FHC (de quem foi alutrás daquelas casas
no na Faculdade de FiNum
país
onde
centesimais que serlosofia da USP), Joelmuitos acreditam
vem apenas para conmir não acreditava no
fundir o leitor. Como
Real por afinidade poque só é boa
ele conseguia? Simlítica. Mas, ao contráa imprensa que
ples: “Você só conserio disso, por total e
bate e denuncia,
gue explicar aquilo
absoluta isenção de
que entendeu”, dianálise.
Joelmir Beting
zia. Além de todas as
O caminho que ele
tinha
a
coragem
informações que lepercorreu para chede elogiar
gou aos leitores em
gar onde chegou desquase 60 anos de jorcreve, de certa forma,
nalismo, o mestre foi responsável por
as transformações pelas quais o Brasil
outro feito extraordinário: o de provar,
passou ao longo de sua vida. Joelmir foi
com sua postura sempre elegante, que
boia-fria nas lavouras vizinhas a Tambaú
jornalista, para ser bom, não precisa ser
(a cidade do interior de São Paulo onde
carrancudo nem irritadiço. Joelmir era
nasceu há 75 anos) até se transferir para
bem-humorado e dono de uma ironia reSão Paulo, com 16 anos. Quem insistiu
finada. Um talento raro.
para que ele se mudasse foi seu amigo, o
Sem cometer o pecado da ingenuidapadre Donizete — cujas missas Joelmir
de (mortal para qualquer profissional da
ajudou como coroinha. Joelmir era testeimprensa), Joelmir tinha a rara coragem
munha no processo de beatificação do Pade elogiar o que merecia elogios — e essa
dre Donizete que corre no Vaticano. Joelpostura, num país em que, para muitos,
mir acreditava no jornalismo e, com sua
imprensa boa é a imprensa que bate e decrença, ajudou a melhorar a qualidade
nuncia, em alguns momentos lhe rendo jornalismo brasileiro. Fará falta. ■
PODER ECONÔMICO
Ariana Lindquist/Bloomberg
>>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico
Como o “furacão Rose” ajuda
A Operação Porto Seguro, como se sabe,
atingiu em cheio o cronograma de divulgação de medidas de modernização do
sistema portuário. Mas há males que
vêm para o bem. O empresariado mantém a expectativa de que Dilma Rousseff
possa aproveitar o furacão Rose para dar
um rumo certo ao navio à deriva que é o
setor. Além da boa notícia de que o pacote poderia contemplar o transporte de
cargas por ferrovia, outra medida agradaria os investidores. Willen Mantelli,
diretor presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP),
diz que para ter maior eficácia as medidas precisam tratar primeiramente de
modernizar a administração dos portos.
Segundo ele, as regras deveriam incluir
a possibilidade do estabelecimento de
parcerias público-privadas (PPPs) que
permitissem entregar a administração a
empresas que cuidassem do gerenciamento junto com o governo. Na avaliação de Mantelli, hoje as administrações
estão a cargo de docas e de autarquias estaduais, que seriam moeda de troca para
apoio político, o que prejudica a qualidade da administração. ■
➤
●
Celso Grisi, economista e diretor
do Instituto Fractal de Análises
Econômicas, afirma que é preciso
haver formas de integrar portos
e retroportos, nome que se
dá a atividades de apoio, como
acondicionamento das mercadorias
que chegam para embarque.
JORGE FELIX
[email protected]
➤
●
➤
●
Outra medida satisfatória seria
definir regras para aposentadoria
de trabalhadores avulsos, importantes
ao funcionamento dos portos. De acordo
com Mantelli, cerca de 40% da mão
de obra atual precisa ser aposentada
e o pacote do governo deveria contar
com regras para que isso fosse feito.
“Também precisamos treinar muita
gente para ocupar outras funções”, diz.
www.brasileconomico.com.br
Para André Zanin, diretor executivo
da Federação Nacional das
Agências de Navegação (Fenamar),
um dos pontos principais são os
gargalos burocráticos. Atualmente
as autorizações para operações
portuárias passam por dez ministérios.
Na opinião de Zanin, é preciso haver
um colegiado que permita liberações em
um único local. Detalhe: em 24 horas.
➤
●
Obrigado,
mestre Joelmir.
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