www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA O adeus de um pioneiro Arte para muitos anos Morre Joelmir Beting, o jornalista que começou a popularizar a economia brasileira. ➥ P11 e leia artigo de Ricardo Galuppo na pág. 40 Pelaprimeiravez,aPirellilançaseu famosocalendárionoRioedáumtom socialàabordagemdasfotos. ➥ P28 Divulgação SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 30 DE NOVEMBRO, 1º E 2 DE DEZEMBRO , 2012 O ANO 4 | N 820 | R$ 3,00 Dilma vai vetar hoje parte da lei de royalties que prejudica RJ e ES Em reunião ontem à tarde com os ministros de Minas e Energia, da Casa Civil e da AGU, presidente Dilma decidiu preservar os direitos dos estados produtores. Royalties sobre a produção futura de petróleo serão definidos em medida provisória. ➥ P6 Daniel Marenco/Folhapress Carga tributária é recorde e chega a 35,3% do PIB Felipão na entrevista coletiva à imprensa: telefonema e pedido de desculpas para o presidente do Banco do Brasil Segundo a Receita Federal, contribuintes, em 2011, pagaram R$ 1,463 trilhão em impostos. ➥ P7 Expectativa de vida de brasileiros sobe para 74 anos IBGE mostra envelhecimento da população, que pode aumentar pressão sobre INSS e Saúde. ➥ P4 Netshoes ruma para seu primeiro bilhão de reais Expansão do faturamento contou com ajuda de operações externas, na Argentina e no México. ➥ P18 Sinta uma saudável nostalgia com os objetos retrô Rádio de válvula, minigeladeira e até uma Vespa ajudam a voltar aos “bons tempos” e até ter saudade de uma época em que nem se tinha nascido. ➥ P35 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres 29.11.2012 COMPRA VENDA 2,0950 2,7292 2,0970 2,7301 META EFETIVA VAR. % ÍNDICES 7,25% 2,32 0,28 1,15 7,14% 57.852,53 13.021,82 5.870,30 Com Felipão, a seleção entra em nova era do marketing Para especilistas, o carisma do novo técnico ajuda a aproximar o time nacional da população e, por tabela, favorece os patrocinadores. Mas em seu primeiro dia Scolari já provocou polêmica com o Banco do Brasil. ➥ P24 Um jeito diferente PIB dos EUA sobe de negociar ações 2,7% e surpreende Especialista em finanças comportamentais, que atua no mercado de capitais desde os 15 anos, aconselha a deixar as emoções de lado na hora de investir. ➥ P30 Boa notícia coincidiu com a ampliação dos esforços de Obama para evitar o “abismo fiscal”, que incluiu almoço com Mitt Romney na Casa Branca. ➥ P36 2 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Avanço CARTAS ROBERTO FREIRE Deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS Renato Araújo/ABr “Meritocracia ganha espaço nas empresas brasileiras” (publicado em 24/10/2012 ) é um artigo bastante oportuno pois retrata como a gestão estratégica da remuneração pode, ao mesmo tempo, alavancar os resultados da empresa e propiciar o desenvolvimento e retenção de talentos. Os recursos para distribuição da bonificação acabam sendo auto sustentáveis financeiramente. Entretanto, é preciso que as metas sejam claras, mensuráveis, de fácil gerenciamento e atreladas ao desdobramento estratégico da organização. Não é fácil fazer a gestão e tão pouco engajar a todos dentro desta nova realidade, mas vale muito a pena pois o resultado é gratificante. Tive a oportunidade de conhecer a metodologia e realmente agrega valor para as pessoas e para a empresa. Angelo Cacioli Jr. Santo André (SP) Felix Fischer Presidente do Superior Tribunal de Justiça O Superior Tribunal de Justiça suspendeu sentença que impedia a expansão do metrô de São Paulo devido a problemas na desapropriação de um imóvel. Segundo o Metrô a expansão acrescentará 11,5 quilômetros (km) à Linha 5 (Lilás). Retrocesso Divulgação Quanto à matéria “Confiança na economia da Zona do Euro avança em novembro” (publicada em 29/11/2012), para a economia global os efeitos são mínimos possíveis, mas na zona do euro isso vai trazer uma grande mudança, principalmente para países como Portugal, Espanha, Grécia e Itália, que dependem do resto do países que formam a zona do euro. José Alfredo Tomaz Santa Cruz das Palmeiras (SP) No que se refere à matéria “‘Não deixarei o Genoino em paz’, declara Bolsonaro” (publicada em 26/11/2012), o deputado Bolsonaro deveria olhar para o seu partido, a bela história que tem o PP dele e do Maluf. Chega de hipocrisia deputado, nem as Forças Armadas não reclamaram. O nobre deputado deveria lavar a boca para falar dos movimentos sociais, principalmente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ernando Correia de Oliveira São Bernardo do Campo (SP) OPINIÃO Francisco Franco Presidente da Casa da Moeda do Brasil A instituição foi multada em R$ 860 mil por danos ao meio ambiente. De acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente, a Casa da Moeda fez despejos de resíduos sem tratamento no Canal de São Francisco, descumprindo termo de licenciamento ambiental. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Go Try On Fayve Wickr Vai para uma evento de negócios, mas está em dúvida se a composição da roupa com os acessórios está apropriada para a ocasião? Esse aplicativo visa equacionar dúvidas desse gênero, em tempo real. Para tanto, basta tirar uma foto do look pelo gadget que a equipe de estilistas do programa avalia criticamente a combinação das peças, sugerindo mudanças, se necessário. Em dúvida sobre qual filme vai assistir neste final de semana? Esse aplicativo promete acabar com a indecisão, indicando as películas e programas em sintonia com seu perfil e gostos pessoais. Compatível com os conteúdos do Netflix, YouTube e iTunes, o programa traz amplo conteúdo com link de busca, trailers e ficha técnica, que podem ser compartilhados nas redes sociais. Software desenvolvido para enviar mensagens de textos, vídeos e informações sigilosas pelo smartphone com segurança, impedindo que o conteúdo vaze ou seja roubado. O programa permite ao remetente do conteúdo definir em quanto tempo a mensagem se autodestruirá. Os dados são criptografados, ou seja, são transformados em códigos para ser decifrados. Grátis iPhone, iPad e iPod Touch Grátis iPad Grátis iPad, iPhone e iPod Touch Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Economia caminha no ritmo de Collor A presidente Dilma Rousseff já se aproxima da metade de seu mandato, mas tem pouco a apresentar à população. Na economia, o país não avança e deve fechar o biênio 2011-2012 com a pior média de crescimento do PIB desde o governo de Fernando Collor. De acordo com a pesquisa do Boletim Focus, do Banco Central (BC), que considera uma expansão da economia de 1,5% prevista para este ano, o crescimento médio anual do PIB deverá ser de apenas 2,1%. Para efeito de comparação, no mesmo período dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, cujo legado é sistematicamente desconstruído pelos petistas, a média de crescimento foi de 3,2% e 2,3%, respectivamente. Os índices de Lula, impulsionados por um cenário econômico internacional altamente favorável na época, são de 3,4% e 5,6%, ainda abaixo da média mundial no período. Só Collor, hoje notório aliado do petismo, teve média pior que Dilma (0,25%). Os números raquíticos apresentados pelo atual governo deixam o Brasil em posição vergonhosa se comparado a outros países emergentes. Segundo levantamento do economista Alcides Leite, feito com base em projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), no acumulado de 2011 e 2012 a economia brasileira deve crescer cerca de um terço dos emergentes (4,2% a 11,8%). No grupo dos Brics, ficaremos na lanterna, atrás de Rússia (8,2%), Índia (12%), China (17,7%) e até da África do Sul (5,8%), cuja taxa de desemprego chega a 25%. Em relação aos principais países da América Latina, novo vexame: o Peru deve fechar este biênio com uma expansão acumulada de 13,3%, seguido por Argentina (11,7%), Chile (11,2%), Colômbia (10,5%) e México (7,8%). Não é só. Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que, apesar de sentirem os efeitos da desaceleração mundial, os emergentes crescerão mais que o Brasil em 2012. Na China, o PIB deve avançar 7,5%, contra 4,4% da Índia, 3,4% da Rússia e 2,6% da África do Sul. É inegável que o país perdeu oportunidades, ficando atrás dos demais emergentes O Brasil segue patinando no governo Dilma, também graças à irresponsabilidade e ao populismo desenfreado de seu antecessor. Apesar de números melhores nos oito anos sob Lula, é inegável que o país perdeu oportunidades, ficando muito atrás dos demais emergentes, mesmo em um período marcado pelo “boom” econômico da economia internacional, entre 2003 (quando o PT assumiu o poder) e 2008. Na ocasião, houve absoluta falta de compromisso com um projeto de desenvolvimento nacional, fazendo com que hoje o país pague um preço muito alto, sobretudo pela falta de investimento em infraestrutura. Não bastasse ter tolerado a corrupção do mensalão ou as fraudes de pareceres técnicos em favor de empresas — mais recente escândalo protagonizado pela ex-chefe da gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, ligada a Lula —, além de tentado reabilitar politicamente o ex-presidente Collor, o PT termina o ano de braços dados ao ex-adversário no que diz respeito ao lamentável desempenho econômico sob seus governos. Infelizmente, as perspectivas são desanimadoras também para 2013. A incompetência governamental é demasiada. ■ NESTA EDIÇÃO Luz solar dentro dos escritórios A multinacional alemã Osram está desenvolvendo tecnologia para trazer para dentro dos edifícios a mesmas condições de iluminação do ambiente externo. ➥ P13 Novo acesso para o Porto de Paranaguá O governador do Paraná, Beto Richa, deu autorização para que seja realizada a licitação para contratar os serviços que vão permitir a construção do novo acesso ao Patio de Triagem. ➥ P23 Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO PAULO RABELLO DE CASTRO Presidente do conselho de economia da Fecomercio e do Lide Economia [email protected] PEDRO VENCESLAU [email protected] B Mathur/Reuters Mais um pacote grego, o mundo pode respirar A estreiteza de opções deixará os gregos amarrados por longo tempo O interesse dos governos europeus e, particularmente, da Alemanha, neste momento, é promover uma recompra dos papéis gregos, profundamente desvalorizados, diretamente no mercado. Os credores angustiados aceitariam fortes descontos, correspondentes a yields atuais de 13 a16% ao ano. Será uma caminhada lenta e penosa, como as tortuosas rodadas da dívida brasileira nas décadas de 1980 e 90. Com duas diferenças: nossa dívida nunca chegou perto de 100% do PIB, enquanto o potencial brasileiro de produzir dólares de exportação, mesmo nos piores períodos da relação de trocas com o resto do mundo, foi sempre maior e mais diversificado do que o da franzina economia grega. A estreiteza de opções deixará os gregos amarrados por longo tempo, fórmula certa para mais instabilidade. A lição de casa que os europeus não estão conseguindo fazer — não por incompetência, mas por dificuldade política de amarrar compromissos sobre prejuízos a serem repartidos — é reduzir a dívida grega até o ponto em que o pagamento do seu serviço, no futuro, se torne de fato algo plausível. Hoje não é. A trajetória atual ainda é mais para quebrar do que pagar. Recordemo-nos do exemplo da vizinha Argentina, que teve sua dívida externa recortada em 75%, restando apenas 25% para pagar. Isso foi há dez anos. E ainda assim, com toda a vantagem que obteve, está de novo na boca do caixa. Alguns dirão: mas esses são os argentinos! Mas direi eu: e os gregos, que pensam deles os credores? ■ Lula ficará 12 dias em giro internacional O ex-presidente decidiu sair de cena. Literalmente. Na próxima segunda, ele embarca para um giro internacional de 12 dias por Catar, Berlim, Paris e Barcelona. Lula ficará recluso em seu apartamento no fim de semana se preparando. Um graduado assessor do ex-presidente disse à coluna que seria muito “egocentrismo” da imprensa fazer ilações sobre a decisão, já que as viagens estariam agendadas muito antes do caso RosemaryNoronha, a ex-número 1 da Presidência da República em São Paulo. Marco Aurélio Carvalho, advogado do PT, vai além. “Lula não deve explicações porque não é alvo de nenhuma investigação. Rosemary viajou com ele porque essa era uma prerrogativa do cargo que ela tinha.” Ainda segundo o petista, estão atribuindo à ex-chefe de gabinete uma importância muito maior do que ela de fato tinha. Detalhe: Rosemary que viajou com Lula para 24 países entre 2003 e 2010. ■ Ex-presidente visitará metalúrgicos da Alemanha “Ele tem que se explicar”, diz o jurista Hélio Bicudo Em Berlim, Lula participará de um evento e será homenageado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha. Em Barcelona, ele receberá o Prêmio Catalunha. Já em Paris e no Catar, ele faz palestras remuneradas para clientes não revelados nem por decreto ou reza brava. Na modesta opinião do jurista Hélio Bicudo, um ex-petista histórico, as viagens do ex-presidente tem apenas um propósito. “Ele vai sair do país para fugir da responsabilidade de se explicar. Mas ele precisa dar explicações. Não pode haver a sacralização de ninguém.” CURTAS ➤ ● Petistas de todos os escalões ouvidos pela coluna fazem coro com a mesma tese. Apesar de filiados ao PT, Rosemary e Paulo Vieira, os dois protagonistas da Operação Porto Seguro, nunca foram militantes de verdade da sigla. ➤ ● O lutador de MMA estará nas ações que vão divulgar o novo visual da motocicleta CG 150 , em uma campanha preparada pela Young&Rubicam. ➥ P27 A declaração do marqueteiro João Santana defendendo que Lula seja candidato ao governo paulista em 2014 repercutiu fortemente no evento dos prefeitos eleitos do PSDB paulista, ontem, na capital. A avaliação mais ouvida é que o ex-presidente seria o oponente mais forte e o partido precisa se preparar para isso. Em prol do pescado nacional ➤ ● Minotauro faz campanha da Honda O articulista Luz Valle avalia as últimas medidas do governo para a aquicultura e as mudanças na produção de pescados , e alerta que só haverá produção competitiva pelo esforço conjunto. ➥ P39 A coincidência de nomes entre o Paulo Vieira da Operação Porto Seguro e o homônimo do caso Dersa foi motivo de piada. “Ninguém mais vai usar esse nome nos debates”, diz um tucano. ➤ ● Entidades de Servidores da Polícia Civil paulista articulam nova mobilização por salários maiores. A previsão é de clima tenso... PRONTO, FALEI “Militar é com a sociedade, na rua, no núcleo de trabalho. É ali que tem de estar o PSDB” ➤ ● Uma comitiva de oito senadores brasileiros acaba de voltar de Pequim. Eles foram trocar informações sobre mobilidade urbana em grandes eventos. No próximo dia 12, os chineses é que chegam a Brasília para uma solenidade sobre os 200 anos da imigração chinesa. Fernando Henrique Cardoso Ex-presidente, dando um recado para os prefeitos do partido ➤ ● Andre Penner Na noite do dia 26, os governos europeus e o FMI acertaram (sem divulgar detalhes) mais um acordo — o terceiro, desde o de maio de 2010 — que livra a Grécia de inadimplir seus compromissos de modo desordenado, o que traria enormes repercussões negativas para a região e, de resto, para a economia mundial em 2013. O mundo pode respirar aliviado. Mas até quando? Pensamos que o alívio será por relativamente pouco tempo. O sistema bancário grego tem sofrido corridas sucessivas desde o início da especulação sobre a saída da Grécia da área do euro. O risco ficou afastado, mas longe de ter sido eliminado. A razão é até simples de compreender. Não está assegurado que as chances da Grécia de continuar a honrar seus compromissos tenham melhorado substancialmente. Mesmo com os cortes de juros e postergações de pagamentos para além de 15 anos no serviço da dívida — o que se traduz na prática como uma redução no valor real do estoque da dívida grega — o FMI projeta um quadro de estresse financeiro por muitos anos à frente. Após os cortes no principal e juros da dívida grega, os compromissos remanescentes ainda ficarão em 124% do PIB em 2020, pelas contas do FMI. É impossível projetar com precisão como será a dívida em proporção do PIB daqui a tanto tempo. Numa situação tão adversa, qualquer desvio de rota pode ser maligno, porque a dívida continua engordando enquanto a economia, que paga a conta, encolhe. A OCDE acaba de prever que o PIB grego se contrairá em mais 4,5% em 2013. A economia local, portanto, continuará sangrando. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, está em rota de colisão com o STF. Ele advoga que a cassação dos mandatos de deputados condenados no julgamento do mensalão tem que ser decidida pela casa. Esse tema promete causar muita polêmica nas semanas antes do recesso de fim de ano. 4 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 DESTAQUE Editado por Patrycia Monteiro [email protected] Terceira idade impulsionará consumo de bens e serviços Brasileiros com mais de 60 anos, que hoje têm renda mensal de R$ 7,5 bilhões, serão 30 milhões em 2020 Henrique Manreza mes, professor do curso de Administração da ESPM. [email protected] Outro fator que sustenta o auDados divulgados ontem pelo mento da participação dos idoInstituto Brasileiro de Geografia sos no consumo é o fato de a poe Estatística (IBGE) comprovam pulação potencialmente ativa, o envelhecimento da população apta a trabalhar, crescer ao mesbrasileira e referendam a expecmo tempo em que se constata o tativa de que o país precisa se aumento da expectativa de vida preparar para a consolidação de dos brasileiros, segundo dados uma nova estrutura em sua soda Síntese de Indicadores Sociedade — com mais idosos e ciais 2012. De 2001 a 2011, o númenos jovens —, o que vai tramero de idosos com 60 anos ou zer um novo perfil de consumo mais passou de 15,5 milhões pae a necessidade de desenvolvira 23,5 milhões de pessoa. “Esse mento de mais produtos, serviaumento relativo da população ços e políticas públicas voltadas em idade potencialmente ativa para a terceira idade. pode ser uma boa oportunidade Os números do econômica para o IBGE mostram que, país, desde que esExpectativa em 2011, a esperanpessoas estejam média de vida sas ça de vida do brasiinseridas no mercano Brasil leiro era de 74 anos do de trabalho, ese 29 dias — um aupecialmente em chegou a 74 mento de 3 meses e qualificaanos e 29 dias postos 22 dias em relação a dos”, avalia o IBGE em 2011 2010, quando o índino estudo. ce era de 73 anos e Eduardo Gomes 277 dias. Em relação a 2000, destaca que o Brasil com mais houve um aumento de cerca de de 60 anos é o grupo da popula3,65 anos — em relação ao ano ção que mais cresce e, há poupassado, houve aumento de 3 co mais de uma década, passou anos, 7 meses e 24 dias a mais a ter ainda mais participação do que a expectativa de 2000 no consumo. “É preciso que (70 anos e 182 dias). tanto empresas quanto goverProjeções do próprio IBGE nos façam uma leitura antecipaapontam para a continuidade da do que virá neste contexto e desse cenário. Há cálculos do adaptem seus produtos e polítiinstituto que preveem para cas públicas em prol da acessi2020 um total de 30 milhões de bilidade”, diz. Ele aponta que pessoas com mais de 60 anos as áreas que mais podem explono Brasil. Estima-se que a popurar o potencial de consumo delação dessa faixa etária some mandado por esse público são uma renda de R$ 7,5 bilhões ao todas as atividades relacionamês e que tenha muito mais podas à saúde e o mercado de tuder de influenciar hábitos de rismo e entretenimento. ■ consumo nas famílias do que se imagina. Os dados são da pesquisa Panorama da Maturidade, realizada pela Indicator GfK, que mostra que os idosos são responsáveis pela manutenção de 25% dos lares brasileiros, o que corresponde a cerca Empresas elaboram produtos de 47 milhões de domicílios. Esespecíficos para atender sa parcela da população está forpessoas com mais de 60 anos temente concentrada nas áreas urbanas (80%). Cintia Esteves “Daqui a duas décadas, com [email protected] o encolhimento da faixa etária Empresas dos mais diversos segmais jovem, a terceira idade tementos já perceberam a imporrá papel preponderante no Bratância de desenvolver produtos sil. Isso traz alterações profunespeciais para idosos. A incorpodas na estrutura da sociedade e, radora Tecnisa, por exemplo, consequentemente, no perfil de passou a introduzir em seus emconsumo”, afirma Adriano GoCláudia Bredarioli Consumidores com mais de 60 anos têm demandas específicas e poder de decidir compras na família ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO Expectativa de vida ao nascer por sexo, em anos 2000 80,0 70,4 74,1 67,5 66,7 70,6 74,3 2011 77,7 80,0 67,5 62,5 66,9 70,4 73,8 74,1 55,0 42,5 55,0 30,0 42,5 30,0 Expectativa de vida ao nascer e taxa de mortalidade infantil para ambos os sexos, em anos AMBOS OS SEXOS HOMENS MULHERES 1980 1991 2000 2010 2011 69,1 45,1 30,1 16,7 16,1 TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL* Fonte: IBGE *para cada mil crianças de até 1 ano nascidas vivas Idosos estão na mira de fabricantes preendimentos diversos itens pensados para facilitar o dia a dia dos moradores com idade acima de 60 anos. Menos escadas e mais rampas, portas largas com fechaduras invertidas (miolo para cima), pisos antiderrapantes e escadas submersas nas piscinas estão entre eles. O projeto, chamado “Construindo com Consciência Gerontológica”, foi criado em 2008 por professores da Universida- de Federal de São Paulo (Unifesp) a pedido da Tecnisa. Comunicação facilitada A Gradiente é outra empresa que deseja conquistar os idosos. Seu celular SafePhone, lançado este ano, tem teclas numéricas maiores para facilitar a visualização. Outra característica pensada para os consumidores da terceira idade é o dispositivo SOS. Trata-se de um botão loca- lizado na parte de trás do aparelho que, quando pressionado, envia mensagem de socorro para até cinco números pré-cadastrados pelo usuário. O celular também envia a posição geográfica do usuário por GPS ou triangulação de antenas. Assim, as pessoas contatadas recebem imediatamente um mapa com o endereço de onde encontrar o usuário do SafePhone. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 5 Gilberto Marques/Governo do Estado de SP MORTALIDADE INFANTIL Saúde pública ajudou expectativa de vida A expansão do atendimento em saúde foi a principal responsável pelo aumento da expectativa de vida do brasileiro. Segundo o IBGE, a redução no número crianças que morrem antes de completar um ano foi o fator que mais contribuiu para o aumento da expectativa de vida. A taxa caiu de 30,1 óbitos para cada mil nascidos vivos, para 16,1 mortos por mil, entre 2000 e 2011. No mesmo período, a mortalidade na infância (até cinco anos) recuou, passando de 36,6 óbitos por mil, para 18,7. ABr André Az/O Dia Doenças crônicas vão pressionar SUS Aumento da população idosa vai requisitar mais recursos para tratamento especializado Érica Ribeiro [email protected] Regras de contribuição à Previdência deveria mudar quando aumenta a longevidade da população Aumento da demanda exige reforma no INSS Alta na expectativa de vida requer aumento no tempo de contribuição previdenciária Gabriela Murno, do Rio [email protected] Pela primeira vez em dez anos, parte dos trabalhadores que pedirem aposentadoria por tempo de contribuição à Previdência Social, a partir da semana que vem, receberão o benefício um pouco maior do que aqueles que fizerem o pedido esta semana. O motivo é a revisão na expectativa de vida da população feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os indicadores servem de parâmetro para o Ministério da Previdência na atualização da tabela do chamado “fator previdenciário”. O índice leva em consideração ainda a idade do segurado e seu tempo de contribuição. Segundo o IBGE, com a incorporação do Censo de 2010 na nova tábua, houve uma revisão dos dados de 2010, fornecendo indicadores mais próximos da realidade. Para Newton Conde, atuário especializado em previdência, as estimativas divulgadas em 2010 foram “superestimadas”. O IBGE divulgou ontem que a esperança de vida ao nascer subiu para 74 anos e 29 dias, no Brasil, um aumento de três meses e 22 dias em relação a 2010 (leia matéria na página ao lado). Mas, diferente da tendência dos últimos anos, as projeções revelam que, na faixa que vai dos 52 até 80 anos, na comparação dos dados de 2011 com os divulgados em 2010, e que servem para o cálculo até hoje, a expectativa de vida teve queda, beneficiando os segurados. Segundo dados divulgados pela Previdência Social, um homem com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição, por exemplo, poderia contribuir 17 dias a menos de contribuição para receber um benefício de mesmo valor. Já um homem de 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, poderia trabalhar 71 dias a menos para ter o mesmo benefício. De acordo com cálculos de Conde, a tabela em vigor não considera a revisão, um homem de 57 anos de idade e 37 de contribuição, com média salarial de R$ 1 mil, receberia R$ 818,81 de benefício. Considerando a nova tabela, válida a partir de amanhã, 1º de dezembro, o benefício seria de R$ 822,29, um aumento de R$ 3,48 ou 0,43%. Entretanto, segundo Conde, a mudança positiva só ocorre para os segurados com mais de 50 anos de idade. Pois na comparação dos dados divulgados em 2010 com os de 2011, houve aumento médio na expectativa de vida de 33 dias, tornando o fator previdenciário prejudicial. Ou seja, se solicitado até hoje, o segurado teria um ganho médio 0,3%, considerado pequeno. Uma mulher de 48 anos de idade e com 30 de contribuição, com média salarial de R$ 2 mil, levando em consideração a tabela de 2010, receberia R$ 1.119,19. Com a nova tabela, teria uma redução de R$ 3,62, ou seja, 0,32% em sua aposentadoria. Gilberto Braga, economista do IBMEC-RJ, afirma que toda vez que há aumento da expectativa de vida, o custo da previdência social é maior. “A regra para a contribuição não muda. Não se contribui mais por viver mais, o que coloca em risco o futuro do sistema”, explica. Segundo ele, era necessária uma reforma no sistema previdenciário brasileiro. “A nossa regra da previdência é geral. Ela deveria ser ajustada quando há mudança na expectativa de vida. Deveria ser como em outros países, com aumento da expectativa de vida, o tempo de trabalho deveria aumentar ou a contribuição deveria ser maior”, completa o economista. Para a aposentadoria por tempo de contribuição, o homem deve contribuir com o INSS por pelo menos 35 anos, já a mulher, por 30 anos. Para se aposentar por idade, é necessário ter, no mínimo, 65 anos (homens) e 60 anos (mulher). Neste caso, a utilização do fator previdenciário no cálculo do benefício é opcional, só sendo utilizado quando for melhor para o trabalhador. ■ O Brasil está 40 anos defasado, em relação aos países desenvolvidos, quando o assunto é atendimento público de saúde. Os recursos disponíveis, que correspondem a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) são insuficientes para uma população estimada em 190 milhões de habitantes. Segundo Marcos Bosi Ferraz, diretor do Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde da Unifesp e professor adjunto da Escola Paulista de Medicina, no caso dos idosos, que correspondem a 9,5% da população, os problemas de atendimento poderão se agravar, tendo em vista que esta população deverá aumentar em 50% nos próximos 20 anos. Na França, por exemplo, se passaram quase cem anos para que população de idosos dobrasse. “O Brasil terá um crescimento muito mais acelerado de idosos e ainda não discute a relação entre qualidade e quantidade de vida da maneira que deveria”, alerta Ferraz. Segundo ele, dos 3,8% do PIB que são aplicados no Sistema Único de Saúde (SUS), pouco é direcionado para resolver problemas antigos e os que já batem à porta, em decorrência do aumento da expectativa de vida da população. “Neste ambiente de 190 mi- lhões de brasileiros, este percentual corresponde ao valor de uma passagem de ônibus ida e volta por habitante. Com esses recursos é difícil atender à demanda da população, sobretudo esse grupo que está envelhecendo mais rápido”, diz. Ele destaca que, além do déficit financeiro, a gestão dos recursos públicos é ineficiente. Ferraz diz que não basta construir hospitais, é necessário também investir em equipamentos, manutenção e na contratação de profissionais. “Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que a cada cinco pacientes com mais de 60 anos, quatro têm pelo menos uma doença crônica. No geral, 31% dos brasileiros são portadores de alguma doença crônica, enquanto em países desenvolvidos> Nos países desenvolvidos 45% da população registra o mesmo perfil. Isso significa que, ao avançarmos na expectativa de vida, , vamos acumulando progressivamente mais doenças”, explica o especialista. Para o presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, Rubens Belfort, os dados do IBGE mostram que o país hoje controla doenças que antes matavam mais cedo, caso das infecções, e já demanda investimentos em doenças crônicas e degenerativas. Segundo ele, pesquisas mostram que um idoso pode tomar em média 20 medicamentos por dia. ■ DIvulgação Rede pública precisa investir mais em tratamentos preventivos 6 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 BRASIL Editora: Ivone Portes [email protected] Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Dilma veta hoje parte da lei de distribuição dos royalties Percentuais de participação definidos para os estados e municípios produtores serão corrigidos por MP Ueslei Marcelino/Reuters Ruy Barata Neto, de Brasília [email protected] A presidente Dilma Rousseff vetará hoje parte do projeto de lei de distribuição dos royalties do petróleo, aprovado neste mês pela Câmara dos Deputados, e corrigirá por meio da edição de uma Medida Provisória (MP) os percentuais de participação definidos para os estados e municípios produtores. O Palácio do Planalto fez modificações de última hora no texto, que já estava sendo analisado desde a quarta-feira, por técnicos do Ministério de Minas e Energia. Os arremates finais foram acertados em reunião de Dilma, no final da tarde de ontem, com o Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, a Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams. Conforme apurou o B RASIL ECONÔMICO, a presidente Dilma Rousseff deverá reduzir ainda mais a participação da União nas receitas de royalties e participação especial como uma tentativa de diminuir os conflitos em torno do projeto e para evitar que os vetos sejam derrubados na Câmara. O projeto de lei aprovado na Câmara reduziu de 30% para 20% a participação da União nas receitas de royalties e de 50% para 40% a parcela referente à participação especial dos contratos de concessão. A presidente manterá a posição que vem defendendo nos últimos tempos pela manutenção das atuais receitas dos estados e municípios produtores (Rio de QUEM GANHA E QUEM PERDE Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) em respeitos aos contratos firmados pelo governo (ver matéria abaixo). Para promover consenso, a presidente também deve trabalhar em outros temas como a disposição de renegociar as dívidas dos estados. Dilma também deve incluir em sua medida provisória algumas das concepções elaboradas pelo deputado petista Carlos Zarattini (SP) que foi relator de um substitutivo na Câmara sobre o tema, costurado inicialmente com o aval do Palácio do Planalto, mas que acabou sendo preterido pelos deputados no momento da votação da matéria em Plenário. Um dos critérios que deve ser aproveitado por Dilma diz respeito à distribuição de receitas advindas dos excedentes da produção petrolífera, o que garantiria os mesmos ganhos previstos para os estados e municípios produtores e ao mesmo tempo aumentaria os recursos para o grupo dos chamados “não produtores”. A expectativa de parlamentares da base aliada no Congresso é para um veto pontual de Dilma e que não abale a espinha dorsal do projeto de lei aprovado pelo Congresso que procura uma divisão mais “equânime” dos recursos. Os parlamentares afirmam que um veto total fatalmente será derrubado pelo Congresso. “Depois da decisão soberana do Senado e da Câmara, a presidente deve se posicionar com zelo pelo projeto”, diz o líder do governo no Senado Eduardo Braga (PMDB-AM). “É a vontade do Dilma se reuniu ontem com os ministros de Minas e Energia e Casa Civil para discutir vetos ao projeto povo uma nova regra de distribuição do petróleo e a presidente respeitará isso.” A presidente não deve mexer na parte do projeto que deixou de fora os recursos dos royalties para investimentos em educação. A base do governo no Senado também já articula uma nova solução por meio de mudanças no projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) que define 10% do PIB para investimento em educação. ■ Distribuição dos royalties do petróleo SE PRESIDENTE SANCIONAR A LEI COMO FICA EM 2013 COMO É HOJE COMO FICA EM 2020 UNIÃO 30% 20% 20% ESTADOS PRODUTORES 26,25% 20% 20% MUNICÍPIOS PRODUTORES 26,25% MUNICÍPIOS AFETADOS ESTADOS NÃO PRODUTORES 8,75% 15% 3% 2% 7% MUNICÍPIOS NÃO PRODUTORES 1,75% 0 5 10 15 20 25 30 Fonte: Mattos Muriel Kestener Advogados 4% 21% 10 20 21% 27% 30 0 10 20 27% 30 Presidente diz que Brasil é “rigoroso” com contratos Dilma cita respeito a contratos um dia antes de sua decisão sobre distribuição dos royalties Ontem, um dia antes de vencer o prazo para que decida sobre o projeto que trata da redistribuição dos royalties do petróleo e transformá-lo em lei (leia mais acima), a presidente Dilma Rosseff disse que o Brasil é um país que mantém “rigoroso respeito” aos contratos. Um dos artigos do projeto, aprovado na Câmara no último dia 6, mexe nas regras de divisão das receitas de exploração nos campos de petróleo já licitados. Dilma, no entanto, defende a manutenção dos atuais contratos de exploração do regime de concessão. A citação da presidente sobre o respeito aos contratos foi feita em discurso na cerimônia de ampliação do Brasil Carinhoso — ação de transferência de renda para famílias em si- tuação de extrema pobreza. “Somos um país que não se contenta em crescer para uma parte, quer crescer para todos. É fato que defendemos o crescimento e a estabilidade da economia, que defendemos um rigoroso respeito aos contratos. É fato que o estímulo aos investimentos produtivos e a ação vigorosa em prol da indústria brasileira estão entre nossas prioridades”, disse. Brasil Carinhoso A presidente anunciou ontem a ampliação do programa Brasil Carinhoso, que passa a atender a famílias com jovens até 15 anos. Dados do governo apontam que o programa retirou 9,1 milhões de pessoas da extrema pobreza até agora, sendo 2,8 milhões de crianças. Com a ampliação, a expectativa é que mais 7,3 milhões de pessoas superem a miséria. ■ ABr Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 7 Marcela Beltrão SERASA EXPERIAN País registra recorde em quitação de dívidas O número de brasileiros que procuraram os credores para quitar as dívidas bateu recorde no período de janeiro a outubro deste ano, informou a Serasa Experian. No período, 16 milhões de consumidores renegociaram o pagamento de contas atrasadas. O resultado é recorde e representa um aumento de 16,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a pesquisa, o número de pessoas que entraram na base de inadimplentes (21,5 milhões) cresceu 9,5% no período. Peso dos impostos na economia bate recorde em 2011 e atinge 35,3% do PIB Valter Campanato/ABr R$ 1,02 trilhão, os estados, R$ 357,5 bilhões e os municípios, R$ 80,73 bilhões pela cobrança direta e indireta (tributos embutidos no preço dos produtos). Simone Cavalcanti, de Brasília Othoniel Lucas de Sousa, [email protected] coordenador-geral de Estudos A população brasileira pagou no Econômico-Tributários, Previano passado em impostos, contrisão e Análise do Fisco, afirma buições e taxas para as três esfeque a elevação ocorreu em raras do governo nada menos do zão do próprio PIB (2,7%), pela que R$ 1,463 trilhão, o equivalenmaior formalização que gerou te a 35,31% do Produto Interno expansão da contribuição sobre Bruto (PIB), um novo recorde paa folha de salários e pelo volura o país. De acordo com estudo me de parcelamentos de dívidivulgado pela Receita Federal, das anteriores, como o Refis. houve aumento de 1,8 ponto perCom isso, o Brasil sobe na pocentual no montante de recursos sição entre os países desenvolvirecolhidos da sociedade na comdos que mais tributam e deixa paração com 2010 (33,53%) bem para trás seus pares emerDo total, o governo federal gentes. Segundo levantamento foi responsável por arrecadar da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que se cobra em território nacional é mais do PARA O ALTO que foi apurado em nações como Canadá (31%), Suíça Carga tributária bruta (29,8%) e Estados Unidos em relação ao PIB (24,8%) em 2010. Na contramão, Chile e México tem a me32,47% 2002 nor carga tributária, com 18,1% e 20,9%, respectivamente. 31,80% 2003 No entanto, Sousa lembra 2004 32,69% que, no Brasil, estão inclusos os recolhimentos para a Previdên2005 34,03% cia Social, para o Fundo de Ga2006 34,00% rantia do Tempo de Serviço (FG2007 TS) e para o sistema S. “A previ34,52% dência em alguns países é priva2008 34,54% da e, por isso, difícil de fazer 2009 33,29% comparação precisa.” “Mas a receita tem de fazer 2010 33,53% jus ao que está no Orçamento. 2011 35,31% Nós não legislamos, apenas ad255 28 31 34 37 440 ministramos tributos”, ressalFonte: Receita Federal do Brasil tou Roberto Ribeiro, coordenaNo ano passado, brasileiros pagaram R$ 1,463 trilhão em impostos, contribuições e taxas Souza: “Essa elevação deve-se ao crescimento do PIB de 2,7%, em 2011, e de 8,15% da arrecadação” dor-substituto de Estudos, Previsão e Análise do Fisco. De fato, o volume de transferências para os regimes de Previdência, Assistência Social e outros benefícios, como o Bolsa-Família aumenta em muito a conta do que a sociedade paga. Dados apresentados por Sérgio Gobetti, secretário-adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, mostram que, dos 35,31% do PIB do total recolhido em tributos, 15,14% (R$ 627,4 bilhões) é destinada aos gastos assis- tenciais, a chamada transferência de renda. Apenas a previdência do setor público, em 2011, custou 4,15% do produto e o benefício ao deficiente e ao idoso, 061%. Com impacto bem menor, mas relevante, as despesas com subsídios representam 0,22% da conta total. Isso inclui a equalização de juros do Programa de Sustentação do Crescimento (PSI) _ linha de financiamento oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresários. As prefeituras vêm gradualmente elevando sua arrecadação. No ano passado, recolheram R$ 80,73 bilhões ante os R$ 69,64 bilhões registrados em 2010. De acordo com Gobetti, até 2003, os municípios tinham uma base tributária muito pouco explorada. “Seria desejável que usassem melhor suas bases disponíveis”, disse, explicando que seria um meio de autossuficiência. Mas muitos municípios não têm sequer um sistema de arrecadação eficiente”, disse. ■ Governo tem pior resultado fiscal em dois anos A economia para pagamento dos juros da dívida em outubro foi de R$ 9,914 bilhões O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve em outubro o pior superávit primário — economia para pagar os juros da dívida pública — em dois anos. Segundo números divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o esforço fiscal no mês passado somou R$ 9,914 bilhões. É o pior resultado para o mês desde 2010, quando a economia tinha totalizado R$ 7,797 bilhões. O superávit primário em ou- tubro foi 13,8% menor do que no mesmo mês do ano passado, quando o governo central havia economizado R$ 11,505 bilhões. O resultado do mês passado foi reforçado pelo pagamento de R$ 2,415 milhões em dividendos de estatais ao Tesouro Nacional. Os dividendos representam parte dos lucros de uma empresa distribuídos aos acionistas. Como o Tesouro é o maior acionista das estatais, o governo também se beneficia dos pagamentos. As receitas também tiveram acréscimo de R$ 1,1 bilhão de concessões, principalmente por causa do pagamento relativo ao leilão do serviço de banda larga e de telefonia móvel 4G (quarta geração). Nos dez primeiros meses de 2012, o esforço fiscal soma R$ 64,712 bilhões, 25,4% a menos do que os R$ 86,796 bilhões economizados no mesmo período de 2011. O superávit acumulado está R$ 6,688 bilhões abaixo da meta reduzida de R$ 71,4 bilhões para o governo central em 2012. A meta original correspondia a R$ 97 bilhões, mas foi reduzida por causa do mecanismo que permite o abatimento de até R$ 25,6 bilhões de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta. Os dados do Tesouro mostram que os gastos federais voltaram a crescer em ritmo maior do que as receitas. No acumulado de 2012, as despesas do governo central ficaram 12,1% mais altas em relação ao mesmo período do ano passado, contra expansão de apenas 1,7% registrada nos dez primeiros meses de 2011 (ante 2010). As receitas líquidas aumentaram apenas 7,3% na mesma comparação. Apesar do fraco desempenho no esforço fiscal dos estados e municípios, o secretário do Te- souro Nacional, Arno Augustin, descartou a possibilidade de o governo federal ampliar ainda mais o abatimento da meta de superávit primário. Segundo o secretário, a equipe econômica não pretende alterar a meta reduzida de esforço fiscal, mesmo se os estados e municípios não conseguirem alcançar. No último dia 20, o governo anunciou o abatimento de R$ 25,6 bilhões da meta de superávit primário, o que reduziu de R$ 139,8 bilhões para R$ 114,2 bilhões o volume a ser economizado por União, estados e municípios neste ano. ■ 8 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Diego Giudice/Bloomberg BRASIL INFLAÇÃO Preços ao produtor desaceleram em outubro O índice de preços ao produtor desacelerou a alta em outubro para 0,21%, após avanço de 0,69%, influenciado principalmente pela queda dos preços dos alimentos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a menor variação do indicador desde fevereiro deste ano, quando houve queda de 0,42%. Em outubro de 2011, o índice havia mostrado avanço de 0,76%o, e no acumulado em 12 meses os preços apresentaram alta de 6,37% no mês passado. Reuters SP e Rio lideram ranking de competitividade dos estados COMPETITIVIDADE Pontuação atinginda por cada estado, quanto mais perto de 100 mais desenvolvido Mas Minas Gerais sai na frente em atratividade de investimentos estrangeiros Divulgação Cristina Ribeiro de Carvalho [email protected] Um ambiente de negócio mais favorável é um dos requisitos primordiais para atrair investimentos, e o estado de São Paulo foi avaliado como a região que mais dispõe dessa condição, quando comparada às demais 26 unidades da União ao atingir 77,2 pontos. Atrás ficaram Rio de Janeiro e Minas Gerais, que atingiram 70,9 e 64,1 pontos, respectivamente (veja relação completa na arte ao lado). O resultado consta do Ranking de Competitividade dos Estados Brasileiros 2012, elaborado pelo grupo inglês Economist Intelligence Unit, patrocinado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o qual sinaliza que pontuações mais próximas a 100 indicam ambientes favoráveis. Segundo Robert Wood, pesquisador responsável pelo Ranking, o objetivo do estudo é incentivar os governos e legisladores de cada estado a promover melhorias nos programas de políticas públicas, tornando as economias estaduais mais produtivas. O estudo avaliou temas como condições do ambiente político; econômico; regime tributário e regulatório; políticas voltadas ao investimento estrangeiro; recursos humanos; infraestrutura; inovação e sustentabilidade. Apesar de São Paulo ter fica- do em primeiro lugar na pontuação geral, o estado perde lugar de destaque para o estado de Alagoas, que atingiu diante do quesito regime tributário e regulatório 50 pontos à frente do seus pífios 25 pontos. “Comparando os resultados deste ano com o anterior, houve uma melhora em alguns indicadores, mas ainda há um longo caminho a avançar”, comenta Wood. Outro destaque observado pelo pesquisador é a burocracia enfrentada pelos investidores no momento da abertura de empresa. O estado de São Paulo, por exemplo, leva 119 dias, enquanto que Minas Gerais saiu de uma média de 45 dias, até 2006, para os atuais seis dias. Essa disparidade de dias fez com que Minas Gerais atingisse 100 pontos na política de atração de investimento estrangeiro e conquistasse o primeiro lugar nesse requisito, seguido posteriormente por Rio de Janeiro e São Paulo. Diante desse resultado, Guilheme Afif Domingos, vice-governador do estado de São Paulo, argumenta que há uma cultura burocrática ainda muito enraizada na capital paulista, dificultando a queda dos dias computados para a instalação de uma empresa na região. “Quando avaliamos esse ponto nos outros municípios do estado, o re- Renata: em MG todas as etapas de abertura de empresa são on-line sultado encontrado é muito mais favorável. O problema está na capital”, destaca Afif. Enquanto São Paulo convive com esse problema, a secretaria de Estado, Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Renata Vilhena, revela que a evolução conquistada em seu estado quanto a esse quesito é resultado de um trabalho empenhado a melhorar o ambiente de negócios da região. “Passamos a adotar uma tecnologia que integra diversos órgãos, como a Secretaria do Meio Ambiente, Vigilância Sanitária entre outros em um único sistema. Isso possibilita fazer toda as etapas via online, devendo o empresário ir à PONTUAÇÃO GERAL São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Rio Grande do Sul Paraná Distrito Federal Santa Catarina Espírito Santo Mato Grosso do Sul Amazonas Bahia Goiás Pernambuco Mato Grosso Sergipe Ceará Alagoas Paraíba Rondônia Tocantins Pará Roraima Rio Grande do Norte Maranhão Acre Amapá Piauí 77,2 70,9 64,1 60,4 56,1 54,2 53,5 47,9 45,3 43,9 43,9 43,7 43,6 39,8 39,8 37,6 31,8 31,4 30,1 28,6 27,8 27 26,9 26 24,7 20,5 19,3 Fonte: Economist Inteligence Unit Junta Comercial apenas para levar a documentação”, explica. O estado de Minas recebeu recentemente da agência de avaliação de riscos Standard & Poor’s rating AAA na configuração de grau de investimento. “Certamente esse é um indicador de reconhecimento de nossas ações”, finaliza. ■ Chineses negociam novos acordos na agricultura Opções de investimento no país em fertilizantes, carnes e logística atraíram delegação Rafael Abrantes [email protected] Delegação de empresários chineses do agronegócio concluiu ontem, em São Paulo, missão para conferir novas oportunidades de investimento e parcerias no campo brasileiro. Após visitas pelo interior e reuniões com representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os setores de fertilizantes, rações, carnes e logística foram os que mais atraíram o interesse dos asiáticos, segundo Benedito Rosa, diretor de assuntos comerciais do Ministério da Agricultura. Nove grupos privados, com operações em produção, processamento industrial e transporte, além de funcionários do governo chinês, visitaram o país. “Proprietárias de portos e ferrovias na China estão dispostas a participar de projeto para produção de grãos aqui. Também insistimos na produção de carnes e na abertura de novas fronteiras (agrícolas) no país”, afirmou Rosa, depois de reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O setor de carnes foi lembrado nas conversas sobre parcerias para distribuição de produtos nacionais no mercado chi- nês. “Há perspectivas enormes (de crescimento das vendas) para carne bovina na China. O país já é o quarto maior importador de carnes do Brasil”, ressalta Rosa. De 50 plantas frigoríficas previstas para receber a habilitação de exportação à China, 45 já foram autorizadas desde 2010, e outras cinco seguem “em análise”. “Uma parceria consistente envolve não apenas a venda de matéria-prima, mas a participação em conjunto em investimentos em produtos finais”, diz. Para João Sampaio, presidente do conselho de Agronegócio da Fiesp, o setor deverá ter crescimento “forte” em 2013, com novas parcerias chinesas em tecnologia agropecuária. ■ NEGÓCIOS DO CAMPO PIB dos setores do agronegócio terá crescimento de 42% até 2022* PIB DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO (2011) US$ 548 bilhões EXPORTAÇÕES 2012-2022, CRESCIMENTO ANUAL* Produtividade média de grãos Brasil Mundo 11,4% 5 4 3 2 1 0 4,3% 3,6% 3,4% 1,8% 2,5% 2,2% SOJA Fontes: Fiesp e Icone *projeção 2,5% 1,4% AÇÚCAR CARNE BOVINA CARNE DE FRANGO Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 9 10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Tânia Rêgo/ABr BRASIL LEVANTAMENTO Número de greves cresceu 24% em 2011 O número de greves registradas no ano passado cresceu 24% em relação a 2010. Em 2011, foram realizadas 554 paralisações de categorias profissionais contra um total de 446 no ano anterior. Os dados fazem parte de um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A quantidade de paralisações também é a maior desde 1997, quando ocorreram 631. Além disso, a maior parte dos movimentos grevistas ocorreu no setor público: 325. ABr Adams diz que operação da PF afetou credibilidade da AGU Advogado-geral da União determinou sindicância interna para investigar desvios Ueslei Marcelino/Reuters O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que a credibilidade da AGU sofreu impacto com a operação da Polícia Federal que investiga venda de pareceres fraudulentos e que envolveu o segundo na hierarquia do órgão, mas afirmou que os pareceres da instituição, em geral, não estão sob suspeita. O chefe da AdvocaciaGeral da União (AGU), cuja posição tem status de ministro, afirmou ainda que não pretende deixar o cargo e que não houve um pedido da presidente Dilma Rousseff nesse sentido. “Eu não tenho dúvidas que isso afetou a credibilidade, afetou a instituição”, disse Adams, referindo-se à operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão inclusive no prédio da AGU. O ministro determinou uma investigação interna para apurar desvios e interferências de José Weber de Holanda Alves, que ocupava o cargo de advogado-geral adjunto até a operação ser deflagrada. Segundo Adams, todos os processos em que Weber atuou e que estão relacionados à investigação Porto Seguro da PF serão avaliados e, caso sejam apurados desvios ou erros, serão revistos. O ministro, no entanto, não deu detalhes sobre o número de pareceres a serem analisados. A operação Porto Seguro foi deflagrada na última sexta-feira (23) e investiga o envolvimento de servidores do Executivo e de agências reguladoras num esquema para obter pareceres técnicos fraudulentos que seriam vendidos a empresas interessadas. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em órgãos do governo federal e indiciou 18 Possibilidade de cassação de mandato de parlamentares condenados abre discussão Wilson Lima www.ig.com Adams diz não pretender deixar o cargo e que não houve um pedido da presidente Dilma nesse sentido pessoas, entre elas a então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, que foi exonerada, e o então advogado-geral adjunto da União, que foi afastado da função. Adams disse ainda ter recebido da presidente a determinação de “apurar, identificar e punir” os que tiverem comprovadamente relação com as irregularidades. O advogado-geral tem cumprido papel importante no assessoramento jurídico à Presidência da República e atuou de maneira intensa na elaboração de vetos ao Código Florestal e da medida provisória editada para preencher as lacunas da lei. Adams também tem sido requisitado pela presidente para a definição de eventuais vetos ao projeto que define nova dis- tribuição para os royalties cobrados pela exploração do petróleo. O prazo para a sanção e eventuais vetos termina na sexta-feira. MEC O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse ontem que deve ser concluída em uma semana a sindicância interna que apura a participação dos servidores concursados Esmeraldo Malheiros Santos e Márcio Alexandre Barbosa Lima nos fatos investigados pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Os dois servidores são apontados pela PF como integrantes do esquema de corrupção. Tanto Malheiros, que ocupava o cargo de assessor na consultoria jurídica do Ministério da Educação (MEC), quanto Márcio Ale- xandre, que trabalhava na área de bancos de dados, foram afastados de suas funções. Mercadante informou que as investigações sobre o assessor da consultoria jurídica detectaram “indícios claros de (ele) ter recebido dinheiro”. Segundo o ministro, Esmeraldo Malheiros é servidor concursado e está há 30 anos no ministério. O ministro disse ainda que o outro servidor apontado pela PF como integrante do esquema de corrupção não trabalhou no ministério em 2012. De acordo com Mercadante, o funcionário estava na Califórnia, nos Estados Unidos, onde fazia um curso de doutorado. Mercadante explicou que esse servidor entregou uma senha de consulta a um dos integrantes do esquema de corrupção. ■ Teori Zavascki toma posse como ministro do STF O terceiro ministro indicado na gestão da presidente Dilma Rousseff ao Supremo Tribunal Federal (STF) tomou posse ontem. Teori Zavascki assumiu a vaga de Cezar Peluso, que se aposentou compulsoriamente ao completar 70 anos no início de setembro. A cerimônia foi breve e contou com a presença de autoridades dos Três Poderes, amigos e parentes. Condenados no mensalão confrontam STF e Câmara Zavascki. Não houve discursos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, representou a presidente Dilma. Também compareceram os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia, assim como os ministros aposentados Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Aldir Passarinho, Ilmar Galvão, Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence. Zavascki é catarinense de Faxinal dos Guedes e tem 64 anos. Aprovado em concurso de juiz federal para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em 1979, foi nomeado, mas não tomou posse. Advogado do Banco Central de 1976 até 1989, finalmente chegou à magistratura quando foi indicado para a vaga destinada à advocacia no TRF4. Respeitado nas áreas administrativa e tributária, Zavascki também é minucioso em questões processuais. “Espero que todos os bons momentos apaguem minha fama de apontador ou cobrador das pequenas coisas”, brincou, nesta semana, ao se despedir da 1ª Turma do STJ. A possibilidade de cassação do mandato de parlamentares condenados no julgamento do mensalão já coloca em frentes opostas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara, Marco Maia. A divergência se abre devido a diferentes interpretações do artigo 55 da Constituição Federal, que trata da cassação de mandato no Congresso. Os ministros do Supremo entendem que uma condenação criminal transitada em julgado é passível de cassação de mandato, como consta no inciso VI da Constituição. Entretanto, Maia afirma que, conforme estabelece o parágrafo 2º, a perda de mandato deve ser decidida pela Câmara, por voto secreto e maioria absoluta. “Eu não tenho mais falado sobre este tema. Na minha avaliação, a Constituição é muito clara”, disse Maia. Apesar disso, o próprio presidente da Câmara admite uma possibilidade de se fazer uma discussão mais ampla no Congresso, caso o Supremo determine a perda automática de mandato dos deputados. Dentre os condenados, estão no Congresso João Paulo Cunha, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto Maia afirmou também que, em 1988, quando foi redigida a Constituição, 417 deputados foram a favor de que viesse da Câmara o aval definitivo para a cassação de mandato parlamentar, diante de condenação criminal. Segundo o ex-deputado e exjuíz federal Flávio Dino, a cassação ou não “dependerá do que ficar previsto na publicação do acórdão” pelo Supremo. Dentre os condenados no julgamento do mensalão, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) são os únicos que estão no Congresso. Henry e Costa Neto se livraram de cumprir parte da pena em regime fechado. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 11 PODER ONLINE >>> Leia mais em www.ig.com/poderonline FERNANDO MOLICA [email protected] Golpe contra deputados CURTAS ABr Deputados federais passaram a ser vítimas de um novo tipo de golpe. Ontem, um parlamentar eleito pelo Rio recebeu uma ligação de um sujeito que se passou pelo deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL). Com voz dramática, o suposto deputado disse que fora cuidar de seu filho, que sofrera um acidente em Volta Redonda (RJ). Na pressa, viajara sem levar cartão de crédito e, portanto, precisaria de um rápido empréstimo, uma quantia a ser depositada em conta bancária de terceiros. O deputado que recebeu a ligação ficou tocado pelo drama mas, antes de fazer o tal depósito, ligou para o gabinete de Carimbão e falou com o colega, que estava em Brasília. O parlamentar alvo do golpe, soube que outros deputados já foram vítimas dos bandidos. Por falar nisso: também ontem, no Rio, policiais prenderam dois homens que se passavam por garis: os golpistas percorriam o comércio da Tijuca, Zona Norte da cidade, em busca de contribuições natalinas. ■ ➤ ● PMDB e PSB estão em intensas conversações sobre as pastas de Educação e Ciência e Tecnologia. Com a redução da probabilidade de Gabriel Chalita assumir o MCT, o nome do ex-ministro Ciro Gomes voltou ao balcão de apostas. O vice-presidente Michel Temer, segundo interlocutores peemedebistas, se sentiria prestigiado se Chalita fosse para o MEC. Para o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a reconquista do MTC resolveria uma inadiável questão interna: acomodaria Ciro, que não quer mais voltar ao Congresso. Na dança de cadeiras na Esplanada, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é cotado para ocupar um posto no Palácio do Planalto, provavelmente na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no lugar de Ideli Salvatti, que voltaria a Santa Catarina para reorganizar suas bases. ➤ ● A relação entre a comunidade científica e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, azedou. O problema é a mudança de discurso do ministro em relação ao destino dos royalties do petróleo no pré-sal, ainda sob impasse no imbróglio político do veta não veta. Quando era titular do Ministério da Ciência e da Tecnologia, o ministro defendia que o dinheiro fosse destinado também ao desenvolvimento do setor. No Ministério da Educação, passou a adotar a linha dos 100% na educação. As entidades que representam o segmento acharam a postura incoerente e defendem que 50% dos royalties sejam divididos entre os dois segmentos, já que um está umbilicalmente ligado ao outro. ➤ ● A Polícia Federal busca personagem curioso nesta época de alta tecnologia: o mensageiro que fazia a entrega de bilhetes manuscritos trocados entre as estrelas mais cintilantes que surgiram nas investigações da Operação Porto Seguro. Os principais personagens da história e os alvos da investigação conversavam sobre os assuntos mais importantes por meio mensagens escritas de próprio punho. A área de inteligência policial chama o “modus operandi” de caixa morta: a primeira mensagem e a resposta são escritas no mesmo bilhete, que é destruído após atingir o objetivo. O mensageiro é um motoboy que não sabia o que transportava. ➔ Colaboraram Vasconcelo Quadros e Marcel Frota Morre Joelmir Beting, expoente do jornalismo econômico brasileiro Henrique Manreza Aos 75 anos, comentarista não resistiu a um acidente vascular encefálico hemorrágico (AVE) Morreu o jornalista Joelmir Beting na madrugada de ontem, vítima de uma acidente vascular encefálico hemorrágico. O comentarista da rede Bandeirantes de televisão estava em coma desde o dia 25 de novembro. Seu corpo foi velado no Cemitério do Morumbi, zona sul da capital paulista e em seguida cremado no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O jornalista estava internado desde 22 de outubro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para o tratamento de uma doença autoimune, da qual vinha se recuperando antes do AVE (Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico). Ele tinha 75 anos de idade, dos quais 55 foram dedicados ao jornalismo. Antes de Joelmir Beting o jornalismo econômico brasileiro era elitista, repleto de termos pouco conhecidos pelo grande público. Avesso ao “economês”, se tornou célebre por popularizar os temas do noticiário econômico, com textos repletos de humor e de aforismos. “ Em economia, é fácil explicar o passado. Mais fácil ainda é predizer o futuro. Difícil é entender o presente Joelmir Beting Jornalista Avesso ao ‘economês’, Beting se tornou célebre por popularizar os temas do noticiário econômico Palmeirense fervoroso, iniciou a carreira fazendo coberturas de esportes, mas deixou sua paixão pelo time transparecer e superar a imparcialidade da profissão. Por conta disso, quase foi agredido pela torcida do Co- rinthians durante a transmissão de um jogo, em 1959. O fato fez com que o jornalista deixasse o ramo esportivo de lado, se dedicando, inicialmente, ao caderno de Automóveis da Folha de S. Paulo, seguindo para a econo- mia, setor no qual se especializou e em que permaneceu até sua morte. O jornalista ancorou o “Jornal da Band”, na TV Bandeirantes, antes de seguir para a Globo. Joelmir trabalhou também nas TVs Gazeta e Record, retornando para a Band em 2004. No canal, exercia a função de editor e comentarista econômico do “Jornal da Band”, apresentado por Ricardo Boechat . Jornalista renomado, Joelmir já ganhou diversos troféus no Prêmio Comunique-se de Jornalismo, entre eles o de Melhor Jornalista de Economia em 2012. Em 2001, faturou o Grande Prêmio Instituto Ayrton Senna de Jornalismo. Joelmir era casado há 53 anos com Lucila, que foi sua assessora durante mais de 25 anos. Juntos, tiveram dois filhos, o publicitário Gianfranco e o jornalista esportivo Mauro Beting. (Leia mais na página 40) ■ iG 12 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 INOVAÇÃO & TECNOLOGIA Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] O desafio de gerenciar os grandes centros de dados Com o lançamento de um avançado sistema, Emerson Network prevê dobrar vendas de software no país Murillo Constantino equivalente ao de uma pequena cidade. Este é um ponto crítico para as empresas”. Com o sistema, a Emerson acredita ser possível reduzir em 25% os gastos com energia elétrica. Fatores como este atraíram clientes como a Telefônica, que está utilizando módulos do software. O sistema lançado ontem foi desenvolvido pela Emerson Internacional em seus centros de pesquisa nos Estados Unidos. Para entrar nessa área a empresa comprou a Avocent, fornecedora de sistemas de acesso e gerenciamento para data centers, por US$ 1,2 bilhão. Mesmo com a aquisição, que veio para reforçar a área de software, o segmento de hardware ainda é o que gera maior receita para a empresa, que vende produtos como no breaks. Carolina Pereira [email protected] À medida que o número de dados digitais produzidos diariamente no mundo aumenta, as empresa vão se tornando cada vez mais dependentes de seus data centers para armazenar todas as informações que precisam. Em indústrias como a de telecomunicações ou a financeira, que trabalham com volume ainda maior de dados dos clientes, os desafios são ainda mais críticos. Neste cenário, conseguir gerenciar estes centros gigantes de dados é algo que requer inúmeros recursos de software e hardware e vem movimentando o segmento de tecnologia da informação. A Emerson Network Power é uma das empresas que quer impulsionar os negócios com sistemas voltados para o gerenciamento de grandes centros de dados. A empresa é uma das unidades da Emerson, multinacional com receita global de mais de US$ 24 bilhões que atua também em segmentos como o de mineração e óleo e gás. Agora, a grande aposta da unidade de TI é em um sistema de gerenciamento de data center chamada DCIM (Data Center Infrastructure Management), que foi lançado ontem no Brasil. O presidente da empresa, Álvaro Martinez, espera que, com o lançamen- Receita Álvaro Martinez, presidente da Emerson Network Power: software ajuda empresas a controlar custos to, a subsidiária consiga mais do que dobrar as vendas de software em 2013 em relação a este ano. Custos O objetivo do sistema é auxiliar as empresas em tarefas que parecem simples mas que podem Software indica qual é o melhor local para instalar um servidor de acordo com ventilação e gasto de energia elevar os custos com os data centers. Martinez exemplifica: o software pode indicar qual é o melhor local para colocar um servidor levando em conta fatores como ventilação e gasto de energia. “Em alguns grandes data centers o gasto com energia é Enquanto no Brasil a expectativa é de crescimento, com a crise nos mercados maduros, a receita global da Emerson Network Power caiu 4% no quarto trimestre fiscal da empresa, de acordo com números divulgados em novembro. Nos Estados Unidos, por exemplo, a queda chegou a 7%, e na Europa foi ainda maior, de 9%. O grupo como um todo, porém, teve crescimento de 2% no faturamento no período. ■ David Paul Morris/Bloomberg Intel explora futuro com arte Projeto tenta identificar as necessidades tecnológicas e seu impacto na vida das pessoas Will.i.am, do The Black Eyed Peas, participou do projeto nos EUA A Intel quer saber mais sobre o futuro da computação e o impacto da tecnologia na vida das pessoas no Brasil. Com esse objetivo, a empresa lançou nesta semana, em parceria com a FIAP, a versão nacional do “The Tomorrow Project”, que engloba processo de discussão que inclui livros, vídeos, palestras, eventos e outras iniciativas no mundo real e virtual. Segundo a Intel, o projeto é calcado em pesquisas sociais, tecnológicas, tendências globais e imaginação, na forma de contos e histórias de ficção científica baseados em fatos reais. Por conta dessas características, fora do Brasil alguns nomes renomados que participam “The Tomorrow Project” são Will.i.am, Cory Doctorow e Bruce Sterling. A ideia é ter uma visão dos próximos cinco a dez anos sobre tecnologias, capacidades e dispositivos. Para isso, em sua primeira edição no país, o proje- to está em busca de contos, vídeos ou ilustrações com o tema “Um dia da minha vida em 2025”. Os trabalhos devem explorar fundamentalmente o elemento humano e as tecnologias em desenvolvimento – da robótica à biologia sintética e à geoengenharia – que podem alterar o nosso futuro. Os trabalhos podem ser enviados para análise até abril de 2013. A relação dos selecionados será publicada no site do projeto e em formato de fotolivro. ■ C.P. Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 13 ANIBAL GONDA Diretor de Desenvolvimento de Negócios da GeneXus Internacional Sistema vai simular luz solar no escritório Brendon Thorne/Bloomberg Tecnologia da Osram utiliza câmeras de monitoramento externo e luminárias de LED Cansado de passar horas trabalhando no escritório e, por isso, ficar o dia todo sem ver a luz do sol? Se depender da multinacional alemã Osram, isso não vai mais acontecer. A empresa pretende trazer ao interior de edifícios, em tempo real, as mesmas condições de iluminação do ambiente externo, por meio de uma nova tecnologia que utiliza câmeras de monitoramento e luminárias de LED. A razão do interesse da Osram em tentar aproximar os trabalhadores do sol é simples: segundo a empresa, os efeitos positivos da luz do dia na saúde e produtividade dos trabalhadores já foram apontadas por várias pesquisas. Pessoas que passam muito tempo fora do escritório possuem melhor ritmo de trabalho, devido aos receptores dos olhos que respondem não apenas ao brilho, mas, também, aos níveis de temperatura de cor do céu, gerando sincronia com o relógio biológico, em cooperação com o cérebro. Por conta disso, a empresa alemã está preparando um sistema de processamento de imagem em que uma câmera no telhado dos edifícios observa permanentemente o céu e capta as características da luz durante todo o dia.Para calcular o brilho e a cor da luz que complementa a oferta natural, o sistema leva em consideração fatores como a hora do dia, estação do ano, posição do edifício e as condições climáticas momentâneas. Novo algoritmo permite controlar o brilho e cor da luz artificial Bem-estar Segundo a Osram, um novo algoritmo solar permite não apenas controlar o brilho, mas também a cor de luz que será administrada no decorrer do dia para Para calcular o brilho e a cor da luz, o sistema leva em conta fatores como hora do dia, estação e posição do edifício que tenha efeitos positivos, como a sensação de bem estar. No futuro, pesquisadores acreditam que a avaliação matemática da imagem deverá também assegurar previsão das características de luz solar para os 15 minutos seguintes, evitando transições abruptas no controle da iluminação artificial. Porém, de acordo com a empresa, o sistema ainda está incompleto e em desenvolvimento e não há previsão para que comece a ser comercializado e chegue aos edifícios brasileiros. ■ C.P. Startups receberão R$ 40 mi do governo Programa lançado ontem visa apoiar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica O governo federal lançou ontem o programa “Start-up Brasil”, que tem o objetivo de apoiar e acelerar o desenvolvimento de empresas nascentes de base tecnológica no país. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), até 2015, serão contempladas 150 startups. O investimento no programa é de R$ 40 milhões e faz parte do Programa Estratégico de Soft- ware e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior). O projeto contempla o apoio com marketing e vendas, suporte legal e outros serviços de auxílio ao empreendedor, além de suporte financeiro. O programa foi lançado em São Paulo pelo ministro Marco Antonio Raupp. De acordo com o Ecossystem Report 2012, a capital paulista é o 13º melhor ecossistema do mundo e o principal local no Brasil para o surgimento dessas empresas. Segundo o relatório, do Startup Genome Project, as princi- pais dificuldades das empresas recém-criadas no Brasil são semelhantes às encontradas no vale do Silício, como aquisição de clientes, construção do produto, financiamento e formação de equipe. TI Maior Lançado em setembro, o programa TI Maior prevê investimentos de R$ 500 milhões para estimular o desenvolvimento e a produção de software no Brasil. Um dos objetivos é ampliar o número de empresas de TI e ofertar cursos na área. ■ Prototipação na nuvem Graças à tecnologia disponível, a nuvem converteu-se hoje em um cenário que nos permite inúmeras coisas. Começamos timidamente com os e-mails e fomos somando mais e mais serviços, de tal maneira que atualmente podemos usar a nuvem para quase tudo. Um dos processos mais interessantes que podemos fazer com a nuvem é prototipar aplicativos. Nós, que já desenvolvemos aplicativos há algum tempo, sabemos que, em meados da década de 1990, prototipar aplicativos web era algo realmente difícil, já que a necessidade de recursos era muito grande, entre servidores hmtl, servidores de banco de dados, rede etc. Entrando no novo século, a tecnologia que foi aparecendo nos ajudou para que pudéssemos contar com os serviços locais em nossa máquina, o que fez com que a prototipação se acelerasse muito. O problema é que, em muitos casos, o que conseguimos testar localmente não corresponde exatamente ao que vamos instalar depois. É preciso que se entenda que durante o desenvolvimento de qualquer aplicativo de software devem ser realizados muitos testes, pois o ambiente de produção não é o mesmo no qual os usuários instalarão o software. Assim, é preciso fazer testes, tanto nesse ambiente de produção local primeiro, como nos ambientes de produção, antes de liberar o que foi desenvolvido. O que acontece quando pensamos em Smart Devices? A situação é mais ou menos a mesma, já que embora possamos realizar os testes em forma local com emuladores dos distintos dispositivos, eles não refletem completamente qual será a funEntrando no novo cionalidade real em cada século, a tecnologia sistema operativo móvel, que foi aparecendo nem como será a experiência do usuário. nos ajudou para Hoje, podemos aproque pudéssemos veitar que muitas empresas disponibilizam o sercontar com os viço de poder hospedar serviços locais em aplicativos na nuvem, nossa máquina, em servidores com características idênticas aos o que fez com que que utilizaremos na proa prototipação se dução e os mesmos geacelerasse muito renciadores de banco de dados, para gerar um ambiente 100% idêntico ao que teremos na produção e, nele, submeter nossos aplicativos a testes mais exaustivos e evitar as enfadonhas provas de “ambiente”, quando vamos levá-las à produção. Ter o aplicativo na nuvem nos dá mobilidade e a possibilidade de incluir usuários remotos no processo de prototipação, por não ter o aplicativo na nossa máquina ou um servidor local com um acesso muito limitado. Dessa forma, conseguimos uma maior interação com o usuário final. No caso dos Smart Devices, essa alternativa facilita ainda mais a prototipação, porque, com a nuvem, podemos realizar todos os testes nos dispositivos reais. Atualmente, a grande quantidade de dispositivos móveis que existe no mercado, com distintas características e sistemas operativos, faz com que isso seja extremamente útil para que os aplicativos cumpram 100% com a funcionalidade e com as características próprias de cada dispositivo, melhorando significativamente a experiência dos usuários. Diante da diversidade de dispositivos que encontramos no mercado, também podemos encontrar um usuário tester em um amigo que acaba de comprar seu Smart Devices de última geração de que não dispomos em nosso laboratório, ou em um que tem aquele aparelho tão antigo que já tínhamos nos esquecido de que existia, mas que ainda é válido no mercado. Uma vez que se tem o espaço na nuvem, o único que se deve fazer é publicar o aplicativo nela. Não se pode esquecer ao contratar o serviço que o espaço no servidor que se contrate deve contar com segurança sobre os objetos e banco de dados, de modo que ninguém que não esteja autorizado por nós possa acessar nossos dados e aplicativos. Essa é uma forma simples e de baixo custo para realizar uma prototipação 100% efetiva de nosso aplicativo. ■ 14 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 EMPRESAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Dona do café Pilão reinventa estratégia com lançamentos Após cisão com a Sara Lee e problemas de gestão do Brasil, companhia quer expansão no mercado premium Fotos: divulgação Juliana Ribeiro [email protected] Depois de um ano bastante movimentado, a D-E Masterblenders 1753 aos poucos vai consolidando seus passos em sua nova fase do mercado. Resultado da cisão da antiga Sara Lee, uma das maiores fabricantes de cafés e chás do mundo, a nova companhia, dona das marcas Caboclo, do Ponto, Pilão, Senseo e da gaúcha Damasco, inicia seu plano de expansão no mercado brasileiro. O fortalecimento da companhia no país acontece dois meses após a denúncia sobre irregularidades contábeis nas operações brasileiras. As averiguações culminaram com a saída do então presidente da companhia por aqui e um prejuízo de aproximadamente R$ 200 milhões. Depois de um período um pouco incerto, assumiu em 1º de novembro, Juan Carlos Dalto, ex-executivo da Danone, com o desafio de reestruturar a empresa e fortalecê-la ainda mais no mercado brasileiro, que já responde por 21% da receita do grupo. Segundo relatório de resultados do grupo, o ano fiscal de 2012 encerrado em setembro, teve crescimento de 7,6% nas vendas globais, com receita de aproximadamente US$ 3,6 bilhões. “Este foi o ano de colocar a casa em ordem e fortalecer as bases para o nosso crescimento”, explica Ricardo de Souza, diretor de marketing da D-E Master Blenders no país. No Brasil, a companhia segue liderando o mercado de cafés, com 50% de share em São Paulo, 40% no Rio de Janeiro e 30% no Paraná. Mas é possível crescer ainda mais. Para tanto, a empresa deve lançar na próxima semana a nova linha Aroma de Pilão, com posicionamento de exclusividade e sofisticação nas gôndolas. “Nossa estratégia está focada no mercado de cafés premium, um nicho com grande potencial de crescimento no Brasil”, explica Souza. Juan Carlos Dalto CEO da Master Blenders Brasil Há pouco menos de um mês no cargo, o executivo deve vir a público apenas em 2013. Enquanto isso, ele se concentra no novo plano de gestão. Até o final desse ano, a companhia também colocará no mercado a nova linha do Café do Ponto, considerada a mais nobre e sofisticada entre todas as marcas que a empresa mantém por aqui. Outra meta está em amplair o alcance de suas cafeterias. Para isso, assinou há uma semana, um contrato com a Francap, grupo que será o master franqueado das cafeterias Casa Pilão e Café do Ponto no mercado brasileiro. “Usaremos as lojas como experiência de consumo e no fortalecimento das nossas marcas”, revela Souza. Atualmente a companhia mantém 87 cafeterias no Brasil, sendo a maioria sob a bandeira Café do Ponto e uma unidade de Pilão. Segundo o executivo, as lojas crescem em torno de 10% e com a parceria, “além do plano ambicioso de expansão, queremos aumentar as vendas dos produtos nessas lojas”, diz. Todas as novas embalagens das marcas Premium, trazem no rótulo as indicações das características do café, junto de um símbolo que indica qual é mais harmônico, leve, encorpado ou complexo. "Nos baseamos no mercado de vinho, para orientar o consumidor sobre que tipo de café ele vai levar para casa", explica André Hoinkis, cafeólogo da D-E Master Blenders. “É algo totalmente novo no Brasil”, completa. ■ Souza: Brasil responde por 21% da receita do grupo Cooxupé prevê safra de café 25% menor em 2013 Pesquisa é primeira mostra da situação dos cafezais no sul de Minas Gerais e em São Paulo Reuters [email protected] A safra de café na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, terá queda em 2013 de 25% na comparação com 2012, informou a instituição nesta quintafeira, em sua primeira estimativa para o próximo ano. “É uma quebra substancial na produção em 2013. Apesar de ser o primeiro indicativo, se esse percentual abranger o restante do Brasil, não ficaremos imunes de uma quebra significativa na produção vindoura”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, em nota. A cooperativa estimou a sua colheita em 7,25 milhões de sacas de 60 quilos, contra 9,68 milhões de sacas neste ano, quando a área da Cooxupé respondeu por quase 20% da produção do Brasil, o maior produtor e exportador global da com- modity. A safra de 2013 será de baixa no ciclo bianual do café arábica, no qual a produção normalmente cai após uma grande colheita. O Brasil teve uma safra recorde em 2012. A safra de 2013 será de baixa no ciclo bianual do arábica, quando a produção costuma cair após grande colheita A área de ação da cooperativa abrange 12 mil produtores nas regiões do Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e também no estado de São Paulo. O levantamento da Cooxupé apontou que, por região da cooperativa, a quebra seria a seguinte: 26,1 por cento no Estado de São Paulo; de 25,9% no Sul de Minas; e 23,7% na área do Cerrado Mineiro. A safra de arábica começa a ser colhida entre maio e junho. A colheita de 2012 está finalizada. Os dados são fruto de uma pesquisa promovida pela equipe técnica da cooperativa. Eles visitaram propriedades e fizeram avaliações de campo logo após a florada e durante a fase em que o café se encontra na forma de “chumbinho”, entre outubro e novembro. “Ao ter uma previsão dos números, tanto a Cooxupé quanto os produtores têm condições de se programar com relação às suas produções”, disse José Eduardo Santos Júnior, superintendente de Desenvolvimento dos Cooperados da instituição. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 15 Jerome Favre/Bloomberg PETRÓLEO Sinopec estima produção até 7% maior A Sinopec prevê aumentar a produção de petróleo em 6% a 7% em 2013, já que o governo acredita que a demanda de petróleo na China aumentará 4% no próximo ano, declarou o presidente da companhia, Wang Tianpu. A Sinopec, no entanto, também pode exportar mais produtos de petróleo, tendo em vista de que a produção pode crescer mais rápido que a demanda, disse Wang à Reuters em evento da companhia chinesa. Fabricante de palmito aposta em linha de ‘snacks’ King of Palms lança castanhasdo-pará fatiadas e salgadas e já inicia com exportações Pão de Açúcar deve investir mais em 2013 Presidente do grupo espera vendas de 7% a 8% maiores para o Natal deste ano Leonardo Goy, Reuters [email protected] Gabriel Ferreira [email protected] Pegar as receitas de peixe de grandes restaurantes europeus e trocar as tradicionais amêndoas pelas brasileiríssimas castanhas do Pará. Esse era um dos objetivos de Cláudio Guimarães, presiCláudio Guimarães dente da King of Palms, quando resolveu investir em uma linha Presidente da de castanhas do Pará salgadas e King of Palms fatiadas. “Achei que havia espaço para consumir a castanha de “Achei que havia espaço uma forma diferente e que eu para consumir castanha poderia criar esse mercado. Trade uma forma diferente” dicionalmente, esse produto é muito ligado aos doces, mas resolvi ver se ele seria bem aceito em receitas salgadas”, afirma. estrangeiros. “Não é a toa que a Depois de realizar pesquisas e nova linha começou a ser venditestes com diversos chefs, Guida no exterior ao mesmo tempo marães achou que o investimenque era lançada no Brasil.” to valeria a pena. No país, a estratégia com essa Ao todo, a King of Palms aplilinha produtos é apresentá-la cou R$ 400 mil para desenvolcomo uma opção mais saudável ver o novo produto. “Além das para o consumidor que deseja fapesquisas, precisamos comprar zer um lanchinho no meio da máquinas e fornos e criar embatarde, por exemplo. “É um subslagens”, diz. Como resultado tituto orgânico e sustentável padesses investimentos, além de ra outros produtos, como salgalançar o produto voltado para dinhos”, diz Guimarães. atender os restaurantes, que já Para divulgar os produtos, a eram grandes consumidores King of Palms investirá princidos palmitos de açaí da King of palmente em ações no ponto de Palms, os executivos da emprevenda, como degustações. sa acharam que seria interessan“Além disso, o trabalho junto te fazer uma versão para atenaos restaurantes é muito imporder os consumidores finais. tante. Quando eles colocam um “Foi por isso que resolvemos item novo no cardápio, a procucriar também a linha de ‘snara nos supermercados costuma cks’”, afirma Guimarães. aumentar”, diz Guimarães. A nova linha de produtos cheA linha de ‘snacks’ não ficará gou este mês restrita aos suaos pontos de permercados e venda do Bra- DIRETO DA AMAZÔNIA mercearias, cosil, dos Estados mo acontece Unidos e da Es- Os negócios da King of Palms com os palmipanha. “Em altos da King of gumas semaPalms. A emFATURAMENTO nas já devemos presa fechou R$ milhões estar na França um acordo pae logo em oura distribuir os tros lugares da novos produPalmitos e castanhas Europa tam- Produtos tos nas bancas bém”, diz o Fábricas de revista dos Amapá e Pará presidente. As aeroportos brae x p o r t a ç õ e s Pontos de venda 1,5 mil sileiros, da resempre foram no Brasil de La Selva. parte importan- Participação “Isso ajuda a re20% te do fatura- das exportações forçar bastanmento da emte a imagem de presa, que tem Principais países Estados Unidos, Espanha, que é uma reFrança, Japão e China 20% do faturafeição rápida”, mento vindo afirma o execudos mercados Fonte: empresa tivo. ■ 20 O presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, afirmou ontem que a empresa planeja que os investimentos realizados em 2013 superem o valor aplicado ao longo deste ano. Dados preliminares indicam que o total de aportes realizados pelo grupo durante 2012 devem somar cerca de R$ 1,8 bilhão. Além disso, Pestana procurou traçar as perspectivas para as vendas do grupo no final deste ano. De acordo com o presidente, a empresa acredita que as vendas durante o Natal deste ano devem ficar entre 7% e 8% acima do valor registrado no mesmo período de 2011. Segundo o executivo, as vendas no período de festas de fim de ano tendem a se concentrar mais em dezembro, conforme o Natal se aproxima. “A sensação que dá é de que a turma está esperando o décimo terceiro (salário) sair”, afirma o executivo. A Henrique Manreza Pestana, do Pão de Açúcar: disputas societárias não interferem situação, apesar de já ser esperada, acaba gerando algumas dificuldades logísticas. Via Varejo Ao falar sobre a ViaVarejo, unidade de eletroeletrônicos e de comércio online do grupo, Pestana procurou evitar os pontos mais polêmicos relativos à companhia. Apesar das disputas societárias que tem ocorrido entre os principais acionistas da ViaVarejo, Pestana se limitou a dizer que a empresa “está indo bem” e que as questões societárias vão se resolver. A ViaVarejo, que reúne as marcas Ponto Frio, Casas Bahia e Nova Pontocom (braço de comércio eletrônico), está no centro de uma disputa que envolve o controlador do Pão de Açúcar — o francês Casino —, o presidente do Conselho de Administração da empresa — Abílio Diniz — e os antigos donos da Casas Bahia — a família Klein. A disputa entre o Casino, Diniz e os Klein já se arrasta há algumas semanas, sem grandes perspectivas de chegar ao fim. A possível venda da ViaVarejo para os Klein ou para Diniz, que seria um caminho para resolver o impasse, já foi negada diversas vezes pelos executivos do Casino. Esta semana, a briga entre os acionistas ganhou um novo capítulo, com Diniz sendo barrado em uma reunião operacional do Casino. O empresário brasileiro afirma dever participar de todas as reuniões estratégicas da empresa, por ser presidente do conselho do Pão de Açúcar. ■ Com Redação Fibria deve vender mais ativos florestais Produção e exportação do setor de papel e celulose ficaram estáveis no mês de outubro A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, deve vender mais ativos florestais, após se desfazer de terras no Rio Grande do Sul, afirmou Marcelo Castelli, presidente da companhia. “Temos muita terra disponível. Ainda temos muito a fazer. Há mais por vir.” Em setembro, a Fibria anunciou a venda de ativos florestais e terras no Rio Grande do Sul reunidos sob o Projeto Losango por R$ 615 milhões para a Celulose Riograndense. Questionado sobre a demanda internacional por celulose, Castelli afirmou que o cenário está melhor, com a China voltando às compras, mas que “ninguém sabe se (isso) é só recomposição de estoques ou um bom momento que o mercado irá manter”. Produção A produção de celulose no Brasil em outubro foi de 1,2 milhão de toneladas, número 0,5% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Os dados são Bracelpa, associação que representa o setor. As exportações de celulose em volume tiveram alta de 1,1% em outubro, na comparação anual. Ao todo, foram exportadas 730 mil toneladas. No acumulado do ano, as exportações caíram 0,8%, chegando a 6,9 milhões de toneladas. A produção de papel no país em outubro teve desempenho um pouco melhor, com aumento de 1% sobre o valor de um ano antes. Foram fabricadas 884 mil toneladas de papel no país. No acumulado do ano, a produção chegou a 8,4 milhões de toneladas, uma alta de 0,5 por cento. ■ Reuters 16 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Orlando Kissner/AFP EMPRESAS TELECOMUNICAÇÕES Liberty Global nega ter feito oferta pela GVT A operadora de TV a cabo Liberty Global, do bilionário norte-americano John Malone, negou ter feito proposta à francesa Vivendi pela operadora brasileira de banda larga GVT. "Não comentamos rumores de fusões e aquisições, mas podemos confirmar que não fizemos uma oferta pela GVT", disse um porta-voz da companhia em comunicado enviado ontem. Reuters Eletrobras vai reavaliar investimentos após perder R$ 8,7 bilhões de receita A Medida Provisória 579 também é a motivadora do corte de 10% nos gastos operacionais já em 2013 Dado Galdieri/Bloomberg Leonardo Goy Reuters Ao reduzir severamente a receita da Eletrobras, a renovação antecipada de concessões do setor elétrico deve deixar a estatal mais cautelosa e dificultar sua entrada em projetos arriscados ou com baixa taxa de retorno. Segundo um diretor do Grupo Eletrobras, a empresa terá de passar por um choque de gestão para se adaptar à nova realidade, incluindo uma mudança na política de avaliação de risco. “Teremos de fazer uma avaliação melhor do risco dos investimentos, a Eletrobras não pode continuar sendo a caixa de ressonância dos riscos do setor elétrico”, disse o executivo, sob condição de anonimato. Essa mesma fonte lembrou que foi a presença da Eletrobras que garantiu a entrada de investidores privados em projetos complexos e polêmicos, principalmente do ponto de vista sócio-ambiental. A Eletrobras tem desempenhando papel fundamental na “marcha para o Norte” do parque de geração de energia. Subsidiárias do grupo são sócias relevantes das maiores hidrelétricas em construção no país: Belo Monte e as usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. Juntas, as três obras elevarão a capacidade instalada brasileira de geração de energia em 18,2 mil megawatts, o equivalente a cerca de 15% da eletricidade disponível no país. Eletrobras, que tem distribuidoras e geradoras sob sua gestão, é uma das mais afetadas pela MP 579 Os obstáculos a empreendimentos do porte dessas usinas passam por dificuldade na obtenção de licença ambiental, ações judiciais contestando os projetos e manifestações de comunidades locais, incluindo indígenas contrários às hidrelétricas. Outro aspecto que pode ficar comprometido com a redução do caixa do Grupo Eletrobras é o papel de indutor de redução de tarifas que ele vem desempenhando nos leilões de energia. Mesmo num cenário comple- xo para erguer a usina de Santo Antônio, o consórcio liderado por Furnas, controlada da Eletrobras, e Odebrecht arrematou a hidrelétrica em dezembro de 2007 com um deságio de cerca de 35% em relação ao preço-teto, vendendo a energia a 78,87 reais por megawatt-hora (MWh). Os leilões de novos projetos de geração e de transmissão de energia são vencidos pelas empresas que se dispuserem a cobrar a menor tarifa. “O que pode acontecer é o governo per- der uma arma que tem sido usada para gerar competição para baixar a tarifa dos projetos. Em Belo Monte, os competidores privados foram saindo por achar o preço-teto inviável, aí o governo montou um consórcio com a Eletrobras”, disse o economista Fernando Camargo, da LCA Consultoria. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o governo federal acabará tendo que capitalizar a Eletrobras, via Tesouro Nacional. Mas, segundo Pires, o au- mento de capital não deve ser acompanhado pela maioria dos acionistas minoritários, assim o processo resultaria em um aumento do poder do governo na Eletrobras. “É um movimento de estatização”, disse Pires. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman chegou a negar que o Tesouro faria aportes na Eletrobras. Uma segunda fonte dentro da companhia confirmou que não há, por enquanto, planos imediatos para uma capitalização da companhia. “Não se cogita isso ainda, o que tem de garantir é o acesso a crédito e melhorar a gestão da companhia”, disse essa fonte da Eletrobras. Camargo, da LCA, acredita que um aporte do Tesouro poderia ajudar, mas não resolveria todos os problemas, porque não recuperaria a receita da empresa. “Daqui pra frente, além de capitalizar a empresa, tem de selecionar projetos com o mesmo rigor que o setor privado.” Segundo cálculos da própria Eletrobras, a Medida Provisória 579, que define a renovação antecipada das concessões que vencem de 2015 a 2017 deve causar perda anual de receita de R$ 8,7 bilhões. Uma das primeiras respostas da empresa ao novo cenário do setor elétrico deve ser a redução de custos. Uma das fontes próximas à Eletrobras afirmou que a ideia é reduzir em 10% os gastos operacionais com pessoal, material e serviços já para 2013. ■ Sindicato e Consórcio Belo Monte firmam acordo Além do reajuste salarial, concessões incluem ainda a melhora de outros benefícios Pedro Peduzzi [email protected] Trabalhadores e o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) fecharam acordo coletivo de trabalho, o ajuste terá duas faixas. “Quem tem salários de até R$ 5 mil, incluindo os encarregados, que são aqueles que tomam conta de turmas ou de áreas, terão reajuste de 11%. Isso correspon- de a 92% de todos os contratados. Os demais, com salários mais altos [caso dos supervisores e gerentes] terão aumentos de 7%”, informou Roginel Gobbo, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav). Segundo o sindicato, a decisão de aceitar as propostas apresentadas pelo CCBM foi aprovada “praticamente pela unanimidade” dos cerca de 15 mil trabalhadores que participaram das assembleias feitas nos três canteiros de obras (Belo Monte, Pimental e Canais e Diques), o que descarta qualquer possibilidade de greve nos canteiros da obra. O acordo foi definido ontem (29). A decisão de aceitar as propostas apresentadas pelo CCBM foi aprovada praticamente por unanimidade Já o auxílio-alimentação destinado a trabalhadores sem nível de chefia (90% do total) passou de R$ 110 para R$ 200. Os encarregados e os líderes, termos utilizados para funções intermediárias, passarão a receber R$ 175; e as demais funções de chefia receberão auxílio de R$ 150. Um dos pontos mais valorizados do acordo envolve o intervalo entre os períodos de baixada, que são as folgas que os trabalhadores têm para visitar suas famílias nos estados de ori- gem. O Sintrapav conseguiu reduzí-los de 180 para 90 dias, conforme pretendido, de forma a igualar com o tempo que já é concedido a trabalhadores de outros grandes empreendimentos da Região Norte. Outra conquista dos trabalhadores foi o direito a um intervalo de final de ano, entre 23 de dezembro e 3 de janeiro. “Não tínhamos esse tipo de previsão. Além de criar esse recesso, o CCBM se comprometeu a fornecer as passagens rodoviárias”, explicou o sindicalista. ■ Agência Brasil Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 17 Noah Berger/Bloomberg COMPRAS COLETIVAS Presidente do Groupon pode se demitir O presidente-executivo do Groupon, Andrew Mason, que enfrenta pressão pela queda no preço das ações e crescimento menor da companhia, afirmou que deixaria o cargo se chegasse a pensar que era o homem errado para tal. Mason, cujo desempenho à frente da empresa será avaliado por diretores da companhia durante uma reunião de conselho, disse que seria “estranho” se não fosse a diretoria não examinasse seu trabalho. Reuters “Microsoft deveria ter Samsung reforça briga em imagem se adiantado em tablet” David Paul Morris/Bloomberg Steve Ballmer admite que entrada da empresa no segmento foi tardia Câmera fotográfica acionada pelo Android permite envio de fotos para sites de rede social Reuters Reuters [email protected] [email protected] O presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, exaltou, na assembleia anual de acionistas, as inovações e o desempenho financeiro da companhia, mas admitiu que ela deveria ter agido mais rápido para entrar no crescente mercado de tablets, que a Apple domina. Atualmente presidente de conselho, Bill Gates foi um dos primeiros a propor aparelhos com as dimensões de um tablet, mais de 10 anos atrás, mas a Microsoft não conseguiu desenvolver um produto que funcionasse tão bem quanto o iPad. Gates manteve o silêncio durante toda a assembleia, que atraiu cerca de 450 acionistas. “Estamos inovando na aproximação de hardware e software”, disse Ballmer, respondendo sobre o atraso em relação à Apple. “Talvez devêssemos ter feito isso mais cedo”, admitiu. Um mês atrás, a Microsoft lançou o tablet Surface — o primeiro computador com a marca da empresa —, mas ainda não divulgou números de vendas. No mercado de tablets, “só vemos perspectivas de crescimento”, disse Ballmer, o que equivale a admitir que a presença da companhia nele até agora era zero. “Estou satisfeito com o nosso nível de inovação”, acrescentou o executivo. Ballmer ressaltou que os smartphones que usam Windows Phone estão vendendo quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado. A Microsoft nunca deu números sobre as vendas dos celulares com Windows, fabricados principalmente por Nokia, Samsung Electronics e HTC. O Windows detém entre 2% e 4% do mercado mundial de smartphones, de acordo com diversas fontes do setor. A presença da Microsoft nele não crescerá na mesma proporção das vendas, já que os embarques dos modelos concorrentes — especialmente os que usam Google Android — também estão crescendo muito. Ballmer respondeu a perguntas de diversos acionistas que queriam explicações para o baixo preço das ações da compa- Steve Ballmer, da Microsoft: morosidade prejudicou resultados nhia, atrás de Apple e Google nos últimos anos. “Entendo sua posição”, disse a um dos acionistas, para declarar em seguida que a Microsoft fez “um trabalho fenomenal em expandir o volume de venda de produtos” e que o foco era lucrar com esse crescimento. Vários acionistas na reunião elogiaram os executivos por como eles fizeram a companhia crescer e a administram. Apesar da Microsoft ser uma das empresas mais antigas no ramo da informática que ainda consegue se manter entre as maiores companhias do mundo, seus lançamentos por vezes não conseguem fazer o mesmo barulho dos lançamentos da Apple. Mas mesmo assim, a empresa segue investindo em alguns produtos que não são exatamente sua expertise, como por exemplo o Surface. ■ A gigante sul-coreana de eletrônicos Samsung Electronics tem os rivais japoneses na mira com uma câmera digital acionada pelo sistema operacional Android que permite que usuários enviem fotos rapidamente, e sem cabos, para sites de rede social. A câmera Galaxy permite que usuários se conectem a uma rede de telefonia móvel ou Wi-Fi e enviem fotos e vídeos sem que precisem conectar o dispositivo a um computador. Embora não seja a primeira câmera com esse recurso a chegar ao mercado, o poder financeiro e de marketing da Samsung sugere que ela possa representar a maior ameaça ao domínio japonês no setor de câmeras digitais, cuja projeção do grupo de pesquisa Lucintel é de que atinja 46 bilhões de dólares anuais em 2017, liderado por Canon, Panasonic, Nikon, Sony e Olympus. “A Samsung terá problemas para enfrentar rivais como a Ca- non e a Nikon no cenário das marcas de câmeras”, disse Liz Cutting, analista sênior de produtos de imagem do grupo de pesquisa NPD. “Mas, como marca bem conhecida na arena de produtos eletrônicos conectados, a empresa tem uma oportunidade única de transferir a força de categorias adjacentes para o mundo das câmeras”. O grupo sul-coreano, que disputa a liderança no mercado de eletrônicos móveis com a Apple, já lidera os mercados mundiais de televisores, celulares inteligentes e chips de memória. No ano passado, a Samsung transferiu o controle de sua divisão de câmeras e sistemas digitais de imagens — uma de suas menores unidades — para JK Shin, que comanda as operações móveis, responsáveis por 70% do lucro de US$ 7,4 bilhões que a empresa anunciou para o terceiro trimestre. “Nossa divisão de câmeras está rapidamente evoluindo... e creio que poderá estabelecer um novo marco para a Samsung”, afirmou Shin ontem a em evento de lançamento em Seul. “O produto inaugura um novo capítulo na comunicação — a comunicação visual", disse. ■ 18 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Mario Moreira Leite EMPRESAS ENERGIA Silver Spring nomeia VP de Vendas no Brasil A Silver Spring Networks, empresa especializada no desenvolvimento de soluções e plataforma de rede para energia, nomeou ontem o novo vice-presidente de Vendas para o Brasil, Arthur Lobato. O executivo brasileiro cuidará do desenvolvimento de projetos, parcerias estratégicas e das relações com clientes. Antes de assumir o cargo na Silver Spring, Lobato liderou a unidade de negócios de Energia e Distribuidoras da Capgemini e foi diretor sênior da PriceWhaterhouse. Divulgação Netshoes avança no exterior rumo ao seu primeiro bilhão Operação na Argentina e no México completa um ano e ajuda a impulsionar a receita de 2012 da varejista em mais de 40% Carolina Pereira [email protected] A varejista virtual Netshoes atravessa momento-chave na sua história. Este ano, enquanto passa por um processo de organização da gestão que incluiu a criação de um conselho de administração, espera atingir seu primeiro bilhão de faturamento. O crescimento estimado de mais de 40% em relação ao ano passado é fruto de uma estratégia que incluiu, em 2011, o início de uma operação internacional que replicou na Argentina e no México o modelo implementado em 2009 no Brasil. Com o início do negócio na Argentina em setembro do ano passado, a empresa diz ter aumentado o faturamento no país em 1200% de outubro do ano passado a outubro deste ano. No México, onde a varejista também teve as operações iniciadas há um ano, o aumento no mesmo período passa de 800%. Embora a base para comparação seja pequena, o número é prova de que a companhia fechou o primeiro ano de atuação internacional com as vendas em alta. E quer mais. Na Argentina, um dos objetivos para expandir a operação é fazer parcerias com times locais de futebol para administração de suas lojas virtuais, como a empresa já faz no Brasil. Aqui, os sites de e-commerce de times como o Corinthians e o Flamengo são gerenciados pela Netshoes, modelo que a companhia conseguiu levar recentemente para o México, onde fez parceria com Monterrey, América, Chivas e Pumas, principais clubes do país. “Em 2013, se aproximar dos clubes é algo que faz parte da estratégia na Argentina”, explica Renato Mendes, gerente de assuntos corporativos da varejista. Segundo ele, as recentes greves no país e a atual instabilidade política não interferem nos planos da empresa. “Já sabíamos quais eram os desafios e pesando prós e contras achamos que vale a pena”, diz. Mesmo assim, a Netshoes não esconde que enfrenta dificuldades em alguns pontos, como, por exemplo, na área de recrutamento, já que não há grande número de profissionais especializados em e-commerce. No México, o desafio maior foi criar um sistema de pagamento alternativo ao uso de cartões de crédito, já que os níveis de bancarização do país ainda são baixos. Para isso, a Netshoes fechou uma parceria com a Oxxo, rede de lojas de conveniência em que os consumidores podem também pagar seus boletos bancários. Agora, a empresa pretende levar para as operações internacionais novas tecnologias que estão sendo usadas no Brasil, como o chat-robô, que responde dúvidas no site automaticamente, e o sistema em três dimensões que compara o tamanho de diferentes modelos de calçados para o consumidor saber exatamente que número comprar em cada uma das marcas. Capital Renato Mendes Gerente de assuntos corporativos Na Argentina, uma das maneiras da Netshoes expandir a operação é fazendo parcerias com times de futebol para administração de suas lojas virtuais, como já faz no Brasil. O modelo foi levado para o o México, onde a varejista fez parcerias com os clubes como Monterrey e Chivas. FATURAMENTO EM ALTA Evolução do caixa da Netshoes 2009 R$ 155,9 milhões 2010 R$ 366,9 milhões 2011 R$ 700 milhões 2012 R$ 1 bilhão Fonte: empresa Até hoje, a Netshoes recebeu aportes de dois fundos. O primeiro em 2009, vindo do americano Tiger Global, que voltou a investir na brasileira em 2011. Mais recentemente, em julho deste ano, foi a vez da Temasek, empresa de investimento do governo de Cingapura, fazer um aporte de R$ 135 milhões por uma participação minoritária. E a empresa não descarta novos aportes em breve. “É preciso muito capital para comprar à vista e vender parcelado em até 12 vezes. Continuamos precisando de dinheiro e temos diversas formas de buscar no mercado”, afirma Mendes. Uma das possibilidades seria a abertura de capital. “Esta é um dos modelos que estão disponíveis”, diz. Sob o comando do discreto Márcio Kumruian, o negócio começou com uma loja física de sapatos em São Paulo, em 2000. A versão virtual só começou a surgir dois anos depois e, em 2007, o crescimento da operação virtual fez o negócio se tornar totalmente on-line. O tempo mostrou que a decisão foi acertada. Nos últimos cinco anos a média de crescimento da empresa foi de 138% ao ano, o que fez a Netshoes passar de um faturamento de R$ 155,9 milhões em 2009 para R$ 700 milhões em 2011. Com a receita do comércio eletrônico brasileiro crescendo cerca de 25% no país, as perspectivas continuam positivas. ■ Soares, diretor do Mercado Livre: melhorar qualidade é desafio Mercado Livre flerta com logística Shopping on-line está testando piloto de entrega via Correios para profissionalizar clientes Regiane de Oliveira [email protected] Os números do Mercado Livre impressionam. O maior portal de comércio eletrônico do país realiza uma venda a cada dois segundos. Em sua base de vendedores únicos estão 5 milhões de pequenos e médios empreendedores, dentre os quais, 100 mil pessoas jurídicas, que respondem por 50% das vendas. Para garantir a qualidade dessas negociações, vale até manter uma espécie de câmara de arbitragem, que faz a intermediação de problemas entre vendedores e fornecedores. Agora, o Mercado Livre também aposta na logística para melhorar a qualidade. “Estamos fazendo um teste, com entrega pelos Correios para melhorar a experiência de compra”, diz Leandro Leite Soares, diretor de marketplace do Mercado Livre. Essa não é a única iniciativa da empresa nesse sentido. Atualmente, 25% dos negócios da empresa já estão no Mercado Pago, plataforma de pagamento online que atende, além do site Mercado Livre, clientes como o Walmart.com. “Está é a unidade de negócios que mais cresce”, afirma Soares. Além de profissionalizar o serviço prestado por pequenas empresas, o Mercado Livre também está investindo para se aproximar de grandes varejistas. Não satisfeita com a oferta de mais de 48 milhões de itens de produtos em seu site, o shopping quer agora atrair lojas âncoras, como são chamadas as grandes lojas de varejo de shoppings, que ajudam a dar visibilidade aos empreendimentos. O portal já mapeou 100 grandes lojistas de suas 20 principais categorias para compor seu mix de oferta. Isso só foi possível porque a empresa liberou sua API (interface de programação de aplicativos, na tradução livre) ao mercado. A primeira integração foi feita com o site Bebê Store, que anunciava 500 produtos no site e passou a 35 mil itens. ■ RAIO X Dos produtos vendidos pelo mercado livre, 80% são novos e 97% têm preço fixo USUÁRIOS CADAST CADASTRADOS, EM MILHÕES 77,2 Variação 24,5% 62 3º TRI/11 1,3 3º TRI/11 1,4 3º TRI/12 VENDEDORES ÚNICOS EM 2011 5 milhões Fonte: empresa Variação 22,2% 3º TRI/12 VOLUME COMERCIALIZADO, COMERCIA EM US$ BILHÃO Variação 6,5% PRODUTOS VENDI VENDIDOS, EM MILHÕES 14,4 3º TRI/11 17,6 3º TRI/12 RECEITA LÍQUIDA, EM US$ MILHÕES Variação 19,2% 81,6 3º TRI/11 97,3 3º TRI/12 COMPRADORES ÚNICOS EM 2011 14 milhões Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 19 Divulgação ALIMENTAÇÃO Giraffas acelera expansão americana A rede de restaurantes Giraffas vai inaugurar em dezembro a quarta loja nos Estados Unidos, na cidade de Miami. Para o próximo ano, a ideia é acelerar a expansão no mercado americano. Para isso, serão abertas cinco novas unidades, com um investimento total de US$ 5 milhões. A última loja aberta pela rede, no início deste mês, registrou um recorde de vendas para as unidades estrangeiras do grupo: em 21 dias de operação, o restaurante atingiu faturamento de US$ 100 mil. Real Time: o diferencial que promete levar a uma revolução na internet o tempo que o internauta passa no site passou de sete minutos, antes do Real Time, para 14 minutos. E o tempo continua aumentando”, pontua o diretor Niviane Magalhães de redação sobre a audiência e [email protected] permanência dos internautas. As experiências de dois granNa visão de Tales Faria, diredes portais que utilizam o Real tor editorial do portal iG, uma Time confirmam uma nova madas maiores vantagens é poder neira de revolucionar a interdestrinchar uma matéria que esnet. As inúmeras aplicações da tá sendo superacompanhada peplataforma abrem um leque de los internautas e ampliar a coopções que garantem informabertura do assunto durante o ção rápida e dinâmica de forma dia. “As possibilidades que esta estratégica. ferramenta traz vão revolucioO site do BRASIL ECONÔMICO lannar a internet. Ela gera mais inça nesta segunda-feira essa ferteratividade e cria uma personaramenta com o intuito de forlidade com o internauta”, destamar interação entre o jornal e ca Faria. Ele lembra ainda a imos leitores, agregando conheciportância da plataforma com o mento e interatividade. Na opianunciante, que passa a dar a nião de António Costa, diretor possibilidade de o cliente saber de redação do Diário Económiquanto tempo o leitor presta co, principal jornal de econoatenção em sua peça publicitámia e negócios de Portugal, o ria e se ela realmente chegou vínculo que causa com o leitor é até seu público alvo-muito incrível. “O Real Time cria um mais do que em qualquer outro vício forte, principalmente em veículo, além do aumento da aurelação às notícias mais lidas e diência. “Não é só opinar, é nacomentadas. Essas vegar dentro do asáreas criam uma fiA ferramenta sunto, que é mescladelidade muito com texto, foto e permite saber do grande com o leitor vídeo”, diz o direpor quanto porque está em pertor editorial do iG. manente mudança, Entre os comentátempo uma em função do fluxo. rios, a interação é propaganda Ou seja, depois que ainda maior. Antóé vista o internauta sai do nio Costa, do Diário site, ele volta ouEconómico, descretras vezes durante o dia para ver ve este segmento como um chat qual matéria está sendo mais lide rede social, no qual o que a da ou mais comentada”, explica pessoa escreve passa a interagir o executivo. com os outros comentários que No caso do BRASIL ECONÔMICO, estão sendo postados naquele as funcionalidades serão sememomento. “O comentário em lhantes. Os leitores, investidotempo real convida para a partires e analistas terão em tempo cipação. Os leitores se sentem real as cotações das principais como um editor do próprio site bolsas mundiais e a movimentae percebem que contribuem dição das ações das empresas listaretamente”, aponta Costa. No das no Ibovespa. Para complecaso do iG, o sucesso com os cotar, uma enquete semanal, que mentários foi tanto que o portal trará personalidades com destaterá que aumentar sua capacidaque na economia e na política, de. “A plataforma estimula os estampará a página principal do comentários nas matérias, pois, site, com resultados em tempo além de ser rápido, gera um acirreal. No futuro, o leitor poderá ramento nas opiniões”, compleacompanhar as notícias mais limenta Faria, do iG. das e comentadas. Em relação à adaptação, o exeAntónio Costa conta que o sicutivo de Portugal aponta que te português começou a utilizar houve certa resistência dos jora ferramenta de forma estável nalistas, pois não sabiam ao cerhá seis meses. Para ele, o potento como funcionava. Após o cocial da plataforma é a possibilinhecimento, o entusiasmo foi dade permanente de ver quem instantâneo, o que gerou melhoestá dentro do site. “Isso nos rias em toda a equipe. “O Real ajuda muito, pois nos permite Time é um próprio desafio para ver a cada momento o que as o jornalista, que sempre vai quepessoas estão consumindo mais rer ver sua notícia entre as mais e nos permite mudar os editolidas e isso é bom, pois causa riais de forma rápida. Com isso, uma competição saudável. É Com a nova ferramenta, o site do BRASIL ECONÔMICO prepara interação entre jornal e leitor uma forma de incentivo”, destaca, mostrando também que jornalistas do jornal impresso passaram a querer escrever para o on-line para sentir o comportamento do leitor em relação à sua matéria. O diretor do iG destaca que, no caso do portal, não houve dificuldade, pois o jornalista e repórter de internet estão acostumados a lidar com a novi- dade, uma vez que isso faz parte do setor. No entanto, gera uma concorrência entre as editorias para ver qual matéria estará em destaque, aumentando o número de desdobramentos sobre os assuntos. O executivo do Diário Económico lembra ainda que a ferramenta não funciona se não houver notícias. “Quanto mais ma- térias, reportagens, coberturas e entrevistas tiverem, mais o Real Time funciona e nos agrega vantagem. Se o site não tiver notícias, ele não ajuda em nada, pois não há como estimular os leitores. Depois dele, o nosso site passou a ter 6 milhões de visitas por mês e 15 milhões de page views (páginas visualizadas)”, diz António Costa. ■ RESULTADO NA HORA Site do jornal Brasil Econômico conta com a tecnologia Real Time ENQUETE Semanalmente, trará uma seleção de 5 a 10 nomes de empresários, executivos e autoridades que tenham se destacado nas áreas de economia, política e negócios Incentivo para uma competição saudável O modelo de enquete que o BRASIL ECONÔMICO lançará na próxima segunda-feira pretende elevar a atração do internauta. Segundo Tales Faria, diretor editorial do portal iG, a enquete abriu os horizontes do leitor em relação às notícias. “Antes, a audiência ficava somente na home do portal. Agora, cada enquete possui chamadas que remetem às matérias dentro da editoria que fornece a pesquisa. Ou seja, a editoria que oferece a enquete tem mais audiência.” Ele explica que, para determinado assunto fazer parte da enquete, é necessário que ele seja quente, de interesse público ou alguma prestação de serviço. A partir disso, as editorias lançam as ideias, gerando concorrência entre os segmentos, e a melhor proposta vence. Para o final do ano, o iG já conta com a votação para os fatos mais marcantes de 2012, com a possibilidade de votar em 12 pesquisas simultâneas com seis opções em cada uma das enquetes. Além da concorrência entre as editorias, o Real Time também gera contribuição. “As matérias que estão entre as mais lidas, possuem no final delas tags relacionadas a assuntos semelhantes em diversas outras editorias. Diante disso, o número de leituras vindas a partir dessas tags aumentou por causa da curiosidade dos leitores”, diz Faria. Para ele, o Real Time foi fundamental para elevar a audiência de outros segmentos que não eram tão visualizados. 20 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Rodrigo Capote EMPRESAS FARMACÊUTICAS Remédios da Boiron chegam à Araujo A Boiron, laboratório francês especializado em medicamentos homeopáticos, fechou um acordo para vender seus produtos na Drogarias Araujo, maior rede de farmácias de Minas Gerais. A chegada aos pontos de venda da Araujo faz parte da estratégia da Boiron de consolidar a presença nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “Minas Gerais é um estado estratégico e muito importante para o nosso crescimento”, afirma Ricardo Ferreira, diretor da Boiron no Brasil. Sergio Dionisio/Bloomberg BHP vai ao mercado buscar novo CEO Executivos da própria mineradora também concorrem ao cargo Reuters [email protected] A BHP Billiton afirmou que está buscando, dentro e fora da companhia, um sucessor para o presidente-executivo, após notícias de que a maior mineradora do mundo estava preparando mudanças na administração. O presidente do conselho da BHP, Jac Nasser, afirmou em reunião geral anual na Austrália que os planos para a sucessão de Marius Kloppers começaram no dia em que ele foi indicado e que seguem em andamento. Kloppers supervisionou um fenomenal crescimento durante os anos finais do boom da última década e, apesar de não conseguir completar pelo menos 3 grandes acordos, agradou a investidores por conter custos e manter dividendos. Mas a BHP enfrenta agora uma queda acentuada nos lucros enquanto enfrenta um cenário mais difícil depois que a desaceleração da China derrubou os preços das commodities. “Se ele for substituído, eu apenas espero que escolham alguém de dentro e não alguém que vai cair de paraquedas, porque precisamos de um presidente que entenda esta companhia”, disse Ian Mancovitch, acionista da BHP e participante da reunião em Sydney. “Claro que Marius Kloppers é o homem de ontem, mas isso não significa que ele não é necessário. Ele provou isso durante a crise financeira global.” Internamente, quatro candidatos são vistos como favoritos para o cargo de Kloppers: o diretor da Kloppers, da BHP: ainda sem data para sua saída da presidência divisão de petróleo, Mike Yeager, o diretor da área de alumínio e níquel, Alberto Calderon, o diretor da unidade de não ferrosos, Andrew Mackenzie, e o chefe da área de minério de ferro, Marcus Randolph. Rio Tinto cortará US$ 7 bi em custos Matthew Lloyd/Bloomberg Por outro lado, a mineradora quer ampliar a produção e já destinou US$ 21 bi para projetos Reuters [email protected] Tom Albanese, da Rio Tinto: pauta hoje e sempre é cortar gastos A Rio Tinto planeja cortar US$ 7 bilhões em custos nos próximos dois anos e vender mais ativos para compensar os baixos preços de commodities, mas quer aumentar a produção do lucrativo negócio de extração de minério de ferro. A companhia é a única fabricante global que não reduziu os planos de expansão em minério de ferro, ao destinar US$ 21 bilhões para aumentar a capacidade de produção na Austrália investindo em minas, assim como no processo logístico, com parte dos recursos destinados a portos e ferrovias. No entanto, assim como as concorrentes, a segunda maior produtora mundial de minério de ferro, depois da Vale, vem cortando custos, revendo projetos e desativando minas de carvão na Austrália pelo baixo preço da commodity, além dos crescentes custos e do dólar australiano valorizado. “Para mim, a pauta para este ano, o próximo e provavelmente depois (...) terá sempre a ver com controle de custos”, afirmou o presidente-executivo Tom Albanese a jornalistas, antes de encontro marcado com investidores. A companhia pretende reduzir até o fim de 2014 mais de US$ 5 bilhões em gastos com operações e suporte e cortará US$ 1 bilhão em exploração e avaliação de projetos no fim de 2012 e ao longo de 2013. Muitos dos cortes serão em carvão e alumínio, disse o executivo, acrescentando que os custos de suporte na Austrália se tornaram os mais altos do mundo, enquanto há cinco anos estavam entre os mais baixos. ■ Norsk Hydro prevê alta na demanda por alumínio Expectativa é de que mercado cresça até 4% em 2013, resultado melhor que neste ano O grupo norueguês de alumínio Norsk Hydro previu que a demanda fora da China crescerá de 2% a 4% em 2013 após expansão de 2% neste ano, com a recuperação do mercado em meio a um processo de corte de capa- cidades e redução de estoques. Grandes nomes do setor cortaram produção após o preço do alumínio ter ficado abaixo de US$ 2 mil a tonelada no começo do verão no hemisfério norte. Os preços voltaram a ficar acima de US$ 2,2 mil antes de algumas empresas retomarem produção, o que causou recuo de volta aos US$ 2 mil. “Apesar de o alumínio ter tido uma das demandas de maior crescimento entre os metais, também vemos um grande crescimento de capacidade de produção, resultando em preços baixos e retorno inadequado”, disse a companhia. Como o alumínio está ganhando espaço diante de metais como aço e cobre, a companhia prevê um crescimento anual de 4% a 6% nos próximos dez anos, segundo o presidenteexecutivo, Svein Richard Brandtzaeg. A China, maior produtora e consumidora de alumínio, respondendo por 40% do mercado mundial, deve continuar a crescer acima da média e responder por quase metade do consumo de alumínio em 2022. ■ Reuters A companhia não informou quando o executivo sul-africano de 50 anos deixará o cargo, mas identificou a necessidade de planos de sucessão para todos os seus principais executivos como prioridade. ■ Shell retoma produção de petróleo na Nigéria Companhia suspendeu ontem a última das três declarações de força maior das exportações A Shell suspendeu ontem a última das três declarações de força maior nas suas exportações de petróleo e gás na Nigéria, anunciando a retomada de produção de óleo de grau do tipo Forcados, após a extração ter sido atingida por enchentes e roubos. Declarar força maior significa que a companhia de óleo não será capaz de cumprir contratos para entrega de petróleo devido a circunstâncias além de seu controle. A Shell suspendeu força maior para óleo leve de Bonny e abasteceu um terminal de gás natural liquefeito (GNL) mais cedo este mês. A Nigéria está entre os 10 maiores exportadores mundiais de petróleo e geralmente embarca cerca de 2 milhões de barris por dia, mas a produção foi cortada em cerca de um quinto após uma série de problemas, incluindo um grande incêndio causado por roubo de óleo em um duto da Shell, um vazamento no mar registrado pela ExxonMobil e fortes enchentes. A Shell fechou um oleoduto na Nigéria no dia 31 de outubro por danos causados por ladrões, interrompendo uma produção de 25.000 barris por dia (bpd). ■ Reuters Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 21 22 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Denis Doyle/Bloomberg EMPRESAS AVIAÇÃO Funcionários da Iberia organizam greve Funcionários da companhia aérea Iberia confirmaram uma série de greves para o mês que vem, o que deve prejudicar a temporada de viagens de final de ano. As paralisações de 24 horas irão ocorrer no dia 14 e entre 17 e 21 de dezembro. O colaboradores da empresa protestam contra cortes de emprego anunciados pela empresa no começo do mês. Na ocasião, a Iberia informou que demitiria 25% dos funcionários para se tornar mais competitiva. Reuters Renault aposta alto na América Latina e estuda fábrica na Venezuela Montadora assinou protocolo de intenções com ministro de Hugo Cháves para montar carros naquele país Jason Alden/Bloomberg Mesmo com o volume inferior, a Volkswagen do Brasil é líder em exportações do setor automobilístico brasileiro. Em novembro, ela atingiu o marco histórico de 3 milhões de unidades (automóveis e comerciais leves) exportadas desde 1970, quando tiveram início as vendas da marca para o exterior. Hoje, a Volkswagen do Brasil tem a América Latina como seu mercado de exportações, sendo que Argentina e México são os principais destinos, respondendo por 64% e 22% das exportações, respectivamente. A marca, no entanto, já vendeu seus modelos para 147 países, nos cinco continentes. Ana Paula Machado [email protected] A francesa Renault elegeu mesmo a América Latina como uma das regiões mais importantes dentro da sua estratégia mundial. A montadora, depois de investir na unidade brasileira R$ 1,5 bilhão para o aumento da capacidade produtiva, agora se volta para o mercado venezuelano. A empresa e o ministério do Poder Popular da Indústria da República Bolivariana da Venezuela assinaram carta de intenções para a instalação de fábrica de montagem naquele país. Segundo comunicado da empresa, desde o início de suas operações, há 50 anos, a empresa vendeu na Venezuela mais de 132 mil veículos, desenvolveu uma rede de 20 concessionárias e centros de serviço, além de um centro de formação profissional e técnico de qualidade mundial. A Renault Venezuela SA é uma subsidiária comercial controlada 100% pela Renault, que tem como presidente mundial, Carlos Ghosn. Além disso, a companhia inaugurou o primeiro Centro de Formação em Mecatrônica Automobilística (uma combinação de mecânica, eletrônica e informática em tempo real) no Instituto Universitário Tecnológico (IUT) Dr. Federico Rivero Palacio, na Universidade de Ca- Novos modelos Carlos Ghosn, presidente mundial da Renault: mercado latino-americano é estratégico para companhia racas. Com esta nova opção, a cada ano, 60 estudantes poderão obter o diploma de técnico automobilístico. Os carros que são vendidos lá são importados da Colômbia e de unidades europeias. Hoje, o Brasil não embarca para a Venezuela, em razão da falta de competitividade do país para a exportação. O aumento da capacidade da fábrica brasileira, em São José dos Pinhais (PR), deverá atender prioritariamente a demanda do mercado brasileiro e da Argentina, onde a montadora mantém uma unidade de produção. Lá a Renault monta o hatch compacto Clio, e os sedãs Fluence e Symbol, todos destinados ao mercado brasileiro. Outra montadora que tem perdido na exportação em razão da baixa competitividade do país é a Volkswagen do Brasil. “Este ano vamos exportar cerca de 150 mil unidades, a maior parte para a Argentina. Vai depender muito da reação do mercado perante a crise econômica que assola a Europa”, disse o presidente da montadora no Brasil, Thomas Schmall. No ano passado, a VW embarcou 178 mil unidades. Schmall confirmou que o modelo conceito apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, o utilitário esportivo Taigun, será o próximo carro da montadora a entrar em linha de produção. Ele, no entanto, não informou em qual unidade da companhia no mundo o veículo deve ser montado. “Foi a primeira vez que tivemos um lançamento mundial aqui no Brasil. Isso mostra a importância que o país vem ganhando dentro da empresa.” O Taigun foi criado inspirado nas condições brasileiras, mas deverá ser vendido também em países emergentes.■ Vendas de carros nos EUA ensaiam recuperação Indústria deve apresentar forte retomada na divulgação dos números fechados de novembro Reuters [email protected] As vendas de automóveis nos Estados Unidos devem ter forte recuperação em novembro, possivelmente registrando seu maior ritmo de alta em mais de quatro anos, à medida que consumidores na região nordeste do país retornam a concessionárias após a tempestade Sandy derrubar a demanda em outubro. As vendas em novembro também foram impulsionadas pela demanda acumulada por veículos, com consumidores substituindo seus carros e caminhões mais antigos, disseram analistas e executivos. “As pessoas precisam de um carro, e vemos isso tomando fôlego rapidamente, especialmente nos últimos 10 dias”, disse Brian Carolin, vice-presidente sênior de vendas e marketing na unidade norte-americana da Nissan, no salão do automóvel de Los Angeles. Ele acrescentou que havia conversado com alguém de uma companhia de locação de veículos mais cedo e que a situação não era diferente. “Eles tiveram de enviar mais carros para a região nordeste por con- ta da demanda. Obviamente as pessoas estão alugando veículos, elas estão esperando que suas reivindicações de seguros sejam processadas e então vão voltar ao mercado de maneira bem mais robusta”. Montadoras devem divulgar os resultados de vendas nos EUA em novembro na segunda- Montadoras devem divulgar os resultados na segunda-feira. Expectativa é de alta entre 11% e 13% feira e analistas esperam um aumento de 11% a 13%, com o setor aproximando-se da conclusão de seu ano mais forte desde 2007. Vendas de automóveis são um indicador mensal da demanda do consumidor norteamericano. Uma preocupação para a indústria é o “abismo fiscal” que enfrentam os Estados Unidos — uma combinação de cortes de gastos e aumentos de impostos a serem implementados sob os termos das leis atuais no início de 2013 que podem reduzir o déficit orçamentário federal, mas também derrubar a economia de volta a recessão. Executivos do setor acredi- tam que democratas e republicanos chegarão a um acordo para evitar essa questão. “Você pode ter que segurar sua carteira, mas acho que eles chegarão a um acordo”, disse Jim Lentz, presidente da divisão de vendas da Toyota Motor nos EUA. “A ideia de não haver (acordo) não é uma realidade”, completou o executivo. Analistas e executivos preveem uma taxa anual de vendas em novembro de 14,8 milhões a 15,3 milhões de veículos, retomando o ritmo após os fracos resultados de outubro, quando a supertempestade Sandy afetou o consumo nos últimos dias do mês. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 23 Chris Ware/Bloomberg TECNOLOGIA Locaweb compra a Tray E-comeerce A Locaweb anunciou a aquisição do controle acionário da Tray E-Commerce. As empresas possuem produtos complementares e segundo as companhias, isso possibilita um alto potencial de crescimento. A Locaweb tem uma base de 250 mil clientes que utilizam os serviços de computação na nuvem, o que permitirá à Tray expandir a sua operação e comercialização de seus produtos em larga escala. O valor da operação não foi divulgado. Petrobras quer vender todos os ativos de refino no exterior Iniciativa faz parte do plano de desinvestimento, focado em unidades menos rentáveis Leila Coimbra Reuters A Petrobras planeja vender todas as suas refinarias no exterior, incluindo uma unidade inteira e a participação em outra na Argentina, disse uma fonte da companhia. A venda faz parte do plano de desinvestimento da Petrobras, num momento em que a empresa avalia que já não é tão lucrativo ter ativos de refino onde não conta com produção de petróleo e distribuição relevantes. A estatal detém 100% de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, e a totalidade de uma outra unidade no Japão (Nansei Sekiyu), que já estavam à venda. E agora quer vender tamDouglas Engle/Bloomberg Foster, da Petrobras: sem pressa para vender operação nos EUA bém os ativos de refino, de mefino, mas blocos de petróleo nor porte, na Argentina. nos Estados Unidos, o maior “O objetivo é concentrar o reconsumidor mundial de petrófino próximo ao centro consuleo e derivados”, disse ele. midor, que é no Brasil. E (ter) A venda de blocos nos EUA inunidades de refino sem o restegra o plano de desinvestimentante da cadeia (proto da estatal. dução de petróleo e A propósito, a Objetivo postos de revenda) presidente da emé concentrar presa, Maria das não é tão lucratio refino vo”, disse a fonte, Graças Foster, disse que pediu para não ontem que não tem próximo ao ser identificada. prazo para fechar a centro de Procurada, a Petrovenda da refinaria consumo bras não comentou de Pasadena, nos Eso assunto. tados Unidos, que A empresa prevê desinvestipossui capacidade de refino de mentos totais, dentro do Plano 100 mil barris diários. Já a refinade Negócios e Gestão ria de Nansei Sekiyu, também 2012-2016, de US$ 14,8 bilhões. com capacidade de 100 mil barNa Argentina, a estatal brasiris diários, foi comprada pela Peleira possui 100% da refinaria trobras em 2008 por US$ 71 miRicardo Eliçabe, em Bahia Blanlhões. O interesse da estatal era ca, e também participação de criar um polo exportador de pe28,5% na refinaria do Norte (Retróleo e derivados para a Ásia. finor), na Província de Salta. Os As operações de refino no exsócios da Petrobras na Refinor terior não saíram como o esperasão Pluspetrol, com 21,5%, e do porque as margens de lucro YPF, com 50%. na área estão em queda no munAs duas unidades têm capacido e há sobra de capacidade. dade de refino de 30 mil barris A venda de ativos no exterior de petróleo por dia, cada uma. ocorre num momento em que a A opção de investir em refino Petrobras tem redução em seus apenas no Brasil representa lucros. uma reviravolta na estratégia da A divisão de Abastecimento companhia, segundo o especiano Brasil é deficitária, sendo lista em energia e diretor do obrigada a importar gasolina e Centro Brasileiro de Infraestrudiesel para abastecer o mercado tura (Cbie), Adriano Pires. interno a preços mais altos do “Há alguns anos o que o goque os valores de venda no merverno (controlador da emprecado interno.As compras extersa) queria era transformar a Penas de gasolina estão entre 80 trobras em um grande player mil e 90 mil barris diários, seglobal, e por isso ativos no extegundo a presidente da estatal, e rior foram comprados. A emprea tendência é de aumento nos sa comprou não só plantas de redois próximos meses. ■ Continental é absolvida por acidente Veredito sobre a queda de avião, que deixou 113 vítimas fatais, veio após 12 anos Reuters [email protected] Uma corte de apelações francesa absolveu a Continental Airlines por responsabilidade no acidente com um Concorde no ano 2000 que matou 113 pessoas. Além disso, absolveu um mecânico da companhia aérea norteamericana da acusação de homicídio involuntário. O veredito vem após mais de uma década depois de o aciden- te ajudar a colocar um fim no avião supersônico. Uma Corte anterior havia determinado que uma pequena tira de metal que caiu na pista de uma aeronave da Continental pouco antes da decolagem do Concorde em Paris foi a responsável pelo acidente. A Continental inicialmente foi multada em ¤ 200 mil e recebeu a ordem de pagar à operadora do Concorde, a Air France, um milhão de euros em danos. A Continental contestou o veredito, classificado por ela como injusto e absurdo. Welder John Taylor foi absol- vido de uma sentença de prisão condicional de 15 meses por ter agido contra as normas da indústria e usado titânio para forjar a peça que caiu do avião. A Continental, empresa que agora faz parte da United Continental Holdings, havia sido ordenada, de acordo com a decisão original, a pagar 70% de qualquer lesão pagável às famílias das vítimas. A empresa responsável pela Airbus, a EADS, teria de pagar pelos outros 30%. O acidente acelerou o fim do Concorde — o avião comercial mais rápido da história e símbo- lo da cooperação franco-britânica — , uma vez que as preocupações de segurança se somaram à desaceleração econômica depois do 11 de setembro e afastaram os clientes abastados. O Concorde da Air France, levando em sua maioria turistas alemães para um cruzeiro no Caribe, estava decolando em Paris, em 25 de julho de 2000, quando um motor pegou fogo. Deixando uma coluna de chamas, a aeronave bateu em um hotel perto do aeroporto Charles de Gaulle. Todos os 109 passageiros e quatro pessoas em terra morreram. ■ Porto de Paranaguá terá novo acesso Obras devem reduzir filas de caminhões no local, utilizado para exportação de grãos Reuters [email protected] A licitação para contratação do serviço que vai construir um novo acesso para caminhões ao Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá (PR) foi autorizada pelo governador do Paraná, Beto Richa, informou a administração portuária (Appa). O porto, um dos principais para exportação de commodities agrícolas do Brasil, recebe boa parte das cargas exportadas por caminhões e sofre com filas de veículos na época do pico de safra. O projeto prevê a construção de 1,2 km de via marginal que irá ordenar o fluxo de caminhões ao pátio, construído na década de 70, promovendo a segurança no tráfego e mais agilidade no acesso, segundo o porto. De acordo com a Appa, a solução a ser adotada prevê a implantação de um canteiro central e a delimitação do acesso ao pátio de triagem por via marginal, desde a rotatória da avenida senador Atílio Fontana até a marginal de acesso. Com o canteiro central, o fluxo de veículos vindos da Estrada Velha de Alexandra será impedido, evitando o cruzamento na BR-277. O Programa de Recuperação do local prevê outras melhorias, como a recuperação da pavimentação Essa obra faz parte do Programa de Recuperação e Ampliação da Capacidade do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. “O Pátio de Triagem foi construído na década de 70 e, de lá para cá, não passou por reformulações. Com as soluções que iremos implantar, acabaremos com o problema das filas de caminhões que se repetem a cada safra”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. Além do novo acesso, o Programa de Recuperação do Pátio prevê outras melhorias como recuperação da pavimentação, nova estrutura para recepção de caminhoneiros etc. ■ 24 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Reuters EMPRESAS ENERGIA Chinesa compra 41% da australiana de energia A State Grid comprou 41% da distribuidora australiana de energia ElectraNet, em meio aos esforços da chinesa de acelerar investimentos em ativos internacionais. A maior estatal de energia do mundo também está adquirindo a participação da Powelink, do governo de Queensland, Austrália. As empresas não confirmaram o valor da transação. O presidente da empresa chinesa afirmou que planeja quadruplicar seus ativos fora do país até 2020. Scolari reassume seleção e traz de volta estilo popular e polêmico Sergio Moraes/Reuters Técnico já se meteu na primeira saia-justa, ao afirmar que quem não quer pressão “tem de trabalhar no Banco do Brasil” Gabriela Murno [email protected] Luiz Felipe Scolari manteve ontem, ao ser confirmado como técnico da seleção brasileira, o tom polêmico que marca sua carreira. A saia justa agora envolveu o Banco do Brasil. Ao dizer que o Brasil tem a obrigação de ser campeão mundial na Copa de 2014, Scolari cometeu seu primeiro deslize no cargo: “Se não quer pressão, então é melhor não jogar na seleção. É melhor ir trabalhar no Banco do Brasil ou em um escritório”. O mal estar causado pela declaração obrigou o técnico da Seleção a entrar em contato com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para reparar declaração. Segundo nota divulgada pelo BB, no contato Scolari lembrou que é cliente do Banco do Brasil há mais de 30 anos e afirmou que não teve a intenção de ofender os funcionários. “Eu não pretendia ofender o pessoal do Banco do Brasil. Foi apenas uma má colocação”, disse o técnico. Para Bendine, o episódio está superado e mandou também seu recado. “Você vai ter aqui uma família de 116 mil pessoas que estará torcendo pelo seu trabalho, que você seja muito feliz nessa nova empreitada e que traga de volta aquela alegria que você nos deu em 2002.” Esta postura mais popular de Scolari, que conquistou o penta em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, tem forte apelo de marketing. Para Stephan Younes, professor da ESPM-RJ, Scolari, mais popular, traz mais ativos para a imagem da Seleção, do que seu antecessor, Mano Menezes. “Mais importante do que as diferentes personalidades, é a memória afetiva do Brasileiro. Felipão ganhou a Copa do Mundo de 2002, criando a chamada ‘Família Scolari’. O Mano não teve uma campanha vitoriosa e faltou tempo para agregar sua marca à equipe”, explica. Sylvio Maia, coordenador da pósgraduação em Gestão e Marketing Esportivo do Ibmec-RJ, diz até que a Seleção inicia agora uma fase mais nacionalista. “O BOM NEGÓCIO Salários dos últimos técnicos da Seleção Brasileira MENSAL ANUAL Mano R$ 400 mil R$ 4,8 milhões Dunga R$ 170 mil R$ 2,04 milhões Parreira R$ 300 mil R$ 3,6 milhões Scolari R$ 400 mil - Fonte: Brasil Econômico Scolari, campeão em 2002, não deve repetir à frente da seleção os supersalários de alguns técnicos torcedor está atualmente muito ligado aos clubes de futebol.” No que diz respeito à atração de novos patrocinadores, Maia vê como positiva a chegada do novo técnico. “Os patrocinadores vão adorar, pois agora navegam em mares menos turbulentos. A imagem da CBF fica mais ‘leve’”, diz. Mano Menezes era alvo de muitas críticas sobre seu trabalho na Seleção. “É criado um ‘escudo’ para a CBF, que agora pode trabalhar as articulações políticas e de marketing”, completa Maia. Para Younes, entretanto, este impacto é minimizado por termos a Copa das Confederações, no ano que vem, e a Copa do Mundo, em 2014. “Os dois principais eventos do futebol mundial acontecem no Brasil, nos próximos anos. Os patrocinadores também foram atraídos por eles”, contesta. Salário Ainda não se sabe quanto Scolari receberá em seu retorno à seleção, mas de olho nos salários pagos aos últimos comandantes equipe, Felipão não deve ter em seu contra-cheque quantia que se aproxime do valor pago aos técnicos dos principais clubes brasileiros. Enquanto o próprio Scolari e Mano ganharam R$ 4,8 milhões anuais em suas passagens pela seleção, Abel Braga, técnico do campeão brasileiro Fluminense, recebe R$ 9,1 milhões por ano, sendo o mais bem pago do Brasil e figurando entre os vinte maiores salários do futebol mundial, de acordo com ranking elaborado pela Pluri Consultoria. A lista segue com Vanderlei Luxemburgo, do Grêmio; Muricy Ramalho, do Santos; Tite do Corinthians; e Dorival Júnior do Flamengo. Os três primeiros recebem R$ 7,8 milhões anuais, enquanto o técnico rubro-negro, R$ 5,8 milhões. Na comparação com técnicos de outras seleções, a diferença deve ser ainda maior, pois o comandante da equipe russa, o italiano Fábio Campello, recebe nada menos do que R$ 20,9 milhões anuais. ■ CNN nomeia novo presidente para repensar canal Chris Kleponis/AFP Após resultados ruins na NBC, Zucker tem missão de salvar audiência da rede de notícias Edmund Lee, da Bloomberg [email protected] Zucker, da CNN: emissora precisa de programas novos A Time Warner anunciou ontem a nomeação de Jeff Zucker para o cargo de presidente da CNN. Antes de assumir esse cargo, o executivo já havia comandado as operações da NBC Universal. Ao ser anunciado no novo cargo, Zucker afirmou que o ca- nal precisa de uma nova programação para enfrentar os maiores concorrentes, como Fox News e MSNBC. “Há bons programas aqui na CNN, mas eles podem ser ainda melhores.” Segundo o executivo, a rede precisa de programas novos e mais atuais. O discurso vai na mesma linha do divulgado pelo atual presidente da rede, Jim Waltson, que ao anunciar que se afastaria do cargo, disse que o canal precisava de “novas ideias”. O novo emprego é uma opor- tunidade de Zucker retomar a carreira, depois de um período conturbado na NBC. Durante a gestão do executivo, o canal desabou da primeira para a última colocação na audiência entre as grandes redes durante o horário nobre da televisão americana. Ao anunciar a contratação do novo presidente, o feito mais comentado pela CNN foi o período em que ele esteve à frente do telejornal “Today”, no início de sua carreira. Na época, o programa era o matinal mais assistido e rentável da televisão do país. Zucker começa oficialmente a exercer o cargo em janeiro e vai se reportar ao presidente da Turner Broadcasting, Phil Kent. A escolha do executivo para a posição é uma tentativa de a controladora do canal, a Time Warner, reverter as quedas nos índices de audiência. O canal, que foi o pioneiro no esquema de transmissão de notícias 24 horas por dia, liderou o segmento por muitos anos, mas agora é superado pela rival Fox News. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 25 26 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 ENCONTRO DE CONTAS R$ 1.299 é o preço do RAZR i na versão branca, novo smartphone que a Motorola Mobility lançará na próxima semana, sendo o primeiro aparelho com processador Intel Inside da América Latina. FÁBIO SUZUKI [email protected] Vinho para inglês beber GIRO RÁPIDO Divulgação Com apenas dois anos de atuação, a vinícola brasileira Dunamis acaba de fechar um contrato para exportar seus vinhos para a Inglaterra. Os primeiros rótulos a serem distribuídos para os restaurantes ingleses são os espumantes Dunamis Ar Brut e Dunamis Ar Moscatel, cujo envio do primeiro lote de 50 caixas será realizado em janeiro com início da comercialização marcado para o mês de fevereiro de 2013. “Temos certeza de que este será o primeiro de muitos negócios no exterior”, afirma José Antônio Peterle, proprietário da Dunamis. A entrada da vinícola brasileira no mercado inglês devese à participação da empresa na London International Wine Fair (LIWF), que ocorreu em maio deste ano. Na ocasião, os rótulos da Dunamis ganhou três medalhas no Decanter World Wine Wards, concurso realizado na feira pela revista especializada em vinhos Decanter. ■ ➤ ● O Submarino Viagens, braço de turismo do portal de e-commerce, aumentou em 140% o número de rede de hotéis oferecidos em seu serviço atingindo um total de 135 opções de hospedagens aos interessados em viajar a partir deste mês. Entre os novos destinos incorporados estão Campos do Jordão, Ilhabela e Porto de Galinhas. ➤ ● A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) realizará, no próximo dia 9, a 6ª edição de seu torneio beneficente de golfe com a expectativa de arrecadar R$ 630 mil, valor que será destinado à comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. José Antônio Peterle, da Dunamis: estreia dos vinhos no exterior DPZ cria campanha de R$ 3,5 milhões para shopping no RJ A DPZ assina a campanha de lançamento e do Natal para o ParkShoppingCampoGrande, empreendimento com 276 lojas do Grupo Multiplan, inaugurado nesta semana no Rio de Janeiro. A ação terá investimento total de R$ 3,5 milhões e abrange peças para televisão, rádios, jornais e mídia exterior. Para atrair os consumidores para as compras de fim de ano, a agência criou uma campanha sob o conceito ”comprou, ganhou e concorreu”, onde os clientes ganharão um panetone durante as compras e concorrerão a um carro 0 km. FRASE “O futebol brasileiro não vive um bom momento, talvez seja o pior da história” Ronaldo, sobre os indicados pela Fifa para o prêmio de melhor jogador de 2012, que não tem nenhum atleta brasileiro. Luiz Fernando Menezes/Ag. O Dia ➤ ● A empresa de serviços de pagamentos Agillitas lança em parceria com a Visa o cartão pré-pago que homenageia o capitão do tricampeonato mundial do Brasil, Carlos Alberto Torres. O produto estilizado traz a foto do ex-jogador levantando a taça do Mundial de 1970. ➤ ● Para voltar à 1ª Divisão, o Palmeiras terá uma torcida formada principalmente por homens. É que um estudo da Pluri Consultoria apontou que apenas 32,2% dos fãs palmeirenses são mulheres, o menor nível entre os 20 maiores clubes de futebol do país. Flamengo e Corinthians, por exemplo, têm 48,4% e 46,8%, respectivamente. Divulgação Google+ desdenha Facebook Bradley Horowitz criticou estratégia da rival para exibir anúncios aos usuários iG São Paulo www.ig.com.br Responsável pelo desenvolvimento do Google+, Bradley Horowitz, vice-presidente da rede social no Google, fez duras críti- cas ao Facebook durante uma conferência de tecnologia em Nova York, nos Estados Unidos, ontem. “O Facebook é a rede social do passado e a forma com que eles implementam publicidade não funciona”, disse Horowitz ao público, de acordo com o site Cnet . O Google+ só vai adotar anúncios, quando descobrir uma forNoah Berger/Bloomberg Horowitz, VP do Google+: publicidade no Facebook nao funciona ma de não chatear usuários, disse o executivo do Google. Para o executivo, o Facebook não permite que as pessoas se relacionem da mesma forma que no mundo real. A rede social, segundo ele, deveria permitir que as pessoas conversem com um grupo de amigos. Um dos diferenciais do Google+ é a possibilidade de adicionar amigos a diferentes círculos, que o usuário seleciona dependendo do tipo de informação que quer compartilhar. Atualmente, o Facebook oferece um recurso para criar grupos de amigos. “Congestionar a página do usuário com eventos e publicidade está aborrecendo os usuários e as empresas que anunciam também. Essa não é a forma como o mundo funciona”, disse Horowitz. O executivo afirmou que os anúncios exibidos pelo Facebook não são efetivos para os anunciantes. Durante o evento, Horowitz foi questionado se o Google tem planos de incorporar anúncios no Google+. “Só faremos isso se encontrarmos uma forma de não chatear os usuários”. A rede do Google ultrapassou a marca de 400 milhões de usuários cadastrados em um ano. O Google+ foi lançado em 28 de junho de 2011. O site possui 100 milhões de usuários ativos por mês, segundo a empresa. ■ BELEZA RARA O bairro da Liberdade, em São Paulo, recebe a partir de hoje a 13ª Expoverão 2012. O evento organizado pela Associação Orquidófila de São Paulo (AOSP) contará com mais de 600 orquídeas e poderá receber visitas até o dia 2 de dezembro. O destaque do momento será a orquídea Laelia purpurata — uma planta de cor intensa e grande variedade de espécies. Na mostra de entrada franca o público ainda terá a oportunidade de comprar mudas, plantas floridas , livros, adubos e vasos. A organização espera receber cerca de 20 mil visitantes. Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 27 EMPRESAS R$ 50 milhões É o valor da verba anual de publicidade da Petrobras Distribuidora (BR). Mais de 20 agências disputam a conta. CRIATIVIDADE E MÍDIA Minotauro estrela campanha da Honda criada pela Y&R Carolina Marcelino [email protected] A Young&Rubicam propôs uma ação bem humorada para a Honda mostrar aos seus consumidores o novo visual do modelo da CG 150 Fan. A campanha conta com a participação do lutador de MMA Rodrigo Minotauro que aparece em cenas inusitadas. O objetivo é fazer com que o cliente se veja no comercial e se espelhe no atleta na hora de comprar uma motocicleta. De acordo com o VP de criação da Y&R, Rui Branquinho, o conceito da ação foi baseado nas qualidades do produto. “A moto é indicada para motociclistas que desejam um modelo robusto e mais potente. Ou seja, tivemos de ir atrás de um protagonista que fosse exatamente assim. Este atleta simboliza toda a força deste modelo e, ao mesmo tempo, é carismático e querido pelo público”, disse Branquinho, que teve a ideia de convidar Minotauro após ver a sua performance no quadro “Dança dos Famosos” do Programa Domingão do Faustão. No filme, o atleta aparece fazendo bronzeamento artificial e NBS e Movimento criam para bebida i9 COM A PALAVRA... Fotos: divulgação A Coca-Cola do Brasil lançou uma campanha para divulgar a nova fórmula de i9 by Powerade. Criada pelas agências NBS e Movimento, a ação convida o consumidor a fugir do padrão, inovando na forma de viver. A campanha é composta por dois comerciais de 15’’, que passarão na TV paga e nas redes sociais. ...MARCOS HASHIMOTO Conti Bier tem outro final para Rapunzel ensaiando passos de uma coreografia no meio de uma pista de dança só para se aproximar das garotas. Logo depois, aparece um rapaz se questionando como o lutador reagiria se estivesse no seu lugar diante de situações embaraçosas. “O personagem pensa: será que ele tomaria um coquetel servido dentro de um abacaxi? Tudo é mostrado de maneira bem engraçada”, contou Rui. O novo modelo CG 150 Fan traz sistema Flex com tecnologia Mix Fuel Injection, 149,2 cilindradas e injeção ele- PARA LEMBRAR trônica. Além disso, a moto tem motor OHC, monocilíndrico, quatro tempos e arrefecido a ar. A campanha, com veiculação nacional, contempla filme para TV, anúncios de mídia impressa, material de mídia exterior. Na ação digital, a Honda lançou a hashtag #minotauronãofariaisso. Nela, o lutador aparece levando o cachorro para passear e fazendo as unhas no cabeleireiro. A plataforma online, assinada pela agência Agente, inclui ainda jogos e um concurso no Instagram. ■ Criada pela WMcCann, a nova campanha da Conti Bier traz o mote “a cerveja de quem gosta de cerveja”. O filme de 30’’ ilustra a clássica história de Rapunzel, porém, com um desfecho diferente. A Ação será veiculada em TV aberta e a cabo, e além disso haverá divulgação nas redes sociais. Oi dá ingressos para o show da Madonna A Oi, copatrocinadora dos shows da Madonna em São Paulo, lançou uma série de ações com os clientes, que poderão resgatar ingressos com pontos do programa de relacionamento. A promoção é válida apenas para os usuários dos planos Oi Participantes e Oi Pontos. NO MUNDO DIGITAL Ronaldinho Gaúcho premia fãs no Facebook Para celebrar a marca de 5 milhões de fãs na página de Ronaldinho Gaúcho no Facebook, a Agência Frog lançou um concurso cultural. Para participar, os fãs devem escrever uma frase que contenha as palavras “craque” e “gol” na fanpage do jogador. Os autores das nove frases mais criativas vão ganhar quatro camisas oficiais do Atlético Mineiro e cinco bolas oficiais do Campeonato Paulista. O resultado será divulgado no dia 12 de dezembro. VAIVÉM ➤ ● Wando embalava o suspense Em uma ação bem-humorada, a Ace lançou “O Mistério do sutiã encardido”. O cantor Wando foi convidado para compor uma música e participar da campanha realizada pela Leo Burnett Tailor Made. O filme da TV ganhou cinco versões. O sucesso foi tão grande que a ação na internet contou com mais de 20 vídeos. BRUNO FERRANTE Gerente de marketing da MadeiraMadeira A MadeiraMadeira anunciou a contratação de Bruno Ferrante para o cargo de gerente de Marketing da empresa. Com 12 anos de experiência no segmento, o executivo assume a missão de contribuir para o fortalecimento da marca, além de aumentar o seu mind share. Com formação em Relação Públicas pela Universidade Federal do Paraná, Bruno já atuou em diversos projetos de inovação digital e tecnologia no Brasil e em outras cidades do mundo, como Nova York. Professor do curso de Administração da ESPM Estratégias de marketing para pequenas empresas Os pequenos e médios negócios podem ter estratégias de marketing. Esse não é um investimento exclusivo de grandes organizações com grandes marcas. É apenas uma questão de usar bem a criatividade para gastar dinheiro com ações de resultados efetivos. Algumas dicas para fazer marketing do seu pequeno negócio gastando pouco: ● Redes sociais: é um canal relativamente barato se você souber identificar o seu público e conhecer os mecanismos de indexação para você aparecer na primeira página dos buscadores. Existem na internet vários sites e tutoriais com dicas para usar bem essa ferramenta. ● Parcerias: você pode fazer parcerias de divulgação ou montar estratégias de comunicação com parceiros estratégicos. Assim você compartilha os custos e aumenta o valor percebido para o cliente com ofertas mais completas e integradas. ● Anúncios: existem formas baratas de anunciar. Quanto mais específico for o segmento-alvo, mais direcionada pode ser a comunicação. Assim, você pode escolher um veículo que tenha uma tiragem menor, portanto, é mais barato anunciar, porém, é focado no seu público específico. ● Promoção: ou qualquer forma de interação direta com o cliente pela qual você pode divulgar seu produto e fazer a venda direta também. Alguns canais indiretos de interatividade podem funcionar bem em alguns casos, como a propaganda boca a boca. ● Publicidade: dependendo do apelo de valor do produto, pagar uma boa assessoria de imprensa pode valer a pena, pois eles são especializados em fazer o seu produto ser mencionado em reportagens e matérias jornalísticas. Sai mais barato e dá mais credibilidade. 28 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 EMPRESAS CULTURA Rio de Janeiro é o cenário do famoso calendário da Pirelli Personagens da cidade dividem as páginas da tradicional publicação com mulheres famosas e e engajadas Fotos: divulgação Cintia Esteves [email protected] O pano de fundo para o Calendário Pirelli 2013 é a cidade do Rio de Janeiro com seus bairros históricos, favelas, bares e escolas de samba. É a primeira vez que uma cidade brasileira serve de cenário para as fotografias que compõem o famoso calendário. Também foi no Rio de Janeiro a festa de lançamento da peça de marketing, no último dia 27 de novembro. Desta vez, o fotógrafo responsável pelos cliques foi o americano Steve McCurry, autor do famoso retrato da menina afegã, Sharbat Gula, que ganhou o mundo na capa da revista National Geographic. “Eu caminhei bastante pelas ruas, procurando momentos da vida cotidiana e tirando uma infinidade de fotos”, conta McCurry. Uma vendedora na feira livre, capoeiristas, passistas de escola de samba e uma secretária olhando pela janela. São personagens como estes, da vida comum, que encantaram o famoso fotógrafo durante as duas semanas em que passou na capital fluminense. E, é claro, não poderia faltar no calendário lindas mulheres. Entre as brasileiras estão a modelo Isabeli Fontana, a atriz Sônia Braga e a cantora Marisa Monte. A atriz ítalo-egípcia Elisa Sednaoui e a modelo tcheca Petra Nemcova, são alguns dos destaques entre as estrangeiras . Todas têm em comum o envolvi- Summer Oakes é autora do best-seller Naturally, um guia de estilo mento com causas humanitárias. Há 34 fotos coloridas na edição deste ano, as quais foram transformadas em um livro-calendário. “Tentei retratar o Brasil, sua paisagem, sua economia e cultura. Tudo junto com o elemento humano”, diz McCurry. Durante suas andanças pela cidade, o fotógrafo diz não ter se sentido incomodado com relação à segurança. Sempre acompanhado de numerosa equipe, ele teve parte de seu trabalho realizado em três favelas. E conseguiu atingir seu objetivo: achar ambientes úmidos, escuros e cheios de gente, assim como em uma experiência sua por cortiços da Índia. McCurry diz ter ficado particularmente encantando com uma menina vendendo pimentas em uma feira livre. “Foi uma garota que encontrei por acaso, não era uma modelo. Bati um monte de fotos”, lembra. A Pirelli fez seu primeiro calendário em 1964. De lá pra cá, a publicação só não saiu em 1967 e entre os anos de 1975 e 1983. Ele tem tiragem limitada, de apenas 20 mil exemplares, e é distribuído para o mailing vip da companhia que inclui clientes, celebridades, empresários, entre outras personalidades. No ano passado, o fotógrafo escolhido foi Mario Sorrenti e as imagens foram feitas na Córsega. Neste ano, o calendário revela uma mudança de rumo na tradição que sempre marcou essa iniciativa: a substituição de nus femininos por ambientações de apelo social. ■ A atriz Sonia Braga foi fotografada por McCurry no Parque Lage EDIÇÕES ANTERIORES 2008: a doçura da modelo brasileira Carol Trentini 2009: a natureza de Mariacarla Boscono e Malgosia Bela Obras de Botero à venda pela primeira vez no país Galeria Almeida e Dale reuniu 31 quadros do pintor colombiano famoso por seus gordinhos O Brasil entrou no calendário de comemorações do aniversário de 80 anos de Fernando Botero. A galeria de arte Almeida e Dale reuniu em São Paulo uma coleção de 31 obras do aclamado artista colombiano. Vários trabalhos selecionados, entre les, desenhos, esculturas e pinturas mostram seus conhecidos personagens gordinhos, marca registrada de Botero. Será a primeira mostra com obras do artista à venda no país. “O mercado de arte brasileiro está em ótima fase. Colecionadores do mundo todo estão de olho em tudo o que está sendo produzido e vendido por aqui”, afirma Antonio Almeida, sócio da galeria. Para essa exposição, foram mescladas as produções atuais de Botero com algumas de suas obras mais antigas. Um exemplo é um quadro com natureza morta feito na década de 1970. Além da mostra em São Paulo, outras instituições ao redor do mundo também estão homenageando o artista, como o Museo de Bellas Artes de Bilbao, na Espanha, que reúne uma grande exposição do pintor, denominada Fernando Botero Celebración. Natural de Medellín, Botero começou sua carreira profissional como ilustrador do jornal El Co- lombiano. Apresentou sua primeira exposição em 1951. Serviço A mostra vai até 21 de dezembro na Rua Caconde, 152, Jardim Paulista, São Paulo - SP. Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 10h às 13h. Entrada grátis. Informações: (11) 3887-7130. ■ Redação Escultura em bronze “Donna Sdraiata com frutto” Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 29 Divulgação MÚSICA Moraes Moreira canta Novos Baianos em SP O show “Moraes Moreira canta Novos Baianos” é a próxima atração do Clube Hebraica, em São Paulo. O cantor, que é um dos fundadores do grupo que marcou a história da música brasileira, apresenta-se amanhã, dia 1º de dezembro, às 21 h. Endereço: Rua Hungria, 1000 São Paulo - SP. Ingressos: R$ 160,00. Informações: (11) 3818-8888. Exposição relembra fatos curiosos da emissora carioca Rádio Nacional Fotos, discos, cartazes e vídeos contam a história da estação radiofônica criada em 1936 “Alô, alô Brasil ! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!” Foi com essa frase que o locutor Celso Guimarães deu início à transmissão da estação radiofônica, em 1936. Alguns anos depois, a emissora virou referência. Por ela passaram grandes intérpretes da música popular brasileira, tais como Dalva de Oliveira, Lamartine Babo, Francisco Alves, Orlando Silva e Dolores Duran. Nela surgiram também os programas de auditório de variedades e de humor. E foi por meio de suas ondas que foram transmitidas as famosas radionovelas, as quais enriqueceram o imaginário brasileiro. Para contar todas estas histórias, a Caixa Cultural Sé, em São Paulo, vai abrigar uma exposição com 75 fotografias do acervo da rádio. Durante o passeio, o visitante também poderá ouvir diversos programas da época. Segundo o historiador e curador da mostra, Carlos Eduardo França de Oliveira, o foco da exposição, chamada Uma Rádio Ligando o Brasil: Memória da Rádio Nacional, é a década de 1950. “Buscamos trabalhar com o acervo da própria Rádio Nacional”, afirma. Em 76 anos de existência, a Rádio Nacional reuniu uma coleção considerável de discos, gravações, imagens e cartazes. Sua programação ajudou a consolidar a ideia de nacionalidade brasileira, um pedido feito pelo então presidente Getulio Vargas. Foi no rádio que surgiram os primeiros símbolos dessa unidade nacional. A cantora Carmem Miranda e o compositor Ary Barroso, além de rit- mos como o samba e o choro e o programa de notícias Repórter Esso são exemplos. “Quando a Rádio Nacional foi criada, o Brasil ainda não tinha uma identidade cultural. Havia uma série de manifestações dispersas por todo o país, mas nada que as unificasse”, afirma Oliveira. “No governo de Getulio Vargas, tentou-se, de diversas formas, dar uma cara para o Brasil e dizer o que o simboliza. A Rádio Nacional vai de encontro com esta tentativa”, completa. Um exemplo disso é o que ocorreu com o samba. “Até os anos 1930, o ritmo era restrito a algumas partes do território nacional. Então ele foi trabalhado por meio da Rádio Nacional como um elemento brasileiro por excelência”, diz. O auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro costumava ficar lotado durante as apresentações O percurso Ao longo da exposição o visitante encontrará fotos de cantores, músicos, personagens dos programas de auditório e de pessoas que frequentavam a Rádio Nacional. Haverá também uma área a respeito dos bastidores da estação, ou seja, sobre as pessoas que trabalhavam nos departamentos técnicos ou administrativos da rádio, as quais os ouvintes não conheciam. Outro espaço interessante será o dedicado a radionovelas. “Elas eram um grande sucesso nos anos 1950”, afirma o curador. Haverá, inclusive, fotos que darão uma ideia de como eram feitas as sonoplastias destes programas. Os ruídos mais utilizados nestas histórias lembravam chuva e passos de cavalos. Uma outra sala apresentará uma animação, mesclando publicidade, áudio e imagens da época. ■ ABr A cantora Silvinha Chiozzo sendo coroada pelos bombeiros SERVIÇO Uma Rádio Ligando o Brasil: Memória da Rádio Nacional Quando: de 8/12/12 a 25/2/13; Onde: Caixa Cultural Sé (Praça da Sé, 111, Centro, São Paulo); Quanto: grátis; O cantor Benedito César Ramos de Faria, pai de Paulinho da Viola ESTREIAS - CINEMA Marcelo Yuka abre o jogo em documentário Animação faz bom uso do 3D Músico ficou paraplégico após ser baleado em uma tentativa de assalto, em novembro de 2000 O documentário Marcelo Yuka no caminho das setas, de Daniela Broitman, acompanha o trabalho do músico e ativista, bem como os caminhos que a vida dele tomou após ser baleado — e ter ficado paraplégico — numa tentativa de assalto no Rio de Janeiro, em 2000. Ativista desde muito antes do acidente, Yuka sempre compôs músicas de cunho social que falam sobre racismo, violência e desigualdade social. “O que mudou a minha vida foi a leitura. E, embora eu não seja negro, eu tive meu apartheid social”, diz ele no longa. É essa inquietação que o move, levando-o a apresentar-se nos lugares mais inusitados, como um presídio ou uma praia. Baterista de uma das bandas mais importantes da década de 1990, o Rappa, Yuka é um grande letrista, o que lhe trouxe mais destaque e retorno financeiro, gerando desconforto e rompimento com o grupo. ■ Reuters Longa reflete o espírito do norte-americano de se ver como o centro do mundo Em todo seu esplendor de luzes, brilhos, cores e barulho, A origem dos Guardiões é uma animação bonita, que faz um bom uso do 3D, embora sua trama reflita bem o espírito do norteamericano predominante: ver- se como o centro do mundo. Os personagens, à exceção de Papai Noel e de um coelho da Páscoa, estão mais ligados à mitologia daquele país. Jack Frost, Sandman e a Fada dos Dentes são personagens com pouco sentido para o público brasileiro, embora, a certa altura, a trama faça o favor de explicar quem eles são. ■ Reuters 30 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] ENTREVISTA CÁSSIO BELDI Proprietário da gestora Mint Capital “Emoções atrapalham os investimentos em ações” Herdeiro do grupo Splice, um dos pioneiros no uso das finanças comportamentais no Brasil, gere 9 fundos Murillo Constantino caso. Tudo o que acontece entre um resultado e outro é boato, emoções. Mas é preciso ter visão de longo prazo. Estudos recentes mostram que nenhuma crise financeira, por pior que seja, dura mais do que quatro anos. Não acreditamos em previsão de futuro, olhamos passado e presente. O que nos interessa é o preço. O princípio é simples, difícil é transformar o princípio em processo. Hoje, o processo é maior do que os gestores. Aplicamos a filosofia com muito rigor desde 2009. Fazemos uma alocação que pode ser chamada de anticrise. Vamos na direção oposta à manada.O segredo é separar as empresas puro-sangue das pangarés. Léa De Luca [email protected] Cássio Beldi, herdeiro do grupo Splice (que começou com telefonia, em 1962, e hoje tem negócios nas áreas imobiliária, de educação e infraestrutura), tem apenas 26 anos, mas pegou gosto pelo mundo dos investimentos logo cedo. “Com 15 anos montei minha primeira carteira de ações”, diz. Em 2008, criou um clube de investimentos em ações e, com o crescimento e os acertos, abriu uma gestora de recursos de terceiros no ano seguinte. Assim nasceu a Mint Capital — “mint”, em inglês, significa “criar valor”. Depois de ter três sócios, Beldi comprou a parte de todos no ano passado. Hoje, a gestora tem nove fundos, com patrimônio total de R$ 20 milhões, e acaba de lançar um nos Estados Unidos. A ideia é começar com seu próprio capital , e depois começar a oferecer a opção aos clientes também. A Mint também cuida de investimentos patrimoniais das famílias clientes — mas por questões de sigilo, não pode revelar a quantia. E acaba de entrar na área de consultoria. Entusiasta e defensor da teoria das finanças comportamentais — que busca isolar a emoção das decisões de investimento — Beldi bebeu na fonte de um dos papas do assunto, o professor James Montier, na Columbia Business School (em Nova York). O jovem gestor, também, aplica com rigor a teoria do “value investing”: “Se uma ação está barata, e a empresa não tem prejuízo, comprá-la é sempre um bom negócio”. Como e quando começou sua carreira no mercado financeiro? Foi em 2003, quando o grupo, que era industrial, decidiu vender todas as empresas e ficou com muito dinheiro em caixa. Meu avô e a segunda geração estavam acostumados a lidar com negócios, não com dinheiro. Mas eu fui criado para saber li- “ Nós duvidamos das convicções dos gestores. Não casamos com ações. Não acreditamos em previsão de futuro, nem em sorte dar com dinheiro. Comecei fazendo a gestão do dinheiro da família, tinha que ganhar dinheiro sendo bastante conservador. Foi lá que nasceu a ideia de aplicar as filosofias que hoje aplico nos fundos de ações da Mint (value investing e finanças comportamentais). Os conceitos eram pouco conhecidos aqui e em 2009, nossos fundos eram os únicos a aplicar essas teorias. O dinheiro da família está na Mint? Não, ao contrário, a Mint não é um projeto familiar, é um voo solo meu. Quase não há dinheiro da minha família aplicado lá, tem dinheiro meu e dos clien- tes. Eu trabalhei muito para o grupo, aprendi, mas descobri que não queria mais fazer parte, hoje sou apenas acionista. Quantos fundos a gestora tem? São nove, todos de ações, a maioria exclusivos para as famílias que são nossas clientes. No mês passado, lançamos um fundo de ações americanas, replicando a mesma estratégia dos nossos fundos aqui. Começamos pequeno, com dinheiro meu, é um teste interno. Em no máximo um ano, criaremos um fundo aqui para aplicar dinheiro dos nossos clientes brasileiros nesta carteira. Nos EUA hoje há muitas oportunidades de boas ações baratas, como as da Intel, que estão com relação preço/lucro de 4. Aqui, boas empresas tem uma relação mais alta, de 8 (o que significa que leverá o dobro do tempo para recuperar o investimento). Como a Mint escolhe os papéis para entrar na carteira? A ideia das finanças comportamentais é se aproveitar dos vieses de mercado criado por emoções humanas, irracionais, para Então, vocês não têm ações de empresas da moda, como as do grupo EBX, por exemplo? No caso da OGX, por exemplo, apesar de ter caído muito neste ano, ainda está cara. No presente, seria preciso 527 anos para ter retorno sobre o investimento. Pode ser a Petrobras do futuro, mas eu não preciso correr todo esse risco. NA DIANTEIRA Desempenho dos fundos da Mint X o do IBX,em % MINT IBOVESPA 2009 52,52 30,53 2010 18,29 2,62 2011 0,4 11,39 2012* 8,74 5,36 88,12 25,39 ACUMULADO Fonte: Mint *Até 31/12 entrar na contramão - por exemplo, hoje estamos ‘aplicados’ em bancos e energia. Nós duvidamos das convicções dos gestores. Não casamos com ações. Trabalhamos com um grupo de 20 ações, distribuídas igualmente, e reavaliamos as carteiras após as divulgações de resultados trimestrais, se for o Há algum risco inerente a essa estratégia? Como mitigar? Usamos um pouco de interferência humana, mas apenas para eliminar ações da carteira, nunca para incluir. E acreditamos que devemos estar sempre aplicados em ações, nunca com dinheiro em caixa. Se perdemos uma oportunidade, fica difícil recuperar. E quais têm sido os resultados da estratégia? Nesses quatro anos, ganhamos do IBX com algumas apostas fora da curva, como a Nossa Caixa em 2008 e Cielo no ano passado. Só em 2008 ficamos negativos. No momento, ações das elétricas, construtoras e bancos foram muito penalizadas, estão muito baratas em relação ao tamanho dos seus ativos. Temos muitas delas na carteira. E a relação preço/lucro mostra recuperação do investimento em 7 anos, ante 14 do IBX. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 31 Murillo Constantino INTERNACIONALIZAÇÃO BTG vai criar banco no Chile para alta renda O BTG Pactual buscará criar um banco no Chile para clientes de alta renda, institucionais e corporativos, em meio a seu plano de expansão após a fusão com a corretora local Celfin Capital, disse seu presidente, André Esteves. O BTG Pactual comprou a Celfin no início deste ano como parte de suas intenções de se tornar o maior banco de investimentos da região. “Vamos pedir uma licença bancária no Chile", disse Esteves em entrevista ao jornal Diario Financiero, ontem. “Anjos” querem mudar regras para aplicar mais em startups Rodrigo Capote Associação começou ontem movimento para alterar questões tributária e jurídica Dos dois lados do balcão Natália Flach [email protected] O novo patamar de juros nominais é um incentivo para que os investidores de renda fixa procurem diversificar ativos, como as start ups. Conhecidos como investidores anjos, quem investe nessas empresas nascentes são empreendedores, executivos e profissionais liberais de sucesso e dispostos a ajudar os novatos com aconselhamento, rede de relacionamento e recursos financeiros. No Brasil, a atividade ainda é incipiente, mas já mostra evolução. No entanto, para crescer mais, seria necessário mudar algumas regras, diz Cássio Spina, presidente da ONG Anjos Brasil. “As principais barreiras são a questão tributária e a personalidade jurídica, que pode levar que os investidores anjo tenham de arcar com passivos adicionais da empresa mesmo não tendo envolvimento com o capital social”, diz. “Começamos o pleito [ontem] para que os investidores tenham isenção de imposto de renda caso reinvistam o capital e estamos conversando também sobre a distinção de investidor da de administrador”, diz. As tratativas estão sendo feitas com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Já vi gestor de fundo de venture capital ter os seus bens congelados por causa de problemas em uma das empresas investidas. Isso é um absurdo. Precisa- Spina: total de investidor anjo poderia ser, no mínimo, o dobro mos de regulação específica para isso”, afirma, acrescentando que, se não fossem essas barreiras, o número de investidores anjo teria, pelo menos, duplicado. “Muitos investidores desistem quando descobrem que os riscos são maiores do que do próprio negócio.” De acordo com a organização Anjos do Brasil, o número de investidores anjo saltou 18%, passando de 5,3 mil, no ano passado, para 6,3 mil, em 2012. O volume total investido também aumentou: saiu de R$ 450 milhões para R$ 495 milhões — mas o valor médio investido caiu cerca de 7%. “Isso é normal por causa da entrada dos novos investidores anjo. No início, é comum investirem valores mais baixos”, afirma Cassio. Nos Estados Unidos, o ecossistema é mais maduro. Mesmo com a crise econômica, o número de investidores anjo saltou 20% para 318 mil pessoas. Um exemplo de investidor anjo que deu certo é a Apple, que contou com o aporte e aconselhamento de Mike Markkula. No Brasil, o Buscapé também contou com apoio de investidor anjo e, dez anos depois, foi vendida por US$ 342 milhões. ■ Cassio Spina, 45 anos, é formado em engenharia eletrônica e atuou como empreendedor por mais de 25 anos no mercado de tecnologia da informação. Criou três empresas e comprou outras duas. Entre elas, fundou a Trellis, fabricante de produtos de conectividade que liderou por 18 anos tanto na fase inicial, de crescimento e até a de aquisições, fusões e obtenção de capital de investimento, completando o ciclo com a venda da organização. Em todos os negócios, apenas recebeu aporte de um fundo em uma fase mais avançada. Segundo ele, a falta da figura de um investidor na fase inicial de seus negócios fez falta. Percebendo o potencial do mercado, resolveu participar com outros empreendedores de negócios nascentes, exercendo o papel de investidor-anjo em busca de retorno e diversificação de investimentos desde 2010, quando vendeu seu último negócio. Passou então a se dedicar totalmente à atividade, e criou a Anjos do Brasil, com o intuito de conectar investidores e empreendedores. Sua carteira é composta por cinco investimentos, entre empresas de tecnologia e do setor de bebidas funcionais, que considera seu ‘limite técnico’. Marília Almeida Meta atuarial dos fundos cairá a 4,5% Entidades terão de se adequar até 2018, diz Conselho Nacional de Previdência Complementar Aluisio Alves Reuters O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão ligado ao Ministério da Previdência Social, decidiu reduzir gradualmente a meta atuarial dos fundos de pensão, dos atuais 6%, para 4,5% ao ano até 2018. A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá um corte de 0,25 ponto percentual. A meta atuarial consiste no rendimento real, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), necessário para que o fundo consiga pagar seu beneficiários ao longo do tempo. “A decisão reflete o cenário atual de juros mais baixos da economia brasileira”, informou o ministério, em comunicado. Para o secretário de políticas de Previdência Complementar do ministério, Jaime Mariz, é necessário que os fundos criem alternativas de investimentos e não se concentrem apenas em títulos públicos. Na quarta-feira, o Banco Central decidiu manter a Selic em 7,25%, mantendo o piso recorde da taxa, que era de mais de 20% há menos de 10 anos. Na reunião de ontem, o CNPC também adiou a decisão sobre mudar a norma que regula a retirada de patrocínio no âmbito do regime fechado de previdência complementar. A previsão é que a definição sobre o assunto aconteça na próxima reunião do Conselho, em 17 de dezembro. No fim de junho, o patrimônio dos fundos de pensão do país era de R$ 626 bilhões, o que representava 14% do Produto Interno Bruto (PIB). ■ Tokio Marine atingirá R$ 1 bi em seguro de carro Mais agressiva, seguradora teve crescimento da carteira de automóvel de 55% neste ano Flávia Furlan [email protected] A Tokio Marine deve fechar o ano com R$ 1 bilhão de prêmios emitidos no ramo automóveis, o que representa um crescimento de 55% frente ao ano anterior. Já para 2013 a expectativa é de um crescimento de 15%. A estratégia da companhia no segmento tem sido o de oferecer um produto com mais coberturas e outro com preço mais competitivo. “Isso permite atender ao público que escolhe o seguro apenas pelo preço e aquele que pensa nos serviços agregados”, diz Marcelo Goldman, diretor de Massificados da seguradora. Estratégia da empresa é ter seguro de automóveis para quem olha preço e para quem prefere ter serviços agregados De acordo com ele, o crescimento da carteira deve-se ao avanço da base de corretores e da produção destes profissionais, além da melhoria e aperfeiçoamento dos serviços oferecidos. “Como exemplo, temos envio de SMS com o status do sinistro e possibilidade de abrir o processo de sinistro pela internet”, explica o executivo. Para 2013, a seguradora prepara uma série de alterações no sistema de cálculo do seguro, que vai tornar a cotação mais fácil. Quando analisado todo o ramo de seguros massificados (automóveis, residências, condomínio e empresas), o segmento de automóveis é o de maior crescimento. “Daremos atenção especial ao produto no próximo ano. O Brasil está avançando e há muitas oportunidades de ampliação da atuação nesses ramos”, pondera Goldman. O mercado de seguros massificados ainda é muito pequeno no Brasil, com forte potencial de crescimento. Em veículos, estima-se que de 30% a 40% da frota esteja segurada e as vendas de veículos zero quilômetro batem recordes a cada ano. ■ 32 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Divulgação FINANÇAS NOTAS SUBORDINADAS Banrisul capta US$ 275 mi em nova emissão O Banrisul captou US$ 275 milhões com reabertura da emissão de notas subordinadas feita em janeiro, com vencimento em fevereiro de 2022. Essa é a segunda captação com investidores estrangeiros. No início do ano, a primeira foi de US$ 500 milhões. Segundo o diretor Financeiro e de RI, João Gazzana, a operação amplia a capacidade de financiamento do banco. “Os recursos serão direcionados para incrementar operações de crédito às exportadoras do estado." Murillo Constantino Ouro lidera ganhos pelo 4º mês no ano Alta do metal é de 3,82% em novembro e de 23,16% em 2012 Ana Paula Ribeiro [email protected] O ouro deve terminar o mês como o ativo de maior rendimento, com ganhos de 3,82% até o dia 29. É a quarta vez que o metal repete esse feito em 2012. No acumulado entre janeiro e novembro, a rentabilidade soma 23,16%, praticamente o dobro do segundo colocado — no caso o dólar, com variação de 12,20% no ano. Uma das máximas do mercado financeiro — rentabilidade passada não garante ganhos futuros —, se aplica ainda mais ao metal, ativo de pouca liquidez DÓLAR LIDERA no Brasil. “O investidor tende a olhar sempre pelo retrovisor e, no caso específico do ouro, há um problema de liquidez e corretagem e custódias caras”, alerta o sócio diretor da Tag Investimentos, Marcelo Pereira. Sua avaliação também se estende ao dólar, que ocupava a segunda colocação no mês até ontem, com ganhos de 3,30%. De acordo com o executivo, esse ganho está atrelado não só a fatores conjunturais, como menor superávit comercial e juros mais baixos, mas também a um fator pontual, que foi a indefinição do Banco Central sobre a rolagem dos contratos de swap cambial. Daqui para frente ele espera pequenas desvalorizações do real. “O investidor precisa se acostumar a ter cada vez teremos mais volatilidade. É assim que o mundo está hoje.” Nesse ambiente de contínua volatilidade e com juros em patamares historicamente baixos, Pereira afirma que para se ter ganhos acima da inflação será preciso assumir mais riscos e fazer uma gestão mais ativa dos investimentos, revendo constantemente as aplicações. Mesma opinião tem o administrador de investimentos Fabio Colombo. “É preciso aceitar mais risco e aproveitar que a bolsa de valores está com os preços interessantes”, afirma. Em novembro até ontem, o principal índice da Bovespa, o Ibovespa, acumulava ganhos de 1,37% e, no ano, de 1,93%. Essa baixa variação se deve principalmente ao peso que as empresas de commodities possuem no in- Ranking dos investimentos NO MÊS 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 Fabio Colombo aconselha investidor a aceitar mais riscos NO ANO 3,22% 3,30% 23,16% 25 20 1,37% 15 0,55% 0,54% 10 0,50% 5 -0,03% BOVESPA CDB (1) CDI (3) POUPANÇA (2) OURO DÓLAR IGP-M 7,91% 7,82% CDB (1) CDI (3) 1,93% 12,20% 7,09% 5,95% 0 BOVESPA POUPANÇA (2) OURO DÓLAR IGP-M Fontes: BM&FBovespa, Anbima, Cetip, BC, FGV e Brasil Econômico (1) Taxa bruta para aplicações no 1º dia do mês (2) Rendimento creditado no 1º dia do mês seguinte (3) Taxa efetiva Inadimplência resiste à queda dicador. Quando se olha os fundos de ações livres, que não são atrelados a índices, a figura muda e os ganhos são maiores: 13,24% no ano. Colombo defende que a única maneira de uma carteira de investimentos ter um desempenho acima da inflação é com a alocação de ao menos 10% a 20% dos recursos em ações, mais arriscadas, mas que podem possibilitar ganhos maiores no longo prazo. Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos, afirma que com o atual nível de incertezas na economia global — discussões sobre o “abismo fiscal” nos EUA e indefinição na Europa — o foco deve ser na qualidade de gestão da carteira. “As ações de elétricas e petróleo sofreram muito no ano mas, por outro lado, os ganhos das empresas ligadas ao mercado doméstico estão interessantes”, diz. ■ SEM DESCANSO Inadimplência sobe pelo quarto mês consecutivo, em % Pessoa física Concessões subiram 1,4% em outubro mas calotes continuam elevados; esperança é novembro Lucas Bombana e Vanessa Correia [email protected] Quatro dos cinco itens que considero relevantes nos dados de crédito do Banco Central mostraram melhora em outubro: aumento das concessões, redução das taxas de juros, queda dos spreads e aumento no prazo médio de financiamento. O único dado negativo é a estabilidade da inadimplência. Assim Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), resumiu o rsultado das oeprações de cré- dito no país em outubro, divulgado ontem pelo Banco Central. O crédito total subiu 1,4% em outubro, depois do 1,16% de setembro. É a maior variação desde junho deste ano, quando a alta foi de 1,5%. Com isso, atingiu 51,9% do (PIB), ou R$ 2,269 trilhões. A inadimplência ficou em 5,9% no mês passado, mesElza Fiuza/ABr Maciel, do BC: “Prevemos redução até o final deste ano” mo patamar pelo quarto mês consecutivo, ainda puxada pelos calotes nos financiamentos de automóveis. “Esperávamos que o índice caísse em outubro. Mas é provável que vejamos esse movimento em novembro”, diz. “Os cinco indicadores devem mostrar tendência positiva a partir deste mês”, diz Oliveira. “Prevemos uma redução ainda este ano tendo em vista o crescimento da renda e redução da taxa de juros”, voltou a repetir o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. João Augusto Salles, analista da Lopes Filho Consultores de Investimentos, está menos otimista. Para ele, a queda deve ocorrer só a partir do segundo trimestre de 2013. 8,00 Média 7,9 7,6 7,0 6,75 5,50 Empresas 5,7 4,25 4,1 4,0 3,00 JAN/2012 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT/2012 Fonte: Banco Central A taxa média de juros atingiu novo recorde de baixa ao chegar a 29,3%, 0,6 ponto percentual menor do que em setembro, também o oitavo mês seguido de queda — a menor da série histórica do BC iniciada em 2000. A LCA calcula que o estoque de crédito no país irá encerrar 2012 com um avanço de 16,5%. No ano, até outubro, o aumento está em 16,6%. Já para o ano que vem, a expectativa da consultoria é de que o saldo de crédito no país tenha uma expansão de 17%. “A queda das taxas melhora a perspectiva das condições de crédito”, diz a LCA, em relatório. ■ Com Reuters Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 33 Antonio Milena DEBÊNTURES Usiminas emitirá até R$ 1 bilhão em papéis O conselho de administração da Usiminas aprovou emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de até R$ 1 bilhão. A operação será realizada no primeiro semestre de 2013. O vencimento será de quatro e seis anos. Além disso, também foi aprovada a extinção da Usiminas Portugal e programa de incentivos de longo prazo 2012. Os papéis preferenciais (USIM5) e ordinários (USIM3) se destacaram ontem com altas de 6,07% e 7,42% nesta ordem. BOLSAS COMMODITIES Ibovespa sobe a 57 mil pontos Petróleo encerra com alta em Nova York Esta foi a maior alta em mais de dois meses, puxada por papéis da LLX, que avançaram 30% Danielle Assalve Reuters O Ibovespa disparou 2,32% ontem, maior alta em mais de dois meses, em pregão marcado pelo salto de quase 30% das ações da LLX, do grupo do bilionário Eike Batista. A companhia anunciou na véspera que firmou um contrato de 30 anos, renovável por até mais 30, com a GE para instalação de uma unidade industrial no Rio de Janeiro. “São pelo menos 30 anos de uma fonte de receita garantida para LLX, graças a um contrato com uma das maiores empresas do mundo, e isso agradou o mercado”, diz o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos. O papel subiu 27,59%, a R$ 2,22, com forte giro financeiro — contribuindo para o avanço de 2,32% do Ibovespa, a 57.852 pontos. Dentre as blue chips, a preferencial da mineradora Vale teve alta de 3,92%, a R$ 36,60, e a da Petrobras subiu 2,68%, a R$ 19,15. OGX, petrolífera que também faz parte do grupo de Eike, subiu 1,59% a R$ 4,48. As siderúrgicas também ajudaram a impulsionar o Ibovespa, com destaque para CSN e a preferencial da Usiminas, que subiram 9,61% e 6,07%, respectivamente, impulsionadas por avaliações mais positivas sobre o setor. Segundo operadores, movimentos de ajustes de carteira, típicos do período de fim de mês, também contribuíram para o avanço das ações brasileiras. Na Europa, o indicador acionário atingiu o maior nível de fechamento desde julho de 2011 com alta de 1,13% Apenas 10 ações do Ibovespa fecharam no vermelho, com destaque para a preferencial da Eletrobras, que perdeu 7,46% com investidores preocupados sobre os impactos da possível renovação antecipada de concessões elétricas. O giro financeiro da bolsa paulista foi de R$ 8,33 bilhões, acima da média diária de R$ 7,2 bilhões em 2012. O destaque ficou com Qualicorp, que teve leilão nesta quinta-feira e movimentou 988 milhões de O barril de WTI com entrega para janeiro subiu 1,58% e fechou valendo US$ 88,07 reais, giro maior que o da ação preferencial da Vale. Mercado externo Na cena externa, investidores continuavam acompanhando atentamente a evolução das negociações para evitar uma crise fiscal nos EUA que poderia jogar o país novamente em recessão. Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,28% e o S&P 500 teve alta de 0,43%. Já o indicador Nasdaq avançou 0,68%. Na Europa, o indicador acionário atingiu o maior nível de fechamento desde julho de 2011 ontem, sustentado por ações de mineração, devido ao otimismo de que os políticos dos EUA irão alcançar um acordo para evitar medidas de austeridade. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em alta de 1,13%, a 1.121 pontos. Os mercados acionários foram sustentados por declarações do presidente americano Barack Obama de que espera chegar a um acordo antes do Natal para evitar o abismo fiscal, aumentos tributários automáticos e cortes de gastos que podem afetar a economia dos EUA. Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 1,15%, em Frankfurt, o DAX avançou 0,78% e em Paris o CAC 40 se valorizou 1,53%. ■ Os preços dos contratos futuros de petróleo encerraram ontem em alta em Nova York, com a aposta dos operadores na proximidade de uma definição sobre as negociações para se reduzir o déficit dos Estados Unidos — maior consumidor mundial de petróleo. O barril de WTI com entrega para janeiro subiu 1,58% e fechou a US$ 88,07 no New York Mercantile Exchange (Nymex). Os altos estoques de petróleo, a desaceleração do crescimento da demanda e a frágil economia global normalmente dariam à Opep razões para considerar cortes na oferta em sua reunião no próximo mês, especialmente quando alguns acreditam que podem estar produzindo mais do que o suficiente para atender a demanda. Mas, com os conflitos no Oriente Médio mantendo o preço do petróleo em três dígitos, os delegados da Opep dizem que o grupo de 12 membros deverá manter a meta de produção de 30 milhões de barris por dia (bpd), acordada há um ano. Eles também esperam que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo contenha as tensões recentes entre Irã e Arábica Saudita, uma vez que com sanções ocidentais contra Teerã os sauditas e aliados do Golfo Árabe, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, aumentaram suas produções. ■ AFP e Reuters EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S.A. ENERSUL CNPJ/MF nº 15.413.826/0001-50 - NIRE 54.300.000.566 Companhia aberta FATO RELEVANTE POSTERGAÇÃO DO PAGAMENTO DE SALDO DE DIVIDENDOS Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A. - ENERSUL (“Companhia”), na forma do que determina a regulamentação vigente, informa que o saldo devido dos dividendos declarados na Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 30 de abril do corrente ano, não será pago no presente exercício, em virtude de dificuldades financeiras da Companhia. O pagamento do referido valor ficará suspenso até que seja restabelecida a capacidade financeira da Companhia. Campo Grande, 28 de novembro de 2012 Jerson Kelman - Interventor Paulo Roberto Zibetti Jorge - Diretor Administrativo e Financeiro e de Relação com Investidores MOEDAS Via Varejo S.A. Disputa descola dólar do movimento global Pelo segundo dia consecutivo, moeda sobe com “ briga” entre comprados e vendidos O dólar encerrou o pregão com uma alta relativamente expressiva pelo segundo dia consecutivo, principalmente se considerarmos o engessamento vivido por esse mercado nos últimos meses. A moeda americana terminou a sessão de ontem com ganhos de 0,33%, a R$ 2,097 na venda. Na quarta, subiu 0,48%. O movimento do câmbio doméstico ficou na contramão dos pares internacionais — o Dollar Index recuou 0,16%. “A questão da Ptax gerou essa alta descolada do exterior", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB. A forte apreciação que chegou a ocorrer, quando o dólar subiu 0,90% a R$ 2,109, na máxima do dia, demonstra que os comprados devem estar com mais força nesta disputa. O bom humor que prevaleceu pela expectativa por acordo sobre o abismo fiscal americano, e também por dados fortes da economia dos EUA, favoreceu uma sessão com apetite por ativos de maior risco. O presidente americano, Barack Obama, afirmou na quartafeira que os cortes de gastos e o aumento de impostos poderiam ser evitados. E anunciou que o consenso entre republicanos e democratas poderia sair antes do esperado. Entre os indicadores, o PIB dos EUA acelerou para 2,7% no terceiro trimestre, contra 1,3% no período anterior. A estimativa, divulgada 26 de outubro, indicava alta de 2%. Além disso, no mercado imobiliário, as vendas de imóveis subiram 5,2%, contra projeção de avanço de 1%. ■ Lucas Bombana CNPJ/MF nº 33.041.260/0652-90 – NIRE 35.300.394.925 Edital de Convocação - Assembleia Geral Extraordinária Ficam convocados os senhores acionistas da Via Varejo S.A. (“Companhia”) a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária (“AGE”), a ser realizada no dia 13 de dezembro de 2012, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, localizada na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua João Pessoa, nº 83, Centro, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (a) Eleição de 3 (três) novos membros do Conselho de Administração da Companhia. Informações Gerais: Poderão participar da Assembleia os acionistas titulares de ações emitidas pela Companhia, por si, seus representantes legais ou procuradores, desde que referidas ações estejam escrituradas em seu nome junto à instituição financeira depositária responsável pelo serviço de ações escriturais da Companhia, conforme o que dispõe o artigo 126 da Lei nº 6.404/76. Os acionistas deverão apresentar-se com antecedência ao horário de início indicado no Edital de Convocação, portando comprovante atualizado da titularidade das ações de emissão da Companhia, expedido por instituição financeira prestadora dos serviços de ações escriturais e/ou agente de custódia no período de 72 (setenta e duas) horas antecedentes à realização da Assembleia, bem como os seguintes documentos: (i) Pessoas Físicas: documento de identificação com foto; (ii) Pessoas Jurídicas: cópia autenticada do último estatuto ou contrato social consolidado e da documentação societária outorgando poderes de representação (ata de eleição dos diretores e/ou procuração); bem como documento de identificação com foto do(s) representante(s) legal(is); (iii) Fundos de Investimento: cópia autenticada do último regulamento consolidado do fundo e do estatuto ou contrato social do seu administrador, além da documentação societária outorgando poderes de representação (ata de eleição dos diretores e/ou procuração); bem como documento de identificação com foto do(s) representante(s) legal(is). Aos acionistas que têm a intenção de se fazer representar por meio de mandatários na AGE ora convocada, requeremos o envio dos documentos hábeis que comprovem a qualidade de acionista da Companhia e os poderes de representação com 72 (setenta e duas) horas de antecedência da realização da AGE. Ressaltamos que, nos termos do artigo 9º do Estatuto Social da Companhia, os instrumentos de mandato deverão ser apresentados sempre em original. Os documentos deverão ser encaminhados ao Departamento Jurídico Societário da Companhia, na Rua João Pessoa, nº 83, mezanino, Centro, no Município de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, sob protocolo, até o dia 11 de dezembro, às 18h. De acordo com o artigo 141 da Lei das S.A., artigo 3º da Instrução Normativa CVM nº 165/91, conforme alterada, e com o artigo 4º da Instrução Normativa CVM nº 481/2009, é facultado aos acionistas representando, no mínimo, 5% (cinco por cento) do capital social da Companhia requerer, até 48 (quarenta e oito) horas antes da Assembleia Geral Extraordinária, a adoção do processo de voto múltiplo para a eleição dos membros do Conselho de Administração. Adicionalmente, os acionistas titulares de ações de emissão da Companhia com direito a voto representando, no mínimo, 15% (quinze por cento) do seu capital social terão direito de eleger 1 (um) membro do Conselho de Administração em votação em separado, excluindo o voto do acionista controlador da Companhia. Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social da Companhia, na página de relações de investidores da Companhia (www.globex.com.br/ri) e na página da Comissão de Valores Mobiliários CVM (www.cvm.gov.br), conforme artigos 124 e 135 da Lei nº 6.404/76 e Instrução CVM 481/09, cópia dos documentos correlatos referentes à matéria constante da presente Ordem do Dia. São Caetano do Sul, 27 de novembro de 2012. Michael Klein Presidente do Conselho de Administração 34 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Lucíola Villela/Ag. ODia FINANÇAS GAFISA Funcef aumenta fatia na empresa a 5,07% A Gafisa informou ontem o mercado que o seu acionista Fundação dos Economiários Federais (Funcef) adquiriu 454 mil ações ordinárias, atingindo participação relevante de 5,07% do total do capital social da companhia, totalizando 21.967.800 papéis. O investidor declara que o objetivo das participações societárias acima mencionadas é estritamente de investimento, e não de alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa. Randon Participações PN (RAPT4) (Fechamento em R$) 113 13,0 13,0 12,11 11,90 11,5 ,5 11,5 11,23 10,95 25,76 Suporte Stop 1010 10,0 9,00 8,58,5 5 Resistência e 1º Objetivo 7,077,0 31/JUL 2º Objetivo 3/SET 3/OUT 29/NOV Fontes: Igor Gramin hani , Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico UM lança plataforma de operação de alta frequência Corretora investiu US$ 1 milhão e espera duplicar participação de mercado em seis semanas A corretora de valores UM Investimentos anunciou ontem a inauguração de sua plataforma de operações de alta frequência, ou High Frequency Trading (HFT), que foi desenvolvida a partir de um investimento de cerca de US$ 1 milhão. Com o projeto, a expectativa da corretora é duplicar sua participação de mercado em ações e futuros em até seis semanas. “A UM já possui destaque no segmento de varejo e agora está preparada para atender as de- mandas de clientes com perfil sofisticado e automatizado que buscam corretoras comprometidas com altíssimos níveis de qualidade, disponibilidade e acessos de baixa latência”, afirma Gustavo Schahin, gerente da área Institucional. Há mais de um ano a corretora estava concentrada na contratação de profissional, formação de equipe especializada na área, além da aquisição de equipamentos de ponta e a instalação de links dedicados entre a BM& FBovespa e as plataformas de negociação em Nova York. Ainda de acordo com o executivo, o mercado de alta frequência, que atualmente movimenta de 10% a 15% do volume diário da BM& FBovespa, deve em breve aumentar significativamente a sua participação. “A UM Investimentos é uma das poucas corretoras de valores do Brasil a disponibilizar a plataforma de alta frequência. O fato de já contar com clientes operando neste mercado logo no lançamento do projeto demonstra a confiabilidade e credibilidade da empresa no mercado”, diz Schahin. Desde 1969 no mercado, a UM iniciou atividades no Rio de Janeiro e possui escritórios próprios na capital fluminense e em São Paulo. ■ Randon está próxima do ponto de compra A ação preferencial da Randon (RAPT4) - empresa com portfólio de produtos do segmento automotivo- que fechou o pregão de ontem negociado a R$ 11,23, estará em ponto de compra quando ultrapassar os R$ 11,30. "No momento que esse patamar for alcançado, o papel vai confirmar a tendência altista verificada no gráfico através da figura denominada harami de alta. Como o papel fechou o pregão de ontem com alta de 2,09%, a probabilidade de alcançar esse valor é grande”, explica Igor Graminhani, analista gráfico da corretora Win Trade. Confirmada a tendência de alta, a ação deve buscar a resistência , que também é o primeiro objetivo, de R$ 11,90. O segundo objetivo a ser perseguido pela RAPT4 será de R$ 12,11. A ação desenha uma trajetória positiva no ano, período no qual teve avanço de 34,49%. Somente no mês de novembro, os ganhos foram de 4,56%. "O papel vem respeitando desde julho uma Linha de Tendência de Alta (LTA)”, diz o analista. Caso o cenário positivo não se confirme, o suporte (patamar que, se perdido, indica para forte movimento de queda ) é de R$ 10,95. O stop (valor recomendado para o fim da operação) é de R$ 10,90. A Randon Implementos e Participações pretende investir R$ 2,5 bilhões entre 2012 e 2016, conforme aponta no seu plano de expansão divulgado em meados deste ano. Com isso, a companhia planeja ampliar a liderança no mercado brasileiro e também ampliar as margens operacionais. Priscilla Arroyo TELEFONIA MÓVEL Mudança de regras é neutra para ações da Vivo e da Oi, porém negativo para a Tim, diz corretora Ativa ANATEL DECIDIU QUE CHAMADAS SUCESSIVAS SERÃO TARIFADAS COMO CHAMADA ÚNICA OITAVA VERSÃO Os analistas da corretora Ativa consideraram neutro para as ações da Vivo e da Oi, porém negativo para a Tim, o fato de o Conselho Diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ter aprovado nesta semana uma alteração no Regulamento do Serviço Móvel para que as chamadas sucessivas feitas de celular para um mesmo número sejam consideradas uma única ligação para efeitos de tarifação. De acordo com as alterações, para serem consideradas sucessivas, as chamadas deverão ser refeitas no intervalo máximo de 120 segundos entre os mesmo números de origem e destino. A alteração tem como objetivo evitar que os usuários de telefonia móvel sofram prejuizos com quedas de ligações. Não haverá limites para a quantidade de ligações sucessivas realizadas, desde que estejam no intervalo de tempo de 120 segundos. “A Vivo e a Oi têm sistemas de tarifas que cobram por minuto, portanto terão suas receitas minimamente impactadas”, conclui a equipe da corretora. “Já a Tim será a mais afetada porque a maior parte de sua receita vem da telefonia móvel e uma fatia relevante dos seus planos é baseada na cobrança inicial com tempo ilimitado na duração”, pondera. EMISSÃO DE PAPÉIS Ações da Telefônica e WEG ingressam na Minerva espera captar nova carteira do índice de sustentabilidade R$ 495 milhões em oferta A BM&FBovespa anunciou ontem a oitava carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que vai vigorar de 7 de janeiro de 2013 a 3 de janeiro de 2014. A nova carteira reúne 51 ações de 37 companhias. Um total de 35 empresas foi mantido da versão anterior, enquanto Telefônica e Weg ingressaram na carteira, esta última trazendo para o ISE o setor de Máquinas e Equipamentos/Motores, Compressores. As ações da carteira representam 16 setores e somam R$ 1,07 trilhão em valor de mercado, o equivalente a 44,81% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&FBovespa, quando considerado o pregão de 26 de novembro. A carteira de 2012, por sua vez, era composta por 51 ações de 38 empresas e ficou com 50 ações de 37 companhias, com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Redecard em 27 de setembro. O valor de mercado do ISE era de R$ 1,02 trilhão. Da carteira atual, o número de empresas que autorizaram a abertura das respostas do questionário de seleção foi de 14, sendo que no ano passado, oito companhias de 38 liberaram a publicação. As 14 empresas são AES Eletropaulo, AES Tietê, Banco do Brasil, BicBanco, CCR, Cemig, Coelce, EDP, Eletrobras, Light, Natura, Sul América, Vale e Weg. O processo do ISE passou a contar, neste ano, com a auditoria da KPMG. Foram convidadas para participar da nova carteira 183 companhias que detinham as 200 ações mais líquidas da bolsa em dezembro de 2011. Destas, 45 se inscreveram para inclusão na carteira, cinco na qualidade de treineiras, buscando se preparar para os próximos anos. ■ A Minerva divulgou ontem ao mercado que realizou o registro de distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias de sua emissão, na qual espera captar R$ 495 milhões. No total, serão ofertadas, inicialmente, 37,5 milhões de ações ordinárias (que proporcionam participação no resultado econômico e direito a voto em assembleia), na oferta primária, e 7,5 milhões na secundária, ambas a um preço por ação de R$ 11,00. A quantidade de ações poderá ser acrescida em até 15%, ou em 5,625 milhões de papéis (ações suplementares), que serão destinadas a atender um eventual excesso de demanda que venha a ser constatado no decorrer da oferta. O prazo para a distribuição das ações será de seis meses, a contar a partir do dia 29 de novembro. O BTG Pactual é o coordenador líder da oferta, que tem ainda o HSBC Bank Brasil e o Morgan Stanley como coordenadores, e o Credit Suisse como agente estabilizador. A empresa atua na produção e comercialização de carne bovina, couro e exportação de boi vivo e derivados. ■ Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 35 ESTILO DE VIDA R$ 80 MIL É o preço médio para o novo Fusca, recém-lançado pela Volkswagen. O do Camaro, da Chevrolet, é um pouco mais salgado: cerca de R$ 200 mil. CONSUMIR Reviva os “bons tempos” com objetos retrô e vintage Geladeira, carro e moto atraem consumidores ávidos por produtos que aliam tecnologia com design antigo Murillo Constantino Priscila Dadona [email protected] Embora tenha nascido nos anos 1980, Luiz Felipe Angulo Filho, de 31 anos, sente nostalgia por décadas das quais nem viveu, como as de 1940 ou 1950. Apaixonado por objetos retrô, Angulo Filho acaba de comprar uma Vespa, que tem a cara da geração pós 2ª Guerra Mundial. Além da motocicleta, o gerente executivo chefe da fundação de um grande banco privado, tem um rádio antigo e uma torradeira que herdou do avô. Também diz apreciar filmes e músicas de muitos anos atrás. “Compreender o porque desta afinidade com esses objetos é difícil. Só sei que tenho certo saudosismo e, apesar de não ter vivido aquela época, tenho conhecimento do que ocorreu e me interesso pelo comportamento ou pelo padrão estético”, diz Angulo. Além do gosto, Angulo sente nos objetos de outra época uma válvula de escape. “Talvez de forma inconsciente este seja um jei- O PREÇO DA PAIXÃO Alguns produtos retrô FRIGOBAR BRASTEMP Primeiro minirrefrigerador do mercado a associar design e inovação. É um produto inspirado nos anos 1950 e 1960, voltado para um público que aprecia um estilo descolado e bem-humorado, sem abrir mão da alta tecnologia. Preço sugerido: R$ 999,00 WWW.brastemp.com.br to de viver uma época que não vivi, mas que admiro.” Com o mesmo entusiasmo, Maurício da Silva Ribeiro, de 40 anos, responsável pela área de marketing e comunicação de uma empresa de tecnologia, fala da sua recente aquisição retrô: uma minigeladeira Brastemp. “Orna mais com o ambiente. Frigobar tem cara de hotel”, afirma. A ideia de Ribeiro é decorar uma sala de TV com ela e contrastar o ambiente unindo antigo e moderno. Juntamente como o minirefrigerador farão parte da decoração do ambiente uma ultramoderna televisão 47 polegadas LED, um home theater de última geração, videogames e aparelhos de DVD e a geladeira retrô. “Esta mistura do moderno com o retrô tira a frieza do ambiente”, garante Ribeiro que comprou a geladeira na cor vermelha. Foi exatamente para contentar consumidores como Ribeiro que a Whirlpool, dona da Brastemp, lançou há cinco anos a mi- Com o pé lá atrás: além da Vespa, ícone da década de 50, Angulo gosta de filmes e músicas antigas nigeladeira em questão. Segundo Mario Fioretti, gerente-geral de design e inovação da Whirlpool Latin America, o que começou como uma brincadeira hoje se tornou um importante nicho de mercado para as empresas. “Há alguns anos colocamos o refrigeradorzinho em um evento e o sucesso foi espetacular. As pessoas gostaram e ele virou um produto de sucesso. Hoje tem uma relevância muito importante, pois além de ter sido o pioneiro na linha retrô da Brastemp é o nosso best seller”, afirma Fioretti. Depois do sucesso com o frigobar retrô, a empresa viu que havia espaço para outros produtos com o mesmo conceito. “Como as pessoas estavam consumindo, repetimos a dose e RADIO Esta é uma réplica perfeita do rádio Silverstone de 1949. Preço: R$ 90,00 http://www.benedixt.com.br/home.asp BATEDEIRA O Stand Mixer KitchenAid® é ícone de design. Com conexão para os diversos acessórios opcionais, ela moe, fatia, tritura, faz massas, sorvete etc. Preço: R$ 1.790,00 http://www.kitchenaid.com.br fizemos um refrigerador com design vintage e a resposta foi muito bacana, isso nos incentivou a seguir em frente e lançamos também o fogão”, garante o executivo. E, diferente dos eletrodomésticos da casa da vovó, a geladeira, o fogão e o frigobar da Brastemp aliam o design antigo como muita tecnologia. “Tudo o que o século 21 oferece”, afirma. Foi esta também a proposta que grandes montadoras de automóveis vira e mexe relançam ícones de épocas passadas. Neste ano, por exemplo, a Volkswagen do Brasil relançou o Fusca, símbolo de carro forte. Mas o novo Fusca só se parece com aquele modelo dos anos 70. Quando se abre o capô, o motor 2.0 litros turbo e 200 cavalos de potência deixa no chinelo aquele de 1.3 litro. Outra que entrou na onda foi a Chevrolet que trouxe ao Brasil em 2010 o novo Camaro, revivendo para muitos o sonho de ter um dos carros esportivos mais famosos do mundo. Lançado em 1966, o Camaro faz tanto sucesso que foi escolhido para ser um dos astros da série de filmes “Transformers”. Mas, todo este gosto tem um custo e, dependendo do produto, bem alto. Um Camaro amarelo, por exemplo custa cerca de R$ 200 mil e a minigeladeira, chega a valer R$ 1 mil. No entanto, muitos garantem que o custo vale a pena. “São objetos que trabalham o emocional e o design é o passaporte para esta emoção”, afirma Fioretti. ■ NOVO CAMARO A Chevrolet lançou o novo Camaro, que traz de volta o espírito dos Muscle Cars americano com um motor V8 de 420cv. O visual retrô do modelo lembra bastante o Camaro da década de 70, mas com bom acabamento e painel de linhas retas com iluminação com a tecnologia LED. Preço:R$ 199 mil www.chevrolet.com.br 36 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] PIB dos Estados Unidos surpreende e cresce 2,7% Pete Souza/White House Alta foi garantida pela formação de estoques para as vendas de fim de ano, mas há o temor de que o ritmo não se sustente Lucia Mutikani, Reuters Washington A economia norte-americana cresceu mais rápido do que o inicialmente estimado no terceiro trimestre, mas há a preocupação de que a dinâmica pode não se se sustentar, uma vez que o país prepara-se para grandes cortes em gastos do governo e aumentos tributários no começo do ano que vem, o chamado “abismo fiscal”. O anúncio da alta do PIB coincidiu com o encontro entre Obama e Mitt Romney, candidato republicano derrotado na eleição presidencial do dia 6 passado, que almoçaram, ontem, na Casa Branca. Um acordo parlamentar para evitar o “abismo fiscal” fez parte do cardápio. O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 2,7%, informou o Departamento do Comércio, à medida que a acumulação mais rápida de estoques e o crescimento das exportações compensaram gastos fracos do consumidor e a primeira queda em investimento empresarial em mais de um ano. O ritmo de crescimento foi muito mais rápido do que a taxa de 2,0% que o governo estimou no mês passado e o melhor des- de o quarto trimestre de 2011. Contudo, analistas temem que esse ganho possa ser perdido no quarto trimestre, diante dos temores sobre uma política austeridade, que resultaria no chamado “abismo fiscal” (aumento de impostos e corte de gastos públicos) em 2013. Legisladores e a administração Obama estão engajados em negociações para evitar o abismo fiscal, que pode sugar US$ 600 RECUPERAÇÃO Estoques garantem alta do PIB trimestral dos EUA, em % 6 4,1 4 2,7 2 0 -2 -4 -1,8 -6 -8 -10 -8,9 1º/08 3º/12 Fontes: Depto. Comércio EUA e Brasil Econômico bilhões da economia e levar o país para uma nova recessão. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB fosse elevado a 2,8%. Os estoques empresariais somaram 0,77 ponto percentual ao crescimento do PIB do terceiro trimestre. A estimativa preliminar para essa leitura havia sido de uma retração de 0,12 ponto percentual. Excluindo estoques, o PIB cresceu a uma taxa revisada de 1,9%, destacando demanda fraca. As vendas finais de bens e serviços produzidos nos Estados Unidos foram previamente estimados com um aumento de 2,1%. A produção no trimestre entre julho e setembro também foi revisada, para mostrar um déficit comercial menor, ao passo que o crescimento das exportações superou o aumento das importações. Mas a tendência nas exportações não deve ser sustentada dada a desaceleração da demanda global, especialmente na China e Europa. O comércio contribuiu com 0,14 ponto percentual ao crescimento do PIB, em vez de subtrair 0,18 ponto percentual como previamente reportado. Fora as exportações, outros detalhes do relatório foram fracos. Obama e Romney ontem na Casa Branca: “abismo fiscal” no cardápio Os gastos do consumidor, que são responsáveis por cerca de 70% da atividade econômica norte-americana, foram reduzidos para uma taxa de crescimento de 1,4% - a menor desde o segundo trimestre de 2011, e abaixo do ganho de 2% previamente reportado. Os gastos do consumidor subiram a uma taxa de 1,5% no segundo trimestre. Os gastos empresariais foram revisados para mostrar reduções muito mais profundas, derivadas dos temores de aperto da po- lítica fiscal no ano que vem. O investimento empresarial caiu para uma taxa revisada de 2,2%. Essa foi a primeira queda desde o primeiro trimestre de 2011. Parte da queda dos investimentos empresariais, que tem sido uma fonte de fortalecimento para a economia, teve origem em equipamentos e software, nos quais os gastos foram os menores desde o segundo trimestre de 2009. O crescimento do investimento imobiliário teve ligeira redução para 14,2% ante 14,4%. ■ Hazrat Ali Bacha/Reuters DE VOLTA À ESCOLA Recuperada,amenina paquistanesaKarinat Riaz estádevoltaà escolaemMingora, novaledeSwat,no Paquistão.Elaeuma colegaforamferidas portirosdeum esquadrãodeataque doTalibãquetentava matarsuacolega, MalalaYousufzai, defensorada educaçãopara meninas.Malalafoi gravementeferidae estáserecupeando emumhospital britânico. Reuters Obama apela para o Twitter contra o “abismo fiscal” População é chamada a dizer o que é possível fazer com US$ 2 mil, que pagará a mais de IR O presidente dos EUA, Barack Obama, abriu na quarta-feira no Twitter uma nova frente na batalha entre democratas e republicanos a respeito da melhor forma de evitar o “abismo fiscal” no fim do ano, lançando uma campanha na rede social pedindo aos usuários do Twitter que incluam a “hashtag” “#my2k” em mensagens dizendo o que é possível fazer com US$ 2.000. Essa é aproximadamente a quantia que uma família de quatro pessoas de classe média precisará pagar a mais em imposto de renda caso o Congresso não chegue a acordo para evitar o fim dos benefícios tributários que vigoram há dez anos. A conjunção disso com cortes de gastos públicos também previstos para o final deste ano pode retirar cerca de US$ 600 bilhões da economia americana. O Twitter, com suas velozes mensagens de 140 caracteres, é uma forma testada e aprovada de falar com a população. “Hashta- gs” são etiquetas do assunto da mensagem, que permitem buscas específicas. O governo espera que, em grande volume, esses tuítes pressionem o Congresso a buscar um acordo. Obama e o restante do seu Partido Democrata se opõem a cortes significativos em programas sociais, e querem aumentar impostos dos americanos mais ricos, poupando a classe média. Já a oposição republicana quer cortes profundos nos gastos públicos, sem nenhum aumento tributário. ■ Alina Selyukh, Reuters Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 37 Yuri Cortez/AFP VIOLÊNCIA COMO HERANÇA Novo presidente mexicano toma posse amanhã Enrique Peña Nieto assumirá a presidência de um país que apresenta uma boa saúde econômica, mas que enfrenta uma onda de violência sem precedentes. Espera-se que este advogado de 46 anos, com porte de galã de televisão conhecido por sua eficiência na administração governamental, cumpra sua promessa de solucionar a crise de segurança vivida pelo país. Desde 2006, a taxa de homicídios quase triplicou, passando de nove para 24 em cada 100.000 habitantes. AFP Fabrizio Bensch/Reuters OCDE sugere que Espanha precisa ser socorrida FMI só aprova acordo após a recompra de bônus gregos Fundo vai aguardar resultado da operação do governo da Grécia na próxima semana O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera avaliar o êxito da complexa operação de recompra de dívida grega antes de aprovar o acordo entre o país e seus credores alcançado na terça-feira em Bruxelas, informou o porta-voz da instituição. “Em função da implementação e êxito do programa de recompra da dívida, estaremos em posição de recomendar ao Conselho de Administração a aprovação do acordo alcançado com a União Europeia sobre a Grécia”, disse o porta-voz Gerry Rice em uma coletiva de imprensa em Washington. Este acordo, que deve permitir a redução da dívida grega a 124% do PIB para 2020, prevê uma operação de recompra por parte da Grécia de uma parte de sua dívida, cujos primeiros resultados devem ser conhecidos dia 13 de dezembro. “Estamos felizes pelo acordo, mas seu êxito depende agora de que a Grécia e seus sócios europeus respeitem seus compromissos”, disse Gerry Rice. Segundo Rice, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, poderá enviar o pacto ao Conselho de Administração do organismo “uma vez que haja progressos (...) em particular sobre a implementação do programa de recompra da dívida”. A Grécia anunciou que lançará no início da próxima semana a recompra de sua dívida, mas afirmou que os credores do país previram “um plano B” caso a operação fracasse. O governo grego contratou o Deutsche Bank e o Morgan Stanley para conduzir a recompra de sua dívida. Contudo, analis-tas levantaram questões sobre se a medida atrairia interesse suficiente dos detentores de bônus para realizar a economia prometida e como ela seria financiada. “Neste momento, nós pretendemos que a recompra seja voluntária”, disse uma autoridade financeira. “Esperamos que no começo da semana que vem, se possível na segundafeira, a Agência Pública de Administração de Dívida publique o convite para a recompra”, acrescentou. ■ Relatório prevê que desemprego continuará elevado e recomenda que União Europeia ajude o país Desocupado pede ajuda em Berlim: desemprego estável em 6,9% Desemprego sobe menos que o previsto na Alemanha O desemprego na Alemanha subiu pelo oitavo mês seguido em novembro, sugerindo que a demanda doméstica pode não conseguir compensar o enfraquecimento das exportações e impulsionar o crescimento do país. O aumento foi, no entanto, menor do que o esperado e a taxa continua perto do menor nível desde a reunificação da Alemanha há mais de duas décadas. O desemprego tem aumentado de forma estável, e subiu em 5 mil em novembro, em números ajustados sazonalmente, para 2,939 milhões, com a taxa estável em 6,9%. Especialistas esperavam que o robusto mercado de trabalho alemão continuasse alimentando o consumo privado e, portanto, guiando o crescimento no país. Mas sinais de fraqueza estão aumentando. Grandes empresas alemãs como Metro, a quarta maior varejista do mundo, Lufthansa e Deutsche Bank estão cortando milhares de empregos. Sarah Marsh, Reuters Gonzalo Fuentes/Reuters O CACIQUE NO PALÁCIO DO ELISEU Opresidente francês, FrançoisHollande, recebeu ontem noPaláciodo Eliseuo líderindígena brasileiro Raoni Metuktire, que estava acompanhado porGert-PeterBruch, presidente daassociação“Planète Amazone”,eporNicolas Hulot,presidente daFundaçãopela Natureza epelo Homem.Opresidente francês elogiou a“trajetória pessoaleocorajoso compromissoemfavorda preservaçãodomeio ambiente”de Raoni. O cacique, de 82anos,viaja pelaEuropa como parte deuma campanha de sensibilizaçãoparaa preservaçãodaflorestaamazônica ede respeito às populaçõesque vivemnaregião.Eletambém visitaráAlemanha, SuíçaeHolandana campanha “Emergência Amazônia”. Segundo Hulot,o impacto dosprojetos agrícolas ede mineração franceses na florestaamazônicafoi evocado na reunião noEliseu, assimcomo arepresa de Belo Monte,noXingu. Raonise opõeaeste projeto,que temaparticipação dogrupo francês Alstom. AFP A Espanha deve continuar suas reformas para lutar contra a taxa de desemprego recorde e as perspectivas de uma retomada de crescimento imediata de sua economia são escassas, diz um relatório da OCDE, cujo secretário-geral pediu à Europa para que apoie o país caso este solicite um resgate. Ángel Gurría elogiou o esforço realizado pelo país e pediu para que seus sócios europeus o apoiassem de maneira “inequívoca” caso seja solicitada “ajuda à União Europeia (UE)”, durante entrevista em Madri conjunta com o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos. De acordo com a OCDE, desemprego na Espanha chegará a 26,9% em 2013 Para a OCDE, o país, enfraquecido desde do estouro da bolha imobiliária em 2008, continuará em recessão em 2012, com recuo no PIB de 1,3%. O principal problema continua sendo a enorme taxa de desemprego, que superou no terceiro trimestre à marca histórica de 25%, com 25,02% da população ativa a procura de emprego (taxa que chega a mais de 52% entre os jovens de 16-24 anos). De acordo com a OCDE, o país continuará até 2013 a apresentar uma das taxas de desemprego mais elevadas do mundo industrializado, chegando a 26,9% no próximo ano. Para o governo espanhol, a taxa de desemprego será de 24,6% no fim de 2012 e de 23,3% em 2013. A OCDE qualifica como “progresso significativo” a reforma da legislação trabalhista adotada no começo do ano, que reduz consideravelmente as indenizações e instaura um novo contrato com duração indeterminada (CDI) com período de teste de um ano. “Se a reforma não for eficaz, outras medidas poderão ser tomadas para diminuir a dualidade do mercado de trabalho (entre um CDI muito protetor de um lado e contratos precários do outro) em direção ao contrato único”, recomendou. ■ AFP 38 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Donna Carson/Reuters MUNDO BUSH PAI Ex-presidente americano é hospitalizado O ex-presidente George H.W. Bush pai do também ex-presidente George W. Bush, está internado num hospital de Houston devido a complicações decorrentes de uma bronquite. Os médicos informaram que sua situação é estável. Ele foi internado na sexta-feira da semana passada, disse o porta-voz da família, Jim McGrath, ao canal Fox News, acrescentando que “ele ainda tem uma tosse persistente”. Segundo o porta-voz, havia temores de que Bush desenvolvesse uma pneumonia, o que não ocorreu. Reuters Chip East/Reuters Combate aumenta na periferia de Damasco CERTIDÃO DE NASCIMENTO Rebeldes conseguem fechar a estrada para o aeroporto, forçando, inclusive, à suspensão de voos da Emirates, de Dubai Oliver Holmes, Reuters Beirute Rebeldes sírios enfrentaram, ontem, as forças leais ao presidente Bashar al-Assad perto de Damasco, forçando o fechamento da principal estrada para o aeroporto. A companhia aérea Emirates, de Dubai, suspendeu voos para a capital síria. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), sediado na Grã-Bretanha, disse que o combate ao longo da estrada que segue para o aeroporto, a sudeste de Damasco, estava mais pesado nessa área que em qualquer outra época do levante de 20 meses contra Assad. “Cerca de 20 minutos atrás, houve combates pesados em todas as áreas ao longo da estrada”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdelrahman à Reuters por telefone. Ele disse que os confrontos foram particularmente intensos em Babbila, um subúrbio ao sul. Moradores disseram que as conexões de Internet na capital caíram no início da tarde e as linhas telefônicas móveis e fixas só funcionavam de forma intermitente, no que eles disseram ser a pior interrupção de comunicação desde que o conflito eclodiu no ano passado. A Emirates informou que estava suspendendo os voos diários para Damasco “até nova ordem”, mas outras companhias Sana/Reuters Homem ferido em Damasco, onde os combates se intensificam aéreas continuaram as operações. Em outra parte da capital, aviões de guerra bombardearam Kafr Souseh e Daraya, dois bairros que rodeiam o centro da cidade onde os rebeldes conseguiram se esconder e emboscar unidades do Exército, relataram ativistas da oposição. As últimas duas semanas foram de ganhos militares dos rebeldes, que invadiram e tomaram bases militares em toda a Síria, expondo a perda de controle de Assad em regiões do norte e do leste, apesar do poder aéreo devastador que ele tem usado para bombardear redutos da oposição. Um oficial sênior da União Europeia disse que Assad parecia estar se preparando para um confronto militar nos arredores de Damasco, possivelmente, isolando a cidade com uma rede de postos de controle. “Os rebeldes estão ganhando terreno, mas ainda é bastante lento. Nós ainda não estamos testemunhando os últimos dias”, disse o oficial sob condição de anonimato. No norte do país, unidades rebeldes lançaram uma ofensiva para tomar uma base militar perto da estrada principal nortesul, que lhes permitiria bloquear os movimentos de tropas e cortar a principal rota de fornecimento de Assad para Aleppo, a maior cidade da Síria. Assad está lutando contra uma insurgência que emergiu de protestos pacíficos há 20 meses e se intensificou, após uma repressão, para uma guerra civil em que 40.000 pessoas foram mortas. ■ A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovou , ontem, por maioria esmagadora uma resolução para promover a condição da Autoridade Palestina de “entidade” para “Estado não-membro” observador da ONU, reconhecendo implicitamente um Estado palestino. A resolução recebeu 138 votos a favor, 9 contra e teve 41 abstenções. Discursando antes da votação, opresidente palestino, Mahmoud Abbas, destacouqueo reconhecimento daONU éaúltima oportunidade de pazcomIsrael. Abbasfoi aplaudido de péno início enofinal de seu discursode 22 minutos na Assembleia Geral. O presidente palestinodisse queplaneja dar“novavida” aos esforçospara obterum acordo com Israel,masqueos membrosdaONU devem assinar “a certidãode nascimento doEstado palestino”. Estados Unidos e Israel rejeitaram frontalmente a proposta. O embaixador de Israel junto à ONU, Ron Prosor, qualificou o projeto de “tão unilateral que não promove a paz, e sim a faz retroceder”. O embaixador sudanês Daffa-Alla Elhag Ali Osman, que abriu os debates, disse que se tratava de “um dia histórico”. Agências China é acusada de destruir as florestas tropicais Maior comprador de madeira do globo, país é responsabilizado pelo desmatamento na África A China é o primeiro importador, exportador e consumidor de madeira do mundo e o maior responsável pelo esgotamento das florestas tropicais, denunciou uma ONG britânica em relatório publicado em Pequim. Segundo a Agência de Pesqui- sa Ambiental (EIA), com sede em Londres, enquanto na década passada Estados Unidos e União Europeia tomaram medidas contra o desmatamento ilegal, a China tem comprado um volume crescente de madeira de origem duvidosa. Fazendo-se passar por compradores de cortiça e filmando com câmera oculta, os cientistas sondaram a fundo o mercado do cor- te ilegal. Assim, demonstraram como as poderosas estatais chinesas dispõem de filiais implantadas em países como Moçambique e Mianmar, onde corrompem autoridades do mais alto nível. “Entre 80% e 90% das árvores cortadas em Moçambique acabam na China”, explicou em entrevista coletiva Julian Newman, encarregado da EIA. Segundo ele, desse volume, 44% são im- portados por empresas públicas chinesas. A ONG destaca que a demanda interna é o principal fator de alta das importações de madeira, que triplicaram desde 2000. As zonas de corte ilegal, enquanto isso, estão se deslocando para regiões do planeta mais flexíveis à prática. A Indonésia, com as florestas tropicais mais importantes do planeta depois do Brasil e da bacia do Congo, foi durante muito tempo o “mau aluno”, sacrificando suas matas para responder ao apetite insaciável da China. Mas desde 2005, Jacarta decidiu endurecer sua legislação. Por isso, as empresas chinesas têm tentado a sorte em outros países, sobretudo africanos (Madagascar, Serra Leoa, Tanzânia, Gabão, Guiné Equatorial e República Democrática do Congo). ■ AFP Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico 39 PONTO DE VISTA Presídio em Guantánamo pode ser fechado Um relatório elaborado por autoridades dos Estados Unidos indica que o Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba, pode ser desativado e os 166 presos transferidos para presídios americanos. A possibilidade foi divulgada pela presidente do Comitê de Informações do Senado, Dianne Feinstein. “O relatório demonstra que, se houver vontade política, podemos, finalmente, encerrar a prisão de Guantánamo, sem colocar em risco a segurança nacional”, disse a senadora democrata. ABr IDEIAS/DEBATES [email protected] GUILHERME ABDALLA LUIZ VALLE Advogado, mestre em filosofia e teoria geral do direito pela Universidade de São Paulo Administrador de empresas, presidente da Cavalho Marinho criação e beneficiamento de frutos do mar Festa brasileira na cidade francesa de Rouen Pescado nacional: navegar (juntos!) é preciso Em 1550, armadores e comerciantes de Rouen, na França, prepararam uma impressionante recepção para conquistar os favores do rei Henrique II e da rainha Catarina de Médici. Na esperança de convencer os monarcas a investir mais nas expedições ao Brasil, montaram um verdadeiro quadro vivo das terras brasileiras às margens do rio Sena. Para deleite dos espectadores, havia árvores enfeitadas com flores e frutos trazidos do Brasil. Ocas foram construídas com matéria-prima brasileira. Trezentos homens e mulheres andavam desnudos (ao menos 50 genuínos tupinambás especialmente trazidos para a comemoração, afora numerosas prostitutas francesas contratadas a dedo). Micos, saguis e papagaios davam o tom, enquanto os personagens caçavam, pescavam ou namoravam nas redes. O clímax do show foi a simulação do ataque da aldeia tupinambá por um bando de Tabajara, episódio comum nas sociedades tribais. Tratava-se de um fiel retrato do “bom selvagem” descrito por Rousseau séculos depois — pouco antes da Revolução Francesa — isto é, uma luxuosa representação da bondade natural do homem e de sua corrupção pela civilização. Além dos reis franceses, estavam na plateia também duques, condes, barões e bispos, bem como reis, embaixadores e representantes de diversos países. Todos assombrados e boquiabertos pela magnificência da representação da vida nos trópicos. Certamente o primeiro grande espetáculo brasileiro na Europa. O setor de produção de pescados no Brasil está mudando. Mudando rapidamente. Aconteceu com a produção de carne bovina e de frango. De cadeias desestruturadas, produção informal, elevados custos operacionais, baixa produtividade e dificuldade para atender ao mercado interno, há algumas décadas nossos produtores de carne e frango adotaram sistemas de produção em escala e tecnologias modernas, formalizaram e estruturaram o setor e alçaram o topo do ranking dos exportadores mundiais. A produção de peixe agora toma o mesmo rumo. Para isso, foi fundamental que o governo brasileiro tivesse percebido o grande potencial econômico da atividade e passasse a desenvolver um plano nacional de aquicultura e pesca, enfim em curso. Sem esforços comuns, privados e públicos, não é possível fazer agronegócio — não importa se produzindo soja, milho ou cana, se peixes e frutos do mar. Governos que tiveram essa compreensão saíram na frente. A aquicultura no Chile é exemplo disso. Quando se trata do nosso país, para que a produção de peixe dê o salto necessário ao atendimento da demanda interna e equilibre a balança comercial, cabem papéis importantíssimos a dois ministérios em especial: o da Pesca e Aquicultura (MPA) e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em nome do “interesse do país” ou mesmo em nome de sua ordem e progresso, pareceres técnicos foram aparentemente simulados Os tempos mudaram e nós, brasileiros, aparentemente não: nossa capacidade de levar o outro lado do Atlântico a engasgos de surpresa permanece a mesma. Nesta semana, foram deflagradas novas operações policiais envolvendo — seja lá qual o nome jurídico que se dê — o abuso de funções ou cargos públicos em benefício de interesses particulares. Em nome do “interesse do país” ou mesmo em nome de sua ordem e progresso, pareceres técnicos foram aparentemente simulados e favores pessoais foram considerados. Surpreendeu-me o número de países visitados por uma das investigadas e sua necessidade de cortar filas aeroportuárias carregando concorrido passaporte diplomático. Rodou o mundo em nome do Brasil, inclusive França, onde 500 anos antes já perambulávamos por meio de toscas canoas indígenas no cenário arquitetado. As explicações, como sempre, virão atrasadas, em partes, muitas vezes abafadas ou incoerentes. Uns dirão que os atos praticados são da essência da democracia tropicalizada, não somente enquanto método fundador de normas e da ordem jurídica, mas como modo de ser, de existir, de pensar. Outros evocarão a razão institucional como fundamento de seu agir e muitos outros ainda declararão simplesmente o total desconhecimento dos fatos. Nada de novo sob o Sol. Seja como for, nossa peculiar maneira de viver será, uma vez mais, objeto de um divertido passatempo aos espectadores europeus. Somos ainda uma aldeia desnuda aos olhos da civilização desenvolvida, mas com passaporte diplomático. ■ Não é mais absurdo esperar que processadores se mostrem voluntariamente estimulados a implementar as normas de qualidade em vigor As expectativas de aquicultores e pescadores tendem a se voltar prioritariamente para o MPA, quando, na verdade, também ao MAPA cabe papel vital nesse processo, responsável que é pela garantia de sanidade do pescado nacional. Uma função que urge ser desempenhada de maneira moderna: integrando e cooperando com as indústrias processadoras. Não há mais espaço para o velho Brasil, onde governo e produtores digladiavam entre si. Há alguns anos, o que se via ainda era, de um lado, produtores em desacordo com as boas práticas de fabricação, agarrados à informalidade, resistindo à necessária mudança de cultura e de procedimentos; de outro, fiscais do Ministério da Agricultura, endurecidos pela desgastante rotina de flagrar e punir inconformidades, relegando a segundo plano o importante papel de orientar, cooperar e apoiar os que produzem. O país mudou. O setor mudou. O ministério vem mudando e avançando também. As velhas práticas já podem ser enterradas. Não é mais utopia desejar que fiscais vibrem e comemorem os acertos e as vitórias de quem produz corretamente. Não é mais absurdo esperar que processadores se mostrem voluntariamente estimulados a implementar as normas de qualidade em vigor e passem a associar a figura dos fiscais à de cooperadores, facilitadores, orientadores interessados em que as coisas funcionem bem e as empresas progridam. Cabe a nós, que atuamos no nível estratégico tanto do setor produtivo quanto do Ministério da Agricultura, trabalhar em favor dessa mudança de cultura, desse processo de aproximação, de humanização, amadurecimento e respeito mútuos. O peixe do Brasil só será suficientemente bom, competitivo, capaz de atender à demanda interna, de substituir as importações e de ser exportado se o setor privado e o governo compreenderem que navegar (juntos!) é preciso. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor Executivo Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto Octávio Costa Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 40 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, 2012 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Antonio Scorza/AFP PONTO FINAL FLORESTA EM CHAMAS RICARDO GALUPPO — Publisher [email protected] O jornalista que só explicava aquilo que entendia Fogo queima cerca de 500 mil hectares da Floresta Nacional do Tapajós, que fica entre Santarém e Cuiabá, na região amazônica do Brasil. Junto com o desmatamento para pastagens, o baixo nível de umidade no ar está entre os principais fatores causadores de incêndios na floresta amazônica. O número de queimadas, entretanto, vem diminuindo nos últimos anos, provocando queda na taxa de desmatamento na região. Desmatamento em baixa no país Apesar dos altos índices anuais, a taxa de desmatamento da Floresta Amazônica tem diminuído desde o início da década passada. Em 2003, foram desmatados 25,4 mil quilômetros quadrados na região, taxa que no ano passado baixou para “apenas” 6,4 mil quilômetros quadrados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Até 2020, a meta do governo brasileiro é chegar a 3,9 mil quilômetros quadrados. ■ PULMÃO DO MUNDO Taxa de desmatamento da Floresta Amazônica tem diminuído nos últimos anos ANO 2003 2005 2007 2009 2011 2020 7,4 6,4 3,9* 11,6 REDUÇÃO (EM KM2) 25,4 19,0 * Meta do governo brasileiro Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Vista pelo conjunto, a obra do jornalista deu críticas e desconfiança. Poucos se reJoelmir Beting se destaca por um feito cordam hoje em dia que, nos meses seespecial. Com ela, caiu por terra o mito guintes à decretação do Plano Real, quande que a cobertura de assuntos econômido muitos de seus colegas se armavam de cos se faz com palavras empoladas e jarargumentos para apostar no fracasso das gões inacessíveis. Joelmir falava de ecomedidas de combate à inflação, Joelmir nomia com a simplicidade de quem fala afirmava com todas as letras que, daquede futebol — assim como, no início da la vez, não tinha como dar errado. Tanto carreira, falava de futebol com a seriedabateu na tecla do sucesso que, na época, de de quem fala de economia. No seu o chefe do MST João Pedro Stedile chetexto e em sua voz, o mais hermético gou a afirmar que o salário de Joelmir não dos temas ganhava clareza sem perder a deveria ser pago pelas empresas de comuessência. Os números citados em seus nicação que o empregavam, mas pelo pretextos eram precisos e sempre usados pasidente Fernando Henrique Cardoso. Não ra esclarecer — sem jamais apelar para o foi preciso muito tempo para ver qual dos recurso de esconder eventuais deficiêndois estava errado. Embora admirasse cias de raciocínio por FHC (de quem foi alutrás daquelas casas no na Faculdade de FiNum país onde centesimais que serlosofia da USP), Joelmuitos acreditam vem apenas para conmir não acreditava no fundir o leitor. Como Real por afinidade poque só é boa ele conseguia? Simlítica. Mas, ao contráa imprensa que ples: “Você só conserio disso, por total e bate e denuncia, gue explicar aquilo absoluta isenção de que entendeu”, dianálise. Joelmir Beting zia. Além de todas as O caminho que ele tinha a coragem informações que lepercorreu para chede elogiar gou aos leitores em gar onde chegou desquase 60 anos de jorcreve, de certa forma, nalismo, o mestre foi responsável por as transformações pelas quais o Brasil outro feito extraordinário: o de provar, passou ao longo de sua vida. Joelmir foi com sua postura sempre elegante, que boia-fria nas lavouras vizinhas a Tambaú jornalista, para ser bom, não precisa ser (a cidade do interior de São Paulo onde carrancudo nem irritadiço. Joelmir era nasceu há 75 anos) até se transferir para bem-humorado e dono de uma ironia reSão Paulo, com 16 anos. Quem insistiu finada. Um talento raro. para que ele se mudasse foi seu amigo, o Sem cometer o pecado da ingenuidapadre Donizete — cujas missas Joelmir de (mortal para qualquer profissional da ajudou como coroinha. Joelmir era testeimprensa), Joelmir tinha a rara coragem munha no processo de beatificação do Pade elogiar o que merecia elogios — e essa dre Donizete que corre no Vaticano. Joelpostura, num país em que, para muitos, mir acreditava no jornalismo e, com sua imprensa boa é a imprensa que bate e decrença, ajudou a melhorar a qualidade nuncia, em alguns momentos lhe rendo jornalismo brasileiro. Fará falta. ■ PODER ECONÔMICO Ariana Lindquist/Bloomberg >>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico Como o “furacão Rose” ajuda A Operação Porto Seguro, como se sabe, atingiu em cheio o cronograma de divulgação de medidas de modernização do sistema portuário. Mas há males que vêm para o bem. O empresariado mantém a expectativa de que Dilma Rousseff possa aproveitar o furacão Rose para dar um rumo certo ao navio à deriva que é o setor. Além da boa notícia de que o pacote poderia contemplar o transporte de cargas por ferrovia, outra medida agradaria os investidores. Willen Mantelli, diretor presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), diz que para ter maior eficácia as medidas precisam tratar primeiramente de modernizar a administração dos portos. Segundo ele, as regras deveriam incluir a possibilidade do estabelecimento de parcerias público-privadas (PPPs) que permitissem entregar a administração a empresas que cuidassem do gerenciamento junto com o governo. Na avaliação de Mantelli, hoje as administrações estão a cargo de docas e de autarquias estaduais, que seriam moeda de troca para apoio político, o que prejudica a qualidade da administração. ■ ➤ ● Celso Grisi, economista e diretor do Instituto Fractal de Análises Econômicas, afirma que é preciso haver formas de integrar portos e retroportos, nome que se dá a atividades de apoio, como acondicionamento das mercadorias que chegam para embarque. JORGE FELIX [email protected] ➤ ● ➤ ● Outra medida satisfatória seria definir regras para aposentadoria de trabalhadores avulsos, importantes ao funcionamento dos portos. De acordo com Mantelli, cerca de 40% da mão de obra atual precisa ser aposentada e o pacote do governo deveria contar com regras para que isso fosse feito. “Também precisamos treinar muita gente para ocupar outras funções”, diz. www.brasileconomico.com.br Para André Zanin, diretor executivo da Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar), um dos pontos principais são os gargalos burocráticos. Atualmente as autorizações para operações portuárias passam por dez ministérios. Na opinião de Zanin, é preciso haver um colegiado que permita liberações em um único local. Detalhe: em 24 horas. ➤ ● Obrigado, mestre Joelmir.