Quando
proprio
se fala da identidade
estatuto,o
a conseq6ente
que abarca
formalizacao
que ele ocupa enquanto
de ideologia.
pratica
entre sujeito
(ele da visibilidade
liticos etc.), de objetos
figuras de destinadores
trola os sujeitos)
cidadao
remete-se
0
ao seu
figurativo,
espaco
com
simbolico
social que e, lugar de producao
simbOlico
que permite
e objeto.
assiste-se
a construcao
a determinados
(a informacao
atores
po-
dita),
das
propriamente
(aopiniao pUblica,porexemplo,
e de destinatarios
de su-
sociais,
que con
leitor especifico,
(0
0
em geral).
Ha no bojo da relacao
de, um contrato
0
gar em determinadas
to e bem notorio
blico-leitor
questoes
aqueleL
de opiniao.
crises
em que
0
Ispu-
a seu ver, mais abaliz~
com
de que se servem os editorialistas
0
leitor,
lar em seu nome. ~ bem verdade
0
entre
de jul-
chega a ser forj ado por meio de certos
como aqueles
tar a nacao,
a faculdade
como profissional
das mais variadas
espera um pronunciamento,
em unissono
uma certa cumplicida-
um acordo quase tacito
leitor delega
diante
do. Esse espelhamento
pedientes,
jornal-leitor
de credibilidade,
ambos, uma vez que
falarem
e
este carater
De fato, no veiculo-dornal
jeitos
do jornal,
seu componente
no discurso,
~ exatamente
a identificacao
0
atribuindo-se
que
0
0
seq trabalho
ex
.ao
direito de fa
eo de auscul
povo, a opiniao .pUblica. Mas dai a fechar-lhe
0
cerco, enclausurando-o
nas tramas de seu proprio
raciocinio e
jUlgamento e que se confunde 0 "naIl" do jornal, enquanto inst.!.
tuicao
com interesses
especificos,
e
0
"naIl" de amplitude,
so dos leitores diferenciados que pretende atingir,
pulacao em geral, de que se faz interprete.
Estabelece-se,
assim, uma zona de intersubjetividade,
que nao se pode determinar
parte nos acontecimentos
exatamente
relevantes
riais, que reacoes desencadearam
muitas diretrizes,
terminantes?
0
alcance
e em que decisoes
importantes
em
de cada um.Que
do pais tiveram
concretamentena
nao
mas da po-
os edito-
consequcao
de
foram eles de
233
Alem do leitor
seus variados
ferenciado,
cabando
institucional,
orgaos,
que
0
0
jornal tem seuleitor
de poder e de prestigio.
Ao proceder
assim,
A possibilid.ade de comunicacao
realizando-se
ladas. 0 distanciamento
jornal veicula es
"pel>I>oat" com
0
leitor
sob limites econdicoes
se da na busca de criacao
OS jornalistas
xar a emocao
0
~
ilusao
ideologia.
dad e., em nome da qual se veem contidas
afetivas.
de
e di-
pelas palavras,
por sua voz de autoridade,a
e, com eles, a sua propria
ve assim filtrada,
atraves
especifico
Ie e que nele se reconhece
por transmitir-lhe,
tereotipos
governamental,
as reacoes
sac individuos
se
contr£
de objetiviemocionais
e
a quem se pede para de!
em casa.
No livro 0 papel do jomal,
Alberto
macoes
da rotina do periodismo.
extraidas
Dines
em sua quarta
da e atualizada,
acrescentou
edicao
aurnenta-
urn apendiceoom
afiE
Diz ele tratar-se
da
"6itol>06ia del>titada de uma p406il>I>io que vive aOl> a44aneOl> e
I>e inte440mpe a eada inl>tante". Nurna delas, le-se 0 seguinte:
"ve4i6ique I>e a opiniio de I>ua muthe4 nio I>e inl>e4iu na I>ua m~
te4ia ou atitude de I>eu j04nat. 0 teit04-pad4io-imagina4io
nio
da opiniio, ete e apenal> um atvo pa4a
quat I>e del>tina
p40-
°
eel>I> 0"
Na ansia de objetividade,
0
de e por meio desse ocultamento
de fato, produz
artificios
esse efeito.
que funcionam
xos explicitos
efeitos
detalhes.
Mobiliza,
a
se esco~
transparenciae,
serie de
de objetividade:
das ideias, modalizadores
ne-
de cert~
por meio decifras,
efeito de real se tem com a aderencia
aos objetos
noma, como se nao emanassem
ra, que assim se distancia
se apaga,
para tanto,uma
de referencialidade
0 mesmo
dos caracterizadores
enunciador
pensa chegar
como operadores
naordenacao
za e de duvida,
datas,
°
•
a que se ligam de forma auto-
de seu enunciador,
fonte avaliado-
de seus pronunciamentos
trategia discursiva. Na realidade,
toda fonte avaliadora.
por urn~~s-
e do seu "toeul>" que provem
Em estudo que fiz do uso da adjetivacao no espaco subjet!
vo do jornal, que eo do editorial, como vozoficial
do orgao,
mais da metade
do levantamento
feito constitui-se
de adjetivos
aXiologicos, cuja fonte avaliadora se prende ao enunciador, no
caso coletivo. A seguir, vieram os que, embora nao sendo basicamente
axiologicos,
investiram-se
de valor no texto pelas re-
234
lacoes estabelecidas
textualmente~
as que sao duplamente
gamento
subjetivos,
do enunciador,
sistindo
porque
mas tambem,
num caso hibrido
Nao fosse de carater
Por ultimo, em menor nUmero,
a que chamamos
denotativo
no editorial,
esta modalidade
do discurso
ca e produziria
a efeito oposto
jornalistico
afetivas,co~
esmagadora
de valor puramente
da adjet!
referencial,
poderia
e
se tornar op~
do desejado.
Ao efeito de distanciamento
proprio.
nao so a ju!
afetivo-axiologicos.
a maioria
vacao presente
lho de adesao,
envolvem
as suas reacoes
produzido,
em que a enunciador
~ nesse jogo dialetico
junta-se
se expoe,
a traba-
desvendando
de ocultamento
a si
/ desvendamento
que se ve surgir a perfil do jornal e, sobretudo,
a sua face a
culta.
"aquilo
Referindo-se ao texto escrito, Lionel Bellenger a~
que
que
0 e.6cJtLto acabado
caJtJtega mai.6 ou meno.6 a maJtca
e
de .6ua ge.6taciio
e igualmente
e e.6.6a ge.6taciio
0 que .6e tem
g~vel,
peJt.6ua.6ivo,
6eliz,
.60 combate
com a l~ngua,
Jte6lete
0 que .6e queJt comuMeaJt
di6iculdade
de e.6condeJt:
iJtJtitado,
angu.6tiado,
0.6 U.60.6, a.6 palavJta.6,
.6eJt inteli-
ma.6 tambem
a oJtdem do
e
cioclnio".
tado --
ele
.60 talento
E acrescenta: "um texto
e..6cJtito
mai.6 que
tem 0 no.6.6O vi.6to,
0 de nO.6.6a competencia,
e de no.6.6O.6 limite.6
Nos espacos
chamados
tigo, a cronica,
e as eventuais
generos
a charge,
vem explicita,
opinativos
a opiniao
colaboradores
batem entre a desejo
pJtemedide no.6-
no momento".
do jornal em que a opiniao
tradicionalmente
no~
Jta-
as
editorial, oar
do leitor),os
das sessoes
de neutralidade
(0
jornalistas
especializadas
e a necessidade
se de-
deposici2
narnento diante dos fatos. Nesse jogo d~ forcas oposta; -- ocu!
tarnento/desvendamento,
reside a efeito globalde 1.~~ sentido pr2
duzido
pelo jornal nas mUltiplas
manifestacoes
que
abriga
em
suas paginas·.
Sob esse prisma,
nalisticos
como fez Landowski
semiotica
pode-se
e encara-los
trazendo
para a analise
ria pensar
em generos
tos, textos
factuais,
ser considerados
ros de informacao,
rever a questao
como protocolos
importante
da Imprensa.
contribuicao
Segundo
que imitam a realidade
narrativos
do dominio
e generos
e descritivos
do "vivido",
dos generos
jor-
forrnais da enunciacao,
ele,
da Sociosmelhor
se-
-- forrnas de rel~
-- e
que podem
constituindO" os gene-.
que procurarn explicar
a realidade
235
__ textos
analIticos
argumentativos,
que sac tradicionalmente
consider ados de opiniao
do "pen-6ctdo".
do dominio
--Iou
te~aticos
A atividade
do jornal
seja, os
e que seriam
reuniria os dois
enfoques e a mensagern afetiva estaria presente Ja nos generos
informativos, tendo-se a funcao persuasiva como comum a todas
as suas manifestacoes.
fazer-crer
Tem-se
hoje plena consciencia
cerca do alcance
conotacao
e
Passar-se-ia
de um fazer-crer
ver
tomam acento
jano
vaG todo debate
uma vez que a afetividade
nIvel de sua funcao precIpua,
Em nossos dias,
nicos de comunicaCao
e
de que
de objetividade,
a de informacao.
obriga
0
a rapidez
jornal
dos meios
a
a dar enfase
ja que estes sao divulgados
imediato
tratamento
posterior
A terceira
esconder
pessoa
seu grau de adesao
difere muito do que
lar, nas reportagens
"no-6"
0
e
a notIcia
est a longe de
conotativa
da subjetividade
e
pessoa,
a qual
desta de acordo
de fate nu!!.
ha, sern duvida,
ern maior ou menor
dosar a presenca
seja no
feitos so
ser ela muitomais
referencial,
linguageira,
mui
seja do singu-
Estudos
no jornal revelam
isencao
~
do jornal. Nao
nas entrevistas;
dos editoriais.
ca se chega. Onde ha atividade
presenca
linha ideologica
feito em primeira
de amplitude
bre a linguagem
a
em grofundidade,
eficaz do que a pretensa
nal faz
vazada
de
mais adequado.
a angulagern de que fala a fonte enunciadora,
0
plural,
e
ern que
que
interpreta
dos fatos,
e requerem
ae a
eletro-
cao e ao comentario
to alto
a um
saber.
escala.
a·
0 que ojo,E
comas imposicoes
co
dificadas para cada genero que compoe 0 espaco diversifi~
do
jornal. Este tern que estar atento a producao de sua imagem,uma
vez que ha um acordo comunicativo entre ele e
vera resultar num entendimento entre ambos.
o
exame de relatos
do mesmo
fate mostra
0
leitor e que de
que a mesma
reali
dade extralingftistica passa pelo crivo da subjetividade,
vez que os ernissores verbalizam
de acordo com
0
0
uma
diferentes e
eu do jornal, visto aqui como individuo
tern pretensao
dao, de seriedade
de validez,
e quer chegar
de aceitar ou rechacar
de criticas
real de maneiras
seu ponto de observacao.
De urn lado,
titucional,
0
a oferta.
ao seu alter,
Aquele
ou de ameaca de rompimento
tar per areas de influencias
de veracidade,
0
sabe que
in~
de reti-
leitor, que P£
e
suscepti~el
da parte dest~.
DaI lu-
que constituem a pedra de toque dos
a zelo pela producao dessa auto-imagem
cao da figura do "ombudllman",
se reflete na cria
que seria urna especie de supere-
go do jornal, devendo estar atento aos menores deslizes que e~
te possa cometer. Nem todos os jornais se valem desse expedie~
te, alegando que procedem diariamente
a uma auto-censura,
resultado e veiculado na propria redacao para conhecimento
cujo
in-
terno.
a
fato e que, de urna forma ou de outra,
0
jornal
tern que
estar atento as tendencias do leitor, as for cas do mercado que
o mantem em circulacao. ~, pois, urn fenomeno dinamico,oque
vou varios orgaos da Imprensa, tanto estrangeiros
l~
como nacio-
nais, a rever as suas posicoes, as suas tecnicas de comunicacao
e
0
tipo de envolvimento
junto ao leitor.
A titulo de ilustracao, citem-se as reformulacoes
no Le Mande, desde
participacao
0
seu sistema organizacional,
acionaria dos funcionarios,
ate
a
feitas
abrindo-se a
propria reform~
lacao de sua funcao precipua. No Brasil, ficou conhecida a revolucao interna operada pela Folha, e de que Eduardo Lins
urn estudo em Mil Dias.
OS
faz
bastidores da revolucao em um grande
jornal.
Tomemos dois textos que envolvem a projecao de auto-imagem
em campanha pUblicitaria
dois de nossos jornais
para promover assinaturas,
que se pode observar essa disputa pela preferencia
a luta pela primazia.
feita por
(0 Estado de Sao Paulo e A Fo1ha)
e em
do leitor,
(Vide textos anexos).
Em seu texto publicitario, 0 EstadodeSao
Paulo delega sua
voz a urna conhecida figura do cenario social, a colunista decom
portamento Danusa Leao, cuja imagem e colocada
claracoes, em letras gigantescas:
a
direita dasde
TR~S MESES PELO
PRECO DE DOIS
PODE ESPALHAR
QUE NAo I: FOFOCA
~ por seu intermedio que se estabelece ~ coesao texto-im~
gem e que se da
0
endosso a campanha do jornal. Seu papel dei~
dicadora de normas do que e ou nao aceito socialmente se coadu
na com a funcao que the e outorgada nessa mensagem publicitaria.
Mante~-se ambigftidade enunciativa no restante do texto, poisse
passa insensivelmente
de uma voz a outra.
o esquema
canonico
do discurso
atributos
qualificacionais,
No demais,
publicitario
dados especificos,
segue-se
(apresentacao
dos
e/ou
10-
slogan
gotipo) •
A Folha utiliza
melho,
argumentativamente
azul e amarelo,
a assertiva
numa triparticao
e sua retificacao
e
0
concreto
e jogando
A FOLHA
NUNCA DEIXA
AS COISAS
PELAMETADE.
E informacao
espaco e as cores (ve.E
(negacao parcial
ra compor a ideia de integralidade
o abstrato
0
do espaco),
dividindo
da assercao)
e parcialidade,
p~
superpondo
com os dois pIanos:
A NAo SER
o PRECO DA
ASSINATURA.
per inteiro com pre co pela metade, so na
assinatura da Folha de S.Paulo·
o texto aparece com 0 aspecto de esboco, ao apresentar ra
suras no cancelamento dos indices de pluralidade ("ULtuno~ cU.aa") ,
o que pretende reforcar a ideia de informacao espontanea, de Ii!
tima hora, "de.~c.u..e.pave..e."
devido a intencao de defesa e protecao do leitor.
Con forme se pede depreender,
deseja
cada jornal vendea
impor de si mesmo e com ela se sustenta
fluencias,
cujo resultado
imagen que
no jogo
de in-
final e a compra do produto-jornal.
Encarando, pois, 0 sentido -como algo que se constroi·e,no
caso do jornal, de forma discursiva, aliando varios codigos de
referenciacao
so espacial),
como tambem
(0 discurso
verbal, 0 discurso iconico, 0 discuE
tem-se pois nao so a producao de sua auto-imagem,
a do lei tor que nele se projeta.
res sociais,
promovem-se
cenario politico
ter performativo
e a promover
BELLENGER,
comportamentos,
Delineiam-se
erigem-se
figuras
atodo
e, assim por diante. 0 jornal assume seu car~
e passa a ditar atitudes, a formar conviccoes
aspiracoes.
Lionel.
L'e.xp~e.~~ion
ec.~ite.. 2~ ed.~
paris~
~~~~
1986.
DINES,
Alberto.
mus Editorial,
0 pape.i do jo~na.e.. 4~ ed. aum.,Sao Paulo, Sum
1986.
238
GREIMAS,
A.J.
e LANDOWSKI,
Soe-i.a-i.~. sao
HABERMAS,
neiro,
JOBIM,
J.
pauI~,
Mudanca
Tempo
SILVA,
g~ande
em C-i.ene-i.a~
AltiiR.-i.~ e do d-i.~
euMo
1986.
e~t~utu~aR.
da e~6e~a
pubR.-i.ea.
Rio de Ja
1984.
E4pl~-i.to do jo~naR.-i.4mo.
Sao
Paulo,
EDUSP/COM-
1992.
LANDOWSKI,
tes,
Global,
Brasileiro,
Danton.
ART,
E.
Eric.
A ~oe-i.edade ~e6R.et-i.da.
Sao
Paulo,
EDUC/Pon-
1992.
C.E.Lins.
M-i.R.
d-i.a~. O~ ba~t-i.do~e4 da ~evoR.ucao
j o~na.e.. Sao Paulo,
Trajetoria
CUltural,
1988.
em
um
3 x 299 mil
inclusive no cart:IO
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e 0 "naIl" de amplitude,