Quando proprio se fala da identidade estatuto,o a conseq6ente que abarca formalizacao que ele ocupa enquanto de ideologia. pratica entre sujeito (ele da visibilidade liticos etc.), de objetos figuras de destinadores trola os sujeitos) cidadao remete-se 0 ao seu figurativo, espaco com simbolico social que e, lugar de producao simbOlico que permite e objeto. assiste-se a construcao a determinados (a informacao atores po- dita), das propriamente (aopiniao pUblica,porexemplo, e de destinatarios de su- sociais, que con leitor especifico, (0 0 em geral). Ha no bojo da relacao de, um contrato 0 gar em determinadas to e bem notorio blico-leitor questoes aqueleL de opiniao. crises em que 0 Ispu- a seu ver, mais abaliz~ com de que se servem os editorialistas 0 leitor, lar em seu nome. ~ bem verdade 0 entre de jul- chega a ser forj ado por meio de certos como aqueles tar a nacao, a faculdade como profissional das mais variadas espera um pronunciamento, em unissono uma certa cumplicida- um acordo quase tacito leitor delega diante do. Esse espelhamento pedientes, jornal-leitor de credibilidade, ambos, uma vez que falarem e este carater De fato, no veiculo-dornal jeitos do jornal, seu componente no discurso, ~ exatamente a identificacao 0 atribuindo-se que 0 0 seq trabalho ex .ao direito de fa eo de auscul povo, a opiniao .pUblica. Mas dai a fechar-lhe 0 cerco, enclausurando-o nas tramas de seu proprio raciocinio e jUlgamento e que se confunde 0 "naIl" do jornal, enquanto inst.!. tuicao com interesses especificos, e 0 "naIl" de amplitude, so dos leitores diferenciados que pretende atingir, pulacao em geral, de que se faz interprete. Estabelece-se, assim, uma zona de intersubjetividade, que nao se pode determinar parte nos acontecimentos exatamente relevantes riais, que reacoes desencadearam muitas diretrizes, terminantes? 0 alcance e em que decisoes importantes em de cada um.Que do pais tiveram concretamentena nao mas da po- os edito- consequcao de foram eles de 233 Alem do leitor seus variados ferenciado, cabando institucional, orgaos, que 0 0 jornal tem seuleitor de poder e de prestigio. Ao proceder assim, A possibilid.ade de comunicacao realizando-se ladas. 0 distanciamento jornal veicula es "pel>I>oat" com 0 leitor sob limites econdicoes se da na busca de criacao OS jornalistas xar a emocao 0 ~ ilusao ideologia. dad e., em nome da qual se veem contidas afetivas. de e di- pelas palavras, por sua voz de autoridade,a e, com eles, a sua propria ve assim filtrada, atraves especifico Ie e que nele se reconhece por transmitir-lhe, tereotipos governamental, as reacoes sac individuos se contr£ de objetiviemocionais e a quem se pede para de! em casa. No livro 0 papel do jomal, Alberto macoes da rotina do periodismo. extraidas Dines em sua quarta da e atualizada, acrescentou edicao aurnenta- urn apendiceoom afiE Diz ele tratar-se da "6itol>06ia del>titada de uma p406il>I>io que vive aOl> a44aneOl> e I>e inte440mpe a eada inl>tante". Nurna delas, le-se 0 seguinte: "ve4i6ique I>e a opiniio de I>ua muthe4 nio I>e inl>e4iu na I>ua m~ te4ia ou atitude de I>eu j04nat. 0 teit04-pad4io-imagina4io nio da opiniio, ete e apenal> um atvo pa4a quat I>e del>tina p40- ° eel>I> 0" Na ansia de objetividade, 0 de e por meio desse ocultamento de fato, produz artificios esse efeito. que funcionam xos explicitos efeitos detalhes. Mobiliza, a se esco~ transparenciae, serie de de objetividade: das ideias, modalizadores ne- de cert~ por meio decifras, efeito de real se tem com a aderencia aos objetos noma, como se nao emanassem ra, que assim se distancia se apaga, para tanto,uma de referencialidade 0 mesmo dos caracterizadores enunciador pensa chegar como operadores naordenacao za e de duvida, datas, ° • a que se ligam de forma auto- de seu enunciador, fonte avaliado- de seus pronunciamentos trategia discursiva. Na realidade, toda fonte avaliadora. por urn~~s- e do seu "toeul>" que provem Em estudo que fiz do uso da adjetivacao no espaco subjet! vo do jornal, que eo do editorial, como vozoficial do orgao, mais da metade do levantamento feito constitui-se de adjetivos aXiologicos, cuja fonte avaliadora se prende ao enunciador, no caso coletivo. A seguir, vieram os que, embora nao sendo basicamente axiologicos, investiram-se de valor no texto pelas re- 234 lacoes estabelecidas textualmente~ as que sao duplamente gamento subjetivos, do enunciador, sistindo porque mas tambem, num caso hibrido Nao fosse de carater Por ultimo, em menor nUmero, a que chamamos denotativo no editorial, esta modalidade do discurso ca e produziria a efeito oposto jornalistico afetivas,co~ esmagadora de valor puramente da adjet! referencial, poderia e se tornar op~ do desejado. Ao efeito de distanciamento proprio. nao so a ju! afetivo-axiologicos. a maioria vacao presente lho de adesao, envolvem as suas reacoes produzido, em que a enunciador ~ nesse jogo dialetico junta-se se expoe, a traba- desvendando de ocultamento a si / desvendamento que se ve surgir a perfil do jornal e, sobretudo, a sua face a culta. "aquilo Referindo-se ao texto escrito, Lionel Bellenger a~ que que 0 e.6cJtLto acabado caJtJtega mai.6 ou meno.6 a maJtca e de .6ua ge.6taciio e igualmente e e.6.6a ge.6taciio 0 que .6e tem g~vel, peJt.6ua.6ivo, 6eliz, .60 combate com a l~ngua, Jte6lete 0 que .6e queJt comuMeaJt di6iculdade de e.6condeJt: iJtJtitado, angu.6tiado, 0.6 U.60.6, a.6 palavJta.6, .6eJt inteli- ma.6 tambem a oJtdem do e cioclnio". tado -- ele .60 talento E acrescenta: "um texto e..6cJtito mai.6 que tem 0 no.6.6O vi.6to, 0 de nO.6.6a competencia, e de no.6.6O.6 limite.6 Nos espacos chamados tigo, a cronica, e as eventuais generos a charge, vem explicita, opinativos a opiniao colaboradores batem entre a desejo pJtemedide no.6- no momento". do jornal em que a opiniao tradicionalmente no~ Jta- as editorial, oar do leitor),os das sessoes de neutralidade (0 jornalistas especializadas e a necessidade se de- deposici2 narnento diante dos fatos. Nesse jogo d~ forcas oposta; -- ocu! tarnento/desvendamento, reside a efeito globalde 1.~~ sentido pr2 duzido pelo jornal nas mUltiplas manifestacoes que abriga em suas paginas·. Sob esse prisma, nalisticos como fez Landowski semiotica pode-se e encara-los trazendo para a analise ria pensar em generos tos, textos factuais, ser considerados ros de informacao, rever a questao como protocolos importante da Imprensa. contribuicao Segundo que imitam a realidade narrativos do dominio e generos e descritivos do "vivido", dos generos jor- forrnais da enunciacao, ele, da Sociosmelhor se- -- forrnas de rel~ -- e que podem constituindO" os gene-. que procurarn explicar a realidade 235 __ textos analIticos argumentativos, que sac tradicionalmente consider ados de opiniao do "pen-6ctdo". do dominio --Iou te~aticos A atividade do jornal seja, os e que seriam reuniria os dois enfoques e a mensagern afetiva estaria presente Ja nos generos informativos, tendo-se a funcao persuasiva como comum a todas as suas manifestacoes. fazer-crer Tem-se hoje plena consciencia cerca do alcance conotacao e Passar-se-ia de um fazer-crer ver tomam acento jano vaG todo debate uma vez que a afetividade nIvel de sua funcao precIpua, Em nossos dias, nicos de comunicaCao e de que de objetividade, a de informacao. obriga 0 a rapidez jornal dos meios a a dar enfase ja que estes sao divulgados imediato tratamento posterior A terceira esconder pessoa seu grau de adesao difere muito do que lar, nas reportagens "no-6" 0 e a notIcia est a longe de conotativa da subjetividade e pessoa, a qual desta de acordo de fate nu!!. ha, sern duvida, ern maior ou menor dosar a presenca seja no feitos so ser ela muitomais referencial, linguageira, mui seja do singu- Estudos no jornal revelam isencao ~ do jornal. Nao nas entrevistas; dos editoriais. ca se chega. Onde ha atividade presenca linha ideologica feito em primeira de amplitude bre a linguagem a em grofundidade, eficaz do que a pretensa nal faz vazada de mais adequado. a angulagern de que fala a fonte enunciadora, 0 plural, e ern que que interpreta dos fatos, e requerem ae a eletro- cao e ao comentario to alto a um saber. escala. a· 0 que ojo,E comas imposicoes co dificadas para cada genero que compoe 0 espaco diversifi~ do jornal. Este tern que estar atento a producao de sua imagem,uma vez que ha um acordo comunicativo entre ele e vera resultar num entendimento entre ambos. o exame de relatos do mesmo fate mostra 0 leitor e que de que a mesma reali dade extralingftistica passa pelo crivo da subjetividade, vez que os ernissores verbalizam de acordo com 0 0 uma diferentes e eu do jornal, visto aqui como individuo tern pretensao dao, de seriedade de validez, e quer chegar de aceitar ou rechacar de criticas real de maneiras seu ponto de observacao. De urn lado, titucional, 0 a oferta. ao seu alter, Aquele ou de ameaca de rompimento tar per areas de influencias de veracidade, 0 sabe que in~ de reti- leitor, que P£ e suscepti~el da parte dest~. DaI lu- que constituem a pedra de toque dos a zelo pela producao dessa auto-imagem cao da figura do "ombudllman", se reflete na cria que seria urna especie de supere- go do jornal, devendo estar atento aos menores deslizes que e~ te possa cometer. Nem todos os jornais se valem desse expedie~ te, alegando que procedem diariamente a uma auto-censura, resultado e veiculado na propria redacao para conhecimento cujo in- terno. a fato e que, de urna forma ou de outra, 0 jornal tern que estar atento as tendencias do leitor, as for cas do mercado que o mantem em circulacao. ~, pois, urn fenomeno dinamico,oque vou varios orgaos da Imprensa, tanto estrangeiros l~ como nacio- nais, a rever as suas posicoes, as suas tecnicas de comunicacao e 0 tipo de envolvimento junto ao leitor. A titulo de ilustracao, citem-se as reformulacoes no Le Mande, desde participacao 0 seu sistema organizacional, acionaria dos funcionarios, ate a feitas abrindo-se a propria reform~ lacao de sua funcao precipua. No Brasil, ficou conhecida a revolucao interna operada pela Folha, e de que Eduardo Lins urn estudo em Mil Dias. OS faz bastidores da revolucao em um grande jornal. Tomemos dois textos que envolvem a projecao de auto-imagem em campanha pUblicitaria dois de nossos jornais para promover assinaturas, que se pode observar essa disputa pela preferencia a luta pela primazia. feita por (0 Estado de Sao Paulo e A Fo1ha) e em do leitor, (Vide textos anexos). Em seu texto publicitario, 0 EstadodeSao Paulo delega sua voz a urna conhecida figura do cenario social, a colunista decom portamento Danusa Leao, cuja imagem e colocada claracoes, em letras gigantescas: a direita dasde TR~S MESES PELO PRECO DE DOIS PODE ESPALHAR QUE NAo I: FOFOCA ~ por seu intermedio que se estabelece ~ coesao texto-im~ gem e que se da 0 endosso a campanha do jornal. Seu papel dei~ dicadora de normas do que e ou nao aceito socialmente se coadu na com a funcao que the e outorgada nessa mensagem publicitaria. Mante~-se ambigftidade enunciativa no restante do texto, poisse passa insensivelmente de uma voz a outra. o esquema canonico do discurso atributos qualificacionais, No demais, publicitario dados especificos, segue-se (apresentacao dos e/ou 10- slogan gotipo) • A Folha utiliza melho, argumentativamente azul e amarelo, a assertiva numa triparticao e sua retificacao e 0 concreto e jogando A FOLHA NUNCA DEIXA AS COISAS PELAMETADE. E informacao espaco e as cores (ve.E (negacao parcial ra compor a ideia de integralidade o abstrato 0 do espaco), dividindo da assercao) e parcialidade, p~ superpondo com os dois pIanos: A NAo SER o PRECO DA ASSINATURA. per inteiro com pre co pela metade, so na assinatura da Folha de S.Paulo· o texto aparece com 0 aspecto de esboco, ao apresentar ra suras no cancelamento dos indices de pluralidade ("ULtuno~ cU.aa") , o que pretende reforcar a ideia de informacao espontanea, de Ii! tima hora, "de.~c.u..e.pave..e." devido a intencao de defesa e protecao do leitor. Con forme se pede depreender, deseja cada jornal vendea impor de si mesmo e com ela se sustenta fluencias, cujo resultado imagen que no jogo de in- final e a compra do produto-jornal. Encarando, pois, 0 sentido -como algo que se constroi·e,no caso do jornal, de forma discursiva, aliando varios codigos de referenciacao so espacial), como tambem (0 discurso verbal, 0 discurso iconico, 0 discuE tem-se pois nao so a producao de sua auto-imagem, a do lei tor que nele se projeta. res sociais, promovem-se cenario politico ter performativo e a promover BELLENGER, comportamentos, Delineiam-se erigem-se figuras atodo e, assim por diante. 0 jornal assume seu car~ e passa a ditar atitudes, a formar conviccoes aspiracoes. Lionel. L'e.xp~e.~~ion ec.~ite.. 2~ ed.~ paris~ ~~~~ 1986. DINES, Alberto. mus Editorial, 0 pape.i do jo~na.e.. 4~ ed. aum.,Sao Paulo, Sum 1986. 238 GREIMAS, A.J. e LANDOWSKI, Soe-i.a-i.~. sao HABERMAS, neiro, JOBIM, J. pauI~, Mudanca Tempo SILVA, g~ande em C-i.ene-i.a~ AltiiR.-i.~ e do d-i.~ euMo 1986. e~t~utu~aR. da e~6e~a pubR.-i.ea. Rio de Ja 1984. E4pl~-i.to do jo~naR.-i.4mo. Sao Paulo, EDUSP/COM- 1992. LANDOWSKI, tes, Global, Brasileiro, Danton. ART, E. Eric. A ~oe-i.edade ~e6R.et-i.da. Sao Paulo, EDUC/Pon- 1992. C.E.Lins. M-i.R. d-i.a~. O~ ba~t-i.do~e4 da ~evoR.ucao j o~na.e.. Sao Paulo, Trajetoria CUltural, 1988. em um 3 x 299 mil inclusive no cart:IO