e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Gerência em Saúde Gestão – Introdução, princípios e fundamentos Roberto Rodney Ferreira Junior Ministério da Educação e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Gerência em Saúde Gestão – Introdução, princípios e fundamentos Roberto Rodney Ferreira Junior Montes Claros - MG 2010 Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenadora Geral do e-Tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal Coordenadores de Cursos: Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio Augusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Técnico em Comércio Carlos Alberto Meira Coordenador do Curso Técnico em Meio Ambiente Edna Helenice Almeida Coordenador do Curso Técnico em Informática Frederico Bida de Oliveira Coordenador do Curso Técnico em Vigilância em Saúde Simária de Jesus Soares Reitor Paulo César Gonçalves de Almeida Coordenador do Curso Técnico em Gestão em Saúde Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim Vice-Reitor João dos Reis Canela GESTÃO – INTRODUÇÃO, PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Pró-Reitora de Ensino Maria Ivete Soares de Almeida Elaboração Roberto Rodney Ferreira Junior Diretor de Documentação e Informações Giuliano Vieira Mota Coordenadora do Ensino Médio e Fundamental Rita Tavares de Mello Diretor do Centro de Ensino Médio e Fundamental Wilson Atair Ramos Coordenador do e-Tec Brasil/CEMF/ Unimontes Wilson Atair Ramos Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/ CEMF/Unimontes Rita Tavares de Mello Projeto Gráfico e-Tec/MEC Supervisão Alcino Franco de Moura Júnior Diagramação Hugo Daniel Duarte Silva Marcos Aurélio de Almeda e Maia Impressão Gráfica RB Digital Designer Instrucional Angélica de Souza Coimbra Franco Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira Revisão Maria Ieda Almeida Muniz Patrícia Goulart Tondineli Rita de Cássia Silva Dionísio AULA 1 Alfabetização Digital Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escola técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 3 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Digital Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 5 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Digital Sumário Palavra do professor conteudista..............................................9 Projeto instrucional............................................................ 11 Aula 1 – Conceitos e fundamentos da gestão e a administração científica .13 1.1 Gestão! O que seria Gestão?........................................ 13 1.2 Arte e Ciência ....................................................... 14 1.3 O que é Administração?............................................. 14 1.4 A abordagem clássica de Taylor.................................... 15 1.5 Como então Taylor caracterizou a Organização Racional do Trabalho?.................................................................. 16 Resumo.................................................................... 18 Atividades de aprendizagem............................................ 19 Aula 2 - A teoria classica da administração................................ 21 2.1 Teoria Clássica da Administração.................................. 21 2.2 E o Fordismo, o que foi?............................................ 23 2.3 E o Toyotismo. Como se apresentou?............................. 24 2.4 Quais foram às características do Toyotismo?................... 25 Resumo.................................................................... 26 Atividades de aprendizagem............................................ 27 Aula 3 – Teoria neoclássica da administração.............................. 29 3.1 Teoria Neoclássica da Administração.............................. 29 Resumo.................................................................... 32 Atividades de aprendizagem............................................ 33 Aula 4 - A teoria burocrática da administração............................ 35 4.1 Teoria Burocrática................................................... 35 4.2 Origens ............................................................... 35 4.3 E quais seriam as vantagens da Burocracia, se é que elas existem? .................................................................. 36 Resumo.................................................................... 38 Atividades de aprendizagem............................................ 39 Aula 5 – Teoria estruturalista da administração............................ 41 5.1 Teoria Estruturalista da Administração........................... 41 5.2 Origens................................................................ 41 5.3 O homem organizacional........................................... 43 5.4 Ambiente organizacional............................................ 44 5.5 Conflitos organizacionais............................................ 44 Resumo.................................................................... 45 Atividades de aprendizagem............................................ 46 Aula 6 – Teoria das relações humanas da administração.................. 47 6.1 Teoria das Relações Humanas da Administração................ 47 6.2 A Experiência de Hawthorne....................................... 48 Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 7 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Resumo.................................................................... 52 Atividades de aprendizagem............................................ 53 Aula 7 – Teoria comportamental da administração........................ 55 7.1 Teoria Comportamental da Administração........................ 55 7.2 O que são estilos administrativos? Como eles se apresentam nas organizações? ........................................................ 57 7.3 Teoria X e Y .......................................................... 58 7.4 Teoria Z................................................................ 58 7.5 Teoria das Decisões.................................................. 58 Resumo.................................................................... 59 Atividades de aprendizagem............................................ 59 Aula 8 – Teoria da contingência da administração...................... 61 8.1 Teoria da Contingência da Administração........................ 61 Resumo.................................................................... 64 Atividades de aprendizagem............................................ 64 Aula 9 – Teoria de sistemas da administração.............................. 65 9.1 Teoria Geral de Sistemas............................................ 65 9.2 Mas o que é um Sistema?........................................... 65 Resumo.................................................................... 68 Atividades de aprendizagem............................................ 69 Aula 10 – Teoria do desenvolvimento organizacional..................... 71 10.1 Teoria do Desenvolvimento Organizacional..................... 71 10.2 Cultura organizacional............................................. 72 10.3 Clima organizacional............................................... 72 10.4 Mudanças e a organização......................................... 72 10.5 Desenvolvimento Organizacional................................. 73 Resumo.................................................................... 74 Atividades de aprendizagem............................................ 74 Referências...................................................................... 75 Currículo do professor conteudista.......................................... 76 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 8 AULA 1 Alfabetização Digital Palavra do professor conteudista Caro Aluno: Neste curso, você iniciará o estudo da disciplina Gestão. No contexto das últimas décadas, a nova ordem mundial impôs diversas mudanças e desafios às organizações e aos seus colaboradores, especialmente na área de gestão. Mudanças expressivas de ordem econômica, política, social e tecnológica, aliadas a outros fatores, trazem um significativo aumento na competitividade entre as empresas, notadamente influenciadas pela globalização da economia, pelos mercados concorrenciais mundiais e pelos altos padrões de qualidade exigidos. Permeando os conceitos de competitividade no contexto da atual conjuntura econômica e social em que as organizações estão inseridas, observa-se que nas suas referências perpassam os mais variados tipos de organização, sejam elas públicas, sejam privadas, sejam do terceiro setor, independentemente do seu ramo de negócio, área de atuação ou mercados atendidos ou almejados. À medida que as organizações se expandem, novas demandas emergem em função da criação e ampliação da dinâmica competitiva. A competitividade é assumida como a palavra de ordem no mercado. Neste ínterim, vê-se, por vezes, que a visão competitiva apresenta-se como fator elementar para o desenvolvimento e sobrevivência das organizações; na área administrativa e de gestão assim também se apresenta. Assim é que, nesta disciplina, convidamo-lo a ampliar o seu conhecimento sobre gestão, bem como aprofundar nas práticas dessa ciência. Você irá conhecer as bases conceituais, os fundamentos, as organizações e as diversas teorias que compuseram a moderna gestão de empresas. Tudo isso é bastante desafiador. Assim, acreditamos que você terá sucesso nesta empreitada! É importante que não deixe de estudar a bibliografia recomendada. Faça as atividades propostas para cada unidade que se encontram no final deste material e não deixe de acessar o ambiente virtual do curso para ter acesso às atividades complementares, às aulas, aos chats e aos fóruns. Bons estudos! O Autor Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 9 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Digital Projeto instrucional DISCIPLINA: Gestão – introdução, princípios e fundamentos Carga Horária: 60h EMENTA: A Gestão: A evolução do pensamento administrativo, conceitos de organização e administração e suas abordagens. Estruturas organizacionais. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM CARGA HORÁRIA (Horas) 1. Conceitos e Fundamentos da Gestão e a Administração Científica. 1. Esclarecer o significado da palavra gestão e administração; 2. Conhecer a administração científica de Taylor. 06 h 2. Teoria Clássica da Administração 1. Apresentar as funções administrativas e os princípios básicos da teoria clássica; 2. Descrever o Toyotismo e o Fordismo. 06 h 3. Teoria Neoclássica da Administração 1. Listar os principais conceitos da teoria neoclássica; 2. Diferenciar eficiência de eficácia. 06 h 4. Teoria Burocrática da Administração 1. Listar as principais características da teoria burocrática; 2. Descrever as vantagens e disfunções da burocracia. 06 h 5. Teoria Estruturalista da Administração 1. Apresentar as origens da teoria estruturalista; 2. Descrever a tipologia, ambiente e conflitos, além da análise das organizações. 06 h 6. Teoria das Relações Humanas da Administração 1. Apresentar as origens da teoria das relações humanas; 2. Descrever a experiência de Hawthorne, a motivação, a liderança e os processos e comunicação nas organizações. 06 h 7. Teoria Comportamental da Administração 1. Conceituar a teoria comportamental 2. Estabelecer um paralelo entre as Teorias de Maslow e Herzberg; 3. Caracterizar os estilos administrativos utilizados nas organizações e sintetizar a teoria das decisões. 06 h AULA Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 11 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 8. Teoria da Contingência da Administração 1. Apresentar as Origens da Teoria Contingencial; 2. Definir Ambiente e Tecnologia 06 h 9.Teoria Geral de Sistemas da Administração 1. Esclarecer o significado de organizações mecanicistas e orgânicas; 2. Esclarecer o que é uma Organização de Sistema Aberto. 06 h 10. Teoria do Desenvolvimento Organizacional da Administração e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 12 1. Esclarecer o significado de Cultura e Mudança Organizacional; 2. Apresentar os modelos e os pressupostos básicos do Desenvolvimento Organizacional 06 h AULA 1 Alfabetização Digital Aula 1 – Conceitos e fundamentos da gestão e a administração científica Meta Apresentar os conceitos básicos de Gestão e Administração e a Administração Científica da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Esclarecer o significado da palavra Gestão e Administração; 2. Conhecer a Administração Científica de Taylor. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 1.1 Gestão! O que seria Gestão? Você consegue pensar na definição de gestão? Porque estudar gestão em saúde? Na verdade Gestão é sinônimo de Administração. Quando falamos de “Gestão de Empresas”, seria o mesmo que dizer “Administração de Empresas” ou “Administração de Negócios”, referindo-se à Gestão, que pode ser uma gestão de Marcas, de serviços, de processos ou de produtos. Gerir, assim como administrar, tem a ver com todo o controle e ações propostas envolvendo um conjunto que pode ser de pessoas, produtos, serviços, processos e clientes. Gerir é conseguir controlar com eficiência. O termo gestão começou a ter muitas derivações, algumas totalmente dentro do conceito de administração e já outras que são neologismos, ou seja, criação de novos termos a partir de outros já existentes. Então vamos iniciar! Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 13 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 1.2 Arte e Ciência Administração é simultaneamente, arte, ciência e técnica. Ciência, porque investiga e busca o conhecimento e a compreensão, elabora teorias, leis e hipóteses e aplica o método científico com rigor. Arte, porque capta e comunica uma realidade em um plano vivencial e espiritual em forma subjetiva e pessoal, e; Técnica, porque opera e transforma uma realidade, aplica normas e procedimentos com rigor sobre a base de um programa objetivamente definido. Nesta aula, você vai conhecer sobre gestão, organização e administração, os princípios e fundamentos, as características e funções organizacionais, eficiência e eficácia, as funções do administrador os princípios da administração. Vamos lá, então!!! Figura 1: Administradores Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.faar.edu.br/fotonoticia/ administradores.jpg&imgrefurl=http://www.faar.edu.br/leitor. Acesso em 27 de julho de 2010. 1.3 O que é Administração? A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e miniter (subordinação ou obediência) e significa a realização de uma função abaixo do comendo de outrem, ou seja, a prestação de um serviço a alguém. Tanto o significado como o conteúdo da Administração sofreram uma grande ampliação e aprofundamento ao longo dos tempos e várias teorias surgiram, abordando variáveis e assunto típicos de cada escola, às vezes sobre uma visão mais ampla, outras vezes com comparações e críticas as mais diversas. Cinco variáveis básicas influenciam a teoria da administração, quais sejam: tarefas, pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. O comportamento dessas variáveis é sistêmico e complexo o que torna tal interação o maior desafio da moderna administração. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 14 1.4 A abordagem clássica de Taylor No despertar do século XX surgiu a abordagem clássica da administração, advinda principalmente da preocupação em aumentar a eficiência no nível operacional das organizações e de outro a corrente que pregava o aumento da eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos internos ou departamentos e de suas inter-relações estruturais. São origens da abordagem clássica as consequências geradas pela Revolução Industrial através de dois fatos importantes: 1. O crescimento acelerado e desordenado das empresas, e; 2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações. Surgiu então a Administração Científica de Frederick Taylor cuja tentativa foi a de aplicar métodos da ciência aos problemas da administração a fim de se alcançar uma maior eficiência industrial. A Teoria Geral da Administração nasceu com ênfase voltada para as tarefas. Figura 2: Frederick W. Taylor Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.historiadaadministracao.com.br. Acesso em 02 agosto de 2010. Taylor escreveu em 1903 o seu livro – Administração de Oficinas sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e movimentos. O seu livro resume que: 1) o objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção; 2) aplicação de métodos científicos e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações; 3) os empregados devem ser selecionados e colocados em seus postos com condições adequadas para que as normas possam ser cumpridas; 4) os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar as tarefas, a fim de cumprir uma produção ótima, e; 5) deve haver uma atmosfera de cooperação entre a administração e os trabalhadores visando garantir um ambiente psicológico adequado. Assim, a administração cientifica de Taylor constitui uma combinação de bons ingredientes, quais sejam: • Cooperação; • Harmonia; Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 15 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes • Ciência; • Desenvolvimento; • Rendimento máximo. A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos, Taylor deu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT), e que se baseou em oito princípios básicos, a saber: 1) Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos; 2) Estudo da fadiga humana; 3) Divisão do trabalho e especialização do operário; 4) Desenho de cargos e tarefas; 5) Incentivos salariais e prêmios de produção; 6) Condições ambientais de trabalho; 7) Padronização de métodos e máquinas e 8) Supervisão funcional. 1.5 Como então Taylor caracterizou a Organização Racional do Trabalho? Os principais aspectos da ORT foram assim caracterizados por Taylor: • Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente e eficaz; • Estudo da Fadiga Humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, a acidentes, a doenças, bem como ao aumento da rotatividade de pessoal; • Divisão do Trabalho e Especialização do Operário: cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões; • Desenho de Cargos e Tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes; • Incentivos salariais e prêmios por produtividade; • Condições de Trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade; • Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos; • Supervisão Funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada; • Homem Econômico: o homem é motivado por recompensas salariais, econômicas e materiais. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 16 Figura 3: Funcionários em um Fábrica Americana – Organização Racional do Trabalho Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_gZrkbL2nwXY/ R96hlyZCqI/AAAAAAAAAB4/tZR4egzrncY/s320/taylorism. Acesso em 18 de agosto de 2010. De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízos aos patrões. Essa implantação requer um período de quatro a cinco anos para um progresso efetivo. Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente. Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou processo para executar seu trabalho, para encorajar sua iniciativa. Porém, com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de responsabilidade: a Administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente. Podemos perceber pela caracterização da Administração Científica que as empresas eram vistas como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. Um sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que se movimenta conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético. As instituições de saúde devem ser sempre um sistema aberto, pois o dinamismo e as interações internas e externas influenciam sempre a sua gestão. Enquanto técnico em gerência em saúde você de perceber e buscar sempre essa interação através de uma gestão participativa. Diante das questões vividas e apresentadas na época, Taylor deixou alguns princípios básicos importantes. Um princípio é uma afirmação válida para uma determinada situação prevista antecipadamente, a respeito do que deverá ser feito quando aquela situação ocorrer. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 17 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Então vejamos: Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são: Princípio do Planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por métodos planejados e testados. Princípio da seleção dos Trabalhadores: selecionar os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem de acordo com o método planejado. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível. Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Além de objetivos e recursos, as organizações têm dois outros componentes importantes: processos de transformação e divisão do trabalho. • Processo significa atividade ou ação. A administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. Decisões significam escolhas. • A administração é resultado histórico da contribuição de alguns filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, ao longo do tempo, foram desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. • Administração Científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da Administração Científica. Caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando aumentar a eficiência da empresa no nível operacional. • Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são: 1. Princípio do Planejamento; 2. Princípio da Preparação dos Trabalhadores; 3. Princípio do Controle; 4. Princípio da Execução. Informações sobre a próxima aula Na próxima aula, estudaremos a Teoria Clássica da Administração. Até lá! e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 18 Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) O que é Administração? b) Enumere os princípios fundamentais da Administração Científica. c) Descreva e comente sobre um dos Princípios do Administrador. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 19 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Digital Aula 2 - A teoria classica da administração Meta Apresentar os conceitos básicos de Teoria Clássica da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Apresentar as Funções Administrativas e os Princípios Básicos da Teoria Clássica; 2. Descrever o Toyotismo e o Fordismo. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 2.1 Teoria Clássica da Administração Em 1916 surgiu na França a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa executada pelo funcionário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deve possuir para ser eficiente. A Teoria Clássica parte do todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência em todas as partes envolvidas. A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol que expôs sua teoria no livro Administração Industrial Geral. Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções básicas, a saber: • Funções técnicas; • Funções comerciais; • Funções financeiras; • Funções administrativas; • Funções de segurança; • Funções contábeis. Para esclarecer a função administrativa, Fayol define o ato de administrar como o de: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Fayol apresentou e tentou definir ainda os princípios gerais de Administração sendo tais princípios maleáveis e que se adaptam a qualquer circunstância, tempo ou lugar: Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 21 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes • Divisão do trabalho: especialização das tarefas e das pessoas - maior eficiência; • Autoridade e responsabilidade: direito de dar ordens e ser obedecido (autoridade) versus a obrigação de obedecer (responsabilidade) – reciprocidade. • Disciplina: obediência, aplicação, energia, comportamento, respeito. • Unidade de comando: autoridade única. • Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada grupo com mesmo objetivo. • Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais. • Remuneração de pessoal: justa e garantida satisfação para os empregados e a organização. • Centralização: concentração de autoridade no topo de organização. • Cadeia escalar: linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo. • Ordem: material e humana. Um lugar para cada coisa. • Equidade: amabilidade e justiça = lealdade. • Estabilidade e duração do pessoal: (num cargo) quanto mais tempo, melhor. Rotação possui efeito negativo. • Iniciativa: visualizar um plano e assegurar seu sucesso. • Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. Figura 4: Henry Fayol Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://econocuba.com/Fayol. jpg&imgrefurl=http://econocuba.com/Economistas01.html. Acesso em 31 de julho de 2010. Concomitantemente à apresentação dos seus princípios básicos Fayol definiu a organização como sendo uma estrutura. Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define que se subordina a quem. A cadeia de comando (também denominada Cadeia Escalar) baseia-se no princípio da unidade de comando, que significa que cada empregado deve se reportar a um só superior. A organização deve caracterizar-se por uma divisão do trabalho claramente definida. A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas. A ideia básica era a de que as organizações com elevada e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 22 divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho em relação ao operário, fragmentando suas tarefas, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão dos órgãos que compõem a organização, isto é, departamentos, seções, divisões, etc. A divisão do trabalho pode ocorrer em duas direções: a. Verticalmente: níveis de autoridade e responsabilidade (Escala Hierárquica) b. Horizontalmente: diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização. A Departamentalização refere-se à especialização e ao desdobramento horizontal da organização. A homogeneidade é obtida na organização quando são reunidos, na mesma unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no mesmo lugar. Fayol se preocupou também com a chamada “Organização Linear”, que constitui um dos tipos mais simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de: a. Unidade de comando ou supervisão única: um indivíduo possui apenas um chefe b. Unidade de direção: todos os planos se integram a planos maiores que conduzam os objetivos da organização c. Centralização da autoridade: toda a autoridade máxima de uma organização deve estar centralizada no topo d. Cadeia escalar: a autoridade deve estar disposta em uma hierarquia. Apesar da sua notável contribuição à administração, muitas críticas são dirigidas a Fayol, pela sua obsessão pela unidade de comando, pela acentuada centralização e também com relação à pouca originalidade na sistematização e na definição dos princípios de administração. Um ponto que não podemos deixar de mencionar nesta aula diz respeito a dois modelos importantes desta história recente da administração: o Fordismo e o Toyotismo. 2.2 E o Fordismo, o que foi? Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica. Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 23 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Dessa forma, não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. O método de produção fordista exigia vultosos investimentos e grandes instalações, mas permitiu que Ford produzisse mais de dois milhões de carros por ano durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como “Ford Bigode”. Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e começam gradativamente a serem substituídos pela “produção enxuta”, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção. Figura 5: Henry Ford em 1923. Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://amotivo.files.wordpress.com/2010/04/ henryford.gif&imgrefurl=http://amotivo.wordpress.com. Acesso em 27 de julho de 2010. 2.3 E o Toyotismo. Como se apresentou? O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do país. O Toyotismo foi criado na fábrica da Toyota no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Esse modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi Ohno, foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês) adquirindo uma projeção global. O Japão foi o berço da automação flexível, pois apresentava um cenário diferente dos Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital, matéria-prima escassa e grande disponibilidade de mão de obra não especializada, impossibilitavam a solução Taylorista-Fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 24 para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização. Figura 6: Operário na Indústria - Toyotismo Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ ju/maio2006/fotosju324online/ju3234pg09f.jpg . Acesso em 02 de agosto de 2010. 2.4 Quais foram às características do Toyotismo? O Toyotismo como um sistema pode ser teoricamente caracterizado por seis aspectos importantes, a saber: 1. Mecanização flexível: uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez. 2. Processo de multifuncionalização de sua mão de obra, uma vez que, por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados a mão de obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. 3. Implantação de sistemas de controle de qualidade total: através da promoção de palestras de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo norte-americano, no qual, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. 4. Sistema Just in Time: essa técnica de produção foi originalmente elaborada nos EUA, no início do século XX, por iniciativa de Henry Ford, mas não foi posta em prática. Seu objetivo foi “produzir o necessário, na quantidade necessária e no momento necessário”, o que foi vital numa fase de crise econômica, em que a disputa pelo mercado exigiu uma produção ágil e diversificada. 5. Personificação dos produtos: fabricar o produto de acordo com o gosto do cliente. 6. Controle visual: havia alguém responsável por supervisionar as etapas produtivas. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 25 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Resumo Nesta aula você aprendeu que: • A Teoria Clássica da Administração, idealizada por Henri Fayol, caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. • Henry Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Frederick Taylor, quais sejam: –– Divisão do trabalho; –– Autoridade; –– Disciplina; –– Unidade de comando; –– Unidade de direção; –– Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral); –– Remuneração; –– Centralização (ou Descentralização); –– Linha de comando (Hierarquia); –– Ordem; –– Equidade; –– Estabilidade dos funcionários; –– Iniciativa; –– Espírito de equipe. • As Funções Administrativas apresentadas por Fayol foram: –– Planejar: estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como seriam alcançados. Parte de uma sondagem do futuro desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. –– Organizar: é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, sejam financeiros, sejam materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido. –– Comandar: faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos. –– Coordenar: a implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e dos esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. –– Controlar: controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas. • O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 26 país. O Toyotismo é um modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi Ohno, caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial. • O Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) Descreva as funções administrativas e sua relevância para a administração. b) Descreva e argumente: qual o principal objetivo da Teoria Clássica? c) Enumere os princípios básicos da Teoria Clássica da Administração. d) Que reflexos trouxeram o Toyotismo para o mundo atual? e) Faça um paralelo entre o Fordismo e o Toyotismo. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 27 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Aula 3 – Teoria Digital neoclássica da administração Meta Apresentar os conceitos inerentes a Teoria Neoclássica da Administração e suas consequências. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Listar os principais conceitos da Teoria Neoclássica; 2. Diferenciar eficiência de eficácia. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você tenha um bom conhecimento das primeiras duas aulas que versaram sobre a Administração Cientifica e a Teoria Clássica da Administração. 3.1 Teoria Neoclássica da Administração Agora vamos entender a Teoria Neoclássica! Uma nova teoria que nos é colocada agora. A Teoria Neoclássica da Administração é o nome dado a um conjunto de teorias que surgiu na década de 50 e que propõe uma retomada das abordagens clássica e científica da administração. Essa teoria tem como principal referência Peter Drucker, mas também inclui um grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry. A abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da abordagem clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje. Figura 7: Peter Drucker Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://marcioguilherme.apostos.com/wpcontent/files/2005/11/peterdrucker.jpg. Acesso em 03 de agosto de 2010. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 29 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos: 1. A administração é um processo operacional composto de funções, como o planejamento, a organização, a direção e o controle. 2. A administração por envolver uma variedade de situações organizacionais precisa fundamentar-se em princípios básicos que tenham razoável valor preditivo. 3. Os princípios de administração, a exemplo dos princípios das ciências lógicas e físicas, são verdadeiros e necessários; 4. A cultura e o universo afetam o meio ambiente do administrador. Como técnica e ciência a teoria da administração não precisa abarcar todo o conhecimento para servir de fundamentação científica dos princípios de administração. Drucker apresenta as principais características da Teoria Neoclássica como sendo: a. O pragmatismo; b. a reafirmação dos postulados clássicos da administração; c. a ênfase nos princípios gerais da administração; d. a ênfase nos objetivos e resultados; e. no ecletismo de opiniões e pontos de vista. Apresentam ainda os neoclássicos que os princípios básicos da organização são: 1. Divisão do Trabalho –– Decomposição de um trabalho em atividades menores. –– Surgem os níveis hierárquicos: institucional, funcional e operacional. 2. Especialização –– Consequência da divisão do trabalho. –– Cada nível ou departamento possui funções específicas. 3. Hierarquia –– Consequência da divisão do trabalho e da especialização. –– A existência de diversas tarefas exige a diferenciação de ‘poder’. –– Quanto maior a organização, normalmente maior é o nível hierárquico. –– Aplicação dos conceitos de autoridade, responsabilidade e delegação. 4. Autoridade –– Alocada em cargos, e não em pessoas. –– Aceita pelos subordinados. –– Flui de cima para baixo. 5. Responsabilidade –– Inerente às pessoas e não aos cargos. –– Dever de desempenhar o cargo ou a tarefa entregue. 6. Delegação –– Alocado ao cargo. –– Processo de transferir autoridade e/ou responsabilidade para níveis inferiores da hierarquia. –– Deve-se: –– Delegar a tarefa inteira. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 30 –– Delegar à pessoa certa. –– Proporcionar informação constante e adequada. –– Avaliar e recompensar o desempenho. 7. Amplitude administrativa –– Refere-se ao número de subordinados que um indivíduo pode ter. –– Organização ‘alta’ ou ‘achatada’. 8. Centralização e descentralização. –– Refere-se à alocação da autoridade nos indivíduos, quanto à tomada de decisão. –– Centralização é, unidade de comando. –– Descentralização é, supervisão funcional. Nesse contexto, salientam ainda que há três aspectos principais nas organizações: a. Quanto aos objetivos: as organizações não vivem para si próprias, mas são meios, isto é, são órgãos sociais que visam à realização de uma tarefa social; b. Quanto à administração: todas as organizações são diferentes em seus objetivos e em seus propósitos, mas são essencialmente semelhantes na sua composição administrativa; c. Quanto ao desempenho individual: são as pessoas que fazem, decidem e planejam, enquanto as organizações são ficções legais. Importante e imprescindível devem ser consideradas as organizações sob o ponto de vista de sua eficiência e eficácia, simultaneamente. Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida da utilização dos recursos nesse processo. EFICIÊNCIA EFICÁCIA Ênfase nos meios. Ênfase nos resultados. Resolver problemas. Fazer as coisas certas. Salvaguardar recursos. Atingir objetivos. Cumprir tarefas e obrigações. Otimizar a utilização dos recursos. Treinar os subordinados. Obter resultados. Fazer corretamente as coisas. Dar eficácia aos subordinados. Manter as máquinas. Máquinas em bom funcionamento. A administração por objetivos constitui um modelo administrativo identificado com o espírito pragmático e democrático da Teoria Neoclássica e apresenta as seguintes características: • Estabelecimento conjunto de objetivos entre o gerente e o seu superior; • Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou cargo; Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 31 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes • Interligação entre os vários objetivos táticos e departamentais; • Ênfase na mensuração e no controle dos resultados; • Contínua avaliação, reavaliação, revisão e reciclagem dos planos; • Participação atuante das gerências. A marca mais forte da Teoria Neoclássica está, na ênfase que ela dá ao planejamento estratégico das organizações e onde a APO se firma como síntese de funcionamento ideal para as instituições que dele fazem uso. Após a APO houve uma evolução no estilo administrativo gerando novos ciclos e nova dinâmica no ato de administrar. Resumo Nesta aula você aprendeu que: • A Teoria Neoclássica surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de qualquer teoria pioneira e condensando-os com outros conceitos igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas ao longo das três últimas décadas. • A Teoria Neoclássica pode ser identificada por meio de algumas características marcantes: a ênfase na parte prática da administração, a reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, a ênfase nos primeiros clássicos de administração, a ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, no ecletismo aberto e receptivo. • O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a administração uma Técnica Social básica. Isso leva à necessidade de o administrador conhecer, além dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, os aspectos relacionados à direção de pessoas dentro das organizações. • A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das respostas que procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus descentralização. Boa parte do trabalho dos neoclássicos está voltada para fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às vantagens e desvantagens que a descentralização proporciona. • A Teoria Neoclássica enfatiza as funções do administrador: o planejamento, a organização, a direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o processo administrativo. • A APO é um processo no qual os funcionários identificam objetivos comuns, definem suas responsabilidades e traçam uma linha guia de ação. Os princípios básicos da APO são três: objetivos específicos, tempo definido e feedback sobre desempenho. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 32 Atividades de aprendizagem De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas. a) Explique como surgiu a Teoria Neoclássica da Administração. b) Dê exemplos de eficiência e de eficácia. c) Ordene um paralelo entre as vantagens da centralização e as vantagens da descentralização. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 33 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Digital Aula 4 - A teoria burocrática da administração Meta Apresentar a Teoria Burocrática da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Listar as principais características da Teoria Burocrática; 2. Descrever as vantagens e disfunções da burocracia. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você tenha entendido bem os conceitos apresentados até aqui neste caderno didático. 4.1 Teoria Burocrática Agora nós vamos trabalhar um pouco sobre a Teoria Burocrática da Administração. Vamos ver suas origens e vantagens. Venha, vamos trabalhar um pouco sobre essa Teoria. 4.2 Origens A Teoria da Burocracia teve início na administração por volta de 1940 apresentando-se sob os seguintes aspectos: • Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas; • A necessidade de um modelo de organização racional; • O crescente tamanho e complexidade das organizações e,; • O ressurgimento da Sociologia da Burocracia. A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos fins pretendidos de forma a garantir a máxima eficiência possível ao alcance dos objetivos. Max Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes – como Inglaterra e Holanda – e não em países católicos. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 35 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Figura 8: Max Weber Fonte: http://www.google.com.br/images?um=1&hl=ptBR&biw=1280&bih=579&tbs=isch%3A1&sa=1 &q=max+weber&aq=f&aqi=g4&aql=&oq=&gs_rfai. Acesso em 13 de agosto de 2010. A Burocracia, segundo Weber, baseia-se nas seguintes características: 1. No caráter legal das normas. 2. No caráter formal da comunicação. 3. Na divisão do trabalho. 4. Na impessoalidade no relacionamento. 5. Na hierarquização da autoridade. 6. Nas rotinas e procedimentos. 7. Na competência técnica e no mérito. 8. Na especialização da administração. 9. Na profissionalização dos participantes. 10.Na previsibilidade. A burocracia possui, ainda, como consequências previstas a previsibilidade do comportamento humano e a padronização do desempenho dos funcionários, com a finalidade de atingir a máxima eficiência da organização. 4.3 E quais seriam as vantagens da Burocracia, se é que elas existem? Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da Burocracia sobre as outras formas de associação. Para ele, comparar os mecanismos burocráticos com outras organizações é o mesmo que comparar a produção da máquina com outros modos não mecânicos de produção. As vantagens da Burocracia, para Weber, são: 1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; 2. Precisão na definição do cargo e na operação pelo conhecimento exato dos deveres; 3. Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito, por quem deve ser feito, as ordens e que papéis tramitam através de canais pré-estabelecidos; e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 36 4. Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. Por outro lado, a informação é discreta, pois é fornecida apenas a quem deve recebê-la; 5. Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorecem a padronização, a redução de custos e de erros, pois os procedimentos são definidos por escrito; 6. Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado. Além disso, os critérios de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na competência técnica; 7. Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e quais são os limites entre suas responsabilidades e as dos outros; 8. Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; 9. Subordinação dos mais novos aos mais antigos, dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de modo que o superior possa tomar decisões que afetem o nível mais baixo; 10.Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas, em que grande número de casos similares são metodicamente tratados dentro da mesma maneira sistemática; 11.Existem benefícios sob o prisma das pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos particulares, podendo encarreirar-se na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica. Como crítica apontou-se que a Teoria Burocrática, possuía: 1. Excesso de formalismo da burocracia. 2. Mecanicismo e as limitações da “Teoria da Máquina”. 3. Conservantismo da burocracia. 4. Abordagem de sistema fechado. 5. Abordagem descritiva e explicativa. 6. Críticas multivariadas à burocracia. Apesar de todas as limitações e restrições, a burocracia é talvez uma das melhores alternativas de organização, superior a várias alternativas tentadas no decorrer do século XX. O mais importante é que a Teoria da Burocracia deixou de lado a abordagem normativa e prescritiva para dedicar-se a uma abordagem descritiva e explicativa. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 37 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Resumo Nesta aula você aprendeu que: • A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. • A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração aproximadamente nos anos 40, em função, principalmente, dos seguintes aspectos: –– A fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas; –– A necessidade de um modelo de organização racional aplicável não somente à fábrica, mas a todas as formas de organização, principalmente às empresas; –– O tamanho e complexidade crescentes das empresas; –– O ressurgimento da Sociologia da Burocracia. • Características da Burocracia: –– Caráter legal das normas e regulamento; –– Caráter formal das comunicações; –– Caráter racional e divisão do trabalho; –– Impessoalidade nas relações; –– Hierarquia da autoridade; –– Rotinas e procedimentos padronizados; –– Competência técnica e meritocracia; –– Especialização da administração; –– Profissionalização dos participantes; –– Completa previsibilidade do funcionamento. • Vantagens da Burocracia: –– Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; –– Precisão na definição do cargo e na operação; –– Rapidez nas decisões; –– Unicidade de interpretação; –– Uniformidade de rotinas e procedimentos; –– Continuidade da organização através da substituição do pessoal afastado; –– Redução do atrito entre as pessoas; –– Subordinação dos mais novos aos mais antigos; –– Confiabilidade. • Ao estudar as consequências previstas (ou desejadas) da burocracia que a conduzem à máxima eficiência, notaram-se também as consequências imprevistas (ou indesejadas): as disfunções da burocracia, que são basicamente as seguintes: –– Exagerado apego aos regulamentos; –– Excesso de formalismo e de papelório; –– Despersonalização do relacionamento; –– Categorização como base do processo decisório; –– Superconformidade às rotinas e aos procedimentos; –– Exibição de sinais de autoridade; –– Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 38 Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva as principais características da Teoria Burocrática. b) Faça um paralelo entre as vantagens e as disfunções da Burocracia. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 39 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Aula 5 – Teoria Digital estruturalista da administração Meta Apresentar a Teoria Estruturalista da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Apresentar as origens da Teoria Estruturalista; 2. Descrever a tipologia, ambiente e conflitos, além da análise das organizações. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material exposto no seu caderno didático e leia também os textos de apoio. 5.1 Teoria Estruturalista da Administração Surgiu ao final da década de 1950 como uma reação às práticas administrativas injustas causadas pela Revolução Industrial. Constitui-se na primeira tentativa sistemática de introdução das ciências do comportamento na Teoria Administrativa através de uma filosofia humanística que pregava a participação das pessoas na organização. 5.2 Origens As origens da Teoria Estruturalista na Administração foram: • A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas; • A necessidade de visualizar a organização como uma unidade social complexa na qual interagem grupos sociais; • A influência do Estruturalismo nas Ciências Sociais e sua repercussão no estudo das organizações; • Um novo conceito de Estrutura. Para os estruturalistas, a sociedade moderna é uma sociedade de organizações das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. As organizações são diferenciadas e requerem de seus membros certas características de personalidade que permitam a participação simultânea das pessoas em várias organizações nas quais os papéis variam. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 41 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais – Teoria das Relações Humanas – para o estudo das interações entre as organizações sociais. Da mesma forma que os grupos sociais interagem entre si, também interagem entre si as organizações. As organizações constituem a forma dominante de instituição da sociedade moderna, sendo a manifestação de uma sociedade especializada e interdependente que se caracteriza por um crescente padrão de vida. Partindo desse pressuposto, as burocracias constituem um tipo específico de organização, as chamadas organizações formais. A organização formal é criada para atingir objetivos explícitos e é um sistema pré-estabelecido de relações estruturais impessoais que resulta no relacionamento formal entre pessoas, permitindo reduzir a ambiguidade e a espontaneidade e aumentar a previsibilidade do comportamento. As organizações formais por excelência são as burocracias. Os estruturalistas utilizaram alguns conceitos de outras Escolas da Administração para o estudo das organizações. Por isso, considera-se sua abordagem múltipla. 1. Organização formal e informal. 2. Recompensas salariais e materiais, sociais e simbólicas. 3. Diferentes níveis hierárquicos. 4. Diferentes tipos de organização. 5. Análise intra e inter organizacional. Diante disso, podemos tipificar as organizações? Claro que sim. Existem diferenças entre as organizações? Sim. Entretanto, elas apresentam algumas características que permitem classificá-las em tipos. 1. Tipologia de Etzioni. 2. Tipologia de Blau e Scott. Para “Etzioni as organizações são ‘artificiais” e planejadas e possuem características tais como: • Divisão de trabalho. • Centros de poder. • Substituição do pessoal. E os meios de controle exercidos são: • Físico. • Material. • Normativo. O envolvimento dos indivíduos é: • Alienatório. • Calculista. • Moral. E podem ser classificadas como: • Coercitivas. • Utilitárias. • Normativas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 42 Na tipologia de Etzioni a ênfase é nos sistemas psicossociais das organizações. Tem como desvantagem a pouca atenção dada à estrutura e ao ambiente externo. Classificação Organização Meio de Controle Controle utilizado Envolvimento do Indivíduo Permanência do indivíduo Coercitiva Físico Prêmios e punições Alienativo Coação, medo, ameaça Prisão Utilitária Material Incentivos econômicos Calculista Interesse, vantagens Empresas em geral Normativa Normativo Valores sociais. Moral e ético Moral Convicção, ideologia Universidades, Igreja Exemplos A tipologia de Blau e Scott se baseia nos beneficiários da organização. Tanto os internos quanto os externos. E que seriam esses beneficiários de Blau e Scott? Eles seriam: • Os próprios membros da organização. • Os proprietários, acionistas da organização. • Os clientes o público em geral. 5.3 O homem organizacional Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homo economicus e a Teoria das Relações Humanas “o homem social”, a Teoria Estruturalista focaliza o “homem organizacional”, pessoa que desempenha diferentes papéis em várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para ser bem-sucedido em todas as organizações, precisa ter as seguintes características de personalidade: • Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna e da diversidade de papéis desempenhados nas organizações; • Tolerância às frustrações para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e necessidades individuais, cuja mediação é feita através de normas racionais, escritas e exaustivas; • Capacidade de adiar as recompensas e o poder de compensar o trabalho rotineiro na organização em detrimento de preferências pessoais; • Permanente desejo de realização para garantir cooperação e conformidade com as normas organizacionais para obter recompensas sociais e materiais. As organizações sociais são consequências da necessidade que as pessoas têm de relacionar-se e juntar-se com outras a fim de poderem re- Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 43 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes alizar os seus objetivos. Dentro da organização social, as pessoas ocupam certos papéis. Papel significa um conjunto de comportamentos solicitados a uma pessoa; é a expectativa de desempenho por parte do grupo social e consequente internalização dos valores e das normas que o grupo, explícita ou implicitamente, prescreve para o indivíduo. O papel prescrito para o indivíduo é reforçado pela sua própria motivação em desempenhá-lo eficazmente. Cada pessoa pertence a vários grupos e organizações e desempenha diversos papéis, ocupa muitas posições e suporta grande número de normas e regras diferentes. 5.4 Ambiente organizacional As organizações vivem em um mundo humano, social, político e econômico. Elas existem em um contexto que denominamos ambiente. Ambiente é tudo o que envolve externamente uma organização. Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que formam a sociedade. Dois conceitos são fundamentais para a análise interorganizacional: o conceito de interdependência das organizações e o conceito de conjunto organizacional. 5.5 Conflitos organizacionais Os Estruturalistas discordam de que haja harmonia de interesses entre patrões e empregados (como afirmava a Teoria Clássica) ou de que essa harmonia deva ser preservada pela administração através de uma atitude compreensiva e terapêutica (como afirmava a Teoria das Relações Humanas). Ambas as teorias punham fora de discussão o problema do conflito em decorrência do seu caráter prescritivo. Para os estruturalistas, os conflitos – embora nem todos sejam desejáveis – são elementos geradores das mudanças e da inovação na organização. Conflito significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou interesses antagônicos e colidentes que podem se chocar. Sempre que se fala em acordo, aprovação, coordenação, resolução, unidade, consentimento, comprometimento, harmonia deve-se lembrar que essas palavras pressupõem a existência ou iminência de seus opostos como desacordo, desaprovação, desentendimento, dissensão, incongruência, discordância, inconsistência, oposição – o que significa conflito. Os estruturalistas indicam importantes funções sociais do conflito e não concordam com sua repressão artificial. Através do conflito, avaliam-se o poder e o ajustamento do sistema da organização à situação real para atingir a harmonia na organização. O conflito gera mudanças e provoca inovação à medida que as soluções são alcançadas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 44 Figura 9: Teoria Estruturalista da Administração Fonte: http://cmapspublic3.ihmc.us/rid=1226547760296_1947947297_7099/1225070317328I338676 995I7217Ix-cmapIx-storable . Acesso em 18 de outubro de 2010 Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • As origens da Teoria Estruturalista na Administração foram: a) A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si – tornou-se necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa; b) A necessidade de visualizar “a organização como uma unidade social complexa na qual interagem grupos sociais” que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização), mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros); c) A influência do Estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações. Na Teoria Administrativa, o Estruturalismo se concentra nas organizações sociais; d) Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é antigo. Heráclito, nos primórdios da história da Filosofia, concebia o “logos” como uma unidade estrutural que domina o fluxo ininterrupto do devir e o torna inteligível. É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora as águas jamais sejam as mesmas devido à contínua mudança das coisas. • A Teoria Estruturalista focaliza o “homem organizacional”, a pessoa que desempenha diferentes papéis em várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para ser Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 45 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes bem-sucedido em todas as organizações, precisa ter as seguintes características de personalidade: Flexibilidade, Tolerância às frustrações, Capacidade de adiar as recompensas e o poder de compensar o trabalho rotineiro na organização em detrimento de preferências pessoais e Permanente desejo de realização para garantir cooperação e conformidade com as normas organizacionais para obter recompensas sociais e materiais. • As organizações vivem em um mundo humano, social, político e econômico. Elas existem em um contexto que denominamos ambiente. Ambiente é tudo o que envolve externamente uma organização. Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que formam a sociedade. Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Quais as características da personalidade do Homem Organizacional? b) Explique conflitos organizacionais. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 46 AULA 1 Alfabetização Aula 6 – Teoria Digital das relações humanas da administração Meta Apresentar a Teoria das Relações Humanas. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Apresentar as origens da Teoria das Relações Humanas; Descrever a experiência de Hawthorne, a motivação, a liderança e os processos e comunicação nas organizações. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 6.1 Teoria das Relações Humanas da Administração A Teoria das Relações Humanas ou Escola Humanística da Administração surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões da Experiência de Hawthorne desenvolvida por Elton Mayo, e da necessidade de corrigir a forte tendência à desumanização do trabalho com a aplicação de métodos rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores tinham de se submeter. Pressupostos anteriores (Abordagem Clássica da Administração) tratavam o trabalhador de forma mecânica, ou seja, considerava-o como “Homo Economicus”. Diante do surgimento da Teoria das Relações Humanas esse conceito mudou. Vejamos a comparação abaixo: ABORDAGEM CLÁSSICA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS Trata a organização como máquina. Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. Inspirada em sistemas de engenharia. Autoridade centralizada. Linhas claras de autoridade. Especialização e competência técnica. Acentuada divisão do trabalho. Confiança nas regras e regulamentos. Trata a organização como um grupo humano. Enfatiza as pessoas e os grupos sociais. Inspirada em sistemas de psicologia. Delegação de autoridade. Autonomia dos empregados. Ênfase nas relações entre as pessoas. Confiança e abertura. Dinâmica grupal e interpessoal. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 47 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes O aparecimento da Teoria das Relações Humanas se deve aos seguintes fatos: 1. A necessidade de humanizar e democratizar a Administração; 2. Ao desenvolvimento das ciências humanas; 3. Às idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da psicologia de Kurt Lewin, e; 4. Às conclusões da experiência de Hawthorne. A partir de então é que se começa a pensar na participação dos funcionários na tomada de decisões e na disponibilização das informações acerca da empresa na qual eles trabalhavam. A abordagem humanística foi um movimento de reação aos princípios da abordagem clássica da Administração e trouxe um novo conceito às Teorias da Administração, qual seja: Transfere a ênfase nas tarefas e na estrutura para a prioridade com as pessoas e os grupos sociais. E como é que tal transformação se deu? Com o surgimento e o desenvolvimento das ciências sociais, notadamente da Psicologia aplicada as Organizações (Psicologia do Trabalho) algumas técnicas foram incorporadas ao dia a dia das organizações onde podemos citar duas delas: • A análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho: Aspectos ligados a seleção de pessoal, treinamento, orientação, etc.; e a • Adaptação do trabalho ao trabalhador: Aspectos ligados a motivação, liderança, relações interpessoais. 6.2 A Experiência de Hawthorne A Western Electric fabricava equipamentos e componentes telefônicos e desenvolvia uma política de pessoal que valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A primeira fase objetivava conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. • Grupo de controle: submetido à uma intensidade constante de iluminação. • Grupo experimental: submetido à uma intensidade variável de iluminação. Os resultados obtidos foram que: • Não havia relação entre o grau de iluminosidade e o rendimento dos operários. • Identificou-se que a eficiência dos operários é afetada por fatores psicológicos. Inicialmente visto como um fator negativo à eficiência, tentou-se então isolar o efeito psicológico da experiência. Na segunda fase, objetivou-se determinar o efeito de mudanças nas condições de trabalho na eficiência produtiva. O processo foi dividido em 12 etapas. Em cada uma, o grupo de observação era submetido a diferentes condições de trabalho. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 48 Etapas da Experiência 1. Estabelecer a capacidade de produção em condições normais 2.400 unid. 2. Isolamento do grupo experimental na sala de provas. 3. Separação do pagamento por tarefas do grupo experimental. Aumento 4. Intervalos de 5 minutos na manhã e na tarde. Aumento 5. Aumento dos intervalos de descanso para 10 minutos. Aumento 6. Três intervalos de 5 minutos pela manhã e o mesmo pela tarde. Manteve-se 7. Retorno a dois intervalos de 10 minutos (manhã + tarde). Aumento 8. Saída do trabalho às 16:30 hs e não mais às 17:00 hs. Aumento 9. Saída do trabalho às 16:00 hs. Manteve-se 10. Retorno à saída às 17:00 hs. Aumento 11. Semana de 05 dias com sábado livre. Aumento 12. Retorno às condições do 3º. Período. Aumento Figura 10: Experiência de Hawthorne - 1927 Fonte: http://taylorymayo.blogspot.com/. Acesso em 24 de outubro de 2010. Assim, como resultado obteve-se: • Os operários do grupo de observação gostavam de trabalhar na sala de provas, pois não tinha a pressão da supervisão. Trabalhava-se com liberdade. • Não havia medo de punição. • Houve um desenvolvimento social entre os indivíduos, formando uma equipe. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 49 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Percebeu-se que houve o desenvolvimento de objetivos comuns. Partiu-se então para a terceira fase. A partir da constatação da diferença de produtividade, do grupo de controle e do grupo de observação, na segunda fase da experiência, e com base nos resultados encontrados, os pesquisadores resolveram alterar o foco das condições físicas do trabalho para enfatizar as relações humanas no trabalho. Ai deu-se início à terceira fase da experiência, com o Programa de Entrevistas com os funcionários que tinha por objetivo, conhecer as atitudes e sentimentos dos funcionários, ouvir suas sugestões. Com o resultado identificou-se a organização informal, onde os operários se unem, havendo uma lealdade entre si. A partir daí, a quarta fase teve como finalidade estudar à ‘organização informal’ dos operários. Colocou-se o grupo experimental trabalhando em uma sala isolada, mas com as mesmas condições de trabalho do grupo de controle. Um observador foi colocado (e não supervisor) dentro da sala e um entrevistador fora da sala que entrevistava o grupo experimental. Verificou-se então que os operários apresentavam uma uniformidade de sentimentos e solidariedade entre si. As conclusões obtidas por Mayo na experiência em Hawthorne delineou os princípios básicos da Escola das Relações Humanas, quais sejam: 1. O nível de produção é resultado da integração social 2. Comportamento social dos operários 3. Recompensas e sanções sociais 4. Grupos informais 5. Relações humanas 6. Importância do conteúdo do cargo 7. Ênfase nos aspectos emocionais Figura 11: Interior de Fábrica Ford River Rouge – 1928 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:River_Rouge_tool_and_die8b00276r.jpg . Acesso em 17 de outubro de 2010. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 50 Então, vejamos: 1. O nível de produção é resultado da integração social: –– e não somente pela capacidade física do empregado, ou de sua capacidade em realizar movimentos eficientes em tempos pré-determinados. 2. Comportamento social dos operários. –– os operários não agem como indivíduos, mas como membros de grupos 3. Recompensas e sanções sociais –– Operários que tinham baixo índice de produtividade perderam o respeito dos colegas. A Teoria das Relações Humanas, não considerava o princípio de homo economicus. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento do grupo. 4. Grupos informais –– Nova visão da empresa como uma organização social informal, contrário à visão formal da abordagem clássica. 5. Relações humanas –– As relações humanas são desenvolvidas com base no contato entre as pessoas. Os indivíduos querem ajustar-se às demais pessoas do grupo. 6. Importância do conteúdo do cargo –– Mayo reparou em seus estudos que a divisão do trabalho e sua especialização não eram seguidos por todos os operários. Alguns trocavam de função entre si para evitar a monotonia do trabalho. 7. Ênfase nos aspectos emocionais. –– A Teoria das Relações Humanas estudou também os comportamentos ‘irracionais’ e não planejados dos indivíduos E como foram as decorrências da Teoria das Relações Humanas Com base em suas experiências em Hawthorne e, a partir de suas conclusões, Elton Mayo e a Teoria das Relações Humanas contribuíram para a Administração nos tópicos: • A eficiência humana é resultado de sua interação social e não dos métodos de trabalho impostos. • A cooperação humana é resultado da moral do indivíduo. • Os métodos de trabalho impostos enfatizam a eficiência da produção e não a cooperação humana. Assim, há um conflito social na civilização industrializada: incompatibilidade entre os objetivos da empresa e os individuais. A solução é uma administração humanizada, com chefes democráticos e simpáticos com todos os operários. Na área da saúde, uma administração humanizada é caratér primordial para uma boa gestão. Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa a dominar o repertório administrativo. Falam-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, etc. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 51 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Figura 12: Kurt Lewin Fonte: http://cassia-both.blogspot.com/2009/10/6-teoria-comportamentalista.html. Acesso em 17de outubro de 2010. Teoria das Relações Humanas trouxe duas orientações à Teoria Administrativa: • A primeira orientação é a equação humana, onde: –– Sucesso das organizações depende diretamente das pessoas • E a segunda orientação é o novo papel do administrador, que deve: –– Saber comunicar, liderar, motivar. Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões obtidas na experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. • A Experiência em Hawthorne permitiu o delineamento dos princípios básicos da Escola das Relações Humanas, quais sejam: nível de produção é resultante da integração social, comportamento social dos empregados, grupos informais, as relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos, a importância do conteúdo do cargo e a ênfase nos aspectos emocionais. • A Comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: a) Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir-se nas suas tarefas; b) Proporcionar as atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação no cargo. • As principais críticas à Teoria: –– Oposição cerrada à Teoria Clássica; –– Inadequada visualização dos problemas das relações; –– Indústrias; e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 52 –– –– –– –– –– Concepção ingênua e romântica do operário; Limitação do campo experimental; Parcialidade das conclusões; Ênfase nos grupos informais; Enfoque manipulativo das relações humanas. Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva as principais características da Teoria das Relações Humanas. b) Dê a correta definição para: motivação, liderança e processos de comunicação nas organizações. Motivação: Liderança: Processos de Comunicação: Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 53 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Aula 7 – Teoria Digital comportamental da administração Meta Conceituar a Teoria Comportamental e suas características mais marcantes. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Conceituar a Teoria Comportamental; Estabelecer um paralelo entre as Teorias de Maslow e de Herzberg; Caracterizar os estilos administrativos utilizados nas organizações e sintetizar a Teoria das Decisões. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 7.1 Teoria Comportamental da Administração A abordagem comportamental – também chamada de behaviorista, marca a mais forte ênfase nas ciências do comportamento na Teoria Administrativa e a busca de soluções democráticas e humanas para os problemas organizacionais. Comportamento é a maneira pela qual um indivíduo ou uma organização age ou reage em suas interações com o seu meio ambiente e em resposta aos estímulos que dele recebe. A teoria comportamental trouxe uma nova direção e surgiu a partir dos seguintes fatos: 1. Oposição ferrenha e definitiva da Teoria das Relações Humanas em relação a Teoria Clássica; 2. Representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas sobre a qual se mostra crítica e severa; 3. Incorporação da Sociologia da Burocracia, e; 4. Publicação do livro: Comportamento Organizacional de Herbert A. Simon (1947). Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 55 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Diante disso e sob o tema da motivação humana alguns autores propuzeram teorias para melhor compreendermos e melhorarmos a qualidade de vida dentro das organizações. • A Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow • A Teoria dos dois Fatores de Herzberg. Abraham H. Maslow (1908-1970) apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência visualizada em uma Pirâmide. Ele caracterizou dois grupos de necessidades: • Primárias –– Fisiológicas –– Segurança • Secundárias –– Sociais –– Estima –– Auto-realização Figura 13: Pirâmide de Maslow Fonte: Chiavenato, 2005. A Teoria de Maslow se fundamenta nos seguintes aspectos: • Somente quando um nível inferior de necessidade está satisfeito, é que o nível superior surge no comportamento humano, • Entretanto, quando alguma necessidade de nível mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar o comportamento, • Cada indivíduo possui sempre mais de uma necessidade como impulso motivacional atuando em seu organismo, • A frustração de uma necessidade pode se tornar uma ameaça psicológica, • Nem todos os indivíduos chegam ao topo da pirâmide de necessidades. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 56 E a Teoria de Herzberg, como se processou? Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho, sendo esses fatores independentes: • Fatores higiênicos – ou extrínsecos, Fatores que estão localizados no ambiente que rodeia os indivíduos na organização. São administrados e decididos pela empresa. • Salários • • • • • Benefícios Tipos de supervisão, Condições físicas e ambientais de trabalho, Políticas da empresa, Clima de relacionamento entre funcionários e empresa. • Fatores motivacionais – ou intrínsecos. Fatores que estão sob o controle do indivíduo. Referem-se ao conteúdo do cargo e às tarefas executadas pelos empregados. • Crescimento individual, • Progresso profissional, • Responsabilidade, • Reconhecimento. 7.2 O que são estilos administrativos? Como eles se apresentam nas organizações? A Teoria Comportamental oferece uma variedade de estilos de administração à disposição do administrador. Figura 14: Teoria X e Y Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.vendamais.com.br/images/lidera/ motZ.png&imgrefurl=http://www.lideraonline.com.br . Acesso em 19 de agosto de 2010. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 57 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 7.3 Teoria X e Y Criada por McGregor, esta teoria compara dois estilos opostos e antagônicos de administrar. De um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmática, e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano: A Teoria X baseia-se em ideias erradas sobre o comportamento humano: • As pessoas são preguiçosas, • As pessoas não têm ambição, • As pessoas resistem às mudanças. A Teoria Y baseia-se em premissas sem preconceitos a respeito da natureza humana: • O trabalho pode ser uma fonte de satisfação, • Pessoas não são passivas. Elas podem se tornar, por experiências negativas, • As pessoas têm motivação e potencial de desenvolvimento, • Fuga à responsabilidade e falta de ambição são consequências de experiências negativas, • A capacidade humana é ampla. Propõe um estilo de administração: • Aberto e democrático. • Participativo. • Baseado nos valores humanos. 7.4 Teoria Z Surgiu no Japão e fundamenta-se nos seguintes princípios: • Emprego estável para as pessoas mesmo em épocas difíceis; • Pouca especialização das pessoas; • Avaliação do desempenho constante e promoção lenta; • Igualitarismo no tratamento das pessoas, independentemente do nível hierárquico. 7.5 Teoria das Decisões Decisão é um processo de análise e escolha entre as alternativas disponíveis de cursos de ação que a pessoa deverá seguir. Toda decisão envolve seis elementos, a saber: 1. Tomador de decisão; 2. Objetivos; 3. Preferências; 4. Estratégias; 5. Situação; 6. Resultado. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 58 Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • A abordagem comportamental da Ciência Administrativa propõe o abandono de posições normativas e descritivas e a adoção de uma posição humanística e descritiva, mantendo, portanto, a ênfase nas pessoas. • A Teoria Comportamental procura demonstrar uma variedade de estilos administrativos utilizados nas organizações; o comportamento das pessoas tem relação direita com as convicções e estilos utilizados pelos administradores. • A Teoria X caracteriza-se por ter um estilo autocrático, o qual pretende que as pessoas façam exatamente aquilo que a organização pretende que elas façam do jeito similar ao da Administração Científica de Taylor, da Teoria Clássica de Fayol e da Teoria Burocrática de Max Weber. • A Teoria Y desenvolve um estilo altamente democrático através do qual administrar é um processo de criar oportunidades e proporcionar orientação quanto a objetivos. A administração caracteriza-se pelos seguintes aspetos: 1) é responsabilidade da administração proporcionar condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam características como motivação, potencial de desenvolvimento, responsabilidade; e 2) Cria condições organizacionais e métodos de operações por meio dos quais possam atingir seus objetivos pessoais e dirigir seus esforços em direção aos objetivos da empresa. • Toda a decisão envolve a percepção da situação e o raciocínio. Isso é fundamental para a compreensão do comportamento humano nas organizações: o que uma pessoa aprecia e deseja influencia aquilo que vê e interpreta, assim como o que vê e interpreta influencia o que aprecia e deseja. Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva as principais características da Teoria Comportamental. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 59 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes b) Explique fatores higiênicos e fatores motivacionais. c) Descreva as Teorias X e Y estabelecendo um paralelo entre elas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 60 AULA 1 Alfabetização Aula 8 – Teoria Digital da contingência da administração Meta Apresentar a Teoria da Contingência da Administração. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. Apresentar as origens da Teoria Contingencial; 2. Definir ambiente e tecnologia. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material disponibilizado na plataforma, bem como os vídeos e textos de apoio. 8.1 Teoria da Contingência da Administração A Teoria da Contingência ou Teoria Contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A Abordagem Contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnicas administrativas. Em vez de uma relação de causa e efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo “se-então” e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da organização. A visão contingencial sugere que a organização é um sistema composto por subsistemas e definido por limites. A abordagem contingencial procura analisar as relações dentro e entre os subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente e definir padrões de relações ou configurações de variáveis. A Teoria Contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 61 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Essas pesquisas e estudos foram contingentes à medida que procuravam compreender e explicar o modo como as empresas funcionavam em diferentes condições. Essas condições variam de acordo com o ambiente ou contexto que as empresas escolheram como seu domínio de operações. Em outras palavras, essas condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo. Vejamos as pesquisas!!!! A pesquisa de Chandler: • Demonstrou em suas pesquisas que a estrutura das empresas se altera conforme alteram suas estratégias • Acúmulo de recursos (integração vertical), racionalização dos recursos, continuação do crescimento, expansão. Pesquisa de Burns e Stalker: • Finalidade de verificar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo das indústrias. • Resultado: organizações mecanísticas e organizações orgânicas. • A partir da descoberta das organizações mecanísticas e orgânicas, verificou-se que a primeira operava em um ambiente estável, enquanto que a segunda, em um ambiente instável. • Pesquisa de Lawrence e Lorsch. • Análise entre a organização e o ambiente. • Estudadas as características que as empresas devem ter para enfrentar as mudanças do ambiente. • Esta pesquisa foi a base para o surgimento da Teoria da Contingência. • A conclusão dos estudos foi a de que os problemas básicos da organização são a diferenciação e a integração. –– Diferenciação: divisão de trabalho entre os departamentos –– Integração: todos os departamentos visam a atingir o objetivo organizacional. Pesquisa de Joan Woodward. • Finalidade de avaliar se as práticas administrativas estavam relacionadas com o sucesso empresarial. • Identificou três grupos de empresas, pelo critério de tecnologia da produção. • Teve como conclusão os pontos: –– A estrutura organizacional é afetada pela sua tecnologia –– As empresas com operações estáveis e as com operações mutáveis exigem estruturas diferenciadas. A Teoria da Contingência revela que não existe uma única maneira melhor de organizar. Em vez disso, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. Assim, a Teoria da Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos: a organização é de natureza sistêmica; ela é um sistema aberto. As variáveis organizacionais apresentam um complexo inter-relacionamento entre si e com o ambiente. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 62 Figura 15: O Sistema Ambiental Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.manuelgrilo.com/rui/complexidade/ img00001.gif&imgrefurl=http://www.manuelgrilo.com/rui/complexidade/ . Acesso em 09 de agosto de 2010. Vejamos: • Ambiente: Ambiente é tudo o que acontece externamente, mas influenciando internamente uma organização. A análise do ambiente foi iniciada pelos estruturalistas. Como a análise tinha abordagem de sistemas abertos, aumentou o estudo do meio ambiente como base para verificar a eficácia das organizações, mas nem toda a preocupação foi capaz de produzir total entendimento do meio ambiente. As teorias da administração têm ênfase no interior e exterior da organização. O ambiente como um todo (macro) e o ambiente da tarefa. O ambiente geral é o genérico e comum que afeta direta ou indiretamente toda e qualquer organização, é constituído de um conjunto de condições semelhantes, sendo tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas ou culturais. • Tecnologia: A tecnologia ocorre quando há desenvolvimento tecnológico nas outras organizações. É preciso adaptar-se para não perder a competitividade. As condições legais constituem a legislação, sendo leis trabalhistas, fiscais, civis, de caráter comercial, etc. As condições políticas são decisões e definições políticas. As condições econômicas constituem o que determina o desenvolvimento econômico. Inflação, balança de pagamento do país, distribuição de renda interna, entre outros, são problemas econômicos que não passam despercebidos pela organização. A condição demográfica determina o mercado de acordo com a taxa de crescimento, população, raça, religião, distribuição geográfica, etc. A condição cultural é a expectativa da população que interfere no consumo. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 63 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Todas essas condições interagem entre si e suas forças juntas têm efeito sistêmico. Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • A Teoria da Contingência ou Teoria Contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. • A Teoria Contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. Essas pesquisas e estudos foram contingentes à medida que procuravam compreender e explicar o modo como as empresas funcionavam em diferentes condições. Essas condições variam de acordo com o ambiente ou contexto em que as empresas escolheram como seu domínio de operações. Em outras palavras, essas condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo. • Existem dois tipos de organizações: Organizações “Mecanísticas” e “Orgânicas”. Verificaram as práticas administrativas e as relações com o ambiente externo das organizações mecanicistas (burocrática, permanente, rígida, definitiva e baseada na hierarquia e no comando) e orgânicas (flexível, mutável, adaptativa, transitória e baseada no conhecimento e na consulta). • A Teoria da Contingência revela que não existe uma única maneira melhor de organizar. Em vez disso, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. Assim, a Teoria da Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos: a organização é de natureza sistêmica; ela é um sistema aberto. As variáveis organizacionais apresentam um complexo inter-relacionamento entre si e com o ambiente. Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva as principais características da Teoria da Contingência. b) Descreva: ambiente e tecnologia e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 64 AULA 1 Aula 9 – Teoria Digital de sistemas da adminisAlfabetização tração Meta Conceitos básicos da Teoria Geral de Sistemas. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Esclarecer o significado de organizações mecanicistas e orgânicas; Esclarecer o que é uma Organização de Sistema Aberto. Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 9.1 Teoria Geral de Sistemas A Teoria Geral de Sistemas foi elaborada em 1937, por Ludwig Von Bertalanffy, para preencher uma lacuna na pesquisa e na Teoria da Biologia. Os seus primeiros enunciados são de 1925 e ela é amplamente reconhecida na Administração da década de 1960. Os pressupostos básicos da TGS são: 1. Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais; 2. Essa interação parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas; 3. A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento científico. A Teoria Geral de Sistemas (TGS) fundamenta-se em três premissas básicas: • Os sistemas existem dentro de sistemas; • Os sistemas são abertos, e; • As funções de um sistema dependem de sua estrutura. 9.2 Mas o que é um Sistema? Sistema é um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado. Na Teoria de Sistemas, visualiza-se as organizações como um sistema que: • possui elementos internos relacionados. • mantém relação com elementos externos. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 65 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Isto é, trata-se a organização como um sistema que interage com o ambiente que está inserida. Assim, denomina-se esta interação de Sistema Aberto. E como seriam estas organizações de Sistema Aberto? As organizações possuem uma interação com o meio e que atua: fornecedores, concorrentes, governo, clientes, etc. Elas influenciam no ambiente e sofrem influências deste. Pela Teoria de Sistemas, as organizações possuem algumas características específicas: 1. Comportamento probabilístico e não determinístico: as variáveis externas que influenciam as organizações são desconhecidas e incontroláveis. 2. Partes de mundo maior e feita de partes menores: sistemas dentro de sistemas. 3. Fronteiras, limites: limites entre os sistemas. 4. Homeostase: estado de equilíbrio, adaptabilidade - frente às mudanças externas, que sugere: unidirecionalidade – orientado para o mesmo objetivo, e; progresso em relação ao fim – progresso constante. 5. Morfogênese: o sistema organizacional tem a capacidade de se modificar frente às mudanças e exigências do mercado. Na Teoria Geral de Sistemas, a ênfase é dada à inter-relação e interdependência entre os componentes que formam um sistema, o qual é visto como uma totalidade integrada, sendo impossível estudar seus elementos isoladamente. É disso que trata os conceitos de transação e globalidade. O primeiro se refere à interação simultânea e interdependente entre os componentes de um sistema; o segundo diz que um sistema constitui um todo técnico. Assim, qualquer mudança em uma das partes afetará todo o conjunto. Buscava-se uma Teoria que fosse comum a todos os ramos da ciência, e pesquisavam-se os denominadores comuns para o estudo e abordagem dos sistemas vivos. Essa foi uma percepção de diversos cientistas, os quais entenderam que certos princípios e conclusões eram válidos e aplicáveis a diferentes setores do conhecimento humano. 9.2.1 Conceito Sistema é “um todo organizado ou complexo, um conjunto ou combinação de coisas ou partes formando um todo complexo ou unitário” (CHIAVENATO, p.78, 2006). Um sistema é um conjunto de objetos unidos por alguma forma de interação ou interdependência. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que a relação entre as partes e o comportamento do todo seja o foco da atenção. Define-se Sistema como um conjunto de partes diferenciadas em inter-relação umas com as outras, formando um todo organizado que possui uma finalidade, um objetivo constante. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 66 Portanto, um conjunto de partículas que se atraem mutuamente (como o sistema solar), um grupo de pessoas em uma organização, uma rede industrial, um circuito elétrico, um computador ou um ser vivo podem ser visualizados como sistemas. Realmente, é difícil dizer onde começa e onde termina determinado sistema. Os limites entre o sistema e seu ambiente admitem certa arbitrariedade. O próprio universo parece estar formado de múltiplos sistemas que se interdependem e se interpretam. É possível não só passar de um sistema para outro que o abrange, como também passar para uma versão menor nele contida. Da definição de Bertalanffy, segundo a qual o sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois conceitos: o de propósito (ou objeto) e o de globalismo (ou totalidade). Esses dois conceitos retratam duas características básicas em um sistema. Um sistema é: • Um conjunto de elementos; • Dinamicamente relacionados; • Formando uma atividade; • Para atingir um objetivo; • Operando sobre dados/energia/matéria; • Para fornecer informação e energia. Figura 16: A Organização como um Sistema. Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.escritoriodamiao.com.br/ controladoria_texto_arquivos/image001.jpg&imgrefurl=http://www.escritoriodamiao.com.br/. Acesso em 24 de agosto de 2010. 9.2.2 Características dos Sistemas Há uma grande variedade de sistemas e uma ampla gama de tipologias para classificá-los de acordo com certas características básicas: a. Quanto à sua constituição, os sistemas são: –– Físicos ou concretos, quando compostos de equipamentos, de maquinaria e de objetos e coisas reais. São denominados hardware. Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho. –– Abstratos ou conceituais, quando compostos de conceitos,planos, hipóteses e idéias. Aqui, os símbolos representam atributos e objetos, que muitas vezes só existem no pensamento das pessoas. São denominados de software. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 67 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e abstratos: os sistemas físicos precisam de um sistema abstrato para poder funcionar e desempenhar suas funções. A recíproca também é verdadeira: os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum sistema físico. • Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos: Sistemas fechados: são os sistemas que não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência ambiental. Sendo assim não recebem nenhuma influência do ambiente e, por outro lado também não o influenciam. São chamados sistemas mecânicos. –– Sistemas abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, através de entradas e saídas. Mantém um jogo recíproco com as forças do ambiente e a qualidade de sua estrutura é otimizada quando o conjunto de elementos do sistema se organiza. Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • A Teoria Geral de Sistemas foi elaborada em 1937, por Ludwig Von Bertalanffy, para preencher uma lacuna na pesquisa e na Teoria da Biologia. Os seus enunciados são de 1925 e ela é amplamente reconhecida na Administração da década de 1960. • Sistema é “um todo organizado ou complexo, um conjunto ou combinação de coisas ou partes formando um todo complexo ou unitário” (CHIAVENATO, p.78, 2006). Um sistema é um conjunto de objetos unidos por alguma forma de interação ou interdependência. • Um sistema é um conjunto de elementos, dinamicamente relacionados, formando uma atividade, para atingir um objetivo, operando sobre dados, energia, matéria, fornecendo informações, energia e matéria. • A Teoria Geral de Sistemas fundamenta-se em três premissas básicas, a saber: 1) Os sistemas existem dentro de sistemas; 2) Os sistemas são abertos, e; 3) As funções de um sistema dependem de sua estrutura. • Quanto a sua constituição podem ser: a) Físicos ou concretos e b) Abstratos ou conceituais. • Quanto a sua natureza podem ser fechados ou abertos. • As observações científicas mostram que os sistemas recebem do meio ambiente fluxo de matéria, de energia e de informações. Mostram, ainda, que os elementos que compõem um sistema mudam constantemente, mas que a estrutura permanente idêntica. Pode-se afirmar que um sistema continua em equilíbrio com o meio ambiente, mesmo sendo atravessado constantemente por diversos fluxos. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 68 Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva as principais características da Teoria de Sistemas. b) Descreva o que é uma organização de Sistema Aberto. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 69 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes AULA 1 Alfabetização Aula 10 – TeoriaDigital do desenvolvimento organizacional Meta Apresentar a Teoria do Desenvolvimento Organizacional. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Esclarecer o significado de cultura e mudança organizacional; Apresentar os modelos e os pressupostos básicos do desenvolvimento organizacional Pré-requisitos Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos disponibilizados e leia também os textos de apoio. 10.1 Teoria do Desenvolvimento Organizacional O movimento de Desenvolvimento Organizacional surgiu a partir de 1962 como um conjunto de idéias a respeito do homem, da organização e do ambiente, no intuito de proporcionar o crescimento e desenvolvimento das organizações. O conceito de Desenvolvimento Organizacional esta relacionado com os conceitos de mudança e de capacidade adaptativa da organização à mudança. O Desenvolvimento Organizacional é um desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental a caminho da abordagem sistêmica. Consideramos como precursor deste movimento teórico Leland Bradford, autor do livro Group Theory and Laboratory Methods (Nova York, 1964). Essa teoria representa a fusão de duas tendências no estudo das organizações: o estudo da estrutura de um lado, e o estudo do comportamento humano nas organizações de outro, integrados através de um tratamento sistêmico. Os diversos modelos de Desenvolvimento Organizacional consideram basicamente quatro variáveis: 1. O meio ambiente, focalizando aspectos como a turbulência ambiental, a explosão do conhecimento, a explosão tecnológica, a explosão das comunicações, o impacto dessas mudanças sobre as instituições e valores sociais, etc.; Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 71 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 2. A organização, abordando o impacto sofrido em decorrência da turbulência ambiental e as características necessárias de dinamismo e flexibilidade organizacional para sobreviver nesse ambiente; 3. O grupo social, considerando aspectos de liderança, comunicação, relações interpessoais, conflitos, etc.; 4. O indivíduo ressaltando as motivações, atitudes necessidades, etc. Os autores salientam essas variáveis básicas de maneira a poderem explorar sua interdependência, diagnosticar a situação e intervir em variáveis estruturais e em variáveis comportamentais, para que uma mudança permita a consecução tanto dos objetivos organizacionais quanto individuais. Portanto, a ênfase é dada na gestão de pessoas e processos. 10.2 Cultura organizacional A cultura é o que dá identidade ao homem, interfere em seu caráter, molda suas crenças e explica o mundo. Empresa é uma organização baseada em normas, visa à dominação do mercado por meio de vendas de bens e serviços. Para esse fim, é necessário ajustar-se aos stakeholders, ou seja, às pessoas mais envolvidas ou interessadas na organização: clientes, acionistas, governo, funcionários, fornecedores, associações, concorrência, sindicatos, etc. Em toda organização existem códigos informais que ratificam ou anulam os regulamentos. Algumas leis são burladas, e isso pode comprometer o andamento da própria empresa. 10.3 Clima organizacional Constitui o meio interno, a atmosfera psicológica característica de cada organização e está ligada à moral e à satisfação das necessidades dos participantes, podendo ser saudável ou doentio, satisfatório ou não satisfatório, dependendo de como os participantes se sentem em relação à organização. Envolve fatores estruturais, políticas, metas e objetivos, regulamentos, atitudes e comportamento social, entre outros. 10.4 Mudanças e a organização Mudança é a transição de uma situação para outra diferente ou a passagem de um estado para outro diferente. Implica ruptura, transformação, perturbação e interrupção. Já uma organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 72 Toda organização atua em determinado meio ambiente e sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com esse meio. Assim, ela deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera. Os autores do Desenvolvimento Organizacional adotam uma posição antagônica ao conceito tradicional de organização, salientando as diferenças fundamentais existentes entre os sistemas mecânicos e os sistemas orgânicos. Vejamos o quadro que se segue: Sistemas Mecânicos (Abordagem Tradicional) · A ênfase é exclusivamente individual e nos cargos. Relacionamento do Tipo Autoridade e Obediência · · · · · Rígida adesão à delegação e à responsabilidade dividida; Divisão do trabalho e supervisão hierárquica rígida; Tomada de decisões centralizada; Controle rigidamente centralizado; Solução de conflitos por meio de repressão, arbitragem e/ou hostilidade. Sistemas Orgânicos (Abordagem do Desenvolvimento Organizacional) · · · · · · · A ênfase é nos relacionamentos entre e dentro dos grupos; Confiança e crença recíprocas; Interdependência e responsabilidade compartilhada; Participação e responsabilidade multigrupal; A tomada de decisões é descentralizada; Amplo compartilhamento de responsabilidade e de controle; Solução de conflitos através de negociação ou de solução de problemas. 10.5 Desenvolvimento Organizacional O Desenvolvimento Organizacional é uma resposta da organização às mudanças. É um esforço educacional muito complexo destinado a mudar atitudes, valores, comportamentos e a estrutura da organização, de tal maneira que a possa se adaptar melhor às novas conjunturas, aos mercados, às tecnologias, aos problemas e aos desafios que estão surgindo em uma crescente progressão. O Desenvolvimento Organizacional visa à clara percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno e externo da organização, a análise e decisão do que precisa ser mudado e a intervenção necessária para provocar a mudança, tornando a organização mais eficaz, perfeitamente adaptável às mudanças e conciliando as necessidades humanas fundamentais com os objetivos e metas da organização. O Desenvolvimento Organizacional exige a participação ativa, aberta e não manipulada de todos os elementos que serão sujeitos ao seu processo e, mais do que tudo, um profundo respeito pela pessoa humana. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 73 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Resumo Nesta aula, você aprendeu que: • O Desenvolvimento Organizacional nada mais é que as mudanças que ocorrem dentro de uma organização. Segundo essa teoria aberta, democrática e participativa, as organizações devem se voltar mais às pessoas que às técnicas e recursos para conseguir uma maior capacidade de realizar as mudanças necessárias ao desenvolvimento organizacional. • A tendência natural de toda organização é crescer e desenvolver-se. O desenvolvimento é um processo lento e gradativo que conduz ao exato conhecimento de si próprio e à plena realização de suas potencialidades. A eficiência da organização relaciona-se indiretamente com sua capacidade de sobreviver, de adaptar-se, de manter sua estrutura e tornar-se independente da função particular que preenche. • O Desenvolvimento Organizacional visa à clara percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno e externo da organização, a análise e decisão do que precisa ser mudado e a intervenção necessária para provocar a mudança, tornando a organização mais eficaz, perfeitamente adaptável às mudanças e conciliando as necessidades humanas fundamentais com os objetivos e metas da organização. Atividades de aprendizagem De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas. a) Descreva o que é Cultura Organizacional. b) Quais são os pressupostos básicos do Desenvolvimento Organizacional e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 74 Referências BARRIS NETO, João Pinheiro de. Teoria da administração - Curso compacto. Editora Qualitymark, 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Editora Campus, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Administração - teoria, processo e prática. 7. ed. Editora Campus, 2006. KWASNICKA, Eunice Lacava. Teoria Geral da Administração: Uma Síntese. São Paulo: Atlas, 1989. LAWRENCE Paul R. & LORSCH Jay W. As empresas e o ambiente. Petrópolis, Vozes, 1973. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2004. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000. PARK, Kil H. DE BONIS, Daniel F., ABUD, Marcelo R. Introdução ao estudo da administração. São Paulo: Pioneira, 1997. Gestão – Introdução, princípios e fundamentos 75 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Currículo do professor conteudista Roberto Rodney Ferreira Junior Mestre em Gestão pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) de Portugal. Graduação em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Especialização em Contabilidade e em Gestão Estratégica de Empresas pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e Especialização em Logística Empresarial pela (UNA) Faculdade de Ciências Gerenciais de Belo Horizonte. Experiência na área de Gestão Hospitalar, Gestão Universitária e Gestão de Pessoas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 76 e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 78