INTERVENÇÕES VI Marilá Dardot – A educação pela pedra INTERVENTIONS VI Marilá Dardot – Education by Stone A série Intervenções tem como objetivo apresentar obras no jardim principal interno do Museu Lasar Segall. Essas obras devem propiciar ao público visitante uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço e arte pública e artes visuais. Em 2011, foram expostas as obras de Lygia Reinach, Regina Silveira e José Manuel Ballester. Em 2012 também se apresentaram Mônica Nador e Edith Derdyk. Anterior ao projeto, o artista Hilal Sami Hilal inaugurou o espaço com a obra Para sonhar continentes, trabalho inédito para a exposição Atlas, realizada no Museu Lasar Segall em 2010. The Intervention Series aims to exhibit works in the main internal garden of the Lasar Segall Museum. These works should provide the visiting public with a reflection on the relationship between architectural space, space and public art, and visual arts. In 2011, we featured the works by Lygia Reinach, Regina Silveira and José Manuel Ballester. In 2012 we also showed Monica Nador and Edith Derdyk. Prior to the project, artist Hilal Sami Hilal inaugurated the space with To dream continents, a new work created for the exhibition Atlas, held at the Lasar Segall Museum in 2010. Com essas Intervenções, o jardim do Museu, anteriormente um simples espaço de circulação, transforma-se em uma “galeria” a céu aberto. Assim, o local ganha novos significados e estabelece, por meio da obra em exposição, um diálogo ativo com os visitantes. Ao mesmo tempo, o Museu amplia as possibilidades investigativas, inserindo novos conceitos, ações e práticas nas tendências contemporâneas de arte. Na sexta edição, a artista convidada Marilá Dardot apresenta/escreve/inscreve o verso “Para aprender da pedra, frequentá-la”, sobre o piso do jardim com pedras portuguesas similares às do espaço destinado ao projeto. Esse verso faz parte do poema “A educação pela pedra” (1966), de João Cabral de Melo Neto. As letras construídas com o mesmo tipo de pedras e rejuntes de cimento criam um poema visual único. Forma e conteúdo, pedra sobre pedra, palavra sobre pedra e pedra sobre palavra constituem na criação de Marilá Dardot uma única unidade. É curioso que a pedra tenha conquistado prestígio e tradição raros na moderna poesia brasileira, em função do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, “No meio do caminho”: “[...] no meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho [...]”, publicado pela primeira vez na Revista de Antropofagia, em 1928, ou seja, quase quatro décadas anterior ao poema cabralino. Ao comentar seu trabalho, Marilá Dardot afirma: “A estratégia de trabalhar com letras, que de alguma maneira se fundem ao chão, não é nova em meu trabalho. Já cheguei a materializar a frase do escritor chileno Roberto Bolaño: ‘Porque as palavras estão por toda parte’ (2008), retirada do romance Os detetives selvagens”. Projeto Intervenções VI Marilá Dardot – A educação pela pedra De 24 de novembro de 2012 a 24 de fevereiro de 2012 Diariamente das 11h00 às 19h00 Fechado às terças-feiras Realização With these interventions, the Museum garden, formerly a mere circulation area, becomes an open-air “gallery”. Thus, the site acquires new meanings and establishes an active dialogue with visitors through the work on display. At the same time, the Museum expands investigative possibilities by inserting new concepts, actions and practices into contemporary art trends. In the sixth edition, our guest artist Marilá Dardot presents / writes / inscribes the verse “To learn from the stone, frequent it” on the garden floor with Portuguese stones similar to those of the space for the project. This verse is part of the poem “Education by Stone” (1966), by João Cabral de Melo Neto. The letters built with the same kind of stones and cement grout create a unique visual poem. Form and content, stone on stone, word on stone, and stone on word create a single unit in Marilá Dardot’s art. It is curious that stones have gained rare prestige and tradition in modern Brazilian poetry, due to Carlos Drummond de Andrade’s famous poem, “In the middle of the road”: “[...] in the middle of the road there was a stone / there was a stone in the middle of the road [...] “, first published in the Revista de Antropofagia (Journal of Anthropophagy) in 1928, or almost four decades before Cabral’s poem. Commenting on her work, Marilá Dardot says: “The strategy of working with letters, which somehow merge into the ground, is not new in my work. I once materialized Chilean writer Roberto Bolaño’s sentence ‘Because words are everywhere’ (2008), taken from his novel Wild Detectives.” Interventions Project VI Marilá Dardot - Education by stone From November 24, 2012 to February 24, 2013 Every day from 11 a.m. to 7 p.m. Closed on Tuesday