SANTAS E SANTOS, NO ANO DA SANTIDADE (9) Pe. Joaquim Leite Novembro termina com Santo André. Como foi apóstolo, a Igreja celebra‐o com festa. O nome é grego e significa viril, corajoso, decidido. Vai muito bem o nome com a pessoa. Por tudo o que dele se conhece, foi o primeiro a ter a coragem de arriscar no seguimento de Jesus. Ele e o seu irmão Pedro nasceram em Betsaida, terra piscatória do lago de Tíberíades. Os arqueólogos estão agora a revisitá‐la. Trabalhava na pesca com Pedro. Mas um dia, ele e mais o seu colega João, irmão de Tiago, desceram o Vale do Jordão até Jericó para escutarem esse profeta de que toda a gente falava, João Baptista. Gostaram do que viram e ouviram e tornaram‐ se seus discípulos. Nesses dias, passou também por ali Jesus de Nazaré. Quando ouviram João dizer que Ele era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, deixaram‐no e seguiram Jesus. Onde morava? Que fossem ver. Foram, viram e foi amor à primeira vista. Nas várias intervenções contadas no Evangelho, André manifesta um talentoso mediador: falou de Jesus a Pedro e apresentou‐Lho na primeira oportunidade; levou a Jesus o rapaz dos cinco pãezinhos e dos dois peixes na multiplicação dos pães; a ele recorreram aqueles gregos que, um dia, queriam ver Jesus. Não foi por acaso que o alcunharam de André o Afável. Ninguém consegue fazer pontes nas ralações humanas sem afabilidade. O Papa Francisco confirma. Terá o prestígio de Pedro ofuscado a figura de André? De modo algum! Depois do Pentecostes, André partiu em missão. Terá evangelizado a Síria, a Grécia e a Turquia. As marcas mais profundas terão ficado na cidade grega de Patras. Aí foi martirizado numa cruz em forma de X que para sempre se tornou a famosa Cruz de Santo André. A Escócia orgulha‐se dela na sua bandeira nacional. Paulo VI, em 1964, num gesto de grande abertura, devolveu à Igreja de Patras a cabeça de Santo André venerada desde há séculos na basílica de São Pedro em Roma. Gestos proféticos que abrem caminhos inimagináveis.