Próximo Futuro: a América Latina no horizonte
De 20 a 22 de junho, a literatura e os pensadores da América Latina, a música de Carmen Miranda revista
pelo Real Combo Lisbonense, a estreia do novo filme de Margarida Cardoso e um Baile na garagem da
Fundação Gulbenkian, marcam a primeira parte da edição de verão do Próximo Futuro para este ano. A 20
de junho, é também inaugurada a exposição coletiva “Artistas Comprometidos? Talvez”, com curadoria de
António Pinto Ribeiro. Em setembro, há mais cinema e música, mas também teatro e dança, numa
programação que se estende a outros espaços culturais em Lisboa.
Com uma atenção especial dedicada à América Latina contemporânea, a programação de verão do Próximo
Futuro vai concentrar-se este ano em dois momentos: no final de junho (dias 20, 21 e 22) e no início de
setembro (dias 2 a 17).
Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina
A 20 de junho, arranca a Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina que vai reunir ao longo de
três dias artistas, escritores, gestores culturais e investigadores de ciências sociais, para discutirem a
existência de uma identidade latino-americana. Existirá algo que se assemelhe a este conceito? Esta e outras
questões serão debatidas por alguns dos mais reputados académicos da atualidade e outros autoresrevelação em Portugal, em quatro sessões: “O Estado das Artes” (20 junho, 19h); “Política e Pensamento”
(21 junho, 11h30); “Poesia na América Latina” (21 junho, 18h30); “Literatura na América Latina” (22 junho,
15h). A Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina vai decorrer no Totem, uma composição
arquitetónica que pretende representar de forma abstrata a América do Sul, as suas cores, texturas e sons,
funcionando como espaço de reunião, de encontro e de contemplação. O Totem, concebido por Tiago
Rebelo de Andrade e Diogo Ramalho do ateliê SUBVERT, permanecerá depois no Jardim Gulbenkian (junto à
entrada para a Biblioteca de Arte) até setembro.
Música e cinema ao ar livre
O dia 20 de junho, sexta-feira, acaba com um Baile na Garagem da Fundação Gulbenkian, animado por La
Flama Blanca, que ao longo dos últimos dois anos tem contagiado as noites lisboetas com o Baile Tropicante
no Musicbox, e Lyndon Barry, que promete cruzar blues polaco com experimentalismo pernambucano. Para
dançar, a partir da meia-noite.
A 21 de junho, o espírito de Carmen Miranda é incarnado pelo Real Combo Lisbonense, que se apresenta no
Anfiteatro ao ar livre da Fundação (21h30) com um espetáculo totalmente novo. Quase 60 anos depois da
morte da cantora que nasceu em Marco de Canaveses mas que cresceu no Rio de Janeiro com o samba, o
seu legado continua ausente da música feita em Portugal. É essa falha que o Real Combo Lisbonense vem
colmatar, com um espetáculo imperdível que atravessa quase três décadas de história musical através de
um repertório de sambas, marchinhas e outros ritmos tropicais.
O fim-de-semana termina com a estreia do filme Yvone Kane, uma ficção realizada por Margarida Cardoso
em Moçambique, que conta com interpretações de Irene Ravache, Beatriz Batarda e Gonçalo Waddington,
entre outros. Esta coprodução do Próximo Futuro com a Filmes do Tejo II será projetada no dia 22 de junho,
às 22h, no Anfiteatro ao ar livre.
Artistas Comprometidos?
A 20 de junho é também inaugurada a exposição “Artistas Comprometidos? Talvez”, que reúne obras de 21
artistas contemporâneos, brasileiros, mexicanos, argentinos, colombianos, guatemaltecos, mas também da
África do Sul, Moçambique, Marrocos, Portugal, França e Áustria. As obras e os artistas escolhidos pelo
curador António Pinto Ribeiro para esta exposição pretendem questionar de que forma pode o artista
comprometer-se num mundo globalizado. “Como e com o quê?”, pergunta o curador no texto de
apresentação da exposição. “Como as obras produzidas, sem reivindicarem qualquer localismo, podem ser
gritos locais ecoando no universo, ou como um compromisso com a beleza ou com a linguagem pode
contaminar vários horizontes políticos e sociais.”
Estendendo-se ao jardim, esta exposição vai apresentar, até dia 7 de setembro no Edifício Sede da Fundação
Calouste Gulbenkian, mais de duas dezenas de obras recentes, algumas das quais inéditas, produzidas
expressamente para esta mostra, em suportes diversos: fotografia, escultura, instalação, pintura, desenho,
filmes e vídeo. Obras que se relacionam com o mundo contemporâneo, com todas as suas descontinuidades
e as diversas configurações que os artistas lhe atribuem.
Em setembro: teatro e dança, música e cinema
O teatro e a dança regressam à programação do Próximo Futuro, a partir do dia 2 de setembro, com
espetáculos no Palco do Grande Auditório, mas também no Teatro do Bairro, no Teatro Meridional e no
Teatro Nacional D. Maria II.
Serão apresentadas três coproduções do Próximo Futuro: “As Confissões Verdadeiras de um Terrorista
Albino”, peça encenada por Rogério Carvalho baseada num texto do sul-africano Breyten Breytenbach;
“Puto Gallo Conquistador”, espetáculo da coreógrafa uruguaia Tamara Cubas; e “Pedro Páramo”, uma
coprodução com o Teatro Meridional que põe em palco um texto do mexicano Juan Rulfo, encenado por
Miguel Seabra, com dramaturgia e adaptação de Natália Luiza.
A dança marca também presença nesta programação de setembro com a estreia europeia do espetáculo
“In-Organic”, da performer e coreógrafa brasileira Marcela Levi. Também em estreia europeia será
apresentado “Escuela”, um trabalho do encenador chileno Guillermo Calderón de quem o Próximo Futuro já
apresentou em anos anteriores os aclamados espetáculos “Neva”, “Villa” e “Discurso”. Do Chile chega-nos
ainda “La Reunión”, uma peça com encenação e dramaturgia de Trinidad González.
O cinema e a música também voltam a ter lugar no Anfiteatro ao ar livre, em setembro, com a estreia do
documentário “Bijagós”, uma produção portuguesa, e com a apresentação do projeto “Outras pautas –
Pixinguinha em concerto”. Com regência de Pedro Aragão e direção artística de Bia Paes Leme e Paulo
Aragão, esta orquestra brasileira celebra a obra monumental de Alfredo da Rocha Vianna Filho, mais
conhecido por Pixinguinha, nascido a 23 de abril de 1897, data que se tornou o Dia Nacional do Choro.
“Otelo”, mais uma produção chilena que é uma versão para atores e marionetas da grande tragédia de
Shakespeare, fechará esta programação de espetáculos do Próximo Futuro a 16 e 17 de setembro, em
Lisboa (Teatro Nacional D. Maria II).
Programação completa:
JUNHO
Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina
(debates)
20 - 22 junho, Totem/Jardim Gulbenkian
Baile na Garagem
(entrada sujeita a levantamento de bilhete gratuito, no limite dos lugares disponíveis)
20 junho, 00h, Garagem da Fundação Gulbenkian
Real Combo Lisbonense apresenta CARMEN MIRANDA
(música – estreia mundial)
21 junho, 21h30, Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian
Yvone Kane
(cinema – ficção – estreia mundial)
22 junho, 22h, Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian
Artistas Comprometidos? Talvez
(exposição, inauguração: 20 junho, 22h)
20 junho – 7 setembro, Edifício Sede – Piso 0
SETEMBRO
As Confissões de um Terrorista Albino
(teatro – Portugal – estreia mundial)
2, 3, 4 setembro, 21h30, Teatro do Bairro
In-Organic
(dança – Brasil – estreia europeia)
5, 6 setembro, 19h, Palco do Grande Auditório Gulbenkian
Puto Gallo Conquistador
(dança – Uruguai – estreia mundial)
5, 6 setembro, 21h, Palco do Grande Auditório Gulbenkian
Escuela
(teatro – Chile – estreia europeia)
6, 8 setembro, 21h30 / 7 setembro, 19h, Teatro do Bairro
Pedro Páramo
(teatro – Portugal – estreia mundial)
9, 10, 11 setembro, 21h30, Teatro Meridional
La Reunión
(teatro – Chile – estreia europeia)
12 setembro, 21h30 / 13, 14 setembro, 19h, Teatro do Bairro
Outras Pautas – Pixinguinha em Concerto
(música)
13 setembro, 21h30, Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian
Bijagós
(cinema – documentário – estreia mundial)
15 setembro, 21h30, Anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian
Otelo
(teatro – Chile – estreia europeia)
16 setembro, 21h / 17 setembro, 19h, Teatro Nacional D. Maria II
Sobre o Próximo Futuro
O Próximo Futuro é um programa de cultura contemporânea, criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em
2009, que se dedica em particular, mas não exclusivamente, à investigação e criação na Europa, em África,
na América Latina e Caraíbas. Assenta em dois eixos de trabalho principais: por um lado, a investigação e
produção teóricas, através de workshops, seminários e conferências, em colaboração com centros de
investigação de excelência, nacionais e internacionais; por outro lado, a produção e programação artísticas.
Sazonalmente, o Próximo Futuro tem a mais festiva das suas atividades no verão, num formato que
pretende demonstrar que é possível conciliar a apresentação de autores e de temas mais críticos ou
polémicos (como serão os debates do Festival da Literatura e do Pensamento da América Latina) com uma
dimensão mais lúdica que inclui música, cinema, teatro e dança.
Os fluxos de pessoas e bens deslocam-se, aumentam todos os dias e alteram as suas direções. O mundo está
diferente e isso implica uma responsabilidade maior para os que nele têm capacidade de intervenção. A
importância das novas narrativas – que no caso dos países da América Latina e Caraíbas já começaram há
mais tempo e que, no caso de África e em alguns países de Oriente, são mais recentes – é fulcral para agir no
futuro próximo. De uma forma geral, e mesmo em situações conturbadas, estas novas narrativas surgidas
das independências transportam com elas uma energia e uma vitalidade raras. São elaboradas por
populações e criadores de países à procura de construírem novas identidades e, com elas, novas formas de
representarem e viverem o mundo. Não são países perfeitos, nem paradisíacos. Em muitos deles há guerra,
corrupção, racismo e xenofobia, mesmo entre africanos, ou ressentimentos, entre povos latino-americanos.
Mas, que sabemos nós das suas realidades e das suas razões para os julgarmos tão apressadamente, como é
regra geral? Sabemos pouco e é fulcral sabermos muito mais.
Programador-geral: António Pinto Ribeiro
www.proximofuturo.gulbenkian.pt
Contactos Imprensa:
Sara Pais
[email protected] / (+351) 21 782 32 66
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Press Release - Fundação Calouste Gulbenkian