22 3 # O ED IÇ Ã OÁSIS A ILHA DOS SAPOS CEGOS Por que tantos cururus de Noronha perdem a visão? NAMORAR O ANO INTEIRO Dicas para casais apaixonados CRIATURAS DO MAR Horror e glória dos oceanos IDEIAS PARA UMA EXISTÊNCIA MAIS TRANQUILA, SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL OS SETE SEIXOS DA VIDA SIMPLES É PRECISO, COM URGÊNCIA, REDUZIR A COMPLEXIDADE DA VIDA NO MUNDO MODERNO. É PRECISO RETORNAR A PADRÕES MAIS SIMPLES, MAIS ESSENCIAIS, MAIS HUMANOS POR LUIS PELLEGRINI EDITOR H á alguns anos, para uma reportagem, atravessei de carro parte da Europa, de Lisboa até Viena. Visitar shopping centers e supermercados examinando produtos e fazendo comparações de preços fazia parte da pauta da matéria. Levei um susto quando percebi que praticamente todos os estabelecimentos, fossem eles portugueses, espanhóis, franceses, alemães ou austríacos ofereciam as mesmíssimas coisas. Os mesmos produtos, sem muita diferença nos preços. Nessas casas comerciais o espetáculo era sempre o mesmo, e desolador: tsunamis, avalanches, dilúvios de objetos quase sempre inúteis. Símbolos inequívocos do sistema doido que criamos e que está nos levando à loucura: a cultura da produtividade e do consumismo insustentáveis. OÁSIS . EDITORIAL POR LUIS PELLEGRINI EDITOR OÁSIS . EDITORIAL É preciso, com urgência, reduzir a complexidade da vida no mundo moderno. É preciso retornar a padrões mais simples, mais essenciais, mais humanos, antes que os estratagemas criados pelo atual sistema para garantir a sua própria sobrevivência acabe nos destruindo tanto no corpo quanto na alma. Nossa matéria de casa dá algumas dicas nesse sentido. A autora, a norte-americana Chris Baskind explica que a chave para uma vida mais simples é... simples: consumir menos. Mas reduzir o fluxo de resíduos, cortar o consumo de energia, cultivar e preparar a própria comida, reduzir o estresse também podem ajudar. OÁSIS . SABEDORIA SABEDORIA OS SETE SEIXOS DA VIDA SIMPLES Ideias para uma existência mais tranquila, saudável e sustentável 4/61 A chave para uma vida mais simples é... simples: consumir menos. Mas reduzir o fluxo de resíduos, cortar o consumo de energia, cultivar e preparar a própria comida, reduzir o estresse também podem ajudar. Q POR: CHRIS BASKIND FONTE: SITE MOTHER NATURE NETWORK OÁSIS . SABEDORIA uando eu era criança, meus pais, às vezes, me levavam a um local chamado Paradise Park. Era um pequeno acampamento no sopé das colinas da Califórnia: uma reserva com bosques de velhos carvalhos que desciam a colina até as margens de um rio. Na maioria das vezes, ele não era muito mais do que um riacho. Mas o seu leito era largo, forrado com seixos rolados, testemunhas da natureza persistente das águas que correm e também das incontáveis inundações ocorridas nos períodos chuvosos. Ao longo dos séculos, lentamente, o rio tinha arrastado montanhas, quebrado e alisado rochedos, transformando seus pedaços em belos seixos rolados, lisos e planos, do tamanho da mão de uma criança. Passávamos horas escolhendo as melhores pedras, até encontrar aquela perfeita para ser atirada e ricochetear várias vezes na superfície, atravessando o rio. As pessoas gostavam de construir pequenas pilhas dessas pedras ao longo das margens do rio. Sempre me perguntei o que elas significavam. Até perceber que existe algo misterioso e profundamente gratificante no ato de se empilhar pedras. Este é um motivo comum nos jardins zen, que procuram criar ordem a partir do caos aparente da natureza. Ao fazer isso, os zen-budistas realçam a harmonia e o equilíbrio do nosso lugar no mundo. Não é difícil perceber a lição ensinada por essas pilhas de pedras, se desejarmos realmente simplificar nossas vidas assoberbadas. Escolhemos sete seixos do leito do rio da vida e os empilhamos para você. São ideias que podem ajudá-lo a viver uma existência mais leve, mais saudável, mais sustentável e feliz. Os seixos são esses. Mas você pode empilhá-los como quiser. 5/61 1. Reduzir o seu consumo. Quem pensa que pode comprar o seu caminho para uma vida mais simples e verde deve estar assistindo muita televisão. E lendo muitas matérias responsáveis e bem intencionadas sobre consumismo. Já sabe que cada compra é uma escolha. Mas talvez ainda não tenha se dado conta de que a chave para se estar mais simples e mais verde é... bastante simples: consumir menos. Uma maneira fácil de cortar compras desnecessárias é a regra de uma semana: anote as coisas que você precisa e sente-se sobre a lista durante sete dias. Lojas são projetados para incentivar as compras por impulso. Por isso, ficar longe delas tanto quanto possível é a melhor notícias para a sua conta bancária. Após uma semana, verifique a lista para saber quais os itens que realmente fizeram falta, e quais não fizeram nenhuma falta simplesmente por serem supérfluos ou por terem sido substituídos. Parece um recurso bastante prosaico, mas ao fazê-lo você perceberá o quanto nossos hábitos de consumo podem ser caóticos e erráticos. Perceberá também quanto dinheiro podemos economizar por meio de um melhor planejamento das nossas compras. OÁSIS . SABEDORIA 6/61 ma coisa: o que você está comprando se encontra super embalado, envolto em camadas de papel, de isopor, dentro de uma caixa de papelão, e tudo envolto por folhas de plástico transparente? Mas para ser protegido esse objeto precisa realmente de tudo isso? Pense novamente antes de colocar qualquer coisa em uma lata de lixo ou de reciclagem. Aquelas folhas de papel e plástico, não poderiam servir para embalar algum outra coisa que se quer guardar? E os restos de alimentos, não seriam mais úteis se aproveitados numa caixa de compostagem? 2. Reduza o fluxo de resíduos. Nós chamamos isso de lixo; outras nações podem chamar isso de riqueza. Não têm fim as coisas que enviamos para o aterro sanitário. Reciclagem ajuda, mas o grande volume de resíduos gerados em nossa sociedade pela família média é simplesmente esmagador. Desde aparelhos eletrônicos obsoletos, passando pelas latas com restos de tinta que sobrou da pintura da sala, chegando aos montes de jornais velhos e garrafas vazias, inundamos nossos aterros ao nos livrar de coisas que poderiam perfeitamente serem encaminhadas a outros usos. Comece por pensar, no momento de comprar alguOÁSIS . SABEDORIA 7/61 aparelhos ineficientes; a considerar sistemas mais eficientes e econômicos de iluminação e abastecimento de energia elétrica. Aprenda a reorganizar seus espaços para que neles possam ser melhor aproveitados o calor natural, a luz e a refrigeração. 3. Corte o seu consumo de energia. Eletricidade, gasolina, óleo diesel, gás natural, representam uma parcela considerável do orçamento de uma família mediana. A menos que você tiver a sorte de viver em uma área já servida por sistemas de energia renovável (solar, eólica, etc) cada vez que você acionar o interruptor de luz ou ligar o botão de alguma máquina você estará queimando combustíveis fósseis. Isso significa que você é diretamente responsável pela poluição do ar e por todos os consumos que foram feitos para produzir e trazer essa energia até a sua casa. Assim sendo, aprenda a climatizar seus espaços; a substituir ou retirar OÁSIS . SABEDORIA 8/61 4. Cultive e prepare o seu próprio alimento. Se existe uma arte que em larga medida se perdeu nas últimas décadas é a arte de cultivar e preparar o nosso próprio alimento. Por “cozinhar” não queremos dizer aquecer alimentos embalados do supermercado. Estamos falando de preparar as refeições com capricho, cuidado, e usando ingredientes frescos. É assim que nossos pais e avós faziam. É certo que a sociedade mudou: as famílias de hoje têm renda dupla, já que marido e mulher trabalham e passam o dia fora de casa. Os horários de trabalhos permanecem em constante expansão e é muito fácil cair no hábito de só consumir alimentos processados ou frequentar fast foods. OÁSIS . SABEDORIA Vamos dizer a verdade: isso é uma vergonha. Fazer uma refeição - apenas para si mesmo ou para uma família inteira - é um dos pequenos rituais que, desde sempre, nos obrigam a ser mais conscientes daquilo que comemos. É também mais saudável e representa uma enorme poupança de dinheiro. Você não se acha muito bom nem muito útil na cozinha? Faça um curso, tome lições, peça ajuda a alguém. Preparar uma comida de verdade não precisa ser complicado. E considere a possibilidade de plantar e cultivar você mesmo pelo menos uma parte das coisas que consome. Mesmo se você mora no meio urbano e não foi abençoado com um espaço de quintal ou jardim para cuidar das suas plantinhas, é possível termos uma colheita satisfatória de ervas aromáticas e de legumes plantados em recipientes modestos. 9/61 comprinhas para o jantar? Quanto mais deixarmos o carro estacionado, mais dinheiro iremos economizar e mais saudáveis iremos nos sentir. Comece pouco a pouco a estabelecer novos hábitos. Você ficará surpreso ao perceber o quanto pode ser feito sem queimar uma única gota de gasolina. 5. Reduza sua dependência de automóveis. Nós amamos nossos carros. E por que não? Praticamente tudo na vida moderna rola sobre quatro rodas. Pense em quanto asfalto no interior de um círculo com raio de cem metros a partir do ponto onde você se encontra. Nossas cidades foram construídas e se expandiram tomando o espaço que outrora pertencia ao mundo rural. Lojas e empresas que preveem estacionamento para bicicletas e paradas para o transporte de massa ainda são exceção, e nos sentimos incomodados se não encontramos rapidamente uma vaga onde deixar o carro. Não seria mais fácil e mais saudável ter uma mochila às costas e ir de bicicleta fazer aquelas OÁSIS . SABEODRIA 10/61 de estímulos sensoriais que nos atingem o tempo todo. A quantidade de energia vital que desperdiçamos inutilmente ao manter esse padrão superexcitado é uma das principais causas de ansiedade, exaustão e depressão – moléstias típicas do atual momento histórico. 6. Reduzir o estresse pessoal. Não é por acaso que praticamente todas as “pedras da simplicidade” aqui elencadas possuam um componente meditativo. Na verdade, todas as ações que desempenhamos no quotidiano podem funcionar como uma meditação, desde preparar a comida, passando pela caminhada a pé para fazer uma comprinha, e até mesmo ao preparar uma lista de compras. Essas ações, por mais triviais que sejam, podem desviar nossa atenção dos pensamentos repetitivos que causam tensão e estresse, promovendo relaxamento e bem estar. Nem sempre nos damos conta de como, hoje, vivemos de maneira permanentemente excitada devido à quantidade OÁSIS . SABEDORIA Viver uma vida mais simples e mais verde significa muito menos aprender coisas novas e muito mais aprender a se livrar do velho e obsoleto. Pense em todas as atividades inúteis e cansativas que você desempenha ao longo da semana. Perceba mais atentamente o tempo e a energia que você perde com as obrigações puramente sociais, os passatempos, e até mesmo com o tempo que você gasta online. Quais, dessas atividades pode ser descartada? Pode ser algo tão simples como abdicar de uma rede social, ou abandonar tarefa repetitiva que poderia perfeitamente ser delegada a outros. Você provavelmente poderia encontrar algumas horas extras por semana dessa maneira. Não tenha pressa para preenchê-las. Pegue um livro, faça uma caminhada, faça uma limpeza no jardim. A atividade física é uma ótima maneira de trocar o estresse por um pouco de serotonina extra. 11/61 7. Aprenda a dar de volta. Você reduziu o seu consumo. Há alguns dólares extras no banco. Sua pegada ambiental fica um pouco menor de mês para mês, e você conseguiu recuperar algum tempo no caos de sua semana. Agora você está pronto para dar de volta. Como você fará isso é uma decisão pessoal. Um bom começo é ensinar suas novas habilidades para os outros, ajudar as pessoas a encontrar emprego, participar das atividades de algum grupo religioso ou de trabalho espiritual, colaborar ativamente nas ações de algum grupo de serviço social, ou ecológico, ou cultural. Na mesma medida em que você abrandar o estresse e simplificar sua vida, novas portas se abrirão, novas oportunidades para usar o seu tempo de modo mais útil, saudável e gratificante surgirão. OÁSIS . SABEODRIA 12/61 OÁSIS . NATURA NATURA A ILHA DOS SAPOS CEGOS Por que tantos cururus de Noronha perdem a visão? 13/61 Fernando de Noronha está sob as lentes de biólogos especializados: o que terá causado cegueira e deformidade em tantos anfíbios moradores da ilha principal? E quais estratégias os cururus cegos estão desenvolvendo para sobreviver? O POR: LUIS PELLEGRINI azul do mar, o verde da vegetação, os ocres das falésias rochosas, são apenas algumas das cores que compõem a paleta de um dos mais belos paraísos tropicais do Brasil: o arquipélago de Fernando de Noronha, a 350 quilômetros do litoral. Mas nem todos os seus habitantes são capazes de apreciá-lo. OÁSIS . NATURA De fato, da população de Noronha faz parte um grande número de sapos cururu (Rhinella schneideri), muitos dos quais parcial ou completamente cegos. Os anfíbios foram introduzidos na ilha principal há cerca de um século – talvez, como conta uma história, por um sacerdote católico que os levou do continente para controlar os insetos que dizimavam sua horta. As alfaces do padre foram salvas mas, bem nutridos pelos insetos, os sapos proliferaram e constituíram, ao longo das décadas, várias colônias. Uma intrigante característica evolutiva desses sapos tornados ilhéus é agora motivo de estudos por parte de biólogos da Universidade de Campinas, São Paulo, em colaboração com pesquisadores do zoo de San Diego, Califórnia, e de cientistas pertencentes a outras instituições: Quase a metade dos sapos cururus de Noronha (e 53% dos girinos) apresenta deformações inatas dos membros, olhos e boca; cerca de 20% tem grande problemas de visão. O motivo real dessas deformações ainda não é bem conhecido. Algumas hipóteses as atribuem à presença de bactérias, ou a vírus, ou a parasitas difundidos nas populações dos sapos. 14/61 minação ambiental. Por isso, uma equipe grande foi montada para explicar como vivem os sapos de Noronha. Um dos cientistas, Carlos Jared, especialista em anfíbios do Instituto Butantã, vai estudar as glândulas de veneno dos bichos. “Os sapos cegos são muito mais perceptivos”, diz Jared. “Se você coloca uma barata perto de um sapo normal, ele é meio lerdão. Mas os cegos a percebem rápido. Devem ter outros sentidos mais aguçados, talvez percebam bem cheiro ou vibração.” A cegueira e as deformidades poderiam derivar também Sapo cururu totalmente cego (Foto Luis Felipe Toledo, Unicamp) Sapo cururu totalmente cego, em Fernando de Noronha Inexistência de predadores “Tem bicho caolho, tem com pálpebra colada, sem mão, dedo a mais, tem de tudo. É extremamente intrigante”, diz Duncan Irschick, biólogo da Universidade de Massachusetts que comentou a descoberta. A inexistência de predadores talvez tenha feito com que faltasse a pressão que remove os mais doentes e fracos, uma ideia instigante. Isso teria feito com que os genes “defeituosos” não tivessem sido eliminados. Irschick ressalta, porém, que vários estudos ainda são necessários para dizer com certeza que a causa não é a contaOÁSIS . NATURA 15/61 Essas más formações mudaram profundamente o comportamento desses cururus de Fernando de Noronha. Por exemplo, em condições normais, a maioria dos sapos usam pistas visuais para localizar, caçar e agarrar suas presas. Os sapos cegos de Noronha, no entanto, adotaram estratégias distintas para se alimentar. “De modo diferente ao dos sapos normais, os cegos literalmente esperam que os insetos caminhem sobre eles para agarrá-los e comê-los”, diz Luis Felipe Toledo, biólogo especializado em anfíbios da Unicamp. Pelo fato de que os sapos cegos simplesmente comem o que lhes passa ao lado, já não mais selecionam suas presas, acrescenta Toledo. “Isso causa alterações das condições dos seus orga Na ilha, alguns sapos ainda são normais cópia Close de um cururu ilhéu da tendência desses animais, isolados do continente, a formar ligações interfamiliares, com cruzamentos endogâmicos; ou ainda de substâncias poluidoras espalhadas no solo ou nas águas da ilha. Um primeiro toque de alarme Esse cenário, que já se verificou em algumas populações de sapos das Bermudas, é particularmente inquietante na opinião dos biólogos. Fernando de Noronha faz parte de um parque natural marinho protegido pela Unesco, e as anomalias manifestadas pelos sapos poderiam ser apenas um primeiro toque de alarme, para disfunções que poderiam atingir também outras espécies. OÁSIS . NATURA 16/61 rias anomalias. A equipe de Luis Felipe Toledo descobriu que cerca de 53% deles apresenta pelo menos uma deformação. Tais girinos malformados poderão depois converter-se em sapos deformados ou normais. Outro sapos nascem sem uma das patas ou têm deformações na boca e no nariz Alguns sapos de Noronha carecem de um dos olhos nismos”. O biólogo descobriu, por exemplo, que os sapos cegos pesam menos do que os sapos normais e produzem menos ovos. Perder a visão, portanto, provocou uma série de efeitos na morfologia e na saúde dos sapos. Apesar dessas deformidades, os cururus continuam proliferando em Noronha. Uma das razões é que se trata de uma espécie introduzida que não tem predadores naturais ou competidores locais. Por outro lado, embora as fêmeas deformadas produzam menos ovos, o número que cada uma delas expele continua sendo de milhares. “Isso é suficiente para manter o impulso populacional”, assinala Toledo. Em Noronha, os girinos da espécie também sofrem de váOÁSIS . NATURA 17/61 OÁSIS . VIAGEM OÁSIS VIAGEM OÁSIS NAMORAR O ANO INTEIRO Dicas para casais apaixonados 18/61 Doze de junho é o Dia dos Namorados. Mas não há dia nem hora para o amor. Assim, como viagens marcam momentos especiais, criam memórias inesquecíveis e fortalecem os laços, aqui estão sugestões de roteiros singulares para quem gosta de namorar o ano todo O POR: FABÍOLA MUSARRA ciar experiências únicas sobre duas rodas pela Itália e passear pela mítica Islândia, a terra dos descendentes dos destemidos vikings. Confira algumas alternativas: Sobre duas rodas na Itália - A Fuga Experience Tour (www.fugaexperience.com.br) está oferecendo um pacote para casais que desejam namorar de um jeito diferenciado. Feito sob medida para os amantes das pedaladas, o roteiro tem trajetos de bike desenvolvidos pelo medalhista olímpico norueguês Knut Knudsen e hospedagem no Castelo Ruspoli, marco histórico do ano 850 d.C., situado na cidadezinha italiana de Vignanello. O tour sobre duas rodas tem ainda como proposta proporcionar uma imersão no mundo da arte, arquitetura, história e gastronomia dessa Castelo Ruspoli, em Vignanello, na Itália Dia dos Namorados, a 12 de junho, dura apenas um dia. Mas a qualquer momento do ano é possível comprar um pacote e surpreender seu par com a oferta de instantes de absoluta paixão a dois. As opções são muitas, desde um jantar à luz de vela numa linda praia tropical até viven- OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 19/61 a Islândia é a sugestão da Tereza Peres Tour para os pombinhos apaixonados. Situada no extremo norte do planeta, “coladinha” ao Círculo Polar Ártico, a ilha é um endereço perfeito para os casais apaixonados pela natureza. A viagem inclui visitas a vulcões, cachoeiras, piscinas termais, gêiseres e glaciares. O roteiro de quatro noites começa na capital do país, Reykjavik, e segue para Hella, uma idílica cidadezinha ao sul do país. Preço a partir de € 9.675 por pessoa, inclusos hospedagem com café da manhã, almoço estilo churrasco, passeios e traslados. Neve, esqui e chocolate - Sonho de consumo de muitos casais, Bariloche tem uma boa notícia para os namorados Visita a área de geisers, na Islândia Bariloche a dois, para esquentar no inverno região localizada ao norte de Roma, na Província do Lácio. O roteiro inclui encontros pré-viagem nas ciclovias de São Paulo para integração e treinamento, hospedagem, refeições completas, equipamentos e bicicletas profissionais, guia bilíngue, ingressos para passeios e monumentos históricos e o transporte em terra. Para a viagem a dois ser bem planejada, você pode presentear sua cara-metade agora e embarcar na aventura depois – o roteiro de seis noites está disponível entre julho e outubro. Custa a partir de € 3.080 por pessoa em quarto duplo. Vulcões, termas e glaciares - País rico em cultura e história, OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 20/61 Uxua Casa Hotel & Spa, em Trancoso que planejam celebrar o seu dia nos ares mais frios da Argentina: a menos de um mês para o começo da temporada de inverno, a glamourosa cidade já está totalmente invadida pela neve, constituindo-se em um bucólico recanto para namorar, andar abraçadinho, degustar um gostoso chocolate quente e saborear refeições regadas a um bom vinho. Coberta de neve por todos os lados, Bariloche – com a rápida e temperamental mudança de clima –, agora também apresenta condições favoráveis para os casais que desejam esquiar no Cerro Catedral, um dos principais centros de esqui da América do Sul. A Agaxtur Viagens (www.agaxturviagens.com.br) oferece vários roteiros para lá. O “Bariloche Clássico”, por exemplo, prevê quatro noites de hospedagem com café da manhã, traslados (aeroporto/ hotel/aeroporto) e passeios ao Circuito Chico e ao Cerro Catedral, onde é possível admirar as incríveis paisagens da região e o Lago Nahuel Huapi. A viagem sai a partir de R$ 803,83. Sol e mar em Trancoso – Para os pombinhos que não pretendem alçar voos mais longos, o Uxua Casa Hotel & Spa é uma alternativa, oferecendo dias de sol e de relaxamento nas incríveis praias de Trancoso, uma vila de pescadores no sul da Bahia. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS Com projeto assinado pelo designer holandês Wilbert Das, o hotel cinco estrelas possui 11 casas, com um a três quartos (suítes), dois restaurantes especializados em culinária baiana e piscina revestida de quartzo verde aventurina, que possui propriedades terapêuticas. O pacote de dois dias em uma suíte para casal sai a partir de R$ 5.440, incluindo traslados, caipirinha de boas-vindas, escalda-pés, massagem, passeio a cavalo pelas praias locais e jantar romântico em mesa do hotel no Quadrado, uma área histórica fundada por jesuítas portugueses no século 16. 3/11 21/61 ou para o mar, além de uma escola de kitesurfe onde é possível aprender o esporte ou aprimorar manobras. Já a Vila Kalango fica entre a Praia de Jericoacoara e a Duna do Por do Sol, um dos mais bonitos postais da região. Está instalada de frente para o mar, em meio a cinco mil metros quadrados de coqueiros e cajueiros. Possui 24 acomodações, entre apartamentos, palafitas e bangalôs, além de piscina, lounge com redes, espaço relaxante com massagens, restaurante e escola que oferece aulas de windsurfe, passeios de caiaque e stand-up paddle. Pacotes na na Vila Kalango tem preços a partir de R$ 1.030 o casal com café da manhã, enquanto na Rancho do Peixe Pousada Rancho do Peixe, em Jericoacoara, Ceará Pousada Vila Kalango Pousadas em Jericoacoara - Também nas pousadas Vila Kalango, em Jericoacoara, e Rancho do Peixe, na Praia do Preá, a 12 km de Jeri, no Ceará, os apaixonados podem saborear o sol e o mar, desfrutando de uma natureza paradisíaca. O fim de semana de 12 a 14 de junho nas duas pousadas vai brindar os casais com decoração especial no quarto, mini Chandon, jantar romântico e massagem. Já os namorados que prorrogarem a estadia por quatro noites pagam apenas três. Situada na Praia do Preá, a Rancho do Peixe possui 22 bangalôs, deck privativo, varanda com rede e vista para o jardim OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 22/61 jantar à luz de velas a partir de R$ 900 o casal com café da manhã e late check-out até as 20 horas. Circundado por preservada área de vegetação nativa, o empreendimento oferece acesso a uma prainha isolada, onde o banho de mar fica ainda mais gostoso. Possui 28 apartamentos equipados com cofre, telefone, ar condicionado e tevê de tela plana, além de piscina e jacuzzi aquecida de frente para o mar, sauna, academia e restaurante. Também coloca à disposição dos hóspedes caiaques, máscaras, nadadeiras para mergulho e aluga pranchas de stand-up. Informações: www.barradopiuva.com.br Já o Amora Hotel (www.amorahotel.com.br) dá direito a um espumante e descontos de 20% para quem pagar o pa Barra do Piúva Porto Hotel, em Ilhabela Amora Hotel Boutique, em Maresias, Litoral Norte de São Paulo custa a partir de R$ 925. Os pombinhos podem utilizar a infraestrutura de lazer das duas pousadas, distantes 20 minutos uma da outra. Transfers gratuitos são oferecidos diariamente. Sudeste também é bom para namorar – Duas outras opções para os apaixonados que pretendem curtir o sol e o mar nos meses de inverno são o Barra do Piúva Porto Hotel, em Ilhabela, e o Amora Hotel, em Maresias, ambos no Litoral Norte de São Paulo. Localizado em frente ao mar e com vista para o canal de São Sebastião e a Ilha das Cabras, o Barra do Piúva oferece um pacote para o período de 12 a 14 de junho que inclui um OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 23/61 Pousada Quatro Estações de Pinhal O pacote para casal custa a partir de R$ 940, incluso café da manhã e jantar à luz de velas com show de música ao vivo e consumo à vontade de água, refrigerante, cerveja, vinho e espumante. Nesta época do ano, Santo Antônio do Pinhal registra temperaturas mais baixas, acolhendo imperdíveis paisagens serranas. Entre suas atrações estão o Pico Agudo e o Jardim dos Pinhais, com diferentes estilos de jardins, do italiano ao desértico. Já a subida ao Pico Agudo, com 1.700 m de altitude, dá direito a contemplar as montanhas da Serra da Mantiqueira, do Sul de Minas e do Vale do Paraíba. cote à vista. O hotel fica próximo à parte mais agitada de Maresias. A cidade litorânea, aliás, é uma ótima opção para casais de todos os estilos, desde os que curtem baladas e agitos noturnos até os que preferem relaxar em contato com a natureza e conhecer bons restaurantes, bares e lojas de grife. O hotel disponibiliza suítes com varanda e hidromassagem dupla, piscinas, deck molhado de frente para o mar, academia, restaurante, estacionamento e serviço de praia, além de wi-fi em todas as dependências. O preço do pacote é a partir de R$ 1.155 o casal com café da manhã, ou R$ 924 à vista. Romance na serra – A Pousada Quatro Estações de Pinhal, em Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo, prepara fins de semana românticos para quem deseja namorar aos pés da Serra da Mantiqueira, curtindo o friozinho e o ar puro das montanhas. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS A Pousada Quatro Estações (www.pousada4estacoesdepinhal.com.br) oferece chalés com hidromassagem e teto solar retrátil, lareira, frigobar, telefone, wi-fi, DVD e tevê a cabo. Disponibiliza ainda bistrô, sala de estar, salão de jogos, jacuzzi aquecida e piscina. Decoração romântica e espumante é a promessa do Resort Bristol Capivari (www.bristolhoteis.com.br), em Campina Grande do Sul, a 60 km de Curitiba, no Paraná. O resort tem 118 hectares de área verde e fica bem no meio de uma cadeia de montanhas da Serra do Mar paranaense. De sua piscina, é possível apreciar as silhuetas das montanhas Camapuã e Camacuã. A hospedagem para casal em apartamento superior, com todas as refeições, custa a partir de R$ 410. Na praia ou nas montanhas, namorar pode se tornar uma experiência mágica na maioria dos hotéis do País. 3/11 24/61 Quarto de navio da Avalon Cruzeiros Nos rios da Borgonha e da Provença Produtora dos famosos vinhos Pinot Noirs, Chablis e Beaujolais e da não menos renomada mostarda de Dijon, a Borgonha é um dos destinos visitados pelo Navio Scenery, em um cruzeiro fluvial da Avalon Waterways que percorre o coração da França. Com duração de sete noites – num total de 11 dias de viagem –, o roteiro começa em Paris e segue para Dijon em trem TGV de alta velocidade. Ali acontece o embarque, seguido de visitas a Tournous-Mâcon, à região de Beaujolais e a Lyon. Depois de passar por Tournon/Tain l’Hermitage Viviers, o navio desce o Rio Ródano em direção ao Mediterrâneo, percorrendo a Provença, onde o cenário se transforma em campos cobertos por flores brancas de amendoeiras e azuis de lavanda, até chegar em Avignon. O próximo destino é Arles, com visita ao anfiteatro romano. O desembarque é na Riviera Francesa, na indescritível Côte D’Azur. Com excursões guiadas em português, o próximo cruzeiro começa em 23 de junho e custa a partir de US$ 3.349 por pessoa. Informações: Velle Representações (11) 3285 4437. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 25/61 Festa do Orgulho Gay em Nova York Realizada na cidade de Nova York desde 1970, a Semana do Orgulho Gay este ano tem como tema “Complete o Sonho”. Para conferir a programação, acesse nycgo.com/pride Orgulho Gay em Nova York A cidade de Nova York (EUA) terá uma extensa programação durante a Semana do Orgulho Gay 2015, a ser realizada entre 21 e 28 de junho, com celebrações que nesta edição se estendem até o mês de julho. Palco de uma das principais manifestações das comunidades gay, lésbica, bissexual e transgêneros (LGBT) do planeta, a cidade sediará diversos eventos neste período, entre desfiles, exibição de filmes ao ar livre e festivais de música, gastronomia e dança. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 26/61 Love is GREAT na Grã Bretanha Love is GREAT na Grã-Bretanha Depois de participar da Parada Gay de São Paulo, o VisitBritain, órgão oficial de turismo do governo britânico, vai continuar a todo vapor com a campanha Love is GREAT, cujas ações objetivam divulgar a Grã-Bretanha como um destino atraente ao público LGBT brasileiro. Lançada em 2014, a campanha entra agora em sua segunda fase e pretende mostrar que Londres, Brighton, Manchester, Cardiff e Edimburgo têm uma agitada agenda LGBT, enquanto o interior da Grã-Bretanha oferece excelentes recantos para a lua de mel. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 27/61 Palma de Maiorca, nas Ilhas Baleares, Espanha Em Palma de Maiorca Localizado a poucos minutos do centro histórico e a 500 m da Praça da Espanha, o Innside Palma Center é uma opção de hospedagem para quem visita Palma de Maiorca, a capital e maior ilha do Arquipélago das Baleares, na Espanha. tar, com jacuzzi, sauna, banho turco, academia e piscina climatizada. Informações: www.melia.com Administrado pela rede Meliá, o empreendimento possui 101 quartos distribuídos em seis andares, todos equipados com minibar com bebidas não alcoólicas gratuitas, tevê a cabo, wi-fi e carregador para celular, entre outras comodidades. Além de bar e restaurante, oferece ainda centro de bem-esOÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 28/61 Glaciar Perito Moreno, perto de El Calafate, Argentina Voo para El Calafate A partir do dia 1º de julho, a Aerolineas Argentinas terá um voo direto ligando as cidades argentinas de Puerto Iguazú, na província de Misiones, e El Calafate, na província de Santa Cruz. A nova frequência terá saídas às segundas, quartas, sextas e aos domingos. OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 29/61 Em Parintins, um mega festival do folclore da Amazônia adaptações regionais, uma das principais lendas nacionais: a história do boi-bumbá. Se você pretende assistir o festival, é bom se apressar, pois as passagens e os pacotes para Parintins já estão praticamente esgotados. Vale lembrar que o acesso até a segunda cidade mais populosa do Amazonas é feito apenas por barco ou avião – de Manaus saem voos fretados a cada hora. Azul e Vermelho fazem a festa em Parintins Aliás, aqui vai uma dica: vá até Parintins via Manaus. Na capital amazonense você pode conhecer o hipnótico encontro do Rio Negro com o Amazonas, embarcar no Bustour para visitar os pontos turísticos da cidade e dar uma passadinha no mercado, conhecendo os peixes e produtos típicos da região. Entre 26 e 28 de junho, Parintins (AM) volta a ser palco de umas das mais importantes manifestações culturais do Brasil: o Festival Folclórico. Em seu cinquentenário, o espetáculo promete voltar a encantar o público com a apresentação dos bois Caprichoso (Azul) e Garantido (Vermelho). Ao som de música, danças coreografadas, criativas alegorias e temas amazônicos, a disputa entre os bois resgata, com as devidas OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 30/61 Pousada BGK, em Barra Grande, Piauí Novo membro do Hotels & Sports A Pousada BGK, na praia de Barra Grande, no litoral do Piauí, é a mais nova associada do e-group Hotels & Sports. Construída à beira mar em estilo rústico, a pousada abriga bangalôs e uma escola de kitesurfe e stand up paddle. Anote: www.bgk.com.br OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 31/61 Dromedários em Genipabu, Rio Grande do Norte Passeio virtual pelas dunas A Dromedunas, empresa que atua há 16 anos com passeios de dromedário nas dunas de Jenipabu, no litoral norte de Natal (RN), acaba de colocar no ar seu novo site, o www. dromedunas.com.br. Vale a pena dar uma espiada! OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 32/61 Entrada do Clarion Faria Lima, em São Paulo Em São Paulo, bem pertinho de tudo Para quem visita a cidade de São Paulo a turismo ou a negócios, o Clarion Faria Lima é uma opção de hospedagem. Situado em um dos bairros mais badalados da capital paulista, o Itaim Bibi, e próximo ao Aeroporto de Congonhas e às avenidas Paulista e Berrini, o hotel butique fica ainda bem pertinho de concorridos restaurantes, shopping centers, cinemas e teatros. Com 83 suítes, caprichada decoração e atendimento impecável, o Clarion Faria Lima é administrado pela Atlântica Hotels (www.atlanticahotels.com.br). Disponibiliza piscina, sauna, academias e restaurante, além de um andar reservado a eventos. (*) Correspondência para esta seção: https://fabiolamusarra.wordpress.com/ OÁSIS . VIAGEM OÁSIS 3/11 33/61 FOTOGRAFIA CRIATURAS DO MAR Horror e glória dos oceanos OÁSIS . FOTOGRAFIA 34/61 Bill Gates fala no TED O fotógrafo Brian Skerry trabalha acima e abaixo da superfície dos oceanos. Como ele mesmo diz, sai à caça da magia e da beleza que existe no mar. Nesta palestra, ilustrada por uma galeria de imagens, ele mostra e comenta fotos extraordinárias de criaturas submarinas contando as histórias do mar. Ele passa oito meses por ano fazendo trabalho de campo, muitas vezes enfrentando condições extremas para fotografar se objetos. Passou meses a bordo de pequenos barcos pesqueiros, mergulhou por entre os gelos do Ártico e da Antártica, passou mais de dez mil horas embaixo d’água. VÍDEO: TED – IDEAS WORTH SPREADING FOTOS: BRIAN SKERRY TRADUÇÃO: GUSTAVO PUGLIESI SACHS REVISÃO: DENISE BEM DAVID B O fotógrafo Brian Skerry rian Skerry é um fotojornalista que produz imagens que não apenas celebram o mistério e a beleza do mar, mas também chamam a atenção para os perigos que ameaçam a saúde de nossos oceanos. Usando a câmera como instrumento de comunicação, Skerry passou as últimas três décadas OÁSIS . FOTOGRAFIA 35/61 Uma moreia faz de conta que o coral é seu divã OÁSIS . FOTOGRAFIA 36/61 Quem será mais curioso, o mergulhador ou a baleia franca? OÁSIS . FOTOGRAFIA 37/61 Quem nunca mergulhou não pode imaginar a profusão de cores e formas que existem no fundo do mar OÁSIS . FOTOGRAFIA 38/61 O tubarão-baleia é o maior peixe do mundo. Mas é inofensivo e se alimenta de plancton e de animais minúsculos OÁSIS . FOTOGRAFIA 39/61 Frente a frente com a fera dos mares, o tubarão-tigre OÁSIS . FOTOGRAFIA 40/61 Uma tartaruga marinha desliza entre os corais OÁSIS . FOTOGRAFIA 41/61 Técnicas especiais de fotografia submarina permitem fixar toda a beleza do colorido dos corais OÁSIS . FOTOGRAFIA 42/61 As cores que os peixes ostentam constituem uma linguagem para o amor ou para a guerra OÁSIS . FOTOGRAFIA 43/61 Encontro próximo do fotógrafo com uma baleia franca OÁSIS . FOTOGRAFIA 44/61 Um manati, simpático mamífero anfíbio, morador das águas doces da Flórida OÁSIS . FOTOGRAFIA 45/61 Uma foca cinzenta faz pose para ser fotografada OÁSIS . FOTOGRAFIA 46/61 Uma gulosa tartaruga-de-pente pronta para agarrar a comida OÁSIS . FOTOGRAFIA 47/61 No Ártico, um filhote de foca entra na água gelada pela primeira vez OÁSIS . FOTOGRAFIA 48/61 Nada segura o apetite de um tubarão guloso OÁSIS . FOTOGRAFIA 49/61 Uma latinha vazia serve de morada para o peixinho amarelo OÁSIS . FOTOGRAFIA 50/61 Um cachalote, gigante do mar, também se aproxima para saber que bicho estranho é o mergulhador OÁSIS . FOTOGRAFIA 51/61 A lula é um dos animais mais inteligentes do mar OÁSIS . FOTOGRAFIA 52/61 Apesar da aparência e do tamanho, a arraia é um peixe tranquilo e inofensivo OÁSIS . FOTOGRAFIA 53/61 Um cardume de atum em plena migração OÁSIS . FOTOGRAFIA 54/61 Cardume de peixe-cirurgião amarelo. Sua nadadeira dorsal corta como uma navalha OÁSIS . FOTOGRAFIA 55/61 Vídeo da palestra de Brian Skerry no TED OÁSIS . FOTOGRAFIA 56/61 Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED Eu gostaria de compartilhar com vocês hoje algumas histórias sobre o oceano por meio de meu trabalho como fotógrafo para a revista National Geographic. Acho que me tornei um fotógrafo submarino e fotojornalista porque me apaixonei pelo mar quando criança. Eu queria contar histórias sobre todas as coisas maravilhosas que eu via debaixo d’água, vida selvagem incrível e comportamentos interessantes. E mesmo após 30 anos fazendo isso, após 30 anos explorando o oceano, eu nunca deixo de me surpreender com os encontros extraordinários que tenho quando estou no mar. Mas, com frequência cada vez maior hoje em dia, também vejo coisas terríveis debaixo d’água, coisas que acho que a maioria das pessoas não percebe. Então fui obrigado a apontar minha câmera para essas questões para contar uma história mais completa. Eu quero que as pessoas vejam o que acontece debaixo d’água, tanto o horror quanto a magia. A primeira história que cobri para a National Geographic, na qual reconheci a habilidade de incluir questões ambientais à cobertura de história natural foi uma história que propus sobre focas da Groenlândia. Inicialmente, a história que eu queria cobrir tinha apenas um foco nas poucas semanas anuais em que esses animais migram do ártico canadense para o Golfo de São Lourenço, no Canadá, para fazerem a corte, se acasalarem e terem seus filhotes. Tudo isso contracena com o pano de fundo da camada de gelo transitória que se move com o vento e a corrente Por eu ser um fotógrafo submarino, quis fazer uma cobertura por cima e por baixo, fazer fotos como esta, que mostra um desses filhotes nadando pela primeira vez na água gelada a -1,5 grau. Mas conforme eu me envolvia na história, percebi que havia duas questões ambientais que não podia ignorar. A primeira é que esses animais continuam sendo caçados, mortos com hakapiks com oito, 15 dias de vida. Essa é, na verdade, a maior matança de mamíferos marinhos do planeta, com centenas de milhares dessas focas sendo mortas todos os anos. OÁSIS . FOTOGRAFIA Mas, por mais desconcertante que seja, acho que o maior problema para as focas da Groenlândia é a perda do gelo marinho por aquecimento global. Esta é uma foto aérea que fiz mostrando o Golfo do São Lourenço na temporada de caça às focas da Groenlândia. E, apesar de vermos muito gelo na foto, há muita água também que, historicamente, nunca esteve lá. E o gelo que está lá é bem fino. O problema é que os filhotes precisam de uma plataforma estável de gelo sólido para serem amamentados por suas mães. Eles precisam de apenas 12 dias, desde o momento em que nascem até ficarem autônomos Mas se não tiverem 12 dias, podem cair no oceano e morrer. Esta é uma foto que fiz mostrando um destes filhotes com apenas 5 ou 7 dias de idade - ainda com um pedaço do cordão umbilical na barriga - que caiu por causa do gelo fino, e a mãe tenta freneticamente puxá-lo para cima para respirar e trazê-lo de volta para um local sólido. Esse problema continuou crescendo a cada ano em que estive lá. Eu li que, no ano passado, a taxa de mortalidade de filhotes era de 100% em algumas partes do Golfo do São Lourenço. Portanto, essa espécie, claramente, tem muitos problemas para se desenvolver. Esta acabou sendo uma história de capa na National Geographic. E recebeu bastante atenção. Com isso, eu vi o potencial de começar a cobrir outras histórias sobre problemas no oceano. Então, propus uma história sobre a crise pesqueira global, e parte porque eu testemunhei pessoalmente muita degradação no oceano nos últimos 30 anos, mas também porque eu li uma publicação científica que afirmava que 90% dos peixes grandes no oceano desapareceram nos últimos 50 ou 60 anos. Entre eles o atum, os peixes de bico e os tubarões. Quando li isso, fiquei impressionado com esses números. Eu pensei que isso seria manchete em todos os veículos de mídia. Mas na verdade não foi, 57/61 Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED então, quis cobrir uma matéria submarina que contasse um tipo completamente diferente de história. Queria que fosse mais como fotografia de guerra, onde eu tiraria fotos mais chocantes que mostrassem aos leitores o que estava acontecendo à vida selvagem marinha no planeta. O primeiro componente da história que eu achei essencial, entretanto, foi dar aos leitores um sensação de agradecimento pelos animais oceânicos que estavam comendo. Sabe, eu acho que as pessoas vão a um restaurante e alguém pede um bife e todos sabemos de onde vem o bife e alguém pede um frango, e todos sabemos o que é uma galinha, mas quando alguém come um sushi de atum vermelho, será que sabe alguma coisa sobre o animal magnífico que consome? Porque esses são os leões e tigres do mar. Na verdade, esses animais não têm equivalente terrestre eles são únicos no mundo. Estes são animais que podem nadar quase do equador aos polos e podem cruzar oceanos inteiros no período de um ano. Se não fossemos tão eficientes em capturá-los, porque eles crescem a vida toda, haveria atuns vermelhos de 30 anos pesando uma tonelada. Mas a verdade é que somos eficientes demais em capturá-los e seu número desabou no mundo todo. Este é o leilão diário no Mercado de Peixes Tsukji, que eu fotografei alguns anos atrás. E todos os dias esses atuns, vermelhos com estes, são empilhados como lenha, armazém atrás de armazém. E conforme eu circulava e fazia essas fotos, me ocorreu que o oceano não é uma mercearia, sabe. Não podemos continuar tirando sem esperar sérias consequências como resultado. Com a matéria, também quis mostrar aos leitores como peixes são apanhados, alguns métodos usados para pescar, como uma rede de arrasto, que é um dos métodos mais comuns no mundo. Esta era uma rede pequena, usada para pegar camarão no México, mas seu OÁSIS . FOTOGRAFIA modo de funcionamento é essencialmente igual no mundo todo. Tem uma rede grande no meio com duas portas de aço em cada ponta. e, conforme é puxada pela água, as portas encontram resistência do oceano e o bocal da rede se abre. Eles colocam boias no alto e pesos de chumbo embaixo. E ela é puxada pelo fundo, aqui, para pegar camarões. Mas, como se pode imaginar, ela pega tudo mais que esteja no caminho. E isso está destruindo essa preciosa comunidade do leito marinho, coisas como esponjas e corais, esse habitat crucial para outros animais. Essa foto eu fiz de um pescador segurando os camarões que pegou após puxar suas redes por uma hora. Ele tinha um punhado de camarões, talvez sete ou oito e todos esses outros animais no convés do barco são pesca colateral. Estes são animais que morreram no processo, mas não têm valor comercial. Então, este é o verdadeiro custo de um jantar de camarões, talvez sete ou oito camarões e 4 kg de outros animais que precisaram morrer no processo. E para ilustrar ainda mais esse assunto, eu nadei sob o barco de camarão e tirei esta foto do homem jogando essa pesca colateral no mar com uma pá, como lixo, e fotografei essa cascata de morte, animais como peixes-viola, arraias-morcego, linguados, baiacus que, apenas uma horas antes, estavam no leito do oceano, vivos, e agora eram jogados de volta como lixo. Eu também quis focalizar na indústria de pesca de tubarão porque na Terra, atualmente, nós matamos mais de 100 milhões de tubarões a cada ano. Mas antes de eu ir fotografar esse componente, eu me debati com a noção de como tirar fotos de tubarões mortos que repercutissem junto aos leitores. Eu acho que ainda tem muita gente que pensa que tubarão bom é tubarão morto. Mas uma manhã eu pulei na água 58/61 Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED e vi esse tubarão-raposa que havia acabado de morrer na rede de emalhar. E com suas grandes nadadeiras peitorais e olhos ainda visíveis, me pareceu um tipo de crucificação, se me permitem. Essa acabou sendo a foto principal na história sobre a pescaria global da National Geographic. Eu espero que tenha ajudado nossos leitores reparar nesse problema de 100 milhões de tubarões. E porque eu amo tubarões, sou um pouco obcecado por tubarões, quis cobrir outra história, mais festiva, sobre tubarões, como forma de falar sobre a necessidade da conservação dos tubarões. Então fui às Bahamas porque há muito poucos lugares no mundo onde os tubarões estão bem hoje em dia, mas as Bahamas parecem ser um lugar onde os cardumes são razoavelmente saudáveis, em grande parte porque o governo de lá baniu por lei a pesca deles há muitos anos atrás. Eu quis mostrar várias espécies que não tínhamos mostrado muito na revista e trabalhei em diversos locais. Um desses locais foi um lugar chamado Tiger Beach, no norte das Bahamas, onde os tubarões-tigre se amontoam em águas rasas. Esta é uma foto em baixa altitude que eu tirei mostrando nosso barco de mergulho com cerca de uma dúzia desses grandes e velhos tubarões-tigre nadando ao redor. Mas uma coisa que eu realmente não queria fazer nessa cobertura era continuar retratando tubarões como monstros. Não queria que eles fossem muito ameaçadores ou assustadores. E com essa foto de um belo tubarão-tigre fêmea de 4,5; 4 metros provavelmente, eu acho, acho que alcancei esse objetivo, ela estava nadando com esses pequenos xereletes azuis no nariz e meu flash criou uma sombra em seu rosto. E eu acho que é uma imagem mais delicada, menos ameaçadora, um pouco mais respeitosa da espécie. Nesta história, eu também procurei pelo grande e difícil tubarão cabeça-de-martelo, um animal que realmente não havia sido muito OÁSIS . FOTOGRAFIA fotografado até talvez uns sete ou dez anos atrás. Ele é uma criatura muito solitária. Mas este é um animal que é considerado pela ciência como carente em dados tanto na Flórida quanto nas Bahamas. Nós não conhecemos quase nada sobre eles. Nós não sabemos de onde ou para onde eles migram, onde eles se acasalam, onde têm seus filhotes, mesmo assim, a população de cabeças-de-martelo no Atlântico caiu aproximadamente 80% nos últimos 20 a 30 anos. Nós os estamos perdendo mais rápido do que conseguimos encontrá-los. Este é o tubarão galha-branca, um animal que é considerado a quarta espécie mais perigosa, se você se preocupa com essas listas. Mas é um animal que enfrenta um declínio de 98% na maioria de suas variedades. Por este ser um animal oceânico e habita águas mais profundas e por não estarmos trabalhando no leito oceânico, eu levei uma gaiola à prova de tubarões. Meu amigo, o biólogo de tubarões Wes Pratt, está dentro da gaiola. Dá para ver que o fotógrafo, é claro, não estava na gaiola, então, claramente, o biólogo é um pouco mais esperto que o fotógrafo, eu acho. E por fim, com essa história, eu também quis me focalizar em maternidades de bebês de tubarões. E fui à ilha de Bimini, nas Bahamas, para trabalhar com filhotes de tubarão-limão. Esta é a foto de um filhote de tubarão-limão ela mostra esses animais no local onde vivem em seus primeiros dois a três anos de vida, nesses mangues protegidos. Esta é uma foto bastante incomum para um tubarão. Não é o que normalmente se pensa de uma imagem de tubarão. Mas aqui vemos um tubarão que tem 25 ou 27 centímetros nadando em 30 cm de água. Esse é um habitat crucial e é onde passam seus primeiros dois, três anos até que estejam grandes o suficiente para saírem para o resto do coral. Depois que saí de Bimini, eu soube que esse habitat estava sendo demolido para a cria 59/61 Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED ção de um novo campo de golf e um resort. Em outras histórias recentes, eu enfoquei, separadamente, espécies conhecidas que estão em risco no oceano, como forma de falar sobre outras ameaças. Numa delas, documentei a tartaruga-de-couro. De todas espécies de tartaruga, esta é a maior, com maior alcance, que mergulha mais fundo e a mais antiga. Aqui vemos uma fêmea rastejando para fora do oceano sob a luz da Lua na ilha de Trinidad. Esses são animais cuja linhagem tem mais de 100 milhões de anos. Houve um tempo em suas vidas em que elas saíam da água para botar ovos e viam Tyrannosaurus rex passar. E hoje, elas rastejam e vêem condomínios. Mas, apesar dessa longevidade fantástica, elas são agora consideradas como criticamente ameaçadas. No Pacífico, onde tirei esta fotografia, o número delas caiu em cerca de 90% nos últimos 15 anos. Esta é uma fotografia que mostra um filhote prestes a sentir a água salgada pela primeira vez começando sua longa e perigosa jornada. Apenas um em mil filhotes de tartaruga-de-couro alcançará a maturidade. Mas isso é graças aos predadores naturais como abutres, que os pegam na praia, ou peixes predadores que aguardam em alto-mar. A natureza aprendeu a compensar isso e as fêmeas botam diversos lotes de ovos para vencer essa probabilidade. Mas elas não podem lidar com estresse antropogênico, coisas humanas, como nesta foto que mostra uma tartaruga-de-couro presa à noite numa rede de emalhar. Eu, na verdade, pulei na agua e fotografei isto, e, com a permissão do pescador, eu cortei a rede e a tartaruga pôde nadar livremente. Mas todo ano, milhares de tartarugas-de-couro não têm a mesma sorte e o futuro da espécie está ameaçado. Outra espécie carismática dessa megafauna com que trabalhei foi a história que cobri sobre as baleias francas. E, essencialmente, o que acontece com as baleias francas é que cerca de um milhão de anos atrás, havia uma espécie de baleia franca no planeta, mas conforme OÁSIS . FOTOGRAFIA as massas de terra se moveram e os oceanos se isolaram, a espécie se separou e hoje existem, essencialmente, dois tipos distintos. Existe a baleia franca do sul que vemos aqui e a baleia franca do Atlântico Norte que vemos aqui, com uma mãe e filhote na costa da Flórida. Ambas as espécies foram caçadas quase até a extinção pelos primeiros baleeiros, mas as baleias francas do sul se recuperaram bem melhor porque elas ficam em locais bem distantes de atividade humana. A baleia franca do Atlântico Norte é listada como a espécie mais ameaçada no mundo hoje porque são baleias urbanas, que vivem ao longo da costa leste da América do Norte, Estados Unidos e Canadá e precisam lidar com essas adversidades urbanas. Esta foto é de um animal com a cabeça de fora num pôr do sol na costa da Flórida. Dá para ver a fábrica queimando carvão no fundo. Elas precisam lidar com coisas como toxinas e remédios que são despejados no oceano e podem estar até afetando sua reprodução. Elas também ficam presas em equipamentos de pesca. Esta é uma foto que mostra a cauda de uma baleia franca. Aquelas marcas brancas não são marcas naturais. São cicatrizes causadas por enroscamento. 72% da população possui cicatrizes assim, mas a maioria não se livra de armadilhas de lagosta e gaiolas de caranguejo. Elas ficam presas nos animais e acabam matando-os. E o outro problema é que elas são atingidas por navios. Este era um animal que havia sido atingido por um navio na Nova Escócia, Canadá, sendo levado para fazer uma necropsia para confirmar a causa da morte, que foi mesmo o golpe de um navio. Então todas essas adversidades se acumulam sobre esses animais e mantém seus números muito baixos. E para contrastar com essa população ameaçada do Atlântico Norte, eu visitei uma população imaculada de baleias francas do sul que foi descoberta há, apenas, cerca de 10 anos 60/61 Tradução integral da palestra de Brian Skerry no TED na zona subantártica da Nova Zelândia, num local chamado Ilhas Auckland. Eu fui lá durante o inverno. Esses são animais que nunca tinham visto humanos antes. Eu, provavelmente, fui uma das primeiras pessoas que elas viram. Eu entrei na água com elas e fiquei espantado com o quanto elas eram curiosas. Essa foto mostra meu assistente no fundo do mar, a mais ou menos 21 metros de uma dessas baleias fantasticamente lindas de 14 metros e 70 toneladas, parecendo um ônibus nadando por cima, sabe. O estado delas era perfeito, bem gordas e saudáveis, robustas, sem cicatrizes de enroscamento, do jeito que elas devem ser. Eu li que quando os peregrinos chegaram em Plymouth Rock, em Massachusetts em 1620, escreveram que era possível cruzar a pé a Baía de Cabo Cod no dorso de baleias francas. Não podemos voltar e ver isso hoje, mas talvez possamos preservar o que ainda resta. E quero fechar esta palestra com uma história de esperança, uma matéria que cobri sobre reservas marinhas como forma de solução ao problema da pesca excessiva, a matéria da crise pesqueira global. Decidi trabalhar na Nova Zelândia porque a Nova Zelândia é bem avançada e é bem avançada em termos de proteção ao seu oceano. E queria que essa história fosse sobre três coisas. Queria que fosse sobre abundância, sobre diversidade e sobre resiliência. E um dos primeiros locais onde trabalhei foi uma reserva chamada Ilha Goat em Leigh, na Nova Zelândia. O que os cientistas lá me disseram foi que quando protegeram esta primeira reserva marinha em 1975, esperavam que certas coisas acontecessem. Por exemplo, esperavam que certas espécies de peixe como o Pagrus auratus, retornassem, porque haviam sido pescadas até o limite da extinção comercial. E elas voltaram. O que não se previa é que outras coisas iriam acontecer. Por exemplo, esses peixes predam os ouriços do mar. E quando os peixes haviam sumido, tudo o que se via debaixo d’água eram quilômetros e quilômetros de ouriços do mar. Mas quando os peixes voltaram e começaram a predar e controlar a população de ouriços, pasmem, florestas de Laminariales OÁSIS . FOTOGRAFIA surgiram em águas rasas. E isso porque os ouriços comem as Laminariales. Então quando os peixes controlaram a população de ouriços, o equilíbrio natural do oceano foi reestabelecido. Sabe, provavelmente é assim que o oceano devia ser há cem ou 200 anos, mas não tinha ninguém lá para nos dizer. Eu trabalhei também em outras partes da Nova Zelândia, em áreas lindas, frágeis e protegidas, como em Fiordland, onde essa colônia de Pennatulacea foi encontrada. Um pouco de Parapercis colias nadando para dar um pouco de cor. Na parte norte da Nova Zelândia, eu mergulhei na água azul, onde ela é um pouco mais quente, e fotografei animais como esta arraia gigante nadando por um canyon submarino. Cada parte do ecossistema nesse lugar parece bem saudável, desde animais pequenos como um nudibrânquio, rastejando sobre uma esponja do mar ou um Oligoplites saurus, que é um animal muito importante nesse ecossistema porque ele pasta no fundo e permite que novas vidas surjam. E quero finalizar com esta foto, uma imagem que fiz em um dia de tempestade na Nova Zelândia quando fiquei no leito, no meio de um cardume de peixes nadando em volta de mim. Estava em um local que havia sido protegido há apenas 20 anos aproximadamente. E falei com mergulhadores que descem lá há muitos anos e eles disseram que a vida marinha é melhor lá hoje do que nos anos 60. E é por ter sido protegida que ela voltou. Então, acho que a mensagem é clara. O oceano é, sim, resiliente e tolerante até certo ponto, mas precisamos ser bons zeladores. Eu me tornei um fotógrafo submarino porque me apaixonei pelo mar e faço fotos dele hoje, porque quero protegê-lo e não acho que seja tarde demais. Muito obrigado. 61/61