Aniversário da Jornada Mundial da Juventude Rio! pág. 9 JESUÍTAS BRASIL Em edição 6 | ANO 1 | juLho 2014 | jesuitasbrasil.com INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL Dois períodos de uma mesma história, num mesmo espírito Companhia de Jesus celebra o 200º aniversário de sua restauração Especial • 12 Jesuítas ampliam trabalhos na Amazônia pág. 21 Projetos de alunos da ETE participam de mostra pág. 25 Dilma Rousseff inaugura HT Micron na Unisinos pág. 29 Alunos da UNICAP desenvolvem app “Ônibus Para Todos” pág. 33 Companhia de Jesus celebra um ano do MAGIS no Brasil pág. 37 4 editorial Recomeçar, sempre bicentenário de restauração da Companhia de Jesus, disponível no portal w w w.jesuitasbrasil.com , nos oferece algumas pistas sobre esses elementos essenciais: Pe. Miguel de Oliveira Martins Filho, sj Provincial do Brasil Nordeste No próximo mês, dia 7, celebraremos o 200º aniversário da restauração da Companhia de Jesus. Em tempo de jubileu, somos chamados, sem dúvida, a fazer memória deste momento tão importante da história de nossa “mínima Companhia”. Porém, para nós, jesuítas, celebrar este momento não significa simplesmente olhar para trás e revisitar um evento histórico, fixado no passado, mas é um convite para a redescoberta e a revitalização de elementos essenciais de nossa própria identidade e carisma. A novena em preparação para a celebração do A ação de graças pela fundação da Companhia, que nos convida continuamente a uma “volta às fontes” e ao reconhecimento do dom que Deus oferece à Igreja por meio da experiência de Inácio e dos primeiros companheiros; A liberdade espiritual , que nos leva continuamente a distinguir as mediações (inclusive a própria Companhia) do único Absoluto de nossas vidas: o Senhor que salva, porque ama. A união de mentes e de corações, que faz deste grupo de homens um verdadeiro Corpo apostólico, unido a serviço da missão de Cristo, na Igreja; A humildade, que nos conduz a aprender com nossa história, vendo nela a ação da graça de Deus e a nossa contínua necessida- de de conversão, para nos assemelharmos ao Cristo manso, pobre e humilde; A generosidade, que brota do reconhecimento agradecido de que “tudo é dom e graça de Deus” e nos leva a partilhar gratuitamente tudo o que também recebemos de graça. Ler os sinais dos tempos, que nos faz estar atentos aos movimentos do Espírito e às necessidades de respostas criativas aos novos desafios que temos diante de nós; Sentir com a Igreja, que revigora nossa pertença eclesial e nos relembra que somos parte de um Corpo maior, o Corpo de Cristo, enviado em missão. A contemplação para alcançar amor, que reconhece nossa vocação como resposta ao imenso amor de Deus, que continuamente se entrega por nós e nos pede para transformarmos nossa vida em dom para os outros. A ação de graças pela restauração da Companhia, que nos leva a agradecer ao NOVENA 1814 2014 Pai por continuar nos associando à missão de seu Filho. Essa “ação de graças” no começo e “ação de graças” no final educam nosso olhar para ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus. O Senhor – que fundou a Companhia, sustentou-a em seus variados ministérios, acompanhou-a durante sua supressão, chamou-a de volta à existência em sua restauração – continua, ainda hoje, convidando-nos a recomeçar. A proclamação do Evangelho conduz a essa redescoberta da novidade de Deus em nossa vida, para transmiti-la aos outros, com alegria. Assim como a Companhia de Jesus experimentou a alegria de um recomeço e da possibilidade de um novo futuro, que nós saibamos nos alegrar com as pequenas e grandes “ressurreições” que Deus realiza continuamente em nossas vidas. Com Ele, sempre podemos recomeçar. Boa leitura! Faça o download da Novena em PDF no link http://bit.ly/1n9IztJ 5 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l CALENDÁRIO LITÚRGICO – JULHO | AGOSTO Próprio da Companhia de Jesus Fundador da Companhia de Jesus 31 de julho 02 de agosto 18 de agosto Santo Inácio de Loyola São Pedro Fabro Santo Alberto Hurtado Cruchaga Expediente Pe. Francys Silvestrini Adão, SJ Diretor editorial Pe. Geraldo Lacerdine, SJ Diretor do NCI EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI) Contato NCI [email protected] www.jesuitasbrasil.com Silvia Lenzi (MTB: 16.021) Editora e jornalista responsável Colaboradores da 6ª Edição Colaboradores: Pe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Matias Martinho Lenz (BRM). Pe. Alfredo Ferro, Pe. Hugo Bersch, Belisa Lemes da Veiga, Francilma Grana, João Elton de Jesus, SJ, Renato Geraldo Evangelista Salles, Pe. Valério P. Sartor e Ana Ziccardi (revisão). Juliana Dias Redação Fotos Banco de imagens / Divulgação Victor Pisani Diagramação e edição de imagens Tradução das notícias da Cúria Geral Pe. José Luis Fuentes Rodriguez Errata Na 5ª Edição do Em Companhia, na seção Calendário Litúrgico, houve um equívoco na identificação de Santa Maria Zhu Wu (apresentada como São Maria Zhu). O novo calendário litúrgico próprio da Companhia, valorizando a colaboração com leigos e leigas, celebra, juntamente, com o martírio dos 4 jesuítas (entre eles, São Leão Mangin), o martírio de 52 leigos e leigas (entre eles, Santa Maria Zhu Wu). 6 entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO Os desafios da Educação Padre Mário assumiu o cargo de delegado Nacional para a Educação Básica da Companhia de Jesus em 2013 O delegado Nacional para a Educação Básica, Pe. Mário Sündermann, está à frente do cargo há menos de um ano, mais precisamente desde 19 de novembro de 2013. Em entrevista ao informativo Em Companhia, ele conta um pouco dos desafios enfrentados diante da nova missão e quais os projetos que vêm sendo desenvolvidos para a área educacional da Companhia de Jesus. Em entrevista publicada em dezembro de 2013, logo após a sua nomeação como delegado Nacional para a Educação Básica, você disse que iniciaria essa missão fazendo a visita canônica aos colégios. Como tem sido esse trabalho? Neste primeiro semestre, já pude visitar as 14 unidades educativas. As visitas foram uma oportunidade ímpar de conhecer mais a realidade de cada colégio, assim como de contato mais próximo com os jesuítas e profissionais leigos que aí atuam. Tenho presenciado uma riqueza de experiências que nos coloca em uma posição bastante favorável para darmos os primeiros passos na construção da rede nacional. Em um país de proporções continentais como o Brasil, visitar unidades presentes desde o Rio Grande do Sul ao Piauí tem possibilitado uma primeira aproximação ao que pode significar um projeto educativo comum para todo o país. Vejo que os colégios enfrentam desafios importantes que perpassam as três principais dimensões do trabalho educativo: pedagógica, administrativa e de formação cristã. Transversalmente, estamos vivendo um momento de resgate da nossa matriz de identidade e de atualização dessa matriz. Temos alunos e famílias diferentes de outros tempos e que se aproximam da escola com demandas distintas de outrora. Essa nova realidade requer que escolas e educadores inacianos sejam criativos e eficientes o bastante para trazer, ao momento atual, aquilo que nos identifica e diferencia como obras educativas da Companhia de Jesus. Quais os principais desafios encontrados? Há diferentes desafios. Alguns advêm da tecnologia, outros provêm das questões ambientais, outros do novo perfil de alunos e educadores etc. Observando o modo como cada unidade tem enfrentado os desafios inerentes ao trabalho escolar no contexto atual, vejo que temos um repertório diverso e muito rico de possibilidades de contribuir eficazmente com a Igreja do Brasil por meio da educação básica. Se formos capazes de colocar nossas experiências e nossos conhecimentos em comum e nos articularmos de modo Líderes de turma do Colégio Catarinense se encontram com o padre Mário a gerar maior sinergia nos diferentes processos, sem dúvida, avançaremos muito. O que está em jogo atualmente é a nossa competência para criar ambiente favorável para compor a Rede Inaciana de Educação Básica no Brasil. Estruturalmente, estamos organizados, falta-nos o segundo passo, que seria a elaboração do estatuto da Rede. Nossa tarefa agora é mapear os diferentes processos e avançar na qualificação do funcionamento dessa nova estrutura. Nesse sentido, três eixos de atuação têm sido o fio condutor do trabalho atual: Construção do PEC (Projeto Educativo Comum), Aplicação do Programa de Gestão de Qualidade e Implantação da Plataforma Moodle nas unidades. Em que medida já há avanços na construção do Projeto Educativo Comum (PEC)? A construção do PEC foi iniciada há algum tempo. Nos encontros dos Diretores 7 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO Gerais, em 2013, ficou definido o processo de construção do projeto. Foi feito um primeiro esboço dos desafios que permeiam a educação básica em nossos dias e traçado um cronograma de trabalho. As visitas canônicas fazem parte desse processo. Em 2014, o foco maior é a fundamentação teórica. Contribuem, para isso, os preparativos do Seminário Internacional de Pedagogia e Espiritualidade Inacianas (SIPEI), que já está acontecendo virtualmente. De 2 a 8 de novembro, teremos a parte presencial em Manresa, Espanha. Está previsto, a partir desse evento, a publicação de novo documento de educação para a Companhia de Jesus em nível uni- Qualidade em três unidades: Catarinense (SC), São Luís (SP) e Diocesano (PI). Esse programa nos dará condição de, alinhados com os indicadores definidos para todas as escolas da América Latina, mapear as unidades brasileiras e identificar as áreas que demandam investimento, melhoria e/ou inovação. Já estamos finalizando, nessas três unidades, a etapa de avaliação e, no segundo semestre, daremos início à elaboração dos planos de melhoria. Para 2015, temos planejado iniciar o processo em mais quatro unidades: Antonio Vieira (BA), Medianeira (PR), Santo Inácio (RJ) e São Francisco Xavier (SP). “Penso que é possível socializar saídas criativas para os desafios comuns: problemas ambientais, uso dos recursos tecnológicos, projetos de valorização da vida e de espiritualidade, intercâmbios culturais e esportivos, etc. ” versal. Em 2015, trabalharemos mais intensamente na construção de um projeto educativo estruturado para toda a Rede. Contaremos com a contribuição de educadores das diferentes unidades e especialistas de dentro e de fora da Companhia de Jesus na construção do PEC. Em 2016, promulga-se o documento e dá-se início à sua implantação nas unidades educativas. E o Programa de Gestão da Qualidade? Em 2014, começamos o Programa de Gestão da Em que medida já está implantado a Plataforma Moodle nas escolas? A plataforma Moodle veio como uma ferramenta facilitadora das mediações pedagógicas no cotidiano escolar. Nossas escolas atendem alunos nativos digitais que transitam naturalmente no universo tecnológico. Espera-se que o uso da plataforma traga benefícios aos educadores e aos alunos. Para isso, é importante a capacitação do corpo docente, processo que já vem acontecendo nos últimos anos e que tem Jesuíta participa do dia de integração e ação social do Colégio Catarinense qualificado as mediações utilizadas dentro e fora da sala de aula. A Plataforma oferece um conjunto significativo de oportunidades de mediação e construção do conhecimento utilizando ferramentas tecnológicas. Além disso, é um importante espaço para formação de professores, presencial ou à distância, e ainda possibilita maior intercâmbio e diálogo entre as unidades educativas espalhadas pelo Brasil. No momento, a plataforma já está sendo utilizada cotidianamente em dez escolas e outras três devem começar com projetos-piloto no segundo semestre de 2014. Quais são os principais canais de diálogo e aproximação entre as unidades? Além do já dito acima (PEC, Gestão de Qualidade e Moodle), penso que há outras possibilidades de diálogo e aproximação das escolas entre si, seja regional ou nacionalmente. A riqueza e a diversidade de projetos, bastante robustos e transversais de nossas escolas, permitem sonhar com diferentes aproximações. Penso que é possível socializar saídas criativas para os desafios comuns: problemas ambientais, uso dos recursos tecnológicos, projetos de valorização da vida e de espiritualidade, intercâmbios culturais e esportivos, etc. Sem dúvida, a Rede é rica em possibilidades e os desafios visualizados são acolhidos como possibilidade de contribuir na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária por meio de uma educação de excelência. Leia também a entrevista do Pe. Mário Sündermann, publicada em 23 de dezembro de 2013, no Portal Jesuítas Brasil: http://bit.ly/1nhNA34 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l 9 o ministério de unidade na IGREJA SANTA SÉ Aniversário da JMJ Rio! As comemorações de um ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio acontecerão até 27 de julho. A programação transcorre dentro do projeto Memória e Missão da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que visa a celebrar o primeiro aniversário da JMJ Rio2013, recordando o encontro do papa Francisco com os jovens do mundo inteiro, e discernir as ações dos católicos diante dos desafios apresentados atualmente. Durante as comemorações, serão realizadas catequeses, missões, exposição cultural e peregrinação das réplicas dos símbolos da JMJ – a cruz e o ícone de Nossa Senhora. No dia 26 (sábado), a partir das 13h, acontecerá a grande celebração na Quinta da Boa Vista. A missa será presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, às 18h. E, no dia 27 (domingo), às 17h30, haverá o lançamento do livro de fotos da JMJ, no auditório do Ed. João Paulo II (Rua Benjamin Constant, 23, 2º andar, bairro da Glória, Rio de Janeiro). A JMJ Rio 2013 foi realizada entre os dias 23 e 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro (RJ). Naquela semana, mais de três milhões de peregrinos, vindos dos mais diferentes países, testemunharam a fé em Jesus Cristo para o mundo todo. Fotos: Flickrs da Jornada Mundial da Juventude e George Martell/Pilot New Media Fonte: site da Rádio Vaticano 10 o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ The Pope App em nova edição Em 7 de julho, o presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli, acompanhado por seu colaborador Thaddeus Jones, apresentou o aplicativo The Pope App, para smartphone e tablete, que reúne toda a mídia do Vaticano. Em entrevista à Rádio Vaticano, dom Celli disse: “Era nosso desejo apresentar ao papa essa iniciativa. Como se sabe, já existia o ‘The Pope App’ e nós estamos contentes porque, no passado, mais de 400 mil pessoas baixaram o aplicativo. Essa ferramenta permite ao papa aproximar-se de homens e mulheres de hoje, de estar próximo a eles com suas mensagens, com seus pronunciamentos, com as suas meditações. Com essa iniciativa, aperfeiçoamos a primeira edição do The Pope App, que está mais acessível, mais claro e melhor administrado”. Segundo Thaddeus Jones, o aplicativo agrupa os conteúdos, as mídias e as notícias produzidas pelos meios de comunicação do Vaticano, como: Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano, Agência Fides, L’Osservatore Romano, em parte a Sala de Imprensa da Santa Sé e os últimos textos publicados no site va- tican.va. Além disso, é multimídia, oferecendo vídeo, streaming e fotografias, também do Serviço Fotográfico. “A ideia é colocar tudo junto em um único App e isso também para satisfazer uma exigência sempre mais presente hoje, porque as pessoas querem ter notícias no próprio smarthphone, no próprio tablet”, comentou Jones. Fonte: site da Rádio Vaticano Inaugurada primeira universidade dos jesuítas na Índia No início de julho, foi inaugurada a primeira universidade dos jesuítas na Índia, em Bhubaneswar, capital do estado de Odisha. Em seu discurso de inauguração, o governador do estado indiano, Naveen Patnaik, disse que a nova instituição quer ser um centro no qual se entrelaçam excelências acadêmicas e bons valores éticos. O governante agradeceu à Odisha Jesuit Society, que oferece instrução de qualidade no país e no mundo, por ter tomado a iniciativa de instituir a universidade. A Jesuit Xavier University é a primeira universidade “digital” do país, a primeira universidade católica do estado e a quarta na Índia. Inspirando-se em São Francisco Xavier, estudioso e jesuíta, do qual tem o privilégio de herdar o nome, a nova instituição propõe-se a tornar-se um centro de aprendizagem e de serviço, reconhecido em nível mundial por seu compromisso de excelência em todos os campos da vida humana. Em seu discurso de boas-vindas, o vice-chanceler, Pe. Paul Fernandes, SJ, definiu a Jesuit Xavier University como um “dom de Deus para nós. Nós o recebemos com gratidão e nos empenhamos por sua constituição e crescimento. Nós a abençoamos hoje”, disse. Sua missão é imitar Cristo como modelo de sabedoria para os jovens a serviço da justiça, da paz, da verdade, e pela construção da civilização do amor. Por sua vez, o arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, dom John Barwa, disse que “esta universidade será uma mãe amorosa para dar à luz futuros filósofos, grandes cientistas, eminentes pensadores e estadistas excepcionais para o nosso país e para o mundo”. Fonte: site da Rádio Vaticano 11 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ Novo reitor do Pio Brasileiro toma posse em setembro Da esquerda para a direita: Pe. Geraldo Maia, Pe. Martinho Lenz, SJ, dom Jaime Spengler, Denis Fontes de Souza Pinto, embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Pe. João Roque Rhor, SJ, atual reitor do Pio Brasileiro, e dom José Luiz Magella O padre Geraldo dos Reis Maia, do clero diocesano de Uberaba (MG), tomará posse como novo reitor do Colégio Pio Brasileiro, no dia 30 de setembro. Com a posse do padre Geraldo e sua equipe, concretiza-se a passagem da direção do Colégio, administrado pela Companhia de Jesus por 80 anos, para a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O Colégio Pio Brasileiro foi criado em 1934, em Roma, com o objetivo de oferecer uma formação para seminaristas brasileiros. Nos anos 90, esse perfil mudou. Atualmente, em vez de seminaristas, o colégio abriga sacerdotes que são enviados para cursos de mestrado e doutorado em Teologia e outras ciências religiosas, em diversas universidades e academias pontifícias. O colégio pode abrigar mais de 100 estudantes, proporcionando residência e formação espiritual para jovens sacerdotes do clero diocesano, que, ao retor- nar ao Brasil, trabalham na formação do clero e dos leigos, bem como prestam assessoria qualificada a diversas pastorais. Em junho, o padre Geraldo visitou o Colégio para conhecer melhor a casa, onde se formou em anos anteriores. Na ocasião, ele presidiu a missa na Festa do Sagrado Coração de Jesus, patrono do Pio Brasileiro. O atual reitor, Pe. João Roque Rohr, SJ, e o sócio do Provincial da BRM, Pe. Martinho Lenz, SJ, que dirigiu o Colégio de 1992 a 2000, participaram da celebração. No dia 29 de junho, padre Geraldo participou da entrega da solenidade dos Santos Pedro e Paulo Apostólos, no qual o papa Francisco impôs o pálio arquiepiscopal a 24 novos arcebispos metropolitanos no mundo inteiro. Dentre eles, os brasileiros dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), e dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre (MG). A Companhia Jesus dirigiu o Colégio Pio Brasileiro por 80 anos. Na foto, da esquerda para a direita, os padres Martinho Lenz, SJ, Geraldo Maia e João Roque Rhor, SJ 12 especial A retomada da missão O papa Pio VII, em 7 de agosto de 1814, publica o documento que restaura a Companhia de Jesus ao redor do mundo Na manhã de 7 de agosto de 1814, cerca de 100 jesuítas se preparavam para a celebração do papa Pio VII, no Altar de Santo Inácio, em Roma, Itália. A ocasião, muito esperada por todos, oficializaria o retorno da Companhia de Jesus à sua missão no mundo. Após a Eucaristia, e a pedido do pontífice, o Monsenhor Cristaldi leu a Bula Sollicitudo Omnium Ecclesiarum, documento que declarou a restauração da Ordem religiosa, após 41 anos de supressão. O decreto foi entregue ao provincial Panizzoni, que representou o então padre geral Tadeusz Brzozowski. No artigo Os primeiros passos para a Restauração (Anuário da Companhia de Jesus - 2014), o jesuíta Paul Oberholzer afirma que, antes da supressão, em 1773, havia mais de 23 mil jesuítas em missão. Na ocasião da restauração da Ordem, restavam cerca de 600 religiosos, que viviam na Rússia, no Reino de Nápoles, na Sicília, nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França. Aos poucos e com muita alegria, os jesuítas foram recebendo a notícia do decreto do papa Pio VII. “Foram eles que, com grande entusiasmo e auxiliados pelos novos candidatos, rapidamente aderiram à Ordem, empreenderam a árdua tarefa de, gradualmente, recuperar a Companhia de Jesus”, explica o jesuíta Arturo Reynoso, no artigo Os jesuítas exilados nos Estados Papais (Anuário da Companhia de Jesus - 2014). A volta ao brasil No Brasil, a Companhia de Jesus retomaria sua missão somente em 1842, por meio de um grupo de padres espanhóis, vindos da Argentina. Esses jesuítas fundaram uma residência em Porto Alegre (RS), local que serviria de base para a organização das primeiras missões populares. “Durante a realização dessas missões junto às comunidades rurais, os padres de origem espanhola solicitaram, às Províncias da Áustria e da Alemanha, a presença de jesuítas de língua alemã, devido à grande quantidade de imigrantes estabelecidos em colônias no Estado do Rio Grande do Sul”, ressalta o padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo do Collegio e do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, em Embu das Artes (SP). O recomeço da missão da Ordem no país enfrentou grandes desafios, entre eles, as dificuldades de comunicação com a população. Para o padre Idinei Zen, mestre em História pela Unisinos, “esse reinício foi muito difícil, pois a situação religiosa encontrada na região era de total abandono. As condições de deslocamento também eram muito precárias. A dificuldade da língua entre os colonizadores e os padres também contribuiu para prejudicar a atividade de reconstruir uma identidade cristã”. 13 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l especial deste do país. Em 1911, fundam o Colégio Antônio Vieira, que se tornou referência em qualidade de ensino em Salvador (BA). Os desafios e as dificuldades encontradas no Brasil foram sendo superadas com o passar dos anos. O vigor apostólico da Companhia de Jesus e a coragem dos jesuítas foram essenciais para a retomada das atividades da Ordem no país, após sua restauração. A supressão Alegoria francesa, sem autor conhecido, publicada na Revista Broteria, em 2009, na edição especial sobre a Expulsão da Companhia de Jesus O reestabelecimento da Companhia de Jesus no Brasil não fez parte de um plano articulado. Conforme as necessidades de cada região, a Ordem foi ampliando sua atuação, segundo padre Contieri. “As missões realizadas no país, em meados do século XIX, não faziam parte de um plano preestabelecido e, sim, de uma sucessão de respostas às oportunidades e solicitações que lhe eram apresentadas”, ele afirma. As ações tornaram-se mais delineadas a partir da atuação do padre Jaques Razzini, nomeado visitador da Ordem no Brasil em 1863. Responsável por articular a fundação do Colégio São Luís, em Itu (SP), em 1867, o padre Razzini deu novo impulso à atuação da Ordem no país, tanto no âmbito educacional, como no seu papel político. Segundo o padre Geraldo de Almeida, diretor da Comissão de História Inaciana da Bahia, o papel diplomático do padre Razzini merece destaque. Para ele, o jesuíta “preparou os caminhos para seus companheiros atuarem no Brasil”. Dessa forma, a Companhia de Jesus foi ampliando sua atuação no país gradativamente. Logo, o primeiro grupo que chegou a Porto Alegre avançou também para Desterro, atual Florianópolis (SC). Na região, os religiosos fundaram um colégio a pedido das autoridades locais, que sentiram a necessidade de oferecer melhor educação aos jovens. Após um surto de febre amarela, a instituição teve que ser fechada e os jesuítas que lá atuavam foram transferidos para o Uruguai. Foram os religiosos de nacionalidade alemã que deram continuidade aos outros trabalhos na cidade. Em 1862, os jesuítas começaram a atuar nos estados de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, região Sudeste do Brasil. No começo do século XX, os religiosos chegaram também ao Norte e Nor- Os jesuítas desembarcaram em Salvador (BA) em 1549, com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Souza. Liderados pelo padre Manoel da Nóbrega, destacaram-se pela coragem, pela ousadia e pela doação à missão de Deus. Segundo o padre Carlos Alberto Contieri, “a ação apostólica era discernida e cuidadosamente planejada”. A catequese e o ensino escolar foram as atividades que mais se destacaram durante a atuação dos jesuítas no período do Brasil Colônia. “Onde se abria uma casa de jesuíta, quase sempre, também surgia uma escola de ler, escrever, contar e, às vezes, cantar. Algumas dessas escolas, nas povoações maiores, assumiram, com o tempo, a forma de colégios. Neles, se ensinavam Latim, Humanidades, Matemática e outras matérias. Em alguns, Filosofia e Teologia, chegando o Colégio da Bahia até a conferir graus nessas disciplinas”, afirma o padre Geraldo de Almeida, diretor da Comissão de História Inaciana da Bahia. No século XVIII, a vitalidade da Ordem religiosa dentro da Igreja Católica ganhou destaque e visibilidade. A presença dos jesuítas na educação e sua forte influência entre o povo e os reis suscitaram especulações a respeito de seu papel na sociedade. A capacidade de adaptação dos jesuítas ao contexto em que estavam inseridos era uma das características da Ordem. “Para a Companhia de Jesus, 14 especial a missão se realiza levando em conta as circunstâncias de tempo e lugar. É um período de muita criatividade apostólica”, explica padre Contieri. No século XVIII, a vitalidade da Ordem religiosa dentro da Igreja Católica ganhou destaque e visibilidade. A presença dos jesuítas na educação e sua forte influência entre o povo e os reis suscitaram especulações a respeito de seu papel na sociedade. Nesse contexto, um personagem em particular foi o responsável por incitar a perseguição aos jesuítas, Sebastião José de Carvalho e Mello, mais conhecido como Marquês de Pombal, nomeado por D. José I como primeiro-ministro de Portugal. Em um contexto marcado por interesses políticos, Pombal enxergou a Companhia de Jesus como um entrave para a ascensão de seu poder. “Tudo aquilo que não se adequasse a seus planos constituía-se em motivo para suprimir a presença religiosa nos territórios que pertenciam a Portugal”, afirma padre Idinei Zen. Em 1759, os jesuítas foram expulsos dos domínios de Portugal em todo o mundo, incluindo o Brasil, totalizando mais de 1.700 religiosos. Essa ação foi o início de um processo que culminou com a supressão da Companhia de Jesus. Após o decreto de expulsão de D. José I, outros países também expulsaram os jesuítas de seus territórios e domínios: em 1764, o rei Luís XIV da França; em 1767, o rei Carlos III, da Espanha; e também nas Filipinas, nas Duas Sicílias e no ducado de Parma. Após a pressão das cortes da Dinastia Bourbon, no dia 21 de julho de 1773, o papa Clemente XIV publica o breve Dominus ac Redemptor, documento que decreta a supressão da Companhia de Jesus em todo o mundo. Segundo o artigo A Companhia de Jesus durante a tormenta (Anuário da Companhia de Jesus - 2014), de Sabina Pavone, da Universidade de Macerata (Itália), o breve foi dividido em 45 capítulos. O documento não acusava, nem julgava os méritos dos jesuítas, mas discorria sobre a possibilidade de suprimir a Ordem em função das perturbações por ela causadas no seio da Igreja, ao longo dos anos. Apesar da supressão, dois monarcas não promulgaram a bula Dominus ac Redemptor e mantiveram os jesuítas em seus reinos. Rei Frederico da Prússia, luterano, e czarina Catarina II da Rússia, ortodoxa. Os historiadores acreditam que Frederico e Catarina consideravam essencial conservar os colégios da Companhia em seus reinos para manter a qualidade da educação. Colégios e bens confiscados A expulsão dos jesuítas em diferentes reinos e o prestígio do Marquês de Pombal, um dos maiores articuladores da supressão, ajudaram na tomada de decisão do papa Clemente XIV. Segundo o padre Geraldo Coelho, Pombal arquitetou uma série de medidas contras os jesuítas. Além disso, uma vasta literatura difamatória era espalhada pela Europa, mediante as Embaixadas do Reino. “Dessa forma, simples quei- xas dos colonos insatisfeitos, sem verificação posterior, passaram a ser motivo, e fatos menores, razões suficientes para ele prosseguir nos seus propósitos”, completa padre Geraldo. Com a supressão da Companhia de Jesus, os jesuítas foram declarados rebeldes e traidores, seus colégios e bens confiscados em diversas partes do mundo. Segundo padre Contieri, nenhuma pessoa, exceto as que o fizessem por imediata ordem régia, poderia ter contato com os religiosos, nem por correspondência, sob pena de morte e confisco de bens. No Brasil, os primeiros deportados foram os jesuítas estrangeiros, e, pouco tempo depois, a ordem de deportação chegou aos demais. “Os jesuítas foram deportados para diversas partes do mundo, muitos foram encarcerados em Portugal e na África. As tropas cercavam as casas e confiscavam todos os bens. Os jesuítas foram condenados Auto-de-fé de Malagrida Gabriel Malagrida O padre Gabriel Malagrida foi preso em 1759, após a Companhia de Jesus ser expulsa de Portugal e de suas colônias. Segundo o padre Ilário Govoni, Malagrida foi perseguido pelo Marquês de Pombal. Em 1761, o jesuíta foi julgado e condenado à fogueira pela Inquisição em Lisboa, Portugal. Personagem importante para a Companhia de Jesus no Brasil, já no século XVIII, o jesuíta foi o primeiro a visualizar a necessidade de um lugar para recolhimento e formação de mulheres para a vida religiosa no país. “Malagrida imaginou a fundação de um colégio, um recolhimento, para acolher as moças que eram rejeitadas pela família ou que tinham o sonho de tornar-se freira. Foi a primeira instituição nesses moldes na Bahia e está de pé ainda hoje! São as Ursulinas do Campo Grande”, conta padre Ilário. 15 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l especial sem serem ouvidos. Eles ficavam presos e incomunicáveis, privados de todo o direito de defesa. Suas missões e obras foram destruídas e o ensino ficou estagnado”, conta padre Contieri. O trabalho que os jesuítas realizavam no país sofreu importantes perdas. Para o padre Geraldo de Almeida, as aldeias, o ensino e o trabalho de evangelização foram os principais prejudicados. Segundo ele, as aldeias, foram transformadas compulsoriamente em vilas e povoados, e a condução administrativa foi entregue, em grande parte, a pessoas despreparadas ou não vocacionadas para esse tipo de missão. O ensino, principalmente nas regiões mais afastadas dos centros, sofreu com a falta de professores que pudessem substituir os educadores jesuítas. A evangelização também perdeu muito do trabalho que já havia começado. “Em minha opinião, a evangelização foi uma das que mais sofreu, pois, além da ausência da atuação direta dos missionários, pregadores e confessores, nas aldeias e nas cidades, a formação do clero nos Seminários, que já começavam a surgir em várias partes, voltou praticamente à estaca zero”, afirma padre Geraldo. O processo de restauração Apesar do documento de supressão da Companhia de Jesus ter sido assinado pelo papa Clemente XIV, os jesuítas mantiveram-se leais à Igreja e muitos deles foram chamados como consultores por importantes dignitários eclesiásticos, afirma o jesuíta Arturo Reynoso, no artigo Os jesuítas exilados nos Estados Papais (Anuário da Companhia de Jesus – 2014). Nesse período, a força moral e a criatividade dos jesuítas se fortaleceram. Vários foram responsáveis por produzir importantes textos nas áreas de História, Ciência, Estética, Filologia, Literatura e Teologia. É importante ressaltar que, na época, o pontífice foi muito pressionado pelas cortes europeias. Tanto que, por muitas vezes, adiou a decisão da supressão. Para o jesuíta Paul Oberholzer, no artigo Primeiros passos para a Restauração (Anuário da Companhia de Jesus – 2014), a medida foi tomada porque, na Europa daquele tempo, a posição do papa como autorida- Imagem da Revista Artes de Mexico , nº 85, edição especial Missões Jesuítas, da Faculdade ITESO (Universidad Jesuita de Guadalajara) e Universidad Tecnológica del Valle de Chalco de máxima em todos os assuntos relacionados à Igreja católica estava sob questionamentos. Os governantes e reis da época desejavam estender sua autoridade a todos os assuntos da sociedade que controlavam, inclusive os eclesiásticos. Muitas áreas da Igreja não concordaram com a decisão do papa e manifestavam com frequência sua dor pela expulsão dos jesuítas, afirma o jesuíta Pedro Miguel Lamet, no artigo O Calvário dos jesuítas espanhóis em 1767 (Anuário da Companhia de Jesus - 2014). Ele ressalta que, durante esse período, apenas 20% dos jesuítas exilados abandonaram a Companhia, o que demonstrava a esperança dos religiosos na restauração da Ordem. Os jesuítas da Rússia informavam constantemente o papa sobre sua existência e atividades. Segundo o jesuíta Paul Oberholzer, esta forma de colaboração silenciosa entre os jesuítas e a Santa Sé seguia uma estratégia com dois obje- tivos: “em primeiro lugar, não atacar a legitimidade da supressão, como expressa na bula; em segundo, procurar saídas que pudessem permitir a continuidade da existência legal da Companhia”. Com a proteção oficial da czarina Catarina II e a gradual aproximação dos jesuítas com o papa Pio VII, as expectativas em relação à restauração da Ordem cresceram. No dia 7 de março de 1801, o pontífice reconheceu, por meio do breve Catholicae fidei, a Companhia de Jesus na Rússia. “Nesse contexto, diversas outras monarquias começaram a solicitar ao papa a legitimação dos jesuítas em suas respectivas nações”, afirma padre Contieri. Progressivamente, esses movimentos fortaleceram o sentimento de que a restauração oficial da Companhia de Jesus em todo o mundo era necessária. Assim, em 1814, os jesuítas se reuniram em Roma para a oficialização do retorno da Ordem religiosa à sua missão no mundo. 16 especial 200 anos de restauração: é tempo de celebrar! Em janeiro de 2012, o superior geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicolás, enviou uma carta solicitando que os jesuítas organizassem em suas províncias as comemorações do bicentenário de restauração. A partir disso, o padre Carlos Alberto Contieri e a equipe do Pateo do Collegio foram nomeados para coordenar as comemorações dessa importante data no Brasil. Depois de muitas reuniões, encontros e trocas de ideias, a equipe elaborou um pré-projeto para a realização de um simpósio nacional sobre o tema. Após a aprovação dos provinciais, foi definido que, em 2014, seria realizado o evento que traria historiadores e especialistas sobre a supressão e a restauração da Companhia de Jesus. Entre os dias 8 e 10 de maio deste ano, o Simpósio Nacional Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus foi realizado as comemorações continuam Em maio, o Simpósio Nacional de Restauração da Companhia de Jesus promoveu um próspero diálogo sobre a supressão e a restauração da Ordem. Mais de 20 especialistas brasileiros e estrangeiros participaram do evento como palestrantes. Nos próximos meses, os temas apresentados pelos historiadores e especialistas durante o encontro serão publicados em um livro. Para dar continuidade ao diálogo, representantes das províncias da Companhia de Jesus na América Latina reúnem-se entre os dias 21 e 25 de julho, em São Paulo, no Centro Pastoral Santa Fé. O encontro visa partilhar experiências, construir um trabalho comum na linha da pesquisa histórica sobre a Companhia de Jesus e viabilizar um ou mais centros com sucesso e reuniu mais de 350 pessoas em São Paulo (SP). No início do ano, o padre Adolfo Nicolás enviou uma nova carta aos jesuítas de todo o mundo. Na mensagem, agradecia a Deus por esse momento e falava sobre a importância de relembrar esse período da história. “Peço a Deus que a comemoração agradecida deste 200º aniversário da restauração da Companhia seja abençoada por uma assimilação mais profunda de nosso modo de vida e pelo compromisso cada vez mais criativo, generoso e alegre de entregar nossas vidas ao serviço da maior glória de Deus”, o padre geral escreve em sua carta. Para cada jesuíta, para cada inaciano, esse é um momento de alegria. Após tantos desafios e adversidades, a Ordem comemora seu 200º aniversário de restauração. A esperança, a fé e o serviço para a maior glória de Deus foram os guias daqueles que sempre acreditaram na missão da Companhia de Jesus, que nunca desistiram e que estavam reunidos num mesmo espírito, no dia 7 de agosto de 1814. de memória da Ordem na região. Segundo o padre Carlos Alberto Contieri, na primeira parte do encontro, haverá uma troca de experiências sobre as celebrações do bicentenário nas diversas províncias. Entre 10 e 13 de novembro deste ano, a Unisinos, por meio do IHU (Instituto Humanitas Unisinos), promoverá o XVI Simpósio Internacional IHU, com o tema Companhia de Jesus: Da Supressão à Restauração. A proposta do evento é discutir as questões que levaram à supressão da Ordem e as condições e consequências de sua restauração, assim como a inserção da Companhia de Jesus na sociedade contemporânea e seus desafios. As inscrições para o XVI Simpósio Internacional IHU podem ser realizada no site www. unisinos.br, através do link http:// bit.ly/1yoqmvV. 17 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus no MUNDO CÚRIA GERAL Heythrop celebra 400 anos O segundo dia das celebrações do 400º aniversário de Heythrop começou com uma missa na Farm Street Church (igreja jesuíta no bairro de Mayfair, em Londres, Inglaterra), presidida pelo superior geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicolás, que veio de Roma para a ocasião. Em uma igreja lotada, ele pregou uma homilia impactante sobre Mt 6,21, “porque onde está o teu tesouro, aí está teu coração”, observando que a chave da espiritualidade inaciana é aprender continuamente da experiência escutando o coração. O padre geral abriu a conferência, no Senate House, fazendo memória da significativa contribuição feita por Heythrop College nos últimos séculos, atribuindo sua longevidade à sua capacidade como instituição de se adaptar às circunstâncias e mudanças radicais com Vozes das margens Hashiye Ki Awaz (Vozes das margens) é uma revista mensal do Social Action Trust (Instituto Social da Índia, Delhi), sendo dirigida à população de língua Hindi, especialmente do norte da Índia. A publicação surgiu de Hum Dalit, fundada pelo padre José Kananaikil, e que, desde 1990, era publicada como parte de um programa de atenção às castas mais pobres e que falava de tudo o que tem a ver com as comunidades excluídas. O nome atual foi adotado em 2006. A revista traz artigos muito diversos, alguns sobre temáticas específicas, mas também pequenas histórias e obras de teatro, poesias, entrevistas, resenhas, notícias de programas a favor de comunidades margi- Padre Adolfo Nicolás celebrou missa na Farm Street Church a única finalidade de servir a maior glória de Deus e a seu povo. Ele elogiou duas características particulares da educação jesuíta: o espírito de colaboração e a ên- nais e consultas sobre problemas legais ou educativos. Em 12 edições, entre 2013 e 2014, foram publicados 158 artigos que abordaram uma variedade de assunto sobre os dalits, os chamados “tribais”, as minorias étnicas, a mulher e outros grupos marginais da sociedade. Como indica seu próprio nome, a revista tornou-se uma plataforma aberta aos autores provenientes dos grupos mais pobres do país, que nela podem expressar suas ideias e partilhar suas experiências com a sociedade. Trata-se de uma tentativa de promover a leitura nas comunidades marginalizadas e de animar escritores em potencial dos estratos mais frágeis a se converterem em voz dos que não têm voz. Para mais informação, consultar o site Indian Social Institute (www. isidelhi.org.in) e clicar em “journals”. fase na “cura personalis” – atenção integral à pessoa, que permite aos estudantes desenvolverem-se plenamente como membros ativos da sociedade. 18 A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CÚRIA GERAL Visita à Argélia De 26 a 29 de junho, o superior geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicolás, visitou os jesuítas da Argélia, acompanhado do padre Antoine Kerhuel, assistente Regional. Durante a visita, o padre geral permaneceu na casa de Ben Smen, em Argel, e encontrou-se com os jesuítas da capital argelina e de Constantina. O padre Esteban Velázquez, que trabalha em Nador (Marrocos), não pôde participar do encontro. O padre Nicolás também visitou o arcebispo de Argel e o Núncio Apostólico. Reuniu-se, ainda, com colaboradores leigos, cristãos e muçulmanos. No dia 27, presidiu a celebração eucarística aberta a todas as comunidades cristãs na residência da Diocese de Argel. O padre geral participou também da consulta dos jesuítas no Magreb, região no Norte do Continente Africano, e visitou as principais obras da Companhia de Jesus em Argel: a CCI (Centro Cultural Universitário), o centro de formação profissional do CIARA, e a casa de Exercícios Espirituais de Ben Smen. A viagem foi uma oportunidade para o padre Nicolás inteirar-se de vários temas, como: a participação dos jesuítas na formação do país, o diálogo inter-religioso, o surgimento de uma igreja autóctone na Argélia, a presença entre os estudantes subsaarianos e imigrantes, e os jesuítas no Marrocos e a necessidade de pessoal para o Magreb. Conferência de Espiritualidade Inaciana nos Estados Unidos Os jesuítas e a Saint Louis University estão organizando a 6ª Conferência de Espiritualidade Inaciana, intitulada O silêncio inaciano, o coração da missão, que acontecerá de 16 a 19 de julho de 2015. O evento destina-se a executivos e líderes emergentes das obras da Companhia de Jesus e a todos aqueles que promovem a espiritualidade inaciana. O tema da conferência tem sua origem nas recentes chamadas do padre geral, Adolfo Nicolás, à Companhia para recuperar o espírito do silêncio. Ao final dos anos 90, a oficina da Missão e Ministério da Saint Louis University e os jesuítas da Província de Missouri organizaram uma conferência sobre a espiritualidade inaciana, que dedicou especial atenção ao significado dos Exercícios Espirituais. A conferência teve grande êxito e a partir daí tem-se repetido a cada três anos, transformando-se em uma das poucas reuniões em grande escala dos profissionais da espiritualidade inaciana em todas as áreas das faculdades universitárias. O programa inclui Compensação do carbono no Camboja Os jesuítas do Camboja iniciaram um programa de compensação do carbono, para neutralizar a emissão de dióxido de carbono (CO2), um dos causadores do efeito estufa. A iniciativa está ligada ao viveiro plantado em Banteay Prieb, escola profissional para alunos com deficiência dirigida pelos jesuítas. O programa destinado, em primeiro lugar aos jesuítas, voluntários e hóspedes amigos, oferece aos que viajam de avião do ou até Camboja a possibilidade de compensar as emissões de carbono que tais deslocamentos causam. Aquele que aceita colaborar com o projeto tem que preencher um formulário no qual indica a rota aérea realizada, incluindo os aeroportos de trânsito em viagem de ou até Camboja. A emissão aproximada de car- conferências, oficinas, liturgias e serviços de oração que enriquecerão o conhecimento e a prática da espiritualidade inaciana. Também servirão para outros temas, como a formação de líderes nas obras inacianas e o estabelecimento de relações entre os diferentes setores apostólicos para o bem da missão partilhada. Para mais informação, acesse o site www.slu. edu/ignatian-spirituality-conference-vi bono, portanto, é calculada segundo os critérios adotados pela International Civil Aviation Organization (ICAO), que leva em conta diversos fatores – como tipo da aeronave, número de passageiros e consumo de combustível. Com a quantidade de carbono emitida, calcula-se o número de árvores que seria necessário plantar e o tempo necessário até que cresçam e possam devolver à atmosfera a quantidade de carbono consumido na viagem. O custo para plantar as árvores é calculado, os viajantes indicam a sua aceitação e recebem um código que indica a árvore ou árvores plantadas no Camboja. Para mais informações, acesse o site Jesuit Asia Pacific Conference: www.sjapc.net 19 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus na AMÉRICA LATINA CPAL Para além das fronteiras Jorge Cela, SJ Presidente da CPAL Lima, Peru. Estamos todos vivendo, com intensidade, a experiência do Campeonato Mundial de Futebol. E, quando dizemos todos, fica aqui incluída, também, DonaTrina, cuja ideia do mundial foi mudando com os anos. Lembro-me bem da história contada por um companheiro. Muito cedo saiu para comprar leite para o café da manhã. Pelo caminho, encontrou-se com DonaTrina, que lhe perguntou: – Padre, se vai comprar leite, esqueça. Eu já tentei a loja do Pedro, e na outra esquina, e até na da avenida. Não tem em nenhuma. Isto é o mundial! Nestes anos, as dimensões do mundial foram se ampliando para Dona Trina, dos confins de seu bairro até incluir a coleção de países de todos os continentes participantes na Copa do Mundo no Brasil. O mundial inclui, agora, o arco-íris de etnias, idiomas e culturas que ela viu desfilar estes dias pela tela de seu televisor. A expansão das distâncias é um dos sintomas da modernidade. Está relacionada com o desenvolvimento da tecnologia que permitiu atravessá-las em maior velocidade, facilitando a comunicação entre as culturas, e que desenvolveu a capacidade de produção, tornando necessária a expansão das fronteiras comerciais. As culturas entraram, assim, em diálogo. Os centros urbanos destacaram-se pela pluralidade de estilos de vida e a imaginação criativa transbordou frente ao estímulo da diversidade. A Companhia de Jesus, nascida no início da modernidade, não esteve alheia a essas mudanças. Inácio de Loyola autodenominou-se ‘o peregrino’ e a ordem que fundou logo se expandiu aos últimos confins da Terra. Em seu encontro com as outras culturas, os jesuítas levaram o princípio de sempre tentar salvar a proposição do próximo. Hoje as distâncias têm ousado romper novas barreiras. Enquanto se expandem pelo universo nas navegações espaciais, encolhem-se, fazendo do mundo um lenço, graças à tecnologia. O espaço virtual transforma nossa maneira de pensar as distâncias. Conhecemos melhor o ator de novelas estrangeiras, que diariamente nos visita em nosso lar, do que o nosso vizinho do andar de baixo, cuja porta está permanentemente fechada! De repente, nosso ambiente tem se tornado mundial com a carga da interculturalidade que isso nos impõem. Não somente pela telefonia, pela televisão ou pela internet. Também pela crescente frequência de viagens, de turistas ou de migrantes, e pela expansão da economia transnacional e do comércio internacional. A interculturalidade deixou de ser privilégio de classes ilustradas e das metrópoles elegantes. Inácio deu grande importância aos espaços em seu caminho espiritual. Ele convida-nos a contemplar os espaços como se nos encontrássemos presentes nele. A encarnação começa com Deus olhando o mundo, como uma câmera, por satélite, que pudesse fazer um zoom até as pessoas concretas do céu, as três divinas pessoas, ou a terra, Maria e o anjo. Na meditação das duas bandeiras, nos faz cair na conta da importância do campo no qual me situo para ver o mundo e tomar partido. Esse olhar capaz de aproximar o horizonte, de integrar distâncias, deu o ímpeto missionário à Companhia, aberto a entender as culturas desde seu contexto e fazer propostas de incorporação dos ritos chineses e malabares, ou de vestir o barroco com os aspectos das culturas indígenas da América. Um mundo cada vez mais globalizado exige-nos um olhar mais universal. Que não perca a proximidade com o pobre, para o qual ainda as distâncias se percorrem a pé, mas que alcance a transpassar fronteiras geográficas e culturais e situar-se nos pontos de encontro das novas culturas com as culturas ancestrais. Um olhar que nos permita ver o mundo para além dos muros que a intolerância e o preconceito levantam nas fronteiras geográ- ficas ou culturais, abrindo-nos à acolhida e à hospitalidade ao outro. Um olhar que nos permita construir respostas que superem fronteiras desde o diálogo intercultural; que nos permita construir redes para conhecer e agir com perspectiva de integração. Por isso, outro aspecto da metodologia do Projeto Apostólico Comum da CPAL (PAC) é sua internacionalidade. Cada vez mais nossa ação apostólica se tece entre essas redes que ultrapassam as fronteiras provinciais e nacionais e vão armando a fraternidade universal em novas formas de colaboração e diálogo. Não se incorporar nessas redes é ficar fora da dinâmica do mundo contemporâneo, condenar-se à exclusão, não entrar no agora em que se forja o futuro. Assim, nossa própria estrutura tem de romper os moldes estreitos das províncias e das nações. As redes internacionais oferecem-nos estruturas inovadoras, flexíveis, que nos permitem ver a realidade desde um olhar global, para agir localmente com a força de uma rede internacional. Por isso, o PAC está convidando-nos ao fortalecimento das redes internacionais de colaboração, solidariedade e incidência. Como parte de nossa responsabilidade apostólica e missionária, toca-nos avaliar quanto minha província, minha obra, minha ação situam-se nesse tecido de redes que nos convida a globalizar o serviço da fé e a promoção da justiça em diálogo, cada vez mais profundo, com as culturas e religiões de nosso mundo. 20 A COMPANHIA DE JESUS Na américa latina CPAL Fórum Social Pan-Amazônico Entre os dias 28 e 31 de maio, foi realizado o Fórum Social Pan-Amazônico, em Macapá (AP), com a participação do Pe. Alfredo Ferro, coordenador do projeto Pan-Amazônico da CPAL (Conferência dos Provinciais da América Latina). Durante o encontro, foram tratados os seguintes eixos temáticos: • As múltiplas identidades pan-amazônicas. • Terra, águas, cuidado e desenvolvimento. • Colonialismo, libertação e paz. • Educação popular e movimentos sociais na Pan-Amazônia. • As lutas das mulheres na Pan-Amazônia. • Juventude pan-amazônica. A abordagem dos temas foi realizada por meio de diálogos autogestionados e mesas temáticas em cada um dos eixos. Os assuntos, realidades ou temas que se destacaram e que foram tratados no Fórum, nos dão ideia de quais são as grandes problemáticas da Amazônia e quais são seus desafios. Entre os quais, estão: a integração latino-americana na perspectiva pan-amazônica; as reivindicações dos povos indígenas e suas culturas – em especial, a luta pela autonomia e a defesa de seus direitos e de seu território, incluindo seu planejamento; a perpetuação do modelo colonialista e imperialista; as características do modelo civilizatório dominante na proposta extrativista; a proposta alternativa ao desenvolvimento que se expressa em “bem viver”; a consulta prévia e seu desenvolvimento nos países amazônicos, analisando o que ela implica e como será Acompanhamento à Fundação Fé e Alegria Como parte das atividades do Projeto Pan-Amazônico, o Pe. Valério Sartor está acompanhando a Fundação Fé e Alegria de Manaus (AM) e auxiliando no processo de renovação da Coordenação Geral, conforme pedido do Pe. Adelson Araújo dos Santos, superior da Região Brasil Amazônia (BAM). Atualmente, a FyA AM vem trabalhando com Educação aplicada nos diversos contextos e realidades locais e nacionais; a emissão de carbono, acompanhada do incentivo aos serviços ambientais por parte das comunidades, um assunto em disputa; as lutas e resistências das mulheres, dos negros e dos jovens, desde suas identidades, no contexto pan-amazônico; a comunicação como direito humano; a criminalização dos movimentos sociais; e o papel da academia, nesses processos, que vem sendo muito questionado e que é problemático, já que as Ciências Sociais estão relegadas e a investigação é cooptada por grandes empresas e consórcios. não formal, atendendo 120 jovens e 150 crianças no contra turno escolar. A Instituição tem atuado ainda com o projeto Geração de Renda, beneficiando 40 adultos. Em 7 de junho passado, os jesuítas Pe. Valério, Esc. Mario Cabal e o Ir. Arquelino dos Santos colaboraram com a equipe pedagógica no Retiro da FyA AM, realizado na Chácara dos Jesuítas D. Luciano Mendes. Foi um momento proveitoso de reflexão, de oração, de partilha e de retomada da trajetória da Instituição. Na parte da tarde, também houve espaço para convivência e lazer, desfrutando da natureza do lugar. Participaram cerca de 90 jovens, alguns pais e a equipe de educadores e colaboradores da FyA AM. Fonte: PAN-AMAZÔNIA SJ CARTA MENSAL Nº. 4 - Julho 2014 21 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus no BRASIL AMAZÔNIA Jesuítas ampliam trabalhos de educação popular na Amazônia O CAC (Centro Alternativo de Cultura) promove diversas ações em comunidades de Belém, no Pará, atendendo a mais de 500 crianças da periferia da região metropolitana. Atualmente, o CAC atua em 14 comunidades locais. Em maio, uma romaria fluvial, de Belém até a comunidade Cafezal, no município de Barcarena (PA), foi promovida pelo CAC. O objetivo foi inaugurar a cobertura do galpão onde cerca de 80 crianças participam do projeto PEC (Projeto Educação e Cidadania). Este ano, o CAC também foi implantado na comunidade Bahia do Sol, na Ilha do Mosqueiro (PA), onde tem atendido mais de 70 crianças. O PEC atua em parceria com as comunidades e oferece reforço escolar, acompanhamento pedagógico e psicológico, merenda de qualidade e atividades recreativas e culturais. São oferecidos também: acompanhamento às escolas e atendimento psicossocial às famílias das crianças. Atividades do CAC: Feira do Livro e Ação Saúde No dia 4 de junho, o CAC realizou o seminário Círculos de cultura em processos inclusivos na metrópole, durante a XXVIII Feira Pan Amazônica do Livro, em Belém, maior evento cultural da Região Amazônica. O seminário teve como objetivo discutir a educação popular nos dias de hoje a partir da realidade dos povos da Amazônia e tendo como referência a pedagogia de Paulo Freire. Estudantes e professores da área de Educação, além de lideranças comunitárias, participaram do evento, coordenado pela Prof.ª Dra. Maria Olinda Pimentel, responsável pela equipe pedagógica do CAC. Ainda no mês de junho, o CAC lançou sua nova linha de atuação, o CAC Ação Saúde, cujo objetivo é trabalhar a questão da saúde preventiva e sua interação com a educação popular. No dia 7, a primeira ação da iniciativa aconteceu em Belém. Um grupo de 30 profissionais e acadêmicos das áreas de Medicina, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Enfermagem proporcionou atendimento multidisciplinar a cerca de 80 crianças. Para o segundo semestre, estão programadas mais ações do CAC Ação Saúde. 22 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA Padre Guillermo Cardona se despede de Manaus O Pe. Guillermo Antônio Cardona Grisales, que durante 18 anos desenvolveu trabalhos em Manaus (AM), despediu-se da região no dia 23 de junho, durante uma celebração eucarística realizada no Centro Pastoral Loyola. A missa foi presidida pelo Pe. Guillermo, na qual se fizeram presentes os jesuítas de Manaus, colaboradores do CDH e SARES (Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social), além de representantes da comunidade de São Pedro do Tarumã Açú. Pe. Guillermo, em sua homilia, relembrou a luta pelos direitos socioambientais e do trabalho de formação em ética e política empreendida no SARES, nos últimos tempos. Segundo o jesuíta, é um desafio muito grande lutar contra os interesses corporativos e governamentais, mas já aparecem sinais do Reino na organização comunitária, como, por exemplo, na comunidade de São Pedro do Tarumã Açú, que impediu a invasão e ocupação dos madeireiros e dos exploradores dos recursos minerais. Ao final, Pe. Guillermo agradeceu a todos que, de alguma forma, contribuíram para que ele pudesse realizar a sua missão. O superior da BAM, Pe. Adelson Araújo dos Santos, agradeceu ao jesuíta por sua postura, pois, mesmo não tendo pedido, veio trabalhar em Manaus. Segundo Pe. Adelson, padre Guillermo “desenvolveu várias atividades na região, desde a defesa dos direitos humanos à for- mação de lideranças, além de colaborar com a formação dos estudantes jesuítas”. No dia 30 de junho, Pe. Guillermo viajou para Santarém (PA), sua nova missão, onde será o superior da comunidade jesuíta e colaborará na diocese na Pastoral Social. Casa Anchieta é inaugurada em Manaus do a mais antiga tradição de cantoria popular da cidade. Atualmente, cincos leigos voluntários estão na Casa: a chilena Mila Zuñiga Acevedo; Casa Anchieta: um lugar de acolhida dos voluntários A Casa Anchieta, que acolherá voluntários da BAM, foi inaugurada no dia 28 de junho, em Manaus (AM). O objetivo da Casa é acolher pessoas que farão uma experiência de convivência fraterna e que trabalharão na animação missionária com os Jesuítas, de acordo com o seu carisma. Na inauguração, o padre Anselmo Dias fez uma reflexão sobre o evangelho de São João 1 (35-39)., lembrando que a casa de acolhida dos voluntários é casa de acolhida da partilha, da alegria e da missão. Após esse momento, houve uma partilha em que todos colocaram suas preces e, no final, a Casa foi abençoada com água benta. Segundo Francilma Grana, a inauguração foi marcada por muita animação, alegria, músicas, sorrisos e aplausos. Com direito à serenata, rebatizan- Missão em Marabá No dia 1º de julho, os colombianos Jairo Alberto Forero Ardila e Carmen Alicia Amaya Rodríguez viajaram para Marabá (PA), onde irão contribuir, como voluntários, na comunidade Nossa Senhora da Paz. Além do voluntariado, o casal conhecerá também as iniciativas sociais realizadas na paróquia Sagrada Família. O padre Anselmo Dias, diretor do ECOAR (Escritório um casal da Espanha, Isabella Alfonso e Fede Gerona Plá;e um casal da Colômbia, Jairo Alberto Forero Ardila e Carmem Alice Amaya Rodriguez. de Comunicação e Arrecadação de Recursos) e coordenador do programa VOJAM (Voluntariado Jesuíta na Amazônia) acompanhou o casal na viagem. O jesuíta apresentou Jairo e Carmen aos coordenadores da comunidade Nossa Senhora da Paz. Os voluntários também participaram de visitas às dependências do Centro Cultural e Biblioteca Padre Gabriel Malagrida, na comunidade de Aparecida. 23 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA Padre Ronaldo Colavecchio e sua atuação na Amazônia O padre Ronaldo Colavecchio, que completou 80 anos no dia 31 de maio, conta-nos sobre a alegria de fazer o que mais gosta: lecionar. Após mais um curso sobre o Evangelho de Mateus, oferecido pelo SIES (Serviço Inaciano de Espiritualidade), ele concedeu uma entrevista, na qual falou sobre sua vida de jesuíta missionário na Amazônia. O jesuíta nasceu em 1934, na cidade de Providence, no estado Rhode Island, nos Estados Unidos. Entre os anos de 1969 a 1981, esteve envolvido com o trabalho de evangelização nos colégios da rede pública da cidade de Salvador (BA). Depois, atuou em Marabá (PA), realizando trabalhos pastorais. Atualmente, é diretor espiritual do Seminário Arquidiocesano São José, em Manaus (AM). Além disso, ensina o Novo Testamento no ITEPES (Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia Como nasceu sua vocação para o sacerdócio? Por que o senhor escolheu a Companhia de Jesus? Como foi o início de seus estudos? Eu sentia certa atração pelo sacerdócio ainda bem jovem, mas não sabia o que era isso. Tinha um intuito de que era uma vocação, mas não falei nada durante anos. Finalmente, conheci um grupo na universidade onde estudava. Mas a questão dos jesuítas e dominicanos ficava para ser resolvida. Certo dia, um dos dominicanos me deu um livro de Santo Inácio sobre os Exercícios Espirituais. Ele sabia que eu estava pensando nos jesuítas. Li o livro e disse para mim mesmo: “é isso que eu quero”. Então, decidi entrar no noviciado dos jesuítas em 1956. Naquele ano, houve um incêndio e nosso noviciado foi totalmente destruído. Nos enviaram para outros noviciados e foi lá que conheci o padre jesuíta Braid, mestre dos noviços. Ele era um homem muito sábio e, assim, eu realmente senti que estava no lugar certo. Depois de ordenado padre, o senhor veio para o Brasil. Como foi sua chegada à Bahia? Cheguei a Salvador, 15 dias depois da minha ordenação para trabalhar na pastoral. Em 1967, voltei para os EUA para cursar a especialização em Teologia. Fiquei em Salvador durante 12 anos: de 1969 a 1981. O senhor trabalhou em muitos lugares em Manaus (paróquias, comunidades, área missionária) e num tempo em que não havia muitas condições materiais. A Igreja era jovem, com muitos missionários estrangeiros, como foi esse trabalho? Eu morava no bairro da Compensa com os padres Albano Ternus e Luciano Fozzer. O trabalho era muito difícil. O padre Albano era o pároco e fundou 13 comunidades. Então, a gente prestava muita atenção. Além disso, desde que cheguei, comecei a ensinar. Em 1986, comecei a ensinar o Novo Testamento no CENESCH (Centro de Estudos do Comportamento Humano), atual ITEPES. Na época, era um tipo de evangelização popular, do nível das comunidades, onde aprendi, especialmente, observando outros padres a estudar, a fazer parte da vida da comunidade. Aos poucos, você vai conhecendo e evangelizando daquela maneira mais ligada na liturgia. Depois, na parte do estudo, você vai aprofundando os temas. Comecei com os Atos dos Apóstolos e, depois, com os Evangelhos. Foi muito proveitoso aquele período da minha vida. De fato, durou até hoje, porque ainda estou dando aulas do Novo Testamento, no contexto acadêmico. 24 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA O que é ser missionário hoje? Como nasceu o desejo e a dedicação para escrever livros que ajudam na compreensão dos Evangelhos? Quando entrei na Companhia de Jesus, não tinha muito conhecimento de Cristo, eu queria conhecê-lo mais. Mas acho que a experiência dos retiros, especialmente da segunda semana, me colocou no caminho, que nunca terminou, de maior conhecimento de Jesus. Então, sim, vi que, na explicação, eu tinha que ser sequencial, isto é, seguindo o Evangelho passo a passo. E fiz isso muitas vezes. Eu tinha na minha frente tan- tas anotações: ninguém podia ler, somente eu, pois eram rabiscos terríveis, mas eu estava ensinando no CENESCH, atual ITEPES, nos anos 1980. Eventualmente, quando vi, tinha uma pilha de papel. Eu lembro que comecei a tentar colocar isso tudo no computador no início de 1991. Aí, surgiu o primeiro Livro: O Caminho do filho de Deus. E, depois, mais três Evangelhos. Cada vez mais eu me envolvia e ensinava. Eu considerava o curso um êxito, quando terminava, a turma tinha uma experiência muito viva de testemunhar a misericórdia de Deus. Para ser missionário, é preciso ter muita fé. Tem que ter uma fé que apresenta a pessoa de Jesus Cristo a você, mas que você nunca vai conhecer exaustivamente. Você vai conhecendo-o sempre mais. E, nesse conhecimento, vai descobrindo essa amizade. Voltando para nós, essa oferta da amizade é realizar a vocação de cristão primordial. Essa vocação consiste em entrar na comunhão de Jesus com o Pai. É exatamente isso que o Senhor possibilita para nós, e então, nesse sentido, o missionário evangelizador tem que experimentar o que ele está falando. A melhor maneira de experimentar o que eu tento passar para os alunos é ver a pessoa de Jesus do início até o fim de um evangelho. Segue todo o desenvolvimento, toda a revelação da pessoa de Jesus para o Pai, toda dinâmica do ciclo fechado ao redor de Jesus, porque nem o povo, nem os discípulos, e muito menos os líderes, o entendem e o aceitam. Jesus vai até a prioridade da pessoa, que o mundo não entende, e o desfecho é o mistério pascal, mas sempre é Jesus, é a presença imediata a nós do reino de Deus, na sua misericórdia e na oferta da participação também para nós. Como o senhor se sente ao completar 80 anos de vida? Eu me sinto agradecido a Deus. Eu vivi, em Manaus, a maior parte da minha vida, inclusive mais que em minha cidade natal. Vivi aqui porque o trabalho estava aqui, com estes grupos de jovens de que gosto muito, dos futuros padres e religiosos, e de alguns leigos e grupos que são muito bonitos e que procuram também conhecer mais profundamente a Deus e aos Evangelhos. Calendário BAM Agenda do Superior Regional 8 a 28 de julho Trabalho na cúria regional Manaus (AM) 28 a 30 de julho Viagem a Santarém (PA) 30 de julho a 09 de agosto Posse do Pe. João Pedro Cornado como novo pároco em Marabá – Marabá (PA) 10 a 16 de agosto Vários eventos da BRA, em Indaiatuba (SP) 25 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus no BRASIL CENTRO-LESTE Projetos de alunos da ETE participam de mostra Três projetos de alunos da ETE FMC marcaram presença na 13ª edição da Mostra Algar Inovação, em Uberlândia (MG), nos dias 10 e 11 de junho. Aberto ao público e com entrada franca, o evento expôs, aproximadamente, 50 projetos das empresas do Grupo Algar, além de palestras e oficinas, para incentivar investimentos em inovação. Este foi o primeiro ano em que a instituição jesuíta participou da mostra. “Profissionais do Grupo Algar, em visita a ProJETE (Feira de Projetos Futuristas da ETE FMC), no ano passado, ficaram empolgados com as soluções desenvolvidas pelos alunos e com todo o trabalho que a instituição faz para estimular a inovação e o empreendedorismo. Os objetivos da visita foram apresentar nossos talentos e estreitar relações entre as instituições”, explica o professor Fábio Teixeira, coordenador da ProjETE. A ETE teve um espaço dedicado para apresentação de seus projetos e de sua história. Para a instituição e seus alunos, a importância dessa participação foi a integração empresa-escola. “Os alunos tiveram a oportunidade de conversar e ex- 13ª edição da Mostra Algar Inovação reuniu cerca de 50 projetos em Uberlândia (MG) Projetos da ETE FMC na 13ª Mostra Algar Inovação Druggist Dispenser Avaliador Postural Aplicativo que controla a liberação de medicamentos em hospitais, para tablet (por meio de touch-screen) com sistema operacional Android. Equipamento que monitora a postura do paciente durante sessões de fisioterapia. Robô que interage com crianças hospitalizadas, por meio de jogos educativos. Alunos: Adriene Zilda Corrêa Magalhães, Ana Beatriz Simoes Fontana, Luís Guilherme de Freitas Sousa e Pedro Paulo de Sousa Lima Alunos: Alessandra Carolina Domiciano, Ingrid Alves de Paiva Barbosa, Jaíne Cássia Fonseca Amaral e Pedro Manoel César Moreira. Alunos: Elen Cristina de Oliveira Salustiano, Francine Cássia Machado Fonseca, Giovana Floriano da Costa, Guilherme da Silva Vilela de Almeida. plicar seus projetos para profissionais e executivos de diversos setores, além disso, trouxeram novos conhecimentos e ideias para si e para a escola”, finaliza Teixeira. A escola também esteve representada institucionalmente. “A ETE mostrou o pioneirismo e a inovação que marcam sua história, bem como toda a inovação desenvolvida no Vale da Robô de Educação Hospitalar Eletrônica”, complementa Wanderson Saldanha, coordenador do Centro de Desenvolvimento e Negócios da ETE (CEDEN), que acompanhou os alunos na mostra. 26 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL CENTRO-LESTE Giovane participa de encontro no Colégio dos Jesuítas Ex-jogador de vôlei e ex-aluno da instituição em palestra no Colégio dos Jesuítas O ex-jogador de vôlei e ex-aluno do Colégio dos Jesuítas (MG), Giovane Farinazzo Gávio, proferiu uma palestra motivacional para os alunos da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, em 18 de junho, com o título A Glória é Fruto do Trabalho. No encontro, o atleta relembrou diversos momentos de sua trajetória pessoal e profissional, entre eles, os primeiros contatos com o esporte. No Colégio, ele praticou judô, atletismo e vôlei, esporte no qual ganhou destaque. O ex-aluno ressaltou a importância dos professores de Educação Física e de treinadores com quem trabalhou ao longo de sua carreira. Giovane partilhou com os estudantes alguns acontecimentos de sua vida, mar- cada por grande esforço, trabalho intenso e superação. “As dificuldades serviram para eu crescer e reconhecer que muitas das coisas de que precisamos estão dentro de nós!”, comentou o atleta, que venceu muitos desafios antes de se tornar bicampeão olímpico, campeão mundial e tricampeão da Liga Mundial, entre outros títulos e prêmios conquistados nas mais de 400 partidas oficiais disputadas pela Seleção Brasileira de Vôlei. Diante de uma plateia atenta a suas histórias, o ex-jogador reforçou a ideia de que “o importante não é o que temos, mas o que fazemos com o que temos” e, assim, cada um deve tentar alcançar o seu máximo sempre, não deixando espaço para acomodação. Desse modo, com suas palavras, o ex-aluno do Colégio dos Jesuítas evidenciou o magis inaciano. No final do encontro, Giovane surpreendeu todos ao anunciar a doação ao Colégio dos Jesuítas de sua primeira medalha olímpica, conquistada em 1992, na cidade de Barcelona, Espanha. Ex-alunos do Santo Inácio são selecionados por instituições dos EUA Os ex-alunos do Colégio Santo Inácio (RJ), Arthur Melo Cruz e Ingrid Glitz, foram aprovados por duas das mais reconhecidas instituições americanas. A Penn State, Universidade Estadual da Pensilvânia, e a Universidade de Georgetown, em Washington. Os jovens já começaram a providenciar a mudança para os Estados Unidos. Arthur cursará Engenharia Aeroespacial e Ingrid pretende estudar Relações Internacionais. Aluno ‘nota dez’ durante toda a trajetória escolar, Arthur conta que 1 em cada 50 engenheiros nos Estados Unidos fez graduação na Penn State. Embora tenha passado em 1º lugar em Engenharia para a PUC-Rio e esteja, no momento, acompanhando as aulas do primeiro período de Engenharia Mecânica na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o estudante optou pela instituição norte- -americana. “É muito difícil conseguir uma vaga na Penn, que só destina 15% de suas vagas aos alunos estrangeiros. Quero ir para lá por uma questão de mercado. Aqui, só temos a Embraer”, conta o jovem. Ao Colégio Santo Inácio, Arthur credita a solidez na formação pessoal e na bagagem de conhecimentos adquiridos: “O que mais me marcou, ao longo desses anos, foi a ênfase dada igualmente a todas as matérias. Além da excelência dos professores, existe uma comunicação interdisciplinar que dá ao aluno uma visão global do conhecimento, o que é muito diferente dos cursos pré-vestibulares que só preparam para determinadas áreas”. Ingrid Glitz, que esteve envolvida em diferentes projetos no Colégio, tendo sido secretária-geral da ONU Colegial e presidente do Grêmio, viveu a experiência de estudar, por breves períodos, no exterior, quando ganhou bolsas do Instituto Goethe para a Alemanha, e do jornal O Globo para uma semana de inglês intensivo em Nova Iorque. Em 2013, ela ainda participou da Semana de Estudos da ONU em Genebra, na Suíça. Este ano, teve a notícia de que fora selecionada para a Universidade de Georgetown, em Washington, mas ainda não sabe se poderá fazer o curso, já que não conseguiu bolsa de estudos. “Os custos de uma universidade no exterior são muito altos. Para completar o que necessito, estou recebendo contribuições de amigos até por depósito em site da internet. Meu desejo é trabalhar para organizações internacionais e sei que em Georgetown está o melhor dos cursos”, diz Ingrid, também aprovada para Direito na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e na PUC-Rio. 27 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL CENTRO-LESTE FEI organiza Copa do Mundo de Futebol de Robôs no Brasil A Copa do Mundo de Futebol terminou. Então, saem os jogadores e entram em campo os robôs: a RoboCup, maior evento internacional de robótica, será realizada pela primeira vez no Brasil. Organizada pela FEI (SP), em parceria com a Sociedade Brasileira de Computação, a UNESP (Universidade Estadual Paulista) e o Governo do Estado da Paraíba, a competição reunirá 400 equipes de 45 países, de 19 a 25 de julho, em João Pessoa (PB). A expectativa é que o evento receba mais de 3 mil participantes e, aproximadamente, 60 mil visitantes. A competição divide-se em quatro áreas: RoboCup Soccer, RoboCup Rescue, RoboCup Home e RoboCup Junior. Entre as equipes brasileiras, a FEI se destaca Pela primeira vez, Brasil sediará a RoboCup, maior evento internacional de robótica pela participação na RoboCup Soccer com dois times, nas categorias Small Size e Humanoide. A equipe Small Size é tetracampeã nacional e bicampeã latino-americana. Na categoria Humanoide, o Brasil será representado pela primeira vez pela equipe da instituição. Fomento à robótica O Centro Universitário da FEI é referência nacional na área de robótica. Além de desenvolver pesquisas e projetos importantes na área, organiza e sedia competições estudantis, como a Olimpíada de Robótica – OBR. Voltada a estudantes de Ensino Médio e Fundamental, a edição de 2014 bateu recorde de inscrições para as etapas Regionais. Conheça mais sobre a competição em www.robocup2014.org 5ª edição do Fórum Inaciano de Jovens em Belo horizonte Entre os dias 15 e 17 de agosto de 2014, jovens inacianos estarão reunidos no 5º Fórum Inaciano de Jovens, no Colégio Loyola, em Belo Horizonte (MG). Com o objetivo de reunir a juventude que vive a espiritualidade inaciana e debater sobre a cultura juvenil nas redes sociais, o tema do evento é Ver, Curtir e Compartilhar nas Redes Sociais Reais – Por uma mística de olhos abertos. Realizado a cada dois anos e de forma itinerante, o Fórum Inaciano de Jovens é promovido pela Rede Inaciana da regional Belo Horizonte, Montes Claros e Santa Luzia. O encontro tem como intuito reunir a juventude que vive a espiritualidade inaciana. Para participar, é preciso ter entre 15 e 29 anos. Os interessados podem entrar em contato com a Rede Inaciana pelo e-mail: [email protected] 28 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL CENTRO-LESTE Caju promove Caminhada Inaciana A peregrinação celebrou o Dia de São José de Anchieta A Casa da Juventude Padre Burnier, em parceria com o Centro Loyola de Goiânia, promoveu a Caminhada Inaciana – Caminhando com Anchieta, em 8 de junho. O grupo saiu da Paróquia Santa Genoveva e caminhou 15 quilômetros até a Chácara Santiago, na Vila Matinha, em direção ao município Bonfinópolis (GO). A peregrinação teve por objetivo comemorar o Dia de São José de Anchieta, celebrado em 9 de junho. A Caminhada Inaciana transpassa o objetivo da prática esportiva. É, principalmente, um momento de exercitar e alimentar a alma com oração. Assim, com duas paradas, os participantes puderam vivenciar um tema relacionado à espiritualidade Inaciana. As reflexões que foram feitas serviram de guia para a meditação silenciosa. ROLEZINHO DO BEM em BH Na manhã de 15 de junho, dia da Festa da Santíssima Trindade, em comunhão e em união de corações, mais de 50 jovens das diversas comunidades da Paróquia São Francisco Xavier, em Belo Horizonte (MG), participaram do Rolezinho do Bem. Após receber a benção e o envio do padre Roberto Donizeti, os jovens, com muita alegria e bom humor, visitaram dezenas de casas e recolheram mais de 200kg de alimentos que serão distribuídos às famílias atendidas pelos Vicentinos. Para Sâmyra de Oliveira, 18 anos, o Rolezinho do Bem foi uma experiência muito boa e proveitosa. “Tivemos a interação dos jovens da Paróquia e também com os moradores. Com esse contato, a gente pode ver que, mesmo aquelas famílias que têm pouco, ainda assim ajudaram. Percebemos que não são todas as pessoas que apenas falam que temos que ajudar o próximo, mas que também ajudam da forma que podem, sem serem obrigadas a nada, mas pela vontade e bondade em seus corações. Ajudar ao próximo é acima de tudo um ato de amor e um gesto de solidariedade. Se cada pessoa tivesse esse propósito, mesmo que a ajuda fosse pequena, talvez até com um Bom Dia, acredito que o mundo seria bem melhor e mais harmonioso. Para mim, os gestos e detalhes mais simples são os que têm mais impacto e os que fazem maior diferença na vida das pessoas”, diz Sâmyra. O Rolezinho do Bem é uma ação que tem como objetivo possibilitar a criação de redes sociais reais, de modo que os jovens, olhando para a sua realidade de forma crítica, possam colocar seus dons a serviço e ajudar a construir um mundo melhor. Nos próximos meses, acontecerão outras atividades promovidas pelos estudantes jesuítas em colaboração com a rede inaciana e com as paróquias da Companhia de Jesus, proporcionando aos jovens maior aprofundamento na fé e na vivência cristã. Durante o percurso, esteve presente ainda a Relíquia de São José de Anchieta. Para a Irmã Maria Eunice, a peregrinação foi especial, pois aconteceu no Dia de Pentecostes. “Senti um impulso de participar da caminhada. Fez muito bem para mim”, diz a religiosa. Ela ainda reforça que a experiência alimenta o lado físico e o espiritual, pois, além de refletir e rezar, ainda é possível exercitar o corpo. O casal Mara Carriel e José Carriel também gostou da peregrinação. Para eles, o momento foi ideal para meditar sobre as dificuldades, sentir paz interior e um encontro individual com a oração. “Tive a oportunidade de refletir sobre como superar e enfrentar as situações adversas que a vida apresenta”, conta Mara. José destaca que “foi gratificante estar com pessoas que, assim como ele, sentem a presença de Deus”. Ao final da caminhada, na chegada à Chácara Santiago, houve um tempo para partilhar a experiência durante a missa. Em seguida, foi servido um almoço para o grupo. Calendário BRc 10 de agosto Consulta da Província Indaiatuba (SP) 11 de agosto Reunião com o Conselho Nacional para a Missão Indaiatuba (SP) 12 a 13 de agosto 1ª Assembleia da BRA Indaiatuba (SP) 14 e 15 de agosto Consulta Ampliada da BRA Indaiatuba (SP) 16 de agosto Consulta extraordinária da BRA – Indaiatuba (SP) 29 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus no BRASIL MERIDIONAL Dilma Rousseff inaugura empresa HT Micron na Unisinos Em 7 de junho, a presidente da República, Dilma Rousseff, esteve na Unisinos para conhecer a HT Micron, empresa instalada no campus de São Leopoldo (RS) e considerada a maior produtora de encapsulamento e testes de semicondutores da América Latina. Quando estiver no auge de sua produção, a fábrica, que faz parte do Tecnosinos – Parque Tecnológico da Universidade, terá capacidade para produzir até 360 milhões de chips por ano e poderá gerar cerca de 800 empregos diretos. Na cerimônia, além da presidente da República, estavam presentes o reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino, o presidente da HT Micron, Ricardo Felizzola, o presidente do Conselho de Administração da Hana Micron, Chang Ho Choi, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o ex-governador do Estado, Olívio Dutra, além de autoridades municipais e ministros. Logo após a execução do Hino Nacional, sob a regência do maestro da Orquestra Unisinos, Evandro Matté, o prefeito de São Leopoldo, Anibal Moacir, foi o primeiro a discursar. “Trabalhar em parceria é a melhor coisa do mundo, parceria com universida- des, indústria e governo. Estamos tornando São Leopoldo uma cidade tecnológica, mas também queremos ser referência em saúde, por isso, peço que a presidente olhe com carinho para o pedido de um curso de Medicina para o município”, destacou. O reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino, abordou a relação entre iniciativa privada, poder público e universidade na geração de conhecimento e inovação para o mercado. “A inauguração da HT Micron celebra um caso bem sucedido de parceria e colaboração, com grande variedade de atores e pro- tagonistas, do Brasil e da Coreia do Sul. Essa arquitetura de relações institucionais entre os poderes públicos, o setor empresarial e a Unisinos é uma das características mais importantes do Parque Tecnológico de São Leopoldo, Tecnosinos”, ressaltou. Depois, foi a vez de Chang Ho Choi, que iniciou sua exposição pronunciando algumas palavras em português. Em seguida, continuou, em coreano, enfatizando a importância dada pela presidente à área tecnológica. “Nesses quatro anos, pude sentir seu interesse e paixão pela indústria de semicondu- 30 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL MERIDIONAL tores, através de diversos programas de apoio a esses projetos”, lembrou o representante da Hana Micron. “O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de semicondutores, o que garante uma posição importante do mercado. Vamos crescer, alavancados por essa oportunidade, com o objetivo de nos tornarmos líderes na área”, enfatizou Felizzola, ao expor dados da produ- ção da empresa. O empresário apresentou questões sobre inovação e afirmou que, para que o fenômeno ocorra, é necessário um ambiente propício, em que haja capital humano, conhecimento acumulado, mecanismos de financiamento, espírito empreendedor e infraestrutura tecnológica. “Estar aqui nos irmana com a Unisinos. No Tecnosinos, o conhecimento vai ser culti- Destaque ao Ciência Sem Fronteiras Durante a visita à Unisinos, Dilma Rousseff destacou a representatividade da instituição no Programa Ciência Sem Fronteiras. “A Unisinos é uma das universidades que mais manda alunos para estudar no exterior por meio dessa iniciativa. São 217 bolsas concedidas, tendo 17 países como destino. As universidades mais procuradas são da Coreia do Sul, do Reino Unido e dos Estados Unidos”, ressaltou. vado e vai gerar ainda mais inovação”, finalizou. O governador Tarso Genro destacou a importância da sinergia envolvida durante todo o projeto. “Quero fazer um agradecimento a três pessoas, sem as quais não seria possível esse enlace tecnológico, capaz de colocar o nosso estado num patamar superior. Ao Felizzola, ao senhor Choi e ao reitor, padre Marcelo, parabéns a todos”, finalizou. Após descerrar a placa de inauguração da fábrica, a presidente fez seu discurso. “Fico muito feliz de estar aqui no Rio Grande do Sul, diante deste projeto que hoje é uma realidade. Aqui, nós temos a boa parceria entre uma empresa brasileira e uma empresa coreana, a HT Micron reflete isso. E a parceria entre distintos níveis de governo, como o estado e o município. Esse empreendimento é bastante significativo, 10 mil metros quadrados aqui dentro da Unisinos, refletindo outra parceria, entre a universidade e a empresa”, observou. “Teremos aqui, certamente, um processo rico e diversificado e continuaremos apoiando a relação entre o Brasil e a Coreia do Sul e entre empresas e instituições de pesquisa. A experiência entre a Unisinos e a HT Micron é o caminho para dar o salto tecnológico necessário para a inovação”, concluiu a presidente. Ao final da cerimônia de inauguração, Dilma posou para fotos junto aos estudantes que participaram do Programa Ciências Sem Fronteiras. 31 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL MERIDIONAL Associação Antônio Vieira é premiada na 1ª COMIGRAR A Associação Antônio Vieira (ASAV), por meio da Agência Implementadora do Programa Brasileiro de Reassentamento Solidário de Refugiados, participou da 1ª COMIGRAR (Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio), em São Paulo (SP), de 30 de maio a 1º de junho. O evento, promovido pela Secretaria Nacional de Justiça e pelo Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, começou a ser preparado no final de 2013, com o apoio estratégico da sociedade civil, mobilizada pelo Comitê de Acompanhamento da Sociedade Civil (CASC). Formado por meio de uma resolução normativa específica, o CASC é composto por 16 instituições que atuam no serviço de atenção a Migrantes e Refugiados no Brasil. Entre elas, está a Agência ASAV, presente desde o início da organização da Conferência. Coube à ASAV a tarefa de fazer a articulação local para a realização das pré-conferências livres, municipais e estadual. A Conferência Municipal de Caxias do Sul destacou-se pelo maior número de participantes, somando 372 pessoas. Da mesma forma, no Rio Grande do Sul, ocorreu a Conferência Estadual que registrou o maior número de propostas: foram 91 inscrições na plataforma digital da conferência. A coordenadora da Agência, Karin Wapechowski, aponta como momento importante a premiação do Programa de Reassentamento Solidário, na Feira de Boas Práticas, realizada em paralelo à Conferência, reunindo 15 projetos voltados aos temas. “Durante a Feira, foi possível realizar, entre os expositores, trocas de experiências e também acordos de cooperação. Lá, firmamos acordo com uma instituição psicanalítica de Florianópolis (SC), já visualizando a ampliação do Programa de Reassentamento de Refugiados naquele Estado”, explica Karin. O trabalho realizado pela ASAV recebeu importante destaque ao final do pronunciamento do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que premiava três projetos expostos na Feira de Boas Práticas: o Programa de Reassentamento Solidário recebeu o Prêmio Simone Borges Felipe, um reconhecimento à luta pelos direitos e pela proteção dos refugiados no Rio Grande do Sul, assim como pelo trabalho de sensibilização e incidência que a ASAV realiza nos diversos segmentos em que atua. “Trouxemos na mala duas lindas placas contendo o nome da ASAV e a alegria pelo reconhecimento do nosso trabalho. Incluídas na bagagem, vieram também um tanto a mais de responsabilidade e compromisso pela causa do refúgio e pelo que ainda temos que realizar. A 1ª COMIGRAR é só o começo”, comemora Karin. O evento teve a marca da mobilização, da participação da sociedade civil e, principalmente, da representação de migrantes oriundos de 32 países. “Voltamos para casa de baterias carregadas de esperança, acreditando que contribuímos com o objetivo Karin Wapechowski, coordenadora do Programa de Reassentamento Solidário de Refugiados da ASAV maior desse encontro, fornecendo insumos para que o Estado Brasileiro desenvolva uma política e um plano de ação que respeite os direitos e a diversidade das várias populações em deslocamento que chegam ao Brasil”, declara Karin. Com a visibilidade dos prêmios do Programa e da ASAV, as demandas tendem a aumentar. A expansão do Programa de Reassentamento já é uma realidade. Segundo Karin, “o Estado Brasileiro e o ACNUR já contam com a ASAV para o acolhimento de refugiados extrarregionais e com o aumento do número de núcleos familiares de nacionalidade colombiana. Temos muito trabalho pela frente e estamos bem motivados para isso”. 8ª Romaria do Padre Reus Com o intuito de renovar a fé no padre João Batista Reus, fiéis participaram da 8ª Romaria do sacerdote no domingo, 13 de julho, em São Leopoldo. Natural da Alemanha, o jesuíta e professor atuou na cidade até 1947, ano de sua morte. Desde então, é considerado santo milagroso. A peregrinação é realizada todos os anos até o Santuário Sagrado Coração de Jesus, onde está localizado o túmulo de Reus. A caminhada teve concentração a partir das 9h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Os devotos percorreram as ruas 1º de Março, Frederico Wonfenbuttel e Theodomiro Porto da Fonseca, entoando orações e hinos. O encontro final aconteceu diante do túmulo do padre, onde foi realizada missa. 32 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL MERIDIONAL Catarinense celebra São Luiz Gonzaga e reflete trabalho social Em 13 de junho, foi realizado o 3º Fórum de Jovens Inacianos e a celebração do dia de São Luiz Gonzaga, no Colégio Catarinense (SC). As iniciativas visam destacar e promover o protagonismo juvenil, despertando os alunos para a importância da espiritualidade, da solidariedade e do voluntariado. As festividades de São Luiz Gonzaga, padroeiro da juventude, são realizadas pela Pastoral do Colégio Catarinense, desde 2011, com objetivo de propagar o exemplo de vida do santo e estimular a juventude na promoção de um mundo novo. Já o Fórum de Jovens Inacianos teve como tema Jovens construindo um mundo novo, além do lema São Luiz Gonzaga, ontem e hoje, inspirando a juventude. Igreja São José: missas em alemão ao longo da Copa Durante a Copa do Mundo, as paróquias de Porto Alegre (RS) prepararam-se para receber fiéis de diversas partes do mundo. A Igreja São José, localizada na região central e histórica da capital, foi uma das que recepcionou os estrangeiros nesse período. Por isso, entre 1º de junho e 13 de julho, foram rezadas missas em alemão todos os domingos, às 9h. “A preocupação do Colégio Catarinense não é só transmitir conhecimento e trabalhar à dimensão intelectual do aluno. Buscamos a formação na sua plenitude, o aluno e a aluna como ser integral. Trabalhamos o seu afeto, a sua espiritualidade, o seu compromisso, a sua cidadania e a sua relação com os demais. Isso é ser estudante inaciano, isso é pertencer a uma escola jesuíta da Companhia de Jesus”, destaca o professor Afonso Luiz Silva, diretor-geral do colégio. Entre as várias atividades, o Fórum contou com a presença do músico e pai de aluno, Gazú, da banda Dazaranha, que realizou um pocket show nos intervalos do evento. Ele destaca a orientação do Colégio Catarinense aos alunos sobre o trabalho voluntário: “Fico muito feliz de ver essa galerinha consciente, trabalhando com sinceridade, com vontade e com o coração. A iniciativa do Catarinense, além de outras atividades que acontecem aqui e do ensino de qualidade, sempre é manter essa essência em fazer o bem”. Por meio do exemplo de São Luiz Gonzaga, patrono dos jovens cristãos e dos estudantes, o Fórum possibilita reflexões sobre valores evangélicos e inacianos, promovendo também a participação e o envolvimento dos alunos em projetos sociais e voluntários. “Nós temos um grupo que trabalha com idosos, fazendo visitas ao asilo, entre outras atividades. Creio que essas iniciativas façam com que, de fato, vá se moldando um coração compassivo nos alunos, diferente do mundo em que vivemos atualmente. O trabalho com juventude hoje se dá quando o jovem é desafiado. O desafio é o melhor meio de desenvolver um trabalho efetivo com o jovem”, reflete o jesuíta Luiz Carlos Campos. Além de propor o aprofundamento da vivência da solidariedade cristã, a atividade do voluntariado permite a reflexão sobre as causas e os modelos de superação dos desafios urbanos, assim como sobre a realidade do campo. Calendário BRM 1º a 9 de agosto | Visita à Residência Nossa Senhora Medianeira – Curitiba (PR) 10 a 16 de agosto | Compromissos referentes à BRA Indaiatuba (SP) 18 de agosto | Reunião ASAV Porto Alegre (RS) 19 a 22 de agosto | 2ª Assembleia das Mantenedoras da BRA – Rio de Janeiro (RJ) 33 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l a companhia de jesus no BRASIL NORDESTE Alunos da UNICAP desenvolvem aplicativo “Ônibus Para Todos” Supervisionados pelo professor Sérgio Murilo, alunos do 5º período de Ciência da Computação da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) desenvolveram um aplicativo para facilitar a vida das pessoas que utilizam o transporte público e sofrem com algum tipo de deficiência visual. “Essa é uma atividade prática. É uma forma de estimular os alunos, instigando a criatividade deles”, afirma o professor. A plataforma serve tanto para pessoas que têm deficiência visual total como para aqueles indivíduos que apresentam problemas de vista parcial. Os alunos já simularam, em maquete, o funcionamento da plataforma. O protótipo interage com o indivíduo, informando o número ou nome do ônibus desejado. Além disso, ele está sempre orientando Filme de assessor cultural da Unicap selecionado para festivais nos EUA e Canadá O documentário Tubarão, produzido pelo assessor cultural da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Léo Tabosa, foi selecionado para participar de mais três festivais: 7º Festival de Cinema de Triunfo(PE), 12º Vancouver Latin American Film Festival (Canadá) e 12º Brazilian Film Festival of New York (Estados Unidos). O filme foi um dos mais premiados do Festival Audiovisual Cine PE, conquistando as categorias de Melhor Filme, Direção, Direção de Fotografia e Melhor Filme pelo Júri da Crítica (Abranccine). Outra produção de Leo Tabosa, Retratos, feito em co-autoria com Rafael Negrão, será destaque no oitavo onde o veículo está e quando está se aproximando do passageiro. O diferencial desse software é que tudo pode ser feito através de episódio do programa Cinema em Outras Cores, apresentado pelo deputado Jean Wyllys no Canal Brasil. O documentário é fruto do trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da Unicap, que teve como orientador o professor Alexandre Figueirôa. “Foi com muita alegria que recebemos o convite do Canal Brasil. Retratos é um trabalho que legitima a excelente qualidade acadêmica do curso de Jorna- um único toque e toda interação é feita por voz. Em outros aplicativos existentes, é necessário verificar uma lista. lismo da Unicap”, comenta Leo Tabosa. Retratos conta a história de seis travestis que desempenham atividades profissionais desvinculadas da prostituição no estado de Pernambuco. O vídeo mostra como a vida de cada um deles pode ser tão comum quanto a de qualquer outra pessoa. O filme nasceu de uma pesquisa realizada pelos diretores quando cursavam Jornalismo na Unicap. 34 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE Festa de Santo Antônio pardoeiro em Salvador Renato Geraldo Evangelista Salles Membro do Conselho da Igreja de Santo Antônio da Barra A Igreja de Santo Antônio da Barra, em Salvador (BA), proporcionou ao povo baiano, mais uma vez, momentos de extrema emoção celebrando a memória do seu padroeiro. Refletimos nas noites da Trezena como podemos viver a Alegria do Evangelho de Jesus por meio da figura de Santo Antônio. Desde o primeiro dia de nossa Trezena até o último, a presença do Espírito Santo nos guiava. As pessoas que acorreram à nossa Igreja, neste período, eram acolhidas com alegria e simplicidade. Durante as treze noites de festa, nós vivenciamos momentos de arte, oração, beleza, devoção e festa. Grupos culturais, corais, padres de diversas paróquias de Salvador, movimentos e pastorais de inspiração inaciana embelezaram e enriqueceram nossa Trezena. O Arcebispo metropolitano, Dom Murilo Krierger, se fez presente durante os festejos, oportunidade em que crismou uma de nossas fiéis. A procissão de San- to Antônio da Barra e o grande dia da Festa, 13 de Junho, foram os momentos mais fortes e expressivos, manifestando toda nossa devoção e carinho a nosso Santo Padroeiro. Nesses treze dias de oração e congraçamento, após as celebrações de cada noite, uma pequena quermesse era oferecida aos presentes com barracas de Santos, de comidas típicas, brechó, entre outras atividades. E não faltaram as brincadeiras juninas que alegravam o coração de crianças, jovens e adultos. A Igreja sempre lotada de fiéis era um sinal claro da alegria compartida entre os devotos de Santo Antônio, que buscam conhecer a Jesus através da figura do Santo lisboeta. Todos os ministros de Eucaristia da Igreja estiveram presentes para atender o grande público e não mediram esforços para fazer uma grande festa religiosa, que culminou no dia 13 de junho, quando oito missas foram celebradas. Aluno do Diocesano é premiado em concurso Com a redação Unidos pela bola em nome da Paz, Lucas Felipe Batista Rêgo, aluno do 4º ano do Ensino Fundamental do Colégio Diocesano, ganhou o 2º lugar na categoria Redação, modalidade escola privada, nível II (do 3º ao 5º ano/EF) do IX Concurso Jovens Escritores, promovido pelo sistema O Dia de Comunicação. Nesta edição do concurso, tema abordado pelos estudantes foi A Copa do Mundo no Brasil. A premiação dos 13 ganhadores aconteceu no dia 8 de junho. Para Lucas Felipe, a sua participação foi incentivada pela família e por sua professora de Português, Lana Christina. “Ela me falou que eu deveria me inscrever porque tinha muita chance. Sinto-me feliz de ter seguido esse conselho e feito um texto premiado logo no meu primeiro concurso”, comemora. Lucas Felipe Batista Rêgo é aluno do 4º ano do Ensino Fundamental 35 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE Colégio Antônio Vieira inaugura novo laboratório de Química No dia 9 de julho, foi inaugurado o novo laboratório de Química do Colégio Antônio Vieira, em Salvador (BA). O espaço foi reformado e apresentado aos líderes e vice-líderes das turmas do Ensino Médio (EM), com novos equipamentos e com infraestrutura mais ampla, para favorecer o aprendizado e a interatividade entre os alunos. O diretor do Antônio Vieira, padre Domingos Mianulli, falou aos alunos da importância dessa conquista para o Colégio, que busca sempre avançar sem perder a fidelidade aos princípios da Pedagogia Inaciana. “Esse foi um passo a mais para melhorarmos a nossa caminhada”, afirmou. A ex-professora de Química do Antônio Vieira, Nilzete Amorim, contou que ajudou na elaboração do novo laboratório e mostrou-se bastante satisfeita com o resultado. “Trabalhei aqui mais de 30 anos e conheço bastante o local, dei muitas ideias para este projeto”, explica. Os alunos ficaram encantados com a estrutura moderna do laboratório e com os benefícios que eles terão durante as aulas de Química. “Essas mudanças ajudam a gente a estar em um meio mais moderno e dinâmico, estimulando nosso aprendizado. É bom ver o Colégio se modernizando cada vez mais”, disse o aluno Danton Filho, líder da 2ª série do EM. Calendário BNE Compromissos do Provincial 25 a 27 de julho | Reencontro MAGIS Nordeste Teresina (PI) 28 a 31 de julho | Expediente na Cúria BNE / Festa de Santo Inácio – Salvador (BA) 30 de julho | Consulta da BNE – Salvador (BA) 1º a 3 de agosto | Programação pessoal – Recife (PE) 4 a 9 de agosto | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA) 10 a 13 de agosto | 1ª Assembleia da BRA – Indaiatuba (SP) 14 e 15 de agosto | Consulta Ampliada da BRA Indaiatuba (SP) 16 de agosto | Consulta extraordinária da BRA Indaiatuba (SP) 17 a 21 de agosto | Assembleia das mantenedoras São Paulo (SP) I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l 37 a companhia de jesus no BRASIL PROVINCIALADO Companhia de Jesus celebra um ano do MAGIS no Brasil Há um ano, mais de 2 mil jovens de diversos países do mundo vivenciavam experiências espirituais e de inserção sociocultural. Esse encontro especial entre nações aconteceu durante o MAGIS 2013, realizado no Brasil. Um momento único na vida de cada peregrino que pôde celebrar e demostrar o magis inaciano em cada ação que realizou. Entre os dias 12 e 21 de julho do ano passado, os peregrinos puderam conhecer o Brasil enquanto se preparavam para a JMJ Rio (Jornada Mundial da Juventude), o 1º encontro do papa Francisco com os jovens católicos. Com o lema Esperam por nós “nações”, inspirado no texto da 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus, o MAGIS 2013 proporcionou aos jovens a vivência comunitária, a inserção em diferentes realidades e a disposição para o serviço aos demais. O MAGIS é um encontro de jovens inacianos, que se preparam para a JMJ. O primeiro aconteceu em 1997, na França. Depois disso, foi realizado na Itália, em 2000, no Canadá, em 2002, e na Alemanha, em 2005. Após esse período, o evento se consolidou e ganhou o nome de MAGIS, termo em latim que quer dizer o mais, o maior, o melhor. Uma palavra muito utilizada por Santo Inácio de Loyola, que nos faz um convite para a experimentação, um convite para avançarmos em relação àquilo que já fazemos ou vivemos. Em 2008, o MAGIS foi realizado na Austrália e, em 2011, na Espanha. O último foi no Brasil, em 2013, e o próximo acontecerá na Polônia, em 2016. Fotos: Flickr do Magis Brasil 2013 Encontro da juventude inaciana 38 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL PROVINCIALADO Concerto musical celebrará o bicentenário de restauração Evento promovido pela FAJE e pelas comunidades jesuítas de BH será realizado no dia 7 de agosto Jesuítas participam de Assembleia em agosto Entre os dias 12 e 13 de agosto, os jesuítas do Brasil realizarão sua 1ª Assembleia Nacional. Além de promover As comunidades jesuítas de Belo Horizonte e a FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia) vão promover um concerto musical para encerrar as celebrações do bicentenário de restauração da Companhia de Jesus. O concerto Música nas missões jesuítas na América será apresentado pela Orquestra de Câmara Musica Figurata, que contará com a participação de violista russa, Elena Kraineva. A entrada é franca. O evento será realizado no dia 7 de agosto, às 20h, no Auditório Dom Luciano Mendes de Almeida, no campus da FAJE. A Companhia de Jesus convida a todos para participar desta bela apresentação. um encontro fraterno entre os jesuítas que vivem e trabalham nas várias regiões do Brasil, esta Assembleia será um passo importante para a definição das preferências apostólicas que nortearão a missão da Companhia de Jesus nos próximos anos. O encontro será realizado na Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici, Indaiatuba (SP), e contará com a participação de cerca de 300 jesuítas. Calendário BRA 4 a 9 de agosto | Visita do Pe. Carlos Palácio ao CIF-BH Belo Horizonte (MG) 11 de agosto | Reunião com o Conselho Nacional para a Missão – Indaiatuba (SP) 12 e 13 de agosto | 1ª Assembleia da BRA – Indaiatuba (SP) 14 e 15 de agosto | Consulta Ampliada da BRA Indaiatuba (SP) 16 de agosto | Consulta extraordinária BRA Indaiatuba (SP) 17 a 19 de agosto | Visita do Pe. Adelson Araújo, assistente de formação, ao Filosofado – Belo Horizonte (MG) 20 e 21 de agosto | 2ª Assembleia das Mantenedoras da BRA – Rio de Janeiro (RJ) 39 I n f o r m at i v o d o s j e s u í ta s d o b r a s i l ANIVERSÁRIOS Julho 21 | 07 | Pe. Adilson Aparecido da Silva – BRC Pe. Adilson Felício Feiler – BRM Pe. Paul Alexander Schweitzer – NEN/BRC 09 | 22 | Ir. Lauro Eidt – BRM 10 | 23 | Pe. João Pedro Cornado – BAM Pe. José Jomêr Oliveira Jr. – BRC 11 | 24 | Ir. Eugênio P. Loewenstein – BRM Pe. Mário de França Miranda – BRC Pe. Paulo Tadeu Barausse – BRM 25 | Pe. Arthur Lupurine Sampaio – BRC Pe. José de Souza Mendes – BRC Pe. Leonardo Amaro – ARU Pe. Otmar Jacob Schwengber – BRM Ir. Walter Wiest – BRM 26 | Pe. Amarilho Checon – BRC 27 | Pe. Guido A. J. Kuhn – BRM Pe. Levino Antônio Camilo – BRM Pe. Urbano Rodolfo Mueller – BRM 29 | Esc. Andrei Sparremberger – BRM 30 | Ir. Oscar Jorge Knorst – BRM AGOSTO 01 | Pe. José Ramón F. de la Cigoña – BRC 02 | Pe. Inácio Spohr – BRM 03 | Pe. Dorvalino Alieve – BRM 04 | Pe. Francys Silvestrini Adão – BNE Pe. Nilo Ribeiro Júnior – BRC Ne. Jobson Ramos Teixeira – BAM 05 | Pe. Eduardo Teixeira Henriques – BRC Esc. MarcosVinicius Sacramento de Souza – BNE 06 | Ir. Adolfo Nunes de Oliveira – BRM Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui – BRC Pe. Manuel Eduardo Iglesias Rivas – BRC Pe. Octavio J. Bittencourt Fontoura – BRM 13 | 14 | 15 | Pe. Charles da Silva Dias – BNE Esc. Neilton Abadio Veloso – BRC Pe. Pedro Canísio Melchert – BRC Pe. Pedro Magalhães Guimarães Ferreira – BRC Pe. Donizetti Tadeu Venâncio – BRC Ir. Aoestelino de Jesus Portela – BRM Ir. José Alves Fernandes – BRC Ir. Kazuo Kimura – BRC Pe. João Roque Rohr – BRM Pe. Jorge Álvaro Knapp – BRM Ne. Carlos Rafael Pinto – BRC Pe. José Garcia Netto – BRC Pe. José dos Passos da Silva – BRC Pe. Pius Therileio Sidegum – BRM 17 | Pe. Isidro Sallet – BRM 18 | Ir. Luis Carballo Vidal – BRC 20 | Pe. Pedro Rubens Ferreira de Oliveira – BNE 21 | Pe. Maurício E. Bozzo Costa – BNE 22 | Pe. Paulo André Hébert – GLC/BNE Pe. Paulo Pedreira de Freitas – BRC jubileuS 14 de agosto Pe. Francisco Ivern Simó – BRC 70 anos de Companhia 14 de agosto Pe. Jacques Trudel – GLC 60 anos de Companhia 21 de agosto Pe. Álvaro Barreiro Luaña – BRC 60 anos de Companhia