Todo trabalho realizado estações (.1 1. Almeida). com amor, independente das adversidades, rende bons frutos em quaisquer Sempre ouvia falar em anjos e ficava a imaginar como eram, o que faziam, onde moravam ... Diziam que os anjos tinham cabelos longos, louros e cacheados, usam vestes brancas brilhantes, viviam num lugar bonito e inacessível, onde reinava a paz, a harmonia e, quando alguém precisava de proteção, Deus os enviava à terra. Numa tarde, chegando da escola, mal conseguindo caminhar, pois meu corpo doía muito e a febre persistia, fiquei surpreso quando meus pais falaram que eu teria de cortar os cabelos bem curtos e também não entendi o porquê de estarem arrumando minhas roupas numa bolsa, afinal eu só deveria fazer mais exames no hospital onde minha mãe trabalha, não iria viajar! Foi muito triste saber que tinha de ir para outra cidade e não me conformei quando a médica disse que precisávamos ficar em Campinas para fazer um tratamento. Ficaria longe de casa, dos meus amigos ... Em lágrimas, lembrei-me dos anjos. Por que Deus não os enviou para me protegerem daquelas agulhadas no meu peito que doeram tanto? O que eu tinha feito de errado? . Um dia, porém, tendo convivido com diversas crianças que, apesar de debilitadas, brincavam felizes, percebi que já estava cercado de muitos anjos. Havia anjos cuidando da segurança, da recepção, do jardim, da limpeza, dos brinquedos, das crianças ... Deus pensara em tudo e para cada tarefa designou seus anjos, os quais fazem do trabalho um motivo de felicidade e do cansaço um ato de amor. Havia anjos de branco, de verde, de azul, de todas as cores e raças, que sempre vinham a mim com um sorriso tão lindo e doce que nenhuma dor poderia resistir à magia de suas presenças! Entendi que somente seres especiais poderiam ser designados por Deus para trabalhar em hospitais, realizando missões tão importantes, fazendo com que a persistência vença o tempo, a coragem o medo, o carinho a saudade e, sobretudo, a fé as impossibilidades. Das vitórias mais dificeis ficam mais doce (J. 1. Almeida). as recordações mais belas; dos momentos mais felizes, a saudade Meu tratamento já vai completar dois anos. Não sei dizer quantas viagens, consultas e exames precisei fazer, mas, graças a Deus e aos Anjos do Boldrini, agora estou bem, estou muito feliz. Se ainda não tenho tudo o que almejo, jamais poderei renunciarei meus grandes sonhos, todavia sei que muitos, a quem lhes faltaram os passos, dariam tudo para poder caminhar pela relva num amanhecer de céu limpido; muitos, a quem lhes faltou a visão, dariam tudo para ver as estrelas, o luar. o sol nascendo, as flores, o riso de uma criança a falar com seu anjo; muitos, a quem lhes faltou a audição, dariam tudo para ouvir o cantar dos pássaros, as notas de uma melodia na qual alguém dissolve os sentimentos mais sinceros; muitos, a quem lhes faltou a voz, dariam tudo para abraçar alguém e dizer: Eu te amo! (J 1. Almeida) Faltam-me palavras para expressar minha gratidão a cada um de vocês, pelo abraço que me deu segurança, pelo riso que me alentou, pela amizade que me deu confiança, pela alegria que me conquistou. Aprendi que, por mais que existam sofrimentos,. enquanto houver anjos, enquanto os bons forem maioria, haverá alegria, paz e esperança, para as pessoas e para o mundo, como nessa época em que celebramos o nascimento do Menino Deus! ANJOS DO BOLDRINI, desejo-lhes um Feliz Natal e um Ano Novo de muitas conquistas! Itajubá, dezembro Alexandre Magno Almeida mãe Marisa, pai Ivanildo e irmã Cynthia de 2011.