UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” QUESTÃO AMBIENTAL Por: Tânia Teixeira Ferreira Orientador Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro, RJ Julho/2003 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO “A VEZ DO MESTRE” QUESTÃO AMBIENTAL Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de PósGraduação em Docência Ensino Superior. Por: Tânia Teixeira Ferreira 3 AGRADECIMENTOS A meus pais, Paulino Teixeira e Manoelina, sempre tão presentes na minha vida. As minhas filhas, Andréa e Virna, o melhor presente dado por Deus. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta obra a Deus, tão perfeito, tão único, quanto a própria natureza. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................... 06 CAPÍTULO I CRIMES AMBIENTAIS .............................................................................. 08 CAPÍTULO II SIMPLESMENTE INESQUECÍVEL, AMBIENTALMENTE AMEAÇADO .. 15 CAPÍTULO III OZÔNIO, ALIADO OU INIMIGO ................................................................ 18 CAPÍTULO IV PROBLEMAS AMBIENTAIS ...................................................................... 20 CAPÍTULO V RECICLAR É O MELHOR ......................................................................... 26 CAPÍTULO VI O RESPEITO PELA ECOLOGIA ............................................................... 29 CAPÍTULO VII A DEVASTAÇÃO DOS EUCALIPTOS ...................................................... 35 CAPÍTULO VIII DESPOLUIÇÃO E DESASTRE ECOLÓGICO .......................................... 38 CONCLUSÃO ............................................................................................ 41 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 42 ÍNDICE....................................................................................................... 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO ........................................................................... 45 6 INTRODUÇÃO A Questão Ambiental nos põe todos no mesmo barco planetário. O planeta é um só, e a natureza fala todos os idiomas viventes ao mesmo tempo. Ambos reagem tanto à dor que lhe causamos, como o amor que propusermos. Nos capítulos que se seguem, abordaremos os impactos causados pela destruição, pela ignorância do homem, pelo desconhecer, pela ausência de amor ao planeta, desenvolvendo também, vários aspectos de preservação do meio ambiente. Segundo Leonardo Boff, em seu livro a idéia Universal de um mundo melhor, mais sustentável, quando diz: “Sonhamos com um mundo ainda por vir, onde não vamos mais precisar de aparelhos eletrônicos com seres virtuais para superar nossa solidão e realizar nossa essência humana de cuidado e de gentileza. Sonhamos com uma sociedade mundializada, na grande casa comum, a terra, onde os valores estruturantes se constituirão ao redor do cuidado com as pessoas, sobretudo com os diferentes culturalmente, com os personalizados pela natureza ou pela história, cuidado com os espoliados e excluídos, as crianças, os velhos, os moribundos, cuidado com as plantas, os animais, as paisagens queridas, e especialmente cuidado com a nossa grande e generosa mãe, a Terra. Sonhamos com o cuidado assumido com o ethos fundamental do humano e como compaixão imprescindível para com todos os seres da criação. Pretende-se com esse trabalho, levantar e apresentar a questão ambiental, como um dos fatores mais importantes para a nossa sobrevivência nesse planeta; levar o homem a considerar a natureza como um dom divino da criação, portanto, de maior significado em nossas vidas; mostrar os crimes ambientais ocorridos, suas conseqüências e seqüelas, levando o homem a refletir através da conscientização e do amor, da importância deste socorro ensurdecedor que escutamos todos os dias, nos jornais, revistas e demais meios de comunicação. 7 Faremos uma longa viagem juntos, até descobrimos o que se pode fazer, por um mundo melhor. Nos capítulos que se seguem, falaremos de várias tragédias ambientais. 8 CAPÍTULO I CRIMES AMBIENTAIS 1.1 Vazamento de tubulação na refinaria O vazamento da tubulação da Refinaria Duque de Caxias em 18 de janeiro de 2000, não apenas ocasiona o derramamento de 1,2 milhões de litros de óleo nas águas da baía, mas descobriu-se que um outro derramamento tão grave acontecia todos os dias, só que em silêncio e sem qualquer visibilidade. A contribuição somada de 6 mil das 14 mil outras grandes, médias e pequenas indústrias consideradas potencialmente poluidoras, localizadas dentro do perímetro da baía hidrográfica da Guanabara. Um parque formado por dois pontos comerciais, um no Rio e o outro em Niterói. Quarenta estaleiros. Duas refinarias. Dezesseis terminais marítimos de petróleo e 1047 postos combustíveis. Tente imaginar mais de mil postos de gasolina, onde abastecemos e lavamos nossos carros, não separando nem coletando os resíduos de óleo e graxa, cujo destino final é se somarem às outras águas podres em direção a baía. Agora imagine todas essa fontes de poluição. Juntas, segundo levantamento oficial, elas acarretam o despejo na baía de 9,5 toneladas/dia de óleo, além do risco permanente de outros acidentes ambientais. Para piorar, a crise financeira do setor de transportes marítimos, trouxe um novo problema para as águas da Guanabara: a presença de mais de 20 navios atracados e semiabandonados, vários deles em estado precário de conservação. 9 1.2 A revitalização ambiental O programa de Revitalização Ambiental da Baía de Guanabara, lançado após o acidente da Petrobrás, levantou que apenas 52 empresas de porte, eram responsáveis por 80% da poluição industrial, através do despejo clandestino de esgotos humanos, substâncias tóxicas e metais pesados. Estima-se que o conjunto de indústrias da região, gera mensalmente, 52 mil toneladas de resíduos, sendo que mais de um terço deles considerados perigosos. É bom lembrar que os 15 milhões de cariocas e fluminenses dos 15 municípios que integram a baía, mandam freqüentemente 465 toneladas de fezes misturadas com urina, detergentes e outros tipos de resíduos domésticos, dos quais apenas 68 toneladas recebem algum tipo de tratamento. Lixo humano que vai para os aterros e depósitos a céu aberto, próximos a cursos d’água, e viram um potencial de poluição, na forma de “CHORUME”. Desta forma, entendemos a grandeza democrática, apartidária, subversiva e revolucionária da questão ambiental. Em ecologia não há como apontar culpados, quando todos nós somos. Só a Petrobrás pretende desenvolver um projeto, onde serão investidos mais de 3 bilhões até 2003, na prevenção e controle de acidentes e na redução de resíduos. Desta forma, a Petrobrás pretende alcançar a curto prazo, padrões internacionais de segurança e respeito ao meio ambiente. 1.3 Mudanças nos modelos de segurança O desafio maior foi o trágico acidente da Baía de Guanabara, que mostrou a grande necessidade de mudanças nos modelos de segurança. Cerca de 3 mil projetos foram implementados, abrangendo toda a cadeia operacional, desde 10 exploração e produção, até distribuição. Foram instalados nove centrais de defesa ambiental, sendo intensificados os processos de redução e tratamento de resíduos. Quanto a prevenção, sabe-se que os dutos estão sendo revisados, e seus controles automatizados dentro dos mais modernos padrões da indústria petrolífera. A Petrobrás conclui em 2001 a instalação no país de nove centros de defesa ambiental (CDAs). Os CDAS estão em alerta 24 horas, equipados com barcos, barreiras e os mais modernos recursos no combate a emergências. Os CDAs desenvolvem um trabalho, onde em cada um atuam 20 especialistas, que executaram simulações e monitoramento das condições ambientais locais, para antecipar as providências necessárias em caso de acidentes. 1.4 Controle de vazamento Desde janeiro de 2001, permanece prontidão na Baía de Guanabara, 24 horas por dia, a primeira embarcação do país, especializada no controle de vazamentos, com capacidade para recolher do mar até 100 mil litros de óleo/h. Com 40 projetos em execução, incluindo o fechamento completo do sistema de refrigeração da Refinaria Duque de Caxias (REDUC), o que absorverá recursos de mais de 100 milhões, é a maior preservação do Meio Ambiente. A Petrobrás pretende com isso, em segurança ambiental, uma referência mundial da mesma forma que é na exploração do petróleo em águas profundas ou no fornecimento de gasolina e óleo lubrificante. Chegar a meta da perfeição, é o alvo da Petrobrás, isso é superar desafios. Aliás, desde tempos imemoriais, o amor continua sendo a única arma, a única revolução que nos resta. Ainda mais se for ambientalmente correta, economicamente sustentável e socialmente justa. Aí se pode falar de preservação do Meio Ambiente. 11 1.5 1984, difícil esquecer, quando se trata da maior tragédia da humanidade Bhopal ... o descaso continua. Mais de 17 anos após a tragédia, os números são assustadores: 20 mil mortes e mais de 100 mil vítimas. Um dos maiores acidentes ambientais na história da humanidade. Na madrugada inesquecível de 3 de dezembro de 1984, mais de 500 mil pessoas foram expostas a um coquetel de gases letais que vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbridge (hoje pertencente a Dow Química) em Bhopal na Índia. Mais de 7,5 mil pessoas morreram na noite do desastre. O número de vítimas fatais, ultrapassa hoje, 20 mil pessoas. Mais de 100 mil pessoas da região que sofreram com a exposição dos gases, manifestado em doenças pulmonares, coronárias, neurológicas e oftalmológicas. A Union Carbridge, simplesmente abandonou a fábrica após o acidente, e deixou para trás, toneladas de lixo tóxico, que fez contaminar ao longo de 17 anos, todo o lençol freático que abastece a cidade. A comunidade se vê obrigada a consumir água verdadeiramente poluída, com um coquetel que inclui clorobenzeno, clorofórmio, tricloretano e tetracloreto de carbono. Uma pesquisa feita pelo Greenpeace, revelou níveis de contaminação muito acima dos padrões para água potável. Os níveis de tetracloreto de carbono são 682 vezes superiores aos permitidos, os de clorobenzeno, 11 vezes, os de tricoroetano, 50 vezes, e os níveis de clorofórmio, 20 vezes, os padrões permitidos. 12 1.6 Brasileiros contaminados Assim como as vítimas indianas os brasileiros também sofrem com a contaminação ambiental e danos a sua saúde, causados por contaminantes químicos oriundos de processos industriais. Empresas como a Belga Salvay e a francesa Rhodia, são consideradas responsáveis por boa parte de nossa herança tóxica. Veja depoimento de Marcio Pedroso, contaminado por mercúrio (Hg), e membro da Associação de Combate aos POP’S (Poluentes Orgânicos Persistentes), ONG ambientalista com sede em Santos: “Minha vida depende de medicamentos, é por isso que estou prestando minha solidariedade, ou que se tornaram vítimas, de uma ação irresponsável da indústria química.” 1.7 Brasil é destaque em lista de crimes ambientais atribuídos à indústria O Brasil é o país mais citado em um relatório sobre crimes ambientais atribuídos à indústria, especialmente as multinacionais, divulgado pelo grupo ambientalista Greenpeace. O relatório apresentado na reunião preparatória para o Rio_10, em Bali, a Indonésia, cita 37 casos, seis deles ocorridos no Brasil. No Brasil temos uma legislação ambiental muito boa e forte, mas a regulamentação é fraca. No relatório são citados cinco multinacionais que teriam cometido crimes ambientais. Todos são casos de contaminação química. Os acidentes destacados: 1.7.1 Petroquímica União-Guarujá (SP) Uma área de 500 m2 que a empresa tem no Guarujá foi contaminada com o tetracloreto de carbono. 13 1.7.2 Bayer, Belford Roxo (RJ) Em Janeiro de 2001, o Greenpeace acusa a fábrica da Bayer em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, de contaminar o Rio Sarapuí com metais pesados, como mercúrio (Hg) e chumbo (Pb). A Bayer alegou que as acusações eram infundadas e que a contaminação de efluentes estava dentro dos níveis permitidos. 1.7.3 Rhodia, Cubatão (SP) A fábrica de substância para tratamento de madeira é acusada de ter contaminado os rios Cubatão e Pereguê, além de 150 empregados, com uma substância altamente cancerígena. A fábrica foi obrigada a fechar em 1993. A Rhodia sustenta que não há provas clínicas da contaminação. 1.7.4 Shell, Paulinéia (SP) A empresa fabrica pesticidas em Paulinéia, no interior de São Paulo, em 1975 a 1993. Em 1995, antes da fábrica ser vendida, descobriu-se que uma rachadura no depósito de despejos industriais poluiria o lençol de água. Testes mostraram que vários moradores da região haviam sido contaminados. 1.7.5 Solvay do Brasil, Santo André (SP) A fábrica tem um milhão de toneladas de cal contaminado com dioxinas. O material chegou a ser vendido para fabricação de comprimidos cítricos. 1.7.6 Shell, Vila Carioca (SP) Uma área de armazenagem de combustível e pesticidas é apontada como fonte de contaminação do lençol freático. 14 1.8 Fechamento de Chernobyl O desligamento da usina nuclear de Chernobyl, em 15 de dezembro passado, foi possível somente depois que a União Européia prometeu 585 milhões de dólares de ajuda financeira à Ucrânia para a construção de novos reatores. O acordo visa a compensação da perda de energia gerada pelo último reator de Chernobyl, que ainda estava em atividade. A usina ucraniana protagonizou, em 1986, o pior acidente nuclear da humanidade, causando impacto na saúde de três milhões de crianças. Este contingente estava no raio de 56 mil Km2 que recebem radiação de césio 137. Mas de 10 mil pessoas morreram, e os casos de câncer derivados da radioatividade se multiplicaram por dez desde então. Dos quatro mil trabalhadores do local na época do desastre, somente 1000 estão vivos, todos incapacitados. Logo após o acidente, o reator 4 que apresentou vazamento, foi fechado, mais os demais mantiveram-se em atividade. Um deles foi desativado em 1991, outro em 1997 e agora foi a vez do último parar. 15 CAPÍTULO II SIMPLESMENTE INESQUECÍVEL, AMBIENTALMENTE AMEAÇADO 2.1 Fernando de Noronha com os dias contados A exuberância de Fernando de Noronha pode estar com os dias contados, vítimas de crimes ambientais. Permita Deus, não sejam irreversíveis. A população local, uma faixa de 2500 pessoas, entre nativos e moradores, se preocupam em ostentar uma sociedade sem danificar o meio ambiente. A exuberância trouxe o turismo e com ele uma ocupação desordenada, e um descaso com o saneamento básico. O que se pode observar com tristeza é o esgoto jogado no mar, a poluição gerada pela usina termoelétrica, erosões, assoreamento do mangue e lixo se amontoando no paraíso. Não existe uma lei complementar que regularmente a vida sócio econômica e ambiental da ilha. Desta forma, gerando um desenvolvimento desordenado e degradação ambiental. Vamos a algumas evidências e constatações. 2.1.1 Resíduos sólidos A geração é muito grande, com toda sorte de materiais: plásticos, latas, papéis e resto de comida. Há lixeiras duplas por toda a ilha, uma destinada para embalagens em geral e outra para alimentos, o que não é adequado para a separação dos diversos outros materiais, tais como vidros, plásticos, papel e papelão. Sem separação adequada, no momento da geração do lixo a reciclagem fica muito prejudicada. 16 Na área do porto, não existe nenhum local ou recipiente apropriado para resíduos de manutenção e abastecimento das embarcações. No píer existe apenas uma lixeira, onde são encontradas embalagens de produtos químicos e lubrificantes, gotejando lentamente seus resíduos para o mar. Se houver algum vazamento, não há qualquer tipo de equipamento disponível para sanar o problema. É bom lembrar que 1 litro de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água, antes de começar a evaporar e se decompor. 2.1.2 Poluição atmosférica Toda eletricidade necessária a ilha é fornecida por três geradores a óleo diesel, enquanto dois moinhos eálicos se encontram parados. Centenas de poluentes soa lançados mensalmente na sua atmosfera, tais como enxofre, fuligem, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. Trocaram uma energia limpa e gratuita por uma energia cara e poluente. Outros vilões do ar da ilha são os veículos. Os esgotos também preocupam. Segundo um guia do lugar, o esgoto é jogado in natura no mar, no costão entre a Praia da Biboca e a Baía de Santo Antônio. 2.1.3 Lixo A unidade de tratamento de lixo da ilha tenta separar, reciclar e dispor o lixo gerado, mas não consegue devido a precariedade de gestão e equipamentos disponíveis. Montanhas de lixo se acumulam no lugar, tais como cocos e pneus. Ninguém sabe ao certo o que fazer com eles. As latas de alumínio são separadas e prensadas por uma máquina que arrepiaria qualquer técnico de segurança. Os resíduos são acomodados em algum canto, esperando algum destino. Os pneus ficam escondidos entre os arbustos, servindo de criadores de mosquitos. 17 Com todos os recursos arrecadados com a taxa ambiental, que pode chegar a 1.700,00 por pessoa, caso o turista queira permanecer na ilha, todos esses problemas podem ser resolvidos, caso houvesse uma visão sistêmica, conhecimento e vontade política. 18 CAPÍTULO III OZÔNIO, ALIADO OU INIMIGO? 3.1 Ozônio freqüenta os noticiários Equipamentos refrigeradores (incluindo os condicionadores de ar) funcionam com base nos gases clorofluorcarbonetos. A ligação química entre os átomos de cloro e carbono dos CFCs, quebra-se com facilidade formando radicais livres de cloro, capazes de compor a molécula de ozônio. O ozônio naturalmente presente na estratosfera, ao redor de 17 Km de altitude, filtra os raios ultravioletas (UV), indesejáveis por serem radiações ionizantes, capazes de alterar moléculas, entre os quais as do DNA, que responde pelo patrimônio genético do ser humano. 3.1.1 Nível de ozônio em SP preocupa Greenpeace O ozônio (O3) e os hidrocarbonetos são poluentes que causaram mais preocupações até o momento aos técnicos alemãs do Greenpeace, que vieram a SP pra fazer medições independentes para aferir a qualidade de ar na cidade... (Est. São Paulo, 28/10/96). 3.2.2 Agrotóxico ameaça a camada de ozônio Mais um agrotóxico utilizado nas lavouras de fumo do país está sendo apontado pelos cientistas como perigoso à saúde e extremamente nocivo ao meio ambiente. O Brometa de metila, aplicado nos canteiros de muda para combate a fungos, insetos e ervas daninhas, a exemplo do CFC, tem ação devastadora sobre a camada de ozônio (Folha de S. Paulo, 18/12/96). 19 3.2.3 Importância e característica do ozônio O ozônio é uma substância de alta reatividade. Usado como bactericida, podendo ser usado para desinfetar o ar e os gases emanados do esgoto, para purificar a água em estações de tratamento. Utiliza-se o ozônio também, para tornar incolores certos compostos vegetais. Na indústria usa-se O3 para branquear azeite, ceras, amido, farinha e fibra têxteis. É um gás levemente azulado. Estraga borrachas e tem um efeito negativo sobre animais e vegetais, podendo quebrar cromossomos e destruir tecidos vivos. Estudo recente afira que o número de casos de câncer de pele, nos EUA e na Europa, pode duplicar, caso não sejam tomadas as medidas urgentes para pôr fim ao uso de compostos agressores à camada de ozônio. Prevê-se que em 2050, o número de casos de câncer de pele aumentaria nos EUA e 315% do noroeste da Europa, Alemanha, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo e Reino Unido. Os efeitos nocivos vão da congestão nasal, asma, redução de capacidade pulmonar com possíveis danos aos tecidos do aparelho respiratório, redução da resistência a infecções. Danos às árvores e prejuízos ao cultivo de legumes e verduras. Prejuízos aos plásticos, danos as borrachas, que se tornaram quebradiças. 20 CAPÍTULO IV PROBLEMAS AMBIENTAIS 4.1 Enfrentamentos dos graves problemas ambientais e sociais que passa o mundo A conferência da ONU deixou no ar uma quantidade tal de dúvidas, que não há quem responda como solucionar as emergências globais que juntam ambiente e problemas sociais, em uma pergunta: o que fazer? Pois era justamente para dar essa resposta que a cúpula, realizada entre 26 de agosto e 04 de setembro em Joanesburgo, capital da África do Sul. Esperavase dos 181 representantes governamentais uma avaliação dos compromissos da Rio 92, evento semelhante ocorrido a uma década no Brasil. A esses compromissos também deveriam ter-se incorporado questões que surgiram ao longo dos últimos 10 anos, como os organismos geneticamente modificados e o aprofundamento da pobreza e da riqueza. Os governos concordaram em garantir até 2015 a redução à metade, os 1,2 bilhões de pessoas que hoje não têm água potável e saneamento e os 1,8 bilhões daqueles que, não se sabe como, conseguem sobreviver com menos de 1 dólar por dia. 4.1.1 O que saiu de Joanesburgo A conjuntura internacional em Joanesburgo ocorreu foi pior do que a confraternização planetária que se viu no Rio_ e isso determinou o verdadeiro bloqueio liderado pelo governo dos Estados Unidos, mais preocupado com a possível invasão do Iraque e com a conseqüência do 11 de setembro de 2001. 21 Conferências desse tipo não tornam decisões por votação: tudo deve resolvido por consenso. Os EUA conseguiram moldar a conferência de acordo com seus interesses. 4.1.2 Lixo no cosmos A ecologia sustenta a influ6encia recíproca entre os seres vivos e o meio ambiente, mas se limita ao nosso planeta, à nossa atmosfera. Existem no entanto, outras ameaças maiores e de dimensões cósmicas que podem atingir a terra e conseqüentemente a própria humanidade. A maior ameaça que a atividade humana oferece ao universo é o lixo espacial. Este lixo só será reduzido com estações espaciais e naves recuperáveis. O ônibus espacial usado atualmente não é 100% recuperável porque deixa fragmentos no espaço. A experiência de destruição de satélites de comunicação por anti-mísseis – uma das táticas da guerra moderna – é um problema cósmico – ambiental seriíssimo, sendo a quantidade de partículas lançadas no espaço a maior ameaça. Por isso, foi desenvolvido um sistema alternativo a partir da fibra óptica. Os anti-mísseis que destroem satélites, espalham pequenos fragmentos que tomam velocidades de até 28 Km/h. Isto não só constitui uma ameaça numa possível colisão com a proteção de uma nave, mas também é, principalmente um perigo para os astronautas que estão com o seu escafandro no espaço. Com a lançadora, apenas os satélites ativos permaneceriam em órbita, enquanto os inativos seriam recolhidos inteiros. A solução do problema envolve outras adaptações, como o uso de um tipo de pintura especial nos satélites, de maneira a se evitar a fragmentação. Sempre haverá pequenas partículas, mas estas não representam riscos. A longo prazo, a criação de uma lixeira espacial pode ser uma grande solução. 22 O lixo atômico afeta todos os países por igual. Daí a razão porque alguns especialistas já estejam projetando um satélite capaz de recolher os fragmentos acumulados ao longo dos anos no espaço, uma verdadeira lixeira espacial. 4.1.3 Mudança climática Os Estados Unidos lideram grupo dos países ricos que aceitam qualquer acordo para reduzir a presença de gás carbônico na atmosfera, desde que nada os obrigue a alterar suas matrizes energéticas nem os force a grandes investimentos para reconversões ou adaptações. Querem tornar esta tarefa uma obrigação dos países em desenvolvimento. As mudanças climáticas assustam a humanidade, que não se lembra, mas conhece as sucessivas eras geológicas, com várias épocas de predominância do gelo, que duraram milênios e eram seguidas por períodos mais amenos. Mares desciam e subiam, as chuvas eram muitos abundantes ou mais comedidas, os ares ora ficavam mais limpos, ora mais pesados, devido aos vulcões. Havia animais enormes, e a humanidade sabe que gira hospedada num planeta onde nada é estático. Esta é a certeza que preocupa: nada é estático e tudo segue um ritmo que o homem ainda procura entender. Mas o que se descobriu é que um fator novo está influindo no processo – o próprio homem. Através de sua maneira de vida a fazer, começou a afetar os mecanismos que sustentam o equilíbrio ambiental. E é assim que as mudanças climáticas começam a assustar a humanidade: gelos polares que derretem além da conta, mares que vão subir, calores ou frios excessivos, chuvas descontroladas, desertos ameaçadores mais à frente. Tudo isso porque o modo de vida do homem da Era Industrial se baseia no consumo intensivo de combustíveis fósseis. A ação humana resulta, entre outras conseqüências, no lançamento de milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera, num a intensidade que a engenharia planetária não previra e contra a qual não desenvolveu qualquer 23 mecanismo de defesa até agora. Seis bilhões de humanos, bilhões de barris de petróleo queimados, tudo isso forma o quadro que inquieta. Além do CO2, principal gás de efeito estufa, também outros cinco ajudam no processo de aquecimento atmosférico: três tipos de cloro; fluorcarbono (CFCs) que dissolvem a camada de ozônio e permitem a entrada de maior infravermelhos, o metano (CH4)e o óxido nitroso (N2O). Os Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália chegaram afirmar que a natureza que se vire. Insistem em que mecanismos naturais devem atuar como principal instrumento de limpeza da atmosfera, como o chamado seqüestro do carbono por nossas florestas em crescimento e plantações agrícolas. E mais: atribuem aos países pobres a tarefa de limpar o ar através d e programas de eficiência e conservação da energia, usos de energias renováveis e pelo reflorestamento ou imobilização das florestas existentes. Os Estados Unidos já são responsáveis, no grupo dos ricos, por 40% de todo o dióxido de carbono lançado na atmosfera terrestre. E continuam avançando para os 50%. Em termos planetários, sozinhos, os Estados Unidos respondem por 25% do lançamento de gás carbônico no ar. 4.2 A floresta absorve carbono e isso dá dinheiro Na reunião de Quioto, em 1997, que foi a terceira conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-3), definiram-se três mecanismos destinados a controlar o efeito estufa provocado pelo excesso de emissões de gás carbônico na atmosfera, tomando-se como base os níveis registrados em 1990. O objetivo é chegar em 2012 com um nível de CO2 na atmosfera 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990. O lançamento de gás carbônico na atmosfera se dá, porem, de forma desigual: insignificante nos países pouco industrializados e exagerada nos países centrais, os ricos, altamente 24 industrializados, que movem suas indústrias e automóveis, se aquecem e se iluminam utilizando combustíveis fósseis. A fundação Pau Brasil, sediada em Itabuna, na Bahia, tem como objetivo obter recursos para desenvolver o reflorestamento na sua região, onde a fundação Pau Brasil já executa a tarefa numa área de 2000 hectares. O projeto envolve florestas já plantadas, portanto, em evolução, período em que a planta absorve carbono. O projeto desenvolve plantações de dendê, cujo óleo considera o combustível limpo do futuro. A floresta amazônica já seqüestrou carbono, mas hoje não o faz mais, pois é madura, está em equilíbrio. A floresta só absorve carbono quando está em crescimento. Quando atinge seu clímax, deixa de incorporar carbonos. Vai apenas manter o equilíbrio entre a fotossíntese, que libera oxigênio, e a sua respiração, que libera CO2. 4.3 Não ao percloroetileno A agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai retirar o solvente percloroetileno do mercado das lavanderias que utilizam a lavagem a seco. Segundo a agência, o produto pode causar câncer e é nocivo a todas as pessoas que estiverem em contato com a substância química ou que respirem o gás que ela emite. As pessoas expostas ao percloroetileno podem sentir enjôos, fadiga e dores de cabeça ou ainda sofrer de falta de coordenação motora e inconsciência. A partir de fevereiro de 2002, fica proibida a instalação de máquinas que utilizem o percloroetileno e as já instaladas nas lavanderias deverão ser substituídas ou adaptadas a novos solventes até janeiro de 2003. As empresas que não se adequarem à resolução estarão sujeitas às penalidades da lei nº 6.437, que prevê desde notificação, até multas que variam de 2 mil a 1,5 milhão de reais. 25 Nos Estados Unidos e diversos países da Europa, devido às constantes campanhas ambientais e de saúde do trabalhador, foi possível reduzir em até 70% o uso do percloroetileno. O hidrocarbono, alternativa segura e que não causa danos as roupas, foi utilizado pela primeira vez no país no início da década de 90. Além de ser ecologicamente correto por ser biodegradável o hidrocarbono traz benefícios aos próprios clientes: as roupas lavadas com esse produto não desbotam nem correm risco de terem seus botões derretidos pela ação do solvente. Entre outras vantagens, o hidrocarbono, doze vezes menos volátil que o percloroetileno, tem um período de degradação de 10 horas e possui baixa classificação como potencial contaminador de águas (não é tóxico para peixes, nem anfíbios) e é totalmente biodegradável. 26 CAPÍTULO V RECICLAR É O MELHOR 5.1 Reciclagem de latas de alumínio O Brasil confirmou em junho o Campeonato de Reciclagem de Latas de Alumínio, com 85% de reaproveitamento, levando a melhor sobre o Japão e os Estados Unidos, tradicionais competidores. Para alcançar o título, falou mais alto a economia proporcionada pela atividade e a fome. No Brasil, 150 mil trabalhadores buscaram a reciclagem como alternativa de emprego. Essa atividade é rara na Europa e nos Estados Unidos, onde prevalecem os processo automatizados de cotação. Só quem se preocupa em separar o lixo e reciclá-lo é a classe A, nas outras classes essa preocupação diminui. O catador não consciência ambiental. A reciclagem é resultado do esforço conjunto de empresas do setor, em caráter permanente e isso é fundamental em processos que impliquem mudanças de comportamento da sociedade, como a educação ambiental. Reciclagem não é modismo. É uma tendência irreversível de sociedades que mudam hábitos de vida e consumo. 5.1.1 Reciclar economiza energia A indústria de alumínio estima que cerca de 15 mil instituições estejam cadastradas em programas permanentes de reciclagem. No Brasil foram reciclados cerca de 9 bilhões de unidades, ou 119,5 mil toneladas de alumínio, envolvendo duas mil empresas e uma grande rede de catadores. A recente crise energética mostrou uma grande vantagem ambiental da reciclagem do alumínio: a economia. O processo de obtenção do alumínio a partir da 27 bauxita é eletro intensivo, exige grandes cargas de energia elétrica. Ao reutilizar o alumínio que já gastou energia, elimina-se a fase da produção que exige a utilização do recurso natural (água ou gás natural) para movimentar as turbinas elétricas. O Brasil produz 1,2 milhões de toneladas de alumínio por ano e consome 19.408 GWh, correspondentes a 5,3% de toda a geração de energia. A energia gasta por uma latinha reciclada é apenas 5% da energia gasta. A reciclagem economizou cerca de 3600GWh de energia, suficientes para abastecer durante um ano, uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. 5.2 Reciclagem com sucesso Uma grande quantidade de lixo é gerada diariamente na fábrica da ABB, localizada em Osasco, São Paulo. Para atenuar o problema foi implementado um sistema de coleta seletiva, uma ação do sistema de Gestão Ambiental. Hoje, os mais de mil funcionários, tanto de áreas administrativas, quanto “fabris”, separam papéis, metais, vidros e plásticos do lixo orgânico. Empresas especializadas em reciclar esses itens, licenciadas pelo Cetesb, dão um destino correto aos materiais, devolvendo-os ao ciclo produtivo. A coleta seletiva é realizada há três anos. São separadas por mês quatro toneladas de plástico, quatorze toneladas de papel, 500 quilos de vidro e 50 quilos de alumínio. Outras 45 toneladas de rejeitos orgânicos são destinadas mensalmente para aterros. “O mais importante foi conscientizar os funcionários da necessidade de fazer a separação”, lembra Herman Kellner, engenheiro de meio ambiente da ABB em Osasco. Com isso foram feitos treinamentos, para ensinar sobre o procedimento e a importância da coletiva seletiva na preservação ambiental. A ABB é uma empresa líder global em tecnologias de energia e automação, que possibilita aos clientes de indústrias e concessionárias aprimorarem sua performance, enquanto reduzem seu impacto ambiental. Emprega 160 mil pessoas em mais de 100 países, 6500 das quais no Brasil. 28 O lixo que a unidade da ABB deixou de enviar para os aterros e destinou para a reciclagem em três anos corresponde (em toneladas, desde 1999) a: - vidro = 181,8 caminhões de lixo - plástico = 14.414,4 caminhões de lixo - papel = 50.450,4 caminhões de lixo - alumínio = 18 caminhões de lixo 29 CAPÍTULO VI O RESPEITO PELA ECOLOGIA 6.1 As mulheres e o Rio_10 Emersas da política balizada por temas mais epicamente femininos tais como direitos reprodutivos, combate à violência sexual e doméstica e reconhecimento pela carga do trabalho domiciliar, as mulheres inauguraram na Rio92 a participação na política global mais ampla. A proteção da biodiversidade e o acesso aos recursos naturais é outro ponto da agenda das mulheres. A agência da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) reconhece que cerca de 60% dos alimentos são produzidos pelas mulheres e isso lhes dá legitimidade para reivindicar. Elas ressaltam que a diversidade biológica está ameaçada pelos atuais padrões de produção e consumo que contribuem para a destruição dos ecossistemas naturais do qual dependem grandes contingentes humanos. Embora se fale muito sobre a necessidade de erradicar a fome, ela é muito mais decorrente da má distribuição do que da falta de alimentos. Estima-se que existem no mundo 800 milhões de pessoas famintas e 2,4 bilhões de mal nutridas. No entanto, com a produção atual de alimentos, cada pessoa poderia comer todos os dias 1,7 Kg de cereais, feijões e nozes, 200g de carne, leite e ovos, e 0,5 Kg de frutas e vegetais. Outra gestão importante para a segurança alimentar, ponto crucial da Agenda das Mulheres, é o uso difundido de agrotóxicos na agricultura. O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo. Apenas 2% da produção agrícola brasileira não contém agrotóxicos. Essas substâncias químicas têm efeitos nocivos sobre a saúde humana e, nas mulheres, causam abortos, má formação dos fetos e diversos tipos de câncer. 30 6.2 Punta de Lobos, a herança do Sul1 O solar grande de Taparacá, no deserto de Atacama, a 80 Km do sul da cidade de Iguigue, no Chile, impressiona por obra da natureza. A extração do sal a céu aberto, executada pela mineradora Punta de Lobos impressiona por obra da engenharia. A moldura geológica do solar grande compõe-se de rochas sedimentares marinhas e continentais e de rochas metamórficas, que incluem idades que vão desde o Paleozóico até o Heloceno. Os Solares do Atacama foram formados pela evaporação das águas que deixaram o sal na superfície. Durante 12 milhões de anos, as águas do degelo da cordilheira dos Andes desceram pelas “quebradas” – rios que se formam no verão – até a cordilheira da Costa onde ficaram retidas. A água infiltrada no solo poroso do deserto foi enriquecida progressivamente pela interação com as rochas vulcânicas. Com o calor abrasador do Atacama, a água do subsolo evaporou, deixando os sais na superfície. A jazida de cloreto de sódio existente no solar grande de Taparacá é o maior do mundo a céu aberto em tamanho e qualidade. Seu grau de pureza superior a 98% se estende por 45 KM de comprimento e 5 Km de largura. A cratera formada para a extração de 22 mil toneladas por dia tem hoje quase um quilômetro de diâmetro e 70 metros de profundidade. No interior da grande cratera da Mina Punta de Lobos, a claridade é tão forte que é difícil outra cor além do branco. A mineração, o processamento dos 15 produtos diferentes classificados em três grupos: sais industriais, químicos e para degelo de estradas, e o embarque no Porto de Patillas são totalmente mecanizados. 1 Texto de Heitor Reali Fragoso e Silvia Reali Servadel 31 6.2.1 Compromisso com a qualidade do ambiente “Toda a mineração do cloreto de sódio venezuelano é feita dentro dos padrões mais rígidos para o controle ambiental e segurança do trabalhador.” O respeito ecológico é um argumento de venda. Para proteger o ambiente e respeitar as normas vigentes do Comitê Regional do Meio Ambiente, a mineradora monitora a qualidade da água do mar no Porto de Patillas, e a não interferência na fauna e na flora durante a produção. Ao lado do porto, rochas recobertas de guano – excremento de pássaros – e que foram durante séculos a principal fonte de riqueza dessa região, são preservados pela Companhia Punta de Lobos. A preservação do meio ambiente é uma exigência que vai muito além das razões culturais, econômicas e políticas. Não há fronteiras para os acidentes causados pela mão do homem. Quem mais se lembra dos últimos grandes desastres ecológicos? O derramamento de mercúrio na baía de Hinamata no Japão, em 1959, o vazamento do vapor tóxico de dioxina na cidade italiana de Seveso, em 1976, o acidente na usina atômica de Three Hille Island, nos Estados Unidos, em 1979, o vazamento de gás venenoso da Dow Chemical em Bophal, na Índia, em 1984, e o mais famoso de todos, o da usina de Chernobyl, na então União Soviética, em 1986. Na busca de novas fontes de capital, principalmente no setor da mineração, os investidores estrangeiros procuraram se estabelecer em países cujas leis de proteção ambiental são pouco rígidas. O trabalho de mineração do cloreto de sódio vem sendo feito dentro dos padrões mais rígidos para o controle ambiental e segurança do trabalhador, segundo assinala a companhia que explora a jazida da onde se poderá extrair sal ainda por um milênio e meio, até por volta do ano 3500. 32 O respeito ecológico é encarado pela empresa como uma atitude que serve até de bom argumento de venda, num mundo em que a consciência ambiental é cada vez mais difundida. 6.3 Alerta vermelho para a mancha negra Além de cobrir de óleo a costa da Espanha, o afundamento do navio petroleiro Prestige também expôs a fragilidade das leis internacionais de proteção ao ambiente marinho. O afundamento deste petroleiro a 270 KM da costa espanhola já provocou vazamento de aproximadamente 20 mil toneladas de óleo no mar. O navio está a 3600 Km de profundidade, com 14 rachaduras e, segundo informações do governo espanhol, continua derramando cerca de 125 toneladas de óleo por dia. A mancha com mais de 300 KM de extensão atingiu 90 praias da Galícia, região autônoma do noroeste espanhol. Contudo, mais do que um grande desastre ambiental, o naufrágio do Prestige revela os vazios do direito internacional em matéria de prevenção. 6.4 50 mil litros vazaram no Alasca Traumatizados pela tragédia do Exxon Valdez no Alasca em 1989, quando 50 mil litros de petróleo vazaram e contaminaram um dos ecossistemas mais sensíveis do mundo, os Estados Unidos proibiram unilateralmente em 1992 os navios de casco simples. As três centrais de trabalhadores da Galícia realizaram grandes protestos contra a catástrofe ecológica e pesqueira em primeiro d dezembro nas principais cidades da região, como La Corunã, a maior cidade galega, e Santiago de Compostela, onde reuniram mais de 200 mil pessoas. 33 Segundo estimativas, perderam emprego, ao menos temporariamente, cerca de 4 mil pescadores e 28 mil trabalhadores de indústrias vinculadas à pesca. O Ministério do Meio Ambiente não utiliza os meios que dispõe para limpar e descontaminar o litoral galego, e que caminhões e retrocavadeiras permanecem inutilizadas. O Instituto de Pesquisas Químicas e Ambientais de Barcelona confirma a presença no óleo derramado de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos pesados, considerados os mais tóxicos e potencialmente cancerígenos entre todos tipos de petróleo. A área onde o Prestige afundou está nas proximidades de uma imensa montanha marinha. A área se destaca pela rica biodiversidade, com grande presença de aves marinhas no chamado “ banco galego”. Nas praias contaminadas apareceram mortos alguns golfinhos e centenas de aves, peixes e moluscos, além de inúmeros outros animais vivos, cobertos de óleo, que logo começaram a receber tratamento na tentativa de serem salvos. 6.5 Crateras da cobiça Para quem observa do alto, são como crateras lunares plantadas na paisagem da verde bucólica zona rural de vazante... De perto, são grandes e ameaçadores buracos, em geral circulares, com profundidade de até 25m de diâmetro. Assim começa o prólogo do livro “Cratera da cobiça”, em que o jornalista José Carlos de Assis reúne uma série de denúncias sobre o crime ambiental que afeta a região de Vazante, um município de 20 mil habitantes no noroeste de Minas Gerais, perto da divisa com o Estado de Goiás. As crateras descritas em seu livro recebem dos geólogos o nome técnico de dalinas. Elas se multiplicaram assustadoramente entre as fazendas de Vazante, em conseqüência da exploração indiscriminada de zinco, pela CMM, Companhia Mineira de Metais, do grupo Votorantim. As dalinas costumam ocorrer em solos 34 calcáreos, como é o caso de Vazante. Surgem no curso de décadas ou séculos devido ao delicado sistema geológico da região. 6.5.1 Dalinas Esse aumento abrupto do número de dalinas vem ocorrendo devido ao bombeamento de um volume excessivo de água nas rochas das cavernas calcáreas. A retirada da água, com o objetivo de permitir a extração do zinco, acaba afetando todo o solo da região. O bombeamento do líquido, presente nas rochas mais profundas da mina, faz com que estas não suportem mais o peso da camada superior. O terreno inferior acaba cedendo, formando as tais crateras. 6.5.2 Importância ecológica externa No Atlas da biodiversidade de Minas Gerais, elaborado pelo governo do estado, Vazante aparece assinalada como de “importância ecológica externa”. A região é considerada um pólo de atração turística de imenso valor ambiental e científico. Os danos ambientais não se limitam apenas às dalinas. Também tem sido provocada forte poluição hídrica na região. A água bombeada do aguífero deveria ser encaminhada para um reservatório, onde sofreria um tratamento, para posteriormente ser lançada no Rio Santa Catarina, o único do local. Formou-se um sumidouro (primeiro lugar que a água consegue entrar para formar caverna subterrânea) que levou para o lençol freático (lençol de água subterrâneo) os rejeitos da mineração, com toda a sua carga. 35 CAPÍTULO VII A DEVASTAÇÃO DOS EUCALIPTOS 7.1 Monocultura dos eucaliptos2 Quase a totalidade dos 200 milhões de hectares de plantações florestais do mundo – o equivalente a 40% da Amazônia Legal brasileira – são de eucaliptos e, em menor escala, de pinus, devido a busca por espécies de rápido crescimento e bom rendimento madeireiro. Estamos falando de monocultura em escala devastadora, que reduz a biodiversidade, afeta os lençóis freáticos e altera a qualidade do solo. A crescente demanda por madeira impulsiona a expansão dessa espécie, principalmente para a indústria de celulose. A madeira de eucalipto é ainda uma fonte de energia cerca de 87% mais barata que a de combustíveis fósseis. No Brasil, o eucalipto é cultivado para a produção de celulose, carvão, chapas duras e lenhas. 7.2 O eucalipto da Austrália O eucalipto originário da Austrália, possui mais de 600 espécies e pode alcançar até 50 metros de altura. De uma versatilidade incomum, pode ser cultivado tanto à beira-mar quanto a 4 mil metros de altitude e 205 temperaturas que variam de 35ºC a 18ºC. A necessidade de líquido para seu desenvolvimento é uma característica dessa árvore, que consome cerca de 360 litros de água por dia. Em regiões secas as raízes superficiais e a pivotante, de até 7 metros de cumprimento, precisam 2 Texto: Glória Dias da Cruz 36 saciar a planta buscando o líquido no subsolo, o que, em grande parte, é evaporado pelas folhas. Além disso, o eucalipto cresce rápido porque consome os nutrientes do solo nas áreas ricas em fósforo e outros minerais essenciais ao seu desenvolvimento. 7.3 Uso do Eucalipto Dificilmente se encontrará uma planta que possa ser tão completamente usada. A madeira é empregada pela indústria, as cascas ricas em guino-tanino, são muito estimadas para curtume, das folhas extraem-se seus óleos essenciais, e até as flores são um dos melhores e mais abundantes pastas para as abelhas. Diante da falta de chuva, as raízes dos eucaliptos abriram verdadeiros drenos para retirar do terreno grande quantidade de água, devido ao extraordinário poder de absorção pelas raízes e à enorme evaporação das folhas. Essa característica e mais o fato de o gênero ser exótico, foram o estopim para a ocorrência de verdadeiras campanhas anti-eucaliptos. Na verdade, o problema não é o eucalipto, mas da forma como ele foi implantado,s em levar em conta o conceito de sustentabilidade. No caso do Brasil, um agravante é que ele foi introduzido principalmente em áreas de baixa precipitação pluviométrico, afetando a biodiversidade daqueles locais. 7.4 Maior área de floresta de eucaliptos O Brasil possui maior área de floresta plantada com eucaliptos no mundo (5 a 6 milhões de hectares, equivalente a metade de Minas Gerais: área que supera aquelas plantadas com arroz, feijão e café, atingindo níveis de produtividade invejáveis). Porém, problemas sociais e ambientais surgiram. Em Minas, a paisagem 37 foi transformada pela monocultura que fez desaparecer pássaros, mamíferos e plantas, inclusive em áreas da Mata Atlântica e Cerrado. O ideal é plantá-lo em consórcio com outras culturas. No entanto, o eucalipto tem um poder de alelopatia muito grande – não permite que outras espécies se desenvolvam perto dele, a não ser anos depois de ter sido instalado no local. 38 CAPÍTULO VIII DESPOLUIÇÃO E DESASTRE ECOLÓGICO 8.1 Alegria reduz esgoto na Baía de Guanabara Entrou em operação mais uma das duas estações de tratamento de esgoto destinadas a reduzir a poluição da Baía de Guanabara. A Estação de Alegria, no bairro do Caju, foi inaugurada em julho e é o ponto final de um sistema de 23 quilômetros de coletores-tronco, que abrange área de 8.634 hectares, beneficiando 1,5 milhão de moradores de 46 bairros, distribuídos pelas bacias do Faria Timbó, Alegria, Mangue, Catumbi, São Cristóvão e Centro. As área beneficiadas têm rede coletora há muito tempo, mas os esgotos eram lançados nas águas da Baía de Guanabara. A obra que custou 183 milhões de reais foi financiada pelo governo japonês. Saneamento é saúde, proteção ao meio ambiente, qualidade de vida e desenvolvimento econômico e social. 8.2 Mais relâmpagos e mortes O aquecimento da Terra pelo efeito estufa provoca o aumento das tempestades carregadas de eletricidades, particularmente nos países tropicais, com conseqüentes perdas de vidas humanas e econômicas. No Brasil, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, multiplicouse a ocorrência de relâmpagos nas regiões mais povoadas. A média anual de mortes causada por raios no país é de 100 a 150, mais acredita-se ser maior, pois não são sempre registradas. Na região metropolitana de São Paulo, houve 40 mil relâmpagos no último verão, conta 15 mil no mesmo período do ano anterior, refletindo um excesso de eletricidade no ar. A maior densidade demográfica e industrial explica o acréscimo, 39 já que provocam as chamadas “ilhas de calor” urbanas, alimentadas pela contaminação ambiental. 8.3 Vazamento deixa rastro de destruição3 O desastre deixou um rastro de mais de 200Km de devastação. Em menos de uma semana, um vazamento de produtos tóxicos, em Minas Gerais, atravessou o território fluminense, causando grande dano ao mais importante rio do Estado e afetando o abastecimento de água de mais de meio milhão de pessoas. Para muitos foi o maior acidente ambiental ocorrido no Brasil. Ao todo, 1,2 bilhão de litros de rejeitos químicos – como soda cáustica e cloro ativo – foram despejados num pequeno riacho, seguindo para o Rio Pomba, que deságua no Rio Paraíba do Sul. Os produtos estavam havia doze anos num reservatório da fábrica de papel de Cataguases, onde soube-se depois, não era feita nenhuma inspeção. O vazamento causou prejuízos incalculáveis aos rios. Além de venenosos, esses produtos tiram o oxigênio da água. Calcula-se que serão necessários dez anos para recompor a vida fluvial. 8.4 O Édem na linha de fogo Um pesadelo corrente assalta o sonho dos ambientalistas: que o poder de fogo na segunda guerra do Golfo arrase com o pouco que resta dos mangues na Mesopotâmia, onde, segundo muitos acreditam, existiu o bíblico Jardim do Édem. Santuário de milhões de exóticas aves, os mangues são os mais importantes do Oriente Médio. Os mangues da Mesopotâmia, onde floresceram civilizações como a babilônica e a sumérica, são agora extremamente frágeis e estão na linha de fogo. 3 Texto Fátima Sá. 40 O coração dos manguezais está no sul do Iraque, na fronteira com o Irã e o próximo de grandes cidades como Basra, que nos últimos dias sofre sua pios crise humanitária, depois da onipotente chuva de fogo iniciado pelos Estados Unidos. Ali também arderam os primeiros poços de petróleo, quase uma dúzia. Os mais de 600 poços que o Iraque possui são uma bomba de tempo para os mangues, junto com a potencial contaminação pelo uso de armas convencionais e de destruição em massa, pela passagem de centenas de veículos de guerra pelo deserto. Onde há pouco havia um dos mais impressionantes espetáculos naturais – milhões de exóticas aves migratórias cobrindo os céus – encontrou-se um cenário desértico. 8.5 A água mais importante que o Petróleo “A água é mais importante do que o petróleo”. A destruição dos mangues é o problema ambiental mais grave na região. Até pouco tempo atrás, os mangues alimentaram a multimilionária indústria do camarão da região, e abasteceram 60% do mercado de pescado fresco iraquiano. Dali também chegavam aos mercados milhares de patos e gansos que foram fonte crucial de proteínas para os iraquianos. A destruição dos mangues acreditam especialistas, pode ter afetado o clima regional, com graves efeitos no habitat de quase 400 espécies de aves. Várias espécies ameaçadas nos preocupam porque são mais vulneráveis a vazamentos químicos ou de petróleo que as terrestres. Com ou sem efeitos diretos da atual guerra, seria necessário a curto prazo um fluxo emergencial de água de reservatórios do Irã e do Iraque para restaurar os mangues. 41 CONCLUSÃO Chegamos ao final de uma grande viagem. Queira Deus, que nos sirva de exemplo, por tantas tragédias, por tantas seqüelas e por tanto desamor. Que a natureza fale mais alto dentro do coração de cada um que passar por estas linhas. Que o homem sinta a natureza, como o seu grande amor. Permita Deus, que o equilíbrio necessário comece dentro de nós. Que façamos a cada dia o exercício da bondade, do carinho e do amor pelo nosso planeta. 42 BIBLIOGRAFIA BOFF, Leonardo. Saber cuidar. CADERNOS DO TERCEIRO MUNDO ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO GALILEU JORNAL DO BRASIL. JB ecológico. NOVAIS, Vera Lúcia D. Ozônio: aliado ou inimigo. Ed. Scipione. 43 ÍNDICE INTRODUÇÃO .................................................................................................. 06 CAPÍTULO I CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................... 1.1 Vazamento de tubulação na refinaria .................................................... 1.2 A revitalização ambiental ....................................................................... 1.3 Mudanças nos modelos de segurança .................................................. 1.4 Controle de vazamento .......................................................................... 1.5 1984, difícil esquecer, quando se trata da maior tragédia da humanidade .................................................................................................. 1.6 Brasileiros contaminados ....................................................................... 1.7 Brasil é destaque em lista de crimes ambientais atribuídos à indústria.. 1.7.1 Petroquímica União-Guarujá (SP) ................................................. 1.7.2 Bayer, Belford Roxo (RJ) …………………………………………….. 1.7.3 Rhodia, Cubatão (SP) .................................................................... 1.7.4 Shell, Paulinéia (SP) ………………………………………………….. 1.7.5 Solvay do Brasil, Santo André (SP) ............................................... 1.7.6 Shell, Vila Carioca (SP) ................................................................. 1.8 Fechamento de Chernobyl ..................................................................... 12 43 12 13 13 13 13 13 14 CAPÍTULO II SIMPLESMENTE INESQUECÍVEL, AMBIENTALMENTE AMEAÇADO ......... 2.1 Fernando de Noronha com os dias contados ........................................ 2.1.1 Resíduos sólidos ........................................................................... 2.1.2 Poluição atmosférica ..................................................................... 2.1.3 Lixo ...................................................................................................... 15 15 15 16 16 CAPÍTULO III OZÔNIO, ALIADO OU INIMIGO ....................................................................... 3.1 Ozônio freqüenta os noticiários .............................................................. 3.1.1 Nível de ozônio em SP preocupa Greenpeace .............................. 3.2.2 Agrotóxico ameaça a camada de ozônio ....................................... 3.2.3 Importância e característica do ozônio .......................................... 18 18 18 18 19 CAPÍTULO IV PROBLEMAS AMBIENTAIS ............................................................................. 4.1 Enfrentamentos dos graves problemas ambientais e sociais que passa o mundo ....................................................................................................... 4.1.1 O que saiu de Joanesburgo ........................................................... 4.1.2 Lixo no cosmos .............................................................................. 4.1.3 Mudança climática ......................................................................... 4.2 A floresta absorve carbono e isso dá dinheiro ....................................... 4.3 Não ao percloroetileno ........................................................................... 08 08 09 09 10 11 20 20 20 21 22 23 24 CAPÍTULO V RECILCAR É O MELHOR ................................................................................ 26 5.1 Reciclagem de latas de alumínio ........................................................... 26 44 5.1.1 Reciclar economiza energia ........................................................... 26 5.2 Reciclagem com sucesso ....................................................................... 27 CAPÍTULO VI O RESPEITO PELA ECOLOGIA ...................................................................... 6.1 As mulheres e o Rio_10 ......................................................................... 6.2 Punta de Lobos, a herança do Sul ......................................................... 6.2.1 Compromisso com a qualidade do ambiente ................................. 6.3 Alerta vermelho para a mancha negra ................................................... 6.4 50 mil litros vazaram no Alasca .............................................................. 6.5 Crateras da cobiça ................................................................................. 6.5.1 Dalinas ........................................................................................... 6.5.2 Importância ecológica externa ....................................................... 29 29 30 31 32 32 33 34 34 CAPÍTULO VII A DEVASTAÇÃO DOS EUCALIPTOS .............................................................. 7.1 Monocultura dos eucaliptos .................................................................... 7.2 O eucalipto da Austrália ......................................................................... 7.3 Uso do Eucalipto .................................................................................... 7.4 Maior área de floresta de eucaliptos ...................................................... 35 35 35 36 36 CAPÍTULO VIII DESPOLUIÇÃO E DESASTRE ECOLÓGICO ................................................. 8.1 Alegria reduz esgoto na Baía de Guanabara ......................................... 8.2 Mais relâmpagos e mortes ..................................................................... 8.3 Vazamento deixa rastro de destruição ................................................... 8.4 O Édem na linha de fogo ........................................................................ 8.5 A água mais importante que o Petróleo ................................................. 38 38 38 39 39 40 CONCLUSÃO ................................................................................................... 41 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 42 ÍNDICE............................................................................................................... 43 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Projeto A Vez do Mestre Pós-Graduação “Lato Sensu” Título da Monografia: “QUESTÃO AMBIENTAL” Data da entrega: _______________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Avaliado por:_______________________________Grau______________. Rio de Janeiro_____de_______________de 20___ 46 ANEXOS