CD-ROM Fortalezas Multimídia: Anhatomirim – Todos os Direitos Reservados
1901- Fortalezas no início do século XX - 1 DOC-34
Trecho extraído da cópia do documento "Tombamento dos Próprios
Nacionais pertencentes ao Ministério da Guerra e situados no Estado de
Santa Catarina, 1901" da Delegacia de Engenharia junto ao Comando do 5º
Distrito militar. Fortalezas de Anhatomirim e Araçatuba Fortalezas
Armadas:
1-Santa Cruz
Ilha Inhato-mirim - "É nesta que foi construida a Fortaleza de Santa Cruz. (A Ilha
tem a forma oval, medindo 418 m na maior extensão N-S e 61m,60, na maior
largura de E. para O). Acha-se collocada na entrada da barra Norte do ponto da
capital do Estado, a 300 m do continente.
Acha-se inteiramente fortificada e é nella que estão edificadas todas as
dependencias da Fortaleza.
Está em bom estado de conservação e é quasi que completamente despida de
vegetação.
Pode-se avalial-a em 2:000#000r.
Nada consta da epoca e do documento de sua incorporação as dominio do
Ministerio da Guerra, só se sabendo, por tradição, que em 1739, já em
considerado como proprio nacional.
(página 12-13)
Muralhas - São todas construidas de pedra e cal. A bateria da praça é a mais
importante, tem 248m de desenvolvimento, com um parapeito que varia de
0m,80 à 6m,40 de largura. É de forma polygonal e prolonga-se desde a "Rua
Marechal Deodoro", até a passagem do canal. Na frente principal da bateria e em
nivel inferior, acha-se a do " lume d ‘agua", de forma retangular, com 60m de
desenvolvimento e á qual se chega por um caminho abobadado cuja entrada está
practicada no terrapleno da bateria de praça. Alem dessas duas baterias,
existem mais duas: uma de forma polygonal, com 70m de desenvolvimento e com
parapeito de 0m,80 de largura, sita à parte O. da Ilha e, finalmente, a ultima que
guarnese os flancos do portão d’entrada da Fortaleza. O fim primitivo e destino
actual d’essas baterias, descorrem da posição em que se acham: a bateria de
praça, depende a entrada da barra do Norte e respectivo canal, cruzando seus
jogos com a Fortaleza da Ponta-Grossa, sendo nisso proverozamente auxiliada
pela bateria do " lume d ‘agua", a bateria do canal, defende este e cruza ainda
seus fogos com a "Fortaleza de Ratones" e, finalmente, a "bateria do portão",
defendem da entrada principal da Fortaleza. Todas as muralhas acham-se
bastante estragadas e muitos Trecho ameaçam ruinas.
Pode-se avalial-as em 15:000#000r.
Sabe-se e isso mesmo por tradições, terem sido construidas no ano de 1739.
(página 13)
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Casa de residencia do Commandante - É uma casa térrea, construida de
alvenaria de tijolo, com 11m,30 de frente à rua Marechal Deodoro" e 21m,40 de
fundos, dando o flanco direito para a "Rua Coronel Cezar". Foi edifecada no local
onde existia a capella da Fortaleza. Tem 3 aberturas na frente, 6 em cada flanco e
é dividida ao meio por uma parede longitudinal. Esvalhada e formada, sendo o
telhado de 4 aguas e telhas planas, digo, convexas.
Foi construida para moradia do official commandante da Fortaleza e hoje serve
alem disso, para residencia do ajudante da praça.
Acha-se em magnifico estado de conservação, tendo sido recentemente caiada e
pintada.
Avalia-se-a em 22:000#000r.
Foi construida em 1895.
(página 14)
Aquartelamento - Grande edificio construido de pedra e cal, na encosta da parte
mais elevada da Ilha, com frente de sobrado para o lado Este e terrea para lado
opposto, levantado sobre 13 grandes arcadas de tijolos e pilares de pedra e cal. A
sua frente méde 68m e os fundos, 11m. Entre os arcos, acham-se alguns
compartimentos destinados ao xadrez de sentenciados e habitação de familias de
praças. Na parte assobradada, acham-se: moradia de official, rezerva d´inferiores,
alojamento das praças, arrecadação d´armamento, moradia de praças casadas e
o refeitorio.
Sempre serviu e ainda serve de aquartelamento da força destacada na Fortaleza.
Construido há 128 annos e attendendo-se `a essa idade, acha-se que está bem
conservado; porem, na realidade, está carecendo de reparos urgentes, como
sejam: concerto geral no ssoalho, substituição de muitas portadas e portas e
janellas que se acham pôdres; collocações de fôrro, retalhamento geral, caiação e
pintura.
Este predio póde valer 18:000#000r.
Sabe-se apenas que foi construido em 1773.
(página 14)
Cosinhas - Bem em frente á face principal do pavimento superior destinado á
aquartelamento e encostado ao môrro, acham-se as 2 cosinhas da Fortaleza,
construidas d´alvenaria de tijolo, com uma frente de 13,m 20 e 4,m 10 de fundos,
sem fôrro sem soalho e com telhado de meia agua. Cada uma déllas, tem uma
porta e uma janella.
Fôram levantadas para esse fim.
Acham-se em bom estado.
Pode-se avalial-as em 1:300#000r.
São de construcção recente.
(página 14-15)
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Antiga residencia dos commandantes - Sobrado construido de pedra e cal,
com 15,m80 de frente à "Rua Marechal Deodoro" e 17m,20 de fundos, com 2
portas no pavimento terreo e 3 portas com sacadas francezas na fachada do
pavimento superior.
Esta casa éra antigamente reservada para moradia dos commandantes da
Fortaleza e actualmente é ocupada: o pavimento térreo, pela arrecadação de
generos, xadrez e corpo da guarda e o superior, por familias de officiaes.
Está em quasi completa ruina, tendo chegado ao ponto de não poder-lhe fazer
concerto algum, pois tocando-se em qualquer uma de suas paredes, todo elle
desabará. A parede do lado O, está em ruinas. O madeiramento acha-se todo
pôdre e o telhado, completamente esburacado.
Vale 2:000#000r.
Foi construido em 1773.
(página 15)
Arrecadação de material - Casa terrea, construida de pedra e cal, situada no
flanco esquerdo do aquartelamento, com 4,m95 de frente e 10m,56 de fundos. É
soalhado e fôrrado e o telhado, de 4 aguas.
Sempre serviu de deposito de materiais.
Acha-se em ruinas.
Pode valer 500#000r.
Pelo pessimo estado em que está o seu madeiramento e, mesmo, as suas
paredes mestras, julga-se ter sido construido na mesma epoca em que o foi o
aquartelamento.
(página 15)
Telegrapho - O predio em que está assento o telephone destinado à transmissão
da correspondencia para o telegrapho nacional, é um velho sobrado, construido
de pedra e cal, com 7m,92 de frente e 10,m41 de fundos, situada na parte mais
elevada de O da Ilha e no flanco direito da residencia dos Commandantes. As
suas paredes medem 2m de espessura.
Serviu antigamente, de deposito de polvora e hoje serve para nélle funcionar o
telephone e mora o respectivo telephonista, no pavimento superior; no pavimento
térreo, esta um xadrez de sentenciados.
Está ameaçando eminete ruina.
Pode-se avalial-lo em 1:700#000r.
A construção deste sobrado deve remontará epoca das primeiras edificações da
Ilha.
(página 15-16)
Paiól de pólvora - Foi recentemente construido, parte de alvenaria de tijolo e
parte, de pedra e cal, ao lado esquerdo e em nivel superior ao do portão d’
entrada da Fortaleza, no local onde existiu o antigo paiól. Este paiól de polvora
tem internamente, 10m, 30 de profundidade e 8m,20 de largura e é coberto por
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uma abóbada de berço recto, apoiada em paredes com 1m d´espessura. É todo
cimentado.
Tem exteriormente a fórma de chalet, com 2 portas, uma na fachada e outra na
face posterior, ambas guarnecidas de madeira. Contornando o deposito, existe um
corredor de 1m,85 de largura, limitado por um muro guarda-fôgo, com 0m,80
d´espessura, no qual acha-se o portão principal do paiol. Este muro de protecção,
tem 17m,05 de frente 16m, 90 de flancos, achando-se sua face posterir, unida ao
môrro ao qual serve de sustentação. É munido de para-raio.
Serve de deposito da polvora existente na Fortaleza.
Para sua bôa conservação necessita de reparos urgentes no muro guarda-fôgo,
afim de evitar-se que as rachas que se notam na fachada e flanco direito,
produzam a sua queda. Precisa tambem e sem demóra, de tapetes e sandalias,
afim de prevenir-se algum desastre. Um de seus principais defeitos, é acharem-se
enfiadas as duas portas d´entrada.
Pode valer 8:000#000r.
Foi construido em 1895 ou 1896.
(página 16)
Antigo deposito de polvora - É uma casa térrea, construida d´alvenaria de tijolo,
com cobertura de 4 aguas, situada na porta de desembarque da Fortaleza. Méde
14m, 30 de frente e 5m,5 de fundos. É soalho em parte e ladrilhada quasi
metade: não é forrada.
Foi construida para servir de deposito de polvora e actualmente serve de
habitação de praças casadas.
Está em regular estado de conservação.
Vale 4:000#000r.
Nada consta acerca da epoca de sua construcção.
(página 17)
Chalet - É uma casa térrea, construida de alvenaria de tijolo, com a frente
disposta perpendicularmente a da casa anteriormente descripta. E situada no
porto da Fortaleza. Não é forrada nem soalhada e não tem divisões internas. A
sua frente méde 13m, 10 e os fundos, 8m,40. Tem na fachada, 4 aberturas e 3 em
cada flanco. É occupada por praças casados.
Esta bem conservada e não tem outro destino visto não estar acabada de todo.
Pode-se avalial-a em 4:200#000r.
Foi construida em 1891.
(página 17)
Rancho - Acha-se situado no porto de embarque e desembarque da Ilha e tem a
fórma de chalet. Mede 6m,90 de frente e 10m,10 de flancos, dispondo de 2
pavimentos, com muito pouca altura. O pavimento terreo é aberto na frente.
Serviu e ainda serve para habitação dos remeiros, no pavimento superior e o
pavimento terreo, para deposito de embarcações da Fortaleza.
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Acha-se em completa ruina.
Pode-se avalial-o em 100#000r.
Ignoram-se em que data foi construido
(página 17)
Fonte - Sita na extremidade Sul da Ilha, construida de pedra e cal, com cobertura
abobadada.
Fornece agua um tanto salobra, ao pessôal da Fortaleza.
Acha-se bem estragada.
Vale 40#000r.
Pelo aspecto que apresenta, deve ser das primeiras construções da Fortaleza.
(página 17)
Terras do Padrasto - É uma sórte de terras, no continente, fronteiro a Ilha em que
está a Fortaleza de Santa Cruz. A sua maior extensão, correndo de N. N. E., é de
165m, com uma largura nacional entre 352m, n´alguns pontos e n´outros com uma
largura maxima de 607m, apresentando uma área total de 68.573 m2,12, segundo
a demarcação e medição feitas em 1784. É inteiramente coberta por expessa
vegetação que se extende até a praia.
Em 1785, data em que fôram adqueridas, deu-se-lhes o destino de servirem de
Padrasto da Fortaleza e as suas mattas, para nèllas se cortar madeiras de
construcção, lenha para consumo da Fortaleza e navios da esquadra e
finalmente, para servirem de logradouro ao pessôal da Fortaleza. É déllas que a
Fortaleza supre-se de bôa agua e lenha magnifica.
Estão bem conservadas.
Valem 2:800#000r.
Fôram adqueridas por desapropriação por utilidade publica, em 1785, sendo
dadas ao seu legitimo possuidôr, outras terras nos campos de Garopaba, para
isso medidas e demarcadas em 11 de setembro de 1784.
(página 18)
2- Araçatuba:
Ilha- É inteiramente constituída de rochedos, sem a menor vegetação, situada na
entrada da barra Sul do porto de Florianópolis, entre a Ponta dos "Naufragados ",
onde está o Pharol do mesmo nome e as ilhas dos "Papagaios". É nesta ilha que
está a Fortaleza de Araçatuba. Acha-se á 15 milhas de distancia da Capital, a
500m da ponta dos Naufragados e a 200m da Ilha dos Papagaios. Está fortificado
a mais d’um século.
Si bem que a sua parte mais elevada esteja á 15m acima do nível do mar, nas
grandes marés e com vento sul, é completamente batida pelas ondas, que
arrebentando d’encontro os rochedos a molham inteiramente.
Vale 200#000r.
Nada consta à respeito da época em que foi incorporada ao Ministério da Guerra.
(página 18)
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Muralhas - Compõe-se esta Fortaleza, de duas baterias: a do "lume d’agua"e a
alta. A primeira é de fórum polygonal, defende o canal e o porto de desembarque.
Tem 35m de desenvolvimento, sendo o parapeito construído d’ alvenaria de
tijolo, com 1m,60 de largura e 0m,90 de altura sobre o terrapleno. É nesta bateria
alta que está o mastro para signaes. Dá entrada à bateria alta, um pórtico
encimado por em frontão triangular em cujo tympano de lê a seguinte inscripção:
"Fortaleza de Araçatuba - Reconstruida no Governo do Marechal Floriano
Peixoto - 1894". As muralhas foram construidas ha mais d’um século. Apezar de
terem sido completamente reparadas em 1894, acham-se necessitando d’alguns
concertos.
Valem 3:000#000r.
Nada consta acerca da epoca em que fôram construidas.
(página 19-20)
Casa para o Commandante - É uma casa térrea com frente para o canal,
construida de pedra e cal, com paredes dobradas. Méde 8m,65 de frente e
12m,55 de fundos. A fachada tem uma porta e uma janella e é encimada por um
frontão triangular em cujo tympano acham-se as Armas da República. No flanco
direito tem apenas uma porta e no esquerdo, 3 janellas e um portão que dá
entrada para a área que termina na cosinha.
É toda contornada por platibanda. Excepto a cosinha, é toda soalhada e forrada.
Sempre serviu para nélla morarem os Commandantes da Fortaleza. Acha-se bem
conservada, necessitando apenas de caiação, pintura, ligeiro retalhamento,
collocação de vidros em alguns caixilhos, d’um fogão, pois o que existe é
imprestável e finalmente, substituição da porta d’entrada, que se acha estragada.
Pode-se estimul-a em 16:000#000r.
Parece ter sido construida quando se fortificou a Ilha.
(página 20-21)
Casa do telegraphista - É uma casa térrea, em fórma de chalet, construida
d’alvenaria de tijolo, com 9m,55 de frente e 8m,65 de fundos, tendo a sua frente
na linha do flanco esquerdo da casa do precedente. A sua fachada tem duas
janellas e uma porta e é encimada por um frontão triangular. No lado esquerdo,
estão abertas 2 janellas. É toda contornada por um platinado corrido e as suas
divisões internas, são feitas de tijolo em pé. Excepto cosinha, é toda assoalhada e
forrada.
Foi feita para servir de residencia ao telegraphista da Fortaleza; mas actualmente
serve de moradia ao Inferior do destacamento. Interiormente está mal conservada.
Precisa de caiação e pinturas geráes, retelhamento completo e collocação de
vidros em diversos caixilhos.
Pode valer 9:000#000r.
Foi construida em 1894.
(página 20)
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Antiga Arrecadação - É uma casa térrea, cosntruida de alvenaria de tijolo, com
7m, de frente e 9m,10 de fundos, toda contornada por platibanda corrida. Tem 2
janellas e uma porta na frente, 2 janellas no flanco esquerdo e uma porta e sem a
janella, nos fundos. É toda soalhada e forrada. As paredes internas, são de tijolo
em pé.
Serviu de arecadação de generos e hoje nella mora um praça casado.
Está em regular estado de conservação. Precisa ser caiada e pintada. Uma das
paredes inetriores ameaça ruina. Pode-se estimal-a em 4:200#000r.
Foi construida em 1895.
(página 20)
Chalet - É uma pequena casa terrea, com frente para o canal e construida de
alvenaria de tijolo. Tem 6m,35 de frente e 7m,80 de flancos, sendo as suas
divisões internas feitas de tijolo em pé. Tem um alpendre todo ladrilhado com a
mesma frente do chalet e com 1m,90 de largura, sendo os espaços
comprehendidos entre os balaustres, na frente e no lado direito, guarnecidos por
uma grade de ferro. É illuminado e ventillado por 6 janellas: 2 na frente, onde
existe também uma porta e 2 em cada flanco, existindo uma porta nos fundos. É
forrada e soalhada. Serviu de residencia a praças casados e hoje está
desocupada. Precisa urgentemente, de retalhamento, caiação pintura vidros com
vidraças e concerto do ladrilho do alpendre.
É calculado o valor 4:000#000r.
Foi construido em 1894
(página 20-21)
Casa para remeiros - É uma casa térrea com telhados com 4 aguas, construida
de pedra e cal, fôrrada e soalhada olhando para Éste. A sua frente, com uma
porta e uma janella méde 5m,90, tendo 8 m de fundos. Está collocada à esquerda
da bateria do lume d’agua e quasi no mesmo nivel que esta. Tem duas janellas no
flanco direito. Sempre serviu e serve de alojamento de remeiros da Fortaleza.
Caréce de retalhamento, caiação, pintura e collocação de alguns vidros em
diversas vidraças. Pode ser avaliada em 2:800#000r.
Data a sua construcção, da epoca em que se fortificou a Ilha.
(página 21)
Aquartelamento- Grande casa terrea, construida de pedra e cal, com frente para
o canal e situada no terrapleno da bateria do lume d’agua, tendo as paredes
posteriores, apoiadas na encosta d‘ uma pequena elevação. A sua frente méde
19m,50 e os fundos, 5m20. Esta dividida em 3 compartimentos: o da direita, serve
de alojamento ás praças e é clareadao por 2 janellas e uma porta, aberta na
fachada; o da esquerda serve de cosinha, tendo uma porta na fachada e o central,
com uma janella e na porta, serve de refeitório. O alojamento é soalhado e
fôrrado; o refeitório; é fôrrado e ladrilhado e a cosinha é apenas cimentada.
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Sempre serviu de aquartelamento. Necessita de caiação, pintura retalhamento,
pequenos concertos e um fogão novo. Pode-se estimal-o em 6:000#000r.
Foi construido quando se executaram as obras de fortificação.
(página 21-22)
Paiol de pólvora- É uma casa terrea em fórma de chalet, construida de pedra e
cal, com paredes de 0m,80 de espessura, tendo, os pés direitos da abobada que
lhe serve de tecto, 2m, 30 de largura. Tem as seguintes dimensões internas:
2m,96 de largura e 4m, 25 de profundidade. A 1m,50 das faces externas de suas
paredes, acha-se o guarda-fôgo, com 8m,80 de frente e 10m, 40 de fundos. A
porta do paiol propriamente dito, é aberta na fachada e porta d’entrada está
practicada na face esquerda do guarda-fôgo.
É soalhado e tem 4 ventilladores. É situado na frente e em nivel inferior ao da
casa descripta com a denominação - "Telegrapho".
Sempre serviu de depósito de pólvora.
As portas e portadas, acham-se um pouco estragadas. Os ventilladores não dão
ar sufficiente para livral-o da humidade e, além disso, não tem para raio. Precisa
de pintura, caiação e ligeiro retalhamento.
Avalia-se-o em 4:000#000r.
A sua construcção remonta a data das primeiras obras da fortificação.
(página 22)
Antigo paiol - É um pequeno chalet, construido de pedra e cal, dando o seu
flanco esquerdo para os fundos da casa que serviu de telegrapho. Tem 4m,10 de
frente e 5m,80 de fundos, com paredes de 0,80 de espessura.
Serviu por muito tempo de deposito de polvora e actualmente está desocupado,
em vista do estado em que se acha.
Não tem soalho, nem forro e não tem porta. É preciso e urgentemente que se
effectuem esses melhoramentos para que possa ser utilizado como depósito de
munições, visto achou-se em ruinas o que hoje serve para esse fim.
Estima-se-o em 1:000#000r.
É do tempo das primeiras construcções nesta fortaleza.
(página 22-23)
Algibes- Tem a Fortaleza, para seu abastecimento d’ agua, 2 algibes, construidos
de alvenaria de tijolos e internamente cimentados: um, com capacidade de 6 m3,
capta as aguas pluviaes recolhidas pelos telhados e conduzidas pelas algerozes
collocadas na casa do commandante e na do inferior e o outro, com capacidade
de 14 m3, recebe aguas pluviaes do telhado da casa em que mora uma praça
casado e que serviu de arrecadação de generos. Serviram e servem para
captação de aguas pluviaes.
Acham-se em bom estado de conservação: o pequeno, porém, necessita de
tampa e concerto nos algerozes e tubos conductos.
Estimados em 200#ooor.
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Foram construidas em 1895.
(página 23)
Fonte - Além dos algibes, existe nesta Fortaleza, uma fonte que fornece agua
quasi salgada.’’E construida de pedra e cal e coberta por uma pequena abobada
de berço recto. Tem 2m,40 de frente e 2m, 45 de profundidade.
Sempre teve o destino actual.
Vale 40#000r.
Acha-se em regular estado de conservação. Por achar-se em plano bastante baixo
e exposta ás inundações cauzadas pelas grandes marés, é completamente
invadida pela agua salgada, que inutiliza a que ella fornece.
Deve ser da epoca das primeiras construcções da Fortaleza.
Observações - A argamassa empregada nas obras desta Fortaleza, foi
provavemlemte, preparada com areia d’agua salgada, não lavada com agua dice
e com cal de mariscos e por isso, as paredes são bastante humidas e não
seguram bem a caiação que se lhes aplica. Devido à esse motivo, acho que todos
os predios desta fortaleza devem ser caiados pelo menos em 6 em 6 mezes.
A acção destruidora da agua salgada, se faz sentir nesta Fortaleza, um modo bem
notável, pois as telhas dos telhados das casas, apresentam-se quasi que
completamente gastas e já com diversos furos n’uma mesma telha.
Ainda se manifesta de modo ainda mais devastador e prejudicial, nas ferragens,
pois, pode-se dizer, todas as dobradiças, fechaduras, trincas, ferrolhos, etc,
estão completamente gastos pela ferrugem e muitas portas e janellas, já sem
elles. Convirá que, tendo-se de reparar esses grandes inconvenientes,
empreguem-se o cobre ou o latão, pois como é geralmente sabido, estes metaes
não deixam atacar pelo chlorureto de sodio , existente em dissolução n’agua dos
oceanos.
(página 23-24)
Fortalezas desarmadas:
1 - Sant’Anna
Terreno - Demora esta antiga Fortaleza, numa pequena peninsula de fórma
irregular, ano Norte da Capital do Estado, na Ilha de Santa Catharina e bem em
frente ao lugar denominado "Estreito"; o Terreno mede 46.795 m2 de superficie,
coforme a medição e demarcação feitas em 1850 e é em parte, coberta de rasteira
vegetação.
Desde que foi adquerido, nélle construira-se a actual Fortaleza.
O terreno já foi invadido por particulares que se apossaram de diversas pedaços
de terras e nélles coonstruiram pequenos casébres.
Póde ser avalaiado em 1:200#000r.
Foi adquerido antes do anno de 1763, epoca em que fôram iniciadas as obras de
fortificação.
(página 24)
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Muralhas - Affectam a forma polygobal, são construidas de pedra e cal, com
1m,20 de espessura do parapeito e 0m,90 de altura sobre o terrapleno. Este tem
uma area de 31m2 1 . O parapeito apresenta 4 faces, com um desenvolvimento
total de 38m, 30. Na face extrema que se olha para o Norte, acha-se uma vigia
com 0m,55 de raio.
Pela posição em que foi installada, vê-se que seu fim éra defender a entrada do
porto da Capital do Estado, para isso cruzando seus fôgos, com o demolido forte S.
João, que lhe fica fronteiro. Esta hoje desarmada. Não estão em bom estado de
conservação.
Estima-se-as em 1:900#000r.
Fôram construídas em 1763.
(página 24-25)
Edificios - Dá entrada à Fortaleza, um portão grande de moradia, com 2m,50 de
largura pois do qual para chegar-se ao recinto da Fortaleza, transpõe-se um
corredor de 3m,30 de comprimento. Á esquerda désse corredor, acha-se um
alpendre que conduz á 3 salões de 5 m2,28, cada um com porta e uma janella
para o dito alpendre. O lado do Sul, no fim do alpendre, acha-se uma pequena
casa que serve de depósito à grande quantidade de projectos esphericos. Á direita
do referido alpendre, acha-se em seu prolongamento um corredor, tendo: á
esquerda de quem nélle entra, um pequeno compartimento junto ao qual acha-se
um menor, á direita, um pequeno deposito e um grande abobadado que serviu de
paiol de munição e, no fundo désse mesmo corredor, está o compartimento que
serviu de xadrez. Todas essas dependencias são soalhadas, forradas,
emboçadas e rebocadas. As portadas são de cantaria e sua cobertura está em
bom estado de conservação.
Acham-se bem conservadas, necessitando apenas de ligeiros concertos,
principalmente no fôrro do salão da esquerda. Precisa tambem de caiação e
pintura geraes. São avaliadas em 3:600#000r.
Sabe-se por tradicção, terem sido construídas em 1763, quando foram executadas
as obras de fortificação.
(página 25)
2- Ratones
Ilha dos Ratones - É uma ilha de contorno irregular, bastante alta e
completamente coberta por densa e exuberante vegetação situada no centro da
entrada da barra Norte, á umas 6 milhas de Santa Cruz e 7 de Ponta Grossa,
achando-se collocada dentro da linha que une essas duas Fortalezas, sendo a sua
maior extensão, na direcção N.S. É nesta Ilha que foi construida a Fortaleza de
seu nome.
Acha-se muito bem conservada.
Vale 2:400#000r.
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Nada se sabe quanto a epoca, quer quanto ao documento de sua incorporação ao
domínio do Ministério da Guerra.
(página 25-26)
Muralhas - Afecctam a forma polygonal, as que compoem a bateria de praça, a
qual é voltada para o canal, tendo um desenvolvemnto de 120m,40, com uma
media de largura de parapeito de 1m. Na parte norte da ilha, acha-se uma
bateria de fórma circular, com 67m,5 de desenvolvimento e 4m de largura do
parapeito, a qual conmtorna a parte rochosa e mais elevada da Ilha. São todas
construídas de pedra e cal, nálguns pontos, apresentam-se com grande altura de
solo. O portão d’entrada da Fortaleza, é protegido por um fôrro de 3m. de
profundidade e 2m. de largura, depois do qual segue-se um abobadado terminado
n’uma rampa que vai ter ao terrapleno da bateria de praça.
Pela excellente posição em que está, esta Fortaleza poderia efficazmente
concorrer, cruzando sem fógos com os de Santa Cruz e Ponta Grossa, para a
defesa completa da entrada da barra do Norte; mas desarmada como está e no
estado de ruinas que se acha em nada poderá secundar o esforço d’aquellas duas
Fortalezas. Acha-se totalmente em ruinas.
Valem 4:8000#000r.
Não se sabe em que epoca fôram executadas.
(página 26)
Casa para o Commandante - Esta casa térrea está situada na praça da
Fortaleza, é construida de pedra e cal, tem 9m,40, de frente e 14m,80 de fundos,
com cobertura de 4 aguas, fôrrada e soalhada.
Serviu para nélla residirem os seus respectivos commandantes e hoje serve de
uso de moradia ao cabo da esquadra que dá Fortaleza está encarregado.
As paredes necessitam de emboço, reboco e caiação; as portadas, portas e
janellas, acham-se estragadas; o soalho e o fôrro, estão completamente
inutilizadas e precisa d’um retalhamento geral.
Vale 1:300#000r.
Ignora-se a data em que foi construida.
(página 26)
Aquartelamento - É uma grande casa térrea, construida de pedra e cal, com
frente para o canal e com o seu flanco direito apoiado na parte posteriro da casa
anteriormente descripta. Tem 30m, de frente e 7m, de fundos.
É forrada e é soalhada.
Serviu de quartel à força destacada nesta Fortaleza. Actualmente está
desocupada. Só as paredes acham-se em regular estado. O forro, coberturas,
portadas, portas, janellas, etc, acham-se totalmente estragadas. Do soalho sé
restam vestígios.
Pode-se avalial-a em 1:200#000r.
Não se sabe em que tempo foi edificada.
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(página 27)
Paiol da polvora - É uma casa térrea, sita a praça da Fortaleza, na frente e à
poucos metros da casa do, commandante, contruida de pedra e cal, com 3m,85
de frente e 6m,65 de fundos. O flanco direito desta casa, está unido ao môrro que
ahi se eleva. Serviu primitivamente de capella e posteriormente, de deposito de
polvora. Hoje esta abandonada.
Só existem desta casa apenas as 4 paredes.
Estima-se-a em 100#000r.
(página 27)
Casa no porto da Ilha - É construida como as anteriores, de pedra e cal, com
frente ao Sul, 7m,45 de frente e 9m,80 de flancos. É soalhada e forrada e com
cobertura de 4 aguas. Tem nos fundos, um puchado que serve de cosinha. Não
tem divisões internas. Serve actualmente de moradia à uma praça da casa do
destacamento. Acha-se regularmente conservada necessitando apenas de
caiação e pintura.
Avaliada em 3:300#000r.
Não consta em que epoca fôra construida.
(página 27)
Observação - Ainda existem nesta Fortaleza, os vestigios d’uma casa construida
no flanco esquerdo do aquartelamento e os vestigios d’um paiol construido n’uma
pequena elevação e onde iam terminar as muralhas da bateria de praça desta
antiga fortificação.
(página 27)
Fortalezas desmanteladas:
1- Ponta-Grossa
Existiu esta antiga Fortaleza, na barra norte, n’uma ponta de terra ao Norte da Ilha
de santa Catharina, e eque sobe para fôra do mar, na direcção N.S., na pequena
língua de terra éra sercada de mulralha de pedra e cal, com frente ao Ocenao e
canal da barra, olhando para O e fundos o môrro. O terreno pertecente a esta
Fortaleza e outróra ceifado em parte, por suas dependencias, tem na direcção NS, desde a ponta extrema até o travessão, o comprimento de 510m e de E a O ,
no sentido do dito travessão, 382m, com uma área total de 85.529 m2, segundo se
vê da medição e demarcação feitas em 1834, pelo então Capitão d’Engenheiros
Jeronymo Francisco Coêlho e ractificada em 1849. Possue esse terreno,
magnificas mattas. O seu destino primitivo. Foi augmentar e auxiliar os meios de
defeza da barra Nórte. Actualmente acha-se totalmente desmantellada e
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bandonada. Só existem desta Fortaleza, os vestígios das suas muralhas e
dependencias. Com o terreno todo, póde-se avalial-a em 5:000#000r.
Sabe-se e isso mesmo por tradicção, ter sido construida no anno de 1740, por
ordem régia, executada pelo então Governador da Ilha Brigadeiro José da Silva
Paes. Nenhum titulo existe da incoporação das terras ao domínio do Ministerio da
Guerra, sendo de crêr que fôssem reservadas para tal fim, quando se deu
principio à provação da Ilha.
(página 28)
2 - Rio Vermelho
Sita na Ilha de Santa Catharina, no lugar d’esse nome e só se sabendo por
tradicção, ahi ter existido. É ignorada a quantidade de terreno de que dispunha,
bem como a epoca e documento de sua incorporação do dominio do Ministerio da
Guerra.
(página 28)
3 - Trez Pontes
Existiu esta Fortaleza, na Ilha de Santa Catharina, d’qual defendia a barra do
Norte e no lugar que lhe deu nome. Só restam como vestigios de sua existencia
alguns antigos canhões semi-enterrados. Ignora a área de terra de que dispunha,
assim como a epoca de sua incorporação ao dominio do Ministerio da Guerra.
(página 29)
Fórtes desmantellados:
1- São João Só restam deste antigo Forte, como testemunha de sua existencia apenas os
alicerces que sustentavam suas muralhas e uma pequena abobada de berço
recto, construida d’alvenaria de tijolo, que dava entrada ao recinto da praça. É
situado no Continente n’um lugar denominado "Estreito", bem em frente a Capital
do Estado, e destinava-se a cruzar seus fogos com a Fortaleza de Sant’Ana. O
terreno pertencente à este demolido Forte, tem 176m de frente, 211m, 20, de
fundos e o travessão do fundo, onde existiu o Forte, com 176m, 20. As suas
principais dimensões são marcadas com cercas de maricá. Foi construido
provalvelmente, com o fim de impedir que embarcações inimigas entrassem no
porto da Capital do Estado. Actualmente acha-se abandonado e desmantellado e
isso fez com que particulares invadissem o terreno e nélle construissem
pequenas casas.
O terreno com os restos do Forte, vale 1:200#000r.
Nada, absolutamente, consta acerca da epoca e do documento de sua
incorporação ao dominio do Ministerio da Guerra."
(página 29)
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Paiol de polvora- É uma pequena casa terrea que serviu de
deposito de polvora, construido com paredes com adôbo, coberta de te (...) (FIM
DO DOCUMENTO. PG 29)
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