1. A Bahia no Século XVIII: poder político local e atividades econômicas Livro publicado em coedição: Alameda Editorial e Edições UESB A cidade de Salvador há muito vem sendo objeto privilegiado de estudos. Entretanto, a cidade que se tem investigado não é a Salvador contemporânea, característica das abordagens geográficas e sociológicas, nem a cidade do século XIX, marco da produção historiográfica baiana dos últimos vinte/trinta anos, mas a cidade colonial cujo apogeu político e econômico-administrativo foi alcançado no decorrer do século XVIII. O que desperta o interesse neste livro é a possibilidade de aprofundar a compreensão do papel estratégico da cidade e, de modo especial, da sua dinâmica interna e das relações entre os seus corpos sociais, as instituições políticas locais e as funções econômicas que desempenhou no contexto global da estrutura colonial. Para isso, tomou-se como foco de análise o Senado da Câmara na tentativa de observar os mecanismos operantes da lógica do poder local na cidade a partir de uma de suas instituições político-administrativas basilares. As câmaras, enquanto poderes locais citadinos foram, durante quase três séculos, os únicos organismos responsáveis pelo funcionamento administrativo das cidades e vilas do Império português, mantendo, por conta disto, uma relação permanente de diretividade, mediação e troca com instâncias superiores do Estado e com a população local. Assim, o estudo do poder municipal e de sua articulação com a vida econômica e social da cidade e de seus moradores, é de extrema relevância para a compreensão de aspectos fundamentais da História do Brasil. 2. A economia antiga: história e historiografia Coletânea de artigos sobre a economia e sociedade do mundo antigo, particularmente, o centenário debate do oikos, a utilização dos conceitos de classe e status nas sociedades antigas, o conceito de sociedade escravista, as teorias sobre o controle econômico das terras no Antigo Oriente Próximo e o conceito de engaste (embeddness). Os autores, pesquisadores brasileiros e estrangeiros, exploraram as ideias de autores paradigmáticos sobre o tema, como Karl Marx, Max Weber, Moses Finley, Karl Polanyi, Karl Bücher, Eduard Meyer e Mikhailovich Diakonoff e Moses Finley, além dos debates posteriores engendrados por esses pensadores no seio dos estudos sobre a economia antiga nos dias atuais. 3. Ética e Existência em Kierkergaard e Lévinas A obra é dividida em duas partes: a primeira, intitulada As Categorias Existenciais da Éticasegunda como Ponto de Encontro entre Kierkegaard e Lévinas, contém seis capítulos que discutem as categorias e as condições necessárias para a fundamentação da ética da alteridade como ponto de encontro entre os filósofos dinamarquês e lituano. A segunda parte, intitulada Racionalidade, Deus e Existência, contém quatro capítulos que apresentam a ética como questão exclusivamente humana, fundada na Antropologia e não na Metafísica ou Ontologia como é para Hegel e Kant. 4. Ficções do Feminino Os ensaios reunidos em Ficções do feminino examinam textos de Patrícia Galvão (PAGU), Clarice Lispector, Sônia Coutinho, Patrícia Melo, Lya Luft e Helena Parente Cunha, em uma perspectiva feminista. O livro apresenta particularidades da autoria feminina em temáticas e estéticas e deseja dar visibilidade a contribuição de escritoras à literatura nacional. 5. Homens de Caminho: trânsitos culturais, comércio e cores nos sertões da América portuguesa. Século XVIII. “Homens de caminho” focaliza os intercâmbios mercantis entre os interiores das antigas capitanias de Ilhéus e Porto Seguro, incorporados à da Bahia e anexados depois à de Minas Gerais, desenvolvidos num processo que ela denominou de “interiorização do império português”, para definir conquista, ocupação e exploração econômica dos sertões. Diferentemente de uma antiga historiografia que concebia o sertão como pobre e isolado, a autora define os espaços estudados, apresenta os agentes da apropriação territorial, colonização e trânsitos comerciais e caracteriza os caminhos pelos quais se empreendiam essas relações de trocas, que extrapolavam as afinidades sociais e culturais. Seu estudo dialoga com as fontes documentais e bibliográficas, desde as crônicas coloniais às elaborações fundamentadas em novos paradigmas teóricos e metodológicos. Aborda criticamente os fatos, confronta metodologias, ressalta o papel das vias de comunicação e do comércio legal e ilegal. Desvenda ainda os trânsitos de culturas de um a outro lado do Atlântico, as formas de pensar dos colonizadores e seus métodos administrativos, sem, no entanto, priorizar as iniciativas de bandeirantes paulistas, como preferiam os antigos historiadores. A historiadora concebe os sertões como múltiplos, assim como suas gentes que têm nomes, rostos e cores num espaço, considerado por ela, como social mestiço e multicor. 6. Ler e escrever na escola: reflexões e ação docente Situa questões sobre leitura e a escrita como atividades didáticas na sala de aula, revelando o trabalho do professor em relação a diferentes teorias e condições de realização. Apresenta em seus capítulos a ênfase nas práticas de leitura e escrita para a formação dos sujeitos, tanto alunos como professores, referenciando essas práticas como processo interlocutivo de apropriação e transformação de saberes. 7. Narrativas da mestiçagem As narrativas dos escritores baianos, Jorge Amado, Adonias Filho e Sosígenes Costa, reinventam a história da “descoberta” européia do “novo mundo”, e da síntese conciliatória das raças, caracterizadoras do discurso fundacional – discurso de uma origem única, mágica e otimista, da nação brasileira. Obras como Tocaia Grande de Jorge Amado, Luanda Beira Bahia de Adonias Filho e Iararana de Sosígenes Costa põem em xeque as referências históricas consagradas do etnocentrismo europeu e da mestiçagem, defendida por diversos pensadores sociais, e entendida como uma imagem definitiva do “povo brasileiro”. Propõem uma outra concepção de mestiçagem, dispersa, conflituosa e trágica, contrapondo-se assim ao discurso nacionalista. 8. Planejamento em Saúde: a dialética entre teoria e prática O livro aproxima-se da realidade social e explora algumas possibilidades de construção coletiva do Planejamento em Saúde voltado para a Atenção Básica, tendo como foco o Programa Saúde da Família, a partir do Agir Comunicativo. Os autores não centram suas discussões na Teoria da Ação Comunicativa e, muito menos nega o Planejamento Estratégico Situacional (PES), mas apostam na diversidade de “outros olhares” coerentes e lógicos para o exercício do Planejamento em Saúde e apostam nas várias possibilidades que podem ser melhores exploradas a partir do exercício do pensamento estratégico. 9. Sociedade e Natureza: a produção do espaço urbano em bacias hidrográficas O livro aborda a espacialidade urbana, com um desvendamento da relação SociedadeNatureza, tendo como base a análise dos conceitos das categorias da geografia: espaço, território e lugar. A espacialidade urbana é discutida, levando em consideração o espaço urbano de Vitória da Conquista e a ocupação territorial da bacia hidrográfica do Rio Verruga. O autor tenta desvendar como os processos de urbanização foram moldando as feições ambientais, entrelaçada com a cidade e o rio. A relação sociedade-natureza é explicada pelas contradições da produção e reprodução espacial e os processos decorrentes dessa produção, que atuam na degradação ambiental e provocam desequilíbrios na paisagem. O fio condutor da análise é a articulação da epistemologia materialista e do pensamento crítico com a questão ambiental, associando-se o método cartográfico e o geoprocessamento para um detalhamento das análises diagnosticadas. Um conceito chave adotado é a produção do espaço e sua sistematização no pensamento geográfico. 10. Um estudo da ordem privada: introdução ao pensamento político de Nestor Duarte “Num contexto de marcada ebulição social, política e cultural, surge no final da conturbada década de 1930 o livro A ordem privada e a organização política nacional, do parlamentar, literato e jurista Nestor Duarte (1902-1970). Apresentando os fundamentos das instituições políticas e sociais do Brasil, o autor o faz problematizando o significado dos primeiros momentos de Portugal como nação independente; o sentido de sua expansão e, finalmente, da ocupação do território hoje brasileiro. Assim, o presente livro buscou elucidar melhor qual seria a genealogia de seu pensamento; mas também sua atualidade e força explicativa no contexto das ciências sociais brasileiras do século XX. Retomando teses importantes de Alexandre Herculano, Oliveira Vianna e Gilberto Freyre, e as submetendo aos conceitos arquetípicos de público e privado, o autor chega ao seu conceito síntese de ordem privada: herança do passado que retarda os processos de incorporação dos valores econômicos e políticos da modernidade.”