CESAR BOTTARO
FABIO FAZANI DO PRADO
GABRIEL NUNES PELIKIAN
GUILHERME PEREIRA SANCHEZ
LUCAS DE CAMARGO GRANADO
MÉTODO CONSTRUTIVO PARA RESIDÊNCIAS
UNIFAMILIARES
SÃO PAULO
2015
2
CESAR BOTTARO
FABIO FAZANI DO PRADO
GABRIEL NUNES PELIKIAN
GUILHERME PEREIRA SANCHEZ
LUCAS DE CAMARGO GRANADO
MÉTODO CONSTRUTIVO PARA RESIDÊNCIAS
UNIFAMILIARES
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado como requisito para a
obtenção do título de Graduação do
Curso
de
Engenharia
Civil
Universidade Anhembi Morumbi
Orientador: Profª. MSc. Jane Luchtenberg Vieira
SÃO PAULO
2015
da
3
CESAR BOTTARO
FABIO FAZANI DO PRADO
GABRIEL NUNES PELIKIAN
GUILHERME PEREIRA SANCHEZ
LUCAS DE CAMARGO GRANADO
MÉTODO CONSTRUTIVO PARA RESIDÊNCIAS
UNIFAMILIARES
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado como requisito para a
obtenção do título de Graduação do
Curso
de
Engenharia
Civil
da
Universidade Anhembi Morumbi
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2015.
______________________________________________
Profª. MSc. Jane Luchtenberg Vieira
______________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por ter dado saúde e protegido nossos caminhos,
proporcionando a chegada nesta reta final do curso de Engenharia Civil e aos
Professores que contribuíram com seus conhecimentos e experiência de vida. Não
poderíamos deixar de agradecer os momentos que estivemos com nosso
companheiro e eterno amigo Rafael Barbieri Delbone, que já não está mais neste
plano de vida.
5
RESUMO
O trabalho propõe um caminho prático para lidar com as exigências e atividades
construtivas necessárias para combater um grande problema relacionado ao déficit
habitacional do Brasil: uma grande disparidade entre o crescimento da população e
a capacidade do mercado de ofertar oportunidades de moradia. Em busca de sanar
este problema, destacam-se os procedimentos necessários para elaboração de
um projeto visando qualidade, conforto e segurança, e a adoção de critérios não
comprometedores às obrigatoriedades descritas em normas. Com os diversos
programas governamentais para habitação popular, foi possível identificar soluções
e métodos, preservando interesses como rentabilidade, viabilidade no curto prazo,
segurança dos trabalhadores e qualidade da obra. O estudo foi elaborado com base
em situações reais, nas quais foram abordados aspectos como local de implantação;
documentação necessária para aprovações; projetos e suas premissas; histórico das
construções populares; etapas construtivas; novas tecnologias e detalhamento para
os acabamentos finais. Foram avaliadas informações sobre assertividade de projeto;
procedimentos descritos nas normas; resistências de materiais aos diversos agentes
agressores e desempenho dos componentes instalados na residência. A pesquisa
foi elaborada a partir de revisão bibliográfica em livros, publicações científicas e
exemplificação com casos reais do Brasil e de outros países. A escolha do melhor
método para um determinado local
de instalação é necessária para o
aperfeiçoamento e desenvolvimento das construções de engenharia civil no Brasil. O
uso eficiente e eficaz de tais métodos deve aumentar os níveis de satisfação tanto
por parte dos clientes como dos responsáveis pela construção.
Palavras Chave: déficit habitacional, qualidade, conforto e segurança.
6
ABSTRACT
This research aims to identify practical paths for leading with requirements and
necessary constructive activities to deal with a huge problem related to the Brazilian
housing deficit: the great disparity between population increase and the market
capacity to offer good houses and living opportunities. In order to solve this problem
some procedures are highlighted to promote a good project that focus on quality,
security and comfort, and also the adoption of criteria with no commitment of the
obligations described in rules and requirements determined by the regulators allowed
to authorize, finalize and follow up requests. Several government programs are in
place for popular housing, and based on that experience, it was possible to identify
solutions, practices and methods that preserve interests such as earnings, short term
viability, workers safety and the building quality. The study was made based on real
cases, in which there were analyses of aspects such as implementation location,
necessary allowing documentation, projects and their premises, historic popular
housing, building steps, new technologies and finishing details. Information of project
assertiveness, procedures described in rules of foundation, and elements of house
protection were evaluated, such as painting, roof, and resistance of several materials
for aggressive agents and the performance of the different components of a house.
This research counts on a bibliographic review of books, scientific articles and case
studies in Brazil and others countries. Buildings developed in Brazil were set as the
base of this study, providing analysis on: projects, material types, elaboration
methods, schedule and finishing details. The choice of a better method for a specific
location is necessary in order to improve and develop civil engineering works in
Brazil. The efficient and effective use of these methods must enhance satisfaction
levels of buyers and also of those responsible for building.
Keywords: housing shortage , quality, comfort and safety.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 - Entorno do local, vias e serviços
25
Figura 4.2 - Áreas de risco enchentes
26
Figura 4.3 - Solo fraco e encostas
26
Figura 4.4 - Transporte de bicicleta
27
Figura 4.5 - Planta baixa
34
Figura 4.6 - Casa geminada
34
Figura 4.7 - Casa isolada
35
Figura 4.8 - Planta baixa, ambiente conjugado
36
Figura 4.9 - Licenciamento para limpeza
40
Figura 4.10 - Amostra de material coletado após SPT
41
Figura 4.11 - Escala classificação tipo granulométrica
42
Figura 4.12 - Triângulo de classificação
42
Figura 4.13 - Alicerce em alvenaria
45
Figura 4.14 - Fundação profunda
45
Figura 4.15 - Sapata corrida
46
Figura 4.16 - Sapata simples
46
Figura 4.17 - Medição de nível com estação total
48
Figura 4.18 - Após concretagem
48
Figura 4.19 - Alvenaria convencional
49
Figura 4.20 - Fôrmas metálicas
51
Figura 4.21- Forma PVC pronta para concretagem
51
Figura 4.22 - Light steel framing
52
Figura 4.23 - Estrutura wood frame
53
Figura 4.24 - Montagem wood frame
54
Figura 4.25 - Wood frame dois pavimentos
55
Figura 4.26 - Residencial concreto-PVC
56
Figura 4.27 - Módulos concreto-PVC
56
Figura 4.28 - Acabamento concreto-PVC
57
Figura 4.29 - Construção solo cimento
58
Figura 4.30 - Casa cerâmica feicon
58
8
Figura 4.31 - Altura telhado
59
Figura 4.32 - Programação de parede para apoio
60
Figura 4.33 - Estrutura madeira
61
Figura 4.34 - Estrutura metálica
61
Figura 4.35 - Esquema de esquadria
62
Figura 4.36 - Esquema caixilho alumínio
63
Figura 4.37 - Esquema instalação hidráulica
64
Figura 4.38 - Esquema instalação elétrico
65
Figura 4.39 - Reboco gesso liso
65
Figura 4.40 - Reboco de massa
66
Figura 4.41 - Piso cerâmico
69
Figura 4.42 - Piso laminado
70
Figura 4.43 - Piso taco
70
Figura 4.44 - Concreto estampado
71
Figura 4.45 - Piso drenante
72
Figura 4.46 - Montagem de pisos intertravados
73
Figura 4.47 - Azulejos cerâmico
76
Figura 5.48 - Mapa Região
79
Figura 5.49 - Maquete eletrônica
79
Figura 5.50 - Endereço
80
Figura 5.51 - Situação antes regularização
81
Figura 5.52 - Situação após regularização
82
Figura 5.53 - Procedimento de Sondagem SPT
84
Figura 5.54 - Área fundação Radier
84
Figura 5.55 - Alvenaria de bloco cerâmico estrutural
85
Figura 5.56 - Isolamento acústico
87
Figura 5.57 - Ensaio de resistência
88
Figura 5.58 - Distribuição de conduites pelo Radier
88
Figura 5.59 - Distribuição de condutores para rede elétrica
89
Figura 5.60 - Poste para quatro medidores
89
Figura 5.61 - Poste individual
90
Figura 5.62 - Programação da rede de esgoto
91
Figura 5.63 - Cobertura em aço galvanizado
93
Figura 5.64 - Caixilho veneziana
94
9
Figura 5.65 - Caixilho vidro liso
94
Figura 5.66 - Impermeabilização de vãos
95
Figura 5.67 - Reboco de Gesso
96
Figura 5.68 - Revestimento cerâmico
96
Figura 5.69 - Revestimento de banheiros
97
Figura 5.70 - Chapisco, emboço e reboco
97
Figura 5.71 - Preparo grafiato em muros
98
Figura 5.72 - Preparo textura nas casas
98
Figura 5.73 - Pintura externa casas
99
Figura 5.74 - Pedra para área externa
99
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 - Caracterização do empreendimento para instalação de água .............. 30
Tabela 4.2 - Caracterização de construção padrão baixo ......................................... 32
Tabela 4.3 - Distribuição da população Brasileira 1940-1991 ................................... 38
Tabela 4.4 - Resistência à penetração ...................................................................... 43
Tabela 4.5 - Capacidade de cargas em estacas mais comuns ................................. 47
Tabela 4.6 - Traços para massa................................................................................ 67
Tabela 5.7 - Dados da cidade de Itapetininga ........................................................... 80
Tabela 5.8 - Valores dB(A) e NC................................................................................86
Tabela 5.9 – Escolha final dos materiais e métodos construtivos ........................... 101
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCP
Associação Brasileira de Cimento Portland
BNH
Banco Nacional de Habitação
CBIC
Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CBR
California Bearing Ratio
CEO
Centro de Especialidades Odontológicas
CEPROM
Centro Educacional e Profissionalizante Municipal
CPFL
Companhia Paulista de Força e Luz
ETE
Estação de Tratamento de Esgoto
ETE
Escola Técnica Estadual
FATEC
Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo
GEE
Gases Efeito Estufa
HIS
Habitação de Interesse Social
IAPS
Institutos de Aposentadorias e Pensões
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH-M
Índice de Desenvolvimento Humano
Ipea
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
INSS
Instituto Nacional da Seguridade Social
IPTU
Imposto Predial Territorial Urbano
MCMV
Minha Casa Minha Vida
NBR
Norma Brasileira
OSB
Oriented Strand Board
PAIH
Plano de Ação Imediata para Habitação
PIB
Produto Interno Bruto
Pnad
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
12
PVA
Acetato de Polivinila
PVC
Policloreto de Vinil
REVIT
REVISE INSTANTLY
SABESP
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SAMI
Serviço de Atendimento à Mulher Itapetiningana
SC
Sistema de Cobertura
SENAC
Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SFH
Sistema Financeiro de Habitação
SIAB
Sistema de Informações da Atenção Básica
SPT
Standard Penetration Test
SVVIE
Sistemas de vedações verticais internas e externas
13
LISTA DE SÍMBOLOS
A
Amperes
V
Volts
W
Watts
14
SUMÁRIO
p.
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 17
1.1
Objetivos .................................................................................................................... 18
1.2
Justificativas ............................................................................................................. 19
1.3
Abrangência .............................................................................................................. 19
2
MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 21
3
MATERIAIS E FERRAMENTAS ........................................................................ 22
4
MÉTODOS CONSTRUTIVOS PARA RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES .......... 23
4.1
Aspectos legais e práticos .................................................................................... 23
4.1.1 Conhecendo melhor o local de implantação ..................................................... 23
4.1.2 Preparo de documentação ................................................................................... 24
4.1.3 Análise do entorno ................................................................................................. 25
4.1.4 Estrutura de transporte ......................................................................................... 27
4.1.5 Água, esgoto e luz ................................................................................................. 28
4.1.6 Concessionárias..................................................................................................... 29
4.2
Definição do projeto padrão ................................................................................. 32
4.2.1 Memorial descritivo ................................................................................................ 33
4.2.2 Planta baixa ............................................................................................................ 33
4.2.2.1 Geminadas ........................................................................................................ 34
4.2.2.2 Isoladas .............................................................................................................. 35
4.2.2.3 Conjugadas ....................................................................................................... 35
4.2.3 Histórico de programas habitacionais ................................................................ 36
4.2.4 Acessibilidade......................................................................................................... 39
4.3
Etapas construtivas ................................................................................................ 39
4.3.1 Limpeza do terreno ................................................................................................ 40
4.3.2 Sondagem ............................................................................................................... 41
4.3.3 Fundação ................................................................................................................ 44
15
4.3.4 Vedação Vertical .................................................................................................... 49
4.3.5 Cobertura ................................................................................................................ 59
4.3.5.1 Estrutura Madeira ............................................................................................. 60
4.3.6 Esquadrias .............................................................................................................. 62
4.3.6.1 Madeira .............................................................................................................. 62
4.3.6.2 Metálica .............................................................................................................. 63
4.3.7 Instalações hidráulicas .......................................................................................... 63
4.3.8 Instalações elétricas .............................................................................................. 64
4.3.9 Reboco de Gesso .................................................................................................. 65
4.3.10
Reboco de Massa .............................................................................................. 66
4.3.11
Pisos .................................................................................................................... 68
4.3.11.1 Área Interna..................................................................................................... 68
4.3.11.2 Áreas externas impermeáveis ...................................................................... 71
4.3.11.3 Área externa permeáveis .............................................................................. 71
4.3.11.3.1 Contenção lateral .................................................................................... 73
4.3.11.3.2 Rejunte ..................................................................................................... 73
4.3.11.3.3 Blocos ....................................................................................................... 74
4.3.11.3.4 Intertravamento ....................................................................................... 74
4.3.11.3.5 Assentamento .......................................................................................... 74
4.3.11.3.6 Base .......................................................................................................... 74
4.3.11.3.7 Sub-base .................................................................................................. 74
4.3.11.3.8 Subleito ..................................................................................................... 75
4.3.11.3.9 Conservação ............................................................................................ 75
4.3.11.3.10 Drenagem .............................................................................................. 75
4.3.11.3.11 Formatos mais comuns ....................................................................... 75
4.3.11.3.12 Tipos de assentamento ....................................................................... 75
4.3.12
Cerâmica ............................................................................................................. 76
4.3.13
Pintura ................................................................................................................. 76
5
CONJUNTO RESIDENCIAL VILLAGIO BELO HORIZONTE 1 ........................ 79
5.1
Dados do Município de Itapetininga ................................................................... 80
5.2
Escolha do terreno .................................................................................................. 81
16
5.3
Estruturas de serviço das concessionárias ..................................................... 82
5.4
Definição do projeto ............................................................................................... 83
5.5
Análise do solo......................................................................................................... 83
5.6
Fundações e Impermeabilização ......................................................................... 84
5.7
Alvenaria de vedação ............................................................................................. 85
5.8
Instalações elétrica, hidráulica e esgoto........................................................... 88
5.9
Sistema de cobertura ............................................................................................. 91
5.10
Instalações de esquadrias .................................................................................... 93
5.11
Detalhamento dos revestimentos de paredes e pisos .................................. 94
5.12
Pavimentação da área externa ............................................................................. 99
6
ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 100
7
CONCLUSÕES .............................................................................................. 1033
8
RECOMENDAÇÕES...................................................................................... 1044
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 1055
ANEXOS ................................................................................................................. 109
17
1
INTRODUÇÃO
Segundo Gonçalves (2012), déficit habitacional é o resultado de uma equação que
contempla a quantidade de cidadãos sem moradia adequada em uma determinada
região. De acordo com o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), existem três critérios para a definição de moradia inadequada, são eles: a
rusticidade das estruturas físicas das habitações; a moradia não ser originalmente
construída para habitação; e a existência de mais de uma família por residência,
chamado de coabitação.
Segundo Conceição (2013), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no
Brasil, o déficit habitacional entre os anos de 2007 e 2012 caiu de 10% do total de
domicílios para 8,53%, sendo que o resultado é ainda mais impactante quando
analisados os números totais, com uma redução do indicador que passou de 5,59
milhões de domicílios em 2007 para 5,24 milhões de domicílios em 2012.
Segundo Gonçalves (2012), diversos programas habitacionais já foram implantados
com intuito de atender essa demanda, como por exemplo, Plano de Ação Imediata
para Habitação (PAIH); a criação da Carta de Crédito Individual; Carta de Crédito
Associativa; Pró Moradia e o Programa de Arrendamento Residencial. Após a
criação do Ministério das Cidades em 2003 foi concebido a Política Nacional de
Habitação e o Sistema Nacional de Habitação resultando no programa hoje em
vigência, conhecido como Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Com a intenção de formar um conceito padrão para a construção de residências
unifamiliares e proporcionar, assim, um produto final de melhor qualidade, é
apresentado neste trabalho um modelo prático para que os profissionais da área de
engenharia civil possam ter uma referência na construção desses modelos. Todo
estudo e aplicação são voltados para melhores práticas visando rentabilidade,
viabilidade e diminuição do prazo da construção.
18
O estudo de caso foi baseado em uma obra da cidade de Itapetininga, localizada no
interior de São Paulo, com uma população de 149.027 habitantes, tendo seu Índice
de Desenvolvimento Humano IDH-M registrado na faixa de desenvolvimento
humano considerada alta, com um déficit habitacional estimado em 9 mil moradias.
1.1
Objetivos
O tema deste estudo tem relação com o curso de Engenharia Civil e tem como
diretriz a busca de soluções práticas e de novas tecnologias para um problema
social relacionado à falta de habitação popular.
Objetivos Gerais
Detalhar etapas construtivas para residências unifamiliares, buscando soluções que
apresentam qualidade, conforto e segurança.
Objetivos Específicos
O estudo de caso apresenta 1 tipo de solução para cada etapa da construção de um
conjunto habitacional localizado em Itapetininga-SP.
Propor a criação de uma cartilha técnica, para auxiliar na elaboração e construção
de projetos de residências unifamiliares, fornecendo informações para que os
profissionais do ramo consigam construir residências com melhor desempenho, em
um espaço de tempo menor.
19
1.2
Justificativas
Segundo (Ipea, 2012), uma das principais bases do atual governo, a política
habitacional voltada para a camada da população de baixa renda não conseguiu
apresentar índices significativos proporcionalmente nos últimos 10 anos. Com base
nos dados de pesquisa do IBGE, de 2007 a 2012 o déficit habitacional caiu 10% no
geral, porém cresceu 4% para a população de baixa renda.
Observando o desenvolvimento da construção civil e o alto índice do déficit
habitacional para população de baixa renda, notou-se a oportunidade para
qualificação e especialização neste segmento, principalmente em empreendimentos
que competem ao desenvolvimento de habitação popular.
Com base nos dados do IBGE e no CENSO demográfico, há um déficit de
construções populares, e, a cidade de Itapetininga – SP enquadra-se nessas
características, possibilitando, assim, o desenvolvimento do presente trabalho, que
busca abordar as condições iniciais para a concepção de um projeto habitacional
tendo como referência o programa Minha Casa Minha Vida, visando melhorias nos
programas já existentes.
1.3
Abrangência
O presente estudo aborda conceitos de viabilidade, apresentando projetos mais
racionais, com indicação da infraestrutura mínima necessária. Foram verificados a
escolha do terreno, o sistema construtivo e os tipos de acabamentos, para que se
encaixe
como
modelo,
quando
levado
em
consideração
equivalência
de
produtividade aos custos e prazos. Serão apresentadas também, a sugestão de uma
planta arquitetônica modelo para construções populares e a apresentação de um
modelo para melhor distribuição interna dos ambientes, possibilitando a valorização
dos ambientes dispostas em pequenas áreas de implantação.
Não são apresentadas questões orçamentárias detalhadas, bem como análise
financeira do investimento.
20
Não são abordadas questões técnicas específicas de sondagens, fundações,
telhado, revestimentos e detalhamento de Normas Brasileiras Registrada (NBR), que
possivelmente serão citados no desenvolvimento do estudo.
21
2 MÉTODO DE TRABALHO
O embasamento teórico deste trabalho é obtido por meio de pesquisas a órgãos
governamentais, como por exemplo: IBGE, Companhia Paulista de Força e Luz
(CPFL), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo S. (SABESP),
livros, Código de Obras e Edificações, Código Sanitário, pesquisas de mercado,
entrevistas aos profissionais da área da Construção Civil, leis e normas.
Este embasamento será complementado com visitas técnicas periódicas ao local da
obra em que se baseia o presente estudo.
Serão considerados no estudo: definição de itens essenciais para escolha do
terreno, levando em consideração sua topografia e tipologia; definição de
procedimentos das concessionárias prestadoras de serviços, apresentando o
caminho necessário para execução de instalações; levantamento das informações
físicas do solo a ser implantado o empreendimento, mostrando as técnicas
necessárias para boa execução das fundações; apresentação dos tipos de alvenaria
para construção residencial, detalhando o sistema construtivo e informações que
facilitarão a obra; apresentação de possibilidades para cobertura das residências,
abordando questões de boa durabilidade e praticidade nas execuções; aplicação de
métodos rápidos e econômicos para revestimentos externos e internos, tanto para
áreas úmidas como secas. Por fim, será apresentado o modelo de uma planta que
atenda as condições de habitação, que seja enquadrado em um plano viável e
rentável, com curto prazo.
22
3 MATERIAIS E FERRAMENTAS
Serão utilizados como materiais e ferramentas para o desenvolvimento do trabalho,
livros acadêmicos, órgãos governamentais, leis e normas, softwares para
desenvolvimento de planta “AutoCad e REVIT”, ferramentas de pacote Office “Excel
e Word”, revistas relacionadas as etapas de construção “Manual do Construtor”, guia
prático de projetos para casas pequenas “Arquitetura e Construção”, site de
pesquisa para busca de informações em canais de comunicação em rede virtual
“Google”, e ensaios laboratoriais.
O estudo de caso, num conjunto habitacional em Itapetininga – SP, é a base para
detalhamento das etapas, com visitas técnicas e relatórios fotográficos.
23
4 MÉTODOS CONSTRUTIVOS PARA RESIDÊNCIAS
UNIFAMILIARES
Segundo Xavier (2014), a necessidade de desenvolver projetos habitacionais para
população de baixa renda é um segmento da construção civil que tem enorme
potencial de crescimento. A análise do cenário, bem dos como aspectos construtivos
devem ser analisados profundamente.
4.1 Aspectos legais e práticos
Ao iniciar um projeto, o planejamento deve ser a etapa inicial, com definição de
características do local, da proposta e dos recursos.
A seguir são apresentados os aspectos legais e práticos para um bom projeto.
4.1.1 Conhecendo melhor o local de implantação
Segundo O’ Sullivan (2000)¹ apud Oliveira (2012), lugares centrais caracterizam-se
por observar o tamanho que as cidades ocupam em determinada região, uma vez
que a possibilidade de desenvolvimento fundamenta-se na teoria dos Lugares
Centrais, que preconiza que a localização de cada setor é conjugada com a região,
o espaço que a mesma ocupa e a consonância das variáveis que agregam o espaço
demarcado pelo setor.
De acordo com Corrêa (1995)² apud Oliveira (2012), “constitui no foco principal da
cidade e suas interferências, ou seja, as atividades comerciais, de serviço, gestão
pública e privada, dos terminais de transporte inter-regionais e intra-urbanos e a
paisagem inserida nas cidades”.
Corrêa (2000)³ apud Faria (2013), discorre sobre o espaço urbano como um
conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem as
áreas: como o centro da cidade sendo um local de concentração de atividades
24
comerciais, de serviço e de gestão; áreas industriais e áreas residenciais distintas
em termos de forma e conteúdo social.
4.1.2 Preparo de documentação
Segundo Borges (2009), antes de qualquer procedimento, procure a prefeitura do
município para orientação, pois cada município tem leis e normas de construção
próprias. Consulte o Cartório de Registro de Imóveis da região para solicitar a
certidão atualizada de propriedade do imóvel, para comprovar se a documentação
do terreno está regular. Solicite a certidão negativa de débitos no INSS e a certidão
negativa de tributos imobiliários na prefeitura municipal. Para dar início, será
abordado quanto às documentações que provam a posse do terreno. Caso não as
tenha, procure se informar como e onde obtê-las.
O processo desenvolve-se a partir da obtenção do documento que comprove poder
do bem. O mesmo é registrado em Cartório de Registro de Imóveis e nele constam
as informações do primeiro proprietário, localização do lote e a disposição das
metragens.
Importante também que os valores venais estejam de acordo, para que não haja
excesso de tributos na etapa de declaração dos rendimentos. Para aprovação do
projeto na prefeitura será utilizado o número da matrícula existente no topo do
Registro Geral.
Para início de uma construção têm-se como exigências legais dar entrada na
prefeitura para liberação de alvará, cujo será necessária a apresentação do Imposto
Predial Territorial Urbano (IPTU) do terreno e sua escritura de compra e venda. O
próximo registro a ser feito é junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS),
onde por lei, todo proprietário de uma construção civil particular é obrigado a efetuar
a matrícula da Obra junto ao INSS em até 30 dias a contar do início da mesma. Para
contratações de funcionários, será necessária apresentação dos comprovantes de
recolhimento do INSS, os mesmos devem ser apresentados para requisição do
“Habite-se”, (Borges, 2009).
25
4.1.3 Análise do entorno
Segundo cartilha “Mãos à Obra” (ABCP, 2014), imprescindíveis fazer as seguintes
verificações quanto ao entorno do seu terreno: A figura 4.1 mostra que deve ser feita
a análise das ruas de acesso; verificação quanto à disponibilidade das redes de
água e luz; conhecer a posição em relação ao sol e aos ventos dominantes, para
garantir iluminação e temperaturas adequadas.
Figura 4.1 - Entorno do local, vias e serviços
Fonte: ABCP, 2014.
Importante também as verificações em relação ao caimento do terreno, caso seja
declive ou aclive, saber a exata medida para que não tenha imprevistos futuros para
regularização do caimento, evitando transtornos ao sistema de coleta de esgoto e
caminho das águas de chuvas.
Deve-se verificar se está sujeito a inundações (Figura 4.2).
26
Figura 4.2 - Áreas de risco enchentes
Fonte: ABCP, 2014.
Em relação a topografia do terreno e a sua segurança, você também deve verificar
se está sujeito a afundamentos e desabamentos (Figura 4.3).
Figura 4.3 - Solo fraco e encostas
Fonte: ABCP, 2014.
Embora não muito utilizado essa técnica para casas populares, em algumas
situações onde o terreno apresenta irregularidades é possível fazer um
planejamento, sem que haja remoção de terra, podendo criar soluções para
topografia em aclive e declive, (ANEAS; MORATO; ORTENBLAD, 2010).
27
4.1.4 Estrutura de transporte
“Os meios de transporte são o reflexo da sociedade. Conforme o
homem evoluía, a maneira de se transportar se transformava.
Primeiro, a necessidade o fez pensar em meios básicos para ajudá-lo,
como construir botes para atravessar rios e usar animais como força
de tração. Depois, a ciência o auxiliou: foram construídos meios de
transportes mais rápidos, mais seguros e que chegavam cada vez
mais longe, a ponto do homem conseguir chegar ao espaço”,
(BARBOSA e PEREIRA, 2014, p. 1).
Segundo Barbosa e Pereira (2014), apesar da evolução, o transporte se transformou
em um problema para a sociedade. O tráfego por terra tem ficado cada vez mais
lento. Com o aumento do número de carros o transporte público coletivo não tem
suportado a demanda, ficando lotados e circulando em quantidade insuficiente. Para
as pessoas, o principal meio de transporte ainda são os automóveis, mas devido os
problemas gerados pela falta de infra-estrutura do segmento no País, o transporte
alternativo tem se apresentado como um meio eficiente. A bicicleta é um exemplo
disso, como um meio de transporte barato, é muito utilizada no interior do Brasil, em
países da China e Índia (Figura 4.4).
Figura 4.4 - Transporte de bicicleta
Fonte: http://meios-de-transporte.info/mos/view/Transporte_Alternativo/ (2014)
Segundo Barbosa e Pereira (2014), os meios de transporte estão divididos em:
Terrestre sendo carro; caminhão; ônibus; motocicleta; metrô; trem; etc. Aquático ou
28
Hidroviário em navio; barco; caravelas; barcas; balsas; etc. Aéreo em avião;
helicóptero; balões; dirigíveis; etc.
4.1.5 Água, esgoto e luz
Segundo Ching e Adans (2001), a água deve ser fornecida na quantidade correta,
pressão e temperatura adequada, deve ser potável e isenta de bactérias para
atender as necessidades humana. Se a água é fornecida por um sistema público,
pode não haver controle direto sobre a quantidade ou qualidade da água até ela
chegar ao local da edificação. Caso não exista um sistema público de fornecimento
de água, são necessários tanques de armazenamento para captar água de chuva ou
de poços. A água do poço, quando a fonte é suficientemente profunda, é geralmente
pura, fria e isenta de problemas de descoloração e paladar ou odor. Para captação
em poço, é necessária a verificação da qualidade da água junto ao departamento
local de saúde; quantidade de água que poderá ser fornecida pela fonte;
profundidade do poço e seu custo e proximidade de áreas poluentes.
Segundo Ching e Adans (2001), após o consumo da água, deve-se retornar com
este volume o mais rapidamente para as redes de drenagem, para que ela seja
tratada removendo sua matéria orgânica, uma vez que a drenagem depende da
gravidade para sua descarga, essas tubulações são muito maiores que as de
fornecimento da água. Essas tubulações de retorno são projetadas de acordo com a
sua localização no sistema, o número total e o tipo de aplicações servidas.
Segundo Ching e Adans (2001), o sistema elétrico é fornecido para geração de
iluminação, aquecimento e funcionamento de equipamentos e eletrodomésticos.
Este sistema de instalação deve seguir os procedimentos da campainha fornecedora
da região.
Ter conhecimento se o loteamento a ser implantada a obra, apresenta condições
básicas de saneamento.
29
Obter junto ao órgão concessionário qual a capacidade da rede implantada no local
desejado, e, é importante ressaltar que para empreendimentos de grande porte será
necessária a criação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Mapeando o local através de busca de informações pelo portal de saneamento do
município é possível entender melhor as condições de fornecimento.
Coletados com base em um cálculo de taxa ou percentual de domicílios com ou sem
sistema de esgoto, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do Ministério
da Saúde, conta com 32,3 milhões de famílias brasileiras cadastradas em 2013,
abrangendo 111,6 milhões de pessoas ou aproximadamente 57,6% da população
brasileira.
4.1.6 Concessionárias
Em todo Brasil existe diversas empresas fornecedoras de serviços públicos, no caso
vamos citar as conhecidas como concessionárias de saneamento e energia.
Segundo Pena (2014), para pedir a instalação da rede de água e esgoto, o
proprietário do empreendimento deve enviar uma carta de solicitação das diretrizes
para a SABESP e junto com a carta, deve enviar os seguintes documentos:
Memorial descritivo; Planta de situação do empreendimento que permita a sua fácil
localização (2 cópias); Planta do empreendimento (2 cópias); Cópia atualizada do
registro da gleba, obtida no Cartório de Registro de Imóveis e Cópia da certidão de
diretrizes emitida pela prefeitura. Se no projeto do empreendimento houver alguma
alteração que afete o sistema de água e esgoto, as diretrizes serão invalidadas e o
processo deverá começar de novo.
A SABESP fará um estudo para determinação das características das ligações de
água e/ou esgotos bem como a determinação de cavaletes, abrigos, hidrômetros,
caixas etc., de acordo com as suas Normas Técnicas, conforme (Tabela 4.1).
30
Tabela 4.1 - Caracterização do empreendimento para instalação de água
Quadro 1 – Caracterização do empreendimento
Unidades residenciais unifamiliares.
Ligação
Simples
Imóveis
comerciais
que
não
se
enquadram
nas
características
abaixo
(Dimensionamento de Ligação e Diretrizes para Empreendimento).
Ligação de água com diâmetro de 20 mm para hidrômetros de 1,5 a 3,0 m³/h e/ou
ligação de esgotos com diâmetro de 100 mm.
Ligação Dimensionada
Com Dimensionamento
Técnico
Qualquer empreendimento cuja previsão de consumo seja até 500 m³/mês ou vazão
de projeto de rede de água (dia e hora de maior consumo) de até 0,35 l/s.
Conjunto de unidades edificadas e isoladas entre si, que se caracterizam como:
 Inferior a 40 apartamentos ou de apenas um bloco;
 Inferior a 50 dormitórios (hotel, motel ou flats);
 Inferior a 10 casas (condomínio horizontal);
 Empreendimento com até 60 empregados ou área do terreno de até 750 m²;
 Restaurantes (necessidade de caixa de gordura) *;
 Postos de abastecimento de combustíveis (necessidade de caixa de areia e caixa
de retenção de óleo) *.
Qualquer empreendimento cuja previsão de consumo seja igual ou inferior a 500
m³/mês ou vazão de projeto de rede de água (dia e hora de maior consumo) igual ou
superior a 0,35 l/s.
Todo loteamento habitacional, comercial ou industrial.
Conjunto de unidades edificadas e isoladas entre si, que se caracterizam como:
 Igual ou superior a 40 apartamentos ou mais de um bloco;
 Igual ou superior a 50 dormitórios (hotel, motel ou flats);
Com Diretrizes
 Igual ou superior a 10 casas (condomínio horizontal);
 Empreendimento com mais de 60 empregados ou área do terreno maior que 750
m²;
 Supermercado ou hipermercado (necessidade de caixa de areia e caixa de retenção
de óleo) *;
 Shopping center (necessidade de caixa de areia e caixa de retenção de óleo) *;
 Escolas;
 Hospitais (necessidade de caixa gradeada) *;
 Indústrias (necessidade de análise de efluentes industriais);
Núcleos habitacionais que se apresentam como:
 Cooperativas;
 Assentamento de famílias (Interesse social);
 Projetos de urbanização de favelas.
(*) Conforme Norma Técnica Sabesp – NTS 217
Fonte: Site sabesp.com (2014) - Modificado
31
Após esse estudo, se a SABESP detectar alguma alteração necessária no projeto
será por conta do proprietário do empreendimento.
Após a aprovação do projeto, o proprietário deve encaminhar à Sabesp uma cópia
digital dos projetos, junto com cinco vias completas dos projetos finalizados,
devidamente assinados e encadernados, que receberão a etiqueta de APROVADO
da Sabesp.
Segundo Bombassaro (2013), para a instalação da rede elétrica na obra, o
proprietário deve seguir um procedimento parecido com o da rede de água/esgoto.
Tem de ser enviado para o site do grupo CPFL o projeto do empreendimento e a
documentação da instalação da rede. Essa solicitação deve ser realizada por um
profissional registrado no órgão competente, como o CREA.
O solicitante deverá enviar: ART do projeto e o comprovante de pagamento; carteira
do CREA do responsável técnico pela obra; projeto detalhado de iluminação;
Memorial descritivo; carta da Prefeitura Municipal ou do condomínio assumindo a
manutenção do sistema de Iluminação e faturamento do consumo de energia
elétrica e os documentos do condomínio, do representante e da testemunha.
A Distribuidora tem o prazo de 30 dias para responder ao responsável técnico sobre
a análise feita do projeto, informando as modificações necessárias para viabilizar a
instalação da rede. As alterações solicitadas são de responsabilidade do
proprietário. Após as alterações terem sido concluídas, o responsável técnico deve
pedir uma nova análise do projeto.
Depois do projeto aprovado, se necessitar de alguma alteração na rede de
distribuição de energia elétrica, o proprietário precisa entrar em contato com a
distribuidora e solicitar um orçamento para as modificações. As despesas do projeto
serão apuradas conforme Resolução nº 414/ANEEL e/ou legislação vigente. Após a
liberação do orçamento, o proprietário deve aguardar a autorização da distribuidora
para a execução dos serviços, cuja programação para início dos serviços será
estabelecida de acordo com os prazos da Distribuidora e/ou da Legislação Vigente.
32
4.2 Definição do projeto padrão
Segundo Borges (2009), projeto definitivo surge a partir de diversos estudos
preliminares
e
anteprojetos.
Após
conclusão
destas
etapas,
seguir
com
procedimentos junto aos órgãos municipais, devendo obedecer a regras vigentes ao
local de implantação. Atualmente as prefeituras estão dispostas a atender as
necessidades dos construtores, indicando informações e instruções, como por
exemplo: zona de uso do enquadramento; frente mínima; recuos; taxa de ocupação;
coeficiente de aproveitamento e quais serviços disponíveis das concessionárias.
Este desenvolvimento terá como base a NBR12721: 2006, que em seu item 3.3,
define projetos padrão como aqueles selecionados para representar os diferentes
tipos de edificações, define-se como suas características principais: número de
pavimentos; número de dependências por unidade; áreas equivalentes à área de
custo padrão privativas das unidades autônomas; padrão de acabamento da
construção e número total de unidades.
“O planejamento deve ser realizado com base na concepção do
desenvolvimento sustentável, assim entendido como: aquele que
atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades,
conforme relatado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento” (VIEIRA, 2005, p.44).
Segundo Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2014), de acordo com a
Norma citada no parágrafo anterior, temos a seguinte definição para Residencial de
Padrão Baixo, conforme (Tabela 4.2).
Tabela 4.2 - Caracterização de construção padrão baixo
2.1.1 – Caracterização dos projetos-padrão conforme ABNT NBR 12721:2006
Sigla
Nome e Descrição
Dormitórios
Área Real (m²)
Área Equivalente (m²)
2
58,64
51,94
Residência unifamiliar padrão baixo: 1 pavimento, com 2
R1-B
dormitórios, sala, banheiro, cozinha e área para tanque.
Fonte: CUB (2006) - Modificado
33
4.2.1 Memorial descritivo
Segundo Portal Memorial Descritivo.com (2014), o memorial descritivo é um
documento autobiográfico capaz de apresentar detalhadamente todo o projeto de
engenharia e arquitetura a ser realizado. Descreve, quantifica e qualificam desde a
conceituação do projeto; normas adotadas para a realização de cálculos; premissas
básicas adotadas durante o projeto; objetivos do projeto; detalhamento de materiais
empregados na obra ou no produto e demais detalhes que podem ser importantes
para o entendimento completo do projeto.
A elaboração de um memorial descritivo requer que o projeto esteja concluído e e
que a execução já tenha sido iniciada.
Para se caracterizar um memorial descritivo são levadas em consideração algumas
etapas tendo como ponto de partida o pré-dimensionamento, considerando como
objetivo principal o projeto a executar e o desenvolvimento do projeto, fase em que
deve ser determinado o tipo de produto e o projeto detalhado.
Em obras de construção civil deve conter como memorial descritivo a localização da
obra, dados do proprietário, detalhamento de todas as etapas da construção, como
por exemplo: fundação, estrutura, alvenaria e acabamentos finais.
4.2.2 Planta baixa
“Planta baixa é, genericamente, uma vista ortográfica seccional do
tipo corte, feita em cada pavimento através de um plano projetante
secante horizontal imaginário, posicionado de maneira a seccionar o
maior número possível de elementos, normalmente em uma altura
entre as vergas das portas e os peitoris das janelas (média 1,50m),
(XAVIER, 2012, p. 2). (Figura 4.5).
34
Figura 4.5 - Planta baixa
Fonte: http://www.pelotas.com.br/sinval/DA_Unidade_3.pdf (2012)
4.2.2.1 Geminadas
Segundo JRRIO (2014), o grande objetivo dessas propostas de planta é o
aproveitamento de espaços e combinação de divisas, assim como, melhor
distribuição da hidráulica e esgoto. Embora seja uma casa econômica, pode-se notar
que, a planta ou arranjo de disposição dos cômodos e situação no terreno propicia
conforto para uma pequena família que possui necessidades básicas, e certamente
podem satisfazer a quem procura uma opção econômica (Figura 4.6).
Figura 4.6 - Casa geminada
Fonte: JRRIO.com.br (2014)
35
4.2.2.2 Isoladas
Segundo Manual do Construtor (2014), quando se tem condições de manter
corredores nas duas laterais da casa, se ganha mais entrada de iluminação natural e
melhor aproveitamento para instalação de janelas (Figura 4.7).
Figura 4.7 - Casa isolada
Fonte: ABCP, 2014.
4.2.2.3 Conjugadas
Para construções menores, onde se faz ambientes com dupla função. Nos dias de
hoje, os espaços de sala e cozinha sem divisões, são muito utilizados, (Figura 4.8),
(Manual do Construtor, 2014).
36
Figura 4.8 - Planta baixa, ambiente conjugado
Fonte: ABCP, 2014.
4.2.3 Histórico de programas habitacionais
Segundo Bolaffi (1977), denota que habitação é uma necessidade básica e uma
aspiração do ser humano. A casa própria, assim como a alimentação e o vestuário
sãos os principais investimentos para a constituição de um patrimônio, além de ligarse, subjetivamente, ao sucesso econômico e uma posição social mais elevada.
A habitação é um bem de consumo de características únicas, sendo um produto
potencialmente muito durável onde muito frequentemente são observados tempos
de vida útil superior a 50 anos, (ORNSTEIN, 1992; WORLD BANK, 2002;).
Pelo simples fato de ser um produto caro, as classes menos privilegiadas constituem
a maior demanda imediata por habitação. No Brasil (Fundação João Pinheiro, 2001).
37
Segundo França (2014), Habitação social precisa ser tratada como política pública,
não partidária, ou seja, que não mude sempre quando houver uma troca no poder. O
termo Habitação de Interesse Social HIS, preconiza uma série de soluções de
moradia voltadas à população de baixa renda e vem sendo utilizado por várias
instituições e agências, ao lado de outros equivalentes, como apresentado abaixo
(ABIKO, 1995):
 Habitação de Baixo Custo (low-cost housing): termo utilizado para designar
habitação barata sem que isto signifique necessariamente habitação para
população de baixa renda;
 Habitação para população de Baixa Renda (housing for low-income people):
este sendo um termo mais adequado que o anterior, tendo a mesma
conotação que habitação de interesse social; estes termos trazem, no
entanto, a necessidade de se definir a renda máxima das famílias e indivíduos
situados nesta faixa de atendimento;
 Habitação Popular: é um termo genérico envolvendo todas as soluções
destinadas ao atendimento de necessidades habitacionais.
Segundo Bolaffi (1977), para poder entender a alta demanda por habitação advinda
das camadas menos abastadas da sociedade, deve-se analisar o processo de
urbanização que teve seu início após a passagem do modelo econômico brasileiro
de agrário-exportador para o modelo urbano-industrial de desenvolvimento. Esta
passagem ocorre sem ruptura de modelos, ou seja, o modelo urbano-industrial se
constitui como modelo hegemônico sem alterar as estruturas originárias do modelo
anterior, mantendo uma estrutura baseada no latifúndio e na concentração de renda,
fator que será determinante no fenômeno do êxodo rural que irá acompanhar a
urbanização brasileira.
Segundo Bolaffi (1982), este será o processo em que a população urbana do Brasil
saltará de 31,3%, em 1940, para 74,8%, em 1991, sendo sua grande maioria ligada
às classes populares. Tendo como exemplo claro deste êxodo temos a cidade do
Rio de Janeiro onde como resultado deste processo, podemos ver, também, o
principal recurso que historicamente as classes populares têm buscado para suprir a
38
crise de habitação, a ocupação de terrenos vazios, que no caso do Rio de Janeiro,
eram os subúrbios e as encostas dos morros.
A partir do período Getulista 1930 o Brasil viveria seu grande surto de crescimento
urbano (Tabela 4.3).
Tabela 4.3 - Distribuição da população Brasileira 1940-1991
Anos
População Urbana
População Rural
1940
31,2%
68,8%
1950
36,2%
63,8%
1960
45,4%
54,6%
1970
55,9%
44,1%
1980
67,7%
32,4%
1991
74,8%
24,5%
Fonte: http://www.estudantes.com.br/simulado/sim_1_2.asp?mat=GEOGRAFIA
(2014) - modificado
Entre as décadas de 1940 e 1960, a política de habitação, mais especificamente da
aquisição da casa própria consistia na oferta de crédito imobiliário pelas Caixas
Econômicas e pelas Institutos de Aposentadorias e Pensões IAPS. A organização de
um órgão que centralizasse a política habitacional ocorreu em 1946, no governo do
General Eurico Gaspar Dutra, quando é criada a Fundação da Casa Popular.
Após o golpe militar o novo governo que se estabelece cria o Sistema Financeiro de
Habitação SFH, juntamente com o Banco Nacional de Habitação BNH, com a
missão de estimular a construção de habitações de interesse social e o
financiamento da aquisição da casa própria, especialmente pelas classes da
população de menor renda.
Segundo Bolaffi (1982), o SFH e BNH, não resistiram a grave crise inflacionaria
vivenciada pelo Brasil principalmente nos primeiros anos da década de 1980.
39
Segundo
Santos
(1999),
como
consequência
desta
confusão,
tivemos o
fortalecimento de programas alternativos do SFH, destacando-se o Programa
Nacional de Mutirões Comunitários voltados a famílias com renda inferior a três
salários mínimos. Com um bom aporte de recursos a fundo perdido este programa
propunha financiar cerca de 550 mil unidades habitacionais, mas a ausência de uma
política clara também acabou levando este programa ao fracasso.
Em 1990, assumiu a presidência Fernando Collor de Mello, após a primeira eleição
para presidente pós-ditadura militar, e as políticas brasileiras passam a ter uma forte
orientação rumo ao neoliberalismo, o que acabou aprofundando o quadro de crise
da área habitacional.
Os principais programas de habitação passaram para o controle do Ministério de
Ação Social. Entre eles podemos destacar o PAIH, que previa a construção, em
caráter emergencial, de aproximadamente 245 mil casas em 180 dias através da
contratação de empreiteiras privadas. Novamente um programa habitacional estava
direcionado ao capital imobiliário privado o que acabou sucumbindo também com
este programa.
4.2.4 Acessibilidade
Segundo Leitão (2014), os conceitos de acessibilidade e inclusão social estão
intrinsicamente ligados para o senso comum acessibilidade refere-se ao uso do
espaço físico, todavia numa acepção mais ampla, a acessibilidade é a possibilidade
de transposição de barreiras, portanto condição fundamental e imprescindível a todo
e qualquer projeto.
4.3 Etapas construtivas
Segundo Borges (2009), são as atividades que serão desenvolvidas na obra, desde
o pedido de alimentação para uso de água, esgoto e energia, até o término dos
acabamentos das edificações. Para um bom desempenho e cumprimento das metas
de tempo, requer gestão e controle.
40
4.3.1 Limpeza do terreno
Segundo Yazigi (2006), serviços de roçado deverão ser programados para que nas
etapas de construção não seja encontrado raízes ou troncos de árvores, evitando
que ocorra perda de tempo no momento da execução das atividades. Todo esse
material a ser retirado deve seguir os procedimentos de transporte conforme as
exigências do município. Caso exista árvores com diâmetro de caule maior ou igual
à 5 cm, medindo a altura superior à 1,30 m, o pedido de licença poderá ser suprido
por comunicação prévia, que procederá a indispensável verificação e fornecerá
comprovante (Figura 4.9).
Figura 4.9 - Licenciamento para limpeza
Fonte: http://www.contraprivatizacao.com.br/2012/12/licenciamento-silencioso.html
(2014)
41
4.3.2 Sondagem
Antes de iniciar qualquer atividade que envolva construção de edificações, seja ela
com apenas um pavimento ou mais, é importante que se faça a investigação do
subsolo. Para investigação do subsolo, é importante a utilização de algumas
técnicas. Inicialmente pode-se utilizar o ensaio de percussão (PINTO, 2012).
“O conhecimento das características físicas do solo é muito
importante, não só para a escolha do tipo de fundação e seu
dimensionamento, o que é bastante óbvio, como também para a
determinação dos “acidentes”, tais como a existência de água, de
matacões e de vazios que possam influenciar o próprio processo
construtivo.
A sondagem é um procedimento que objetiva conhecer as condições
naturais do solo, visando reconhecer seu tipo, características físicas e
principalmente sua resistência. A sondagem possibilita ainda a
determinação da profundidade do lençol freático (água no subsolo) ”,
(REBELLO, 2008, p. 27).
Segundo Rebello (2008), Ensaio de Penetração Normal – ou SPT, é o mais
comumente utilizado no Brasil como no mundo todo, conhecido como sondagem à
percussão. Trata-se de um processo padronizado, regulamentado pela NBR 6484.
Nesta sondagem são obtidas as informações do: nível d’água, tipo de solo e
resistência (Figura 4.10).
Figura 4.10 - Amostra de material coletado após SPT
Fonte: http://www.hotfrog.com.br/Empresas/UNIQUIP-Materiais-para-Sondagem-eGeotecnia/Caixa-Plastica-completa-para-testemunho-de-sondagem-350195 (2014)
42
Segundo PINTO (2012), o solo é formado por tamanhos diversos de partículas
(Figura
4.11
e
4.12).
Para
identificação
são
classificados
pela
análise
granulométrica. Após esta classificação pode-se chegar a um resultado de
resistência, possibilitando a escolha do melhor método construtivo da estrutura,
responsável em distribuir as tensões para o solo (Tabela 4.4).
Figura 4.11 - Escala classificação tipo granulométrica
Fonte: http://sites.amarillasinternet.com/buhrerengenharia/inicial.htm (2014)
Figura 4.12 - Triângulo de classificação
Fonte: http://sites.amarillasinternet.com/buhrerengenharia/inicial.htm (2014)
43
Tabela 4.4 - Resistência à penetração
Compacidades e Consistências Segundo a Resistência à Penetração – S.P.T.
Solo
Denominação
Nº de Golpes
Compacidade de areias e
Fofa
≤4
siltes arenosos
Pouco compacta
5–8
Med. compacta
9 – 18
Compacta
19 – 41
Muito compacta
>41
Consistência de argilas e
Muito mole
<2
siltes argilosos
Mole
2–5
Média
6 – 10
Rija
11 – 19
Dura
>19
Fonte: http://sites.amarillasinternet.com/buhrerengenharia/inicial.htm (2014) Modificado
Segundo “Clube do Concreto” (2014), quando existe regularização de topografia por
terra depositada, deve-se seguir com os procedimentos de compactação. Ao
término, fazer as devidas verificações quanto ao resultado obtido do índice de
compactação e do teor de umidade, e seguir com procedimentos de Proctor CBR
(California Bearing Ratio).
“A compactação de um solo é a sua densificação por meio de
equipamento mecânico, geralmente um rolo compactador, embora, em
alguns casos, como em pequenas valetas, até soquetes manuais
possam ser empregados.
Um solo, quando transportado e depositado para a construção de um
aterro, fica num estado relativamente fofo e heterogêneo e, portanto,
além
de
pouco
resistente
e
muito
deformável,
apresenta
comportamento diferente de local para local. A compactação tem em
vista esses dois aspectos: aumentar o contato ente os grãos e tornar o
aterro mais homogêneo. O aumento da densidade ou redução do
44
índice de vazios é desejável não por si, mas porque diversas
propriedades do solo melhoram com isto.
A compactação é empregada em diversas obras de engenharia, como
os aterros para diversas utilidades, as camadas constituídas dos
pavimentos, a construção de barragens de terra, preenchimento com
terra do espaço atrás de muros de arrimo e reenchimento das
inúmeras valetas que se abrem diariamente nas ruas das cidades. O
tipo de obra e de solo disponível vai ditar o processo de compactação
a ser empregada, a umidade em que o solo deve se encontrar na
ocasião e a densidade a ser atingido, com o objetivo de reduzir futuros
recalques, aumentar a rigidez e a resistência do solo, reduzir a
permeabilidade”, (PINTO, 2012, p. 77 e 78).
4.3.3 Fundação
Segundo Watanabe (2014), a fundação é a estrutura fixa que sustenta as
construções e as mantêm firmes no chão. O tipo de fundação que será usado,
depende do tipo de edificação e da resistência do solo.
As fundações devem ser separadas em dois grupos: diretas ou indiretas.
Fundações diretas são realizadas quando o solo apresenta resistência suficiente
para suportar uma determinada carga. Esse suporte se dá pelo contato do solo e a
base da estrutura, elas são divididas em rasas: quando a camada de suporte está
próxima à superfície do solo e profundas: quando ultrapassam a camada de
superfície do solo.
Fundações indiretas são aquelas que atuam pelo efeito de atrito nas laterais e nas
pontas, transmitindo suas cargas por meio de estacas.
Para sobrados ou casa térrea, utilizam-se os seguintes tipos de fundações: bloco e
alicerces; sapatas corrida; sapata isolada; sapata alavancada e Radier.
O baldrame é o tipo mais comum de fundação, pode ser de alvenaria, de concreto
simples ou armado construído diretamente no solo, dentro de uma pequena vala.
45
Muito utilizado em construções de pequena solicitação, em solo firme. Alicerces de
Alvenaria só podem ser construídos em solo firme (Figura 4.13).
Figura 4.13 - Alicerce em alvenaria
Fonte: www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund2.htm (2014)
Segundo Watanabe (2014), terreno firme com declividade de até 10%, pode-se
pensar em fundação direta. Para terrenos com inclinação superior a 10%, a
fundação deverá ser profunda e sobre estacas. Algumas estacas inclinadas para
segurar a casa contra o escorregamento. As profundidades devem ser até encontro
do solo firme. Para inclinação maior que 20% há risco de escorregamento, e não
poderá ser construído neste local (Figura 4.14).
Figura 4.14 - Fundação profunda
Fonte: www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund2.htm (2014)
46
A sapata é preferida onde o baldrame não suporta o peso da estrutura ou pela baixa
resistência do solo, formada como um bloco de concreto armado construído
diretamente sobre o solo em uma vala, (Watanabe, 2014).
Sapata corrida, é uma estrutura que percorre toda extensão da parede. Apresenta a
vantagem de não necessidade de vigas e pilares para sustentação das paredes e
telhado (Figura 4.15).
Figura 4.15 - Sapata corrida
Fonte: www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund2.htm (2014)
Sapata simples é pontual, deverá estar disposta conforme posição dos pilares e
vigas. Sua desvantagem é quanto à necessidade de vigas e pilares para apoio das
paredes e telhado (Figura 4.16).
Figura 4.16 - Sapata simples
Fonte: www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund2.htm (2014)
47
Segundo Watanabe (2014), para solos fracos ou em prédios de média altura é
empregado o uso de estacas, podendo ser moldados no local ou ser pré-fabricado.
As estacas podem ser de concreto simples, concreto armado, de madeira ou
metálicas. Sua dificuldade é que necessita de equipamentos ou bate estaca (Tabela
4.5).
Tabela 4.5 - Capacidade de cargas em estacas mais comuns
Carga de Trabalho
Comprimento
(Toneladas)
Máximo
Ø = 15 cm
10
5
Ø = 20 cm
15
10
Ø = 30 cm
30
15
Ø = 15 cm
7
4
Ø = 25 cm
10
6
Ø = 20 cm
10
12
Argila ou Areia
7
Ø = 30 cm
25
15
sem Água
8
Ø = 20 cm
20
10
Ø = 25 cm
30
12
Qualquer Tipo de
10
Ø = 30 cm
40
16
Solo
11
Ø = 35 cm
60
20
SEQ
Tipo de Estaca
1
2
Madeira
3
4
Broca
5
6
Strauss
9
Pré-Moldada
12
Aço
Diâmetro
Tipo de solo
Permanentemente
submerso
Solo Coesivo
Calcular conforme carga e característica
do solo local
Solo Rochoso
Fonte: www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund2.htm (2014) - Modificado
A definição do tipo de fundação é função do tipo de solo e a capacidade de carga
que este suporta, definido pela sondagem.
Segundo Gerolla (2013), como método rápido e econômico, muito utilizado para
edificações de pequeno porte, o Radier se enquadra perfeitamente para o modelo.
Fundação do tipo rasa, o Radier é uma fundação direta que engloba todas as cargas
que chegam à fundação sob uma única placa de concreto armado, com a função de
distribuir as cargas projetadas sobre sua estrutura para o solo existente. Geralmente
48
utilizado para construções em método estrutural, Steel Frame ou outros sistemas
estruturais leves.
O local de sua implantação deve ser rigorosamente nivelado e verificado por
equipamentos que garantam uma alta precisão, equipamentos dispostos de
tecnologia a lazer ou até mesmo a contratação de um topógrafo, que dispõe de
utilização dos equipamentos “estação total e teodolito”, para verificação durante a
evolução do trabalho (Figura 4.17), para este caso, avaliar o custo em função do
tamanho do empreendimento (GEROLLA, 2013).
Figura 4.17 - Medição de nível com estação total
Fonte: Gerolla (2013)
Determinado ponto de implantação e nivelamento da base, é montado uma estrutura
de forma na borda para delimitação da área de concretagem e marcação dos pontos
das intalações.
Após concretagem na área pré-determinada de forma, forma-se uma base de
concreto capaz de receber paredes para criação dos cômodos da casa (Figura 4.18).
Figura 4.18 - Após concretagem
Fonte: Differ Construção (2014)
49
De acordo com Gerolla (2013), “Para o bom desempenho da fundação - e também
por exigência de norma técnica -, o solo sobre o qual se assenta o Radier deve ter
compactação mínima de 95%, com comprovação em laboratório”.
4.3.4 Vedação Vertical
Segundo Dueñas Peña (2003), vedação vertical é um subsistema construtivo,
constituído por elementos que definem, limitam e compartimentam o edifício,
controlam a passagem de alguns agentes atuantes, se portando também como
isoladora acústica e térmica.
4.3.4.1 Alvenarias
Segundo Ching e Adans (2001), alvenaria é o plano vertical de uma edificação,
serve para fechar seu perímetro e dividir os ambientes internos, podendo ser
construída por diversas técnicas. Elas serão definidas para um melhor desempenho
após o conhecimento das estruturas de fundação e de cobertura. Devem ser
capazes de suportar o peso dos materiais de acabamento e ter condições de
receber os módulos para fechamento dos vãos “portas e janelas” (Figura 4.19).
Figura 4.19 - Alvenaria convencional
Fonte: https://antonioesonia.wordpress.com/2010/04/ (2014)
50
4.3.4.2 Formas
Segundo Nakamura (2013), paredes rápidas estão ganhando visibilidade no Brasil.
Por limitações tecnológicas nos anos de 1980 as experiências não foram tão
positivas, entretanto, novamente ganham força entre construtoras que querem
imprimir velocidade às obras. O crescimento se explica, em parte, pelo número de
repetições de projetos padronizados que o programa MCMV possibilita. Conta a
favor do alumínio também a facilidade de movimentação das peças, que podem
pesar cerca de 50 kg e dispensam equipamentos.
Outro fator a ser analisado nos estudos de viabilidade são custos com reforma,
reposição e limpeza. Além disso, é interessante que a própria construtora se
organize para readaptar formas a outros projetos, já que faltam empresas que
prestem esse serviço no mercado, (Nakamura, 2013).
No canteiro, é essencial que os serviços posteriores à execução das paredes
consigam acompanhar o ciclo de concretagem das formas, pois se o projeto
executivo não estiver equacionado com a velocidade de execução da estrutura,
todos os ganhos conseguidos com o sistema podem se perder. Sendo assim, a
industrialização da obra como um todo, principalmente do projeto de instalações, se
faz necessária, (Nakamura, 2013).
Outo ponto importante é quanto a limpeza das formas depois da utilização.
Segundo Nakamura (2013), leves, recicláveis e de fácil montagem, as formas
metálicas, sobretudo as de alumínio, vem permitindo a construção de paredes de
concreto de forma industrializada, em substituição à alvenaria de blocos cerâmicos
ou de concreto. Recomendado para uso em empreendimentos com auto grau de
repetição, sobretudo para conjuntos habitacionais, esse tipo de forma é composto
por painéis de chapas planas estruturados por perfis metálicos e montados com
ajuda de conectores (Figura 4.20).
51
Figura 4.20 - Fôrmas metálicas
Fonte: Revista PINI (2013)
Em estágio de evolução, encontramos para estruturas de menor porte formas
desenvolvidas em material PVC (Figura 4.21).
Figura 4.21- Forma PVC pronta para concretagem
Fonte: Cajamar.sp.gov.br (2013)
52
4.3.4.3 Light Steel Framing
Segundo Ferreira Junior (2012), por ser uma construção seca e estar em avanços
tecnológicos com as placas cimentícia (Figura 4.22), o modelo tem servido de
método para atender a demanda das construções populares. A Caixa Econômica
Federal, através do programa MCMV, certificou em vários estados as construções
que utilizam placas cimentícia com sistema de vedação.
Segundo Ferreira Junior (2012), em construções do Paraná onde foi utilizado placas
cimentícia, foi constatado que após 10 anos não apresentou sinais de patologia e o
produto passou a ter mais credibilidade quanto sua função. Alguns estados do Brasil
estão em procedimento para utilização no programa MCMV. Suas vantagens na
obra são a redução de tempo, redução de mão de obra, limpeza, boa resistência,
não descasca e não sofre ataques por químicas, bactérias ou fungos, já as
desvantagens, requer mão de obra detalhada, deixa de utilizar unidade de medida
em centímetros e passa a utilizar milímetros. A placa cimentícia tem durabilidade aos
ambientes úmidos, não se deteriora, não se desintegra ou apodrece.
Figura 4.22 - Light steel framing
Fonte: www.cimentoitambe.com.br/versateis-placas-cimenticias-ganham-mercado
(2014)
53
4.3.4.4 Wood Frame
Segundo Ferreira (2013), o programa MCMV tem sido um grande motivador para
construções em Wood Frame na região sul do País. Na ocasião o modelo atingiu em
produção o índice e uma unidade e meia por dia, casas dispostas com cinco
cômodos distribuídos em 45 m². A iniciativa rendeu a Roberto Ferreira e à Rede
iVerde o segundo lugar do 19º Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade, da
Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC), na categoria sistemas
construtivos. A premiação destacou, além da velocidade de execução, a redução do
custo com a mão de obra e do desperdício de material, além da emissão de CO₂ na
natureza, sendo cerca de 80% menos em comparação ao sistema construtivo
tradicional (Figura 4.23).
Figura 4.23 - Estrutura wood frame
Fonte: Revista PINI (2013)
Segundo Ferreira (2013), utilizado como método construtivo de casas de alto padrão
em 2010, foi adaptado para construções populares. Com o propósito de proporcionar
uma moradia melhor ou igual à alvenaria para os moradores, só que com menor
custo. É possível, por exemplo, lavar e pendurar coisas pesadas na parede, não é
uma tecnologia frágil, e sim robusta (Figura 4.24).
54
Figura 4.24 - Montagem wood frame
Fonte: Revista PINI (2013)
Pesando 150 kg/m², as paredes são compostas da seguinte forma: parede externa
formada por placa cimentícia, membrana hidrófuga, placa estrutural de OSB
(Oriented Strand Board), montantes de pinos autoclavados de alta densidade
(estrutura) e, no meio dos montantes, isolamento térmico e acústico. No caso do
painel interno, em vez da placa cimentícia, há gesso acartonado e de ambos os
lados existem placas de OSB. As paredes externas têm 14 cm de espessura e as
internas 12 cm. Os painéis podem receber qualquer tipo de acabamento, assim
como de alvenaria (Ferreira, 2013).
A estrutura dos telhados também é feita com madeira autoclavada e telhas
cerâmicas, não há laje. O telhado é feito ao lado da casa, enquanto ela está sendo
montada. No caso de sobrados, a laje usa o mesmo conceito da parede, mas com
vigas mais reforçadas. Sobre as vigas de madeira há um painel de OSB mais
espesso, de 18 mm, e sobre ele são colocados uma manta e piso laminado
(Ferreira, 2013).
A montagem da casa é relativamente simples, e exige uma base em concreto sobre
fundação simples Radier, podendo ser construído em dois pavimentos (Figura 4.25).
55
Figura 4.25 - Wood frame dois pavimentos
Fonte: Revista PINI (2013)
4.3.4.5 Concreto PVC
Segundo Valentim (2011), a construção do Concreto PVC é uma alternativa aos
métodos tradicionais (Figura 4.26). Os perfis são leves e modulares (Figura 4.27),
feito de encaixe macho e fêmea, concretado seu interior após sua montagem,
podendo ser utilizado para construções de até cinco pavimentos. Valentim destaca
sua elevada durabilidade; facilidade de limpeza; baixa manutenção; elevada
resistência químicas e às intempéreas; proteção do aço e do concreto em ambientes
agressivos; excelente isolamento térmico e acústico; redução de desperdícios e obra
limpa; possibilidade de ampliação com o sistema convencional; resistência
mecânica; possibilidade de diferentes acabamentos (Figura 4.28) e a capacidade de
diminuir tempo de produção da obra.
56
Figura 4.26 - Residencial concreto-PVC
Fonte: www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/29/ConcretoPVC-e-alternativaaos-metodos-tradicionais.aspx (2014)
Figura 4.27 - Módulos concreto-PVC
Fonte: www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/29/ConcretoPVC-e-alternativaaos-metodos-tradicionais.aspx (2014)
57
Figura 4.28 - Acabamento concreto-PVC
Fonte: www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/29/ConcretoPVC-e-alternativaaos-metodos-tradicionais.aspx (2014)
4.3.4.6 Solo Cimento
Segundo Portela (2013), para construção de residências requer algumas atenções.
É necessário que seja previsto duas cintas de amarração que percorrem a casa
toda, em 1,10 m e em 2,20 m. Essas cintas (comumente chamadas de verga e
contra-verga) são nada mais do que um tijolo tipo canaleta, neles percorrem duas
barras de ferro e após fixação são preenchidos de concreto. Tendo a mesma função
das vigas de alvenaria estrutural, só não em grandes vãos livres, portas e janelas.
Importantes para a sustentação das paredes e recebimento das cargas das
estruturas superiores e do telhado.
Deve-se preocupar com as programações elétricas, hidráulica e dos vãos que
receberão futuramente as janelas e portas. Para ganho de resistência da estrutura,
utiliza-se o procedimento de grauteamento com barra de ferro no interior do bloco.
Procedimento muito parecido com a construção de bloco estrutural (Figura 4.29).
58
Figura 4.29 - Construção solo cimento
Fonte: www.tijolosolocimento.com.br/2013/06/cintas-e-percintas.html (2014)
4.3.4.7 Tijolo Estrutural Cerâmico
Segundo Dornelles (2012), o sistema tem alta eficiência, é rápido, apresenta
qualidade, pode ser aplicado em grande escala de produção e atinge a classe
popular. Esse sistema construtivo de alvenaria Tecno Logys, ou método de fazer
paredes, consagrou-se no mercado. Casa cerâmica da Feicon (Figura 4.30), foi
utilizado o sistema construtivo da Tecno Logys, método de trabalho e edificação.
Figura 4.30 - Casa cerâmica feicon
Fonte: www.brasilengenharia.com/portal/construcao/544-casa-ceramica-econstruida-na-feicon-batimat-2012-com-sistema-alvenaria-integrada-da-tecno-logys
(2012)
59
Segundo Tauil e Nesse:
“A cada dia, em escala cada vez maior, a alvenaria estrutural tem
representado
a
solução
construtiva
com
características
de
durabilidade, sem desperdícios, econômica e totalmente com os
princípios da sustentabilidade que a sociedade procura para
construção de seu habitat” (TAUIL; NESE, 2010, p.13).
4.3.5 Cobertura
Segundo Ching e Adans (2001), o sistema de cobertura funciona como elemento
primário de abrigo para as áreas internas de uma edificação. Em sua construção
deve-se pensar nos fluxos e volumes de água, bem como passagens de água, ar,
calor e frio. Deve ser estruturada para proteger o entorno da construção, vencer
vãos e suportar o tipo das telhas que farão a função de cobertura. Conforme o tipo
de edificação, pode ser exigido pelo código de obras um elemento específico.
Segundo Construção (2014), ao programar a cobertura deve-se levar em conta a
altura, para que seja possível atender a pressão de água necessária no ponto mais
alto “chuveiro”, essa altura é medida do fundo da caixa d’água 1,50 m até o ponto do
chuveiro (Figura 4.31).
Figura 4.31 - Altura telhado
Fonte: ABCP, 2014.
60
Segundo Construção (2014), a programação das paredes para apoio do telhado
depende do tipo de telha a ser utilizada, para cada tipo existe uma inclinação
apropriada. Em telhas de menor peso, o uso de estrutura para apoio não requer de
tanto material (Figura 4.32).
Figura 4.32 - Programação de parede para apoio
Fonte: ABCP, 2014.
4.3.5.1 Estrutura Madeira
Segundo Borges (2009), são divididas em armação e trama. A armação é a parte
estrutural do telhado, utiliza-se a peroba por ser mais resistente ao apodrecimento,
ser menos dura que o ipê e ser mais econômica, é mais comum de encontrar nas
construções. A trama é a parte quadriculada, composta por terças, caibros e ripas,
que tem a finalidade de apoiar as telhas. Terças são peças horizontais montadas
perpendicularmente às tesouras. Caibros são peças montadas perpendicularmente
às terças e paralelamente às tesouras, de forma inclinada, determinante ao caimento
do telhado. Ripas são peças pregadas transversalmente aos caibros, ou seja,
paralela às terças (Figura 4.33).
61
Figura 4.33 - Estrutura madeira
Fonte: http://www.gravia.net.br/lojas/p/estrutura-metalica-para-telhados (2014)
4.3.5.2 Estrutura Metálica
Segundo Moterani (2012), as estruturas metálicas para telhado apresentam maior
economia, maior agilidade, maior rigidez na execução, proteção contra os cupins e
consciência ecológica. O aço galvanizado é resistente por receber tratamento de
zinco, evitando a corrosão. As coberturas dessas estruturas podem ser feitas por
diversos tipos de telha, importante que no momento da escolha seja definido o tipo
de telha, para que possa ser feito um cálculo estrutural do mesmo, em função do
peso da telha. O fato de ter menos material e ser mais leve, não significa que sua
resistência não seja boa, em média um telhado de 500 m² representa 12 toneladas
no peso da madeira, já o mesmo telhado em estrutura metálica, representa 3
toneladas, aspecto também muito relevante para escolha do método (Figura 4.34).
Figura 4.34 - Estrutura metálica
Fonte: http://www.gravia.net.br/lojas/p/estrutura-metalica-para-telhados (2014)
62
4.3.6 Esquadrias
Segundo Borges (2009), é um conjunto de componentes com a finalidade de fechar
vãos, controlando entrada de ar, água, poeira e isolação de ruídos.
4.3.6.1 Madeira
Segundo Borges (2009), as esquadrias de madeira são compostas por portas,
janelas, portões, gradis e tudo que se produz em trabalho de marcenaria destinado
ao fechamento de vãos e restrição de ambientes (Figura 4.35).
Figura 4.35 - Esquema de esquadria
Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/chumbamento-esquadrias/
(2014)
Segundo Borges (2009), as portas são compostas basicamente por batentes
comumente de peroba, com a finalidade de sustentar a folha. A folha é a peça que
se dependura aos batentes por dobradiças, com instalação de fechaduras, tem a
função de isolar ambientes e melhoras as condições de termo e acústico.
Guarnições dão o acabamento final do conjunto porta, sobrepondo de fresta entre
batente e alvenaria. Janelas foram relegados a planos secundários e seu uso foi
quase restrito aos dormitórios.
63
4.3.6.2 Metálica
Segundo Borges (2009), as esquadrias metálicas são divididas em: ferro, aço
galvanizado, alumínio e pvc. Os tipos de caixilhos mais usados de acordo com modo
de abrir são: de correr, guilhotina, maximar, abrir, pivotante e basculante (Figura
4.36).
Figura 4.36 - Esquema caixilho alumínio
Fonte: http://serralherianaveia.blogspot.com.br/2014/08/como-fazer-seu-proprioportao-de.html (2014)
4.3.7 Instalações hidráulicas
Segundo Ching e Adans (2001), o sistema de fornecimento de água pode ser
acoplado nos espaços das paredes e nos espaços da construção de pisos. De
preferência, as instalações dos registros devem ser de fácil acesso, para que em
necessidade de manutenção tudo possa ocorrer mais tranquilamente. Essas linhas
de fornecimento podem ser de cobre, aço galvanizado e plástico (Figura 4.37).
64
Segundo Construção (2014), nesta etapa ideal contatar a ajuda de um especialista
para seguir com os procedimentos de acordo as exigências, para montagem do
cavalete de entrada, os depósitos fornecem um modelo padrão.
Figura 4.37 - Esquema instalação hidráulica
Fonte: ABCP, 2014.
4.3.8 Instalações elétricas
Segundo Ching e Adans (2001), o sistema elétrico de uma edificação é para geração
de iluminação, aquecimento e operação de equipamentos e eletrodomésticos. Essa
energia flui através de um condutor pela diferença de carga entre dois pontos em um
circuito, sendo medida em “volts”. A quantidade de energia que flui pelo sistema é
medida em “amperes”. A potência é o quanto necessita cada equipamento ou ponto
de alimentação para funcionamento, ela é chamada de “watts”, sendo: (W= A x V),
(Figura 4.38).
65
Figura 4.38 - Esquema instalação elétrico
Fonte: ABCP, 2014.
4.3.9 Reboco de Gesso
Segundo Ching e Adans (2001), reboco é um material que se assenta e endurece
para formar uma superfície em parede ou teto, sendo de gesso, pode ser usado em
ambientes internos desde que não exista umidade intensa. O reboco de gesso
consiste em um material calcinado, água e um agregado fino (Figura 4.39).
Figura 4.39 - Reboco gesso liso
Fonte: http://www.acec.com.br/conteudo.asp?lnk=noticias&ver_todas=true&id=154
(2014)
66
4.3.10 Reboco de Massa
Segunda Ching e Adans (2001), massa podem ser aplicadas em superfícies
construídas em alvenaria ou concreto, essas superfícies devem apresentar
características ásperas e porosas, não contendo óleo e outros materiais
particulados. Quando há possibilidades de infiltração ou de condensação dentro da
parede, deve-se preparar o local destinado a receber a aplicação com reforço de
impermeabilizantes (Figura 4.40).
Figura 4.40 - Reboco de massa
Fonte: http://www.argafacil.com.br/argamassa_monocamada.php (2014)
Segundo cartilha “Mãos à Obra” (ABCP, 2014), o revestimento mais usado é feito
com argamassa, em três camadas: chapisco, emboço e reboco. Os traços devem
seguir as seguintes medidas (Tabela 4.6):
67
Tabela 4.6 - Traços para massa
Argamassa para revestimento
Rendimento
Aplicação
por saco de
Traço
Dica
cimento de 50
kg
O chapisco é a base do revestimento.
Sem
1 lata de
Chapisco
cimento
3 latas de
ele,
as
outras
camadas
de
acabamento podem descolar da parede
30 m²
ou do teto. Em alguns casos, como em
muros, pode ser o único revestimento. A
areia
camada de chapisco deve ser a mais fina
possível
1 lata de
Emboço
(Grossa)
cimento
2 latas de cal
O emboço serve para (massa regularizar
17 m²
8 latas de
superfície da parede ou do teto). Sua
espessura deve ser de 1 cm a 2,5 cm.
areia
1 lata de
Reboco
cimento
(Massa fina,
2 latas de cal
peneirada)
9 latas de
Esta camada de acabamento final da
35 m²
parede ou do teto deve ser a mais fina
possível.
areia
1 lata de
Os azulejos são assentados sobre o
cimento
Assentamento
1 e ½ lata de
de azulejos
cal
4 latas de
areia
emboço (massa grossa). Eles devem ficar
7 m²
mergulhado na água, no mínimo de um
dia
para
o
outro,
antes
de
serem
assentados.
Atenção: - a lata de medida deve ter 18 litros. Evite latas amassadas.
- as lojas de material de construção têm argamassas prontas para revestimentos,
assentamento e rejuntamentos. Neste caso, siga as instruções do fabricante.
Fonte: ABCP, 2014 - Modificado
68
4.3.11 Pisos
“Segundo NBR 7207/82 diz: O pavimento é uma estrutura constituída
após
a
terraplenagem
e
destinada
ao
uso
econômico
e
simultaneamente em seu conjunto. Resistir e distribuir ao subleito os
esforços verticais produzidos pelo tráfego; melhorar as condições de
rolamento quanto à comodidade segurança; resistir ainda aos esforços
horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de
rolamento. ”
4.3.11.1 Área Interna
Segundo Borges (2009), com o avanço ocorrido na oferta de tipos de materiais para
revestimentos de pisos, está cada vez mais difícil a escolha de um determinado de
produto. Essa escolha deve ser feita de acordo com a sua capacidade de resistência
à abrasão, conforme classificado abaixo:
 Tráfego leve: banheiros e dormitórios residenciais;
 Tráfego médio: interiores residenciais de menor tráfego;
 Tráfego médio/intenso: lojas internar e corredores;
 Tráfego intenso: lojas, lanchonetes, bancos, restaurantes, escolas, hospitais,
hotéis, escritórios e caminhos preferenciais;
 Tráfego super intenso:
piso para unidade industriais e comerciais,
supermercados, aeroportos e rodovias;
Para ambientes internos, os tipos de revestimentos mais utilizados são:
 Porcelanato: alta resistência à abrasão, durabilidade, grande variedade de tons e
texturas. A porosidade quase nula do porcelanato o torna bastante impermeável.
Sua instalação é relativamente rápida, mas como a maioria dos pisos, requer a
regularização do contrapiso antes da aplicação. Os três tipos de porcelanato mais
comuns no mercado são: técnico, polido (Figura 4.41) ou natural.
69
Figura 4.41 - Piso cerâmico
Fonte: http://colocacaocolocadordeporcelanato.blogspot.com.br (2014)
 Azulejo: Os azulejos recebem a mesma orientação do porcelanato. Recomendase a utilização de peças retificadas, com as medidas mais alinhadas, necessitando
de menos rejunte, pois passam por um processo de qualidade mais rígido.
 Piso laminado: A maior vantagem desse tipo de revestimento é o preço. O piso
laminado tem este nome pois ele é fabricado em camadas. É revestido de uma
lâmina decorativa, e o miolo, normalmente, é feito de HDF ou HPP (elementos
obtidos das fibras da madeira). A proteção final se dá por uma camada de overlay,
um filme cristalino de celulose que impermeabiliza e dá brilho ao material.
Normalmente, é um piso que não favorece a acústica. Porém, a aplicação de uma
manta sob o piso reduz o barulho (Figura 4.42).
70
Figura 4.42 - Piso laminado
Fonte: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/3133/3/2007_RobertoLdeMello_3.pdf
(2014)
 Taco: Feito de placas de madeira nativa em tamanhos variados. Podem ser
colocados sobre outros pisos, como cerâmica ou pedra. Os formatos mais comuns
desse revestimento são espinha-de-peixe, escama-de-peixe, dama, paralelo e
convencional. A perda do material varia de acordo com o desenho, podendo variar
de 8 a 15% (Figura 4.43).
Figura 4.43 - Piso taco
Fonte: http://imoveis.culturamix.com/dicas/como-limpar-pisos-de-taco-de-madeira
(2014)
71
4.3.11.2 Áreas externas impermeáveis
Segundo Arvelos (2006), em áreas externas quando se quer ganhar tempo e
padrões variados de acabamento, utiliza-se da técnica de estamparia em concreto
usinado. Para um melhor acabamento e resistência, utiliza-se concreto com
resistência mínima fck de 18 Mpa, misturado a pedrisco e brita 0. Essa técnica pode
ser utilizada em qualquer tipo de pavimento, desde que respeite as espessuras
mínimas. Em áreas onde ocorrerá trânsito de veículos, as espessuras deverão ser
previamente calculadas, para que não ocorram deformações (Figura 4.44).
Figura 4.44 - Concreto estampado
Fonte: http://www.classiwebgratis.com.br/70/83246/concreto-estampado--df-ecopisos-brasalia--62.html (2014)
4.3.11.3 Área externa permeáveis
O piso drenante é a melhor opção de acabamento do solo para a área externa. As
peças são fabricadas com materiais específicos, como areia, pedregulho, argila
expandida, fibra de coco, cimento e pó de pedra. Todos os compostos são
misturados e submetidos a prensa para formar as peças denominadas pisos
drenantes.
72
O piso funciona como um sistema de drenagem para áreas externas, pois absorve
94% de água, evitando poças e enchentes. Além do sistema de drenagem, esse tipo
de piso é muito resistente, de fácil aplicação e com sistema antiderrapante,
tornando-o uma opção muito viável para calçadas, garagens, jardins e caminhos
externos (Figura 4.45).
Figura 4.45 - Piso drenante
Fonte: http://www.czmoi.com/2014/10/piso-drenante.html (2014)
Existem vários tipos de pisos drenantes no mercado, conhecidos como piso
intertravado, bloquete, concregrama, mosaico português, piso elevado e etc. Na
maioria deles o sistema de instalação é muito prático e rápido, pois são justapostos
e se mantêm fixos por conta do atrito da área lateral das peças em relação às
outras.
Explicação de como é feita a instalação e algumas propriedades desses pisos
drenantes (Figura 4.46).
73
Figura 4.46 - Montagem de pisos intertravados
Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/58/piso-intertravado-paracalcadas-para-resistir-as-cargas-e-279793-1.aspx (2014)
4.3.11.3.1 Contenção lateral
São guias de concreto que servem para confinar o piso intertravado e funcionam
como marcadores de cotas de níveis e alinhamentos.
4.3.11.3.2 Rejunte
O rejuntamento é feito com areia ou pó de pedra peneirada para garantir, após a
compactação final, o intertravamento correto das peças.
74
4.3.11.3.3 Blocos
As peças pré-moldadas se comportam como uma camada flexível e única por causa
do intertravamento.
4.3.11.3.4 Intertravamento
Com o travamento, a transferência de carga entre os blocos distribui a pressão sobre
o subleito e a base, reduzindo o risco de deformações.
4.3.11.3.5 Assentamento
A camada de areia de assentamento – ou pé de pedra – deve ser regular para servir
como base para o assentamento das peças. Ela funciona como barreira para evitar
propagação de possíveis fissuras da base, além de preencher as partes mais baixas
das juntas.
4.3.11.3.6 Base
Pode ter material granular, sem aderência, ou receber cimento para melhorar sua
capacidade de carga. A espessura mínima é de 10 cm e é necessário prever
inclinação de no mínimo 2% para drenagem de águas pluviais.
4.3.11.3.7 Sub-base
É a primeira camada do pavimento e, dependendo do caso, pode não ser
necessária. É comumente feita de material granular, solo escolhido, solo brita ou
solo tratado – como o melhorado com cimento. A compactação correta da base e da
sub-base – que absorvem as cargas – é primordial para o bom desempenho do
pavimento.
75
4.3.11.3.8 Subleito
Camada mais profunda, pode ser composta pelo solo original – se tiver resistência
adequada – ou oriunda de outro local. Não pode ser um solo expansivo e deve estar
livre de plantas e raízes. Devidamente compactado, tem que ficar 1,5 m acima do
lençol freático, com caimento mínimo de 2%.
4.3.11.3.9 Conservação
Esses blocos podem ser retirados e recolocados, o que permite reparos em
tubulações e de eventuais recalques do subleito.
4.3.11.3.10 Drenagem
O desempenho da drenagem depende da inclinação longitudinal e dos caimentos
transversais. Para calçada, o caimento transversal recomendado é de 2%, com
caimento transversal máximo de 4%.
4.3.11.3.11 Formatos mais comuns
Os formatos mais comuns de blocos intertravados são: retangular, “raquete”, 16
faces e sextavado. Para calçadas, usam-se, em geral, blocos com espessura de 6
cm, conforme projeto. A resistência do piso intertravado costuma variar entre 35
MPa e 50 MPa.
4.3.11.3.12 Tipos de assentamento
Os arranjos podem ser do tipo espinha de peixe, que em condições de tráfego
intenso é considerado o mais adequado devido à sua boa resposta frente ao
fenômeno de “escorregamento”, analisado em relação ao travamento horizontal;
espinha de peixe a 45º; tipo fileira; e trama.
76
4.3.12 Cerâmica
Segundo Ching e Adans (2001), revestimentos cerâmicos são feitos de argila ou
material cerâmico, em processo de produção são queimados a uma temperatura
muito alta em forno, no qual se resulta em uma peça durável, densa, que é
resistente à água, difícil de manchar e fácil de limpar. O material é disponível
vitrificado ou não-vitrificado. O vitrificado pode ter acabamento brilhante, fosco ou
cristalino, com grande variedade de cores. Os não-vitrificados são duros e densos, e
derivam sua cor do corpo do material. Essas cores tendem ser mais sóbrias (Figura
4.47).
Figura 4.47 - Azulejos cerâmico
Fonte: http://www.blogdomenorpreco.com.br/assentando-azulejos-em-paredes
(2014)
4.3.13 Pintura
Segundo Borges (2009), a pintura é responsável pelo acabamento final da maioria
dos elementos e peças de uma construção, como as portas, janelas, paredes, forros,
portões, grades e etc. Devido à essa responsabilidade, a pintura deve ser bem
planejada e executada, para não comprometer o acabamento da construção.
77
A pintura além de ser um elemento de decoração, ela também representa um papel
decisivo na conservação do cobre. Uma esquadria de ferro depende de uma boa
pintura para que não oxide, assim como também exerce um sistema de vedação
para as paredes de uma construção. Para um melhor acabamento e desempenho, o
processo de pintura, deve seguir um procedimento de preparação da superfície,
onde a superfície a ser pintada deve estar com um fundo preparatório aplicado,
massa corrida bem executada, seca e isenta de gordura, graxa ou mofo.
Existem muitos tipos de tintas no mercado e as opções mais usadas são:
a. À cal: tinta mais barata e de fácil aplicação, mas não é lavável, muito utilizada em
paredes externas e muros;
b. Látex ou PVA: tinta feita à base de água, geralmente utilizadas para pintura de
paredes internas e principalmente para tetos e áreas secas que não necessitam de
muita manutenção, pois não resiste a muitas lavagens. Não é utilizada em áreas
externas, pois oferece baixa resistência à ação do sol;
c. Acrílica: tinta feita a base de água e é indicada para pinturas internas e externas.
A tinta acrílica é encontrada no acabamento fosco, semi-brilho e acetinado;
d. Emborrachadas: tinta indicada para pintura externa, mais especificamente para
muros e fachadas, pois possui uma película flexível que acompanha a dilatação e a
retração da argamassa sob mudança de temperatura, protegendo a parede da
umidade, ação do sol e da chuva;
e. Laváveis: tinta indicada tanto para ambientes internos como para ambiente
externos, é considerada ideal para ambientes com grande tráfego de pessoas, pois
tem acabamento acetinado e oferece grande resistência à limpeza;
f. Sem Cheiro: utilizada em ambientes internos e externos, perdem o odor em até 3
dias após a aplicação e encontra-se em acabamento fosco e acetinado;
78
g. Epóxi: tinta à base de água ou solventes, ideal para pintura de banheiros, pisos e
azulejos, pois é um material muito resistente à ação dos produtos químicos de
limpeza.
79
5 CONJUNTO RESIDENCIAL VILLAGIO BELO HORIZONTE 1
Este trabalho traz como referência uma pesquisa realizada em um conjunto
habitacional localizado no Estado de São Paulo, na cidade de Itapetininga (Figura
5.48), no bairro Vila Belo Horizonte, sendo este um empreendimento com 6 unidades
autônomas (Figura 5.49).
Figura 5.48 - Mapa Região
Fonte: CIESP Sorocaba (2015)
Figura 5.49 – Maquete eletrônica
Fonte: REVIT 2015 (2014)
80
A localização do conjunto residencial é Rua João Nunes da Costa (Figura 5.50).
Figura 5.50 - Endereço
Fonte: Google Maps (2015)
Após procedimento efetuado junto ao Departamento de Engenharia da Prefeitura de
Itapetininga, taxas obrigatórias foram recolhidas e visita para conferência em local
por fiscal da prefeitura foi realizada, para assim então, autorizar a emissão da
numeração predial.
5.1 Dados do Município de Itapetininga
Em 2010, o Município de Itapetininga tinha uma população de 149.027 habitantes,
com uma estimativa de crescimento até 2015 para 155.436 numa área de 1.790.208
km² (Tabela 5.7).
Tabela 5.7 - Dados da cidade de Itapetininga
População estimada 2014
155.436
População 2010
144.377
Área da unidade territorial (km²)
1.790,208
Densidade demográfica (hab/km²)
80,65
Código do Município
3522307
Gentílico
Itapetingano
Prefeito
LUIZ ANTÔNIO DI FIORES COSTA
Fonte: http://www.itapetininga.sp.gov.br (2015)
81
De acordo com o censo de 2010, 27% da população local vive com renda per capita
inferior a meio salário mínimo.
5.2 Escolha do terreno
A escolha do terreno foi baseada na topografia do mesmo aliada à sua localização,
os limites desta superfície, bem como todas as suas particularidades naturais,
estavam dentro do considerável (Figura 5.51). De acordo com o proprietário, foram
determinantes para a implantação deste projeto. A situação real do lote apresentava
uma pequena declividade.
Figura 5.51 - Situação antes regularização
Fonte: Própria (2014)
Todas as obras de engenharia são executadas sobre a parte da superfície terrestre.
Cabe a topografia dar a base para que estes projetos sejam executados com maior
precisão e locados corretamente na área onde serão executados. É preciso
conhecer as potencialidades, características e risco do relevo. (Listo, 2015).
Após realização de aterro com compactação, o terreno apresentou aclive de 1,5%
(Figura 5.52) e não houve dificuldade para realização dos trabalhos por se tratar de
uma pequena área.
82
Figura 5.52 – Situação após regularização
Fonte: Própria (2014)
5.3 Estruturas de serviço das concessionárias
Na cidade de Itapetininga – SP, as empresas fornecedoras de serviços públicos,
mais conhecidas como concessionárias, são a SABESP para saneamento e a CPFL
para energia elétrica da cidade.
Para a 1ª ligação de água, deve-se utilizar a Unidade de Medição de Água UMA,
adotada no novo padrão da SABESP. A UMA é composta por uma caixa metálica ou
de plástico e um dispositivo de medição, fornecidos exclusivamente pela SABESP.
Após a instalação da UMA é necessária vistoria da instalação.
Para a ligação da água, a SABESP exige algumas condições: O terreno deve estar
delimitado, cercado e devidamente identificado com o seu respectivo número; deve
existir uma rede pública em frente ao local da ligação; acesso livre ao local da
instalação e orçamento aprovado.
83
Os documentos necessários para o requerimento da instalação são: RG, CPF,
documento que comprove vínculo de propriedade ou posse do imóvel e os
orçamentos aprovados com a opção de pagamento do Dispositivo de Medição.
5.4 Definição do projeto
O projeto foi elaborado com 6 casas geminadas dois a dois, buscando um melhor
aproveitamento do terreno, otimizando o lote de forma a possibilitar o acesso de
veículos.
O anexo A – apresenta Planta Projeto Prefeitura liberada para execução da obra em
08 de agosto de 2014, emitido por Prefeitura do Município de Itapetininga.
Para liberação e andamento das atividades planejadas, foi expedido Alvará de
Edificação pela Prefeitura de Itapetininga.
5.5 Análise do solo
O método utilizado para a avaliação do solo foi o SPT-Standard Penetration Test,
seguindo os critérios e procedimentos descritos na NBR 6484. No local da obra os
procedimentos foram:
- Execução de um furo de sondagem de reconhecimento, atingindo a cota de
11,45 m.
- As sondagens foram executadas por percussão, sendo que, para esse serviço foi
utilizado um tubo de revestimento de diâmetro 2.1/2”. As amostras foram colhidas
por meio de um amostrador de diâmetro interno de 1,3/8” (35 mm) e externo de 2”
(51 mm), conforme representado em (Figura 5.53).
84
Figura 5.53 - Procedimento de Sondagem SPT
Fonte: Própria (2014)
O anexo B – apresenta a sondagem de reconhecimento do solo, elaborado por
SONDASOLO PAULINO VDG LTDA em 21 de agosto de 2014.
5.6 Fundações e Impermeabilização
Conforme descrito na NBR 6122- Projeto e execução de fundações, o tipo de
fundação escolhida foi o Radier (Figura 5.54), cuja característica é execução de uma
laje maciça direta no solo, elemento estrutural que abrange todos os pilares da obra
ou carregamentos distribuídos. No estudo de caso, este perímetro foi disposto para
absorver e envolver 2 unidades ao mesmo tempo.
Figura 5.54 - Área fundação Radier
Fonte: Própria (2014)
85
Após marcação do perímetro, foi colocado uma camada de saco plástico, para evitar
o escoamento dos aditivos e água do concreto para o solo, foi programado os
pontos dos condutores elétricos, tubulações hidráulicas e arranques de vergalhão
dos pontos de grauteamento que farão a sustentação da alvenaria.
5.7 Alvenaria de vedação
Conforme apresentado na NBR 15575 – 4 - Sistemas de vedações verticais internas
e externas (SVVIE), fundamentada na NBR 15270 – 2 - Blocos cerâmicos para
alvenaria estrutural.
Foi utilizado para limitar verticalmente a edificação e seus ambientes, como as
fachadas e as paredes ou divisórias internas (Figura 5.55), por se tratar de um
método rápido, comum em construções de único pavimento, dispensando a
utilização de pilares e vigas.
Figura 5.55 - Alvenaria de bloco cerâmico estrutural
Fonte: Própria (2014)
Para execução de alvenaria estrutural é necessária planta de primeira fiada, assim,
possibilitará o encontro perfeito dos vãos de janelas e portas.
86
Com objetivo de proporcionar um melhor desempenho acústico, após conclusão de
todas as etapas da obra foi realizado ensaio para níveis de ruídos conforme
especificado na NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico (Tabela 5.8).
Tabela 5.8 – Valores dB(A) e NC
Locais
dB(A)
NC
Apartamentos, Enfermarias, Berçários, Centros cirúrgicos
35 – 45
30 – 40
Laboratórios, Áreas para uso do público
40 – 50
35 – 45
Serviços
45 – 55
40 – 50
Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho
35 – 45
30 – 40
Salas de aula, Laboratórios
40 – 50
35 – 45
Circulação
45 – 55
40 – 50
Apartamentos
35 – 45
30 – 40
Restaurantes, Sala de Estar
40 – 50
35 – 45
Portaria, Recepção, Circulação
45 – 55
40 – 50
Dormitórios
35 – 45
30 – 40
Sala de estar
45 – 50
35 – 45
Salas de concertos, Teatros
30 – 40
25 – 30
Salas de conferências, Cinemas, Salas de uso múltiplo
35 – 45
30 – 35
40 – 50
35 – 45
Salas de reunião
30 – 40
25 – 35
Salas de gerência, Salas de projetos e de administração
35 – 45
30 – 40
Salas de computadores
45 – 65
40 – 60
Salas de mecanografia
50 – 60
45 – 55
40 – 50
35 – 45
45 – 60
40 - 55
Hospitais
Escolas
Hotéis
Residências
Auditórios
Restaurantes
Escritórios
Igrejas e Templos (Cultos meditativos)
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades esportivas
Fonte: NBR 10152/1987 - Modificado
87
O projeto para as paredes que separam as casas geminadas, foi elaborado
considerando um muro para cada casa, utilizando entre as mesmas, lã de rocha,
para trazer conforto acústico para os futuros moradores da residência (Figura 5.56).
Figura 5.56 - Isolamento acústico
Fonte: Própria (2014)
Como camada impermeabilizadora, foi utilizado aditivo polimérico em massa de
assentamento nas duas primeiras fiadas de blocos.
Todos os vãos de portas e janelas receberam verga e contra-verga, necessárias
para combater fissuras que ocorrem normalmente no ângulo de 45º.
Foi elaborado para fins de conhecimento da resistência mecânica, ensaio de
compressão em bloco estrutural cerâmico, conforme especificado nas normas NBR
15.271, NBR 15.272 e NBR 15.273 (Figura 5.57). Os blocos atenderam os critérios
exigidos pela norma, sua resistência atingiu uma média de 7,5 MPA à compressão.
88
Figura 5.57 - Ensaio de resistência
Fonte: Própria 2014
5.8 Instalações elétrica, hidráulica e esgoto
A instalações elétricas seguiram os procedimentos descritos na NBR 5410 –
Instalações elétricas de baixa tensão. A distribuição percorreu pela parte inferior,
evitando corte horizontais da alvenaria estrutural. As entradas primárias também
percorreram pelo caminho subterrâneo (Figura 5.58).
Figura 5.58 - Distribuição de conduites pelo Radier
Fonte: Própria (2014)
89
Para alimentação de iluminação, foi programado as passagens pela laje de
cobertura das residências (Figura 5.59).
Figura 5.59 - Distribuição de condutores para rede elétrica
Fonte: Própria (2014)
Ao efetuar pedido de instalação elétrica de entrada, foi necessário de projeto sob
responsabilidade técnica para as casas 3, 4, 5 e 6 (Figura 5.60), por serem 4
residências em uma única matrícula, conforme critério apresentado em portal
concessionária CPFL.
Figura 5.60 - Poste para quatro medidores
Fonte: Própria (2015)
90
Já para as casas 1 e 2 (Figura 5.61), em virtude da individualização da matrícula, a
solicitação transcorrerá via procedimento simples, com apenas a entrega das
documentações necessárias para instalação individual.
Figura 5.61 - Poste individual
Fonte: Própria (2015)
O anexo C – Carta de Apresentação do Projeto à CPFL, elaborado por Eduardo
José da Silva Costa, CREA – SP 5060677220 em 20 de fevereiro de 2015.
O anexo D – Compromisso de Pagamento de Diferença de Custo de Medidores à
CPFL, elaborado por Eduardo José da Silva Costa, CREA – SP 5060677220 em 20
de fevereiro de 2015.
O anexo E – Memorial de Cálculo e Dimensionamento da Medição Agrupada à
CPFL, elaborado por Eduardo José da Silva Costa, CREA – SP 5060677220 em 20
de fevereiro de 2015.
O anexo F – Instalação Nova de Medição Agrupada – 4 Medidores Poste Compacto
Concreto à CPFL, elaborado por Eduardo José da Silva Costa, CREA – SP
5060677220 em 20 de fevereiro de 2015.
91
Para sistema hidráulico e esgoto, foi acompanhado os procedimentos descritos na
NBR 15575 – 6 – Sistemas hidrossanitários, onde o fundamento é quanto as
condições de saúde e higiene requeridas para a habitação, além de apoiarem todas
as funções humanas nelas desenvolvidas (cocção de alimentos, higiene pessoal,
condução de esgoto e água servidas, etc.).
De forma incorporada à construção, garantindo a segurança dos usuários,
harmonizando-se com a deformabilidade da estrutura e interagindo com o solo, foi
realizado a programação das tubulações subterrâneas. A conferência foi realizada
por arames flexíveis, posicionados no gabarito de locação para verificação das
excentricidades das tubulações (Figura 5.62).
Figura 5.62 - Programação da rede de esgoto
Fonte: Própria (2014)
O anexo G – Planta para marcar excentricidades das instalações elétricas, hidráulica
e esgoto elaborado por Cesar Bottaro, proprietário estudante em 2014.
5.9 Sistema de cobertura
Seguindo os critérios da NBR 15575 – 5 – Sistemas de cobertura, cujo o objetivo era
alcançar a qualidade requerida e a oferta de moradias. O sistema de cobertura SC
92
foi desenvolvido para exercer a função importante na edificação habitacional, desde
a contribuição para preservação da saúde dos usuários até a própria proteção do
corpo da construção, interferindo diretamente na durabilidade dos demais elementos
que a compõem. O SC impede a infiltração de umidade oriunda das intempéries
para os ambientes habitáveis e previnem a proliferação de micro-organismos
patogênicos e de diversificados processos de degradação dos materiais de
construção, incluindo apodrecimento, corrosão, fissuras de origem higrotérmica e
outros. Também combatendo a radiação solar, o SC exerce predominante influência
na carga térmica transmitida aos ambientes, casa térrea, influenciando diretamente
no conforto térmico.
No intuito de proporcionar melhorias com novas técnicas construtivas, foi elaborado
projeto para utilização de Aço Galvanizado Zincado como elemento de estrutura
para cobertura das residências (Figura 5.63). Como elemento de cobertura, foi
utilizado telhas cerâmicas.
Todo material foi fornecido pela empresa MULTIPERFIL GRASSER, seguindo os
critérios da NBR 6355/03 e NBR 14762/01 contendo: guia 90 mm, com espessura
0,95 mm e revestimento em Zinco Z 275 g/m²; montante 90 mm, com espessura
0,95 mm e revestimento em Zinco Z 275 g/m²; montante 70 mm, com espessura
0,95 mm e revestimento em Zinco Z 275 g/m²
O anexo H – Planta para efetuar quantitativo para pedido e orientação para
execução, elaborado por Cesar Bottaro, proprietário estudante elaborado em 06 de
janeiro de 2015.
93
Figura 5.63 - Cobertura em aço galvanizado
Fonte: Própria (2015)
Houve planejamento da laje para depositar os apoios da estrutura do telhado e seu
devido carregamento.
O anexo I – Montagem de Laje, sentido das vigotas e afastamento dos negativos,
elaborado por Lajes Delta em 18 de novembro de 2014.
5.10 Instalações de esquadrias
De forma que atendesse os quesitos descritos na NBR 15575 – 1 – Requisitos
Gerais, foi levado em conta:
a. Segurança: segurança estrutural; segurança contra o fogo e segurança no uso e
na operação.
b. Habitabilidade: estanqueidade; desempenho térmico; desempenho acústico;
desempenho lumínico; saúde, higiene e qualidade do ar; funcionalidade e
acessibilidade; conforto tátil e antropodinâmico.
c. Sustentabilidade: durabilidade; manutenibilidade e impacto ambiental
94
Para os ambientes internos, foram utilizados caixilhos de alumínio de correr tipo
veneziana (Figura 5.64) e do tipo vidro liso onde o desempenho luminosidade faz
presente (Figura 5.65).
Figura 5.64 - Caixilho veneziana
Fonte: Própria (2015)
Figura 5.65 - Caixilho vidro liso
Fonte: Própria (2015)
5.11 Detalhamento dos revestimentos de paredes e pisos
Esta é a fase de acabamento da obra, onde os procedimentos para aplicação devem
seguir minuciosamente as orientações pré-estabelecidas pelos fornecedores, de
95
seus respectivos materiais. Com a atuação conjunta dos órgãos fiscalizadores e
evolução do processo tecnológico, cada vez mais, as informações orientadas são
para atender os critérios exigidos pela NBR 15575-1 - Requisitos gerais e também
requisitos de outras normas específicas.
Para escolha dos revestimentos de paredes e pisos, deve levar em consideração
alguns procedimentos, que são comumente utilizados, ocorrendo variações apenas
no modelo, devido à influência de outros fatores não abordados neste trabalho.
Nas paredes internas onde há vão de janela, antes da aplicação do revestimento
reboco de gesso, foi feita impermeabilização com massa polimérica, procedimento
que atua em favor da estanqueidade (Figura 5.66), aplicação realizada internamente
e externamente.
Figura 5.66 - Impermeabilização de vãos
Fonte: Própria (2015)
O revestimento escolhido em todas as paredes internas onde não há atuação direta
de umidade, foi o reboco de gesso (Figura 5.67), aplicado diretamente no bloco
estrutural, devido sua característica favorável de planeza.
96
Figura 5.67 – Reboco de Gesso
Fonte: Própria (2015)
Na cozinha (Figura 5.68) e banheiros (Figura 5.69), locais de intensa utilização de
água, foram revestidos com material cerâmico, pela sua característica de boa
impermeabilidade.
Figura 5.68 - Revestimento cerâmico
Fonte: Própria (2015)
97
Figura 5.69 - Revestimento de banheiros
Fonte: Própria (2015)
Para as paredes externas da casa, algumas camadas devem ser sobrepostas sobre
os blocos, para que haja melhor eficiência e o acabamento dure mais tempo. Por
esse
motivo,
foi
executado
chapisco,
emboço
e
reboco
(Figura
5.70)
respectivamente. Após a cura total dessa massa, pôde ser aplicada a textura e a
pintura acrílica para acabamento final.
Figura 5.70 - Chapisco, emboço e reboco
Fonte: Própria (2014)
98
Para boa aderência do grafiato, foi aplicado uma demão de seladora sobre a
alvenaria dos muros externos. Após secagem por completo do grafiato, foi aplicado
camada de tinta lavável com base acrílica (Figura 5.71).
Figura 5.71 - Preparo grafiato em muros
Fonte: Própria (2015)
Para melhor desempenho de proteção contra os raios ultravioletas e estanqueidade
das paredes externas, foi utilizado base seladora para melhor aderência da camada
de substrato textura, massa polimérica que além de proteger, faz característica de
design (Figura 5.72).
Figura 5.72 - Preparo textura nas casas
Fonte: Própria (2015)
99
Após preparo substrato textura, foi aplicado camada de tinta apropriado para
exteriores, sendo tinta lavável com base acrílica (Figura 5.73).
Figura 5.73 - Pintura externa casas
Fonte: Própria (2015)
5.12 Pavimentação da área externa
Todas as partes destinadas para calçadas receberam uma camada de concreto
magro desempenado. Como acabamento das áreas de manobra para veículos, foi
utilizado placas de pedra Miracema bruta (Figura 5.74) nas dimensões 0,50 cm x
0,50 cm com 8 cm de espessura, assentadas sobre uma camada de 2 cm de areia,
para uma melhor acomodação e apoio das placas. Dispostas de tal forma, onde os
espaços receberam cobertura vegetal (grama), totalizando em 370 m² de área
permeável.
Figura 5.74 - Pedra para área externa
Fonte: Própria (2015)
100
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Após acompanhamento do estudo de caso, pode-se sistematizar o processo
construtivo em duas partes, sendo a primeira em etapas de planejamento conhecido
como anteprojeto, fase inicial onde deve-se definir e recolher todos os documentos
necessários para aprovação junto aos órgãos responsáveis em autorizar, desde que
assegurado a viabilidade técnica. Nesta etapa de projeto, a identificação dos tipos
de serviços a executar e de equipamentos a incorporar à obra, deverão assegurar os
melhores resultados para a mesma. Já na segunda parte, etapa executiva de obra,
considera-se a contratação de mão de obra para elaboração fiel do que foi
planejado, uma vez que para métodos construtivos existem combinações de
atividades.
Devido as características climáticas, geográfica, econômica e entre outros de nosso
País, uma série de variedades poderão ocorrer quanto à escolha do método
construtivo de cada etapa da obra. Recomenda-se efetuar um levantamento prévio
técnico para que se possa enquadrar o melhor método construtivo, fazendo jus à
legalidade, viabilidade e rentabilidade.
De uma forma geral, nota-se que novas tecnologias construtivas vêm cada vez mais
suprindo os grandes desafios, tomando frente aos limites da construção civil.
Embora o cenário seja favorável para essas técnicas é importante ressaltar que a
maioria delas são pautadas em normas técnicas de outros países, uma vez que
ainda não há estudos suficientes para defini-las e enquadra-las na ABNT. Como
auxílio, foi criada a NBR 15575 – Requisitos de Desempenho, cabendo ao
profissional envolvido fazer sua verificação e exigir os laudos das empresas
fornecedoras dos materiais.
Após um estudo sobra as vantagens e desvantagens de cada tipo de material e de
cada etapa da obra, foi elaborada a tabela 5.9 abaixo:
101
Tabela 5.9 – Vantagens e Desvantagens das Etapas Construtivas
Etapas
construtivas
Escolha da região
Escolha do terreno
Fundação Direta
tipo Radier
Alvenaria de
vedação utilizando
blocos estruturais
Isolamento acústico
com lã de rocha
Sistema de
cobertura em aço
galvanizado
zincado
Esquadrias de
alumínio
Revestimento de
parede interna em
gesso
Revestimento de
parede externa com
argamassa e
textura
Vantagens
Desvantagens Escolha final
Escolhida em
função da
localização
Foi necessário Escolhido em
Terreno com perímetro
um acerto de
função das
demarcado e sem muita
declive para características
movimentação de terra
aclive
favoráveis
Escolhido
Tempo de execução
Baixa
após a
reduzido; redução da mão
flexibilidade
sondagem por
de obra; indicado para
em alterações
ser o método
terrenos argilosos
de projeto
mais prático
Necessidade
Tempo de execução
Escolhida
de um projeto
reduzido; dispensa utilização
após a
de modulação,
de pilares e vigas; baixa
fundação pela
hidráulica e
produção de entulho
praticidade
elétrica
Escolhido
Baixa
pelo bom
Conforto acústico
resistência
atendimento
mecânica
ao conforto
acústico
Necessidade
de mão de
Escolhido
Material leve; substitui
obra
pela
madeira; baixo índice de
especifica;
durabilidade
corrosão
projeto de
do material
montagem
Material leve; substitui
Escolhido
madeira; baixo índice de
pela
Alto custo
corrosão; fácil
durabilidade
manuseamento
do material
Redução da
Escolhido
Tempo reduzido de
resistência em pelo tempo
execução; baixo custo
contato com
reduzido de
água
execução
Bom desempenho acústico e
Necessidade
Escolhido
térmico; tempo de
na
pelas
durabilidade e resistência;
manutenção características
Estanqueidade das paredes
periódica
estéticas
externas
Proximidade à um polo
industrial
Disponibilidade
de material
102
Revestimento
cerâmico
Pavimentação da
área externa
Escolhido
pela
Estanqueidade das paredes
funcionalidade
internas; melhor acabamento
e melhor
interno
acabamento
interno
Escolhida
para atender
Periodicidade
Permeabilidade do terreno;
as normas da
de
melhor acabamento externo
prefeitura e
manutenção
melhor
acabamento
Fonte: Própria (2015)
Geração de
entulho;
grande
porcentagem
perda
103
7 CONCLUSÕES
Ao iniciar um projeto, deve-se considerar diversos aspectos do local de implantação,
para então identificar viabilidade nos métodos construtivos de cada etapa, para que
se possa dar início as atividades da obra. Após conclusão desta primeira etapa,
adota-se procedimentos para escolha do melhor método construtivo.
Na construção civil, onde as empresas buscam a eficiência total, cada vez mais
deverão ser utilizadas novas técnicas e métodos que auxiliam no atingimento de
seus objetivos, abordados na fase de planejamento. Na fase de execução da obra,
verifica-se que o fator tempo e qualidade estão vinculados ao resultado final da
construção.
O estudo de caso proporcionou entendimento das diversas etapas da construção,
bem como as suas interferências. A utilização de aço galvanizado zincado em
substituição à estrutura de madeira do telhado, proporcionam mais rapidez, menos
peso, e evitam manutenções futuras.
A cartilha é o resultado dessas etapas, proporcionando suporte para o construtor.
104
8 RECOMENDAÇÕES
Uma vez que não houve aprofundamento nos cálculos, dimensionamentos e
elaboração de planilhas orçamentárias junto ao trabalho, recomenda-se que estes
itens sejam considerados para obtenção de resultados que possibilitem uma melhor
solução construtiva, modulando métodos por combinações, envolvendo pesos
orçamentários.
105
REFERÊNCIAS
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Escalonadas. 2010.
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TAUIL,
Carlos
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NESE,
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Estrutural: Metodologia de Projeto; Detalhes; Mão de Obra; Normas e Ensaios.
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fechados na RMSP, estudo de caso: Loteamento Jardim
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Planejamento, Gestão e Projeto, Instituto de Pesquisa Metodológica
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loteamentos
Haras Bela
e Tecnologia,
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<http://www.brasildefato.com.br/node/29948>. Acesso em: 05 nov. 2014.
XAVIER, Sinval. Desenho Arquitetônico: Planta Baixa. 2012. Disponível em:
<www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF8#q=planta baixa pdf>. Acesso em: 06 nov. 2014.
ANEXOS
MÉTODO CONSTRUTIVO
PARA RESIDÊNCIAS
UNIFAMILIARES
TCC 2015
ORK
AFE
APRESENTAÇÃO
ASPECTOS LEGAIS E PRÁTICOS
Ao iniciar um projeto, verifique
as condições da documentação;
local de implantação e as normas
de construção do município.
Olá pessoal da
construção civil!
Faça um levantamento do entorno e não se esqueça que
vias de acesso, serviços das concessionárias e meios de
transporte, podem agregar valor ao seu empreendimento.
Nesta etapa do curso, discutiremos algumas práticas e
tecnologias para proporcionar moradias com qualidade.
WORK
SAFE
Lembre-se! Os procedimentos devem visar
qualidade, conforto e segurança, a partir da
adoção de critérios não comprometedores às
obrigatoriedades descritas em normas.
Este material foi planejado para auxiliá-lo
na construção de residências unifamiliares.
2
Analise o caimento do terreno, evitando transtornos nos sistemas
de esgoto e caminho de águas das chuvas. Verifique também se o
terreno está sujeito à inundações, afundamentos e desabamentos.
Ah, já estava me esquecendo!
Não deixe de providenciar as instalações
provisórias das concessionárias. Para
início das atividades será necessário a
instalação de energia, água e esgoto.
3
ASPECTOS LEGAIS E PRÁTICOS
Para um bom projeto,
liste as principais
características.
ETAPAS CONSTRUTIVAS
Para início das atividades de campo, efetue
corretamente a limpeza do terreno. Não
esqueça de seguir os procedimentos para
obtenção das licenças obrigatórias.
Elas não merecem ser maltratadas.
Todo projeto deve ter a concepção sustentável: “atender as
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de
as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.
WORK
SAFE
O conhecimento das características físicas do solo é muito importante,
não só para a escolha do tipo de fundação e seu dimensionamento,
o que é bastante óbvio, como também para a determinação dos
“acidentes”, tais como a existência de água, de matacões e de vazios
que possam influenciar o próprio processo construtivo.
Planta baixa é, genericamente, uma vista ortográfica seccional
do tipo corte, feita de um plano projetante secante horizontal.
Geminadas, Isoladas e com ambiente conjugado.
WORK
SAFE
Como método rápido e econômico,
muito utilizado para edificações de
pequeno porte, o Radier se enquadra
perfeitamente para o modelo!
A fundação é a estrutura fixa que sustenta as construções e as
mantêm firmes no chão. O tipo de fundação que será usado, depende
do tipo de edificação e da resistência do solo.
Não deixe de considerar questões de acessibilidade.
4
5
ALVENARIAS
Tipos de fundações comuns:
Tipos de técnicas para plano vertical de uma edificação:
CONVENCIONAL
FÔRMAS METÁLICAS
FÔRMAS PVC
Para melhor locação, utilize
técnicas de precisão!
STEEL FRAMING
WORK
SAFE
WOOD FRAME
6
SOLO CIMENTO
7
COBERTURA
Sistema de cobertura funciona como elemento primário
de abrigo para as áreas internas de uma edificação. Em
sua construção deve-se pensar nos fluxos e volumes de
água, bem como passagens de água, ar, calor e frio. Deve
ser estruturada para proteger o entorno da construção,
vencer vãos e suportar o tipo das telhas que farão a
função de cobertura. Conforme o tipo de edificação pode
ser exigido pelo código de obras um elemento específico.
CONCRETO PVC
ALVENARIA ESTRUTURAL
ATENÇÃO! Vedação vertical deve ser
um subsistema construtivo, constituído por
elementos que definem, limitam e compartimentam
o edifício. Controlam a passagem de alguns
agentes atuantes, se portando também como
isoladora acústica e térmica.
8
Lembre-se: ao programar a cobertura
deve-se levar em conta a altura, para que
seja possível atender a pressão de água
necessária no ponto mais alto (chuveiro).
Essa altura é medida da caixa d’água 1,5
m até o ponto do chuveiro.
9
Hoje muito comum em diversos tipos de materiais.
ACESSÓRIOS E ACABAMENTOS
Esquadrias: é um conjunto de componentes com
a finalidade de fechar vãos, controlando entrada
de ar, água, poeira e isolação de ruídos.
MADEIRA
Também podemos encontrar no mercado em
madeira; alumínio (bruto ou revestido);
ferro (bruto ou revestido) e até em PVC!
METÁLICO
10
11
Revestimentos: esta é a fase de acabamento da obra, onde os
procedimentos para aplicação devem seguir minuciosamente
as orientações pré-estabelecidas pelos fornecedores, de seus
respectivos materiais. Com a atuação conjunta dos órgãos
fiscalizadores e evolução do processo tecnológico, cada vez mais, as
informações orientadas são para atender os critérios exigidos pela
NBR 15575-1 – Requisitos Gerais.
Locais com intensa utilização de água, devem
ser revestidos com material cerâmica, pela
sua característica de boa impermeabilidade.
Faça as devidas
impermeabilizações antes
da aplicação dos materiais,
assim poderá contar com
ambientes livres de umidade,
mofo e cristalizações, evitando
desagregações.
Massa pode ser aplicada em superfícies construídas em alvenaria
ou concreto, essas superfícies devem apresentar características
ásperas e porosas, não contendo óleo e outros materiais
particulados. Quando há possibilidades, deve-se preparar o local
destinado a receber a aplicação de reforço com impermeabilizantes.
O revestimento mais usado é feito com argamassa, em três
camadas: chapisco, emboço e reboco.
Ah, também para ganho de tempo e maior
economia da obra, reboco de gesso é um
material que se assenta e endurece para
formar uma superfície em parede ou teto,
pode ser usado em ambientes internos
desde que não exista umidade intensa.
12
13
ÁREAS EXTERNAS:
Para as paredes da casa, algumas camadas devem ser sobrepostas
sobre os blocos, para que haja melhor eficiência e o acabamento
dure mais tempo. Por esse motivo utiliza-se chapisco, emboço e
reboco. Após a secagem desse procedimento, permite a aplicação de
textura e a pintura acrílica como elemento para acabamento.
Áreas permeáveis, piso drenante é a melhor opção de
acabamento. As peças são fabricadas com materiais
específicos, possibilitando uma boa drenagem.
Para pisos externos, quando se quer ganhar tempo
e padrões variados de acabamento, utiliza-se da
técnica de estamparia em concreto usinado.
Essa técnica pode ser utilizada em qualquer
tipo de pavimento, desde que respeite as
espessuras mínimas. Em áreas onde ocorrerá
trânsito de veículos, as espessuras deverão
ser previamente calculadas, para que não
ocorram deformações.
14
Existem vários tipos de pisos drenantes
no mercado, conhecidos como piso
intertravado; bloquete; concregrama;
mosaico português; piso elevado e etc.
Importante: para todos os tipos deve
prever contenção nas laterais!
15
CONCLUSÕES
PINTURA:
É responsável pelo acabamento final da maioria dos elementos e
peças de uma construção, como as portas, janelas, paredes, forros,
portões, grades e etc. Devido à essa responsabilidade, a pintura
deve ser bem planejada e executada, para não comprometer o
acabamento da construção.
Alguns tipos:
• À cal
• Látex ou PVA
• Acrílica
• Emborrachadas
• Laváveis
• Sem Cheiro
• Epóxi
A pintura além de ser um elemento de
decoração, ela também representa um papel
decisivo na conservação do cobre. Uma
esquadria de ferro depende de uma boa
pintura para que não oxide, assim como
também exerce um sistema de vedação
para as paredes de uma construção. Para
um melhor acabamento e desempenho,
o processo de pintura, deve seguir um
procedimento de preparação da superfície,
onde a superfície a ser pintada deve estar
com um fundo preparatório aplicado; massa
corrida bem executada; seca e isenta de
graxa ou mofo.
16
Ao iniciar um projeto, deve-se considerar diversos aspectos do
local de implantação, para então identificar viabilidade quanto
inicialização das atividades que farão instrumento para objeto
da obra. Após conclusão desta primeira etapa, adota-se
procedimentos para escolha do melhor método construtivo.
Na construção civil, onde as empresas buscam a eficiência
total, cada vez mais deverão ser utilizadas novas técnicas
e métodos que auxiliam no atingimento de seus objetivos,
abordados na fase de planejamento. Na fase de execução
da obra, verifica-se que o fator tempo e qualidade estão
vinculados ao resultado final da construção.
Este material proporciona o entendimento das diversas
etapas da construção, bem como as suas interferências.
A cartilha é o resultado dessas etapas,
proporcionando suporte para o construtor.
17
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por ter dado saúde e protegido nossos caminhos,
proporcionando a chegada nesta reta final do curso de Engenharia
Civil e aos Professores que contribuíram com seus conhecimentos e
experiência de vida. Não poderíamos deixar de agradecer os momentos
que estivemos com nosso companheiro e eterno amigo Rafael Barbieri
Delbone, que já não está mais neste plano de vida.
Este material é de Conclusão de Curso apresentado como requisito
para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil
da Universidade Anhembi Morumbi.
Orientação: Profª. MSc. Jane Luchtenberg Vieira.
CESAR BOTTARO • FABIO FAZANI DO PRADO
GABRIEL NUNES PELIKIAN • GUILHERME PEREIRA SANCHEZ
LUCAS DE CAMARGO GRANADO
MATERIAL DE APOIO
NBR 12721: 2006 – Custos e Orçamentos - Incorporação.
NBR 7207/82 – Piso e Pavimentação.
NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento.
NBR 6122 - Projeto e execução de fundações.
NBR 15575 – 4 - Sistemas de vedações verticais internas e
externas (SVVIE).
NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico.
NBR 15270 – 1 – Blocos cerâmicos para alvenaria de
vedação – Terminologia e requisitos.
NBR 15270 – 2 – Blocos cerâmicos para alvenaria
estrutural – Terminologia e requisitos.
NBR 15270 – 3 – Blocos cerâmico para alvenaria
estrutural e de vedação – Método de ensaio.
NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão.
NBR 15575 – 5 – Sistemas de cobertura.
NBR 15575 – 1 – Requisitos Gerais.
18
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São Paulo
2015
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
5
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
4
0.80
X2.10
0.80
X2.10
3
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
B
B
6
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
A
RECUO ENTRADA
B
muro de divisa
( declividade 2% )
leito
1
2
0.80
X2.10
0.80
X2.10
1,39
0.80
X2.10
A
A
C
C
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
0.80
X2.10
A
C
C
2,1
B
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
Projeto:
Resp.:Cesar Bottaro
Jerson Natal Bottaro
Local: Itapetininga - SP
Escala: 1:50
Data: 06/01/2015
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método construtivo para residências unifamiliares