22 Terça-feira 7 de julho de 2015 Jornal do Comércio - Porto Alegre Geral Editora: Paula Sória Quedi [email protected] TRANSPORTE Licitação dos ônibus tem cinco concorrentes Apenas uma candidata, a empresa Stadtbus, não atua hoje no sistema de transporte público de Porto Alegre Jessica Gustafson [email protected] Uma empresa e quatro consórcios apresentaram propostas ontem para operar os ônibus da Capital pelos próximos 20 anos. Nas duas tentativas anteriores de licitar o sistema, não houve interessados. Entre as concorrentes, somente uma delas, a Stadtbus, de Santa Cruz do Sul, ainda não atua em Porto Alegre. Como as três bacias existentes foram divididas em seis lotes, as atuais permissionárias se organizaram em novos consórcios. Todos os lotes receberam propostas, mas cada empresa só pode vencer em dois deles e se forem de uma mesma região. A Comissão Especial de Licitação tem prazo de 60 dias para conferir se os preços indicados estão de acordo com o edital. Após esta etapa, serão abertos os envelopes com a documentação, sendo declaradas a empresa ou consórcio vencedor. Eles terão mais 45 dias para a assinatura do contrato e 180 dias para iniciar a operação, prevista para o primeiro semestre de 2016. O prefeito José Fortunati lembrou que é a primeira vez que se consegue viabilizar uma licitação do transporte coletivo da Capital, desde que foi criado, em 1920. “Enfrentamos muitos interesses para conseguir isso. Esta é a terceira tentativa, na qual realizamos a divisão das bacias para garantir maior participação. Se não tivermos problemas na fase seguinte, que é a avaliação da documentação, poderemos assegurar que ela teve êxito”, afirmou. Fortunati ressaltou que a escolha se dará pelo menor valor, mas levando em conta os critérios técnicos, que trarão mais qualidade ao sistema e maior controle por parte da população sobre o serviço oferecido. Para o prefeito, a presença de todas as empresas que operam o transporte e apenas uma nova se deve à estrutura que as permissionárias já têm montada. Naturalmente, elas levam vantagem em relação às concorrentes de fora e que precisariam criar toda a infraestrutura para operar. Durante a entrega dos envelopes, foram lidos os valores da tarifa técnica que cada uma das concorrentes apresentou para o lote que pretende trabalhar. As regiões possuem no edital valores-teto diferentes, dependendo do tamanho do trajeto e custo, que, calculados, resultam em uma tarifa social única. Caso exista algum problema com a documentação ou o descumprimento de itens do edital nas áreas com apenas um concorrente, o lote entrará novamente em licitação. A maior tarifa apresentada foi feita pela Stadtbus, de R$ 4,22, para o lote 4, referente à região Sul. A desclassificação neste lote deve acontecer, pois o teto previsto é de R$ 4,04. Quem concorre com ela é a Consórcio Sul, que apresentou R$ 4,0379. Observando somente a tarifa apresentada, a Stadtbus venceria o lote 1, das regiões Norte e Nordeste, com proposta menor que a do Consórcio Mobi. O gerente-técnico da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, disse que as empresas fizeram propostas condizentes com a realidade do sistema e com o edital. “O modelo econômico previsto foi o que tornou esta licitação mais interessante que as outras, que previam o chamado fluxo de caixa, com regras para os próximos 20 anos. Nesta, é prevista uma planilha tarifária que é mais flexível às mudanças e traz tranquilidade para quem vai investir no sistema”, explicou. Propostas apresentadas Lote 1 – regiões Norte e Nordeste Stadtbus (empresa de Santa Cruz do Sul) – R$ 3,2803 Consórcio Mobi (Sopal, Nortran e Navegantes) – R$ 3,2903 Lote 2 – regiões Norte e Nordeste Consórcio Mobi – R$ 3,2908 Lote 3 – região Sul Consórcio Sul (Trevo, VTC, Belém Novo e Restinga) – R$ 3,0559 Lote 4 – região Sul Stadtbus – R$ 4,2202 Consórcio Sul – R$ 4,0379 Lote 5 – regiões Leste e Sudeste Stadtbus – R$ 3,4181 Consórcio Via Leste (VAP, Estoril e Presidente Vargas) – R$ 3,4507 Lote 6 – regiões Leste e Sudeste Consórcio Sudeste (Sudeste e Gazômetro) – R$ 3,4674 SAÚDE Jairo Jorge entra na Justiça por repasses estaduais Isabella Sander [email protected] Diante de um cenário de atraso de repasses por parte do Estado para a área da saúde, o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, anunciou ontem que entrou na Justiça. Segundo o gestor, a dívida com o município, que soma mais de R$ 10 milhões desde o início do ano, pode aumentar para mais de R$ 20 milhões, caso nenhum pagamento seja feito até sexta-feira. Se o repasse de julho não che- gar, há risco de atraso na folha de pagamento de 1.312 servidores do Hospital Universitário (HU). “Conseguimos equacionar o pagamento dos salários em todas as unidades, mas ainda buscamos uma solução para o HU. Essas reduções nos pagamentos foram diminuindo desde abril e agora o perigo é de um colapso no sistema de saúde”, aponta o prefeito. Segundo Jairo Jorge, no ano passado, de tudo o que foi aplicado na área, 39,75% foi repassado pelo Estado, 59,34% pela União e 36,49% pelo município. Ficaram pendentes R$ 6.951.539,00 por parte do governo estadual. Em 2015, até o momento, 26,45% do montante recebido coube ao Estado, 44,32% à União e 29,21% ao município. “Somos solidários ao governador, pois entendemos os problemas pelos quais ele está passando em virtude da crise, e nós mesmos também já perdemos cerca de R$ 30 milhões em arrecadação somente nesses seis primeiros meses. Contudo, a saúde não pode ser penalizada”, pondera. Além de atender aos seus 340 mil habitantes, Canoas também é referência no atendimento em saúde para outros municípios, totalizando uma população de 5 milhões de pessoas. “Temos hoje mais de 4,2 mil servidores trabalhando na saúde em Canoas e que correm o risco de ter atraso em seus pagamentos. A paralisação dos serviços pode custar vidas. Portanto, pedimos, na ação judicial, que esses R$ 10 milhões relativos a julho, ao menos, sejam pagos para que possamos manter a normalidade”, diz Jairo Jorge. Em nota, o Estado informou que ainda não foi notificado da ação, mas ressaltou que, “apesar do panorama econômico enfrentado, este foi o primeiro mês em que o governo não teve condições de pagar em dia os recursos destinados a hospitais. O planejamento proposto frente a este cenário está em adequar o orçamento com os nossos gastos”. Unimed abre nova unidade assistencial 24 horas em Canoas A partir de hoje, a população de Canoas e arredores contará com uma nova unidade assistencial da Unimed Porto Alegre. O espaço, localizado na avenida Getúlio Vargas, 5.600, tem área total de 3 mil metros quadrados. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre, Márcio Pizatto, a unidade concentrará diversos recursos médicos em um só lugar. “Além dos atendimentos, teremos serviço de apoio ao diagnóstico e tratamento, o que proporcionará à comunidade local mais agilidade nos procedimentos”, aponta. A estrutura beneficiará 107 mil clientes que residem em Canoas, Esteio, Gravataí, Cachoeirinha, Sa- pucaia do Sul e Nova Santa Rita, e também será uma alternativa aos porto-alegrenses. A expectativa é que sejam realizados 20 mil atendimentos na unidade por mês, aumentando em 23% a oferta atual dos serviços na região. O pronto-atendimento será disponibilizado a todos os planos da cooperativa. O serviço será 24 horas e contará com plantão clínico, pediátrico e apoio ao diagnóstico e tratamento, além de serviço móvel de urgência e emergência. Em breve, também será aberta uma clínica de vacinação. O atendimento clínico será realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, e aos sábados, das 7h às 13h. MARCELO G. RIBEIRO/JC Espaço oferecerá apoio ao diagnóstico e tratamento dos pacientes