UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL METODOLOGIA DA PESQUISA CARMELICE FAITÃO BALBINOT PAVI CONHECIMENTO Para que o conhecimento aconteça/se materialize é necessário um sujeito cognecente (que tem capacidade de aprender) e um objeto cognicível, este não necessariamente físico/material. Esta é uma relação estreita. Valor: todas as cargas e vivências emocionais, afetivas, culturais, educacionais, sociais Reflexivo: Sistemático: organização padronizadas de procedimentos, organizado, ordenado, metódico. Verificável: suas hipótese podem ser verificadas e rejeitadas Falibilidade: verdades não definitivas e/ou absolutas Exatidão: novas proposições e desenvolvimento de técnicas que podem reformular a teoria existente Real: Contingente: pq tem suas verdades ou falsidades conhecidas (pq precisa de algo ou alguém: tempo, clima, pessoas, ...) CONHECIMENTO Sujeito Objeto TIPOS DE CONHECIMENTO CONHECIMENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICO: (valorativo, inspiracional - sobrenatural, sistemático origem, significado, finalidade e destino, não verificável – é pela fé que revela, infalível, exato) Baseado na fé e na crença, ou seja, na aceitação de princípios dogmáticos ligados à existência de entidades divinas. Parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em revelações de divindades. Enquanto que a Ciência e a Filosofia buscam ou pela evidência através da pesquisa ou por questionar os problemas humanos e poder discernir entre certo ou errado o conhecimento teológico não questiona, pois acredita no fenômeno da revelação divina. Algumas contribuições: Desenvolvimento de valores morais e Sentido à vida: esperança CONHECIMENTO FILOSÓFICO: (Valorativo, racional, sistemático, não verificável, infalível, exato) Surge quando as explicações mitológicas não eram mais suficientes. Quer dizer quando passou-se a questionar se as tempestades, trovões, erupções vulcânicas, dilúvios, e outros eventos geográficos e geológicos eram mesmo decorrência da instabilidade emocional dessas “entidades divinas”. Por exemplo o deus Tor. Surgem os pensadores com postura de reflexão frente ao mundo. Caracterizado pela reflexão racional, e pela coerência lógica dos conceitos articulados em sua formulação. Desenvolver o senso crítico. CONHECIMENTO FILOSÓFICO: Inicialmente buscavam uma explicação racional para os fenômenos naturais, buscavam conhecer a origem de tudo o que há no Universo. Na construção desse tipo de conhecimento não é considerada e nem é necessária a confirmação experimental. “a filosofia emprega ‘o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas somente coerência lógica”. (RUIZ apud MARCONI, LAKATOS, 2010) “a filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito humano e, até , busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência” (MARCONI; LAKATOS, 2010) CONHECIMENTO FILOSÓFICO: Exemplo: Por que estamos aqui? Qual a nossa origem? Para onde vamos? Grandes questionamentos sobre a vida humana. As questões atuais: a ausência de crenças na sociedade, em razão do incessante desenvolvimento informacional, o que leva a carência de valores como o de verdade e justiça. (Filósofo francês Jean-François Lyotard – 1924-1998) Conceito de razão comunicativa ou discursiva, o uso da linguagem para que o homem se compreenda nas relações sociais. Para isso precisaria não sofrer interferência ideológicas presentes nas comunicações, das mais variadas. Exemplo as visões transmitidas das guerras modernas. Assim o homem (Filósofo alemão Habermas – 1929). Algumas contribuições: A Teoria do Conhecimento; A Lógica; A Matemática CONHECIMENTO POPULAR OU “SENSO COMUM”: (valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível, inexato) Acumulação de saberes de uma geração passada para outra, também por isso subjetivo, e nem sempre passível de ser verificado. Estreitamente ligado a percepção/observação e ação. Por isso com objetividade e racionalidade limitadas. É o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem aplicação de um método e sem se haver refletido sobre algo (BAMBINI, 1957, p. 21 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 59). Procura soluções para problemas diários ligados à sobrevivência humana. CONHECIMENTO POPULAR OU “SENSO COMUM”: Também é superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo diz"; não tem termos e conceitos bem elaborados. "O conhecimento do senso comum [ou conhecimento popular], sendo resultado da necessidade de resolver os problemas diários não é, portanto, antecipadamente programado ou planejado. À medida que a vida vai acontecendo ele se desenvolve, seguindo a ordem natural dos acontecimentos. Nele, há uma tendência de manter o sujeito que o elabora como um espectador passivo da realidade, atropelado pelos fatos. Por isso, o conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de forma espontânea e instintiva". CONHECIMENTO POPULAR OU “SENSO COMUM”: "Esses conhecimentos, pelo fato de darem certo, transformam-se em convicções, em crenças que são repassadas de um indivíduo para o outro e de uma geração para a outra". "Sabem que 'faz bem', mas não sabem por quê". Algumas contribuições: A descoberta do fogo; A invenção da roda; A medicina popular CONHECIMENTO CIENTÍFICO: (real – factual, contingente - geral, sistemático, verificável, falível, aproximadamente exato) O que diferencia o conhecimento popular do científico não é a sua veracidade nem a natureza do objeto conhecido, e sim a forma, o modo ou método e os instrumentos do “conhecer”. A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento, por tanto o que os diferencia é a forma de observação. Ambos objetivam ser racionais e objetivos. Algumas contribuições: As órbitas planetárias são elípticas: 1605 - 1609; A descoberta da penicilina: 1920 – 1930; Mapa do DNA humano. PESQUISA Metodologia da Pesquisa PESQUISAR É CRIAR ... “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram.” (Graham Bel) Pesquisa é o mesmo que investigação: busca realizada de forma sistemática. Os critérios formais para todo o procedimento de pesquisa são fornecidos pelos métodos científicos. “Pesquisar não é apenas procurar a verdade, é encontrar respostas para questões propostas, científicos.” (GALLON, 2001, p. 63) utilizando métodos “A atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualização frente à realidade do mundo. Portanto, embora, seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação.” (MINAYO) Desmistificando a pesquisa “A pesquisa traz uma contribuição inestimável para o trato dos problemas e processos que se configuram no dia-a-dia, nas mais diferentes atividades humanas - no mundo do trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação, etc.” (DMITRUK; GALLON, 2004, p. 118) A pesquisa não acontece desordenada e espontaneamente... “Exige um tratamento teórico-prático dos dados com seriedade e fidedignidade, fazendo uso dos procedimentos metodológicos de acordo com as normas técnicas. Sem dúvida, a pesquisa no trato dos problemas e processos do cotidiano, do mundo, da formação com e para o trabalho, exige uma revisão de muitas das concepções e práticas aceitas...” (DMITRUK; GALLON, 2004, p. 119) Incutir em cada estudante o espírito de pesquisador .... “É potencializar a formação de um profissional permanentemente curioso e instrumentalizado para transformar esta curiosidade na busca permanente do novo, do diferente, do melhor, do necessário socialmente. Assim se forma o profissional emancipado, empreendedor, criativo, com iniciativa e autodeterminação.” (DMITRUK; GALLON, 2004, p. 119) QUALIDADES DO ESPÍRITO CIENTÍFICO Virtudes intelectuais • senso de observação, gosto pela precisão e ideias claras, • na imaginação ousada regida pela necessidade de prova, • na curiosidade que leva a aprofundar o problema, • na sagacidade e no poder de discernimento. QUALIDADES DO ESPÍRITO CIENTÍFICO Virtudes morais • atitude de humildade e reconhecimento de suas limitações e possibilidade de certos erros e enganos • imparcial: não distorce os fatos • cultiva a honestidade, evita o plágio, não colhe como seu o que outros plantaram • tem horror às acomodações • é corajoso para enfrentar os obstáculos e perigos que uma pesquisa pode oferecer Importância do espírito científico Universitário imbuído do espírito científico se aperfeiçoará nos métodos de investigação e técnicas de pesquisa. Essencial é aprender como pesquisar, como enfrentar e solucionar os problemas não só na universidade como na vida profissional. Requer hábitos, consciência e espírito preparado no emprego de instrumentos que levarão à solução de problemas. Pesquisar é sistematizar o pensamento ... Método é o caminho que leva ao atingimento do objetivo da pesquisa. É um conjunto de medidas que o pesquisador segue para explorar e demonstrar uma “verdade”. A pesquisa científica provém de Método Científico. MÉTODO CIENTÍFICO Dispositivo ordenado, um conjunto de procedimentos sistemáticos que o pesquisador emprega para obter o conhecimento adequado para a resolução de problemas propostos. Elaborar conhecimento científico é seguir um conjunto de procedimentos e métodos que denotem caráter científico, que permitam condições de experimentos de hipótese de forma ordenada e objetiva para obter uma verdade. Exemplo de conhecimento científico: os planetas giram em torno do sol. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/gloss ario/verb_b_galileu_galilei.htm Geocentrismo - colocava a Terra no centro até 1630 Todo ponto de vista é a vista de um ponto (Leonardo Boff) Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender com alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer, como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre um interpretação. Quantas figuras você vê? Vídeo Predro Demo http://www.youtube.com/watch?v=UtHW5DIyv7M