UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO
DYESSICA THAIS ALVARENGA DOS REIS DA SILVA
DESENVOLVIMENTO DE DIRETRIZES E AÇÕES PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DA UNIOESTE, CAMPUS DE TOLEDO, PARANÁ
TOLEDO
2013
DYESSICA THAIS ALVARENGA DOS REIS DA SILVA
DESENVOLVIMENTO DE DIRETRIZES E AÇÕES PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DA UNIOESTE, CAMPUS DE TOLEDO, PARANÁ
Relatório Final de Estágio apresentado à disciplina de
Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo
Bilíngue II, da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em
Secretariado Executivo.
Orientadora: Profª Keila Raquel Wenningkamp
Coorientador: Profº Dr. Camilo Freddy Mendoza Morejon
TOLEDO
2013
Aos meus avós Abílio e Regina pela confiança depositada
em minhas capacidades e pelo apoio dado em todos os
momentos difíceis de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que esteve comigo nos momentos de
dificuldade e de fraqueza, sempre me vigiando, guardando e dando-me forças para
seguir em frente e não desistir em meio às dificuldades.
Agradeço de coração a todos os professores do curso de Secretariado
Executivo, pois de certa forma todos contribuíram para a formação do meu ser
profissional, lapidando e transformando meu modo de pensar e agir com a
propagação de seus conhecimentos e conselhos.
Tenho o imenso prazer de agradecer a minha orientadora, a professora Keila
Raquel Wenningkamp, que realmente me surpreendeu com seus conhecimentos,
dedicação, e mais ainda pela imensa paciência, compreensão para com a minha
pessoa. Juntas enfrentamos o desafio de falarmos sobre um assunto novo, algo
inovador e que de certa forma nos ensinou muito. Agradeço por sempre ter me
incentivado, “pegado no meu pé” e não ter me deixado desistir, hoje vejo o quanto
valeu a pena as noites passadas sem dormir.
Agradeço ainda ao professor Camilo Freddy Mendoza Morejon, por ter me
dado a oportunidade de trabalhar com ele, nessa área maravilhosa, a qual me
surpreendi e aprendi muito. Agradeço pelos ensinamentos, a paciência em
esclarecer as minhas dúvidas, que foram muitas, e também pela colaboração no
desenvolvimento deste trabalho. Orgulho-me muito em dizer que trabalho com o
senhor, que em minha opinião, é um ótimo profissional.
Agradeço também a minha família, em especial aos meus avós, Abílio e
Regina, e a minha tia Silvana, por sempre estarem ao meu lado, me incentivando e
ajudando como podiam. Espero tê-los orgulhados. Agradeço ainda o meu marido,
Junior Mello, por cooperar com a minha dedicação para com este trabalho, por
aguentar as noites em que eu passava em claro, estudando, e por sempre me
incentivar a correr atrás dos meus objetivos e sonhos.
Não posso deixar de agradecer também as minhas guerreiras, minhas amigas
e companheiras, Cristiane Bastos, Aline Mezzari, Andressa Figueiredo Abreu,
Andressa Guez, Tatiana Uliana Caun, que sempre me acompanharam e me
apoiaram durante esses anos de estudo.
Por fim, agradeço a todos os colegas de sala, e a todas as pessoas que de
certa forma me ajudaram e me apoiaram na realização deste trabalho, e ainda as
que me ajudaram a compreender o caminho para o sucesso profissional.
A todos um muito obrigada!!!
“Não me deem fórmulas
certas, porque eu não espero
acertar sempre.
Não me mostre o que esperam
de mim, porque vou seguir meu
coração!
Não me façam ser o que não
sou, não me convidem a ser
igual, porque sinceramente sou
diferente!”
Clarice Lispector
RESUMO
Com o agravamento dos problemas relacionados à geração e ao mau
gerenciamento dos resíduos sólidos nos últimos anos, o Brasil passou a ser
permeado por discussões referentes à criação de medidas que visam diminuir ou
ainda eliminar tais dificuldades. Entre essas medidas, encontra-se o Plano de
Gestão de Resíduos Sólidos, que foi estabelecido pela Lei 12.305, de 2 de agosto
de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. De acordo com essa
Lei, fica constatado que o cumprimento da mesma é dever de todas as pessoas
(órgãos) físicas ou jurídicas de direito público ou privado do país, tais como
prefeituras, escolas, universidades e empresas em geral. Diante disso, este estudo
teve por finalidade desenvolver diretrizes para serem incluídas na gestão de
resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus
de Toledo. Em termos metodológicos, a pesquisa apresentou abordagem qualitativa
Essas diretrizes visam cooperar para com a diminuição da geração dos resíduos
sólidos no Campus da Unioeste de Toledo e ainda a conscientizar e informar a toda
população acadêmica, colaboradores e até mesmo da sociedade local e quem sabe
até da região, a importância da separação seletiva, acondicionamento,
armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos por
eles gerados.
Palavras – Chave: Diretrizes. Planos de gestão de resíduos sólidos. Universidade.
ABSTRACT
With the worsening of the problems related to the generation and meager solid waste
management in recent years, Brazil became permeated by discussions regarding the
creation of measures that aim to reduce or eliminate such difficulties. Among these
measures is the Plan of Solid Waste Management, which was established by Law
12.305, of August 2, 2010, instituting the National Policy on Solid Waste. According
to this Law, it is found that compliance with it is the duty of all people or entities of
public or private law of the country, such as town halls, schools, universities and
companies in general. Thus, this study aimed to develop guidelines to be included in
the solid waste management from the State University of West Paraná (Unioeste),
Campus of Toledo. In terms of methodology, the research presented qualitative
approach. These guidelines direct to cooperate with the decrease in generation of
solid waste on the campus of Unioeste Toledo and still educate and inform the entire
academic population, employees and even the local society and the region of the
importance of selective separation, packaging, storage, collection, transportation,
treatment and disposal of waste generated by them.
Key-Words: Guidelines. Plans for solid waste management. University.
RESUMEN
Con el agravamiento de los problemas relacionados con la generación y la escasa
gestión de residuos sólidos en los últimos años, Brasil se encontró permeado por los
debates sobre la creación de medidas que tienen como objetivo reducir o eliminar
tales dificultades. Entre estas medidas está el Plan de Manejo de Residuos Sólidos,
que fue establecido por la Ley 12.305, del 2 de agosto de 2010, que instituye la
Política Nacional de Residuos Sólidos. De acuerdo con esta Ley, está dispuesto que
el cumplimiento de ella es deber de todas las personas o entidades de derecho
público o privado del país, tales como ayuntamientos, escuelas, universidades y
empresas en general. Así, este estudio tuvo como objetivo elaborar directrices que
se incluirán en el manejo de residuos sólidos de la Universidad Estadual del Oeste
del Paraná (Unioeste), Campus de Toledo. En cuanto a la metodología, la
investigación presenta enfoque cualitativo. Estas directrices objetivan cooperar con
la disminución de la generación de residuos sólidos en el campus de la Unioeste de
Toledo y todavía educar e informar a toda la población escolar, los empleados e
incluso la sociedad local y regional de la importancia de la separación selectiva,
envase, almacenamiento, recolección, transporte, tratamiento y disposición final de
los residuos generados por ellos.
Palabras clave: Directrices. Planes de gestión de residuos sólidos. Universidad.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Organograma da Unioeste – Campus de Toledo ..................................... 44
Figura 2 – Composição média dos resíduos sólidos coletados no Brasil em 2008 ... 59
Figura 3 – Tabela da gravimetria da disposição dos resíduos sólidos e preço médio
(R$/Kg) ...................................................................................................................... 60
Figura 4 – Lixeiras de coleta seletivas ...................................................................... 62
Figura 5 – Sacos de lixo colorido para coleta seletiva ............................................... 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13
3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 14
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17
4.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE ..... 17
4.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................................. 19
4.3 GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................ 22
4.4 O PAPEL DAS UNIVERSIDADES PERANTE O MEIO AMBIENTE ................... 26
4.5 LEIS, DECRETOS E RESOLUÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS ......... 28
4.5.1 Gestão de resíduos sólidos .............................................................................. 31
4.5.1.1 Destinação final dos resíduos sólidos ........................................................... 35
4.5.1.2 OS 5 R’s DA RECICLAGEM ......................................................................... 37
4.6 A NECESSIDADE DA GESTÃO DE RESÍDUOS NAS UNIVERSIDADES ......... 38
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 40
6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
.................................................................................................................................. 43
6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL .................................................................. 43
6.1.1 Caracterização da Organização ....................................................................... 43
6.1.2 Histórico da organização .................................................................................. 46
6.1.3 Ambiente organizacional .................................................................................. 47
6.1.4 Operacionalização da organização .................................................................. 49
6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO .............................................................. 52
6.2.1 Análise de alguns modelos de gestão de resíduos sólidos já existentes ......... 52
6.2.2 Avaliação de vantagens e pontos críticos existentes nos modelos selecionados
.................................................................................................................................. 55
6.2.3 O potencial econômico dos resíduos sólidos ................................................... 58
6.2.4.1 Adequação da Unioeste, Campus de Toledo ................................................ 62
6.2.4.2 Ações para os atores envolvidos na geração e gestão de resíduos sólidos . 64
6.2.4.2.1 Ações desenvolvidas para os acadêmicos ................................................. 65
6.2.4.2.1.1 Primeiro “R”: reduzir os resíduos sólidos ................................................. 65
6.2.4.2.1.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos .............................................. 66
6.2.4.2.1.3 Terceiro “R” Reciclar os resíduos sólidos ................................................ 67
6.2.4.2.1.5 Quinto “R” recusar resíduos não biodegradáveis e não recicláveis ........ 68
6.2.4.2.2 Ações para os docentes ............................................................................. 68
6.2.4.2.2.1 Primeiro “R” Reduzir os resíduos sólidos ................................................ 69
6.2.4.2.2.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos .............................................. 70
6.2.4.2.2.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos ................................................. 70
6.2.4.2.2.4 Quarto “R” repensar sobre as questões dos resíduos sólidos ................. 71
6.2.4.2.2.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis ........ 72
6.2.4.2.3 Ações para os laboratórios ......................................................................... 72
6.2.4.2.3.1 Primeiro “R” reduzir a geração de resíduos sólidos................................. 72
6.2.4.2.3.2 Segundo “R” Reutilizar os resíduos sólidos............................................. 73
6.2.4.2.3.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos ................................................. 73
6.2.4.2.3.4 Quarto “R” repensar sobre a questão dos resíduos sólidos .................... 74
6.2.4.2.3.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis ........ 74
6.2.4.2.4 Ações para o setor administrativo .............................................................. 75
6.2.4.2.4.1 Primeiro “R” reduzir a geração de resíduos sólidos................................. 75
6.2.4.2.4.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos .............................................. 77
6.2.4.2.4.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos gerados ................................... 77
6.2.4.2.4.4 Quarto “R” repensar sobre a questão dos resíduos sólidos .................... 78
6.2.4.2.4.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis ........ 78
6.2.5 Cartilha educativa com as diretrizes da gestão de resíduos sólidos ................ 79
6.2.6 Apresentação ao responsável .......................................................................... 80
6.2.7 Sugestões e Recomendações.......................................................................... 81
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 85
APÊNDICES ............................................................................................................. 90
1 INTRODUÇÃO
A evolução econômica dos países e estados, através de construções de
indústrias, escolas, universidades, entre outros fatores que geram oportunidades de
emprego e de educação para a sociedade, juntamente com o aumento desordenado
da população nesses locais, tem colaborado para o aumento na geração de
resíduos sólidos causando danos muitas vezes irreparáveis à natureza e à saúde
pública (VALERIO; SILVA; COHEN, 2008).
De acordo com Gonçalves et al. (2010, p. 80), “nos últimos anos, esses
resíduos apresentam-se como um dos principais problemas nas áreas urbanas, pois
sua geração, descarte e disposição inadequados provocam diversos impactos
ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública”.
O governo brasileiro, visando diminuir ou até mesmo acabar com esse
problema, sancionou a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, na qual consta que é dever de todas as pessoas
físicas ou jurídicas de direito público ou privado o cumprimento da mesma (BRASIL,
2010).
Diante disso, algumas empresas particulares, bem como órgãos e entidades
da administração pública estadual e municipal, passaram a implantar e executar o
Programa de Gestão de Resíduos Sólido (PGRS), com o intuito de reduzir a geração
dos resíduos em seus recintos e de conscientizar os colaboradores, bem como a
população da cidade e região, informando-lhes e orientando-os sobre a forma
correta de acondicionar, armazenar, coletar, transportar, tratar e para onde destinar
os resíduos sólidos gerados.
Ressalta-se que esse programa consiste em um conjunto de procedimentos
e métodos que tem como objetivo minimizar a geração de resíduos sólidos, visando
eliminar os impactos ambientais negativos que vem aumentando cotidianamente e
com isso prejudicando a saúde pública e a qualidade do meio ambiente (BRASIL,
2010).
Tendo em vista esse cenário, torna-se relevante estudar a realidade particular
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Toledo, uma
vez que esta ainda não possui um plano de gerenciamento de resíduos sólidos
formalmente criado. Diante disso, este estudo tem por objetivo desenvolver diretrizes
para a gestão de resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Unioeste, Campus Toledo.
Ressalta-se que o intuito não é a elaboração e implantação de um plano
completo de gestão de resíduos sólidos, mas sim criar e fomentar algumas diretrizes
que possam ser incluídas num futuro plano, por meio de ações pensadas e
elaboradas especificamente para a Unioeste, Campus de Toledo.
De acordo com Mesquita et al. (2010), um Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PGIRS) no meio universitário tem a finalidade de fornecer
orientações referentes a coleta, tratamento adequado e disposição final dos resíduos
sólidos gerados em seu âmbito organizacional, além de promover iniciativas para
sensibilizar a comunidade acadêmica quanto às ações individuais e coletivas que de
certa forma ajude a melhorar a qualidade de vida e a saúde da população.
Diante do citado, percebe-se que a elaboração de diretrizes para a gestão de
resíduos sólidos para a universidade é um importante passo para diminuir os
impactos ambientais causados pelo mau gerenciamento dos resíduos sólidos.
Lembrando que essas diretrizes beneficiam não somente o meio ambiente, mas
também a universidade, que se torna uma instituição ecologicamente correta
perante as leis ambientais, e à sociedade, pois se seguir as orientações corretas,
passará a viver em um ambiente mais saudável.
Portanto, para atingir o objetivo aqui proposto, este trabalho segue com outras
seis seções além desta introdução. Na segunda seção encontram-se os objetivos,
geral e específicos, que nortearam este estudo; a terceira seção considera a sua
justificativa; a quarta apresenta a fundamentação teórica utilizada; a próxima seção
aborda os procedimentos metodológicos que se seguiram no trabalho; a sexta seção
apresenta a análise e interpretação dos dados coletados para o estudo, bem como
as ações desenvolvidas para o cumprimento dos objetivos específicos; e, a sétima e
última seção, contempla as considerações finais do estudo.
2 OBJETIVOS
Neste tópico são abordados os objetivos que orientam este estudo, sendo
esses subdivididos em objetivo geral e específicos.
2.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, Campus Toledo.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) levantar e analisar alguns modelos de gestão de resíduos sólidos já
existentes;
b) avaliar e sistematizar possíveis vantagens e desvantagens, fatores
críticos e/ou gargalos existentes nos modelos de gestão de resíduos
sólidos analisados;
c) identificar o potencial econômico dos resíduos sólidos;
d) sugerir diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná.
3 JUSTIFICATIVA
Devido à evolução econômica e a modernização dos países, estados e
pequenas cidades através de construções de empresas e indústrias de grande,
médio e pequeno porte, de universidades e escolas, entre muitos outros fatores que
contribuem para a geração de novos empregos, educação e estabilidade financeira
para a sociedade, houve também o aumento da geração de resíduos sólidos,
situação esta causadora de danos quase irreparáveis ao meio ambiente e a saúde
pública (VALERIO; SILVA; COHEN, 2008).
Diante disso, torna-se importante ressaltar que a elevação da geração dos
resíduos está relacionada ao aumento populacional e também por aspectos da vida
moderna da sociedade, como, por exemplo, o fato de estar sempre com a agenda
repleta de compromissos, e assim não tendo tempo para realizar suas refeições
adequadamente, preferindo assim consumir produtos práticos e descartáveis que
lhes poupem o máximo de tempo, como confirmam Nori e Madeira (2012, p. 29):
(...) em decorrência da rápida evolução da tecnologia e da manipulação dos
produtos visando aumentar as vendas, os produtos passam a ter a
característica de menor durabilidade, menor vida útil e um aumento em seu
descarte. Isso reflete o modo de vida moderno das pessoas nas grandes
cidades, que consomem cada vez mais produtos práticos e descartáveis,
culminando em uma maior produção de resíduos.
Visando diminuir e até mesmo eliminar este problema com os resíduos
sólidos, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República sancionou a Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O Artigo 1º, parágrafo 1º dessa Lei cita que todas as pessoas físicas ou jurídicas, de
direito público ou privado, devem cumprir a Lei, sendo estes responsáveis de forma
direta e indireta pela geração de resíduos sólidos e também pelas ações que devem
ser desenvolvidas para a gestão integrada ou ao gerenciamento destes resíduos
(BRASIL, 2010).
Nessa Lei consta também que, dentre outros instrumentos da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, estão os Planos de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais e municipais. O objetivo
desses planos é reduzir e gerenciar de forma correta os resíduos sólidos gerados,
bem como preservar o meio ambiente e a qualidade de vida da população, e ainda
contribuir com soluções para problemas de aspectos sociais, econômicos e
ambientais envolvidos na questão (BRASIL, 2010).
Diante desse fato, o Governo Estadual do Paraná atribuiu através do Artigo 1º
do Decreto Nº 4167 – 20 de janeiro de 2009 publicado no Diário Oficial Nº 7897 de
26 de janeiro de 2009, que todos os órgãos e entidades da administração pública
estadual direta e indireta têm a obrigatoriedade de realizar a separação seletiva dos
resíduos sólidos recicláveis gerados por eles (PARANÁ, 2009).
Sendo assim, todas as empresas públicas passaram a implantar Planos de
Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS), com a finalidade de adequá-las perante as
legislações ambientais, além de cooperar para preservação do meio ambiente
através de métodos, ações e diretrizes, que visam reduzir a produção dos resíduos
sólidos, e também de orientar os funcionários sobre a importância do correto
acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final
dos mesmos. Além disso, pode-se somar o fato de serem vistos perante a sociedade
como uma empresa ecologicamente correta, servindo de exemplo para as demais.
Nesse contexto, cabe destacar também a situação particular das Instituições
de Ensino Superior, uma vez que dentro de campi universitários há produção de
diversos tipos de resíduos sólidos, isso devido as mais variadas atividades
realizadas no recinto. Ou seja, as faculdades e universidades podem ser até
consideradas como um pequeno núcleo urbano, isso por comportarem atividades
diversificadas, como atividades de ensino, pesquisa e extensão, até aquelas que
envolvem mais interação, como restaurantes e locais de convivência, e que através
dessas atividades há um resultante de geração de efluentes líquidos e de resíduos
sólidos (TAUCHEN; BRANDLI 2006 apud GONÇALVES et al. 2010, p. 80)
Em virtude disso, acredita-se na necessidade de desenvolvimento de
diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, Unioeste, Campus Toledo, pois esta se trata de uma Instituição de Ensino
Superior e que é pública. Desse modo, ela se insere no Decreto Nº 4167, que fala
sobre a obrigatoriedade de todas as instituições, sejam elas privadas ou públicas, de
possuir um modelo de gestão de resíduos sólidos. Além disso, ressalta-se que a
Instituição ainda não possui um plano de gestão de resíduos sólidos formalmente
desenvolvido.
Dessa forma, tem-se que diretrizes elaboradas especificamente à Unioeste
possam auxiliar para a criação de plano de gerenciamento de resíduos sólidos e,
que assim, a Instituição passa a ficar de acordo com as leis ambientais e ainda
contribuir para e com a preservação do meio ambiente, pois essas diretrizes têm
como objetivo reduzir a geração de resíduos sólidos no campus através de métodos
fáceis e práticos.
Por conseguinte, ajuda na conscientização da população acadêmica,
colaboradores e até mesmo a população da cidade e da região sobre os devidos
cuidados com o gerenciamento dos resíduos sólidos ficando reconhecida perante a
sociedade como uma instituição ecologicamente correta.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste tópico abordam-se assuntos relativos à Gestão de Resíduos Sólidos,
tais como o desenvolvimento econômico em relação ao meio ambiente,
desenvolvimento sustentável, gestão ambiental e a questão da universidade com o
meio ambiente.
4.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE
Antigamente, isto em séculos e anos atrás quando a humanidade ainda era
constituída em números menores e sobrevivia com base na caça e pesca, o
desfalque dos bens naturais ocorria, porém era menor e pouco afetava o meio
ambiente. Atualmente, as circunstancias são outras, pois houve e ainda há o
desenvolvimento econômico e este vem contribuindo gradativamente para a
degradação das reservas naturais.
No início da Revolução Industrial, os recursos naturais ainda eram
abundantes e a qualidade ambiental havia sido ainda pouco comprometida.
A partir daí, o homem torna-se o algoz e ao mesmo tempo uma vitima de
sua própria ignorância, pois na medida em que os recursos naturais vão se
tornando paulatinamente mais escassos, em virtude de sua apropriação
pelos processos produtivos, em paralelo a qualidade ambiental passa a se
deteriorar muito rapidamente (SEIFFERT, 2009, p. 47).
O homem por ser um ser racional, busca sempre adaptar o meio natural em
que vive para que este traga-lhe o atendimento de suas necessidades, e até mesmo,
o que pode com o derrubamento de matas para construir casas e outros artifícios
que os beneficiam e os agradem. Porém, tudo isso faz com que aumente a
degradação das reservas naturais ainda existentes no mundo.
Entende-se então que o homem acreditava que as áreas de reservas naturais
eram finitas, porém é válido lembrar que os recursos naturais encontram-se cada
vez mais escassos devido a sua grande exploração para a criação de novos
produtos. Para que estes bens sejam preservados, faz-se necessário que as
necessidades básicas sejam supridas através de reciclagem, ou seja, utilizar de
produtos já existentes para elaboração de outro. Kraemer (2004), afirma que as
necessidades básicas do homem devem ser supridas através da reciclagem de
produtos já utilizados, viabilizando assim a diminuição do uso de matérias primas
naturais.
Seiffert (2009) complementa dizendo que o tratamento do capital material e o
capital natural são diferenciados, enquanto o capital material pode ser reproduzido
para crescimento do produto, o capital natural tende a decrescer e encontrar
dificuldades para crescimentos porvindouros, arriscando a geração futura a não
usufruírem o bem - estar gerado pela natureza.
Com base no que foi comentado anteriormente, entende-se que ao refletir
sobre os danos que suas ações vêm causando à natureza, a população passou
então a buscar por instrumentos, técnicas e métodos que resolvesse essa questão,
ou seja, passarem a desenvolver tecnologias busca atingir o equilíbrio da natureza
com a habilidade de inovação das empresas e indústrias dos países em
desenvolvimento. Porém, para que esse objetivo possa ser atingido, organizações
devem contribuir com a inclusão da variável ambiental em seu meio organizacional,
sustentando uma postura responsável e de respeito perante a questão ambiental.
Contudo, quando se analisa a questão ambiental do ponto de vista
empresarial a primeira dúvida que surge é sobre o enfoque econômico, pois a ideia
é que qualquer atitude que venha ser feita em relação a variável ambiental dentro da
organização vai gerar um grande aumento de despesas e o consequente acréscimo
dos custos do processo produtivo. No entanto, Donaire (1999, p. 51) corrobora que:
algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar
dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo não sendo uma organização
que atua no chamado 'mercado verde', desde que as empresas possuam
certa dose de criatividade e condições internas que possam transformar as
restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócios.
Alguns cuidados devem ser levados em consideração, para que se possa
obter sucesso na questão ambiental empresarial, segundo Elkington e Burke (1989
apud DONAIRE, 1999) existem dez passos necessários para atingir esta excelência:
a) criar e divulgar uma política ambiental;
b) estabelecer metas e avaliar os ganhos continuamente;
c) estabelecer de forma objetiva as responsabilidades ambientais de cada
uma das áreas e do pessoal administrativo (linha de assessoria);
d) divulgar interna e externamente as politica, objetivos e metas e as
responsabilidades estabelecidas;
e) obter os recursos adequados;
f) educar e treinar o pessoal interno, informar seus consumidores e a
comunidade sobre o assunto;
g) realizar auditorias e relatórios de modo a sempre acompanhar a
situação ambiental da empresa;
h) acompanhar o desenvolver da discussão sobre a questão ambiental;
i) investir nas pesquisas e desenvolvimentos voltados a área ambiental e
contribua para os programas estabelecidos na comunidade;
j) ajudar a harmonizar os diferentes interesses existentes entre todos os
envolvidos, no caso a empresa, consumidores, comunidade entre
outros.
Diante do que foi dito, fica evidente que atualmente é possível, conciliar
desenvolvimento econômico e meio ambiente sem que um deles saia prejudicado, e
um dos passos é a empresa adote as dez etapas anteriormente comentadas.
Um dos conceitos que se enquadra nessa situação e que será abordado no
tópico a seguir é o de desenvolvimento sustentável, este expõe finalidades básicas
que devem ser consideradas de maneira coerente, com o desenvolvimento
econômico e o equilíbrio ecológico na utilização dos recursos naturais.
4.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável possui vários conceitos, podendo ser visto e
analisado de varias e diversas formas, este fato faz com que sua definição seja
discutida até hoje em todo o mundo. Todavia, uma das definições mais utilizadas é a
de que o desenvolvimento sustentável supre as necessidades das pessoas na
atualidade sem comprometer a geração futura (CASSILHA; CASSILHA, 2009).
Dentre as várias definições existentes sobre a sustentabilidade, podemos
estabelecer o tremo que implica na manutenção quantitativa e qualitativa do
estoque dos recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar
suas fontes ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que tanto as
necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam ser igualmente
satisfeita (AFONSO, 2006 p. 11).
Neves (2003) por sua vez complementa dizendo que o objetivo do
desenvolvimento sustentável é criar um modelo econômico que consiga gerar
riqueza, conforto, concordância social e a preservação do meio ambiente, de modo a
preocupar-se com os problemas em longo prazo, ou seja, estabelecer o
desenvolvimento econômico e social juntamente com os cuidados ambientais,
colocando em xeque o modelo de produção atual.
Para Louette (2008 apud OLIVEIRA, 2011) o desenvolvimento sustentável é
discutido atualmente como fator da responsabilidade social, alcançando a
preocupação universal das Nações Unidas desde a Conferência sobre o Meio
Ambiente, denominada Rio 92, intensificando a discussão internacional e o aumento
de convenções e outros acordos sobre o Meio Ambiente. Também é de suma
importância citar que um dos principais resultados dessa Conferência, em que
reuniram-se 178 chefes de Estado, foi a Agenda 21, um dos principais documentos e
também o mais importante sobre os princípios da educação ambiental.
A Agenda 21 prevê ações concretas que devem ser empreendidas pelos
governos e pela sociedade civil, nas esferas internacional, nacional e local.
Além de especificar metas, o documento descreve como essas devem ser
atingidas, ressaltando princípios básicos como: participação de todos os
grupos, informação e transparência (AGENDA 21, p.1).
Outro documento importante que foi estabelecido em prol do meio ambiente é
o Protocolo de Kyoto, que é um tratado internacional constituído de compromissos
rígidos com relação à diminuição da emissão dos gases que causam o efeito estufa
na atmosfera, rotulado como uma das causas do aquecimento global. Este
documento foi assinado em 1997 na 6º Conferência das Partes da Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP6 (SEIFFERT, 2009).
Os países mais desenvolvidos são os maiores contribuintes da emissão
destes gases, isto por causa do grande fluxo de indústrias neles instituídos e
também os que mais cooperam para a degradação do meio ambiente devido ao alto
índice de exploração dos recursos naturais.
As empresas e indústrias por serem consideradas as maiores poluidoras do
meio ambiente, tornam-se então as maiores interessadas pela obtenção de um
sistema de desenvolvimento sustentável, isto porque a sociedade passou a ser mais
exigentes em questão de adquirir produtos sustentáveis que não agridem a
natureza. Além da imagem responsável, as organizações procuram também a sua
própria sustentação de forma duradoura e ética perante a sociedade de um modo
geral. Dessa forma, acredita-se que as empresas e regiões sustentáveis são as que
possuem capacidades de promover, de forma equilibrada e harmônica, crescimento
econômico e qualidade de vida sem esquecerem-se das responsabilidades para
com o meio ambiente e a sociedade (RUTHES, 2007).
Outra questão que também influenciou as empresas a adotar o método
sustentável foi o marketing positivo que isso iria causar, beneficiando assim os
lucros da mesma. Para Kraemer (2004) as empresas adotam as estratégias de
marketing ecológico visando melhorar a sua imagem e a de seus produtos, através
de ações que protejam o meio ambiente e com a criação de produtos
biodegradáveis. Dessa forma, salienta-se que a alta administração deve analisar e
visualizar a gestão ambiental como um fator estratégico que ajuda a empresa e
também o meio ambiente.
Desse modo, empresas passaram então a adotar métodos, programas e
ferramentas que as ajudassem a ser tornar ecologicamente corretas, de forma que a
sociedade pudesse visualizar que seus produtos e suas ações estariam cooperando
para a redução da poluição e da degradação ambiental.
De acordo Kraemer (2004) uma das principais ferramentas voltada para a
responsabilidade social e ambiental escolhida e utilizada pelas empresas é o Índice
Dow Jones de Sustentabilidade, que em inglês é Dow Jones Sustainability Group
Index (DJSI). O autor ainda ressalta que as empresas que utilizarem esta ferramenta
terão vários benefícios, entre eles se encontram:
a) ser
reconhecida publicamente devido a preocupação com a área
ambiental e social;
b) ser reconhecida pelos stakeholders importantes como, legisladores,
clientes e empregados;
c) obter um crescente benefício financeiro devidos os investimentos
baseados no índice;
Além disso, é importante destacar que o desenvolvimento sustentável insere
uma dimensão ética e política que atende o desenvolvimento como um processo de
mudança social, com uma coerente democratização do acesso aos recursos
naturais e distribuição equitativa dos custos e benefícios do desenvolvimento. Diante
disso os empresários neste novo meio tornam-se cada vez mais aptos a entender e
a participar das alterações estruturais na relação de forças nas áreas ambiental,
econômica e social. Também, já resolveram que não querem ter mais indiferença
ambiental.
Dessa forma, e mediante as leis e políticas ambientais, fica claro perceber o
quão é importante melhorar a qualidade social, econômica e ambiental de um país
ou de uma pequena região; a preservação do meio ambiente deve sim ocorrer para
garantir o desenvolvimento sustentável não só para a sociedade atual, mas também
para a geração futura.
Além do que, atualmente existem várias técnicas e programas ambientais
para serem aplicados nas organizações e na comunidade que facilitam este
processo. Lembrando ainda que para as empresas, este marketing ecológico pode
trazer lucros e benefícios tanto a ela mesma quanto ao meio ambiente, uma vez que
se as empresas adote um programa sustentável, elas acabam contribuindo, e muito
para a preservação do meio ambiente e, além disso, passam a ser vistas com outros
olhos pelos seus consumidores que acabam de se tornar mais exigentes ao que se
diz a respeito à questão ambiental.
Uma das técnicas que contribui para a administração das atividades voltadas
ao meio ambiente é a gestão ambiental, assunto esse que será abordado e definido
na sequencia.
4.3 GESTÃO AMBIENTAL
Diante dos vários problemas ambientais enfrentados buscou-se um método
para que a relação entre os seres humanos e o meio ambiente pudesse ser
melhorada, dando surgimento ao processo de gestão ambiental. Tal processo possui
o objetivo da a administração da prática de atividades econômicas e sociais para
que estas utilizem de maneira racional os recursos naturais, visando sempre o uso
de métodos que garanta a conservação e a preservação da biodiversidade, a
reciclagem de matéria-prima e também que reduzam o impacto ambiental das
atividades humanas sobre os recursos naturais (VITERBO JUNIOR, 1998).
De acordo com Viterbo Junior (1998, p. 51) a “gestão ambiental, nada mais é
do que a forma como uma organização administra as relações entre suas atividades
e o meio ambiente que as abriga, observadas as expectativas das partes
interessadas”. Ou seja, é a parte da gestão pela qualidade total.
Já para Bursztyn et. al. (2006, p. 85):
a gestão ambiental pode ser definida como um conjunto de ações que
envolvem políticas públicas, o setor produtivo e a comunidade, com vistas
ao uso sustentável e racional dos recursos ambientais. Essas ações podem
ser de caráter político, executivo, econômico, de ciência, tecnologia e
inovação, de formação de recursos humanos, de informação e de
articulação entre diferentes atores e níveis de atuação.
Seiffert (2009) complementa dizendo que a gestão ambiental não é algo novo,
mas sim algo que foi amadurecendo e se desenvolvendo ao longo dos anos, isso
com o apoio de algumas áreas de conhecimento entre elas se encontram a
administração e a engenharia de produção. Dessa forma, pode-se concluir que a
gestão ambiental é um processo contínuo e adaptativo, qual visa selecionar
estratégias para chegar aos objetivos e propósitos estabelecidos para a proteção do
meio ambiente.
Antigamente a gestão ambiental era utilizada somente no meio público, porém
atualmente passou a ser inserida também no meio privado, procurando assim a
proteção ambiental devido às exigências externas quanto ao desempenho ambiental
exercido por essas organizações. Sendo assim, foram estabelecidos alguns
princípios sobre a gestão ambiental que, segundo Valle (2002), são:
a) a empresa deve adotar a gestão ambiental como fator influente do
desenvolvimento sustentável;
b) a gestão integrada deve agregar suas diretrizes, programas e
processos em todo o âmbito organizacional.
c) deve-se aperfeiçoar continuamente os processos e o desempenho
ambiental da organização, considerando o desenvolvimento técnico,
conhecimento científico, condição dos consumidores e perspectivas da
sociedade;
d) sempre orientar, treinar e motivar os colaboradores para exercer suas
atividades de maneira ambientalmente responsável;
e) realize uma avaliação prévia dos impactos ambientais antes de iniciar e
quando for encerrar o programa;
f)
observe se está a oferecer produtos ou serviços não provoquem
impacto negativo ao ambiente;
g) aconselhe e propicie informação aos consumidores, distribuidores e ao
público, quanto aos aspectos de segurança de utilização, transporte,
armazenagem e disposição dos produtos fornecidos;
h) desenvolva, projete e opere instalações tendo em vista a utilização dos
recursos renováveis e a minimização dos impactos ambientais,
i) apoie, realize ou patrocine pesquisas impactos ambientais e meios de
minimizá-los;
j) tome medidas preventivas perante alguma atividades desenvolvidas
para evitar a deterioração grave ou irreversível do ambiente;
k) empreiteiros e fornecedores devem adotar estes princípios para
melhorarem seus processos;
l) desenvolva planos de emergência nos casos de risco, planos de ação,
de acordo com cada empreendimento;
m) mude sua tecnologia para aquelas que respeitem o ambiente em todos
os setores;
n) confira e avalie o cumprimento das exigências internas da empresa; e
forneça as informações às autoridades e ao público.
Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias
(CNI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e o
Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), 85% das empresas pesquisadas
adotou algum tipo de procedimento voltado à gestão ambiental, não apenas por
causa das leis estabelecidas, mas também por questões que poderiam ser
associadas à gestão ambiental (SEIFFERT, 2009). Ainda segundo o autor algumas
das questões são:
a) aumento da qualidade dos produtos;
b) aumento da competitividade das exportações;
c) atender aos consumidores que possui preocupações ambientais;
d) atender as reivindicações feitas pela sociedade;
e) atender as pressões feitas pelas organizações não governamentais
ambientalistas;
f) estar em dia com as políticas social da empresa;
g) passar uma boa imagem perante a sociedade.
Percebe-se então que as organizações e empresas estão cada dia mais
preocupadas em alcançar e evidenciar um bom desempenho nos quesitos
relacionados ao meio ambiente. Nesse trajeto, a gestão ambiental tem se mostrado
como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer iniciativa
ambiental. Além dessa ferramenta, o problema ambiental submerge também o
gerenciamento de temas pertinentes ao meio ambiente, por meio de sistemas de
gestão ambiental, da procura pelo desenvolvimento sustentável, do estudo do ciclo
de vida dos produtos e da questão das perdas ambientais.
Para Barbieri (2007, p.113), “a solução de problemas ambientais, ou sua
minimização, exige uma nova atitude dos empresários e administradores, que
devem considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções que
contribuam para o planeta”. Nesse contexto, a aceitação da gestão ambiental por
parte das organizações é fundamental, pois fomenta a responsabilidade e o
comprometimento ambiental com todas as partes envolvidas.
Contudo, para que uma organização passe a trabalhar com gestão ambiental
ela deve realizar mudanças em sua cultura empresarial e ainda rever alguns
conceitos e paradigmas. A empresa deve considerar os benefícios que a gestão
ambiental proporciona no gerenciamento da organização.
Segundo North (apud CAGNIN, 2000) os benefícios proporcionados pela
gestão ambiental estão divididos em econômicos e estratégicos; no primeiro caso
podem ser citados: economia de custos, redução de multas e penalidades por
poluição, aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e a
menor concorrência; já no segundo, citam-se: melhoria na imagem institucional,
aumento da produtividade, melhoria nas relações de trabalho entre muitos outros.
Para que as organizações simplifiquem seu envolvimento com a temática
ambiental, é preciso que esta incorpore em seu planejamento estratégico e
operacional um programa de gestão ambiental adequado, harmonizando os
objetivos ambientais com os demais objetivos da organização.
Um sistema de gestão ambiental bem disseminado gera melhorias nos custos
das empresas e organizações, consegue ainda racionalizar a aquisição e utilização
de insumos e matérias-primas, contratação de serviços e o uso de recursos naturais,
diminuindo assim, o impacto ambiental, além de gerar bons resultados para o
empreendimento (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).
Lembrando ainda que é de fundamental importância que as instituições de
ensino como as universidades se preocupem com os problemas relacionados à
natureza e o meio ambiente, e que estas adotem o sistema de gestão ambiental
dentro do recinto de ensino, transmitindo aos futuros cidadãos que nelas se formam,
o quão é importante preservar e se atentar quanto aos danos causados pelos
resíduos sólidos por eles gerados.
4.4 O PAPEL DAS UNIVERSIDADES PERANTE O MEIO AMBIENTE
A crise ambiental é um dos principais problemas que a humanidade vem
enfrentando nos últimos anos, e mais que soluções técnicas buscam-se também
soluções educacionais que se configura em mudanças de hábitos, valores e
atitudes. Diante disso, cabe às universidades, bem como outras instituições de
ensino, a responsabilidade de desencadear ensinos e os valores voltados à questão
ambiental.
Kraemer (2005) corrobora que as universidades, assim como as demais
instituições de ensino superior, são as responsáveis por formarem os futuros
cidadãos e por possuírem os conhecimentos de especialidades em todos os campos
de investigação, torna-se seu dever propagar a literatura ambiental e ainda
promover a pratica de uma ética ambiental a sociedade.
Por se tratar de uma instituição de ensino superior, as universidades devem
sempre dar o primeiro passo no que condiz com o meio ambiente, de modo que
possam ser vistas pela sociedade como exemplo. As questões ambientais devem
estar não somente nos seus métodos educacionais, mas também em sua
administração, neste caso com a adoção de programas de gestão ambiental que
visam diminuir os impactos negativos que eles mesmos causam a natureza.
A universidade deve atuar como agente de primeira linha na pesquisa, no
desenvolvimento e na inovação, criando e disseminado novas tecnologias
que proporcionem mecanismo de produção mais limpa, redução de
emissões, reciclagem de resíduos, aumento da eficiência energética e
outros processos que reduzam o dano ambiental decorrentes das atividades
do homem sobre o planeta (AUDY; MORISINI, 2009, p. 252).
A cada dia que se passa as universidades estão cada vez mais sendo
cobradas a desenvolver um papel significante no que se diz respeito ao
desenvolvimento ambiental. Elas devem encontrar respostas paras os problemas
voltados ao desenvolvimento sustentável, além de criar um método educacional e
eticamente orientado a respeito do assunto.
De acordo com Kraemer (2005), as universidades deve se comprometer com
um processo contínuo de informação, educação e mobilização de todas as partes
complacentes da sociedade em relação aos efeitos da degradação das reservas
ecológica, inserindo também o seu impacto sobre o ambiente global e as condições
que garantem um mundo sustentável e justo.
Kraemer (2005), ainda complementa dizendo que existem dez princípios
básicos para a universidade alcançar o sucesso referente à questão ambiental,
quais estão representados no Quadro 1.
Quadro 1 - Dez princípios básicos para alcançar o sucesso na questão ambiental.
PRINCIPIOS BÁSICOS
DESCRIÇÃO
Compromisso Institucional
Demonstrar compromisso e interesse na prática
da proteção ambiental e do desenvolvimento
sustentável no seio da comunidade acadêmica.
Ética Ambiental
Promover, entre os docentes, alunos e o público
em geral, padrões de consumo sustentáveis e
um estilo de vida ecológico, incentivando
programas que desenvolvam as capacidades do
corpo docente para ensinar literatura ambiental.
Educação dos Funcionários Universitários
Proporcionar educação, formação e treinamento
aos seus funcionários em matérias ambientais.
Programas de Educação Ambiental
Promover e incorporar programas de educação
ambiental envolvendo docentes, investigadores e
estudantes, expondo-os a todos os desafios
globais do ambiente e desenvolvimento, seja
qual for o seu campo de trabalho ou estudo.
Interdisciplinaridade
Encorajar a educação interdisciplinar e
colaborativa e programas de investigação
relativos
ao
desenvolvimento
sustentável
enquanto parte da missão central da instituição.
Disseminação do Conhecimento
Apoiar esforços para suprir as falhas na atual
literatura ambiental disponível aos estudantes,
profissionais e público em geral.
Redes de Trabalho
Promover redes interdisciplinares de peritos
ambientais ao nível local, nacional, regional e
internacional.
Parcerias
Tomar a iniciativa de forjar parcerias com outros
setores preocupados da sociedade, de modo a
desenhar e implementar abordagens, estratégias
e planos de ação coordenados.
Programas de Educação Contínua
Criar programas de educação ambiental sobre
estes assuntos e para diferentes grupos-alvo.
Transferência Tecnológica
Contribuir
para
programas
educacionais
concebidos para a transferência de tecnologias
de educação e inovação e métodos de gestão
avançados.
Fonte: Adaptado de Kraemer (2005).
Dessa forma, evidencia-se o grau de importância que se tem pela inclusão de
métodos educacionais e também de projetos ligados a questão ambiental dentro dos
campi das universidades, este ato beneficiará tanto a natureza que será menos
degrada, como também a instituição que ao adotar os métodos terá diminuição nos
custos de alguns materiais, além de ser vista pela sociedade que a cerca como uma
instituição ecologicamente correta e ainda servir de exemplo para as demais
instituições e empresas em geral.
No entanto, é importante atentar-se as legislações antes de aderir um
método, projeto, entre outros fatores voltados a questão ambienta. Pois não basta
somente aderir a um desses métodos, é importante evidenciar quais são as técnicas
mais adequadas para o local e o tipo de problema enfrentado pela instituição. No
caso dos resíduos sólidos, uma das ações que vem contribuindo para a diminuição
desse problema é a inclusão de uma Gestão de Resíduos Sólidos. Para um melhor
entendimento dessa problemática, são abordados na sequencia suas leis, conceitos
e demais temas referentes.
4.5 LEIS, DECRETOS E RESOLUÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS
Com a grande proliferação de resíduos sólidos e consequentemente o
aumento da poluição ambiental e dos danos irreparáveis causado a natureza, a
sociedade começou a perceber que algo deveria ser feito para reparar este
problema em questão. Diante disso o Governo passou a desenvolver leis ambientais
em prol do meio ambiente, em que todos têm a obrigação de cooperar para que seja
melhorada a situação de caos quem vem progredindo gradativamente não só em
nosso país mais também no mundo (BRASIL, 2010).
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, cita no Capítulo VI,
Artigo 225, que todas as pessoas têm o direito de desfrutar de um ambiente
ecologicamente equilibrado que possibilite uma qualidade de vida sadia, ficando a
dever do Poder Público e da coletividade a responsabilidade de defender e
preservar este meio para que a presente e também as futuras gerações possam
usufruir deste ambiente (BRASIL, 1988).
Compreende-se então, que o primeiro passo para que haja um certo controle
dos resíduos gerados no planeta deve partir das indústrias que os fabricam. Elas
devem analisar o tipo de material que será utilizado na fabricação, se este é
biodegradável, e qual o grau de problemas que o mesmo trará ao meio ambiente.
Consequentemente o próximo passo deverá parti dos consumidores. Eles devem
também analisar os produtos que compram, procurando sempre aqueles que
cooperam para com o equilíbrio ambiental, e após usufruírem os mesmos, não os
descartar de qualquer forma, mas sim separá-los pelos tipos de materiais que são
feitos, por exemplo, papel, plástico, vidro entre outros.
Visando esse problema, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
através da Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, Publicada no Diário
Oficial da União (DOU) nº 117-E, de 19 de junho de 2001, Seção 1, página 80,
estabeleceu o código das cores para os diferentes tipos de resíduos, facilitando
assim a coleta seletiva e o transporte dos mesmos (CONAMA, 2001).
A classificação das cores de distinção da tipologia dos resíduos sólidos está
designada de acordo com a demonstração da Quadro 2:
Quadro 2 – Padrão de Cores dos Resíduos Sólidos.
PADRÃO DE CORES DA COLETA SELETIVA
AZUL
PAPEL/PAPELÃO
VERMELHO
PLÁSTICO
VERDE
VIDRO
AMARELO
METAL
PRETO
MADEIRA
LARANJA
RESÍDUOS PERIGOSOS
BRANCO
RESÍDUOS AMBULATORIAIS E DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
ROXO
RESÍDUOS RADIOATIVOS
MARROM
RESÍDUOS ORGÂNICOS
RESÍDUO GERAL NÃO RECICLÁVEL OU MISTURADO,
OU CONTAMINADO NÃO PASSÍVEL DE SEPARAÇÃO
FONTE: Adaptado de CONAMA (2001)
CINZA
Ainda segundo a Resolução todos os programas de coleta seletiva existentes
no âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e
indireta, e entidades paraestatais, devem adotar esse padrão das cores e
recomenda-se o mesmo para programas estabelecidos pela iniciativa privada,
cooperativas,
escolas,
igrejas,
organizações
não-governamentais
e
demais
entidades interessadas (CONAMA, 2001). Porém, nem todas as organizações e
entidades possuem um programa de coleta seletiva ou algo do gênero e ainda
descartam os resíduos de qualquer forma sem analisar o mal que está causando a
natureza.
Visando diminuir ou até mesmo acabar com esse problema o Governo
Federal sancionou a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, Lei que menciona entre outros que:
estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de
direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela
geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à
gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010,
Art. 1º).
Alguns dos princípios e objetivos dessa Lei são a prevenção e a precaução, o
desenvolvimento sustentável, o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e
reciclável como um bem econômico e fonte geradora de trabalho e renda e promotor
de cidadania, proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, entre outros
(BRASIL, 2010).
Os planos de resíduos sólidos sejam eles de âmbito nacional, regional,
estadual, municipal são alguns dos instrumentos da Política dos Resíduos Sólidos e
alguns de seus objetivos são: estabelecer metas de redução, reutilização,
reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
encaminhados para disposição final ambientalmente adequada, criar programas,
projetos e ações para o atendimento das metas previstas e medidas para incentivar
e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
Nos parágrafos 1º e 2º do artigo 17 da sessão III da Lei 12.305 consta que os
Estados brasileiros tem o direito de elaborar não só um plano de resíduos sólidos
estadual, mas também planos microrregionais onde será obrigatória a participação
dos municípios envolvidos (BRASIL, 2010).
Diante disso, o Governo Estadual do Paraná estabeleceu o Decreto nº 4167 20/01/2009, publicado no Diário Oficial Nº 7897 de 26/01/2009, onde é mencionado
que todos os órgãos e entidades da administração pública estadual direta e indireta
têm a obrigatoriedade de realizar a separação seletiva dos resíduos sólidos
recicláveis gerados por eles (PARANÁ, 2009, Art. 1º).
Sendo assim, todas as empresas públicas passaram a inserir a Gestão de
Resíduos Sólidos, com a finalidade de adequá-las perante as legislações
ambientais, além de cooperar para preservação do meio ambiente através de
métodos de redução da produção dos resíduos sólidos, e também da orientação dos
funcionários sobre a importância do correto manuseio dos mesmos, além de serem
vistos perante a sociedade como uma empresa ecologicamente correta e ainda ser
vista como bom exemplo as demais organizações.
4.5.1 Gestão de resíduos sólidos
Com o processo de desenvolvimento econômico veio também o aumento das
construções industriais que visam produzir os mais diversos tipos de produtos para o
conforto da sociedade. Além desse houve também o aumento populacional devido à
oferta de mão de obra. Todo esse processo tem contribuindo para poluição do meio
ambiente, de forma que, onde se encontram muitas indústrias e um fluxo grande
pessoas há maior geração de resíduos sólidos (VALERIO; SILVA; COHEN, 2008).
Resíduos sólidos são todos aqueles materiais descartados por não oferecem
mais nenhum valor ou serventia, sendo eles provenientes dos resultados de
atividades industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição (ABNT, 2004). Ainda de acordo com as Normas da ABNT (2004), os
resíduos são classificados como:
a) classe I – Perigosos; aqueles que oferecem periculosidade, ou algumas
destas características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade,
Toxicidade e Patogenicidade.
b) classe
II
–
Não
Perigosos;
não
apresentam
nenhuma
das
características acima, podem ainda ser classificados em dois subtipos:
I.
resíduos Classe II A – Não-Inertes; estes podem ter algumas
propriedades como: combustibilidade, biodegradabilidade e
solubilidade em água.
II.
resíduos Classe II B – Inertes; aqueles que quando
amostrados de forma representativa e submetidos a um
contato estático ou dinâmico com água destilada ou
deionizada, por exemplo, tijolos, vidros e certos plásticos e
borrachas que não são decompostos prontamente.
Já Calderoni (1998 apud ALBUQUERQUE et al., 2010) corrobora que o
conceito sobre o resíduo é variante dependendo da época e do lugar, além, dos
fatores ambientais, sociais, tecnológicos jurídicos e econômicos, pois a idealização
de reaproveitamento ou de reinserção do resíduo na cadeia produtiva deve sempre
ser estudada com suas características, pois a destinação final dos resíduos se
incorreta, é extremamente danosa para o meio ambiente. É valido ressaltar que a
quantidade e os tipos de resíduos gerados dependem de outros fatores, como o
padrão econômico da pessoa que gera ou da cidade, a quantidade populacional,
fatores culturais, políticos, entre outros.
Visado diminuir ou até mesmo suprimir esse problema, os Governos Federais,
Estaduais e Municipais brasileiros deram início à elaboração do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que consiste em um conjunto de
procedimentos e métodos que tem como objetivo minimizar a geração de resíduos
sólidos, visando eliminar os impactos ambientais negativos que vem o correndo a
cada dia mais no mundo e com isso prejudicando a saúde pública e a qualidade do
meio ambiente (BRASIL, 2010).
Por gerenciamento integrado entende-se um conjunto interligado de ações
normativas, operacionais, financeiras e de planejamentos para coletar,
segregar, e dispor adequadamente o lixo. O objetivo central do sistema de
gestão de resíduos sólidos é a diminuição da quantidade final de resíduos
depositados e a minimização dos impactos ambientais causados pela sua
disposição inadequada (FONSECA; BRAGA, 2010, p. 143).
Entende-se que o PGRS tem como finalidade conscientizar e ensinar as
pessoas sobre o quão é importante e necessário para o meio ambiente e também a
saúde populacional o correto acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte,
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos por eles gerados. Segundo Valle
(2004, p. 96) “o critério básico para a escolha da solução a ser adotada para eliminar
um resíduo ou resolver um problema ambiental, devera ser sempre à proteção da
saúde do homem e do meio ambiente”.
Segundo
o
Instituto
de
Pesquisa
Tecnológicas
(IPT)
(1995
apud
ALBUQUERQUE et al., 2010), o sistema de coleta, tratamento e disposição final dos
resíduos sólidos implica uma fase interna e outra externa. A primeira, sob o encargo
do
gerador,
compreendendo
a
coleta
interna,
acondicionamento
e
o
armazenamento. A fase externa, de responsabilidade das administrações públicas,
através dos serviços de limpeza pública.
Entende-se cabe à sociedade analisar e compreender os métodos corretos
utilizados na administração dos resíduos, e aplicá-los nos resíduos gerados por eles,
pois de nada adianta o poder público exercitar o processo de forma correta sendo
que a sociedade não coopera. O primeiro passo é do governo, em que este deve
estipular o uso dos processos de gerenciamento dos resíduos sólidos, porém a
missão mais importante é do cidadão, que tem como obrigação separar de forma
correta os materiais para que estes sejam coletados e transportados e obter uma
destinação final correta.
Para Baasch (1995), a fase inicial dos termos constituídos no processo de
gerenciamento de resíduos sólidos é a geração dos mesmos, pois é nesta fase que
o gerador vai estabelecer se o material tem utilidade ou não premeditando assim
descartá-lo.
No entanto, Canassa (1992 apud ALBUQUERQUE et al., 2010) diz que o
primeiro passo do processo é o acondicionamento. Para efetivar este processo fazse o uso de diversos tipos de recipientes tais como: vasilhas domiciliares, tambores,
sacos plásticos, sacos de papel, containers entre outros.
Para a escolha do acondicionamento, devem ser consideradas informações
básicas sobre o resíduo, tais como características, quantidades geradas,
periodicidade, tipo de transporte utilizado e forma de tratamento ou
disposição final. Normalmente são utilizados dois tipos de recipientes: o de
pequena capacidade e o de grande capacidade (MAROUN, 2006 apud
MESQUITA; SARTORI; FIUZA, 2010, p. 5).
Independente da ordem dos fatores, o importante mesmo é que eles sejam
realmente realizados, para que haja uma diminuição da degradação do meio
ambiente. É de suma importância que ocorra a separação seletiva dos resíduos
sólidos, para que estes sejam destinados nos lugares corretos.
Mesquita
Junior
(2007
apud
MESQUITA;
SARTORI;
FIUZA,
2010),
corroboram que a etapa fundamental no gerenciamento dos resíduos sólidos é a
separação correta e criteriosa dos mesmos, este processo permite o tratamento
diferenciado, a racionalização de recursos despendidos e facilita a reciclagem. A
separação é importante também porque evita a mistura de resíduos incompatíveis e
reduz o volume de resíduos perigosos a serem tratados.
A coleta seletiva é o processo em que são recolhidos todos os resíduos
gerados pela população, esta etapa é realizada de forma organizada, segura e
econômica, em seguida eles são depositados em locais de tratamento, em estações
de transferência, ou encaminhados para a disposição final (ANDRADE; MARINHO;
REIS, 2009).
De acordo com Mucelin, Cunha e Pereira (2000), é recomendável a utilização
da coleta seletiva, pois este procedimento garante boas condições para o devido
tratamento dos resíduos gerados e também para a disposição final dos mesmos, no
qual a sociedades pode contribuir fazendo a separação seletiva dos materiais por
eles produzidos. Ainda segundo os autores a coleta seletiva implica em separar os
materiais na fonte geradora, dos componentes que podem ser restaurados mediante
um acondicionamento em invólucros distintos para cada tipo de material ou grupo de
materiais.
Albuquerque et al. (2010) comenta que o processo da coleta seletiva envolve
desde a saída do veiculo, o caminho onde é realizada a coleta até a destinação
final, o autor ainda cita que de acordo com a Norma Brasileira (NBR) 12.980, existe
mais de um tipo de coleta: a seletiva já abordada acima, a convencional e a
especial.
Outro fator importante de se mencionar é que coleta seletiva pode ser
realizada de duas maneiras, primeiro pela coleta porta a porta onde os resíduos são
retirados diretamente dos domicílios pelo poder público, sucateiros ou empresa
responsável pelo serviço de recolha dos mesmos; E também por entrega voluntária,
situação e que a sociedade procura locais previamente definidos e devidamente
preparados para receber os resíduos recicláveis, geralmente em recipientes
apropriados (ALBUQUERQUE et al. 2010).
A coleta convencional por sua vez, está voltada a coleta dos resíduos
domiciliares, comerciais, industriais e de limpeza de vias públicas. A coleta especial
refere-se aos resíduos contaminados, como os resíduos dos serviços de saúde,
radioativos entre outros, neste caso, os resíduos são acondicionados em recipientes
específicos, conforme preconizado pela legislação e coletados de forma separada
em viaturas especiais (ALBUQUERQUE et al. 2010).
É importante ressaltar que os veículos usados para realizar a coleta são do
tipo Coletor de Caçamba Aberta, Coletor Tipo Baú (convencional) e Coletor
Compactador (em locais de alta concentração de lixo) (ABNT, 2004).
Porém, é preciso lembrar que a maioria dos resíduos sólidos podem ser
reutilizados, isso através reciclagem. Reutilizar um produto significa reaproveitá-lo
sem qualquer modificação física, mudando ou não o seu uso original, por exemplo,
os recipientes para acondicionar objetos diversos ou o mesmo produto, após a
lavagem e esterilização da embalagem (ALBUQUERQUE et al., 2010).
Sob a ótica da ciência econômica, reprocessar materiais recicláveis, que
seriam misturados ao material orgânico depositado em lixões ou aterros, e
reutilizá-los como matéria-prima ou bens de consumo representa não
apenas uma economia de recursos naturais escassos mas, sobretudo, uma
forma de reduzir os custos econômicos, sociais e ambientais que decorrem
de sua oferta limitada e que se impõem a toda sociedade (RISSATO;
SANTOS; NAZZARI, 2010).
Sendo assim, a reciclagem nada mais é que um reprocessamento do
material, onde o mesmo será transformado em um novo produto que voltará ao
mercado, provavelmente com funções e características diferenciadas do produto
anterior. Porém, para que isso seja possível, é necessária a efetivação dos
processos de gerenciamento de resíduos sólidos.
Segundo Bidone (1999 apud ALBUQUERQUE et al., 2010) a reciclagem de
um material depende de alguns fatores como: proximidade da instalação de
reprocessamento, custos de transportes, volume de resíduos gerados, custos de
estocagem no ponto de geração ou fora do local de origem, criação de tecnologias
economicamente viáveis que possibilitem o reprocessamento de uma quantidade
maior de resíduos e ainda estudar e verificar quais são as empresas interessadas
em adquirir e reprocessar o resíduo. Isso sem contar os fatores físicos, econômicos
e sociológicos.
Porém, não são apenas gastos que o processo de reciclagem gera; existem
também benefícios como redução do consumo de energia, possibilita a geração de
recursos que podem ser empregados na área social, contribui para a melhoria da
qualidade de vida e da saúde publica, além de gerar empregos a sociedade. O
próximo passo do PGRS é a destinação final que será abordada no tópico a seguir.
4.5.1.1 Destinação final dos resíduos sólidos
Existem vários tipos de destinação final para os resíduos sólidos, entre eles
se encontra a compostagem. Segundo Jardim (1995) a compostagem é considerada
um processo biológico de decomposição de matéria orgânica. O composto
constituído por estes restos, ou seja, é o produto final de todo este processo
podendo ser utilizado como fertilizante, melhorando as características do solo, sem
prejudicar o ambiente.
O tratamento térmico é mais um dos métodos utilizados para o descarte de
resíduos sólidos. Um deles que é bastante conhecido é a incineração. Consiste, em
um processo de combustão com temperaturas acima de 900ºC, para transformar
resíduos sólidos e outros materiais em dióxido de carbono, outros gases e água,
reduzindo seu volume e peso iniciais, produzindo assim um resíduo inerte com cerca
de 10% do volume inicial (JARDIM, 1995).
Outra opção usual é queimar os resíduos sólidos em usinas de incineração,
transformando-os em material inerte. Este é um processo bastante eficaz
porque reduz, significativamente, o volume do lixo a ser encaminhado aos
aterros e elimina os agentes patogênicos e parasitas e, por isso, é
recomendável para o tratamento do lixo hospitalar. Contudo, vale destacar
que as usinas de incineração precisam respeitar critérios técnicos e
sanitários adequados a fim de evitar a poluição do ar atmosférico
(SIRVINSKAS, 2009 apud RISSATO; SANTOS; NAZZARI, 2010, p. 28).
Além da incineração como forma de tratamento térmico dos resíduos, há
também a autoclavagem que consiste num tratamento à baixa temperatura (120º. C)
e alta pressão, usada para descontaminar resíduos do serviço da saúde antes de
serem eliminados (IPT/CEMPRE, 2000, apud ALBUQUERQUE et al. 2010).
Fiorillo (2009) por sua vez destaca outras quatro formas de processos de
descarte dos resíduos:
a) lixão ou depósito a céu aberto: local de descarga de todos os tipos de
resíduos, onde não há medida de proteção ao meio ambiente ou à
saúde pública.
b) aterro controlado: local de descarga de resíduos que não dispõe de um
sistema de impermeabilização de solo, de tratamento de percolado ou
de gás, porém, reduz alguns impactos ambientais em decorrência do
emprego de material inerte na cobertura dos resíduos ao final de cada
dia.
c) aterro sanitário: local no qual se empregam técnicas de disposição final
de resíduos sólidos que possui o solo é impermeabilizado, permitindo
assim o controle da poluição e a proteção da saúde publica, neste o
lixo é compactado e coberto diariamente, além dos sistemas de
tratamento do chorume, de drenagem das águas superficiais, bem
como, de coleta e queima do biogás, sendo considerada a forma mais
econômica e adequada de disposição dos resíduos.
d) aterro industrial: local parecido com o aterro sanitário, devidamente
preparado para receber resíduos perigosos (tóxicos, corrosivos,
inflamáveis, radioativos, infectados por material patogênico) e resíduos
que embora não sejam perigosos, alteram a qualidade da água quando
em contato com ela.
Diante disso, pode ser entendido que a gestão de resíduos sólidos é
extremamente importante para o meio ambiente e para a sociedade, pois com ele
diminuem-se os impactos negativos causados a natureza por causa da produção
dos resíduos e também melhorar a saúde populacional devido ao correto descarte
dos mesmos. Outro fator que coopera para com a gestão dos resíduos sólidos é a
metodologia das ações dos 5 R’s, assunto esse que será comentado a seguir.
4.5.1.2 OS 5 R’s DA RECICLAGEM
Os 5 R’s são cinco ações que podem ser facilmente aplicadas no dia – a –
dia, e que “fazem parte de um processo educativo que tem por objetivo uma
mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos. A questão-chave é levar o cidadão a
repensar seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício”
(MMA, 2013, p.1).
Segundo Borba e Otero (2009) cada um dos 5 R’s representa uma ação
diferente, sendo elas:
a) repensar os hábitos de consumo e descarte;
b) recusar produtos que agridem a saúde e o meio ambiente e também
colaborar com o processo de conservação;
c) reduzir o consumo desnecessário;
d) reutilizar o máximo dos produtos antes do descarte;
e) reciclar todos os materiais possíveis.
Se utilizados adequadamente, os 5 R’s contribuem e muito para a redução da
geração e o descarte incorreto dos resíduos sólidos no planeta, e ainda faz com que
a sociedade reflita sobre suas atitudes referentes a esta situação que se agrava com
o decorrer dos dias e também com o desenvolver das cidades, estados e países
(CORTEZ; ORTIGOZA, 2007). Outras vantagens de se aplicar esse método são: a
diminuição da extração de recursos naturais, redução de resíduos nos aterros e
consequentemente o aumento da sua vida útil, redução dos gastos do poder público
com o tratamento dos resíduos descartados (MMA, 2013).
No entanto, para que se atinjam essas melhorias, é importante que as
empresas e as instituições de ensino incluam em seu meio organizacional a gestão
de resíduos sólidos, para poderem contribuir com a preservação do meio ambiente.
Buscando compreender melhor sobre essa questão, na sequência encontra-se uma
contextualização que explica a necessidade de se incluir uma gestão de resíduos
nas universidades.
4.6 A NECESSIDADE DA GESTÃO DE RESÍDUOS NAS UNIVERSIDADES
As universidades e faculdades são instituições responsáveis pela formação
profissional das pessoas e, devido a isso a sociedade também espera que as
instituições se prontifiquem a conscientizar estes novos cidadãos sobre os
problemas ambientais que vem sendo discutidos atualmente, pois é esta nova
geração que arcará com as consequências futuras dos problemas que ocorrem
atualmente (KRAEMER, 2005).
Um dos meios dessas instituições compensar a sociedade e evidenciar o seu
total empenho para com o meio ambiente é estar sempre revendo, estudando,
avaliando e controlando os danos ambientais causados por atividades exercidas em
seu meio. De acordo com Silva e Mendes (2009), uma dessas estratégias é a
adoção de uma política institucional voltada para o meio ambiente; um exemplo
disso seria a criação de um sistema de gestão ambiental, onde este abordaria o
gerenciamento integrado de resíduos. Os autores ainda ressaltam que é
indispensável à colaboração e o envolvimento dos diversos setores e em especial a
da alta administração.
Tauchen e Brandli (2006 apud GONÇALVES et al., 2010), por sua vez,
corroboram que as instituições de ensino superior como universidades e faculdades
podem ser comparadas como uma pequena sociedade urbana, pois elas
desenvolvem vários tipos de atividades de ensino, pesquisa, extensão e atividades
referentes a sua operação, como restaurantes e locais de convivência, e como
consequência destas atividades a geração de resíduos sólidos, que muitas vezes
são mal administrados causando danos quase irreparáveis a natureza.
Em muitos casos, constata-se o manejo incorreto de resíduos e riscos
potenciais de acidentes e/ou contaminação. Nos laboratórios é frequente o
descarte de rejeitos químicos na rede de esgotos; o manejo inadequado dos
resíduos biológicos; a não segregação de lixo para a reciclagem; o
desperdício de água e de energia; a não utilização ou inexistência de
equipamentos de segurança individual e coletivos, etc. Esta situação
decorre em função de diversos fatores, como ausência de políticas e
programas voltados para o controle da poluição e de um setor que seja
responsável pelo gerenciamento dos resíduos (SILVA; MENDES, 2009, p.
81).
Foi buscando solucionar este problema que o Presidente da República
sancionou a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, na qual menciona entre outros, que é obrigatoriedade de todas
empresas e instituições, sejam elas de direito público ou privado, adotarem um
método que colabore para com a gestão de resíduos sólidos.
Sendo assim, todas as empresas públicas e privadas, faculdades e
universidades passaram a aderir e criar diretrizes para a gestão de resíduos sólidos,
com a finalidade de se adequarem perante as legislações ambientais, e também de
cooperarem para com a preservação do meio ambiente, pois, o objetivo dessas
diretrizes são criar métodos para reduzir os resíduos sólidos gerados e ainda
contribuir com soluções para problemas de aspectos sociais, econômicos e
ambientais envolvidos nessa questão.
Essas diretrizes elaboradas para a gestão dos resíduos sólidos são validas
não só para ajudar a diminuir a geração dos resíduos, mas também para
conscientizar as pessoas e orientá-las sobre a importância do correto manuseio dos
mesmos.
No ambiente universitário, a implantação de um Plano de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos – PGIRS – orienta os processos relacionados à coleta,
tratamento adequado e disposição final dos resíduos, bom como, as
iniciativas para sensibilizar a comunidade acadêmica quanto às ações
individuais e coletivas, que contribuam para melhoria da qualidade de vida
da população e para a saúde publica (MESQUITA et al.,2010, p.2)
Dessa forma, percebe-se o quão é importante a adequação de um modelo de
um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) voltado para os meios
universitários, considerando que o referido programa contribui para a redução de
geração de resíduos sólidos através de ações fáceis e práticas, tornando assim a
universidade adequada perante a legislação ambiental e também mantê-la perante a
comunidade interna e externa como um exemplo de instituição de ensino
ecologicamente correta.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia científica está relacionada ao processo de elaboração das
etapas fundamentais de um trabalho científico, na qual a pretensão é alcançar os
objetivos nele proposto e obter resultados finais satisfatórios. Lakatos e Marconi
(1991) corroboram que a metodologia cientifica é um conjunto de atividades
sistemáticas e racionais que permite que o pesquisador chegue aos objetivos da
pesquisa com mais segurança e economia.
O objetivo do trabalho em questão foi o desenvolvimento de diretrizes para a
gestão de resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste), Campus Toledo.
Para tanto, utilizou-se de uma série de procedimentos. Primeiramente, quanto
à natureza, tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que segundo
Roesch (1996) é apropriada para selecionar metas de um programa e construir uma
intervenção.
Enquanto ao propósito do projeto que é o desenvolvimento de diretrizes para
a gestão dos resíduos sólidos da Unioeste, Campus de Toledo, utilizou-se então o
método de proposição de planos ou programa, que de acordo com Roesch (1996, p.
64) consiste em “apresentar soluções para problemas já diagnosticados pela
organização”. Esse método requer que o pesquisador estude o problema e viabilize
planos e procedimentos alternativos apresentando sugestões para resolução do
problema ou para a implementação de um projeto.
Com isso definido, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto em
questão, com o propósito de obter informações, conceitos e possíveis soluções para
a problemática deste trabalho.
De acordo com Lakatos e Marconi (1991) a pesquisa bibliográfica coloca o
pesquisador em contato com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre um
determinado assunto, de forma que o leva a realizar uma observação do tema sob
pontos de vista diferentes, obtendo assim conclusões inovadoras.
Em relação ao delineamento do trabalho, este se baseou em um estudo de
caso, que de acordo com Yin (1981 apud ROESCH, 1996) é uma estratégia de
pesquisa que procura estudar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto.
No que se refere à coleta de dados, este estudo foi baseado na pesquisa
documental, pesquisa essa em que o pesquisador recolhe informações de materiais
já publicados. De acordo com Lopes (2006) essas pesquisas são feitas através de
documentação direta como, por exemplo, questionário e entrevistas, e também da
forma indireta, através de materiais já publicados. No caso desse estudo, optou-se
por levantar e analisar alguns planos de resíduos sólidos já existentes, sendo então,
de forma indireta.
Ressalta-se que o levantamento e análise desses planos tiveram o objetivo de
embasar ou trazer informações importantes a serem inseridas nas diretrizes para a
gestão de resíduos sólidos da Unioeste. Além disso, acreditou-se que a consulta em
planos já elaborados e estabelecidos em outros órgãos, pudessem trazer maior
clareza e confiabilidade às diretrizes desenvolvidas para a gestão de resíduos
sólidos da instituição foco deste estudo.
Esse levantamento se deu unicamente através de pesquisas via internet no
mês de julho de 2013. Investigaram-se diversos planos de gestão de resíduos
sólidos existentes, em vários estados brasileiros, e que foram originados de órgãos
públicos e privados diversificados, tais como: prefeituras, universidades, escolas,
hospitais e empresas construtoras. Contudo, devido à extensão desses planos,
optou-se por selecionar apenas quatro e analisá-los de forma mais detalhada. Os
planos selecionados foram: os Planos de Resíduos Sólidos Urbanos do município de
Toledo – Paraná, o Plano de Resíduos Sólidos Urbanos da cidade Campinas – São
Paulo e também os planos da Universidade de Campinas, (UNICAMP) – São Paulo
e o da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Paraná.
Justifica-se essa seleção pelos seguintes motivos: i) a comparação de, pelo
menos, dois planos de universidades, pode mostrar “o que” e “como” foi abordado o
gerenciamento dos resíduos sólidos em instituições semelhantes à deste estudo; ii)
acreditou-se que a análise de planos de resíduos sólidos urbanos pudessem
apresentar ações diferentes das encontradas nos planos de universidades e que
fossem igualmente importantes para a Unioeste.
Após esse levantamento e seleção dos planos de resíduos sólidos, deu-se
inicio às suas análises através de uma leitura detalhada. Nessa análise, foi possível
constatar pontos em comum entre os quatro planos, bem como vantagens e pontos
críticos, cumprindo-se assim os dois primeiros objetivos específicos deste estudo.
Para realizar o terceiro objetivo específico, qual foi analisar o potencial
econômico dos resíduos sólidos, utilizou-se unicamente de pesquisas via internet, no
qual foram investigados diversos trabalhos e artigos científicos que abordavam o
tema em questão, além dos dados encontrados no site do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Através dos resultados obtidos pela coleta de dados, pode-se então
desenvolver as diretrizes que se avaliaram mais apropriadas à gestão dos resíduos
sólidos da Unioeste, Campus de Toledo.
6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
Neste capítulo são abordados o diagnóstico organizacional da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, Campus de Toledo, bem como a
interpretação dos dados utilizados para o estudo e o desenvolvimento das diretrizes
para a gestão dos resíduos sólidos na Unioeste. Por fim, ainda deixam-se as
sugestões e recomendações finais.
6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
Neste capítulo, encontra-se o diagnóstico organizacional referente à Unioeste,
Campus Toledo, apresentando a sua caracterização, organograma, descrição das
funções, o histórico da organização, seu ambiente organizacional e a sua
operacionalização.
6.1.1 Caracterização da Organização
A Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, Campus de Toledo é
uma instituição de Ensino Superior Público, atua nas áreas de graduação e pós –
graduação, mestrado, doutorado, especialização e extensão. Está localizada na
cidade de Toledo, na região Oeste do Paraná, e tem como corpo discente
acadêmicos da região e de outras localidades do Estado, além de acadêmicos vindo
de estados vizinhos como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato
Grosso, entre outros.
Por se tratar de uma instituição de Ensino Superior a Unioeste tem como
mercado concorrente direto as Universidades como a Faculdade Sul Brasil (FASUL),
a Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e a Universidade Paranaense
(UNIPAR), situadas também em Toledo, bem como toda e qualquer Universidade e
Faculdade do Estado do Paraná. Além das concorrências diretas há também as
indiretas como cursos técnicos ofertados por algumas instituições como o Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) e até mesmos algumas escolas do município e da região entre
muitos outros.
Para compreensão das atividades desenvolvidas no Campus da universidade,
necessitou-se a apresentação do organograma da Unioeste, Campus de Toledo, na
qual demonstra a ordem hierárquica da instituição, conforme demonstra a Figura 2.
Figura 1 – Organograma da Unioeste – Campus de Toledo
FONTE: Unioeste (2013)
Com base na apresentação da ordem hierárquica da instituição, cabem então
descrever as funções desses órgãos, isso conforme o Regimento Geral da Unioeste
(2003).
Segundo o Regimento Geral da Unioeste (2003), o conselho de campus é o
órgão máximo de cada campus, de caráter consultivo e deliberativo em matéria de
ensino, pesquisa, extensão e administração, com a seguinte composição: o DiretorGeral do Campus, na qualidade de Presidente; os diretores de centro do Campus;
os titulares de órgãos suplementares do Campus.
A direção-geral de campus é o órgão executivo da administração
intermediária que planeja, coordena e implementa todas as atividades universitárias
do campus. O Diretor–Geral é escolhido por uma votação realizada na comunidade
acadêmica do campus com mandato de quatro anos, permitida uma recondução.
Cabe a ele, representar e fazer representar o campus na área de sua abrangência;
responsabilizar-se por todas as atividades desenvolvidas no campus; obedecer às
políticas e diretrizes emanadas dos Conselhos Superiores e às orientações da
Reitoria; propor convênios e contratos de interesse do campus, entre outras.
O conselho de centro é o órgão que promove, coordena e desenvolve o
ensino, a pesquisa e a extensão em uma ou mais áreas do conhecimento e
compõem-se de departamentos. Composto pelo diretor do seu respectivo centro, na
qualidade de presidente; pelos coordenadores dos cursos que integram o centro; por
um representante discente por curso; dois representantes docentes por curso. Cabe
ao conselho prever as receitas e despesas do Centro; aprovar os programas e
projetos de ensino; acompanhar e avaliar as atividades de ensino, pesquisa e
extensão desenvolvidas no Centro.
A direção de centro é o órgão executivo da administração básica que planeja,
coordena e implementa os fins indissociáveis do ensino, pesquisa e extensão. O
Diretor de Centro é escolhido nos termos regimentais, através de consulta aos
docentes e discentes vinculados ao respectivo centro e designado pelo Reitor para
mandato de quatro anos, permitida uma recondução. Cabe ao Diretor de Centro
representar e fazer representar o centro na sua área de abrangência; executar e
fazer cumprir as normas e decisões do Conselho de Centro; bem como das demais
instâncias a que estiver subordinado, entre outras.
Já os colegiados de curso são órgãos consultivos e deliberativos da
administração básica setorial, em matéria de ensino, compostos por todos os
docentes que ministram disciplinas e desenvolvem atividades no respectivo curso,
por representantes do corpo discentes regularmente matriculados no curso.
Lembrando que a composição, a estrutura dos colegiados e a forma de escolha dos
coordenadores de curso ou de programa regulares são regulamentados pelo
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Cabe ao colegiado: elaborar o
projeto pedagógico do respectivo curso ou programa para ser submetido ao CEPE;
aprovar os planos de ensino das disciplinas, mediante requerimento dos
interessados; indicar docentes do colegiado para orientação de matrículas, dentre
outras.
A coordenação de curso é o órgão executivo da administração básica setorial
responsável pelo acompanhamento de todas as atividades pertinentes ao ensino do
respectivo curso ou programa. Composto por um Coordenador de Curso e um
suplente, estes são escolhidos pelos docentes que ministram aulas no curso e pelos
discentes, regularmente matriculados e nomeados pelo Reitor, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução. Cabe ao representar e fazer representar o curso;
subsidiar a organização do calendário acadêmico; coordenar atividades do colegiado
do curso, entre outros.
6.1.2 Histórico da organização
A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste surgiu com a união
de quatro faculdades municipais isoladas de ensino não gratuito, localizadas nas
cidades de Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Toledo e Cascavel.
De acordo com Rambo (2009) primeiro passo para o processo de criação da
Universidade do Oeste foi dado pela Associação dos Municípios do Oeste do Paraná
(AMOP), no ano de 1984 em Guaraniaçu, onde ocorreu um encontro histórico com a
presença dos Secretários de Estado e da Presidência do Conselho Estadual de
Educação. Em abril de 1985 o Departamento de Assuntos Universitários e a
Secretaria de Estado da Educação do governo José Richa aderiram à proposta.
O Senhor Governador José Richa concordou em apoiar a luta para aprovação
de uma Universidade Federal, mas caso não houvesse esta aprovação, o mesmo
garantiu que o Estado se responsabilizaria pela Universidade. Como não houve a
federalização, no dia 8 de maio de 1986 foi então celebrado convênio entre o
Governo do Estado e os municípios sedes das instituições superiores Cascavel,
Toledo, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon, estabelecendo os mecanismos
e compromissos mútuos para viabilizar a estadualização.
No dia 4 de agosto de 1986, já no governo de Álvaro Dias, a Assembleia
Legislativa aprovou o projeto de resolução que viabilizava a estadualização da
Universidade do Oeste, sendo que decreto de criação foi assinado apenas em 25 de
abril de 1987 pelo governador Álvaro Dias, mas a criação da Fundação Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (FUNIOESTE) só foi consolidada em 30 de dezembro
de 1987 pela Lei nº 8.680 e pelo decreto estadual nº 2.352 de 27 de janeiro de 1988,
sendo que seu reconhecimento como Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Unioeste se deu pela Portaria Ministerial 1784-A, de 23 de dezembro de 1994.
Neste ano de 2012 a Universidade oferece 34 cursos de graduação
distribuídos nos cinco campi, com aproximadamente 1.057 docentes efetivos e
também temporários e uma comunidade acadêmica com cerca de, 11.603 sendo
eles acadêmicos em cursos de graduação e de cursos de pós-graduação lato e
stricto sensu (especialização, mestrado e doutorado), (Unioeste, 2012).
No entanto, a Unioeste, campus de Toledo, ofereceu em (2012), nove cursos
de graduação, três cursos de especialização, oito mestrados e um doutorado, com
um total aproximado de 735 discentes, sendo estes de cursos de graduação e de
pós-graduação lato e stricto sensu (especialização, mestrado e doutorado),
(UNIOESTE, 2012).
6.1.3 Ambiente organizacional
No Oeste do Estado do Paraná se encontra a cidade de Toledo, a mesma
abrange 1.198 km² de área territorial do estado e possui uma população de
aproximadamente 119.313 habitantes, porém apenas 70.248 são economicamente
ativos (IBGE, 2010).
É importante citar que Toledo é conhecida como a capital do agronegócio e
como a maior produtora de grãos do estado com ênfase na soja, milho e o trigo, isto
devido ao seu solo fértil e plano. Além das atividades agrícolas a cidade também
trabalha com a criação de gado, aves, suínos e com a produção animal como mel,
leite e ovos. Por exercer estas atividades a cidade de Toledo ocasionou uma grande
aglomeração de cooperativas e empresas do ramo agroindustrial.
Segundo dados da Prefeitura Municipal de Toledo (2012), a cidade se
encontra em terceiro lugar em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as
dez maiores cidades do Paraná e em décimo lugar em Produto Interno Bruto (PIB)
total do Paraná. E por possuir um grande índice de produção agrícola a cidade se
encontra em primeiro lugar em PIB agropecuário do Paraná e da região sul e décimo
primeiro lugar no país.
Perante as estatísticas do município e as informações cedidas pela Unioeste,
ficou entendido que a Universidade tende oferecer suporte tecnológico e cientifico às
agroindústrias, por meio de busca por inovações nos seus cursos de graduação.
Toledo é uma cidade em fase de desenvolvimento e como muitas outras
cidades nesse contexto, possui alguns problemas, tais como analfabetismo,
pobreza, violência, etc. No entanto, a Unioeste juntamente com o apoio da Prefeitura
Municipal oferece projetos tendo como objetivo a melhoria dessa situação, como é o
caso do Projeto Casulo Sócio Tecnológico, que prevê apoio às famílias para o
desenvolvimento de pequenos empreendimentos visando à geração de renda, além
do programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), o projeto SABER,
Oficina da Cidadania, entre outros que buscam a melhoria da inclusão social da
população de Toledo e da região (Unioeste, 2012).
A pesar dos problemas, o município conta com várias belezas naturais como
o horto florestal, saltos, cachoeiras, trilhas ecológicas no Rio São Francisco, o
Parque Ecológico Diva Paim Barth juntamente com o lago na região central da
cidade, estes são apenas alguns dos atrativos, pois há vários pontos encantadores
em todo o município.
Diante disso, a Prefeitura implantou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos e o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil. Ambos os
projetos tem a mesma finalidade, que é reduzir a geração de resíduos sólidos,
orientando o correto acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte,
tratamento e destinação final dos mesmos, preservando assim o meio ambiente.
Segundo informações extraídas da Prefeitura o município é detentor do Prêmio
Paraná Ambiental na modalidade de Gerenciamento de Resíduos Sólidos através do
Programa Lixo Útil/Câmbio Verde.
A Unioeste, por sua vez, também se preocupa com a preservação do meio
ambiente, e para servir de exemplo à comunidade acadêmica, aos funcionários e à
população do município e da região, e mesma elaborou vários projetos envolvendo a
questão da preservação. Dentre os programas, encontram-se o Projeto 21, que
desenvolve ações preventivas e educativas em saúde ambiental, proporcionando
informações sanitárias, visando à qualidade de vida das famílias e a diminuição dos
impactos ambientais. Há ainda o Projeto Unioeste Recicla, abordando o tema da
reciclagem.
Dessa forma fica evidente que a Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Unioeste, Campus de Toledo encontra-se em harmonia com o ambiente onde situa.
Além de estar sempre na busca de melhorias para o município e para sociedade que
abrange, através da propagação eficaz dos e ensino.
6.1.4 Operacionalização da organização
A Unioeste é uma Instituição de Ensino superior público, que oferece 34
cursos de graduação distribuídos em cinco campi, lembrando que cada campi está
situado em um município diferente. Ela conta também com aproximadamente 1.057
docentes sendo eles efetivos e temporários além de uma comunidade acadêmica
com cerca de 11.603 acadêmicos, sendo estes de cursos de graduação e de pósgraduação lato e stricto sensu (especialização, mestrado e doutorado) (UNIOESTE,
2012). Por apresentar uma estrutura multicampi, torna-se um desafio administra-la e
ainda conseguir, de forma justa e imparcial, atender as demandas de cada campus.
Desse modo, fica evidente que a Unioeste é uma instituição burocrática, que
considera de máxima importância à aplicação das políticas e das normas
Institucionais, além de as mesmas serem essenciais para seu adequado
funcionamento. Por este fato foi que em 17 de setembro de 1999, foi aprovado pela
resolução 017/99-COU, o novo estatuto da Unioeste, o qual regulamenta seus
princípios, finalidades, autonomia didático - cientifica, as hierarquias, cargos, bem
como suas respectivas competências.
É de suma importância citar que sua administração faz-se em nível superior,
intermediário, básico e básico setorial, através de órgãos deliberativos, executivos,
de apoio e suplementares.
A administração superior tem como órgão máximo normativo e deliberativo, o
Conselho Universitário; o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão é o órgão
superior consultivo, normativo e deliberativo em matéria referente ao ensino, à
pesquisa e à extensão e a Reitoria é o órgão executivo.
Administração intermediária tem como órgão consultivo e deliberativo em
matéria de ensino, pesquisa, extensão e administração o Conselho de Campus e
como órgão executivo a direção geral do campus.
A administração básica tem como órgão consultivo e deliberativo, em matéria
de ensino, pesquisa e extensão o Conselho de Centro e como órgão executivo a
Direção de Centro, já a básica setorial tem como órgão consultivo e deliberativo em
matéria de ensino o Colegiado de Curso e como órgão executivo a Coordenação de
Curso.
Em consulta ao Regimento Geral da Unioeste, foi identificado que o estilo
gerencial da Universidade é o consultivo, pois as decisões são tomadas em reuniões
com a presença da maioria absoluta dos membros dos órgãos deliberativos
superiores, onde as decisões são aprovadas por meio simples de votação, exceto
nos casos previstos no Estatuto e neste Regimento (UNIOESTE, 2003).
É por considerar de máxima importância à aplicação das políticas e das
normas Institucionais, que o sistema de seleção e desenvolvimento de pessoas é
regido pelas Leis Estaduais: Lei nº. 15050, de 12 de abril de 2006 e Lei nº. 15944 de
09 de setembro de 2008, as quais apresentam que só poderá correr contratação de
um agente universitário caso haja uma vaga, além de o processo de seleção ser
feito por base de concurso público de provas ou provas e títulos.
Após a aprovação o agente entrará em estágio probatório com duração de 3
anos, este estágio serve para a avaliação especial do desempenho do agente, após
esse tempo caso o funcionário seja aprovado ele será considerado estável. Já
desenvolvimento profissional da carreira se dará pelos institutos da progressão,
promoção e mudança de função. Vale lembrar que o processo de seleção de
docentes ocorre da mesma maneira, apenas é diferenciado no desenvolvimento de
carreira, pois para os docentes a elevação de nível ocorre através de titulação.
Outras possíveis formas de se ingressar na Unioeste são através de testes
seletivos ou de estágio remunerado, porém ambos têm período pré-determinado,
contrato de um ano sendo prorrogável por mais um ano.
Já o sistema de remuneração da Unioeste se dá de acordo com o Estatuto
dos Funcionários Civis do Estado do Paraná e do plano de carreira que prevê,
conforme a carga horária, o salário de enquadramento. O Plano de Carreira prevê
também a elevação de nível ou classe através do desempenho, tempo de serviço ou
titulação. Como vantagens no salário os servidores contam com o adicional noturno,
adicional de tempo de serviço, adicional de insalubridade e periculosidade e
adicional Tempo Integral e Dedicação Exclusiva (TIDE). O Plano de Carreira prevê,
ainda, gratificação de incentivo à titulação, quanto ás férias, os servidores têm o
direito de usufruí-las após 12 meses de efetivo exercício, e seu período de fruição
deverá ser preferencialmente no mês de janeiro.
Além de se importar com a aplicação das políticas e das normas Institucionais
a Unioeste também se preocupa com o bem estar de seus funcionários, ressaltando
que ela está devidamente adequada no quesito qualidade de vida no trabalho, pois
de acordo com a Política de Recursos Humanos, a Universidade estimula o servidor
para que atinja o desenvolvimento pleno como cidadão, resgatando no contexto
atual a consciência cidadã necessária para renovação no serviço público, podendo
dessa forma, acompanhar as mudanças no mundo do trabalho.
Desse modo torna-se relevante citar que Resolução 011/95 – CADE que
regulamenta aos técnico-administrativos a dispensa de 8 horas semanais para o
cumprimento de estágio curricular; e que a Resolução 035/00 – COU regulamenta a
Política de Qualificação dos servidores técnico-administrativos prevendo a dispensa
de horas semanais para estudo, sendo 8 horas para graduação, 16 horas para
especialização e 20 horas semanais para servidores mestrandos. Lembrando que
Política de Qualificação Docente é regulamentada pela Resolução 065/2000 –
CEPE, no entanto o plano de qualificação é aprovado pelo colegiado ao qual o
docente pertence, podendo afastar-se total ou parcialmente para cursar mestrado ou
doutorado.
É interessante mencionar que a gestão de qualidade também tem sido
estimulada pelos líderes da instituição que visam o aperfeiçoamento dos agentes
universitários e dos docentes, através de programas e projetos de qualificação,
propiciando a qualidade do ensino e do atendimento aos clientes internos e externos
da Universidade, colaborando então para que o nome da instituição seja
reconhecido, em âmbito nacional, como sinônimo de excelência no ensino e no
trabalho.
Após a apresentação das informações da Instituição na qual foi realizada a
pesquisa, torna-se importante então apresentar a operacionalização, ou seja,
apresentar o intuito desse estudo, assunto esse abordado na sequência.
6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
Este estudo foi realizado com o intuito de desenvolver diretrizes para a gestão
de resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),
Campus de Toledo. Para tanto, foram delineados alguns objetivos específicos, quais
sejam: i) levantar e analisar alguns modelos de gestão de resíduos sólidos já
existentes; ii) avaliar e sistematizar possíveis vantagens e desvantagens, fatores
críticos e/ou gargalos existentes nos modelos de gestão de resíduos sólidos
analisados; iii) identificar o potencial econômico dos resíduos sólidos; iv) sugerir
diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná.
Este tópico tem a principal finalidade de apresentar as ações desenvolvidas
para o cumprimento desses objetivos específicos. Por isso, para facilitar a
compreensão, é subdividido em tópicos que representam os objetivos secundários
citados.
6.2.1 Análise de alguns modelos de gestão de resíduos sólidos já existentes
Como a gestão de resíduos sólidos passou a ser obrigatória no Brasil devido
a Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o país
começou então a desenvolver diversos tipos de Planos de Gestão de Resíduos
Sólidos, dentre eles, podem ser citados: os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos
de Saúde (PGRSS), Plano de Gestão de Resíduos Sólidos Industriais (PGRSI),
Plano de Gestão de Resíduos Sólidos de Construção Civil (PGRSCC) e Planos de
Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (PGRSU), além dos domiciliares e de escolas
e universidades.
Sendo assim, para cumprir o primeiro objetivo especifico deste estudo, foram
levantados alguns Planos de Gestão de Resíduos Sólidos, visando posteriormente a
seleção de alguns mais adequados para a execução desta pesquisa. Dentro da
gama de planos visualizados, foram encontrados os de órgãos públicos e privados e
de diversos segmentos, tais como: hospitais, prefeitura, empresas construtoras e
universidades.
Todavia, especialmente devido a extensão da maioria
dos planos,
selecionaram-se apenas quatro modelos, sendo que dois desses planos eram
relacionados aos resíduos sólidos urbanos e os outros dois sobre resíduos gerados
em campi universitários.
Dentre os planos de gestão de resíduos sólidos urbanos analisados, os
selecionados foram: o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do município
de Toledo – Paraná1 e o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos da cidade
Campinas – São Paulo2. Já referente aos planos de gestão de resíduos sólidos
aplicados em universidades, foram selecionados os planos existentes na
Universidade de Campinas, (UNICAMP) – São Paulo3 e o da Universidade Estadual
de Londrina (UEL)– Paraná4.
Considerando o que foi citado acima, salienta-se que a seleção dos planos de
gestão de resíduos sólidos universitários foi necessária para se ter base ou
conhecimento de como conduzir e estruturar algumas diretrizes ou até mesmo um
futuro plano específico para o caso da Unioeste.
No caso dos planos de resíduos sólidos urbanos, estes foram selecionados
com intuito de encontrar ações diferenciadas das contidas nos planos das
universidades, anteriormente comentadas, que pudessem também contribuir com o
desenvolvimento de diretrizes à Unioeste.
Após a seleção dos planos de resíduos sólidos ter sido completada, foi então
inicializada a análise de cada um deles, buscando compreender e identificar ações
que pudessem ser extraídas e convertidas em diretrizes para a gestão de resíduos
sólidos da Unioeste – Campus de Toledo.
Nessa análise foram constatados alguns pontos em comum entre os planos
selecionados, os quais são apresentados na sequência.
6.2.1.1 Pontos em comum existentes nos Planos de Gestão de Resíduos Sólidos
selecionados
Como já comentado anteriormente, com uma leitura e uma análise
aprofundada dos quatro planos de gestão de resíduos sólidos selecionados, foram
constatados alguns pontos em comum, tais como: a estrutura, metas, objetivos,
diagnóstico atual da gestão de resíduos sólidos de cada localidade, entre outros.
1
www.toledo.pr.gov.br/portal/meio-ambiente/plano-municipal-de-gestao-integrada-de-residuos-solidos
www.campinas.sp.gov.br/arquivos/dlu/audiencias/plano_municipal_residuos_solidos.pdf
3
www.fef.unicamp.br/fef/pdf/infraestrutura/Plano_Gerenc_Res.pdf
4
www.uel.br/proplan/?content=residuos.html
2
Lembrando que, dado o objetivo deste trabalho, alguns desses pontos serão mais
detalhados que outros. Ou seja, não se pretende findar os pontos em comuns, mas
sim comentar os que mais podem favorecer a formulação de diretrizes para a gestão
de resíduos sólidos da Unioeste, ou ainda que possam gerar ideias para propor num
futuro plano de gerenciamento desses resíduos para a Instituição foco deste estudo.
Primeiramente, observou-se que os planos de gestão de resíduos sólidos das
universidades de Londrina e de Campinas juntamente com o plano do município de
Toledo, Paraná, possuem em sua estrutura a descrição dos objetivos a serem
atingidos com a implementação do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS)
nas localidades onde esses serão realizados.
Esses objetivos se resumem em alguns princípios, tais como: identificar o
grau de geração de resíduos sólidos nestas localidades estudadas, no caso, as
universidades, de modo a identificar quais são os tipos de resíduos mais gerados
(papel, plástico, vidro, etc.); com base nas informações anteriores, buscar promover
ações que reduzam o fluxo de geração e ainda procurar alertar a sociedade a
respeito da gravidade que o problema da geração e do mau gerenciamento dos
resíduos sólidos causam à natureza e também a própria saúde; e, assim
conscientizá-los e também a incentivá-los a adotarem a coleta seletiva e a gestão
dos resíduos sólidos por eles gerados.
Além da questão dos objetivos, observou-se que os quatro planos
selecionados possuem a apresentação da instituição ou, no caso dos planos dos
resíduos sólidos urbanos a apresentação dos municípios. Nessa apresentação está
contida a descrição da instituição ou município, o histórico, números de habitantes,
atividades exercidas no local, entre outras características relevantes para o
conhecimento do tipo de PGRS aplicado nessas localidades.
Outro fator interessante de se comentar a respeito desses planos, é que os
quatro descrevem a situação atual da gestão de resíduos de seus estabelecimentos
de estudo. Citam fatos como: se há ou não a coleta seletiva e também lixeiras para
este tipo de procedimento (lixeiras específicas para cada tipo de resíduos, assim
como determina o CONAMA), quais são os procedimentos atualmente utilizados,
frequência da coleta, entre outros fatores relacionados ao gerenciamento dos
resíduos sólidos.
Esses planos ainda abordam os tipos, a classificação, as características e a
origem dos resíduos sólidos por eles gerenciados, de maneira a identificar e
diagnosticar os problemas que cada um dos tipos de resíduos causa ao meio
ambiente e a saúde da sociedade.
Além da situação atual, os planos ainda apresentam as metas que pretendem
atingir, especificando-as como metas de curto, médio e longo prazo. Nessas metas,
contém os resultados obtidos ou que se esperam obter com a aplicação das ações
da gestão de resíduos sólidos propostos. Dentre essas metas se encontram os
resultados dos treinamentos do pessoal responsável pela execução das ações e
quais foram os impactos causados ao ambiente após a aplicação desse plano, entre
muitos outros.
Outros pontos interessantes encontrados foram que os quatros planos de
gestão de resíduos sólidos apresentam ações de educação ambiental e mobilização
social, isso com o desenvolvimento de palestras, montagem de Kits de reciclagem,
com folhetos, cartilhas, entre outros fatores que incentivem a gestão de resíduos
sólidos.
Já os planos das universidades, apresentavam como foram realizadas as
melhorias nos campi onde esses planos foram aplicados, demonstrando assim como
é de fundamental importância a melhoria estrutural ante da aplicação das ações.
Ressalta-se ainda que o plano da Universidade Estadual de Londrina (UEL),
utilizaram os 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) como alicerce de sua pesquisa, e
assim buscando promover ações que fizesse com que se reduzisse a geração dos
resíduos sólidos e também o seu correto gerenciamento.
Ressalta-se então que nos planos selecionados há muitos pontos em comum,
mas os que mais chamaram a atenção da pesquisadora e os que mais se
assemelham foram esses.
Uma vez identificado os pontos em comum desses planos, torna-se
interessante também avaliar as possíveis vantagens e desvantagens, bem como os
fatores críticos e/ou gargalos existentes nos mesmos, assunto esse que será
desenvolvido na sequência.
6.2.2 Avaliação de vantagens e pontos críticos existentes nos modelos selecionados
A inclusão de um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos é importante para a
empresa/instituição e para o meio ambiente, porém, é importante também conhecer
sobre essa metodologia antes de aplicá-la definitivamente na instituição, e uma das
formas mais fáceis de identificar se esses procedimentos são realmente eficazes, é
analisando as suas possíveis vantagens ou pontos críticos.
Por isso, na sequência encontram-se breves descrições, primeiramente, de
algumas vantagens, consecutivamente de algumas desvantagens, lembrando que
alguns não são necessariamente desvantagens, mas sim pontos críticos
encontradas nos quatro planos analisados.
Um dos principais objetivos desses planos é registrar e evidenciar a situação
atual da gestão dos resíduos sólidos dos locais onde esses foram aplicados, de
forma a visualizar se realmente está acontecendo o correto gerenciamento e
destinação final dos resíduos, além de apontar falhas a serem corrigidas e também
as melhorias que a aplicação desse plano obteve em relação a gestão e a geração
dos resíduos sólidos.
Através da exposição da situação da gestão atual, os planos ainda permitem
visualizar possibilidades de criação de novos instrumentos que busquem melhorar
essa gestão dos resíduos sólidos, sejam esses instrumentos institucionais, jurídicos
ou físicos. Isto é, instrumentos que estejam de acordo com as características e
condições sociais e econômicas de cada indivíduo colaborador, para que os
mesmos possam exercer suas responsabilidades a respeito da gestão de resíduos
sólidos dando aos mesmos a destinação adequada como, por exemplo, adotar a
coleta seletiva e criar um manual de gestão de resíduos sólidos.
Além disso, os planos também citam ações que podem e devem ser seguidas
por todos os envolvidos na gestão dos resíduos, desde as empresas que criam os
produtos até aos consumidores que adquirem estes produtos. Essas propostas
também criam condições para que as empresas envolvidas na cadeia produtiva
possam exercer suas atividades sem produzir impactos socialmente negativos, ou
seja, incentivar as mesmas a analisarem os tipos de materiais que são utilizados nas
suas atividades, contestando se estes são biodegradáveis, e qual o grau de
problemas que os mesmos trarão ao meio ambiente, e até mesmo a reaproveitarem
os produtos já utilizados para a fabricação de novos, evitando assim a degradação
de bens naturais.
Finalizando as principais vantagens e pontos positivos desses planos, podese citar o fato de que os mesmos proporcionam a criação de um ambiente mais
limpo, organizado e racional, onde todos fazem a sua parte e colaboram para manter
o meio ambiente limpo e agradável.
Porém, é válido ressaltar que para a aplicação desses planos há alguns
dificultadores, dentre eles destacam-se os gastos envolvidos na execução desse
procedimento, e a lentidão na execução do processo, pois, dependendo da
localidade onde esses planos forem incluídos, como nos casos municipais, por
exemplo, por se tratarem de localidades mais extensas, há necessidade de
processos mais complexos e especificados para cada localidade que os planos irão
atingir.
Ressalta-se ainda que esses planos não agem como uma ação corretiva, mas
sim uma ação educativa e informativa, ou seja, propiciam a população informações a
respeito do grau de geração dos resíduos sólidos e as corretas ações que devem
ser tomadas a respeito do gerenciamento e destinação final dos mesmos.
Outro fator que pode ser considerado crítico é a necessidade da realização de
treinamentos, oficinas, minicursos, etc., propriamente especializados para a gestão
de resíduos sólidos, além da possível necessidade de contratação de um pessoal já
especializado para a aplicação destes treinamentos. Ou seja, para a conscientização
dos atores envolvidos no plano, talvez haja a necessidade da contratação de
palestrantes ou outros profissionais que tenham conhecimento do assunto, para
repassar e instigar os envolvidos a cooperarem.
É importante salientar também que se trata de uma mudança da cultura da
sociedade, o que pode ser considerado um passo muito difícil, pois há todo um
processo delicado, o qual envolve os costumes antigos dos atores envolvidos, sendo
esse o mais difícil dos desafios (LEME, 2009).
Outro fator importante para a execução desse trabalho é a divulgação dos
mesmos, isso poderia ocorrer com distribuição de folders, panfletos, assim como
cartilhas informativas, que também tem a função de disciplinar e sensibilizar toda a
sociedade, entre muitos outros meios de se divulgar e chamar a atenção para esse
trabalho. Isso tudo, de certa forma, pode gerar alguns custos.
Além desses gastos com divulgação, que podem ser vistos como um
dificultador há ainda possíveis gastos com a implantação desses planos, pois há a
necessidade de: i) se adquirir ou disponibilizar um local específico para a execução
desse
projeto;
ii) aquisição ou disposição
de
equipamentos,
tais como,
computadores, balanças, instalações de lixeiras e containers coletores, sacos de
lixo; iii) disponibilidade de meio de transporte para esses resíduos; iv) possíveis
gastos com a mão de obra, entre muitos outros quesitos necessários para efetuação
desse trabalho, e que podem não ser vistos como investimentos e benefícios, mas
sim unicamente como despesas.
Ressalta-se que a implementação não deve ser vista como um gasto, mas
sim com algo estratégico, que beneficiará a empresa, com a redução de multas
devido a poluição de meio ambiente, diminuição de custo, melhoria na imagem
institucional, aumento da produtividade, melhorias nas relações de trabalho, entre
muitos outros. Porém é importante ressaltar que para a implantação dessas ações e
para se alcançar os objetivos esperados, é necessária toda uma mudança na cultura
empresarial que é considerado um passo difícil, pois é um processo delicado, qual
envolve modificar costumes antigos dos atores envolvidos nessa gestão.
Com base no que foi citado, conclui-se que as vantagens/pontos positivos e
as desvantagens/pontos críticos encontrados nesses quatros planos selecionados,
cooperam com o melhor entendimento dos resultados que podem ser atingidos com
a inclusão de uma gestão ambiental nas empresas e instituições, ou seja, antes de
se implantar uma gestão no meio organizacional, o empresário pode premeditar
suas ações e ainda os resultados que podem ser atingidos com essa gestão, antes
mesmo de aplicá-la.
Por fim, pode se observar que os planos de gestão de resíduos sólidos, bem
como a sua aplicação é de uma importância relevante ao meio ambiente, pois como
já comentado anteriormente, os mesmos tem a objetividade de diminuir o fluxo de
geração, o descarte incorreto dos resíduos sólidos, além de buscar conscientizar a
sociedade em geral sobre os danos causados pelos atos inconvenientes por eles
cometidos e de informar que muitos desses resíduos podem ser reciclados e
convertidos em lucros, pois os mesmos apesar de aparentar inutilidade possuem
grande potencial econômico, como é destacado a seguir.
6.2.3 O potencial econômico dos resíduos sólidos
Antes de iniciar o assunto referente ao potencial econômico dos resíduos
sólidos, ressalta-se que essa questão não é baseada nos planos de resíduos sólidos
selecionados, mas sim em dados estatísticos que mostram que no Brasil há uma
demanda considera grande de descarte indevido de resíduos sólidos que poderiam
ser reutilizados e reciclados, e assim gerar lucros.
Nesse contexto, buscando obter-se uma melhor compreensão da questão
relacionada ao descarte indevido de resíduos sólidos que poderiam ser reutilizados
e reciclados, optou-se então pela amostra realizada pela Figura 3 a seguir, que
apresenta a composição média dos resíduos sólidos domésticos brasileiros
coletados e descartados no ano de 2008.
Figura 2 – Composição média dos resíduos sólidos coletados no Brasil em 2008
FONTE: Ministério do Meio Ambiente (2012)
Com a visualização dessa figura pode-se perceber que a coleta dos resíduos
sólidos naquele ano era composta na sua maioria por resíduos orgânicos, com
51,4%. Já na questão dos materiais recicláveis os que possuem o maior índice de
descarte são os resíduos de plástico, com 13,5%, e os de papel, com 13,1%. Nesse
caso, observou-se que há descarte desnecessário e também uma destinação final
incorreta de alguns resíduos sólidos que poderiam ser reciclados e reaproveitados,
tais como o papel e o plástico, por exemplo.
Segundo informações obtidas pela Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% do
total geral de resíduos sólidos gerado no país são coletados, porém apenas 10%
dos mesmos recebem a destinação final correta (IBGE, 2008).
Esse descaso com os resíduos sólidos gera um grande desperdício e muitos
podem deixar de lucrar com os mesmos. De Acordo com o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) e com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o potencial
econômico estipulado para o total de resíduos sólidos recicláveis encaminhados aos
aterros e lixões pode alcançar o total de R$ 8 bilhões de reais. Ainda segundo o
IPEA e o MMA, esses dados foram estimados a partir da realização da análise
gravimétrica dos resíduos sólidos gerados e também da média dos preços obtidos
pelo quilograma de cada um (IPEA; MMA, 2010).
De acordo com eles, os resíduos compostos de plásticos, papel e de papelão
são os mais destinados aos aterros e lixões, chegando a mais de 20% do total de
resíduos representando 80% dos materiais que podem ser reciclados. Já o vidro tem
uma destinação percentual menor nesses locais, atingindo cerca de 2%, e
representando assim 8% dos materiais recicláveis. Foi observado ainda que nesses
locais pouco se encontra resíduos metálicos, como o alumínio, por exemplo, isso
acontece porque a maioria desses são recolhidos antes da destinação aos aterros e
lixões (IPEA; MMA, 2010). No entanto, o lucro obtido com ele é superior aos demais
materiais citados, assim como ilustra a Figura 4.
Figura 3 – Tabela da gravimetria da disposição dos resíduos sólidos e preço médio (R$/Kg)
FONTE: IPEA e MMA (2010)
Com base no exposto, entende-se que os resíduos sólidos não são mais
vistos como “lixo” ou algo que não tem utilidade e que pode ser descartado sem
arrependimento, hoje em dia eles passaram a ser vistos como uma oportunidade de
negócio com enorme potencial econômico e de inserção social. Ficou claro que o
processo de reciclar certos resíduos gera lucros e que, além disso, esse processo
também beneficia o meio ambiente, pois com a reutilização desses materiais, há
uma diminuição na exploração de recursos naturais.
Não obstante, o processo de coleta e reciclagem dos resíduos sólidos
gerados leva menos tempo para a execução do que uma atividade de produção
tradicional, como o trabalho agrícola, por exemplo. De acordo com IPEA e MMA
(2010), essas atividades solicitam menos especialização por parte de seus
administradores, esse mercado é segmentado e os produtos da atividade (os
resíduos sólidos) não são homogêneos, ou seja, características como cor, condição
de limpeza, entre outras, irão influenciar na sua venda quanto no seu preço.
Conclui-se então, que a maioria da população descarta os resíduos sólidos
por eles gerados, crendo que os mesmos são inutilizáveis e sem valor. Porém,
comprovou-se que muitos desses materiais descartados podem render um lucro
elevado, considerando que os resíduos sólidos recicláveis descartados e
encaminhados aos aterros e lixões pode alcançar o total de R$ 8 bilhões de reais.
Cabe então à sociedade, empresas e instituições rever e analisar seus resíduos
antes de descartá-los.
Com base nisso, compreende-se então a necessidade de se criar diretrizes
que ajudem a identificar o que deve ser descartado e o que ainda pode ser
reaproveitado, visando assim diminuir a demanda de descarte de resíduos sólidos
que podem ser reciclados.
Neste contexto, ressalta-se que foi com base nessa e nas outras informações
citadas anteriormente que se estabeleceu a criação de diretrizes que colaborasse
com a gestão de resíduos sólidos da Unioeste, Campus de Toledo, assunto esse
que será abordado na sequência.
6.2.4 Diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Unioeste, Campus de Toledo
Com base nas questões anteriores, ou seja, o potencial econômico dos
resíduos sólidos, também das vantagens e desvantagens da gestão dos resíduos
sólidos, e da necessidade da universidade incluir em seu meio uma gestão de
resíduos sólidos, desenvolveu-se diretrizes para a gestão de resíduos sólidos da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Toledo.
Ressalta-se que o desenvolvimento dessas diretrizes têm dois principais
objetivos: i) instigar ou servir como base para um plano de gerenciamento de
resíduos sólidos para a Unioeste; ii) minimizar a geração de resíduos sólidos no
campus da Unioeste, conscientizando e informando os atores envolvidos a como
agir face a geração e gestão de resíduos sólidos.
O desenvolvimento dessas diretrizes foi dividido em duas etapas, sendo a
primeira a adequação do campus universitário para a correta efetivação da gestão
de resíduos sólidos, e a segunda, se constitui no desenvolvimento de ações
específicas para os atores e cenários envolvidos na geração e gestão de resíduos
sólidos, tais como: acadêmicos, docentes, laboratórios e setores administrativos.
6.2.4.1 Adequação da Unioeste, Campus de Toledo
A primeira etapa, adequação do Campus, refere-se a ações básicas e
simples, mas que são primordiais para o início de toda e qualquer gestão de
resíduos sólidos. Dá-se com a alocação de lixeiras e contentores seletivos no pátio
da universidade, bem como em seus blocos, assim como ilustra a Figura 5:
Figura 4 – Lixeiras de coleta seletivas
5
FONTE: Sulmacro (2013)
Além disso, propõe-se também a adoção da utilização de sacos de lixo
colorido, como demonstra a Figura 4, para que esses possam ser utilizados nas
lixeiras que são alocadas no interior das salas de aulas, gabinetes, secretarias,
laboratórios, entre outros setores existentes no Campus da Unioeste.
5
http://www.sulmacro.com.br/?link=produtos
Figura 5 – Sacos de lixo colorido para coleta seletiva
6
FONTE: Comali (2013)
Ressalta-se que essas ações são necessárias para que se possa ocorrer da
forma simplificada a coleta seletiva dentro da universidade, ou seja, com o uso
desses materiais a identificação dos resíduos sólidos gerados no interior do Campus
será facilitada.
Enfim, a adequação do campus se dá por meio de apenas duas ações, mas
que são suficientes para iniciar e embasar o gerenciamento de resíduos sólidos,
uma vez que com isso facilita a coleta seletiva dos resíduos sólidos, a pesagem, a
divisão, entre outros fatores relacionados à gestão desses resíduos gerados.
Antes de iniciar a próxima etapa, destaca-se que por se tratar de uma
instituição de ensino, há no decorrer do dia-a-dia da Unioeste, a propagação de
várias atividades, tais como, aulas sendo ministradas, uso dos laboratórios, área de
alimentação dos acadêmicos e docentes, banheiros, setores administrativos, entre
outros.
Devido a isto, cogitou-se então a necessidade da criação de diretrizes
específicas a quatro grandes grupos, que seriam os principais atores envolvidos na
geração e gestão dos resíduos sólidos, a saber: acadêmicos, docentes,
administrativos e laboratórios. Essa divisão visa facilitar o processo de aplicação das
ações propostas, uma vez que, com a criação desses grupos foram também
determinadas ações específicas para cada atividade exercida por cada grupo e seus
respectivos locais de acesso.
6
http://www.comali.com.br/sacos-para-lixo-coloridos-p-coleta-seletiva-60lts-mc06-6086xx-mundifardo-100un.html
No entanto, destaca-se que todas as ações estão vinculadas ao mesmo
objetivo, que é reduzir a geração e o descarte incorreto dos resíduos sólidos dentro
do campus universitário e ainda conscientizar e informar a comunidade acadêmica,
funcionários e todos que de algum modo interagem com a universidade, o quão é
importante o correto gerenciamento dos resíduos sólidos por eles gerados.
Dito isso, deu-se sequência na elaboração das diretrizes para os atores
envolvidos na gestão de resíduos sólidos da Unioeste.
6.2.4.2 Ações para os atores envolvidos na geração e gestão de resíduos sólidos
Por se tratar de uma Instituição de Ensino Superior, a Unioeste, Campus de
Toledo comporta um grande fluxo de pessoas durante o seu horário de
funcionamento. Desse modo constatou-se a necessidade da criação de diretrizes
para quatro grupos: acadêmicos, docentes, laboratórios e administrativo.
Ressalta-se que, observando que as ações dos 5R’s enquadram – se com a
problemática da geração dos resíduos sólidos dentro do Campus da Unioeste de
Toledo, todas as diretrizes desenvolvidas para os grupos de atores são embasadas
nelas. Lembra-se que os 5R’s (repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar) são
cinco ações que podem ser facilmente aplicadas no dia a dia, e se utilizadas
adequadamente contribuem e muito para a redução da geração e o descarte
incorreto dos resíduos sólidos no planeta, e ainda faz com que a sociedade reflita
sobre suas atitudes referentes a esta situação que se agrava com o decorrer dos
dias e também com o desenvolver das cidades, estados e países.
Desse modo, encontra-se a seguir descrição de cada uma das ações
propostas para os referidos grupos. Ressalta-se ainda que, algumas das ações
constituídas são idênticas, porém outras são distintas, isso tudo estabelecidos para
os diferentes grupos criados. Essa igualdade de ações deu-se devido a separação
em grupos, pois com essa atitude, de se citar os grupos separadamente, dá a
entender que é realmente importante a participação de todos, e assim deixar os
atores envolvidos interessados ou comprometidos com a realização do trabalho
6.2.4.2.1 Ações desenvolvidas para os acadêmicos
No caso do grupo dos acadêmicos, a elaboração e adequação de suas ações
se deram de acordo com as atividades que este grupo desenvolve dentro do campus
universitário, atividades estas que envolvem desde a chegada dos mesmos ao
campus, as aulas frequentadas, lanches, entre outros.
6.2.4.2.1.1 Primeiro “R”: reduzir os resíduos sólidos
Das ações propostas aos acadêmicos ressalta-se a redução de consumo
desnecessário dos produtos em geral ou ter preferência aos que possuem menos
embalagens, priorizando principalmente aqueles que possuam embalagens
retornáveis ou recicláveis.
Para isso, este grupo deverá contribuir com ações como, a redução do
consumo de papel, efetuando seus trabalhos e textos digitados em um computador,
visando evitar a impressão dos mesmos. Quando for necessária a correção do
professor, busque enviar os mesmos via e-mail. Porém, quando a cópia ou
impressão for inevitável faça-as frente e verso na folha de papel e se possível
imprima duas páginas por folhas, assim serão impressas quatro páginas do trabalho
ou texto em apenas uma folha de papel. Destaca-se também que, caso a impressão
saiu errada ou com qualquer outro problema, evite rasgá-las e jogá-los fora, procure
guardar estes papéis, pois em algum momento poderão servir para algo.
Da mesma forma, quando haver a necessidade de gravar os trabalhos em
outros dispositivos, busque utilizar os que são regraváveis tais como o CD-RW
regravável, pois quando estes trabalhos não forem mais de utilidade, estes podem
ser facilmente apagados e o CD-RW pode ser utilizados para gravar novos
documentos, evitando assim a compra excessiva de dispositivos deste porte. Outro
meio de gravar os documentos, é utilizando um pen drive, que atualmente é um dos
dispositivos removíveis mais utilizados, pois além de comportar uma grande
quantidade de arquivos, e serem de fácil utilização estes ainda são pequenos e
práticos de se transportar.
Além disso, os acadêmicos devem também evitar o uso excessivo de papel
higiênico e toalhas, buscando utilizar apenas o necessário, no caso das lanchonetes
ou restaurantes inseridos na universidade, evitar também o consumo desnecessário
dos guardanapos de papel.
Este grupo deve evitar também o consumo de comidas e bebidas nas salas
de aulas e nos laboratórios, principalmente alimentos naturais, como frutas, pois
estas com certo tempo exposta, atraem insetos como moscas, formigas e baratas e
ainda deixam um mau cheiro no ambiente. Porém, no caso de querer consumir
alimentos e bebidas nestes recintos, busque levá-los em potinhos ou garrafas que
podem ser reutilizados para evitar então o descarte dos mesmos nestes locais, e no
caso de comida busque descartá-los em lixeiras apropriadas para estes tipos de
resíduos, evitando assim a criação de problemas como já citados anteriormente.
Compete a eles também, não jogar papéis de balas, chicletes e entre outros
tipos de papeis no pátio do campus, bem como latinhas, bitucas de cigarro entre
outros materiais. Deve-se levar em consideração esta ação, pois este ato de jogar
os resíduos no chão ao invés de jogá-los nas lixeiras é muito ruim ao meio ambiente
e também a própria universidade, que passará uma imagem negativa para a
sociedade, além de se tornar um ambiente desagradável de se frequentar devido a
essas condições apontadas.
Observa-se então que ao adotarem estas ações o grupo dos acadêmicos
estará não apenas contribuindo para a preservação do meio ambiente que os
cercam, mas também para e com a universidade que eles mesmos frequentam.
6.2.4.2.1.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos
Reutilizar, ou seja, utilizar novamente algo que muitas vezes passa a ser
considerado inútil, porém pode ter outra serventia além da que tinha antes de ser
utilizado ou consumido. Este ato é outro método que coopera para a diminuição da
geração dos resíduos sólidos e também do desperdício de materiais. Um bom
exemplo dessa situação são aqueles papeis que saíram errado na hora da
impressão, ao invés de rasgar e jogá-los fora, busque reutilizá-los como rascunho,
sendo esta uma boa forma de economizar papel e diminuir o descarte do mesmo no
meio ambiente.
Outras ações beneficentes deste método é reutilizar garrafas pets de
refrigerantes para beber água, adotar um copinho descartável para o seu consumo
diário, evitando usar um diferente a cada vez que for beber algo, buscando evitar o
consumo excessivo deste material.
Buscar também revisar aqueles materiais de estudos do ano que passou e
que já não são necessários e que não tem mais nenhuma utilidade, os livros que já
foram lidos e relidos, revistas antigas, jornais, junte-os e faça uma doação dos
mesmos para alguém que necessite, ou até mesmo leve-os a uma livraria de
compra, venda e trocas destes tipos de materiais. Pois lembre-se o que hoje não
serve para você, pode ser de muita utilidade para outras pessoas.
6.2.4.2.1.3 Terceiro “R” Reciclar os resíduos sólidos
A próxima ação do grupo dos acadêmicos é ato de cooperar para e com
reciclagem dos resíduos gerados no campus, para isso eles devem cooperar e
acatar a coleta seletiva, de modo a depositar os resíduos separados, ou seja, cada
tipo de resíduos em cada lixeira especificada para ele.
Não descartar aparelhos eletrônicos quebrados, tais como computadores, em
qualquer local, sendo que os mesmos podem ser vendidos ao ferro velho, ou até
mesmo desmontados para se reaproveitarem as peças neles ainda em boas
condições de uso. Levar pilhas, baterias de celulares e aparelhos afins, nos pontos
de coleta para reciclagem dos mesmos, e assim evitar descarta-los de forma
inadequada, lembrando que estes materiais contem algumas substâncias perigosas
e que prejudicam muito o solo e até mesmo os lençóis freáticos.
Cabe ainda aos acadêmicos participarem e incentivarem as pessoas a tomar
parte das campanhas de coleta seletiva ou projetos voltados a assuntos de gestão
de resíduos sólidos, não apenas na universidade, mas também nos bairros onde
moram, municípios entre outras localidades, visando assim constituir um ambiente
melhor e mais saudável.
6.2.4.2.1.4 Quarto “R” repensar sobre a questão dos resíduos sólidos
Estes devem também repensar sobre hábitos de consumo e descarte dos
resíduos sólidos, analisando se é realmente necessário adquirir certos tipos de
produtos e ainda se não estão consumindo excessivamente esses tipos de produtos,
Além disso, é importante também atentar-se com a compra de alguns
produtos, procure sempre verificar se os mesmos são recicláveis, retornáveis ou
reutilizáveis, como é o caso das garrafas pets e as garrafas de vidro que são
retornáveis e as pilhas e baterias recarregáveis, ou ainda se são produzidos com
matéria-prima já reciclada, tais como folha de papel reciclado, chinelos/sandálias
produzidas de pneu, entre outros, pois com a adoção destas atitudes estão ajudando
a diminuir a destruição de mais um bem natural para a fabricação de novos
produtos.
Após o consumo/utilização destes produtos, observe se o mesmo não é
reciclável, para evitar assim o descarte desnecessário, elimine apenas o que não for
reutilizável, verificando sempre quais são os locais adequados de descarta-los,
buscando sempre evitar a poluição do meio ambiente com estas ações indevidas de
descartar os resíduos sólidos gerados em qualquer local.
6.2.4.2.1.5 Quinto “R” recusar resíduos não biodegradáveis e não recicláveis
Com base nesse “R”, os acadêmicos devem buscar recusar sacolas plásticas,
produtos e embalagens não recicláveis, produtos que além de prejudicar o meio
ambiente também não é bom para a saúde, além de ficarem atentos a data de
validade dos mesmos. Lembrando que com estas atitudes sendo praticadas estarão
não apenas colaborando com o meio ambiente, mas também preservando a imagem
da universidade na qual passam boa parte do seu tempo diário.
Com o desenvolvimento das ações voltadas aos acadêmicos e suas
atividades concluídas, deu-se início então ao desenvolvimento das ações a serem
seguidas pelos docentes da Unioeste, Campus de Toledo, tema esse que será
apresentado a seguir.
6.2.4.2.2 Ações para os docentes
Para que os docentes contribuam para com a gestão de resíduos sólidos da
Unioeste – Campus de Toledo, foram elaboradas ações especificamente para eles e
para as atividades e locais que os mesmos frequentam dentro do Campus.
6.2.4.2.2.1 Primeiro “R” Reduzir os resíduos sólidos
Para esse primeiro “R”, sugere-se que os docentes devem reduzir o consumo
de papel. Uma forma de realizar essa ação é efetuar seus trabalhos, documentos,
textos e materiais de aula digitados em um computador, visando não imprimi-los,
mas sim enviar por e-mail a pessoa destinada, entretanto, quando a impressão for
indispensável, busque imprimir o documento frente e verso na folha e se possível
duas páginas por folha, assim serão impressas quatro páginas em apenas uma
folha.
Ainda neste quesito de trabalhos, documentos e materiais, caso tenham que graválos em algum dispositivo removível, procure utilizar aqueles que são regraváveis, tais
como CD-RW regravável, pois quando estes documentos não forem mais de
utilidade estes podem ser facilmente apagados e o dispositivo pode ser reutilizado.
Outro dispositivo removível de se gravar arquivos e que atualmente tem sido o muito
utilizado é o pen drive, ele tem se tornado popular, pois, além de comportar uma
grande quantidade de arquivos, e serem de fácil utilização estes ainda são
pequenos e práticos de se transportar.
Não é apenas com os papeis utilizados para elaboração de documentos e
impressões que os docentes têm que se preocupar em consumir com consciência,
eles devem também evitar o uso excessivo de papel higiênico e papel toalhas,
buscando utilizar apenas o necessário. No caso das lanchonetes ou restaurantes
inseridos na
universidade,
evitar também
o
consumo
desnecessário
dos
guardanapos de papel.
Na questão dos alimentos e bebidas, este grupo deve evitar consumi-los nas
salas de aula, laboratórios e em seus gabinetes, principalmente alimentos naturais,
como frutas, pois estas com certo tempo exposta, atrai insetos como moscas,
formigas e baratas e ainda deixam um mau cheiro no ambiente. No entanto, caso
forem consumi-los nesses recintos, procure levá-los em potinhos ou garrafas que
possam ser reutilizados, para que se evite descartar estes resíduos nestes
ambientes, ou se for necessário o descarte busque o fazê-lo nos lugares corretos
evitando danos maiores ao meio ambiente.
Cabe a este grupo também, não descartar papéis de balas, chicletes e entre
outros tipos de papeis no pátio do campus, bem como latinhas, bitucas de cigarro
entre outros materiais. Com adoção destas ações este grupo estará contribuindo
para a diminuição da geração de resíduos sólidos no Campus da Unioeste.
6.2.4.2.2.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos
Outras ações que cooperam com a gestão de resíduos sólidos da
universidade é a conscientização dos docentes em reutilizar certos tipos de
materiais, tais como aquelas impressões que saíram erradas em um lado da folha,
ao invés de descartá-las, busque reutilizá-las como rascunhos, ou até mesmo para a
impressão de atividades a serem aplicadas em sala de aula no lado em que não foi
utilizado.
Assim como o grupo dos acadêmicos, os docentes também podem e devem
rever a situação de alguns materiais, revistas livros já lidos e que estão parados nas
estantes e procurar fazer doações dos mesmos para pessoas que necessite deles
ou até para livrarias que se responsabilizam por comprar trocar e vender estes tipos
de materiais usados, ou até mesmo trocá-los com amigos por materiais que lhe é de
necessidade, pois além de ajudar alguém com a doação destes, esta ação ainda
aumenta a vida útil destes materiais.
Outra contribuição é a adoção de garrafas pets para beber água. Quando for
comprar produtos que venham em garrafinhas pets, evite descartá-las após o seu
consumo, adote-as para reutilizá-las em outras funções, como beber água, por
exemplo. Porém, é válido destacar que não é aconselhável utilizá-las em todos os
lugares, e nestes casos serão utilizados copinhos descartáveis, que também podem
ser reutilizados, ou seja, quando for utilizar um copo descartável para consumo de
água, por exemplo, procure adotá-lo. Assim quando tiver a necessidade de beber
algo, já terás o seu próprio copo, e assim cooperará para redução do consumo
excessivo do mesmo dentro do Campus.
6.2.4.2.2.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos
Adotar a coleta seletiva também é uma ação importante de ser seguida pelos
docentes. Descartar os resíduos sólidos por eles gerados em lixeiras de coleta
seletiva é um meio de facilitar e de cooperar para com a execução da gestão de
resíduos sólidos na Unioeste, além de também evitar a contaminação e obstrução
dos materiais que podem ser reciclados.
Destaca-se ainda que este grupo deve atentar-se também com o descarte de
alguns aparelhos quebrados, celulares, baterias, pilhas, pois alguns destes podem
ser revendidos ao ferro velho, ou ainda ser desmontado para o reaproveitamento de
peças, já as pilhas e baterias possuem pontos de coletas dos mesmos, para que
possam ser recicladas, e além do que, alguns destes aparelhos contêm substâncias
tóxicas que se descartados incorretamente podem poluir o meio ambiente, bem
como agravar a saúde da sociedade.
As latinhas, sejam de refrigerante ou qualquer outro produto, até mesmo as
garrafas e potes de vidro podem ser reutilizados como materiais de decoração. As
latinhas, por exemplo, podem tornar-se um porta-caneta, basta apenas cortar o topo
e forrá-las com papel decorativo. Potes e garrafas de vidro podem ser pintados e
reutilizados como vaso de flores e até para guardar coisas, ou até bolachinhas para
o lanche.
Uma cooperação interessante a ser realizada por parte dos docentes da
instituição mediante a gestão dos resíduos sólidos da mesma é criação de
campanhas, programas, palestras, projetos voltados à gestão de resíduos sólidos,
além de coordenar, participar e incentivar colegas de trabalho, alunos e até mesmo
a comunidade a participarem mesmas.
Através dessas ações propostas, cabe ao grupo então refletir sobre seus
costumes e atos em referência a geração de resíduos sólidos na Unioeste – Campus
de Toledo. Em virtude disso, compete aos mesmos repensar sobre os seus hábitos
de consumo e descarte de resíduos sólidos por eles gerados, ou seja, analisar se o
consumo/compra de certos produtos é realmente necessário, ou se apenas é um ato
superfulo por parte deles.
6.2.4.2.2.4 Quarto “R” repensar sobre as questões dos resíduos sólidos
Outro fator importante de se repensar é no ato da compra desses produtos,
visualizando sempre se os mesmos são fabricados com materiais que podem ser
reciclados, reutilizados, ou que já sejam feitas de materiais reciclados. Para
exemplificar o que foi dito, busque sempre utilizar produtos como garrafas pets que
podem ser reutilizadas, ou garrafas de vidro que são retornáveis e pilhas e baterias
recarregáveis e papeis reciclados, além de muitos outros artefatos que podem ser e
muitas vezes são recicláveis.
No entanto, não basta somente repensar no consumo correto dos produtos, é
importante também atentar-se na hora do descarte dos mesmos. Analise-o antes do
descarta-lo, verifique se esse produto não pode ser reaproveitado, evitando assim o
descarte do mesmo. Caso não seja possível à reutilização desse produto, busquem
descarta-lo nos locais adequados para o tipo de material do qual ele e composto, e
assim estará evitando a poluição do meio ambiente.
6.2.4.2.2.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis
Com o conhecimento dessas ações cabe então aos docentes recusar o
consumo de sacolas plásticas, de produtos e embalagens não recicláveis, produtos
que além de prejudicar o meio ambiente também é prejudicial à saúde e ainda é
viável aos mesmos sempre consultarem as datas de validade dos produtos antes de
compra-los. Lembrando que com a prática dessas atitudes, o grupo está
colaborando com a preservação e os cuidados com o meio ambiente e também para
com a imagem da universidade. Pensando então na imagem da Unioeste, Campus
de Toledo, foram também elaboradas ações para serem aplicadas em seus
laboratórios. Assunto que será abordado na sequência
6.2.4.2.3 Ações para os laboratórios
O desenvolvimento das ações voltadas para os laboratórios da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Toledo (Unioeste), foram realizadas com
base apenas na gestão dos resíduos sólidos e não nos resíduos químicos que os
mesmos produzem.
6.2.4.2.3.1 Primeiro “R” reduzir a geração de resíduos sólidos
Referente à redução, cabe a este grupo ações como reduzir o consumo
excessivo e desnecessário de papel nos experimentos realizados nesses recintos,
bem como evitar o consumo de alimentos e bebidas nesses locais.
Evitar também a impressão desnecessária, procurando enviar documentos,
trabalho, textos, entre outros, via e-mail, e, caso a impressão seja de fato
indispensável, imprima-a frente e verso na folha de papel, e de preferência imprima
duas paginas do documento em cada um dos lados da folha utilizada na impressão,
pois deste modo irá imprimir quatro paginas de um mesmo documento em apenas
uma folha de papel. Busque também arquivar estes documentos em dispositivos
removíveis que sejam reutilizáveis, como CD-RW regravável, ou até mesmo pen
drive, que além de comportar uma grande quantidade de arquivos, e serem de fácil
utilização estes ainda são pequenos e práticos de se transportar.
6.2.4.2.3.2 Segundo “R” Reutilizar os resíduos sólidos
Deste modo observa-se que é necessário também reutilizar materiais,
evitando assim o descarte desnecessário e incorreto dos mesmos. Sendo assim,
procurem reutilizar aqueles papéis que foram impressos de forma errada para
rascunhos ou para qualquer outra função, desde que não agrida o meio ambiente.
Reutilize ainda, se possível, materiais que foram utilizados em outros
trabalhos ou experiências. Reveja também a situação de alguns materiais, revistas
livros já lidos e que não tem mais utilidade, e procure doá-los para pessoas que
necessite desses materiais ou até mesmo para livrarias que se responsabilizam por
comprar trocar e vender estes tipos de materiais usados, ou quem sabe pode até
troca-los com amigos por materiais que lhe é de necessidade, pois além de ajudar
alguém com a doação desses, essa ação ainda aumenta a vida útil desses
materiais. Cabe ainda a esse grupo, reaproveitar garrafas pets para beber água, ou
até para realização de experiências e atividades exercidas dentro dos laboratórios.
6.2.4.2.3.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos
Assim como os demais grupos, esse deve também adotar a coleta seletiva,
descartando os resíduos sólidos em suas respectivas lixeiras coletoras, buscando
separar os materiais que são recicláveis dos demais, visando a não contaminação
dos que ainda tem utilidade de reaproveitamento. É necessário também evitar o
descarte inadequado de aparelhos quebrados, sendo que os mesmos podem ser
levados até o ferro velho, ou ainda, desmontados para que se possam reaproveitar
as peças internas que ainda se encontram em boas condições.
Deve-se ainda evitar o descarte incorreto dos materiais e matérias
provenientes das atividades e experiências exercidas nos laboratórios da
universidade, busque informações de como e onde devem ser descartados esses
tipos de resíduos, para que assim não ocorra a contaminação dos demais resíduos
sólidos gerados no Campus da Unioeste e também o meio ambiente.
Além da adoção dessas ações esse grupo deve também criar, participar e
incentivar a comunidade acadêmica, bem como da região a participarem de
campanhas, programas e projetos sobre a coleta seletiva, e demais assuntos
referentes à gestão de resíduos sólidos.
6.2.4.2.3.4 Quarto “R” repensar sobre a questão dos resíduos sólidos
Referente a esse “R”, deve-se repensar sobre alguns atos realizados no
cotidiano dentro dos laboratórios existentes na Unioeste – Campus de Toledo.
Dentre esses atos encontram-se, rever certos hábitos de consumo de descarte
desnecessário e incorreto de certos produtos, ou seja, repensar se é realmente
importante o consumo desses, e se não estão sendo consumidos em excesso.
Repensar também se após o consumo, os mesmos podem ou não serem
reaproveitados, e se no caso de não haver de fato mais nenhuma utilidade, observar
se estão sendo descartados corretamente.
Cabe também a eles a observar se os produtos consumidos são provenientes
de materiais que pedem ser reciclados após o consumo, ou se esses já são
fabricados de matérias-primas já recicladas. Sendo assim, procure adquirir produtos,
reutilizáveis e econômicos, tais como: pilhas e baterias recarregáveis, lâmpadas
econômicas, entre outros.
6.2.4.2.3.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis
É papel também desse grupo a recusa de produtos que agridam a natureza e
também a saúde da população. Produtos como, sacolas plásticas, produtos e
embalagens não recicláveis e descartáveis, produtos com datas de validade
vencidas, produtos tóxicos, entre outros.
Ressalta-se que essas ações propostas tem a finalidade de contribuir para a
preservação do meio ambiente e também a tornar a universidade uma instituição
ecologicamente correta. Deste modo cabe a esse grupo aderir essas ações e
cooperar para com o desenvolvimento da gestão de resíduos sólidos nesse
Campus, de modo a ajudar a preservar o meio ambiente e a universidade.
Sendo assim, na sequência encontram-se as ações desenvolvidas para o
setor administrativo da Unioeste, Campus de Toledo, que também visa ajudar a
preservar o meio ambiente e a universidade.
6.2.4.2.4 Ações para o setor administrativo
Sabe-se que as universidades não são apenas movidas por acadêmicos e
docentes, há também as equipes administrativas, que são aquelas pessoas
responsáveis pelos assuntos burocráticos que envolvem a instituição. Sendo assim
foram também desenvolvidas ações para esse grupo, lembrando que isso se
embasou de acordo com as atividades por eles exercidas.
6.2.4.2.4.1 Primeiro “R” reduzir a geração de resíduos sólidos
Nesse caso, foram propostas ações como a redução do consumo de papel,
uma vez que as atividades corriqueiras deste grupo envolve muito a utilização de
papel. Ou seja, foi proposto para os mesmos que façam a digitalização dos
documentos em um computador, e para evitar a impressão busquem enviar esses
documentos via e-mail a seus destinatários. No entanto, quando a impressão for
inevitável, que os mesmos, se aceitável, imprima-os frente e verso da folha utilizada
na impressão, e ainda se possível imprima duas paginas em cada lado da mesma
folha, assim irá ter a impressão de quatro paginas em apenas uma folha.
Observa-se também quando houver a necessidade gravar esses documentos
digitalizados em outros dispositivos, busque utilizar os que são regraváveis tais
como o CD-RW regravável, pois quando estes trabalhos não forem mais de utilidade
estes podem ser facilmente apagados e o CD-RW pode ser utilizados para gravar
novos documentos, evitando assim a compra excessiva de dispositivos deste porte.
Outro meio de gravar os documentos é utilizando um pen drive, que atualmente é
um dos dispositivos removíveis mais utilizados, pois além de comportar uma grande
quantidade de arquivos, e serem de fácil utilização estes ainda são pequenos e
práticos de se transportar.
Compete salientar ainda que não é somente na hora da impressão que deve
se ter atenção no consumo de papel, o pessoal do setor administrativo deve também
controlar o uso excessivo de papel higiênico e tolhas de papel nos banheiros da
instituição, procurando utilizar somente o necessário. Há também o caso da
lanchonete, onde necessita também ser observada a utilização dos guardanapos de
papel, visualizando se este não é consumido em excesso ou desnecessariamente.
Este grupo deve evitar também, consumo de comidas e bebidas em seus
escritórios, principalmente alimentos naturais como as frutas, por exemplo, pois
essas com certo tempo exposta, atrai insetos como moscas, formigas e baratas e
ainda deixam um mau cheiro no ambiente.
Porém, no caso de querer consumir alimentos e bebidas nestes recintos,
busque leva-los em potinhos ou garrafas que podem ser reutilizados para evitar o
descarte dos mesmos nestes locais. No caso de alimento busque descarta-los em
lixeiras apropriadas para estes tipos de resíduos, evitando assim a criação de
problemas como já citados anteriormente.
Para esse grupo cabe também a proposta de não jogar papéis de balas,
chicletes e entre outros tipos de papeis no pátio do campus, bem como latinhas,
bítucas de cigarro entre outros materiais. Esta ação deve ser levada em
consideração pelo fato de que, alguns resíduos sólidos demoram anos e até mesmo
séculos para se decompor, e além do que alguns possuem substâncias toxicas que
agridem e muito o solo e a saúde da sociedade.
Observa-se também que este ato de descartar resíduos pelo pátio do
Campus deixa a universidade com um aspecto de descuido e um ambiente
desagradável, ficando com uma imagem negativa perante a sociedade. Então ao
adotarem esta ação o grupo estará não apenas contribuindo com a preservação do
meio ambiente, mas também para e com a universidade quais trabalham.
Outra forma de contribuir com a gestão de resíduos sólidos da Unioeste –
Campus de Toledo é se conscientizar em reutilizar alguns materiais e deste modo
evitar o descarte indevido e desnecessário desses no meio ambiente.
6.2.4.2.4.2 Segundo “R” reutilizar os resíduos sólidos
Com base no “R” de reutilizar, propõe-se aos setores administrativos reutilizar
papéis que foram utilizados em impressões erradas para rascunho ou como bloco de
anotações; reutilizar também envelopes, colando etiquetas nos endereços antigos.
Ressaltando que essa ação colabora não só para a redução da geração de resíduos
sólidos na universidade, mas também diminui custos a mesma, pois assim evita-se
também a compra excessiva desses materiais.
Além disso, reutilizar também as latinhas sejam de refrigerante ou qualquer
outro produto que já foram consumidos ou até mesmo as garrafas e potes de vidro,
esse podem ser reutilizados como materiais de decoração. As latinhas, por exemplo,
podem tornar-se um porta-caneta, basta apenas cortar o topo e forrá-las com papel
decorativo. Potes e garrafas de vidro podem ser pintados e reutilizados como vaso
de flores e até para guardar coisas, ou até bolachinhas para o lanche.
Outro fator interessante de ser mencionado é que, no meio administrativo é
comum o uso de copinhos descartáveis para se beber água, café e outras bebidas,
visualizando essa ação, propôs-se então para esse grupo que os mesmos adotem
um copinho para o consumo diário, durante o expediente, ou busque comprar ou
trazer de casa um copo ou xícara ou até mesmo adotar uma garrafinha pet para ser
utilizado durante o horário de trabalho, evitando assim o consumo excessivo de
copinhos descartáveis.
6.2.4.2.4.3 Terceiro “R” reciclar os resíduos sólidos gerados
Não basta apenas reduzir e reutilizar, é importante também que o pessoal dos
setores administrativos coopere para e com a reciclagem dos resíduos sólidos
gerados na Unioeste. Para isso, basta que os mesmos adotem ações como
descartar os resíduos sólidos nas lixeiras coletoras corretas, ou seja, de acordo com
o material qual esse resíduo é composto, esse procedimento irá cooperar com a
coleta seletiva dos resíduos sólidos gerados.
Cabe a esse grupo também não descartar aparelhos eletrônicos quebrados,
tais como computadores, em qualquer local sendo que os mesmos podem ser
vendidos ao ferro velho, ou até mesmo desmontados para se reaproveitarem as
peças neles ainda em boas condições de uso.
Ressalta-se também que lâmpadas, pilhas, baterias de celulares e aparelhos
afins, devem ser levados até os pontos de coleta para reciclagem dos mesmos, para
que não ocorra o descarte inadequado dos mesmo, lembrando que estes materiais
podem conter substâncias perigosas e que prejudicam e muito o solo, os lençóis
freáticos e até mesmo a saúde da sociedade.
Além disso, é importante também ressaltar que esse grupo pode e deve
participar e incentivar as demais pessoas a tomarem parte das campanhas de coleta
seletiva ou projetos voltados a assuntos de gestão de resíduos sólidos, não apenas
na universidade, mas também nos bairros onde moram, municípios entre outras
localidades, visando assim constituir um ambiente melhor e mais saudável.
6.2.4.2.4.4 Quarto “R” repensar sobre a questão dos resíduos sólidos
Com o conhecimento de algumas ações que podem contribuir com a gestão
de resíduos sólidos da Unioeste e também com a preservação do meio ambiente,
cabe esse grupo rever alguns hábitos de consumo e descarte dos resíduos sólidos
por eles gerados, visando compreender se os mesmos estão consumindo de forma
correta, ou comparam excessivamente determinados produtos.
Rever se estão adquirindo produtos biodegradáveis, econômicos e também
reutilizáveis, observar também se estão descartando somente os materiais que não
podem ser reutilizados, e ainda se estão descartando de forma correta e em locais
corretos, de modo a evitar a poluição do meio ambiente com estas ações indevidas
de descartar os resíduos sólidos gerados em qualquer local.
6.2.4.2.4.5 Quinto “R” recusar produtos não biodegradáveis e não recicláveis
Com base no último “R” - recusar, que o grupo administrativo busque então
recusar produtos que agridam o meio ambiente, tais como sacolas plásticas,
produtos e embalagens não recicláveis, produtos que além de prejudicar o meio
ambiente também não são bons para a saúde, além de ficar atentos a data de
validade dos mesmos. Lembrando que com estas atitudes sendo praticadas estarão
não apenas colaborando com o meio ambiente, mas também preservando a imagem
da universidade na qual passam boa parte do seu tempo diário.
Com a conclusão do desenvolvimento de ações voltadas aos atores
envolvidos na gestão de resíduos sólidos da Unioeste, Campus de Toledo.
Observou-se a necessidade da elaboração de um documento na qual pudesse ser
apresentadas essas diretrizes. Sendo assim optou-se pela criação de uma cartilha
educativa, qual será apresentada a seguir.
6.2.5 Cartilha educativa com as diretrizes da gestão de resíduos sólidos
Com base nas leituras e análises dos quatro planos de gestão de resíduos
selecionados para a execução deste trabalho, e também após a elaboração das
diretrizes desenvolvidas para a gestão dos resíduos sólidos da Unioeste, Campus de
Toledo, constatou-se também a necessidade da criação de uma cartilha informativa
(Apêndice A), com informações referentes à gestão dos resíduos sólidos, e com as
diretrizes elaboradas para cada grupo (acadêmico, docentes, laboratórios e
administrativo).
Nessa cartilha estão contidas uma breve introdução sobre a descrição da
gestão de resíduos sólidos, bem como seus objetivos para com o meio ambiente,
além da conceituação e da classificação destes resíduos, assim como de alguns de
seus processos, como a reciclagem e a coleta seletiva. Isso tudo foi embasado
especialmente nos planos de gestão de resíduos sólidos anteriormente analisados.
A exposição dessas informações tem como objetivo informar para os atores
envolvidos nessa gestão a diferença existente em cada tipologia dos resíduos
sólidos por eles gerados e de onde esses são provenientes, e ainda apontar sobre o
que se consiste a coleta seletiva e reciclagem desses resíduos.
Além dessas informações, a cartilha expõe também argumentos que
contestam e afirmam o porquê é importante à execução da gestão dos resíduos
sólidos dentro dos Campi universitários.
O intuito desses argumentos é fazer com que os atores envolvidos na
geração de resíduos sólidos no âmbito universitário, compreendam que, de fato, é
importante que os mesmos cooperem para com o desenvolvimento desse trabalho.
Nesse ponto, a cartilha também aponta qual a finalidade do Plano de Gestão de
Resíduos Sólidos (PGRS) nas universidades, a qual observa que a intenção dos
mesmos é orientar a execução dos processos pertinentes à coleta seletiva, o
tratamento adequado e disposição final correta dos resíduos sólidos ali gerados,
bem como, as iniciativas tomadas para a sensibilização da comunidade acadêmica,
funcionários, entre outros, quanto às ações individuais e coletivas estabelecidas,
visando assim contribuir para melhoria da qualidade de vida da população e da
saúde pública.
Estão contidas também nessa cartilha as propostas de ações de mudanças
estrutural do Campus da Unioeste, em que é citada a inserção de lixeiras coletoras,
containers, entre outros materiais necessários para a execução da gestão de
resíduos sólidos nesse âmbito, bem como as ações propostas aos atores envolvidos
na geração de resíduos no local, visando assim a colaboração e compreensão de
todos.
Por fim, há a colocação de algumas curiosidades a respeito do assunto
resíduos sólidos, curiosidades essas que, também fazem com que os atores
envolvidos reflitam sobre tal situação.
Com a cartilha elaborada e analisada buscou-se então a apresentação da
mesma para o responsável do projeto de gestão ambiental, a qual será comentada a
seguir.
6.2.6 Apresentação ao responsável
Após o desenvolvimento das diretrizes, bem como da cartilha, apresentou-se,
em slides (APÊNDICE B), os mesmos ao responsável do projeto de gestão
ambiental existente na Unioeste, Campus de Toledo, o Professor Doutor Camilo
Freddy Mendoza Morejon7.
Essa apresentação teve o intuito de mostrar para o responsável do projeto, no
caso o Professor Camilo, as diretrizes desenvolvidas para a gestão de resíduos
sólidos da Unioeste. Além disso, objetivou-se também propor que essas diretrizes
sejam incluídas num futuro plano de gerenciamento de resíduos sólidos, bem como
apresentar uma forma mais prática ou descontraída (no caso da cartilha) de se
passar as informações importantes condizentes a gestão dos resíduos sólidos da
Unioeste, Campus de Toledo.
7
Chefe da Divisão de Propriedade Intelectual-DPI/NIT-UNIOESTE, Docente da Graduação e do Mestrado em
Engenharia Química EQ/PEQ-UNIOESTE, Docente do Mestrado em Ciências Ambientais PCA-UNIOESTE,
Pesquisador Produtividade DT-FA.
Lembrando que essas diretrizes foram bem aceitas pelo professor, o qual
mencionou que estas ficaram interessantes e bem dinâmicas. Desse modo, e com a
pesquisa concluída, menciona-se que há ainda a necessidade de progredir e
melhorar ainda mais o desenvolvimento dessas diretrizes. Sendo assim, na
sequência encontram-se algumas sugestões para a melhoria dessas ações.
6.2.7 Sugestões e Recomendações
A partir deste estudo pode-se identificar o quão é importante à criação de
diretrizes para a gestão de resíduos sólidos nas Instituições de Ensino, neste caso a
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, Campus de Toledo.
Visando dar continuidade neste trabalho sugere-se a criação de projetos
voltados à gestão de resíduos sólidos, tais como: uma oficina de arte reciclável, a
qual ensinará a sociedade como lucrar com os resíduos sólidos por eles gerados.
A realização de palestras voltadas à educação ambiental e a correta gestão
dos resíduos sólidos, para que a população em geral e não apenas a acadêmica
conheça seus procedimentos corretos e assim compreender quais são os tipos de
destinação final específico para cada tipologia de resíduo sólido gerado.
Recomenda-se ainda realizar uma análise e uma atualização anualmente das
ações propostas para serem seguidas pelos atores envolvidos nessa gestão, uma
vez que conforme o decorrer dos anos há a inserção de novas atividades no recinto,
e essas vão necessitar de procedimentos específicos e adequados para o tipo de
trabalho ali desenvolvido.
Outro aspecto que se sugere é criar uma página na web, onde possa ser
divulgada virtualmente essa preocupação que a Unioeste, Campus de Toledo, tem
para com o meio ambiente, além de se obter uma maior divulgação do projeto em
questão.
Para que as diretrizes desenvolvidas sejam seguidas e aplicadas, cita-se a
necessidade de um pessoal responsável somente para a execução desse trabalho.
Então, recomenda-se que a Unioeste, Campus de Toledo, contrate mão de obra
para tal função, e ainda que os mesmos sejam treinados de acordo com as
especificações sugeridas nas legislações já citadas no trabalho, ou seja, na Lei
12.305, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos e no Decreto Nº 4.167
estabelecido pelo Governo Estadual do Paraná. Desse modo, haverá maior controle
e eficiência nas atividades a serem exercidas, facilitando assim atingir rapidamente
os objetivos determinados. Além da criação de um Plano de Gestão de resíduos
sólidos próprio para a problemática da Unioeste, Campus de Toledo.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As universidades podem ser vistas como pequenos núcleos urbanos que
exercem as mais variadas atividades as quais, consequentemente, resultam na
geração de resíduos sólidos e, juntamente com isso, outros problemas, como: o
incorreto acondicionamento, coleta irregular, ou seja, não realizam a coleta seletiva,
além da destinação final incorreta desses resíduos.
Nesse sentido, este estudo teve por objetivo desenvolver diretrizes para com
a gestão de resíduos sólidos na Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Unioeste, Campus de Toledo.
Para tanto, embasou-se no referencial teórico da área de gestão ambiental,
bem como na análise de quatro planos de gestão de resíduos sólidos já elaborados
e em funcionamento, quais sejam: os Planos de Gestão de Resíduos Urbanos da
cidade de Toledo, Paraná, e da cidade de Campinas, São Paulo; e, os planos de
resíduos sólidos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), do Paraná, e da
Universidade de Campinas (UNICAMP), de São Paulo.
Com base nisso, buscou-se então elaborar diretrizes visando à diminuição e
quem sabe, até mesmo, a eliminação dos problemas relacionados à gestão de
resíduos sólidos dentro do Campus da Unioeste, de Toledo. Essas diretrizes foram
baseadas na metodologia dos 5 R’s da reciclagem, que estabelece que os atores
envolvidos devem adotar métodos de reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos sólidos
por eles gerados, além de repensar sobre seus hábitos e costumes, que muitas
vezes passam despercebidos, e ainda começar a recusar produtos que prejudicam o
meio ambiente, tais como aqueles que não são biodegradáveis e não recicláveis.
Por meio das ações dos 5 R’s, criaram-se ações específicas para quatro
grandes grupos da Unioeste, a saber: acadêmicos, docentes, laboratórios e setor
administrativo. Essas ações foram também dispostas em uma cartilha, com o
objetivo de conscientizar e informar esses atores envolvidos sobre a correta gestão
de resíduos sólidos.
Após o desenvolvimento dessas ações, concluiu-se que a adoção das
mesmas permitirão benefícios ao meio ambiente e também à Unioeste, uma vez que
esta poderá ter nessas diretrizes de gestão de resíduos sólidos um diferencial e
ainda irá se adequar perante a legislação do meio ambiente, deixando sua imagem
externa muito positiva.
Por fim, a execução deste trabalho trouxe novos conhecimentos, pois se trata
de um assunto diferenciado dos abordados no curso de Secretariado Executivo.
Sendo assim, trata-se uma oportunidade de conhecer novos horizontes da ciência.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Cartilha educativa da gestão de resíduos sólidos da Unioeste,
Campus de Toledo
APÊNDICE B – Apresentação das diretrizes para o responsável do projeto de gestão
ambiental da Unioeste, Campus de Toledo
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Dyessica Thais da Silva