UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO AMBIENTAL NO PODER JUDICIÁRIO: ESTUDO DE CASO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO KÁTIA GRECOVS QUINTANILHA Orientador Prof.: Francisco Carrera Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO AMBIENTAL NO PODER JUDICIÁRIO: ESTUDO DE CASO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Ambiental Por: Kátia Grecovs Quintanilha 3 AGRADECIMENTOS Aos colegas de principalmente à trabalho, aos família pela compreensão e paciência. amigos e amizade, 4 DEDICATÓRIA .....dedico este trabalho à minha filha Luana pelo amor, a inspiração incondicional nesta jornada. e o apoio 5 RESUMO A administração pública, na qualidade de grande consumidora de recursos naturais e bens e serviços nas suas atividades meio e fim, tem papel estratégico na revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais de sustentabilidade socioambiental, sendo de extrema importância que os órgãos que a compõe adotem modelos de gestão ambiental eficientes. Atualmente, a principal política ambiental do governo para o setor público consiste no programa “Agenda Ambiental na Administração Pública” (A3P), projeto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que incentiva a adesão das instituições públicas a práticas de responsabilidade socioambiental. No âmbito do Poder Judiciário, a inserção do tema sustentabilidade é recente e ganhou impulso com a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a partir de 2007, com a edição de Recomendação orientando os tribunais do país a adotarem políticas socioambientais, seguida posteriormente de outros normativos, metas e do atual Planejamento Nacional Estratégico do Judiciário, que contemplou a responsabilidade socioambiental como um dos valores da instituição. O presente estudo de caso procura descrever a evolução deste processo na pauta do mais antigo Tribunal Regional do Trabalho do país, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ). O estudo permitiu conhecer a agenda atual de ações ambientais neste Tribunal, compreendendo suas primeiras iniciativas em 2003 e sua sistematização com as novas diretrizes instituídas a partir de 2007 para o Judiciário; possibilitou reconhecer a dinâmica e a configuração da gestão ambiental em curso, seu reflexo em termos do comprometimento dos servidores da instituição. À luz dos princípios e itens adotados pelos modernos sistemas de gestão ambiental para as organizações, conforme a Norma ISO 14.001, este estudo procurou identificar os pontos positivos e os que precisam de reforço pela gestão ambiental do TRT/RJ, 6 reconhecendo que as perspectivas futuras desse processo são favoráveis, no momento atual em que a responsabilidade socioambiental Planejamento Estratégico elaborado pelo TRT/RJ para 2010-2014,. consta do 7 METODOLOGIA Para o propósito de compreender as questões relacionadas à gestão ambiental no Poder Judiciário, optou-se pelo desenvolvimento de um estudo de caso sobre a implantação de uma agenda ambiental no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. Trata-se de uma opção de investigação que, segundo Yin (2005), é preferido quando o controle que o pesquisador tem sobre os eventos é muito reduzido, ou ainda quando o foco temporal está em fenômenos contemporâneos, dentro do contexto de vida real. Segundo o autor, adotando um enfoque exploratório e descritivo, o pesquisador que pretende desenvolver um estudo de caso deverá estar aberto às suas descobertas. Os meios de investigação utilizados para o levantamento de dados envolveram a pesquisa documental e questionários. A pesquisa documental abrangeu material disponibilizado nos portais institucionais na Internet do CSJT, TST, CNJ, TRTs, do Ministério do Meio Ambiente, com análise de relatórios, resoluções, normas, e demais materiais institucionais relacionados à implantação da gestão ambiental no Judiciário. Também foi objeto de estudo o conteúdo da página da Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT da 1ª Região, além de material institucional e de divulgação impressa colhido na própria fonte. Esta O questionário foi elaborado contendo 34 questões, algumas descritivas, visando extrair dos servidores informações sobre seu conhecimento, participação e interesse sobre as ações e programas desenvolvidos pela Comissão de Responsabilidade Socioambiental do TRT/RJ, a avaliação sobre os pontos fortes e fracos do programa e suas experiências pessoais relativas ao tema meio ambiente. Considerando um universo de 4300 funcionários no TRT/RJ, foram distribuídos um total de 100 questionários entre julho e agosto de 2011, a servidores lotados em 15 unidades de trabalho distintas, abrangendo 12 Varas 8 (das 82 existentes na capital, Rio de Janeiro), 01 Vara do Interior (em Niterói) e 03 secretarias administrativas do TRT (de Saúde e Recursos humanos), considerando-se que a amostra utilizada (2,3%) foi adequada ao objetivo. Os entrevistados foram escolhidos através de critérios de disponibilidade e conveniência; foram comunicados sobre o propósito da investigação e ainda de que o resultado da coleta de dados seria enviado à Comissão de Responsabilidade Socioambiental do TRT, com o intuito de que colaborar com o processo de gestão do Tribunal, razão pela qual não foi colhido nome, cargo ou unidade de trabalho dos servidores, visando garantir a confidencialidade das respostas dadas. A análise dos questionários foi de natureza quantitativa e qualitativa. A abordagem qualitativa é justificada em estudo de Richardson (1999, p. 80) no qual o autor defende que esse tipo de pesquisa é “uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social” e extrair “indicadores de funcionamento de estruturas sociais”. A interpretação do conteúdo das respostas objetivas e descritivas fornecidas nos questionários permitiu analisar o programa de gestão ambiental instituído no Tribunal, em confrontação com os itens do referencial teórico utilizado, as diretrizes de política ambiental para o setor público do governo federal, os normativos do CNJ, e dos conceitos, princípios e normas dos modernos sistemas de gestão ambiental existentes. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 CAPÌTULO I - GESTÃO AMBIENTAL .................................................................. 13 CAPÌTULO II - GESTÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO ............................. 20 CAPÌTULO III - GESTÃO ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL NO PODER JUDICIÁRIO .......................................................................................................... 26 CAPÌTULO IV - GESTÃO AMBIENTAL NO TRT DA 1ª REGIÃO ......................... 37 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................... 58 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 61 ANEXOS ............................................................................................................... 64 ÍNDICE .................................................................................................................. 76 FOLHA DE AVALIAÇÃO ...................................................................................... 78 10 INTRODUÇÃO O Poder Judiciário é uma parcela da administração pública brasileira que em seus 91 órgãos administra mais de 2% do PIB nacional. O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) corresponde à Justiça do Trabalho com área de jurisdição em todo o Estado do Rio de Janeiro. Somente na sede do TRT da 1ª Região situada na capital, encontram-se 81 Varas, além dos gabinetes dos desembargadores, as Turmas, o Tribunal Pleno e todas as Secretarias que compõem sua administração. Em seus corredores e salas transitam diariamente milhares de pessoas entre servidores e jurisdicionados, movimentando e consumindo imensa gama de recursos ambientais e públicos e produzindo enorme geração de resíduos. Um quadro que revela a dimensão do impacto ambiental decorrente do funcionamento de suas atividades e o alcance de seu papel como gestor de uma agenda ambiental eficaz que ocupe um lugar privilegiado na estrutura organizacional desse poder. Mas como tem se posicionado este Poder com relação ao clamor geral para uma gestão administrativa mais eficiente e socioambiental mais responsável? Que medidas de gestão socioambiental estão sendo instituídas? Qual sua dinâmica? Embora o tema “poder Judiciário” seja muito estudado por pesquisadores da área de direito e ciências políticas, os aspectos relativos às características gerenciais desse Poder ainda reúnem escassa produção acadêmica no campo da Administração Pública e da Gestão Ambiental. Segundo trabalho de Nogueira e Pacheco (2009), dentre os estudos e pesquisas publicadas na área da Administração Pública no Brasil no período de 1995 a 2008 apenas 0,8% foram dedicados ao Judiciário. Para compreender a construção de uma agenda socioambiental no Judiciário será relevante, inicialmente, traçar um breve panorama sobre o processo de discussão e evolução dos conceitos relativos a desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental corporativa, de onde emergiram os 11 atuais sistemas de gestão ambiental corporativos e as políticas públicas ambientais em curso no país. Também se fará necessário contextualizar historicamente as reformas e alterações institucionais que levaram e permitiram a inserção de uma agenda socioambiental no setor público, e dentro deste o Judiciário, no âmbito do que ficou conhecido como a Reforma do Estado e Reforma do Judiciário. A adoção de mecanismos modernos de gerenciamento e gestão ambiental no setor público e nos órgãos judiciais é algo relativamente recente no cenário nacional, e deve ser compreendido como um processo que, embora diverso, se encontra imiscuído: a modernização da gestão administrativa no Judiciário, através do planejamento e coordenação da gestão estratégica, é um processo que vem impulsionando, facilitando e sistematizando a construção de um modelo de gestão socioambiental no Judiciário. À luz destes aspectos gerais, será feito um estudo de caso sobre a Agenda Socioambiental no TRT/RJ, os programas e ações de gestão em curso e os com previsão futura. Pretende-se confrontar se as iniciativas e medidas implantadas no TRT/RJ se alinham com as diretrizes de política ambiental para o setor público recomendadas pelo governo federal e com os normativos editados para o Judiciário pelo Conselho Nacional de Justiça; e se a configuração dessa agenda socioambiental sinaliza a possibilidade de implantação de um Sistema de Gestão Ambiental nos moldes da tendência da gestão ambiental contemporânea. Para tanto, objetiva-se identificar a dinâmica da agenda socioambiental desenvolvida pelo TRT/RJ, seus enfoques e prioridades, as ações relativas, por exemplo, à coleta e destinação de lixo, ao uso racional dos recursos naturais e insumos utilizados, etc, buscando os indicadores porventura utilizados como instrumentos de avaliação das ações desenvolvidas. Pretende-se também conhecer as estratégias e instrumentos de divulgação do programa, identificar o nível de conhecimento, interesse e comprometimento dos servidores sobre os projetos, ações e eventos desenvolvidos e identificar as 12 ações de sensibilização e de educação ambiental efetuadas em face dos servidores, gestores, jurisdicionados e terceirizados, tendo em vista que a eficácia de tais ações visando o engajamento do público da instituição como um todo é peça fundamental para o desenvolvimento e o êxito da agenda ambiental implementada pelo TRT/RJ. 13 CAPÌTULO I GESTÃO AMBIENTAL 1.1 A gestão ambiental como dimensão fundamental da responsabilidade socioambiental: evolução histórica A partir dos anos 60 diversos autores voltaram suas preocupações para o meio ambiente, o caráter predatório provocado pelo processo industrial e o capitalismo tecnológico, e o fato de que os recursos naturais são finitos e que seu uso incorreto pode representar o fim da própria existência humana. O livro de CAPRA “Teia da vida” (1996) se notabilizou por demonstrar a interdependência dos ecossistemas da natureza e do ciclo da vida, servindo como um dos marcos precursores da conscientização ecológica. Outros autores fizeram críticas severas aos padrões de nossa sociedade de consumo, onde as coisas se tornam objetos a serem consumidos e desaparecem “sem jamais durarem o tempo suficiente para conter em seu meio o processo vital (ARENDT, 1997 appud CUNHA e GUERRA, 2003). E estudos mais recentes como o de SEIFFER (2008) chamaram a atenção para o fato de que o atual modo de produção, visto como fator de qualidade de vida e progresso econômico, vem sobrecarregando os ecossistemas da natureza, não apenas dos países consumidores, mas também daqueles fornecedores de recursos naturais, e ainda dos países que são destinatários dos processos de produção. Essas temáticas, amplamente debatidas ao longo das últimas décadas do século XX, foram impulsionadas pela manifestação de diversas instituições de âmbito internacional, concretizando-se na proclamação de princípios em prol do desenvolvimento sustentável e no comprometimento das organizações e setores produtivos com relação ao meio ambiente, promovendo conseqüências sociais, políticas e econômicas no mundo inteiro. significativas 14 Numa breve síntese histórica dessas transformações e do crescimento da conscientização ambiental, verifica-se que a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, seguiu-se uma década de regulamentações e criação de órgãos estatais de controle ambiental. Nos anos 80, marcado pela multiplicação dos problemas ambientais e desastres ecológicos em todo o mundo (como o de Chernobyl, na Ucrânia, e o acidente com o petroleiro Exxon Valdez, no Alasca), formou-se um consenso de que as soluções também deveriam ser globais. O relatório “Brundtland, Nosso Futuro Comum”, de 1987, destacou a importância do desempenho ambiental do setor industrial, popularizando o conceito de sustentabilidade como uma busca simultânea de eficiência econômica, justiça social e harmonia ecológica. Conceito este que na análise de BORGER (2006) exprime a ser adotado pela constatação de que não bastava criar regras, leis e normas mediante instrumentos de controle e fiscalização, mas sim novos mecanismos para incentivar a mudança de comportamento e de valores dos agentes sociais e econômicos”. Na década de 90 emergiram os compromissos assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), em especial, a Agenda 21 e seus princípios em torno de desenvolvimento sustentável e de responsabilidade socioambiental, marcando definitivamente a agenda de governo de muitos países, de segmentos da sociedade civil organizada Neste ponto é importante destacar que o conceito de desenvolvimento sustentável. é intrínseco ao conceito de responsabilidade socioambiental. A visão de que a responsabilidade empresarial deveria envolver o entorno econômico, político, social e também ambiental, evoluiu na história já a partir dos anos 1960, em contraposição aos paradigmas econômicos de maximização de lucros do liberalismo. Temas como desenvolvimento, distribuição de renda, integração social, racial e de gênero, poluição, dentre outros, passaram a se imiscuir no cotidiano das relações e decisões empresariais, e assim nas escolhas do consumidor e em conseqüência, nas decisões dos mercados produtores. (Hugo Pereira Filho, 2009). 15 O desenvolvimento sustentável promovido por uma organização não se refere apenas ao ambiente, mas também pelo fortalecimento de parcerias duráveis que levem ao crescimento orientado., no compromisso das empresas em contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável através do trabalho com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade como um todo. Esta visão de responsabilidade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito de responsabilidade corporativa a uma escala mais ampla. Assim, no âmbito de uma gestão corporativa socioambiental, as decisões tem de ser tomadas levando em conta não apenas os donos do capital, mas também os atores sociais diretamente e não diretamente envolvidos, como acionistas, empregados, fornecedores, consumidores, a comunidade vizinha, etc. Conforme análise de PEREIRA (2009) ao tema, juntamente com a ética empresarial, a gestão social e a responsabilidade social corporativa, uma das dimensões fundamentais da responsabilidade socioambiental, é a gestão ambiental. 1.2 Gestão ambiental organizacional – princípios A integração da responsabilidade ambiental à estrutura organizacional das empresas e instituições é fenômeno relativamente recente no país. O comportamento majoritário das empresas brasileiras pode ser classificado ainda como “reativo”, ou seja, sua responsabilidade ambiental restringe-se em atender à legislação de impactos ambientais, como resposta a multas e sanções ou a integração do controle ambiental no processo produtivo (com base no princípio da prevenção). Todavia, conforme afirma ALMEIDA et al.(2001), vem se verificando visíveis mudanças no sentido de uma atitude empresarial ambientalmente “proativa”. São mudanças identificadas principalmente no comportamento dos setores mais 16 desenvolvidos da economia e de maior impacto ambiental, como os químicos, siderúrgico, entre outros) onde a integração do controle ambiental passa a se refletir, também, na gestão administrativa, no planejamento estratégico e nos valores éticos da empresa. Gestão ambiental, conforme conceitua BARBIERI (2007), compreende “as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras, realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam”. Voltando a atenção para os modelos de gestão corporativa ambiental, um marco de referência internacional, elaborado ainda em 1990, foram os padrões definidos pela A Carta de Princípios para o Desenvolvimento Sustentável (Business Charter For Sustaintable Development) da Câmara de Comércio Internacional (ICC) que estabeleceu dezesseis princípios como metas ambientais a serem atingidas pelas organizações em todo o mundo para melhorar seus desempenhos. Trata-se de um rol de procedimentos que contém itens aplicáveis em qualquer tipo de organização (Quadro 1). Conforme observa DONAIRE (1995), mesmos os itens que se relacionam mais diretamente a conceitos do meio empresarial (como produto, cliente), podem ser relativizados, e são plenamente passiveis de ter sua interpretação ampliada também para o caso das organizações do setor público. São eles: Quadro 1: Principais princípios da ICC Reconhecer a questão ambiental como determinante para o desenvolvimento sustentável, estabelecendo políticas, programas e práticas adequadas Integrar estas políticas como elemento de gestão em todas as atividades da organização. Melhoria promover continuamente o desempenho ambiental levando em conta o desenvolvimento Prioridade Organizacional Gestão Integrada Processo Contínua de 17 Educação do Pessoal Avaliação e Prioridade de Enfoque Produtos e Serviços Instalações Operacionalização e Planos de Emergência Prestadores/fornecedores de serviços Transparência e diálogo Orientação ao Consumidor Transferência de Tecnologia Pesquisa Enfoque Preventivo tecnológico, científico, etc. educar e motivar o pessoal quanto ao desempenho das tarefas de forma ambientalmente responsável. avaliar as repercussões ambientais antes de iniciar nova atividade, instalação e desativação de equipamentos e instalações. desenvolver ou providenciar aqueles que não apresentem impactos ambientais indevidos e ainda que possam ser reciclados e/ou reusados. conduzir as atividades considerando o uso eficiente e sustentável de energia, e recursos renováveis, a geração, disposição e tratamento responsável dos resíduos gerados, etc. elaborado nas áreas de riscos significantes em conjunto com autoridades competentes e a comunidade local assegurar e estimular que os subcontratados e fornecedores adotem padrões ambientais. Interagir com a comunidade interna e externa quanto aos riscos e impactos de suas atividades Itens que podem ser relativizados para aplicabilidade em todos os tipos de organizações (Fonte: Donaire, 1995, p. 60-62.) Esses fundamentos ajudaram a moldar os modelos desenvolvidos de Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs) para organizações empresariais atualmente existentes. A constatação de que Sistemas de Gestão Ambiental contribuem para a ecoeficiência das empresas, vem levando empresas de todos os tamanhos a aperfeiçoarem suas cadeias produtivas, incorporando ações que conduzem à melhoria do desempenho ambiental. E dos modelos de gestão atuais, o mais famoso é o sistema estruturado conforme norma ISO 14.001 (International Standard Organization). Um aspecto ainda a ser destacado, é que os modelos de gestão empresarial em busca de metas de qualidade e competitividade progrediram rapidamente nas últimas décadas, e que, tal como a gestão da qualidade, a gestão ambiental vem sendo compreendida como padrão de concorrência e qualidade e uma exigência do mercado. (ALMEIDA et al., 2001) 18 É sob essa ótica que as normas ISO referentes à gestão de qualidade e à gestão ambiental, têm se firmado como a principal referência mundial no âmbito da administração. 1.3 Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs) conforme estruturação da NBR ISO 14.001/04 A Norma ISO 14.001 (Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos e Diretrizes), editada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), surgiu originalmente em 1996, a partir da solicitação dos países participantes da Conferência Rio-92 (Cerqueira, 2006), com o objetivo principal de harmonizar globalmente os procedimentos de gestão ambiental empresarial, no âmbito da International Standard Organization (ISO). Em sua última versão em 2004, obteve maior alinhamento com a norma de sistemas da qualidade (ISO 9001/2000), reproduzindo a metodologia adotada por esta última, o que vem facilitando e estimulando a implantação de sistemas de gestão integrados. Resumidamente, a norma ISO 14001 propõe um modelo de gestão comprometido com o cumprimento da legislação, com o controle da poluição e com o ciclo de melhoria contínua PDCA (isto é, planejar- executar- verificar-agir). Nela estão especificados os requisitos gerenciais para a empresa estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e obter a certificação, respeitadas as especificidades setoriais, geográficas, culturais e económicas de cada uma delas. Esses procedimentos compreendem desde a definição da política ambiental a ser adotada pela empresa, até a forma como serão planejadas e implementadas as ações, a fixação dos prazos e dos recursos necessários para sua operacionalização, os meios para verificar a eficiência e eficácia do planejamento e das ações implementadas, e a busca contínua pela revisão e o aperfeiçoamento 19 do desempenho ambiental, que deve envolver, também, a alta direção da organização. A certificação pela Norma ISO 14001, realizada por instituições independentes, assegura que as práticas gerenciais da empresa relativas ao desempenho ambiental da empresa se ajustam ao estabelecido na norma. Considerando que a formulação da Norma 14001 é bastante genérica e abstrata, é aplicável em qualquer tipo de organização, não somente no setor industrial (onde é maioria), mas também no setor de serviços e do trabalho intelectual, de crescente importância na economia contemporânea. De acordó com PEREIRA (2009), os fundamentos de gestão ambiental constantes da Norma (cumprimento da legislação, controle da poluição e ciclo de melhoria contínua) se mantêm íntegros e até podem se ampliar quando adotados por estes setores. Embora o Brasil venha experimentando progresso intenso na adoção de sistemas de gestão certificados, no âmbito do setor público é limitado o número de empresas certificadas pela ISO 14001. Um estudo da Ellux Consultoria de 2005 não identificou nenhum órgão da Administração pública direta com implementação de sistema de gestão ambiental modelado pela norma 14001, somente encontrando exemplos de certificação nas empresas controladas pelo setor público - como o caso da Petrobrás, empresas de saneamento básico, etc. (disponível em www.elluxconsultoria.com.br/publico.pdf) 20 CAPÌTULO II GESTÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO 2.1 Instrumentos de política pública ambiental e a construção de um modelo de gestão pública ambiental Considerando o importante papel do poder público na implementação de políticas ambientais dentro do novo paradigma econômico de responsabilidade socioambiental, de que forma tem atuado e de que mecanismos e instrumentos dispõem? Não se pretende neste trabalho, nem seria possível, dar conta de todas as idéias que ajudaram a moldar a política ambiental brasileira nas últimas décadas. Mas não parece haver dúvida entre os estudiosos de que o Estado permanece como espaço central de mediação e articulação sobre as principais linhas da política ambiental no Brasil - embora uma gama variada de atores não-estatais exerça forte influência na formação de tais políticas, especialmente na gestão dos recursos naturais, o Estado, tem procurado construir um modelo de gestão que integre interesses diversos. (CUNHA e GUERRA, 2003). Segundo os autores, é possível identificar pelo menos três tipos de políticas ambientais: • as regulatórias, que dizem respeito à elaboração de legislação específica para estabelecer normas e regras de uso e acesso aos recursos ambientais e à criação de aparatos institucionais que garantam o cumprimento da Lei; • as estruturadoras, que compreendem a intervenção direta do poder público na proteção ao meio ambiente, como na criação de unidades de conservação e as indutoras de comportamento, e • as indutoras, que visam influenciar o comportamento da sociedade e otimizar a alocação de recursos ambientais, como as políticas fiscais e tributárias, as gestões participativas ou as certificações ambientais. 21 Historicamente, as políticas ambientais que mais evoluíram no Brasil foram as medidas de cunho normativo. Nas décadas de 70 e 80, foram implementadas com base em um governo central forte e numa estratégia coercitiva e punitiva, de regulação e controle, para evitar a utilização dos recursos naturais das áreas a serem protegidas. Atualmente, as políticas públicas ambientais desenvolvidas no país decorrem dos compromissos globais firmados, dos princípios consagrados na Constituição Federal de 1988 sobre o tema, e do extenso ordenamento jurídico do país, principalmente normas e leis que se seguiram a esta, como o código florestal (1996), a gestão dos recursos hídricos (1997), a lei dos crimes ambientais (1998), dentre muitos. No atual contexto político do Estado, vem se consolidando as políticas públicas indutoras do desenvolvimento sustentável, com o emprego estratégico de instrumentos econômicos destinados a fomentar práticas ecológicas adequadas e inibir comportamentos predatórios, como os instrumentos de parceria entre o poder público e a sociedade civil e as formas de gestão ambiental participativa. É fato notório que as políticas ambientais têm atuação e resultados muito diversos nas três esferas federativas do país (União, Estados e Municípios), não somente em função de suas características geográficas e territoriais, mas também por uma profusão de leis e de atos infralegais (como decretos, resoluções e portarias) das mais diversas agências e órgãos públicos. Considerando que a atuação do Estado é vista usualmente através dos instrumentos de atuação de política pública de que dispõe, BARBIERI (1997) propõe uma classificação desses instrumentos em três gêneros: • os instrumentos de Comando e Controle – são os mais facilmente associados ao poder público (que muitas vezes se limita a este) e normalmente se constituem em leis estaduais, com órgãos fiscalizadores (controle) vinculados ao Estado que normatizam padrões de emissões e de desempenho, estabelecem restrições e proibições 22 sobre produção, comercialização e uso de produtos, e definem licenciamento ambiental; • os instrumentos Econômicos - são aplicados visando incentivar a mudança de comportamento das pessoas e das organizações, ligando interferência no meio ambiente com benefícios e custos (como os incentivos fiscais, a tributação sobre emissão de poluição e sobre o uso de recursos naturais, os financiamentos em condições especiais, as licenças negociáveis, etc.); • os instrumentos Diversos – são aqueles que segundo BARBIERI (1997), tem maior facilidade de aplicação a nível local, dentre eles a Educação ambiental, os sistemas de Informações ao público, os mecanismos administrativos e jurídicos de defesa do meio ambiente, etc. Essa visão de atuação ambiental do poder público, circunscrita aos instrumentos econômicos e instrumentos de comando e controle, confronta-se com uma visão pró-ativa ambientalmente, na qual o poder público passa a ter uma atuação gerencial com relação ao meio ambiente através da adoção de um sistema de gestão ambiental na estrutura organizacional de suas instituições públicas Como já abordado acima, os conceitos e princípios difundidos pelos sistemas de gestão ambiental para as organizações (a integração de todas atividades sob as diretrizes ambientais, o comprometimento da alta administração, a conscientização ambiental, a melhoria contínua e o respeito aos marcos regulatórios e compromissos ambientais) podem ser seguidos e implantados na gestão de qualquer organização pública, inclusive articulados em sua estrutura organizacional com os conceitos de gestão de qualidade, em sistemas de gestão integrados Neste sentido pode-se afirmar que a sobrevivência das organizações públicas, tanto quanto as privadas, está assentada na necessidade e capacidade de atualizar seu modelo de gestão, adequando-o ao contexto da sustentabilidade, com a inserção de critérios de responsabilidade socioambiental. 23 2.2 O programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) como modelo de gestão As empresas e instituições do setor público, particularmente, tem papel relevante no âmbito da responsabilidade socioambiental e na implantação de um sistema eficiente de gestão ambiental. Aos fatores sociais associados à preservação ambiental e à saúde da população, somam-se os efeitos da melhor utilização de recursos públicos, pois a ecoeficiência se fundamenta na racionalidade das decisões, na análise de custo e benefício das medidas a serem implementadas. A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) foi criada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 1999, como projeto de um modelo de gestão ambiental, fundamentada essencialmente nas recomendações da Agenda 21 (Capítulo IV) e na Declaração de Johannesburgo, no sentido de que os países desenvolvam “políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”, e instituam o consumo sustentável como “princípio basilar do desenvolvimento sustentável” O programa A3P, oficializada pela Portaria Nº 510/2002, foi elaborado visando construir uma nova cultura institucional na administração pública dos poderes executivo, legislativo e judiciário, das esferas federal, estadual e municipal, buscando estimular os gestores públicos que adotem referenciais, princípios e critérios de sustentabilidade ambiental, através do uso eficiente dos recursos naturais, materiais, financeiros e humano. Atualmente coordenada pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, a A3P prioriza 05 eixos de atuação temáticos: • o uso racional dos recursos naturais e bens públicos; • a gestão adequada dos resíduos gerados; • a qualidade de vida no ambiente de trabalho, • a sensibilização e capacitação dos servidores 24 • as licitações sustentáveis Para cada um destes temas, é sugerido um extenso rol de práticas ambientais a ser implantando, que inclui o levantamento do consumo de papel utilizado, a instalação de sensores de energia nos banheiros, a implantação de coleta seletiva de lixo, a disponibilização de copos de uso permanente aos servidores, a instituição de brigadas de incêndio, o uso de papel reciclável, a aquisição de impressoras para impressão frente e verso, etc. São recomendações que conforme analisa Basílio (2009), dão ênfase à diminuição do desperdício através dos 3R´s (reduzir, reciclar e reutilizar a quantidade de resíduos gerados). O programa A3P se caracteriza por ser uma ação de caráter voluntário: o processo de implantação na instituição interessada é institucionalizado por meio da assinatura do Termo de Adesão. Até o momento, contabiliza a Adesão de 94 parceiros, nos quais se incluem governos e prefeituras, o Ministério Público, o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, o Tribunal de Justiça do RJ e alguns Tribunais do Trabalho, dentre eles o TRT/RJ, objeto deste estudo. (MMA, 31.08.11). Os procedimentos propostos para adoção da A3P são os seguintes: - Criar e institucionalizar a Comissão responsável pela A3P, com servidores públicos de diferentes setores da instituição - Realizar um diagnóstico da instituição, identificando e avaliando os pontos críticos, os impactos ambientais e os desperdícios gerados. - Definir e desenvolver os projetos e atividades, com objetivos, prazos, disponibilização dos recursos físicos e/ou financeiros e a capacitação e planejamento integrado - Promover a Mobilização e a Sensibilização permanente e contínua, realizando programas de capacitação - Realizar a avaliação e o monitoramento das ações, definindo um conjunto de indicadores e buscando a melhoria contínua, através da avaliação sistemática 25 do desempenho ambiental, do replanejamento e da introdução de novos procedimentos e qualificação de recursos humanos. Analisando este modelo, BASÍLIO (2009) observa que contém itens semelhantes aos sistemas de gestão da norma ISO 14.001, embora não contemple algumas estratégias indicadas pela norma, como por exemplo, o levantamento dos aspectos e impactos ambientais ao longo do ciclo de vida da produção ou serviços prestados, ou o estabelecimento de planos de emergência. E sugere que, a exemplo do que ocorre nas organizações empresariais, também no âmbito das organizações públicas seja adotado um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com certificação ISO 14.001. Cabe também observar que o programa A3P destaca o papel decisivo do engajamento dos servidores e seus dirigentes na construção de uma nova cultura institucional no gerenciamento dos recursos públicos. A Educação Ambiental, o processo de Sensibilização permanente e contínua, envolve a realização de campanhas de esclarecimentos sobre a importância e os impactos da atuação de cada servidor sobre o conjunto da sociedade e as iniciativas de capacitação que promovam a orientação e qualificação dos gestores e servidores públicos no desempenho das atividades ambientais implantadas, e é essencial para o êxito e a continuidade do programa. 26 CAPÌTULO III GESTÃO ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL NO PODER JUDICIÁRIO 3.1 A introdução de novas formas de gerenciamento administrativo e ambiental no setor público e no Poder Judiciário – evolução histórica A adoção de formas modernas de gerenciamento e de gestão ambiental nos órgãos públicos e em especial, nos órgãos judiciais, é um fenômeno relativamente recente no cenário nacional e deve ser entendido como um processo que, embora diverso, se encontra inserido e imiscuído no âmbito do que ficou conhecido como a Reforma do Estado e a Reforma do Judiciário Na esfera do Estado, os debates da década de 80 e dos anos que se seguiram à promulgação da Constituição Federal de 1988 destacaram a crise de um modelo de Estado Intervencionista, centralizador, produtor, prestador de serviços e excessivamente burocratizado, em face da nova dinâmica do capitalismo internacional. Paralelamente, os princípios constitucionais da Administração Pública estabelecidos pelo art. 37 da Constituição Federal de 1988 (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) tornaram o principio da Eficiência como preceito de um novo paradigma de atuação pública – a busca pela celeridade e acessibilidade com base no controle e coordenação administrativa e na busca permanente da eficiência. O debate com relação a esses temas resultou na criação do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE) em 1995. A Reforma do Estado promoveu a redução, a reestruturação e a descentralização de suas áreas de atuação; estabeleceu maior flexibilização em sua estrutura administrativa e definiu novas diretrizes políticas para gestão pública. Redefinindo seu papel como “Estado Gerencial”, a Reforma da Gestão Pública de 1995/98 introduziu um 27 sistema de responsabilização gerencial dos políticos e gestores públicos em geral que inclui, não apenas o atendimento aos princípios de organização burocrática do Estado (e seus controles clássicos de supervisão, regulamentação detalhada, auditoria e respeito às leis), mas também uma administração pública com objetivos e resultados definidos em função dos cidadãos e contribuintes, a busca pela excelência e o controle social por partes das organizações da sociedade civil e pela mídia (BRESSER PEREIRA, 2005). Uma década depois, o processo de modernização da gestão pública foi impulsionado com o Decreto-Lei nº. 5.378, de 23 de fevereiro de 2005 que instituiu o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, conhecido como GESPÚBLICA (BRASIL, 2005). Gerido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o programa foi criado com a incumbência de desenvolver um modelo de excelência como política pública, uma administração gerencial nos moldes dos padrões internacionais de qualidade em gestão, através de ciclos contínuos de avaliação e melhoria da gestão dos órgãos e entidades públicas, como princípio norteador para o funcionamento dos órgãos do Poder Público. (OLIVEIRA, et al.2009) Na esfera do Judiciário, o expressivo aumento das demandas ingressadas a partir de 1990, expôs as estruturas organizacionais vigentes então, se materializando numa pauta de discussões que teve como um de seus principais focos a necessidade de reformas visando otimizar os procedimentos orientados para atendimento ao cidadão. O debate que se deu nessa época, conhecido como a Reforma do Judiciário, destacava a visão de uma Justiça lenta e ineficiente e a necessidade de se instituir instrumentos de controle externo e mecanismos modernos de gestão que permitissem a esse Poder atender a sua finalidade de uma maneira eficiente, eficaz e efetiva. Temas como o número excessivo de recursos e de leis, falta de servidores e magistrados, falta de informatização e de planejamento estratégico, deficiência de controle administrativo, etc. se confrontavam com um padrão de excelência pública que se refletisse em celeridade e efetividade da prestação de 28 serviço jurisdicional, acessibilidade da população à Justiça, transparência, eficiência e no controle e coordenação administrativa. A Reforma do Judiciário, com a Emenda Constitucional nº 45 em dezembro de 2004, criou em seu bojo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como órgão de competência constitucional para o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário brasileiro, o CNJ teve como uma de suas incumbências buscar o aumento na eficiência do Poder Judiciário e uma padronização das formas de atuação que permita um acompanhamento da situação de todos os órgãos que compõem esse Poder. (VIEIRA e PINHEIRO, 2008). A partir desse novo arranjo institucional o Judiciário ganhou maior consistência e articulação a nível organizacional, a despeito das diferenças estruturais e funcionais dos diversos tribunais do país, decorrentes das dimensões territoriais e da complexidade que marca a conformação de nosso sistema judiciário. Com o CNJ, foram introduzidas no Judiciário novas perspectivas de Gestão administrativa e padrões mais uniformes de gerenciamento, com a difusão de técnicas administrativas e ferramentas estatísticas, inserção de diretrizes, modelos, metas e planejamento estratégico, enfim, temas ligados à própria agenda da gestão pública contemporânea. A questão da responsabilidade socioambiental também foi oficialmente introduzida pelo CNJ na gestão administrativa do Judiciário com a inclusão de metas e diretrizes e a edição de normativos, que teve como importante marco legal a Recomendação no 11/2007, estudada mais adiante. Neste ponto, é importante destacar que a implantação de um modelo de gerenciamento administrativo coordenado e padronizado no Judiciário vem impulsionando, também, a construção e a sistematização de uma agenda ambiental neste Poder. Traçando um paralelo com o que já abordado acima sobre o mundo corporativo, a evolução na administração pública de modelos de gestão organizacional em busca de metas de qualidade e eficiência, também vem 29 introduzindo uma mudança de paradigmas com relação à questão ambiental, na medida em que inclusão de padrões ambientais adequados passa a ser vista também como padrão de qualidade e de valores éticos. É nesse contexto orquestrado pelo CNJ, que vem se verificando, nos últimos anos, a adoção de práticas ambientais e a multiplicação de iniciativas nos tribunais brasileiros que estão dando conformação a um sistema de gestão ambiental na administração judiciária brasileira. E que, conforme as observações de PEREIRA (2009) e de BASÍLIO (2009), também pode, e deve, ser orientada com vistas à implantação de um Sistema de Gestão Ambiental que vise a certificação da norma NBR ISO 14.001/2004, como ferramenta padrão de gerenciamento ambiental na atualidade. (Basílio, 2009) 3.2 O CNJ e a Recomendação nº 11/2007 A Recomendação nº 11 de 22/05/07 do CNJ introduziu formalmente a questão ambiental na pauta do Judiciário, fundamentada no artigo 225 da CF/88 (que consagra o dever constitucional de proteção ao meio ambiente) e no papel da Administração Pública, como grande consumidora de recursos naturais, na adoção de novos padrões de consumo e produção. (CNJ, 2007) A norma recomendou aos Tribunais relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988 (a saber, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais Eleitorais, Tribunais Militares e Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios) que adotassem políticas públicas voltadas para a proteção ao meio ambiente e criassem comissões ambientais destinadas ao planejamento, implantação e acompanhamento de medidas visando a correta preservação e recuperação do meio ambiente, com fixação de metas anuais e conscientização dos servidores e jurisdicionados neste sentido. 30 As práticas ambientais recomendadas pelo normativo, semelhantes a algumas também sugeridas pelo programa A3P do governo, compreenderam: - utilização de papel reciclado e não clorado nos impressos de natureza administrativa e processual do Poder Judiciário - instituição da coleta seletiva de resíduos e a doação do material coletado a entidades assistenciais que se responsabilizem pela utilização do material para a devida reciclagem; - aquisição de impressoras que imprimam automaticamente em frente e verso; - aquisição de bens e materiais de consumo que levem em consideração o tripé básico da sustentabilidade: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável; - utilização sustentável da energia e dos combustíveis; - utilização de edifícios com observância da proteção ao meio ambiente. Esse conjunto de diretrizes e orientações alterou a forma como a questão socioambiental foi tratada até então pelo Poder Judiciário. Muitas Comissões de Responsabilidade Socioambiental foram constituídas em Tribunais de todo o País, e as já existentes foram reestruturadas, passando a adequar seus programas e ações ambientais ao Programa de Gestão Ambiental definido pela Recomendação nº11/07 do CNJ e pelas demais que se seguiram a 2007. (CNJ, 2011) 3.3 Estruturação da gestão ambiental do Judiciário após 2007 normativos e diretrizes estratégicas. Assumindo papel estratégico na problemática da responsabilidade socioambiental a partir de 2007, o CNJ desenvolveu seu próprio programa de gestão ambiental, o CNJ Ambiental, que a partir de 2008 a passou a ser desenvolvido dentro do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, 31 compreendendo pesquisas, levantamentos de dados e monitoramento das ações socioambientais dos Tribunais. A atuação do CNJ ambiental se fundamenta na aplicabilidade de seus próprios normativos, introduzidos após 2007, e nas leis e decretos federais relacionados ao tema, em especial: a Lei 9795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental, que estabelece competência às instituições públicas e privadas para promover programas neste sentido); a Lei 6938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), o Decreto 5940/06 (Política de separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública e sua destinação às associações de cooperativas dos catadores de materiais recicláveis) e o Decreto 5378/05 (Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GESPÚBLICA). Através da “Rede Socioambiental do CNJ” o CNJ ambiental fomenta, supervisiona e fornece subsídios para criação e manutenção de programas e ações socioambientais nos diversos tribunais; realiza eventos, palestras, fóruns, seminários e congressos; promove a troca de experiência entre os tribunais; a integração da Gestão Socioambiental do Judiciário com as gestões de outros ramos do Poder Público; mantém notícias semanais sobre ações socioambientais realizadas nas diversas esferas do Poder Público, etc. Segundo dados disponibilizados pelo CNJ, em 2010 a Rede já contava com 611 integrantes. Indicadores relativos ao monitoramento das ações socioambientais no conjunto do Judiciário, divulgados pelo CNJ no IV Fórum Governamental de Gestão Ambiental na Administração Pública, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em dezembro de 2009, demonstraram um panorama positivo à época. Somente com relação à Justiça do Trabalho, os resultados publicados foram os seguintes: 88% dos Tribunais Regionais do Trabalho de todo o país possuíam Comissões Ambientais constituídas e 79% possuíam Comissões Ambientais em Caráter permanente; 88% tinham coleta seletiva implantada; 75% efetuavam reaproveitamento de papel; 88% utilizavam impressoras com impressão frente e verso; 50% utilizavam materiais com certificação ambiental; 75% realizaram eventos socioambientais em 2008 (contra 42% em 2007), 88% realizavam eventos 32 de conscientização ambiental e 33% desenvolviam atividades para o público externo. (“Panorama das ações de sustentabilidade do Poder Judiciário”, CNJ, 2011). Outro conjunto de dados ambientais pode ser extraído através do “Banco de Boas práticas de gestão do poder Judiciário”, instrumento de gestão estratégica do CNJ (e que atualmente estuda a certificação destes resultados de “melhores práticas de gestão” em forma de um selo de qualidade). Segundo análise de PEREIRA (2009), um percentual significativo de ações diretamente relacionadas à responsabilidade social nos vários tribunais do país foram registradas nesse Banco em 2009 - 88 ações de um total de 987, ou cerca de 8%. Conferindo, todavia, os dados disponíveis neste Banco no ano em curso, especificamente com relação a “boas práticas ambientais” verificou-se que somente seis eram provenientes de Tribunais da Justiça do Trabalho, e que destes, nenhum era de autoria do TRT da 1ª Região (caso específico deste estudo), fato que mais adiante voltará a ser abordado. (www.cnj.jus.br.estratégia) A introdução de novos normativos do CNJ que se seguiram à Recomendação nº 11/07, vem impulsionando o processo de estruturação da gestão administrativa e ambiental no Judiciário. Foi no ano de 2009 que o CNJ assinou sua adesão à Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), estabelecendo um termo de cooperação técnica com o Ministério do Meio Ambiente (nº 50/2009) visando ações conjuntas para o desenvolvimento da gestão ambiental no Judiciário. (MMA, 2011). Nesse mesmo ano, a Recomendação n. 27/2009 do CNJ acrescentou à gestão do Judiciário outro tema relativo à responsabilidade social, ao orientar os tribunais que adotassem medidas visando a acessibilidade e gozo dos direitos das pessoas portadoras de deficiência nos tribunais, instituindo comissões de acessibilidade para o desenvolvimento de projetos neste sentido, fixação de metas anuais e conscientização de servidores. Mas a grande inovação introduzida pelo CNJ em 2009 foi o Planejamento Estratégico Nacional do Poder Judiciário, instituído formalmente com a Resolução 33 nº 70/2009. A norma, que determinou aos tribunais que elaborem seus respectivos planejamentos estratégicos (com abrangência mínima de 05 anos, de acordo com o Plano Nacional), também estabeleceu, dentre seus 15 objetivos estratégicos, a Responsabilidade Socioambiental como atributo de Valor Judiciário para a sociedade. A necessidade de indicadores e metas com vistas a esse novo objetivo institucional e estratégico, se refletiu um ano depois, em 2010, por exemplo na introdução da Meta 6 do CNJ. Extraída dentre as 10 metas nacionais aprovadas no Encontro Nacional do Judiciário organizado pelo CNJ (integrada pelos seus 91 tribunais), a Meta 6 recomendou que os tribunais reduzissem, em pelo menos 2%, o consumo per capita de energia elétrica, telefone, papel, água e combustível em comparação às médias dos valores de consumo desses serviços em 2009. Conferindo os resultados da Meta 6, divulgados pelo CNJ, verificou-se que no âmbito geral do Judiciário, não se chegou a uma redução positiva. Mas especificamente com relação à Justiça do Trabalho, os dados confirmaram que a redução no consumo de insumos de 2010 em comparação a 2009 gerou numa economia de 6,69% (sendo 2,78% de energia elétrica, 3,81% de água, 7,30% de papel, 0,09% de combustível e 14,49% de telefone). (CNJ, 2011). Esses reflexos também podem ser verificados na atuação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Na qualidade de órgão supervisor desse ramo do Judiciário, e fundamentado na Resolução 70/2009 do CNJ, O CSJT editou a Resolução nº 74/2010, instituindo o Planejamento Estratégico para todos os órgãos da Justiça do Trabalho, e consignando que a responsabilidade socioambiental deve estar inserida em todas as suas atividades. Nesta perspectiva, passando a atuar como coordenador do planejamento estratégico na Justiça do Trabalho, o CSJT vem desenvolvendo projetos e eventos voltados para o tema ambiental, dos quais um bom exemplo foi o recente Encontro de Compras Públicas Sustentáveis da Justiça do Trabalho, em 16.08.11. (CSJT,2011). 34 Também merece ser abordada a participação do CSJT na Comissão de Estudos Especiais da Associação Brasileira de Normas Técnicas (CEE/ABNT) para revisão da NBR 16001 à luz da ISO 26.000. (CSJT, 2011). Neste sentido, considerando que a Norma Brasileira de Responsabilidade Social (de dezembro de 2004), estabelece requisitos mínimos de sustentabilidade para um sistema de gestão; e que a Norma Internacional de Responsabilidade Social Empresarial, ISO 26.000 (de outubro/2010), procura embasar um sistema de gestão empresarial sob os princípios da responsabilidade, transparência, comportamento ético, legalidade, normas internacionais e direitos humanos, abre-se aqui um breve parênteses para refletir, se o envolvimento do CSJT nestes estudos sinaliza a possibilidade de inserção de novos paradigmas na agenda socioambiental do Judiciário trabalhista. (ABNT, 2011) E foi de autoria do CSJT o mais recente normativo para a Justiça do Trabalho enfocando o papel da Educação Ambiental - a Recomendação nº11/2011 do CSJT. Objetivando que os Tribunais do Trabalho adotem medidas para a efetiva inclusão de critérios de responsabilidade socioambiental em todas as suas atividades, o CSJT recomendou especificamente que: a) seja criada Uma Unidade de Gestão Socioambiental na estrutura dos Tribunais, com servidores em regime de dedicação exclusiva, a fim de monitorar, mensurar e sistematizar as ações de responsabilidade socioambiental; b) o tema Responsabilidade socioambiental seja incluído nos programas de capacitação de magistrados e de servidores, de modo a se inserir em todas as atividades do Tribunal; e que também seja incluído para fins de recebimento do Adicional de Qualificação (gratificação pecuniária da Justiça do Trabalho), com o objetivo de fomentar a participação dos servidores nos eventos promovidos. Como será discutido adiante, no âmbito do TRT/RJ, esse normativo deverá produzir alterações tanto na estrutura da gestão ambiental desenvolvida, quanto no conteúdo de seus programas. Diante de todo o panorama ora estudado, que confirma a consolidação da gestão ambiental no Judiciário concomitantemente com a modernização de sua gestão administrativa, é oportuno encerrar este capítulo consignando as 35 observações defendidas nos estudos de PEREIRA (2009) e de BASÍLIO (2009) no sentido de que a adoção das práticas ambientais na administração judiciária brasileira também pode e deve ser orientada para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental visando obter a certificação da norma NBR ISO 14.001/2004. 3.3.1 A implantação do processo judicial eletrônico x modelo tecnológico vigente Faz-se relevante neste ponto, abordar a previsão da implantação do processo judicial eletrônico no Poder Judiciário e suas consequências. A Lei 11.419/06 do governo federal instituiu normas sobre a informatização do processo judicial em todos os órgãos da Justiça, contendo dispositivos que abrangem todas as fases e atividades em meio eletrônico indispensáveis à implantação do processo completamente digitalizado, sem qualquer peça ou ato registrado em suporte físico (como o papel). É importante compreender o atual "padrão ou modelo tecnológico - P.M.T. empregado pela maioria dos órgãos do Poder Judiciário, que corresponde ao conjunto de conhecimentos, técnicas e ferramentas utilizadas pela organização na produção de bens ou serviços aos seus usuários. O PMT ainda hoje vigente na Justiça é composto por autos ou pasta do processo, capas de cartolina ou de plástico, fitas adesivas coloridas, expedientes impressos, livros de registro, carimbos, carrinhos para transporte de autos, prateleiras para arquivamento de pastas, computadores e sistemas informatizados de apoio, entre outros recursos. Trata-se de um modelo de elevado custo financeiro e ambiental. Conforme destaca artigo de MOREY (2009), o nível de modernidade do atual P.M.T. é baixo e não uniforme; os sistemas de administração e controle de tramitação de processos judiciais foram desenvolvidos de maneira isolada e diversa em cada um dos órgãos do Judiciário; a utilização de recursos de informática está aquém de seu potencial; e os índices médios de eficiência obtidos com os métodos de trabalho atualmente vigentes na Justiça Federal, Trabalhista, 36 etc, demonstram que o volume da prestação jurisdicional cresce a uma taxa proporcionalmente inferior a dos recursos aplicados. A implantação do processo judicial eletrônico prevista nessa Lei, conjugada com a implantação dos novos sistemas informatizados, possibilitará uma radical mudança do P.M.T. vigente, tanto em termos operacionais quanto ambientais. Em termos operacionais, corresponde a significativas mudanças no escopo do trabalho dos servidores, nas rotinas das unidades judiciárias e suas estruturas organizacionais, na maior celeridade na prestação jurisdicional. E em termos ambientais, a substituição dos processos físicos e os sistemas operacionais manuais e impressos por processos eletrônicos, implica significativa redução dos impactos ambientais decorrentes da excessiva demanda de materiais, equipamentos, energia e instalações (especialmente o papel) além da redução no fluxo diário de milhares de pessoas nos corredores da Justiça, com a conseqüente redução no uso de energia, água, transporte, combustível, etc. Segundo a avaliação de MOREY (2009), a revisão dos métodos de trabalho no âmbito geral do Poder Judiciário, além dos desafios tecnológicos, esbarra também em contornar as barreiras culturais estabelecidas nas rotinas de trabalho, aprendidas e consolidadas por décadas de prática. Todavia, o sistema de Processo Judicial Eletrônico, já está sendo usado a mais de um ano no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, contabilizando mais de 30 mil novos processos totalmente virtuais. E tem previsão de ser implantado em todas as instâncias da Justiça do Trabalho, além do Tribunal Regional Federal da 5ª Região e mais 13 tribunais de Justiça nos estados, com a coordenação do CNJ. (CSJT, 2011). 37 CAPÌTULO IV GESTÃO AMBIENTAL NO TRT DA 1ª REGIÃO 4.1 Caracterização do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região A Justiça do Trabalho é órgão do Poder Judiciário cuja atividade-fim é julgar em primeira e segunda instância os conflitos das relações de trabalho, sendo em primeira instância no âmbito das Varas de Trabalho e na 2ª instância, através do Tribunal Pleno, as Seções e as Turmas. No território nacional existem 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), com características distintas entre si, distribuídos em quase todos os estados da federação e cuja área de jurisdição corresponde, de forma geral, aos limites de cada um destes estados. Compondo os tribunais existem atualmente 1.377 Varas do Trabalho, que estendem sua jurisdição a 5.565 municípios do país. São 3.601 cargos de Juízes e 39.111 de servidores. Os TRTs estão vinculados ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que é a maior instância da jurisdição trabalhista. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), também criado pela EC nº45/04, atua como órgão de supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus. (CSJT, 2011). O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), criado em 1946, é o mais antigo do país - tem área de jurisdição em todo o Estado do Rio de Janeiro e 133 Varas do Trabalho, distribuídas em comarcas dos municípios do estado e em sua sede, situada no município do Rio de Janeiro. Nesta última, existem atualmente 84 Varas de 1ª instância, os Gabinetes, Turmas e Seções da 2ª instância, além dos setores administrativos, a Presidência e Vice-Presidência do TRT, que dão sustentação à atividade-fim do órgão. A cada dois anos, é definida uma nova Presidência para o Tribunal, o que permite uma constante renovação em sua Administração, o aprimoramento de políticas e o estabelecimento de novas. 38 Pelos corredores e salas do TRT/RJ, transitam diariamente milhares de pessoas entre servidores, magistrados, jurisdicionados, funcionários terceirizados e prestadores de serviços. Segundo dados do CSJT, o TRT/RJ fechou o ano de 2010 com mais de 3.700 servidores; no mesmo período o custo total de sua administração correspondeu a R$ 78,26 por habitante do país – um aumento de cerca de 23% de 2008 a 2010 (CSJT,2011). Esses números já se prestam como indicadores da dimensão do papel estratégico do TRT/RJ no uso racional e sustentável da gama de recursos públicos e ambientais consumidos em suas atividades. 4.2 Processo de Implantação e sua Evolução A preocupação do TRT/RJ com a responsabilidade socioambiental e com o impacto ambiental de suas ações vem se manifestando desde o início da década passada, conforme dados colhidos através da pesquisa documental no portal institucional do TRT da 1ª Região. A primeira iniciativa de gestão ambiental formalmente introduzida pela administração do TRT/RJ quando o Ato nº 2612/2003 instituiu uma Comissão destinada à elaborar estudos para implementação do projeto de coleta seletiva de lixo, denominado “TRT SELETIVO”. O projeto foi posto em prática em março de 2005, quando oficialmente começou sua implantação no prédio das Varas do Trabalho do Rio de Janeiro (e hoje ainda se encontra em vias de finalização, abrangendo 84% das Varas localizadas nos 04 prédios do TRT/RJ situados na capital, além de algumas Varas das comarcas do interior, como Campos, Duque de Caxias, Macaé, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, São Gonçalo, São João de Meriti e Teresópolis). Na mesma época, o Ato nº 1267/2005 de junho de 2005 criou o Núcleo de Responsabilidade Social, incumbido de elaborar um Projeto de Responsabilidade Social, “de acordo com as possibilidades da instituição”, para a sistematização das ações sociais voluntárias já desenvolvidas pela instituição, como campanhas de 39 doação de sangue, de coleta de alimentos, agasalhos, brinquedos, etc. A seguir, em agosto de 2005, o Ato nº 1755/2005 criou o Núcleo de Gestão Ambiental do TRT da 1ª Região (NUGAM), fundamentado no cumprimento da Política Nacional para a preservação do meio ambiente, com a função de coordenar o “PROGRAMA TRT AMBIENTAL”, na administração dos projetos já iniciados e no desenvolvimento de projetos de combate ao desperdício, minimização de impactos ambientais, destinação adequada dos resíduos gerados e ações de mobilização e sensibilização para estas questões. Nos anos de 2005 e 2006, sob a gerência destes dois núcleos (que em 2007, dariam lugar à Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental) foram realizadas diversas ações de sensibilização voltadas principalmente para o programa de coleta seletiva implementado - verificou-se, no período, 15 eventos relacionados ao tema, dentre oficinas, exposições e feiras de trabalhos feitos com materiais recicláveis, palestras para os funcionários da limpeza, visitas e reuniões com os gestores das Varas, distribuição de folhetos explicativos sobre reciclagem, etc. Trata-se de um número significativo, considerando que representa cerca de 47% de todas as ações de sensibilização desenvolvidas entre 2005 a 2010, o que denota o papel de destaque que a gestão do TRT deu ao programa, à época. Em 2006, outra medida demonstrou a atenção do TRT/RJ em reduzir o consumo de energia elétrica, quando o Ato nº 2852/2006 estabeleceu horário para desligamento dos aparelhos de ar condicionado, das luzes internas e externas e dos elevadores a partir das 17h30min. Mas foi a partir de 2007 que efetivamente se verificou um incremento do programa e das ações ambientais introduzidas no TRT/RJ. Muito foi abordado acima, sobre o papel-chave que a criação do CNJ trouxe em termos de significativas alterações no âmbito da organização administrativa do Judiciário. Tais modificações também se fizeram sentir na administração do TRT/RJ, com conseqüentes desdobramentos na estrutura do programa ambiental recémimplementado. Nesse sentido, vale destacar o convênio que em 2005 o TRT/RJ celebrou com a Fundação Getulio Vargas (FGV), fundamentado na necessidade de modernizar sua gestão e de proceder à reforma de sua Estrutura 40 Organizacional (TRT-SAF-101/05), a fim de estabelecer um modelo integrado, capaz de proporcionar o fortalecimento e a eficiência das unidades de prestação jurisdicional através da gestão eficiente e eficaz das unidades administrativas de apoio. Em face da nova Estrutura Organizacional do TRT/RJ (aprovada com a Resolução Administrativa nº09/2006), e da edição da Recomendação 11/2007 do CNJ, orientando os Tribunais a criarem Comissões Ambientais para implementar uma política ambiental, o TRT/RJ procedeu a uma reconfiguração da unidade responsável pela gestão do programa ambiental. E em 26 de junho, através das Portarias nº 81/2007 e nº 80/2007, extinguiu o Núcleo de Responsabilidade Social e o Núcleo de Gestão Ambiental, e criou a Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT da 1ª Região (CPRS), definindo a responsabilidade socioambiental como um de seus focos estratégicos. Essa Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT da 1ª Região (CPRS) permanece até hoje como unidade responsável pelo planejamento, coordenação e supervisão da pauta socioambiental do TRT/RJ (embora tenha tido sua composição inicial posteriormente ampliada, agora integrada por 05 servidores, 01 juiz de 1º grau e 02 desembargadores). Logo em seguida à criação da CPRS, o TRT/RJ instituiu a Comissão Permanente para a Coleta Seletiva Solidária (Portaria 114 de agosto de 2007), como uma unidade especialmente encarregada de organizar e supervisionar a coleta seletiva de lixo na sede do TRT/RJ e de implantar e supervisionar este processo nas Varas fora da capital. A criação desta nova unidade (atrelada à CPRS) foi fundamentada na necessidade do Tribunal se adequar aos termos do Decreto Federal nº 5.940/06, que por sua vez determinou aos órgãos da administração pública que implantassem a coleta seletiva de lixo e sua destinação a associações e cooperativas de catadores de material reciclável (vale ressaltar, todavia, que o Tribunal reviu seu entendimento em 2008, considerando não haver submissão do poder judiciário a esse Decreto Federal). 41 O conjunto de procedimentos ambientais elencados pela Recomendação nº11/2007 do CNJ, somados aos demais normativos que se seguiram a este, e às diretrizes do Programa A3P do Ministério do Meio Ambiente (com o qual o TRT/RJ formalizou um termo de adesão) se refletiu numa multiplicação de ações neste órgão a partir de então. A impressão em frente e verso dos documentos confeccionados nas atividades do TRT/RJ foi oficialmente recomendada pela Portaria nº 151/2007, que também determinou que as novas impressoras adquiridas pelo Tribunal tivessem a opção dessa função. No mesmo ano o TRT/RJ também autorizou o uso do papel reciclado. Em 2008, foi criada a Comissão de Combate ao Desperdício do TRT/RJ (Ato nº 55/2008) e integrada por representantes de diversas Secretarias do Tribunal, com a atribuição de identificar as atividades e procedimentos, nas diversas unidades do órgão, em que o consumo de recursos pudesse ser otimizado, determinando que fosse efetuada uma análise do consumo de energia, água, despesas com telefone, etc. (num esforço similar àquele realizado em 2006) Após a Resolução nº70/2009 do CNJ, que instituiu o Plano Estratégico Nacional do Poder Judiciário, o TRT/RJ elaborou e aprovou seu Planejamento Estratégico (Resolução Administrativa nº20/2009) como principal orientação em vigor para gestão do período de 2010-2014. Neste, o tema “responsabilidade socioambiental” figura como um dos valores da instituição e um de seus objetivos estratégicos, para o qual foram definidas 02 metas: a) no âmbito dos projetos sociais, aumentar em 20% o número de pessoas diretamente beneficiadas; e b) no âmbito das práticas de gestão sustentável, acrescentar mais 05 às práticas já implementadas. Neste sentido cumpre ressaltar que a Meta fixada não define de forma específica que procedimentos ambientais devem ser priorizados, nem os critérios a serem adotados para definição dos mesmos, sendo desta forma bastante abstrato. Embora tenha se perdido a oportunidade de consolidar princípios de gestão ambiental de melhoria contínua das ações já implantadas, tal fato não 42 diminui a importância do destaque dado ao tema ambiental com o objetivo estratégico consignado, que deve ser alcançado por todo o corpo da instituição. 4.3 Panorama das ações e projetos da Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT da 1º Região A Comissão de Responsabilidade Socioambiental do TRT/RJ possui uma página no atual Portal institucional do TRT da 1ª Região, na qual divulga o conteúdo de seu programa e os eventos desenvolvidos, disponibiliza links de questões relacionadas ao meio ambiente, envia informes para a Intranet e para os emails corporativos das unidades de trabalho (Varas, Secretarias, etc). Atualmente, o Programa Ambiental do TRT/RJ contabiliza uma significativa agenda de projetos, atividades e eventos, que serão divididos, para fins deste estudo, sob os seguintes prismas: as ações de integração socioambiental, as ações de responsabilidade social, as ações propriamente ambientais e as ações de sensibilização. A) As Ações de Integração Socioambiental , conforme define a CPRS, visam a humanização, a convivência e a integração no ambiente do trabalho, na concepção de que, quando bem aceitos pelos público alvo a que se destinam, estes eventos contribuem para um conceito favorável com relação ao local de trabalho. Sob esta interpretação identificou-se as seguintes ações principais: - “Servidores em Cena” – iniciativa de alguns servidores que desenvolvem e realizam eventos artísticos. - Biblioteca Livre – projeto recente, consiste em estantes disponibilizadas no hall dos prédios do TRT, onde o servidor pode deixar ou pegar um livro; - o “Projeto Movimente-se” – iniciativa em parceria com a Divisão de Saúde que estimula a prática de pausas e alongamentos durante o expediente, preferencialmente com exercícios feitos com o grupo da unidade de trabalho - o “Clube da Corrida” 43 - o “Coral do TRT”, oficialmente instituído pelo Ato nº 21/2011 do TRT/RJ, e - a “Arte no Fórum” - com apresentação de espetáculos culturais, ao meio dia, no hall dos prédios do TRT; e a exibição semanal de vídeos com temas que proporcionem distração ou novos conhecimentos (na hora do almoço, no refeitório existente em um dos prédios do TRT). Estas atividades, principalmente a última (“Arte no Fórum”) são as que contabilizam a maior parte do total dos eventos e atividades atualmente desenvolvidos e divulgados pela CPRS. Verificando a Agenda de Eventos disponibilizada no site, 11 dos 13 eventos divulgados para setembro/2011, por exemplo, corresponderam a atividades culturais, festivas e esportivas (além da campanha de doação do dia das crianças), constatando-se proporção semelhante nos meses anteriores do ano em curso. B) As Ações de Responsabilidade Social, são aquelas mais voltadas para a promoção da cidadania e justiça social. Nestas se enquadram muitos projetos implantados pelo TRT/RJ, como podem se citar: campanhas de doação ao público externo (agasalhos, brinquedos, etc); o Projeto Cidadania e Justiça (que visa a aproximação da Justiça do Trabalho com as comunidades de seu entorno, se concretizando, por exemplo, em visitas guiadas de alunos da rede pública, etc). C) Ações Ambientais - com relação às ações ambientais propriamente ditas, a análise dos itens elencados abaixo, evidencia que o TRT/RJ vem buscando se adequar e atender aos procedimentos recomendados e/ou estabelecidos pelo programa A3P e pelos normativos editados pelo Judiciário. Relevante destacar que, através da pesquisa documental, constatou-se a falta de indicadores de desempenho ambiental como instrumentos de avaliação periódica da eficácia das ações implantadas, o que dificulta o processo de melhoria contínua dos procedimentos adotados. - A coleta seletiva de lixo - Segundo dados disponibilizados no site do TRT/RJ, cerca de 85,55% da massa total dos resíduos gerados nas salas e corredores do TRT/RJ é reciclável, além de uma média diária de 40kg de papelão 44 e 100kg de jornais (conforme estudos desenvolvidos durante o processo de implantação da coleta seletiva, em parceria com a Comlurb) Esse volume coletado é armazenado e recolhido por Cooperativas de Catadores, que após o processo de separação, vende o material a empresas de reciclagem. O método para processo de coleta implantado nas unidades de trabalho do TRT dá destaque ao descarte de papel (material mais utilizado pelas rotinas de trabalho) disponibilizando lixeiras azuis de 13 litros para este fim em cada mesa de trabalho; além destas, cada sala dispõem de um recipiente cinza para lixo nãoreciclável e outro amarelo (ambos com 25 litros) para o descarte de todos os demais materiais recicláveis (compreendendo vidro, plástico e metal). Buscando dados que atestem a eficácia do processo de coleta seletiva implantado ao longo destes anos, não se encontrou disponíveis gráficos ou registros estatísticos sobre os volumes físicos coletados, ou monitoramentos por amostragem, que sirvam como indicadores para avaliar a participação dos servidores e do público na coleta seletiva. Também não se verificou informações disponibilizadas sobre que associações de catadores são beneficiadas, ou qual a destinação final do material reciclável oriundo do TRT (ou os diferentes destinos, considerando a variedade da composição recolhida), o que seria um dado interessante de ser divulgado como uma forma de sensibilizar os servidores e/ou o público que acessa o site, despertar maior interesse sobre o tema. - Coleta de eletrônicos – desenvolvida até recentemente através de campanhas eventuais, esta atividade se tornou permanente há poucos meses e permite que computadores, televisores, impressoras, videocassetes, monitores, celulares, resíduos eletrônicos, etc, sejam descartados diretamente nos prédios do Tribunal (e em algumas Varas do Interior onde foi implantado), e posteriormente destinado à ONG Comitê para Democratização da Informática (CDI), que trabalha com projetos de inclusão social. Relevante destacar que na análise dos questionários, esta foi uma das ações ambientais que mais se destacou em termos de participação. 45 Outra ação implantada com finalidade semelhante resultou de um convênio firmado entre o TRT/RJ com as empresas Lexmark, Oki, Data e Xerox, fornecedoras de tonners, cilindros e outros elementos fotocondutores utilizados nas impressoras do Tribunal, permitindo que estes materiais sejam destinados a processos de reciclagem, evitando que seu descarte no lixo comum provoque contaminação ambiental em função de seus compostos químicos. - Redução do consumo de materiais e utensílios descartáveis - uma das iniciativas mais destacadas neste sentido foi a distribuição, no início de 2010, de 4300 canecas de louça para os servidores do Tribunal, com o logotipo “TRT Ambiental”, resultado de estudos da Comissão da Coleta Seletiva instituída em 2007, com o objetivo de incentivar o público interno a substituir o uso (e evitar o descarte) dos copos descartáveis de plástico. - A racionalização do consumo de energia e outros insumos - essa questão vem sendo objeto de estudos e atenção do TRT/RJ há bastante tempo, tanto por seu custo ambiental quanto financeiro resultando em diversas medidas adotadas. Podem ser citados neste sentido os Atos nº2852/06 e 55/08 (que determinaram horário para desligamento das luzes e aparelhos de ar condicionado, e o monitoramento do consumo de água, telefone. A Meta 6 de 2010 do CNJ, conforme abordado, recomendou uma redução de menos 2% em relação a 2009 no consumo per capita desses insumos, com resultados positivos no que tange ao Judiciário Trabalhista como um todo. Segundo dados do TRT/RJ, as medidas tomadas em 2009 alterando os dias e horários das audiências, implicaram em comprovada minimização dos impactos decorrentes de excesso de público nas edificações; e a redução no consumo de energia, uma economia em torno de R$ 140 mil mensais (embora o dado disponível no site não faça menção a que período). - Utilização da impressão frente e verso – verificou-se que as impressoras utilizadas pelo TRT/RJ possuem a opção de impressão frente e verso - de acordo com dados do Tribunal, de dezembro de 2007 a março de 2010 foram adquiridas 1.066 impressoras com essa função. Todavia o procedimento não é de caráter obrigatório, mas apenas recomendado pelo CNJ e o TRT desde 2007, 46 sendo portanto dependente de ações de sensibilização que visem sua adoção como prática rotineira na instituição. - O uso de papel reciclado na confecção de documentos e impressos nas rotinas de trabalho do Tribunal está em conformidade com as orientações do CNJ e do programa A3P. Dados do TRT demonstram o equilíbrio atual de seu uso com ao papel branco clorado, conforme apresentado na Figura 1: Figura 1 – Consumo de papel no TRT/RJ durante o período de 2006 a 2010. - Uso racional de papel - Após a criação do Portal Institucional do TRT/RJ e a implantação do sistema “SAPweb” (sistema informatizado integrado do TRT/RJ) muitos expedientes que eram realizados nas rotinas de trabalho foram suprimidos (como por exemplo, o armazenamento de cópias de ofícios, atas de audiência, etc.) ou substituídos pelo sistema informatizado (como o atual sistema de penhora on line de contas bancárias, que é solicitado virtualmente, sem necessidade de envio de ofício), o que reduziu bastante o consumo de papel. Em contrapartida, verificou-se através dos dados de uma pesquisa realizada pela Comissão Socioambiental em 2009 junto às Varas de Trabalho do TRT/RJ, o registro de uma queixa geral dos servidores com relação ao desperdício de papel que o Sistema SAPweb ocasiona na confecção de certos expedientes 47 processuais, fato que denota imperfeições no sistema informatizado que se contrapõe ao conceito de ecoeficiência. Esses problemas, todavia, tem previsão de serem solucionados com a reformulação do Portal Institucional prevista no Plano Estratégico do TRT/RJ. De outro lado, entretanto, verificou-se que o Sistema informatizado vem permitindo que alguns outros procedimentos administrativos internos e de comunicação entre órgãos do Judiciário, estejam sendo efetuados por via eletrônica em substituição ao papel, dentre os quais cita-se: . O contracheque eletrônico há mais de 02 anos vem substituindo a via em papel. A antiga distribuição dos contracheques impressos era de alto custo em termos de papel, impressão, energia elétrica e horas de trabalho de funcionários terceirizados – no período de um ano, conforme dados do TRT/RJ, o volume de impressões era de cerca de noventa mil folhas, incluídos os expedientes de controles de entrega. . O Malote Digital foi instituído pelo Ato Conjunto CSJT/TST Nº 05/09, como uma ferramenta de comunicação interna oficial entre as unidades da justiça Trabalhista, reduzindo o tempo e o papel gasto na confecção de guias de remessa, além do gasto com transporte, postagem, etc. Segundo dados do TRT/RJ esse instrumento vem sendo extremamente utilizado pelo órgão: no primeiro semestre deste ano, o TRT/RJ emitiu cerca de quarenta mil malotes digitais a outros órgãos e instâncias da Justiça (o que corresponde a 18,5% do total dos documentos confeccionados) economia em gastos com e papel. . O uso de mensagens eletrônicas, conforme dados do TRT/RJ, vem sendo gradativamente colocado à disposição de todos os servidores como mecanismo de comunicação nas rotinas de trabalho, gerando maior dinamismo e menor consumo de papel. - Previsão do Processo Judicial Eletrônico (PJe) - Até o momento, o acesso ao acompanhamento das fases processuais pela Internet permite que os jurisdicionados não necessitem pessoalmente ir às unidades judiciárias para o acompanhamento dos processos, embora não dispense o uso dos instrumentos 48 oficiais de comunicação e expedientes que continuam vigentes nos trâmites processuais legais, o que só seria possível com o Processo Judicial Eletrônico. A informatização plena da Justiça do Trabalho é um projeto que envolve a integração tecnológica de todos os órgãos que compõem a Justiça do Trabalho, em todas as 1.377 varas e nos 24 tribunais. Atualmente em fase de estudos para sua finalização, o PJe está previsto no Plano Estratégico 2011-2014 do TRT/RJ, é uma das prioridades anunciadas pela atual gestão do CSJT, e tem previsão de ser desenvolvido por todas as instâncias da Justiça do Trabalho, com a coordenação do CNJ. (CSJT, 2011) Quando for implantado o Processo Judicial Eletrônico permitirá a tramitação eletrônica de todos os tipos de ações judiciais, estimando-se que produzirá, como já abordado, além de maior celeridade na tramitação dos processos, grandes alterações em termos das rotinas humanas de trabalho e significativa redução no consumo de papel e todos os demais materiais e insumos necessários para a confecção e andamento dos processos físicos. - A aquisição de materiais e equipamentos sustentáveis - em parceria com a Divisão de Material do TRT/RJ, a CPRS procura orientar as solicitações e compra de materiais necessários às rotinas de trabalho levando em conta critérios de sustentabilidade, como o plástico biodegradável e o papel reciclado, por exemplo. contratos das licitações que selecionem fornecedores que possuam produtos ou serviços com os princípios básico da sustentabilidade. - Obras e reformas com padrões de sustentabilidade – a Divisão de Obras do Tribunal elaborou uma relação de procedimentos e soluções a serem adotadas nas construções e reformas das instalações e ambientes do TRT/RJ, visando a redução dos impactos ambientais e adoção de padrões e materiais sustentáveis. No prédio sede do TRT/RJ, situado na capital, essa preocupação está exemplificada, por exemplo, no revestimento em painel termo-acústico nas salas de máquina de ar condicionado e nas torneiras com “temporizador” nos banheiros públicos e dos funcionários, além de medidas no sentido da acessibilidade para as pessoas com necessidades especiais. Em algumas Varas 49 situadas nas Comarcas do interior, como a de Campos, Cabo Frio e Macaé também se encontram ações neste sentido. Em Macaé, por exemplo, o edifício conta com uso de águas pluviais para descarga; espelho d’agua e jardim; poço para captação de águas subterrâneas; elementos como “brise-soleil” nas fachadas mais agredidas pelo calor para melhorar o conforto térmico; telhas metálicas termo-acústicas de cor clara com miolo de espuma de poliuretano isolante para reduzir a incidência de calor para dentro do ambiente; fossas sépticas para tratamento primário de águas servidas e dejetos. - Abastecimento dos veículos – não se encontrou dados na página da CPRS sobre este quesito, não se podendo aferir se os carros utilizados pelo TRT possuem ou não tecnologia de bicombustíveis. Também não se verificou qualquer informação quanto a uma previsão futura de aquisição ou substituição da frota por veículos abastecidos a álcool, por exemplo. D) Ações de Sensibilização e Educação Ambiental são realizadas para estimular a participação dos servidores nas ações desenvolvidas. As ações de sensibilização e educação ambiental compreendem a utilização de uma gama de ferramentas, tais como palestras, seminários, cursos, anúncios no sistema interno de som, envio de cartilha para os correios eletrônicos dos servidores, entre outras. Através da Agenda de Eventos e ações do programa, disponibilizada na página virtual da CPRS, verificou-se a existência de poucos eventos de sensibilização presenciais voltados aos programas ambientais já implantados, como palestras, workshops, concursos, feiras, etc. Como abordado acima, a maior parte dos eventos da Agenda no ano em curso foram voltados para ações culturais (apresentações de música, coral, etc.) ou sociais (campanhas de doação, por exemplo); e com exceção aos anos de 2005/2006, nos quais foram realizadas muitas ações de sensibilização em face da coleta seletiva introduzida, essas atividades ficaram bem espaçadas a partir de então. Também não se verificou cursos de capacitação na área ambiental ministrados pela Instituição – em 2010, o único curso oferecido neste campo de 50 conhecimento, Direito Ambiental, não se realizou por falta de quórum, o que denota que também são necessárias iniciativas de estímulo e sensibilização para que os gestores e servidores despertem seu interesse em adquirir e incentivar a aquisição desse tipo de conhecimento. A recente Recomendação nº 11/2011 do CSJT determinou a inclusão do tema Responsabilidade socioambiental nos programas de capacitação de magistrados e de servidores de modo a se inserir em todas as atividades do Tribunal, inclusive para fins de percepção da gratificação pecuniária de Adicional de Qualificação. As diretrizes recomendadas neste normativo deverão influir na gestão do programa socioambiental do TRT/RJ em termos do conteúdo e da freqüência das ações e eventos de Educação Ambiental desenvolvidos, sendo desejável e necessário que esta ocupe um lugar de destaque nas diretrizes do Programa Ambiental. 4.4 Análise dos Questionários Com o intuito de se identificar o reflexo da agenda socioambiental desenvolvida pelo TRT/RJ nos servidores da instituição, seu grau de participação e comprometimento com a mesma, e o nível de conhecimento e interesse pelos temas socioambientais enfocados nas diferentes atividades, ações e eventos do Tribunal, foram distribuídos 100 questionários, distribuídos a servidores lotados em doze Varas do Trabalho o município do Rio de Janeiro situadas em 02 prédios do total dos 04 existentes na capital), em 01 Vara do Interior (Niterói) e em 03 Secretarias Administrativas do edifício sede do TRT/RJ. Nos questionários aplicados não foram colhidos nomes, a fim de assegurar maior liberdade para quaisquer comentários. As questões formuladas procuraram abordar o maior número de ações e eventos desenvolvidos pela Comissão Socioambiental do TRT. Algumas questões descritivas visaram extrair a opinião, 51 avaliação ou outros comentários do servidor sobre as ações do programa, sua forma de condução e de divulgação. Também foram formuladas algumas perguntas sobre as experiências pessoais do servidor relativas a seu relacionamento com o meio ambiente. O percentual da amostra correspondeu a cerca de 2% do universo total de funcionários do TRT/RJ. A metodologia desta distribuição teve o objetivo de pulverizar da melhor forma possível a amostra utilizada para coleta de dados, objetivando: a) abranger desde os servidores lotados em unidades de trabalho mais antigas (e que por isto tem uma rotina de trabalho mais sobrecarregada) até nas mais novas, (com um volume mais moderado de atividades); b) extrair informações em dois edifícios diferentes, com características de instalações físicas e logísticas distintas, considerando que poderiam influir sobre as respostas dadas; c) procurar atingir desde os servidores mais antigos até os mais jovens, considerando que as possíveis diferenças culturais e de mentalidades também poderiam influir nas respostas colhidas. Considerando que o processo de gestão ambiental no TRT/RJ contabiliza menos de 10 anos - oficialmente foi iniciado em 2003 - os resultados da composição da amostra demonstraram um equilíbrio entre os servidores com mais de 05 anos de tempo de trabalho (que portanto presenciaram o processo em seu começo) e os servidores que tomaram posse mais recentemente. Os servidores com menos de 01 de trabalho, corresponderam a 9% desta amostra. - COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA CONSIDERANDO O TEMPO DE TRABALHO: • 53% de servidores com até 05 anos de trabalho no Tribunal • 47% com mais de 05 anos. 52 - FOCOS DE ANÁLISE SOBRE OS SERVIDORES: • Conhecimento do programa • Interesse pelo programa • Participação no programa; - FOCOS DE ANÁLISE SOBRE A GESTÃO DO PROGRAMA: • Divulgação; • Conteúdo; • Dinâmica e ações de sensibilização. O Quadro 2 apresenta os resultados obtidos com os questionários: Quadro 2 – Análise dos questionários aplicados aos funcionários do TRT/RJ. ITEM TEMA RESULTAD OS 1 2 3 4 5 6 Conhecimento do Programa ambiental no Tribunal Conhecimento sobre política ambiental coordenada pelo CNJ Conhecimento razoável da agenda desenvolvida pelo Programa Acesso habitual à página virtual da Comissão Ambiental Acesso esporádico Interesse sobre os links ambientais existentes na página virtual (%) 80,30% 60,00% 18,50% 01,30% 37,20% 25,60% 7 Comunicação direta com a Comissão 06,40% 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Meio de divulgação do Programa mais utilizado e avaliado como o mais eficiente: Mensagens em destaque na página principal do Portal do Tribunal Avaliação sobre a capacitação pessoal na coleta seletiva Logística da coleta seletiva nas unidades (se está completa) Participação efetiva na coleta seletiva Conhecimento sobre os reflexos da coleta seletiva do Tribunal (informação sobre volume coletado e destinação final do lixo) Interesse por informações sobre a destinação do material coletado Avaliação pessoal sobre o envolvimento da unidade de trabalho na coleta seletiva Avaliação sobre a falta de envolvimento da equipe na coleta Avaliação sobre o uso pela equipe da impressão frente e verso Avaliação sobre a não-adesão da equipe à impressão frente/verso Não-adesão pessoal ao uso da impressão frente e verso Participação efetiva no uso da impressão frente e verso Justificativa pessoal para não-adesão à impressão frente e verso porque a prática não é uma diretriz adotada pela equipe porque requer procedimentos de ajuste na impressora porque dificulta ler 30,80% 61,50% 88,20% 56,40% 03,80% 32,00% 32,10% 29,50% 35,90% 29,50% 61,50% 38,50% 21,00% 18,00% 12,00% 53 21 22 23 24 25 26 27 O papel reciclado deve substituir o papel branco Justificativa para a não adoção integral do uso do papel reciclado problemas na qualidade do papel problemas em decorrência de ser pouco legível nas impressões o fato de ser caro 64,00% Avaliação da conscientização pessoal sobre uso racional de papel nas impressões Avaliação do alto grau de desperdício de papel nas impressões Avaliação da eficácia do objetivo da distribuição das canecas de louça sobre a redução do uso de copos descartáveis Participação efetiva na adesão ao uso das canecas de louça 32,00% 41,00% Justificativa pessoal para não usar a caneca de louça ₋ uso do próprio recipiente ₋ não é higiênico (*) ₋ não é prático 72,00% 16,80% 11,20% 33,30% 38,00% 19,00% 21,00% 13,00% (*) a resposta deve ser ponderada pelo fato de que, parte da amostra trabalha em um prédio, onde nas unidades de trabalho não há copa, não sendo possível lavar as canecas a não ser no sanitário. 28 Forma utilizada pela unidade de trabalho para o consumo de água através da compra de garrafas e/ou galão de água 29 Avaliação pessoal sobre os projetos ambientais que precisam de ação de sensibilização Desperdício de papel 24,00% Coleta seletiva 23,00% Impressão frente e verso 22,00% Uso de papel reciclado 15,00% 30 Participação em eventos e ações Campanhas de doação Projeto “Movimente-se” Descarte de materiais eletrônicos Biblioteca livre Exposições, palestras, coral, “servidores em cena”, clube da corrida (*) Dia do meio ambiente 77,00% 44,44% 24,00% 13,00% 04,40% 11,11% - (*)total de 11,11% nestas atividades, sendo 2,2% em cada 31 Pontos do programa que devem ser aprimorados Meios de divulgação Freqüência da divulgação Forma de divulgação Conteúdo das atividades e forma com que são tratadas Freqüência das atividades Foco das atividades Interação da Comissão com a instituição 24,60% 21,00% 13,00% 10,90% 14,50% 03,70% 15,90% 54 32 Eventos com menor índice de divulgação Exposições Palestras Recitais Dia do meio ambiente “Servidores em cena” Biblioteca livre Corrida Descarte de eletrônicos Coral Projeto “Movimente-se” Campanhas de doação 15,34% 13,95% 11,16% 09,76% 09,76% 09,30% 08,37% 07,90% 06,97% 04,18% 03,20% 33 Conhecimento sobre vídeos exibidos no prédio da Lavradio Não tem conhecimento da ação Nunca assistiu o evento 31,00% 92,00% 34 Opinião pessoal sobre temas que devem ser abordados na programação de vídeos exibidos na hora do almoço Meio ambiente 43,47% Reciclagem 21,74% Sociais e atualidades 21,74% Educativos 08,70% Saúde 04,35% 35 36 37 38 Interesse em que sejam ministrados cursos Ambientais no Tribunal Avaliação de que os cursos relacionados ao tema Meio ambiente devem ser obrigatórios Avaliação de que os cursos relativos a meio ambiente devem fazer parte dos cursos internos do Tribunal Avaliação de que os cursos relativos a meio ambiente devem ser ministrados em módulos específicos 52,00% 21,10% 43,13% 11,76% Interpretando estes resultados, inicialmente cumpre ressaltar que a inexistência de dados obtidos em questionários ou entrevistas anteriores impossibilita a confrontação com a situação atual verificada no que diz respeito ao alcance e efetividade das ações do programa socioambiental desenvolvido pelo TRT/RJ em face dos servidores. Da mesma forma, o fato de não existirem avaliações periódicas do TRT/RJ embasadas em metas e indicadores préestabelecidos inviabiliza a comparação com os resultados ora obtidos. As respostas dos entrevistados sobre suas práticas e experiências pessoais voltadas à proteção ao meio ambiente revelaram um grau satisfatório de conscientização e interesse sobre a questão ambiental. 55 Sob o ponto de vista do Programa do TRT/RJ, embora os entrevistados tenham manifestado ter conhecimento sobre a política ambiental do CNJ e a existência de uma gestão socioambiental do Tribunal somente 18,5% confirmaram ter um conhecimento razoável sobre a Agenda desenvolvida pelo Programa Ambiental. O acesso à página virtual da Comissão, veículo que contém todo o conteúdo do programa, seus projetos, ações e eventos do mês apresentou um nível muito baixo - 1,3%. Embora as respostas tenham demonstrado um relativo interesse sobre os links ambientais existentes na página virtual (25,6 %), tal número pode não ser tão expressivo levando em conta que o acesso habitual, como já citado é muito pequeno: 1,3%. Com relação à participação dos servidores nas ações ambientais implantadas, e que dependem da adesão e engajamento dos mesmos, a coleta seletiva teve 56,4%, merecendo destaque o fato de que 3,8% responderam ter pouco conhecimento sobre dados da coleta (como volume, destinação final) e 32% disseram que gostariam de ter mais informações neste sentido. Também no que tange ao uso do papel reciclado, 64% responderam que eram favoráveis que fosse totalmente adotado no lugar do papel branco, o que é bem significativo. A participação confirmada no uso da impressão frente e verso foi pequena – 38,5%; também foi pequena a parcela que respondeu aderir ao uso da caneca de louça como forma de diminuir o consumo e o descarte de copos descartáveis, embora neste ponto a resposta tenha sido ponderada pelos que afirmaram que usavam seu próprio recipiente para beber água (19%), o que eleva o percentual que reduziu o consumo de copos descartáveis de plástico em 54,5%; os que não usam o utensílio distribuído pela CPRS justificaram que não acham prático e /ou higiênico, resposta que também deve ser ponderada em função das instalações físicas dos prédios onde trabalham os servidores entrevistados (que não conta com copa nem armário dentro da unidade de trabalho, razão pela qual teriam de usar os sanitários para lavar a referida caneca). Com relação ao uso consciente de papel nas rotinas de trabalho e nas impressões, o nível das respostas também foi muito baixo - apenas 32%. Este dado foi confirmado quando se inquiriu sobre 56 as ações ambientais que mais precisavam de ações de sensibilização – 24%, seguido da coleta seletiva e do uso da impressão frente e verso (23 e 22%, respectivamente) e do uso do papel reciclado. Entre os eventos promovidos pelo programa os dados revelaram que os que tiveram maior participação foram as campanhas de doação (44,44%). Em seguida, com 24% e 13%, confirmou-se com maior quórum o projeto “movimentese” (que é uma prática de exercícios divulgada, com muitos cartazes nas unidades, etc) e a campanha de descarte de eletrônicos. Nos demais, a participação variou entre 2% e 24%. Da mesma forma, poucos assistem aos vídeos exibidos (92% dos servidores nunca assistiu, dentre estes, inclusive os que almoçam no refeitório onde ocorre a exibição, o que também é muito significativo). Neste aspecto foi recorrente a sugestão dos servidores, em seus comentários no questionário, de que os temas dos vídeos devem enfocar temas ambientais, sobre lixo reciclável, etc. Talvez por isso a divulgação de ações é o aspecto mais recorrente nas sugestões para o aperfeiçoamento do programa: 58% citaram a forma, os meios e freqüência da divulgação dos eventos e ações; em seguida, o outro ponto mais citado foi uma maior interação da comissão com a instituição (15,9%). O veículo de comunicação que mais se mostrou eficiente e que os servidores elegeram como o melhor para saber acerca das notícias sobre as ações e eventos do programa consiste nas mensagens virtuais que aparecem na página principal do site institucional do TRT/RJ, que no caso corresponde ao instrumento mais rápido, já que o funcionário abre o site para realizar suas rotinas de trabalho. A pesquisa também demonstrou um grau de interesse positivo dos servidores para que o TRT/RJ ofereça Cursos Ambientais, especialmente de Direito ambiental e Gestão ambiental. Os servidores fizeram muitos comentários e sugestões sobre ações de sensibilização voltadas para ações ambientais implementadas, como a realização e palestras, concursos, workshops, constando todos estes resultados da lista de Anexos deste estudo. 57 Em face dos resultados apresentados, uma sugestão que se deixa aos gestores do Programa Socioambiental do TRT/RJ diz respeito ao estímulo à participação dos servidores na formulação da agenda anual de atividades do programa, considerando-se ser esta uma forma de dar consistência às ações e propiciar maior efetividade em termos de seus resultados. 58 CONCLUSÂO E CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento sustentável, mais que um conceito, compreende um processo de mudanças, onde o consumo de recursos, o rumo dos investimentos e a mudança institucional devem levar em conta os ecossistemas da natureza e as necessidades das gerações futuras. No atual cenário mundial, as organizações, quer públicas quer privadas, tem o dever e precisam ter a capacidade de atualizar seus modelos de gestão, adequando-os ao tripé da sustentabilidade – desenvolvimento econômico, justiça social e proteção ao meio ambiente. Através deste estudo foi possível compreender o processo relativamente recente de inserção no Poder Judiciário, de diretrizes e ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável e ao conceito a este agregado, de responsabilidade socioambiental, com vistas a um modelo de gestão ambiental. Os principios genéricos do modelo de gestão ambiental estruturado conforme a norma ISO 14001 (fundamentada no cumprimento da legislação, no controle da poluição e no ciclo de melhoria contínua) podem servir de inspiração como modelo de gestão a ser adotado pelo Poder Judiciário (inclusive podendo ser conjugado com a gestão de qualidade, em um sistema integrado), indo ao encontro das demandas atuais. E embora os tribunais do Poder Judiciário possuam diferenças estruturais e funcionais entre si, decorrentes de nossas dimensões territoriais e da complexidade que marca a conformação de nosso sistema judiciário, o traço comum de sua função jurisdicional pode também possibilitar que mecanismos de gestão ambiental sejam compartilhados No âmbito do TRT da 1ª Região, verificou-se que o CNJ trouxe ao Judiciário, como um todo, maior padronização administrativa e maior articulação em seu arranjo organizacional, contribuindo e possibilitando, desta forma, para uma maior sistematização dos processos de gestão ambiental. Foi demonstrado que antes da criação do CNJ, alguns projetos ambientais já estavam iniciados ou 59 em fase de elaboração no TRT/RJ, como a coleta seletiva de lixo; e que após a edição da Recomendação nº 11/07 do CNJ e dos normativos que se seguiram a este, houve um incremento das iniciativas, ações e projetos desenvolvidos, orientados aos termos recomendados por esses normativos, bem como às orientações do programa A3P do Ministério do Meio Ambiente, como a aquisição de bens e materiais sustentáveis, a redução no consumo de papel e de outros insumos, a humanização e valorização do meio ambiente do trabalho, a adoção de padrões sustentáveis de construção, etc. No que tange às ações e projetos com previsão futura, sem dúvida a implantação do processo judicial eletrônico deverá implicar significativa alteração no consumo de recursos públicos, humanos e ambientais na instituição. A inclusão do tema socioambiental no planejamento estratégico do TRT/RJ, e sua classificação como um dos objetivos estratégicos do TRT/RJ deverá se refletir em maior sistematização de projetos e sua articulação e desdobramento nos diversos setores que compõem esse órgão, além da introdução de indicadores que possam efetivamente monitorar os projetos e as ações socioambientais desenvolvidas. Espera-se que este processo venha aprimorar o Programa Ambiental no TRT/RJ dentro do espírito que modela os modernos modelos de gestão ambiental (planejar- executar- verificar-agir). Ademais, a recente Recomendação do CSJT, no sentido de que o tema sustentabilidade seja inserido nos cursos de capacitação dos servidores e para fins de percepção da gratificação pecuniária “adicional de qualificação”, deverá impulsionar as ações do TRT/RJ para que sejam oferecidos cursos ou módulos informativos ou de capacitação sobre questões relacionadas a meio ambiente. A pesquisa de campo realizada com a distribuição de questionários revelou um nível positivo de interesse dos servidores com relação à existência e desenvolvimento de ações e programas ambientais na instituição e quanto à importância da questão ambiental dentre as preocupações contemporâneas fundamentais. De outro lado, também demonstrou grau significativo de desconhecimento e de falta de participação dos servidores com relação a muitas 60 ações e eventos desenvolvidos pelo Programa Socioambiental do TRT/RJ, avaliando-se, pelas respostas obtidas, que tal fato decorre tanto dos meios/frequência da divulgação utilizados, quanto pela eficácia das ações de sensibilização do programa. Considerando que o êxito do Programa está fundamentalmente ligado à eficácia das ações de sensibilização, e que seu objetivo deve ser alcançado conjuntamente por todos os gestores, servidores e demais jurisdicionados, é recomendável que estas ações sejam incrementadas, diversificadas, atualizadas, integradas e avaliadas periodicamente, num processo de melhoria contínua, conforme recomendado pelos modernos sistemas de gestão ambiental. Trata-se de um processo com vistas, tanto a que os procedimentos ambientais já implantados não se percam com o tempo, quanto a ampliar a receptividade aos novos projetos e ações; que não apenas informe o que é adequado em termos de práticas socioambientais, mas que trabalhe para interiorizar este processo, levando o indivíduo a se interessar, participar, a interagir, a ter voz, a ser ouvido; um processo que aprofunde o conhecimento sobre os temas e as ações ambientais, inclusive sobre dados relativos à evolução das ações implantadas; um processo transformador através do qual as práticas ambientais recomendadas não sejam encaradas pelo servidor como mais uma que deve ser cumprida na rotina de trabalho, mas com a consciência de que seu papel faz a diferença não só para a instituição, mas para o planeta e suas gerações futuras. Em considerações finais sugere-se, como recomendável, que sejam efetuados outros estudos sobre este mesmo tema que utilizem métodos e técnicas mais aprofundadas de coleta e cruzamento de dados, ou ainda um estudo comparativo dos programas ambientais desenvolvidos nos diferentes Tribunais do Trabalho do país, considerando as especificidades e problemáticas comuns dessa Justiça Especializada. 61 REFERÊNCIAS ARAGÃO, C. V. Fatores agilizadores e restritivos à atuação da Justiça do Trabalho: um estudo exploratório. Revista de Administração Pública, 31(4):183215, jul/ago.1997. ARANTES, R. Judiciário: entre a Justiça e a Política. In: AVELAR, L.; Cintra, A. O. (Org.). Sistema político brasileiro: uma introdução. 2ªed. Rio de Janeiro: KonradAdenauer-Stiftung; São Paulo: Unesp, 2007. ARENDT, H. A Condição Humana, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997, 338.pp. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em http://www.abnt.org.br/. Acesso em 15/09/2011. BARATA, M. M. 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Processo Judicial Eletrônico – Lei 11.419/06 Alguns Possíveis Impactos Decorrentes de sua Adoção, Publicado no Documento Técnico 1 - FGV- TRT 2ª Região, 2009. NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, A. D. C.; MELLO, M. C. A. Gestão socioambiental estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2008. 63 NOGUEIRA, J. M. M.; PACHECO, R. S. A gestão do poder judiciário nos estudos de administração pública. In: III Congresso Consad de Gestão Pública, 2009, Brasília. Anais do III Congresso Consad de Gestão Pública. OLIVEIRA, L. G. L.; PONTES, D. S.; SILVA FILHO, J. C. L; NOGUEIRA, J. M. M. 2009. Mecanismos de Gestão Ambiental no Poder Judiciário: Estudo Exploratório do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. In: III Congresso Consad de Gestão Pública, 2009, Brasília. Anais do III Congresso Consad de Gestão Pública. PEREIRA FILHO, H. Responsabilidade social corporativa, gestão ambiental e a norma NBR ISO 14001:2004 no contexto da administração judiciária brasileira. 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Trata-se de uma pesquisa elaborada em função de curso de pós-graduação em gestão ambiental. Embora tenha finalidade acadêmica, os dados e conclusões obtidos com este questionário serão encaminhados ao Tribunal, com o intuito de auxiliar a instituição na tomada de decisões futuras. Dados pessoais: Há quantos anos você trabalha no TRT?________________ Está lotado em Vara? ______ Há quanto tempo?__________ O Programa de Responsabilidade Socioambiental do TRT é reflexo de compromissos que os órgãos e instituições públicas vêm assumindo em torno da sustentabilidade e da política nacional de meio ambiente. 1. Você tem conhecimento de que há um programa de ações socioambientais no TRT? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Um pouco ( ) 2 - Tem conhecimento de que o CNJ recomendou aos tribunais que adotem políticas públicas de gestão ambiental (R. 11/07) e traçou metas a serem alcançadas neste sentido (meta 6/2010)? a) Sim ( ) b) Não ( ) 3. Tem conhecimento da agenda ambiental desenvolvida nos demais Tribunais do Trabalho ou em outros? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Um pouco ( ) A Comissão de Responsabilidade Socioambiental (constituída para elaborar e executar este programa) divulga o conteúdo de sua agenda de trabalho através de uma página no site do TRT, de informes enviados para a Intranet e os emails corporativos das unidades, além de outros meios de comunicação. 4. Você costuma acessar a página da Comissão e ler seu conteúdo? a) Regularmente ( ) b) Esporadicamente () c) Nunca acessei ( ) d) Não observei que havia esta página no site 5. Você já acessou os links sobre temas ambientais disponibilizados na página da Comissão? a) Sim ( ) b) Não ( ) 6. Você já fez contato por email, telefone ou diretamente com a Comissão? a) sim ( ) b) Não ( ) 7. Como você normalmente toma conhecimento das ações e notícias deste programa? a) Página da Comissão ( ) b) Email corporativo ( ) c) Informes em destaque na pagina inicial do site do TRT ( ) d) Cartazes na entrada do prédio/hall/nas unidades ( ) e) Letreiros luminosos no elevador ( ) f) Por terceiros ( ) g) Folhetos jornais, cartilhas ( ) h) Quando vê a ação ou o evento acontecendo ( ) i) Por outros meios _____________________________________________________________ 65 j) Não tomo conhecimento ( ) 8. Dos veículos acima, qual(is) você considera mais eficiente e deve ser mais utilizado para divulgar a agenda de ações do programa? _______________________________________________________________________________ Uma das primeiras ações ambientais introduzidas no TRT (em 2005) foi a coleta seletiva de lixo, que hoje atinge a maioria das Varas, o 2º grau e comarcas do interior. 9. Você se considera seguro sobre como usar as lixeiras disponibilizadas para a coleta seletiva? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Mais ou menos ( ) 10. A sua unidade dispõe das 03 lixeiras necessárias para a coleta seletiva (amarela, cinza e azuis)? a) Sim, todas ( ) b) Nenhuma, ainda não há coleta seletiva ( ) c) Não, falta a lixeira da cor _________________ ( ) 11. Você participa efetivamente da coleta seletiva (ou seja, procura ficar atento para não descartar na lixeira azul outros materiais além do papel, e na amarela as latas, garrafas plásticas e canetas, por exemplo)? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Nem sempre, às vezes ( ) 12. Você tem conhecimento sobre dados relativos ao volume do lixo reciclável coletado, sua variação em relação aos anos anteriores, se o processo de participação vem aumentando com relação ao nº de usuários, ou sobre qual a destinação final deste lixo coletado? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Gostaria de mais informações ( ) 13. Acha que em sua unidade de trabalho há um envolvimento geral com relação à coleta seletiva? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Um pouco ( ) Além da reciclagem, as diretrizes da política ambiental se pautam no uso racional das matérias primas (como água, energia, papel), na utilização de produtos mais sustentáveis e em reduzir a geração de lixo. São ações que em sua maioria dependem da participação dos usuários. Com relação ao papel, foi recomendada a impressão frente e verso e autorizado o uso do papel reciclado. 14. Na sua unidade de trabalho, a impressão frente e verso é prática rotineira? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Raramente ( ) 15. Você utiliza habitualmente este tipo de impressão? a) Sim ( ) b) Não ( ) 16. Em caso negativo, porque não usa? a) Não é prática comum na minha unidade de trabalho ( ) b) Dificulta a leitura do processo e/ou dos documentos c) Requer ajustes de formatação que desconheço ( ) d) Outras respostas:____________________________________________________________ 17. Sobre o papel reciclado, acha que atende às necessidades do trabalho? Poderia substituir o branco? a) Sim ( ) b) Não. Deve ser usado pouco, ou meio a meio, porque _______________________________ 18. O slogan “Pense antes de imprimir” foi divulgado pela Comissão para sensibilizar as pessoas sobre o uso consciente de papel. Você acha que o desperdício neste sentido ainda é expressivo? a) Sim, ainda é muito grande ( ) b) Pessoalmente eu tomo cuidado quanto a este aspecto ( ) c) Acho que as pessoas estão mais conscientes neste ponto d) Não soube desta campanha ( ) 66 A fim de reduzir o uso e lixo de copos descartáveis foram distribuídas 4300 canecas de louça aos servidores. 19. Acha que a distribuição das canecas diminuiu o nº de copos descartáveis usados em sua unidade? a) SIm ( ) b) Um pouco ( ) c) Não ( ) 20. Pessoalmente, você utiliza a caneca no lugar de copos descartáveis? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Às vezes ( ) d) Não recebi, mas gostaria de utilizar ( ) 21. Se não aderiu à idéia, pode explicar porque? a) Não acho prático ( ) b) Não acho higiênico ( ) c) Uso meu próprio recipiente ( ) d) Outras respostas____________________________________________________________ 22. Como se dá o abastecimento de água potável em sua unidade de trabalho? a) através do filtro de água existente dentro da unidade ( ) b) através dos filtros de água existentes no prédio ( ) c) com o consumo de garrafas de água mineral ( ) 23. Entre as ações ambientais acima, marque as que acha que precisam ser mais incentivadas e reforçadas periodicamente:: a) O uso da impressão frente e verso ( ) b) O uso do papel reciclado ( ) c) A participação na coleta seletiva ( ) d) A redução do desperdício de papel nas impressões ( ) e) A redução no descarte de copos plásticos e/ou outros materiais ( ) 24. Que atividades você sugere para informar, educar e sensibilizar os servidores e a instituição para as ações ambientais introduzidas no TRT? (exemplo, atividades como palestras, workshops, concursos, exibição de fotos, etc)? _______________________________________________________________________ Além das ações propriamente ambientais, o TRT tem uma agenda de atividades sociais e culturais visando humanizar o ambiente de trabalho e sensibilizar a Instituição para problemas ambientais e sociais. 25. Entre os eventos já realizados pela Comissão, assinale: Participei Deve ser Eventos/atividades já realizados (pontuais ou Não tive Relevante/ / mais permanentes) conhecimento interessante participo frequente a) Exposição de trabalhos de artesanato c/materiais recicláveis b) Palestras sobre temas ambientais c) Comemorações do dia do meio ambiente d) Apresentações de música e) Coral do TRT f) Projeto “servidores em cena” ( ) g) Clube da corrida ( ) h) Biblioteca livre ( ) i) Campanhas de doação j) Campanha p/descarte de materiais eletrônicos/informática k) Programa de exercícios “movimente-se” 67 26. Sobre os filmes e documentários exibidos às 5ª-feiras no refeitório do prédio da Lavradio o que acha? a) Não freqüento o refeitório/não trabalho nas proximidades ( ) b) Não sabia sobre isto ( ) c) nunca assisti ( ) b) assisti e gosto da programação c) discordo da programação 27. Na sua opinião, que temas podem ou devem ser abordados nestes filmes/documentários? _______________________________________________________________________________ 28. Na sua opinião que pontos do programa socioambiental podem ser aprimorado? a) Veículos de divulgação utilizados? ( ) b) Freqüência das campanhas de sensibilização? ( ) c) Conteúdo/formato/linguagem da divulgação e publicidade? ( ) d) Tipo de atividades? ( ) e) Conteúdo das atividades? ( ) f) Frequência das atividades? ( ) g) Foco da programação? ( ) h) Interação com os participantes? ( ) h) Nenhum, aprovo a agenda de trabalho e sua divulgação i) Outros ____________________________________________ Considerando que o conhecimento e a capacitação são primordiais ao êxito do programa, pergunta-se: 29. Você acha que o TRT deve ministrar cursos sobre Responsabilidade Socioambiental (Direito ambiental, Gestão ambiental, compras/instalações sustentáveis, aproveitamento inteligente de lixo, noções de ecologia, etc.? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Apenas para os gestores/diretores e magistrados ( ) d) Obrigatoriamente para os gestores e pelo menos 02 funcionários de cada unidade de trabalho( ) e) Devem ser ministrados como parte dos cursos internos do TRT ( ) f) Devem ser ministrados como cursos específicos ( ) 30. Caso aprove a idéia, que curso (s) gostaria que fosse oferecido? _______________________________ 31. Em seu curso de ambientação você recebeu informações sobre as ações socioambientais do TRT? a) Sim ( ) b) Não ( ) c) Não fiz curso de ambientação quando entrei no TRT ( ) 32. Você gostaria de trabalhar na área de responsabilidade socioambiental? a) Sim ( )b) Não ( ) 33. Com relação à sua vida pessoal, marque a que perguntas que tem SIM como resposta: a) Já fez/faz algum curso relacionado a meio ambiente? ( ) Qual ?__________________________ b) Faz coleta seletiva na sua casa? ( ) c) Participa de alguma ONG ambiental ou associação de assistência social ?( ) d) Participa de atividades artísticas, cênicas ou musicais? ( ) e) Tem interesse em informações e notícias relativas à ecologia e meio ambiente? ( ) f) Se envolve de alguma maneira no cuidado de animais, florestas, rios e praias? ( ) g) No seu dia a dia, procura adotar práticas sustentáveis (consumo de papel reciclado, alimentos orgânicos, produtos com selo verde, equilíbrio no uso da água, uso de energia solar, etc?) ( ) h) Pratica algum tipo de esporte? ( ) Qual? ___________________________________________ i) Qual sua atividade de lazer preferida?______________________________________________ 34. Utilize o espaço abaixo para comentários, críticas e sugestões ao Programa de Responsabilidade Socioambiental. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ 81 % 4 3 não 15 12 um pouco 100 78 total 59 % 41 32 não 100 78 total 8 % 82 62 não 11 8 um pouco 100 76 total 37 51 40 nunca acessou 10 8 não conhece 26 % sim 74 58 não 100 78 total Você já acessou os links disponibilizados na página virtual da Comissão? 20 1 % 29 esporádica nº 1 nº regular 100 78 total Você acessa a página virtual da Comissão Socioambiental do TRT com que frequência? 6 nº sim Você tem conhecimento de programas ambientais em outros Tribunais? 46 nº sim Você tem conhecimento sobre as recomendações ambientais editadas pelo CNJ? 63 nº sim Você tem conhecimento de que há um programa socioambiental no TRT/RJ? Respostas dos questionários distribuídos aos servidores do TRT/RJ ANEXO II 68 6 % 94 73 não 100 78 total 3 % 14 21 31 45 24 35 1 2 6 9 4 6 9 13 1 1 6 9 1 1 100 146 13 % 20 21 cartazes 2 2 letreiros 0 terceiros 7 7 impressos 3 3 0 vendo outros 1 1 não sabe 48 62 % Sim 13 10 não 26 20 Mais ou menos 100 78 total 6 6 não respondeu Você se sente seguro sobre como efetuar o descarte de lixo na coleta seletiva do TRT? 26 27 destaques nº 23 24 email 100 105 total 70 90 nº % sim 0 0 não 9 7 falta 1 1 não respondeu 100 78 total 86 6 amarelas 14 1 cinza Na sua lotação existem as 03 lixeiras disponibilizadas para a coleta seletiva? Lixeiras citadas como faltantes: 14 nº página Na sua opinião qual o melhor meio/forma para divulgação das ações e eventos do Programa socioambiental do TRT? 4 nº página email destaques cartazes letreiros terceiros impressos vendo outros não sabe nãoo respondeu total Através de que meios você toma conhecimento das ações/eventos do programa socioambiental do TRT? 5 nº sim Você já fez contato com a Comissão Socioambiental do TRT? 69 56 % 30 38 nº % 62 48 Não 35 27 às vezes 100 78 total 4 % 32 25 gostaria de saber 32 % 28 36 % sim nº Não respondeu 29 23 Não 38 30 um pouco 100 78 total 100 78 total Por que não? 35 27 raramente 100 78 total 21 16 12 9 22 17 8 6 38 30 100 78 Não é usual dificulta ler Ajustes outras respostas sem resposta total 29 23 Não A impressão frente e verso é usada habitualmente na sua unidade de trabalho? 25 sim nº 0 64 50 não 100 78 total 3 Imprime pouco O servidor 1 Docs. Oficiais Acha improprio p/ Problemas descritos Você avalia que na sua unidade de trabalho há envolvimento geral com a coleta na lotação? 3 nº Sim Você utiliza a impressão frente e verso? sim 9 7 não Você tem conhecimento sobre dados relativos ao volume de lixo coletado no TRT e sua destinação final? 44 nº sim Você participa efetivamente da coleta seletiva de lixo na sua unidade de trabalho? 70 73 % 24 18 não 3 2 não respondeu 100 74 total 72 13 qualidade/agarra 17 3 pouco legível 11 2 é + caro 41 % 32 26 sou consciente 17 14 melhorou 9 7 não soube 1 1 não respondeu 100 82 total 33 % 23 18 não 38 30 um pouco 100 78 total Em caso negativo, porque não usa? 5 4 não respondeu 31 % 38 24 nº 30 27 21 3 2 100 78 13 10 21 16 19 15 9 11 nº % 11 9 77 62 1 1 100 81 filtro na unidade filtro/prédio garrafas/mineral não respondeu total Como se dá o consumo de água potável na sua lotação? 1 1 3 2 45 35 100 78 sim não às vezes gostaria de receber não respondeu total não é pratico não higiênico uso o meu outras respostas não respondeu total Pessoalmente você utiliza a caneca? 26 nº sim A distribuição de canecas de louça pelo TRT reduziu o nº de copos descartáveis consumidos em sua lotação? 34 nº sim Pensando no slogan “pense antes de imprimir” você acha que o desperdício de papel na sua lotação ainda é grande? 54 nº sim Você acha que o papel reciclado deve substituir o branco? Problemas citados pelos que responderam não 71 Na sua opinião quais programas ambientais do TRT que precisam de reforço? 22 % 23 40 24 42 15 27 1 2 100 176 De quais eventos e ações do Programa socioambiental do TRT relacionados abaixo você já participou? 15 26 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 12 20 4 6 7 11 De quais eventos e ações do Programa socioambiental do TRT relacionados abaixo você não teve conhecimento? 0 0 73 122 10 11 24 7 15 10 21 8 18 9 20 3 7 8 17 4 9 Quais eventos e ações do Programa socioambiental do TRT relacionados abaixo você acha que devem ser mais frequentes? 14 21 100 215 8 % 10 16 2 3 7 11 6 10 6 9 10 15 10 15 12 19 15 23 14 22 100 155 15 5 nº % 8 25 13 42 9 30 11 35 10 32 7 23 9 28 9 28 9 29 10 32 100 319 exposições palestras dia meio/amb. recitais/musica coral/TRT serv.em cena corrida biblioteca doação descarte/informat. movimente-se total Quais eventos e ações do Programa socioambiental do TRT relacionados abaixo você acha que são mais relevantes/interessantes? 12 nº exposições palestras dia meio/amb. recitais/musica coral/TRT serv.em cena corrida biblioteca doação descarte/informat. movimente-se total 15 % 30 exposições palestras dia meio/amb. recitais/musica coral/TRT serv.em cena corrida biblioteca doação descarte/informat. movimente-se total 33 1 % nº 1 nº 100 167 Exposições palestras dia meio/amb. recitais/musica coral/TRT serv.em cena Corrida biblioteca doação descarte/informat. movimente-se não respondeu total 39 nº frente/verso papel/reciclado coleta/seletiva desperdicio/papel descarte/plasticos não respondeu Total de respostas marcadas 72 29 % 31 24 não sabia 71 % 100 78 total 0 0 não gosto 100 78 total 43 10 22 5 22 5 9 2 4 1 100 23 Sobre meio ambiente Sobre reciclagem Sociais e atuais Educativos Sobre saúde Total Temas citados nas respostas descritivas: 8 6 gosto Que pontos do Programa Socioambiental do TRT você acha que devem ser aprimorados? 29 23 responderam 32 25 nunca assisti 25 % 21 29 13 18 5 7 4 5 32 % 68 53 100 78 32 8 16 22 5 4 11 9 22 18 28 7 36 9 8 2 12 3 6 5 100 81 apenas p/gestores obrigatório nos cursos internos em cursos próprios total De que forma? 14 20 Que curso de cunho socioambiental você gostaria que fosse oferecido no TRT? 4 3 não 2 3 responderam sem resposta total direito ambiental gestão ambiental aprov.lixo ecologia aprov.recursos 25 52 % nº 42 nº sim Acha que devem ser ministrados cursos ambientais no TRT? 34 nº 100 138 meio/divulgação frequ./divulgação formato/divulgação tipo/atividades conteúdo/atividades frequ./atividades. Foco/atividades Interação/Comissão total 55 nº não responderam Que temas você acha que devem ser abordados nestes vídeos? 23 nº não frequento O que você acha sobre a programação dos vídeos exibidos no prédio do TRT da R. da Lavradio às 5ªs, na hora do almoço? 73 22 28 nº % sim 1 1 Não respondeu 57 73 17 22 % 5 4 zerado 100 78 total 73 94 5 6 nº % 41 53 37 47 nº % 100 78 total 100 78 total 75 96 3 4 nº % 69 88 9 12 nº % 100 78 total 100 78 total Tem interesse em notícias/informações sobre meio ambiente? zerado sim Participa de atividades artísticas? zerado sim Participa de ONG ou associação de assistência social/ambiental? zerado sim Faz coleta seletiva em casa? zerado sim Já fez curso da área ambiental? Perguntas sobre práticas e experiências pessoais do servidor Não sim Você gostaria de trabalhar na área de responsabilidade socioambiental do TRT? 54 42 não fiz o curso nº 17 13 não 100 78 total Você recebeu informações sobre o Programa socioambiental do TRT no curso de ambientação (p/os funcionários novos)? 74 33 42 45 58 nº % 100 78 total 47 60 31 40 nº % 34 44 44 56 nº % zerado 43 55 sim 35 45 nº % Pratica algum esporte? zerado sim Procura adotar práticas sustentáveis? zerado sim 100 78 total 100 78 total 100 78 total Se envolve no cuidado de animais, florestas, rios ou praias? zerado sim Perguntas sobre práticas e experiências pessoais do servidor 75 76 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2 AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3 DEDICATÓRIA .................................................................................................. 4 RESUMO............................................................................................................ 5 METODOLOGIA ................................................................................................ 7 SUMÁRIO .......................................................................................................... 9 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10 CAPÌTULO I - GESTÃO AMBIENTAL ............................................................ 13 1.1 A gestão ambiental como dimensão fundamental da responsabilidade socioambiental: evolução histórica ................................................................... 13 1.2 Gestão ambiental organizacional – princípios ............................................ 15 1.3 Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs) conforme estruturação da NBR ISO 14.001/04 ......................................................................................................... 18 CAPÌTULO II GESTÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO ........................ 20 2.1 Instrumentos de política pública ambiental e a construção de um modelo de gestão pública ambiental .................................................................................. 20 2.2 O programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) como modelo de gestão ............................................................................................. 23 CAPÌTULO III GESTÃO ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL NO PODER JUDICIÁRIO..................................................................................................... 26 3.1 A introdução de novas formas de gerenciamento administrativo e ambiental no setor público e no Poder Judiciário – evolução histórica ............................. 26 3.2 O CNJ e a Recomendação nº 11/2007 ...................................................... 29 3.3 Estruturação da gestão ambiental do Judiciário após 2007 - normativos e diretrizes estratégicas. ..................................................................................... 30 3.3.1 A implantação do processo judicial eletrônico x modelo tecnológico vigente .............................................................................................................. 35 77 CAPÌTULO IV GESTÃO AMBIENTAL NO TRT DA 1ª REGIÃO ..................... 37 4.1 Caracterização do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região................ 37 4.2 Processo de Implantação e sua Evolução.................................................. 38 4.3 Panorama das ações e projetos da Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT da 1º Região ................................. 42 4.4 Análise dos Questionários .......................................................................... 50 CONCLUSÂO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................. 58 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 61 ANEXOS .......................................................................................................... 64 ÍNDICE ............................................................................................................. 76 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................. 78 78 FOLHA DE AVALIAÇÃO