É uma grande conquista para a Casa França-Brasil trazer a obra de Cristina Iglesias, com curadoria de Lynne Cooke, para o Rio de Janeiro. O público poderá conferir a força do trabalho da artista que é hoje um dos grandes nomes da arte contemporânea internacional. Desde a metade dos anos de 1980, Cristina trabalha a transformação da escultura de grandes formatos em instalações relacionadas ao entorno em que estão inseridas. Pensar a obra em sintonia com o espaço – sejam ambientes geográficos camuflados na natureza ou urbanos – é uma constante em seu trabalho: Meu interesse é fazer peças que sejam sensíveis ao espaço que ocupam. Essa caracteristica é evidente em obras como Estancias sumergidas, no Mar de Cortés, na Baja California, México; Vegetation room, nos jardins do Centro de Arte Contemporânea Inhotim (MG); e Deep fountain, comissionada para o Royal Museum of Fine Arts, na Antuérpia. Cristina constrói espaços efêmeros, condutores de aprofundamento para reflexão, quase como num transe hipnótico como o encher e esvaziar dos poços. Mergulha no misticismo da cultura Islâmica e incorpora, a algumas de suas obras, textos como o do naturalista José de Acosta, Historia Natural y Moral de las Indias, 1590, aqui exposto na obra Santa Fé I-II. Em suas construções utiliza elementos orgânicos, frágeis e em eterna transformação – alabastro, argila, madeira, cobre, resina, ferro, água. A constante relação com a natureza também é percebida como uma pausa, um respiro ou até mesmo uma fuga para a atormentada e densa paisagem fictícia que nasce da própria alma de quem a observa. Para esta exposição a curadora convidada, Lynne Cooke, selecionou obras pontuais da trajetória da artista. O trabalho de Cristina Iglesias nos envolve mental e fisicamente, desperta o interesse em alcançar seu universo. It is a great achievement for Casa França-Brasil to bring the work of Cristina Iglesias to Rio de Janeiro under the curatorship of Lynne Cooke. The visiting public will have the opportunity to experience the power of the work of this artist, who is today one of the leading names in international contemporary art. Since the mid-1980’s, Cristina Iglesias has focused on transforming large-format sculptures into installations which interact with the environment in which they are set. Seeing the work in harmony with its space – whether the environment is geographical, camouflaged in nature, or urban – is a constant in Iglesias’s work: “I’m interested in making pieces that are sensitive to the space they occupy.” This is exemplified in Estancias Sumergidas (Underwater Rooms), in the Sea of Cortés, Baja California, Mexico; Vegetation Room, in the gardens of Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Minas Gerais, Brazil; and Deep Fountain, commissioned by the Royal Museum of Fine Arts, Antwerp. Cristina Iglesias creates ephemeral spaces which invite a depth of reflection that borders on a hypnotic state, like the filling and emptying of her wells. She delves into the mysticism of Islamic culture and incorporates texts into some of her works, like Historia Natural y Moral de las Indias, written in 1590 by naturalist José de Acosta, and present in Santa Fé I-II, part of the exhibition here. Her works employ delicate, organic elements which are in constant transformation – alabaster, clay, wood, copper, resin, iron, water. The ever-present relationship with nature can also be felt like a pause, a breath, or even an escape into the dense, anguished, fictitious landscape that springs from the very soul of whoever observes it. As guest curator, Lynne Cooke has chosen some key works from the artist’s career for this exhibition. These works of Cristina Iglesias engage us physically and mentally as they entice us to enter her universe. Evangelina Seiler Diretora / Director, Casa França-Brasil