N39 www.inegi.up.pt O notícias quadrimestral | abril 2015 WASIS MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA A INDÚSTRIA AERONÁUTICA OPINIÃO À CONVERSA COM: MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO MR GROUP O MR Group é um dos maiores da Europa no sector do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas de Alumínio, Vidro e Madeira, com forte aposta na inovação SERVIÇOS INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a calibração de anemómetros de copos em Dezembro de 2014. INVESTIGAÇÃO MULTI-LAYER STREAM MAPPING UMA FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E GESTÃO DA EFICIÊNCIA GLOBAL DE SISTEMAS Autores: António José Baptista, Emanuel João Lourenço, João Paulo Pereira A s organizações enfrentam pressões crescentes sobre a sua competitividade tornando-se fundamental encontrar métodos de análise e gestão robustos, porém simplificados na sua utilização, para poderem ser úteis, e de ampla abrangência multissetorial, em aplicações reais. A abordagem inovadora Multi-Layer Stream Mapping - MSM® enquadra-se nas metodologias “Lean” e foi desenvolvida nos últimos dois anos no INEGI pela equipa de Desenvolvimento de Produto e Sistemas, no âmbito do projeto PRODUTECH PSI. O metodo permite a avaliação da eficiência agregada de sistemas, de modo sistemático, baseando-se na análise dicotómica valor/desperdício e incluindo um caráter intrínseco de melhoria contínua. O MSM® tomou como ferramenta inspiradora o Value Stream Mapping (VSM), mas comporta especificidades disruptivas para avaliar o desempenho global multidimensional de sistemas, permitindo também o apoio à decisão para a redução de custos com desperdícios, possibilitando uma análise facilitada de investimento na melhoria versus o período de retorno. A aplicação matemática da metodologia MSM® assemelha-se a uma matriz (n×m), em que “n” corresponde ao número de variáveis e “m” ao número de etapas do sistema. A sua implementação e utilização (desde a gestão de topo até aos operacionais) não requer um procedimento complexo, antes a sistematização das seguintes fases: I. Identificação das fronteiras e etapas do sistema e das variáveis/métricas relevantes; II. Definição para cada variável de uma métrica sempre balizada entre 0 e 100%, e cujo objetivo é sempre a maximização do seu valor; III.Definir qual o melhor método de agregação para as métricas para o cálculo da eficiência agregada (média aritmética, produto, média geométrica); A análise desagregada de custos (Figura 2) torna-se possível pela sistematização intrínseca do MSM®, aplicando fatores monetários aos valores das variáveis (que agregam, ou não, valor). IV.Análise dos resultados, com identificação das variáveis/etapas mais ineficientes, estudo de ações de melhoria; e priorização plano de ações; V. Implementação das ações de melhoria e aferição resultados quer em eficiência, quer em redução de custos. A Figura 1 representa a forma visual típica do MSM®, que se denomina de “Cartão de Eficiência”. Podem ser definidos entre outro, cartões de eficiência de recursos, operações, fluxos, da qualidade, etc. Um cartão é constituído por linhas (variáveis e respetivas métricas) e colunas (etapas). Para cada uma das métricas, em cada etapa, deve definir-se a fração que agrega valor, e a fração que não-agrega valor, obtendo-se desta forma a eficiência (%) da respetiva variável, através do rácio entre a fração que agrega valor sobre o total da variável. Os valores resultantes da metodologia são por isso adimensionais. Portanto, é possível agregar os valores em linha, obtendo-se a “eficiência agregada para uma variável”, ou em coluna, obtendo-se a “eficiência agregada da etapa”. A eficiência agregada do sistema é obtida através da agregação (média aritmética, por exemplo) das eficiências das etapas, podendo ser aferida sucessivamente para outros níveis (linha, sector, fábrica) para um dado produto. by Figura 1 – Dashboard MSM® cartão de eficiência de recursos para um caso de estudo (processo de pintura) Figura 2 – Análise da fração de custos que acrescentam e não acrescentam valor (caso de estudo). A ferramenta MSM® foi já testada e validada em três sectores industriais: metalomecânica (TEGOPI SA), têxtil (IDEPA SA) e aglomerados de madeira (SONAE INDÚSTRIA SA). Porém, a sua versatilidade torna-a de âmbito multissetorial (serviços, saúde, agro-floresta, transportes, hotelaria, etc.), podendo ser aplicada “de modo analítico” (avaliação de um sistema já instalado ou a instalar), ou utilizada em medições “em contínuo”, quando devidamente parametrizada em software. O MSM® também está a ser utilizado para a análise da Eficiência de Projetos e o Desenvolvimento de Produtos aplicando metodologias Lean. OPINIÃO À CONVERSA COM: MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO MR GROUP a estas caraterísticas o Grupo MR traçou uma estratégia baseada na criação de produtos de referência, posicionando-se num segmento de produtos de gama superior. Criámos há alguns anos um departamento de investigação e desenvolvimento que tem feito um bom trabalho. Mas, a partir de certa altura, considerámos fundamental aferir as metodologias que o nosso departamento tem e implementa. E começámos a procurar um parceiro da área do conhecimento tecnológico que nos ajudasse nos nossos processos e nas nossas pretensões evolutivas. Contatamos outras empresas que já tinham parceiros com universidades e procuramos saber dos seus resultados… Como apareceu o empresário Manuel Rodrigues e porquê a sua ligação à área das ferragens? É uma história curiosa. Estava a estudar na área da Contabilidade quando tive que interromper o curso para ir para a tropa (no tempo da guerra colonial). O facto de passar a ter uma atividade remunerada possibilitou-me que casasse, sendo que a minha esposa foi colocada em Águeda e eu decidi vir com ela, tendo-me empregado numa empresa de ferragens. Empresa essa que, no pós 25 de abril, passou por dificuldades, o que me levou a criar a minha própria empresa exatamente no setor das ferragens para Alumínio – a M Rodrigues. Se calhar, se tivesse continuado na minha terra, poderia ter sido empresário na área dos lanifícios… Hoje está à frente de um Grupo com uma dimensão apreciável… Sim, o MR Group, que integra 7 empresas, sendo cinco de produção e duas de distribuição. Um Grupo que conta com cerca de 380 pessoas e que é o maior Grupo Português e um dos maiores da Europa no sector do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas de Alumínio, Vidro e Madeira. Que, até há sete, oito anos atrás, tinha como mercado principal a Península Ibérica. Com a crise que se instalou nestes países, e particularmente no setor imobiliário e da construção, diversificámos os destinos para onde exportamos, que hoje são constituídos por cerca de 60 países. Com empresas instaladas noutros países. Também com processos curiosos. Tivemos a necessidade de crescer para dar resposta ao mercado e surgiu a oportunidade de adquirir a empresa Marques SA, que também era da área das ferragens. Essa empresa detinha 50% do capital de uma outra empresa sedeada em Tânger, pertencendo os restantes 50% a uma empresa local. Presentemente somos detentores de 100% dessa empresa (a LUMAR). O que nos permitiu iniciar a internacionalização da atividade do Grupo E como surgiu a ideia de instalar uma empresa na China? Fundamentalmente, para defender o nosso produto. As fechaduras que produzimos podem ser comercializadas com cilindros (a que as pessoas chamam, normalmente, “canhões”) com diversas origens. Cilindros esses que, em muitos casos, são fornecidos pelos distribuidores em conjunto com as nossas fechaduras. A partir de uma certa altura esses cilindros eram, na sua esmagadora maioria, provenientes da China, constatando-se a sua fraca qualidade – o que levava as pessoas a atribuírem responsabilidades às fechaduras com a nossa marca. Para evitar essa situação decidimos montar uma unidade industrial na China dedicada à produção de cilindros de fechaduras, dado que em Portugal não os conseguia produzir a preços competitivos com os desse mercado. Foi assim que surgiu a Eiger, que se localiza perto de Shangai. E como foi a adaptação a uma cultura tão diferente como a Chinesa? Não foi muito difícil, porque arranjamos um parceiro chinês, ele próprio um exportador. Foi de facto uma grande ajuda, que quase desinteressadamente transmitiu-nos conhecimento, e ensinou-nos a movimentar no mundo empresarial chinês. Muito rapidamente conseguimos instalar a fábrica, transferindo para lá equipamentos e tecnologia e colocando à sua frente um quadro português, que ainda lá está e que assume o controlo operacional da empresa. E começámos a produzir cilindros com qualidade num prazo muito curto, resolvendo, assim, um problema que ameaçava a imagem de qualidade dos nossos produtos. E passando a fornecer esses componentes a outros fabricantes de fechaduras. E como entrou a produção de moldes no Grupo? Também para dar resposta a uma contingência do mercado. Na indústria de ferragens há uma grande variedade de produtos, com elevada rotatividade. O que implica a produção rápida de moldes, ferramentas e cortantes para garantir uma rápida resposta às necessidades do mercado. Acontece que a indústria de moldes tinha alguma dificuldade em dar resposta a essa nossa necessidade, razão que nos levou a criar, em 1987, a Jomarliz, que fabrica moldes, para além do apoio que dá às outras empresas do Grupo. E, já que temos essa capacidade instalada, também a colocamos ao serviço de outras empresas, fabricando para elas moldes e outros componentes. E o INEGI como é que aparece? A indústria de ferragens carateriza-se por uma concorrência muito forte e por produtos pouco diferenciados, de fácil conceção. Face E chegaram ao INEGI… Curiosamente estabelecemos um primeiro contacto com a Universidade de Aveiro (que serve a região onde nos inserimos. Só que esta Universidade, no ramo da Engenharia, estava, na altura, em negociações com uma empresa mais ou menos concorrente. Pelo que, não obstante o projeto ser claramente diferenciado, a Universidade optou por não assumir qualquer compromisso connosco para não entrar em concorrência desleal. Assim, e na sequência dos contactos que entretanto tínhamos desenvolvido com outras empresas, surgiu-nos efetivamente o INEGI. O contacto foi fácil? O INEGI tem caraterísticas da universidade, como o conhecimento e a capacidade científica. Mas o INEGI vai mais além: vai ao terreno, é capaz de desenvolver e apurar processos e de entrar em contato com o mundo empresarial diretamente. O INEGI tem uma panóplia de oferta, quer na área da investigação e desenvolvimento quer depois no apoio à implementação do processo, incluindo o apoio à montagem e submissão de projetos aos programas de financiamento existentes. Conseguimos o contacto da Professora Ana Reis e ela de imediato marcou a reunião. Fizemos a reunião e o casamento ficou feito. A situação foi esta, tão simples quanto isto. O Projeto desenvolvido com o INEGI constou de quê? Dentro da nossa estratégia de diferenciação e de aposta em produtos inovadores e de gama superior, decidimos entrar no mercado das fechaduras eletrónicas. Apostámos, assim, num projeto que visou desenvolver uma fechadura baseada num conceito modular que permite a acoplação de três tipos de autenticação: Keypad, RFID e biométrico. Com a preocupação de ser um produto o mais universal possível, permitindo a sua aplicação numa gama alargada de portas. Estamos satisfeitos com os resultados e, agora, pretendemos fazer a sua evolução, possibilitando que a fechadura funcione em rede com possibilidade de acionamento remoto, o que tem interesse para o mercado hoteleiro e empresarial. Com tecnologia portuguesa, que é, também, um dos nossos objetivos. Manuel Rodrigues é licenciado na área da gestão e Presidente do MR Group, maior grupo empresarial nacional na área das ferragens, sedeado em Águeda. INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA EMPAKTOR: SIMULAÇÃO DE CONFORMAÇÃO DE VIDRO A EmPakGlass, uma jovem e dinâmica empresa Portuguesa a exercer funções de assistência técnica e consultadoria na área do desenvolvimento de projeto e produção de embalagens de vidro com relevante expressão no mercado internacional, decidiu promover o desenvolvimento de um software de simulação do processo de conformação de vidro, o EmPakTor. Este desafio, proposto ao INEGI, surgiu da necessidade, identificada pela EmPakGlass de criação de ferramentas computacionais fiáveis de apoio à decisão no desenvolvimento de novas embalagens de vidro e na otimização de processos já instalados na indústria vidreira. A iniciativa EmPakTor foi já apresentada na GLASSTEC 2014, feira internacional do setor. A opinião recolhida na feira sobre este novo produto foi extremamente positiva, pelo que se prevê um futuro muito promissor para esta aplicação computacional que contará, em contínuo, com uma assessoria permanente da EmPakGlass. O software EmPakTor visa apoiar o processo de conformação de vidro através da simulação numérica pelo método dos elementos finitos. Esta ferramenta permitirá estimar a evolução da espessura da embalagem, desde a entrada no primeiro molde até à sua geometria final, processada quer pela variante soprado-soprado quer pela prensado-soprado. A interface gráfica do programa será cuidadosamente desenhada e orientada para ser usada por utilizadores menos familiares com técnicas de elementos finitos, sendo de utilização simples e intuitiva, contando, para isso, com automatizações nas definições de aplicação de carregamento e condições fronteira. Uma particularidade diferenciadora deste software em relação às escassas alternativas disponíveis no mercado será a incorporação de uma base de dados de características de vidro formulada pela EmPakGlass que possibilita o cálculo interno das propriedades térmicas e mecânicas do material a partir da sua composição, espessura e cor. PROJECTO SYSMAP: SISTEMAS DE PRODUTO MODULAR E ADAPTÁVEIS C om o projeto SysMAP foram integrados pela primeira vez novos conceitos e metodologias de desenvolvimento de produtos complexos para a criação de uma nova geração de máquinas-ferramentas reconfiguráveis e inteligentes da empresa ADIRA MFS, de modo a obter custos mais competitivos relativamente à concorrência. Os equipamentos alvo, nomeadamente guilhotinas, quinadoras e sistemas de corte por laser, foram reformulados com base na aplicação de conceitos técnico-científicos como a modularidade, standardização e adaptabilidade de sistemas. A equipa INEGI de desenvolvimento de produtos e sistemas atuou de modo inovador na área do Modular Design, desenvolvendo novas formulações e algoritmos para avaliar o grau de modularidade de produtos/equipamentos, bem como na criação de novas métricas para avaliar o grau de standardização de módulos e componentes entre diferentes produtos ou famílias de produtos. Foram utilizadas matrizes específicas para gestão de problemas complexos designadas por Design Structure Matrix (DSM) e uma aplicação denominada de Cambridge Advanced Modeller (CAM) criado na Universidade de Cambridge (UK). As novas métricas desenvolvidas no INEGI foram embebidas no software da Universidade de Cambridge e estão desde então disponíveis para análises de modularidade utilizando o CAM. Com o projeto SysMAP foi possível para a ADIRA MFS o desenvolvimento de novos equipamentos que possibilitam a evolução para diferentes configurações entre modelos e a aplicação de metodologias de standardização e modularidade que permitem a definição de arquiteturas abertas e mais modulares, com vista a reduzir a variabilidade de componentes e com isso eliminar custos e aumentar a competitividade da empresa a nível internacional. INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA WASIS: MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA A INDÚSTRIA AERONÁUTICA O projeto WASIS (WAFER DESIGN APPROACH FOR SAFETY INCREASING IN WORST CASE SITUATIONS MINIMIZING JOINTS) foi concluído com sucesso a 31 de dezembro de 2014, após 4 anos de execução. Este projeto colaborativo, que contou com 11 parceiros Europeus e foi co-financiado pelo 7º. Programa Quadro da Comissão Europeia, consistiu no desenvolvimento e demonstração tecnológica de um novo conceito para a construção de elementos estruturais primários e fuselagens de aeronaves de médio porte. Em particular, foi desenhada e adaptada uma secção de fuselagem do modelo P-180 da Piaggio Aero Industries, e fabricados vários protótipos e detalhes construtivos dessa secção usando o conceito inovador. O conceito inovador e disruptivo, extensível a todas as tipologias de aeronaves, consistiu em fabricar a fuselagem do avião em uma só peça compósita com as ligações e interfaces para outros componentes já integrados. Os materiais empregues foram fibra de carbono, impregnada com resina epoxídica, e alguns elementos em ligas de titânio. A geometria nervurada da peça confere-lhe a rigidez e resistência necessárias para o elevado desempenho estrutural que a aplicação exige. O carácter inovador reside em quatro aspetos fundamentais: (1) a colocação dos elementos de reforço na própria peça, (2) a otimização desses reforços nas direções estruturalmente eficientes, (3) o embebimento de soluções avançadas de ligação estrutural a componentes adjacentes e (4) a utiliza- ção de processos de fabrico que aliam produtividade e robustez. Neste consórcio, a equipa do INEGI teve dois papéis preponderantes: desenvolver o processo de fabrico das estruturas por enrolamento filamentar e liderar as ações de disseminação técnica e científica dos resultados alcançados pelos vários parceiros. No que respeita à competência tecnológica, o INEGI desenvolveu e implementou o processo de fabrico destas estruturas complexas. Nesse processo, desenvolveu, implementou e demonstrou o fabrico de detalhes construtivos complexos, de um painel em escala real e um modelo à escala 1:4 da secção integral de fuselagem. Neste conjunto de implementações, a complexidade construtiva foi gradualmente solucionada e a sua exequibilidade tecnológica e industrial demonstrada. Os protótipos finais mais relevantes foram apresentados na conferência ECCM16 – European Conference on Composite Materials, em Sevilha, em Junho de 2014, na presença, entre outros, dos delegados da Comissão Europeia e outros parceiros e stakeholders externos ao projeto. O papel do INEGI, enquanto implementador e validador do conceito estrutural proposto foi e é observado com proximidade e interesse por diversos "utilizadores" desta tecnologia inovadora. Seguiram-se os testes mecânicos (estáticos e dinâmicos) realizados por outros parceiros do projeto. Assim, foram concluídas com sucesso todas as fases críticas deste projeto ambicioso. No âmbito da coordenação das ações de Disseminação, o INEGI organizou os dois Workshops do projeto, onde estes desenvolvimentos foram apresentados e geraram muito interesse nos parceiros e concorrentes ali presentes. Estes Workshops foram propositadamente agendados em simultâneo com a conferências ICCS17 e ECCM16, no Porto e em Sevilha, permitindo promover sessões técnico-científicas dedicadas ao projeto naqueles importantes fóruns científicos. A avaliação final feita pela Comissão Europeia foi muito positiva, incitando os parceiros a desenharem ações futuras para aproximar este conceito, agora demonstrado, da própria indústria aeronáutica Europeia. Financiamento: 7º.PQ – Comissão Europeia CONSULTORIA E SERVIÇOS INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a calibração de anemómetros de copos em dezembro de 2014. Recorda-se que a calibração regular permite aferir a adequação das características de um equipamento de medição ao fim a que se destina. No caso de projetos de energia eólica, o anemómetro é o equipamento mais relevante por permitir a caracterização do vento no local em que se avalia ou opera um parque eólico. A calibração é realizada no túnel de vento do Laboratório, permitindo um curto tempo de retorno do equipamento e a diminuição de custos associados á sua paragem, transporte e reposição ao stock de sensores. O Laboratório de Aerodinâmica e Calibração O Laboratório de Aerodinâmica e Calibração foi constituído em 2012 dentro do Grupo de Energia Eólica e resulta do esforço para a criação de atividades que acrescentem valor ao sector nacional de energia eólica. O exemplo presente é a calibração de anemómetros de copos, seguindo os preceitos da IEC 61400-12-1, a norma do sector para a calibração destes sensores. O LAC veio também dotar o Grupo de Energia Eólica com meios próprios adequados à investigação da resposta de sensores de medição das características do vento, ensaios em condições controladas e que complementam os trabalhos de investigação realizados em condições reais. Para tal, e recorrendo aos meios existentes no INEGI, foi construído um modelo à escala de 1:2.5 de uma torre de treliça. As medições são realizadas com recurso a anemometria de fio quente e permitirão a verificação de um modelo numérico do escoamento em torno da torre treliçada. Num exemplo destas capacidades, o Laboratório iniciou recentemente trabalhos experimentais de medição da esteira de uma torre de medição, procurando quantificar o efeito da presença da torre num sensor de medição. Este trabalho é realizado como apoio a uma tese do Mestrado em Mecânica Computacional da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Para além da calibração de equipamentos e do apoio a atividades académicas de investigação, o LAC pretende também responder a solicitações de empresas para a realização de ensaios experimentais de aerodinâmica industrial. Para mais informações consulte a página do laboratório ou contacte o INEGI. www.inegi.up.pt CONSULTORIA E SERVIÇOS INEGI COLABORA COM A ÁGUAS DO PORTO, E.M. NA MELHORIA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO DA EMPRESA O INEGI estabeleceu uma parceria com a Águas do Porto, E.M. para o desenvolvimento de trabalhos de consultoria para apoio à melhoria do desempenho energético da empresa, por meio da racionalização de consumos energéticos e da geração de energia com base em recursos renováveis e endógenos. A empresa Águas do Porto, E.M., considerando a totalidade da atividade em todas as suas instalações, apresentou, no último ano, um consumo total anual de energia elétrica de 16 990 MWh e 157 MWh de gás natural, o que representa um custo de aquisição de energia superior a um milhão de euros, pelo que se tornou inevitável, para a empresa, agir no que diz respeito à racionalização do uso de energia e ao recurso a fontes renováveis de energia para, por um lado, reduzir a fatura energética e, por outro, diminuir a pegada carbónica decorrente da sua atividade (algo considerado prioritário pela empresa que sempre se guiou pelas melhores práticas ambientais). O estudo envolve a realização de diagnósticos energéticos da totalidade das instalações a cargo da Águas do Porto (edifícios administrativos, ETARs, reservatórios e centrais de distribuição de água, ejetores e válvulas dispersos pela cidade, entre outros); a consequente deteção de ineficiências e identificação de medidas de melhoria para racionalização dos consumos energéticos; o estudo de viabilidade de geração de energia elétrica e térmica com recurso a fontes de energias renováveis e/ ou endógenas (biogás produzido na ETAR do Freixo e energia solar) de acordo com o atual enquadramento legislativo (autoconsumo fotovoltaico, cogeração, entre outros) e a definição de um plano de ação que compile a informação gerada com vista a futuras ações que promovam uma melhoria continua da atividade da Águas do Porto no que respeita à racionalização de energia, passando pela instituição do papel de gestor de energia, pela definição de boas-práticas ou, inclusive, a realização de ações de formação que ajudem à sensibilização dos colaboradores da empresa na procura de pequenos gestos que, no dia-a-dia, possam contribuir para ganhos energéticos. Em concreto, as ações em curso das quais se espera um impacto superior (face aos consumos energéticos das respetivas instalações) prendem-se com os diagnósticos energéticos das ETAR do Freixo e Sobreiras, instalações que são responsáveis por 93% do consumo energético da empresa. O estudo realizado permitiu já definir medidas para a ETAR de Sobreiras cuja implementação, expectavelmente, poderá significar uma diminuição do consumo das referidas instalações em cerca de 8%. Nas Neste contexto estabeleceu uma parceria com o INEGI para elaboração de um estudo, em desenvolvimento, que visa, simultaneamente, a racionalização dos seus consumos energéticos operacionais (das suas instalações e equipamentos) e a avaliação do potencial de produção de energia via fontes de energia renováveis e/ou endógenas. Vista aérea da ETAR de Sobreiras, Águas do Porto referidas instalação avaliou-se ainda, sob o ponto de vista técnico e económico, a viabilidade de produção de energia elétrica e/ou térmica a partir de fontes de energia renovável e/ou endógena. Neste contexto avaliou-se o potencial de geração de energia elétrica via energia solar fotovoltaica em áreas (com exposição solar) disponiveis nas instalações e realizou-se o respetivo dimensionamento do sistema (tendo em conta o diagnóstico energético prévio e o novo regulamento direcionado às unidades de pequena produção de energia elétrica para autoconsumo, legislado pelo decreto-lei n.º 153/2014, de 20 de outubro). Em paralelo, e dado que um dos processos de tratamento de águas residuais utilizados na ETAR do Freixo conduz à geração de biogás (que, atualmente, se encontra a ser apenas parcialmente aproveitado através da sua reintrodução no processo – para promoção de agitação em reatores biológicos e para o seu aquecimento sendo a restante fração queimada sem qualquer tipo de aproveitamento) estudou-se a viabilidade de aproveitar esse biogás, tendo-se preconizado dois cenários: o recurso a um motor de cogeração que permita manter os níveis de temperatura necessários no reator biológico e, simultaneamente, produzir eletricidade e a biometanização do biogás produzido, que consiste no tratamento e upgrade do mesmo por forma a ser injetado na rede de gás natural. Para todos os cenários tecnicamente viáveis foram realizados estudos de viabilidade económica e perante os melhores cenários constatou-se que o recurso às referidas fontes renováveis permitiria suprir 45% das necessidades da ETAR do Freixo, em termos de energia elétrica. Os resultados deste estudo, nomeadamente no que respeita à ETAR do Freixo, estão a ser aproveitados pela C.M. Porto no sentido de apoiar o projeto de requalificação do vale de Campanhã, estando-se presentemente a avaliar a possibilidade de aplicar os ganhos decorrentes da geração de energia nas imediações das instalações da Águas do Porto a fim de servir as comunidades envolventes. INSTITUCIONAL A OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO ASSOCIATIVO DO INEGI FOI UM ÊXITO! MAIS 248 MIL EUROS DE PATRIMÓNIO E MAIS 31 ASSOCIADOS! O INEGI lançou uma operação de aumento do seu Património Associativo, visando que o mesmo continuasse a ser maioritariamente detido pelos associados privados (face ao reforço da componente dos associados públicos em virtude da fusão com o Pólo FEUP do IDMEC), reforçando, simultaneamente, a sua ligação ao tecido empresarial e criando condições para um novo salto de crescimento para o patamar dos 10M€ até ao final de 2018. dem ao investimento de anteriores associados e 86 mil euros correspondem à adesão de 24 novos Associados. A operação terminou no final de março de 2015 com a realização de uma nova Assembleia-Geral que, entre outros assuntos, votou novos pedidos de subscrição de património. Até à data de encerramento desta edição estavam contabilizados novos pedi- dos de subscrição no valor de 76 000 euros, dos quais 15 000€ correspondem a antigos associados e 61 000€ subscritos por 7 novos associados. Verifica-se, assim, que esta operação permitirá aumentar o património associativo do INEGI em cerca de 248 mil euros, aumentando o número de associados em de 31 instituições. Esta operação revestiu-se de êxito, tendo sido aprovado, na Assembleia-Geral que se realizou no passado dia 18 de dezembro a subscrição de 172 mil euros de património associativo, dos quais 86 900€ correspon- 2014 FOI O MELHOR ANO ECONÓMICO DE SEMPRE DO INEGI Consolidou-se, assim, um ciclo iniciado em 2010, com a reestruturação do INEGI, e que permitiu, também, a concretização de um importante plano de investimentos estratégicos que garantiu a modernização e o reforço da sua infraestrutura tecnológica. Milhões de Euros Apuradas as Contas relativas ao ano de 2014 constata-se que este foi o melhor ano de sempre do INEGI, quer em termos de volume de negócios, quer em termos de resultados: Crescimento médio de 7,22% ao ano nos últimos 5 anos. Ciclo esse que coincidiu com uma conjuntura extremamente adversa da economia, o que torna ainda mais positivos os indicadores alcançados. Estes resultados permitem encarar ainda com mais otimismo o novo ciclo que agora se inicia, com a fusão com o Pólo FEUP do IDMEC e o início de um novo quadro de financiamentos estruturais. Sede: Rua Dr. Roberto Frias, nº400, 4200-465 Porto | Tlf.: +351 229578710 | Site: www.inegi.up.pt | Propriedade: INEGI | Distribuição: INEGI | Periodicidade: Quadrimestral | Tiragem: 1200 exemplares | Edição: INEGI | Direção Editorial: Rui Sá | Equipa Editorial: Daniela Silva, Joana Pinto, Luís Pina, Margarida Machado, Nelson Pereira, Sílvia Esteves | Design: Nelson Pereira, Jorge Correia