Provas de Vestibular
ENEM 2012
Português
Professora: Diogo Mendes
ENEM 2012 (Questões 131, 132, 133, 134, 135)
1. (Questão 131)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no
Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do
pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão
por Aleijadinho.
Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) Liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) Credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) Simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) Personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) Singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas
2. (Questão 132) “Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas dos cursos da
área automotiva fornecidos pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado ano a ano. De
cinco mulheres matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos
cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A
presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura — que são gratuitos — cresceu 1 480%
nos últimos sete anos e tem aumentado ano a ano.”
Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).
Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o
objetivo do autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar de mulher também é
na oficina” corrobora o objetivo textual de:
a) Demonstrar que a situação das mulheres mudou na sociedade contemporânea.
b) Defender a participação da mulher na sociedade atual.
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c) Comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher é na cozinha”.
d) Criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da área automotiva.
e) Distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”
3. (Questão 133)
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor
a:
a) Assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.
b) Evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) Aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) Abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) Consumir produtos de modo responsável e ecológico.
4. (Questão 134) Aquele bêbado
“— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.
O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário
Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedavase de Índia Reclinada,
de Celso Antônio.
— Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos. Só ele sabia que andava mais bêbado que
um gambá.
Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro
ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.”
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.
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Professora: Diogo Mendes
A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto
porque, ao longo da narrativa, ocorre uma:
a) Metaforização do sentido literal do verbo “beber”.
b) Aproximação exagerada da estética abstracionista.
c) Apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.
d) Exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.
e) Citação aleatória de nomes de diferentes artistas.
5. (Questão 135) O trovador
“Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!”
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte:
Itatiaia, 2005.
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de
Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é:
a) Abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que,
evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) Verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de
Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) Lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde
“Dlorom” (v. 9).
d) Problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese
nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) Exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para
mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
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