USO DE FITASE EM RAÇÕES PARA CODORNAS EM POSTURA
SALINAS, J.A.P.¹, SOUZA, C.S.2, BRUSAMARELO, E.3, BARBOSA, A.A.4, VIEITES, F.M.5,
NÉVOA, M.L.6, MORAES, G.H.K.7, BARRETO, S.L.T.7
¹Pós-graduanda em Zootecnia, Departamento de Zootecnia – DZO, Universidade Federal de Viçosa –
UFV – Viçosa-MG – [email protected]
2
Pós-graduanda em Bioquímica Agrícola, UFV
3
Pós-graduanda em Ciência Animal, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Cuiabá-MT
4
Doutor em Bioquímica Agrícola, UFV
5
Professor, UFMT, Rondonópolis-MT
6
Mestre em Ciência Animal, UFMT, Cuiabá-MT
7
Professor, UFV
Resumo – Objetivou-se com a presente revisão literatura apresentar e discutir algumas informações
acerca do uso de fitase na alimentação de codornas. As aves apresentam baixa quantidade de enzimas
do tipo fitase, que são as fosfatases responsáveis pela hidrólise da molécula do ácido fítico. De modo
geral, os resultados indicam que o uso de fitase nas rações permite aumentar o aproveitamento do
fósforo orgânico, manter o desempenho produtivo e qualidade de ovos, reduzir os custos de produção
e ainda mitigar os impactos ambientais advindos da excreção mineral pelas aves.
Palavras-Chave – Digestibilidade; Fitato; Fosfatase.
THE USE OF PHYTASE IN DIETS FOR LAYING QUAILS
Abstract – The objective of this review was to discuss some information about the use of phytase in
the diet of quail. The birds have low amount of type enzymes phytase and phosphatases which are
responsible for the hydrolysis of phytic acid molecule. Generally, the results indicate that the use of
phytase in the diet can increase the utilization of organic phosphorus maintain the performance and
egg quality, reduce production costs and also mitigate environmental impacts arising from the mineral
excretion by birds.
Keywords – Digestibility; phytate; phosphatase.
Introdução – O fósforo além de ser o terceiro constituinte oneroso nas rações para animais nãoruminantes, atrás apenas da proteína e da energia, também tem sido considerado um dos grandes
geradores de resíduos poluidores. Tal fato reside em grande parte pelo baixo aproveitamento do
fósforo das fontes vegetais, que normalmente encontra-se complexado com o inositol, formando o
ácido fítico. As aves apresentam baixa quantidade de enzimas do tipo fitase, que são as fosfatases
responsáveis pela hidrólise da molécula do ácido fítico (Bünzen et al., 2008). Por essa razão, nos
últimos anos, o uso de enzimas exógenas nas rações para monogástricos tem ganhado força, uma vez
que estas promovem o melhor aproveitamento do valor nutricional dos alimentos, apresentando
resultados favoráveis ao desempenho produtivo. Objetivou-se com a presente revisão literatura
apresentar e discutir algumas informações acerca do uso de fitase na alimentação de codornas.
Material e Métodos – A revisão de literatura caracterizou-se como sendo descritiva, cujo propósito
foi buscar informações acerca do uso de fitase nas rações para codornas em postura. A análise e a
interpretação das informações obtidas na Literatura consultada consistiram em processos distintos,
entretanto inter-relacionadas. A análise consistiu no processo em que foram estabelecidas as ligações
entre os dados relatados e discutidos pelos diferentes autores; enquanto a interpretação referiu-se ao
processo em que houve a discussão da relevância das informações em relação ao propósito.
Revisão de Literatura – Souza & Lopez (1994) relataram que alguns fatores presentes nos alimentos
e nos animais, influenciam o aproveitamento do fósforo fítico. Os teores de cálcio (Ca) e fósforo (P) e
a sua relação no alimento, o nível de vitamina D3 da dieta e a presença de fitase no trato digestivo são
os principais. O uso da fitase visa aumentar a digestibilidade e a utilização dos nutrientes da dieta, uma
vez que atua hidrolisando o fitato e liberando o P e outros nutrientes, o que permite sua melhor
assimilação pelo animal (Teixeira et al., 2013). Outra questão importante refere-se à existência de
fortes pressões para reduzir os níveis de P nas dietas dos animais, uma vez que os níveis mais baixos
permitem diminuir os custos e a excreção deste elemento, bem como minimizar os impactos
ambientais. Lima et al. (2010) avaliaram codornas japonesas de postura alimentadas com uma dieta a
base de milho e farelo de soja, formuladas para atender as exigências nutricionais das aves, e rações
suplementadas com 0, 200, 400 e 600 unidades de fitase UF/kg de ração. Os autores observaram que
houve um aumento dos valores de energia metabolizável aparente (EMA) e energia metabolizável
aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) das rações até os níveis de 195 e 186 UF/kg de
ração respectivamente, a partir dos quais os dados permaneceram em platô. Essa melhora nos valores
da energia disponível fornecido pelo alimento está relacionada diretamente ao maior aproveitamento
da proteína, uma vez que, o acido fítico é capaz de se ligar a mesma, aumentando a perda endógena de
nitrogênio. Associado a tal fato, os minerais complexados com o ácido fítico que no trato digestório
estão ligados à reação de saponificação (principalmente sódio e potássio) necessária para a utilização
de lipídeos. Assim, a fitase age liberando o complexo fitase-mineral possibilitando melhor utilização
da energia proveniente destes. Garcia (2010) evidenciou que a suplementação de 600 unidades de
fitase (uft) é eficaz na qualidade da casca dos ovos em dietas com 0,106% de fósforo disponível para
codornas japonesas com 35 semanas de idade. Lima et al. (2011) preconizaram para codornas
japonesas a adição de 463 uft/kg e 0,13% de fósforo disponível nas rações, uma vez que o suplemento
melhorou o desempenho produtivo e a qualidade dos ovos.
Conclusões – O uso de fitase associado ou não à redução de cálcio e fósforo disponível nas rações
para codornas em postura tem sido uma temática estudada nos últimos anos. Os resultados indicam
que a utilização dessa enzima permite aumentar o aproveitamento do fósforo orgânico, manter o
desempenho produtivo e qualidade de ovos, reduzir os custos de produção e ainda mitigar os impactos
ambientais advindos da excreção mineral pelas aves. Entretanto, fazem-se necessárias pesquisas para o
estabelecimento dos níveis mínimos que tais componentes poderão ser utilizados na coturnicultura, de
modo a assegurar o atendimento das exigências nutricionais e o adequado desempenho produtivo.
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