XXII CONFAEB Arte/Educação: Corpos em Trânsito
29 de outubro à 02 de novembro de 2012
Instituto de Artes / Universidade Estadual Paulista
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EROTISMOS: ENTRE A CORPOREIDADE E A ESPIRITUALIDADE
Afonso Medeiros
Programa de Pós-Graduação em Artes-ICA/UFPA
[email protected]
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771731U9
RESUMO:
A expressão estética da experiência erótico-amorosa pode ser verificada desde as
narrativas bíblicas e perpassa toda a história artística ocidental. Através dos
monoteísmos e das filosofias idealistas ocidentais, o amor erótico vem sendo
desencarnado por uma tradição hermenêutica que tenta diluir todo e qualquer
resquício de sensualidade em nome de uma espiritualidade que, assim, passa por
um processo de diluição e “purificação”. Entretanto, mesmo as expressões estéticas
do chamado “amor místico” estão eivadas de sentidos erotizados e erotizantes, isto
é, de (res)significações que não querem (ou não podem) prescindir das referências
aos frêmitos, êxtases e gozos característicos da carnalidade. E é justamente no
campo da arte, da literatura à pintura e à música, que se verifica a corporeidade
erótica da espiritualidade (não confundir com religiosidade) ou a espiritualidade
erótica da corporeidade. De O Cântico dos Cânticos de Salomão ao Êxtase de Santa
Teresa de Bernini, corpo e espírito são cara e coroa do erótico. Talvez seja
justamente esse o motivo pelo qual sentimos que o corpóreo e o incorpóreo tornamse uma unidade irredutível no fenômeno amoroso e porque essa experiência parece
tão próxima da experiência estética.
Palavras-chave: erotismo; corporeidade; espiritualidade.
ABSTRACT:
The aesthetic expression of the loving-erotic experience can be verified since the
Biblical narratives and permeates the entire occidental artistic history. Through
monotheisms and idealist occidental philosophies, the erotic love has been
disembodied by a hermeneutic tradition that attempts to dilute any and every single
trace of sensuality on behalf of a spirituality that, based on this sense, goes through a
process of dilution and “purification”. However, even the aesthetic expressions of the
“mystical love” are beset with eroticized and eroticizing senses, ie, with
(re)significations that don’t want (or can’t) do without references to thrills, joys and
ecstasies, characteristics to carnality. And it is precisely in the field of art, from
literature to painting and to music that it can be verified the embodiment of erotic
spirituality (not confuse with religion) or erotic spirituality of embodiment. From The
Song of Songs, by Solomon, to the Ecstasy of St. Theresa, by Bernini, body and
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Federação de Arte Educadores do Brasil / FAEB
Site: http://xxiiconfaeb2012.blogspot.com.br/ - e-mail: [email protected]
XXII CONFAEB Arte/Educação: Corpos em Trânsito
29 de outubro à 02 de novembro de 2012
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spirit are the heads and tails of the erotic. Maybe that’s just the reason why we feel
that the corporeal and incorporeal become an irreducible unit on the loving
phenomenon and because this experience seems so close to the aesthetic
experience.
Keywords: Erotism; Embodiment; Spirituality
José Afonso Medeiros Souza é graduado em Educação Artística-Artes Plásticas pela
Universidade Federal do Pará (1985); especialista em História da Arte pela Universidade de
Shizuoka (Japão, 1988), com monografia sobre a arte e o design tradicional japonês; mestre
em Ciências da Educação-Arte-Educação, também pela Universidade de Shizuoka (1996),
com dissertação sobre o ideograma como signo estético; e doutor em Comunicação e
Semiótica-Intersemiose na Literatura e nas Artes pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (2001), com tese sobre a gravura japonesa dos séculos XVIII e XIX como crônica
visual, sob a orientação de Lucia Santaella. Foi bolsista do Ministério da Educação, Ciência e
Cultura do Japão (MONBUSHO, 1986-88 e 1992-96), da CAPES (1997-2001 e 2003) e da
Fundação Japão (2000). Foi membro da equipe de pesquisadores brasileiros e alemães
(convênio CAPES/DAAD) que efetivou o projeto “Relações palavra-imagem nas mídias”, com
estágio na Universidade de Kassel (Alemanha) em 2003. De 1998 a 2000 pesquisou o acervo
de gravuras japonesas do Instituto Moreira Salles, cujos resultados constam de sua tese e de
várias publicações. Foi co-fundador, vice-presidente e presidente da Associação de ArteEducadores do Estado Pará (AAEPA, 1989-91), como também vice-presidente e diretor de
assuntos institucionais da Federação de Arte-Educadores do Brasil (FAEB, 1990-92; 201012). Foi Coordenador do Núcleo de Artes da UFPA (2002-05), Diretor-Geral do Instituto de
Ciências da Arte (2006-10) dessa mesma Universidade e membro suplente do Conselho
Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA, 2008-10). Dirigiu
o Departamento de Ação Cultural do Município de Belém (FUMBEL, 1991-92), ocasião em
que presidiu a comissão de criação do Museu de Arte de Belém (MABE). É membro da
Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP, Comitê de Teoria, Crítica e
História da Arte), da Federação de Arte-Educadores do Brasil (FAEB) e dos conselhos
editoriais das seguintes publicações: Art& (revista eletrônica), Argumento (SP) e Desenredos
(GO). Foi avaliador ad hoc do Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP/MEC), para cursos de Artes Visuais e Design (2005-2009). Autor de O Imaginário do
Corpo entre o Erótico e o Obsceno: Fronteiras Líquidas da Pornografia (PPGCA/FAV/UFG) e A
arte em seu labirinto (IAP, no prelo), tem publicado diversos capítulos de livros e artigos,
principalmente nos seguintes temas: artes visuais, semiótica, cultura japonesa (artes e
cultura visual), teorias da arte (filosofia, crítica e história) e arte/educação. Organizou o I e o
II Fórum Bienal de Pesquisa em Arte (2002/2004) e o 1º e 2º Colóquio Interartes
(2010/2011). Professor (desde 1988) Associado de Estética e História da Arte atualmente é o
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Ciências da Arte da
Universidade Federal do Pará. É coordenador do GP sobre Artes e Imagens do Corpo e
membro pesquisador do GP sobre Crítica e Historiografia da Arte na Amazônia, ambos do
PPG-Artes/ICA/UFPA/CNPq.
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