150 MANDATO X ATA Nº. 12/2011 SESSÃO ORDINÁRIA DE 17 DE JUNHO DE 2011 Aos dezassete dias do mês de junho do ano de dois mil e onze, nesta cidade de Braga, no Auditório da Empresa Parque de Exposições de Braga – E.M., pelas vinte e uma horas e trinta minutos, reuniu, em sessão ordinária, a Assembleia Municipal de Braga, sob a Presidência do Senhor António Fernandes da Silva Braga, com a assistência da Senhora Gabriela do Carmo Gonçalves de Araújo Gomes Sequeira, como Primeira Secretária e do Senhor Rui Sérgio Ferreira da Silva Dória, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - O SR. PRESIDENTE DA MESA comunicou que havia quórum, tendo-se verificado a presença de cento e dezanove membros. ESTIVERAM PRESENTES OS SEGUINTES MEMBROS: José Marcelino da Costa Pires, Cláudia Patrícia Serapicos Alves, Pedro Miguel Pereira de Sousa, Paula Julieta Ramada Ferreira Caramelo, Artur Abel Fernandes Barreto Marques, Fausto Alves Farinha, Maria do Carmo Antunes da Silva, Vasco Cunha Ferreira Grilo, José Maia da Silva Aldeia, Jorge António Fernandes da Silva Braga, José Manuel Lopes Ferreira, Diana Sofia de Sá Carneiro Gonçalves Basto, João António Rodrigues da Costa, António João da Cunha Lopes, Sandra Cristina Marques da Silva, Jorge António Oliveira de Faria, Catarina Lourenço Ribeiro, Rui Alberto Alves Sousa e Silva, José Manuel de Araújo Barbosa, João Silva Oliveira, Tiago Jorge de Assis Caldeira Cruz Corais, José António da Silva Torres, António José da Costa Rebelo, António Manuel Oliveira Almeida, Carlos António Alves Bernardo, Bento Duarte da Silva, Olga Maria Esteves de Araújo Pereira, João Filipe Monteiro Marques, Alexandre Amoedo da Cruz Lourenço, Humberto António Ferreira Carlos, Maria do Pilar Araújo Teixeira, Paulo Alexandre Lopes de Carvalho Viana, Rosa Maria Macedo da Cunha, Adelino da Costa Correia, Afonso Henrique de Almeida Cardoso, Eva Paula Rodrigues de Sousa, Maria Ester da Silva Taveira, Mário Alexandre Peixoto Gomes, Hugo Alexandre Lopes Soares, Rui Manuel de Sá Morais, Domingos da Silva Abreu, Domingos José Alves Coelho, Rui Manuel Martins Ribeiro Leite, Licínio Isac Miranda Ramalho, Francisco José Peres Filipe Mota, Arlindo Henrique Lobo Borges, Tiago André Tinoco Varanda Pereira, Maria Isabel Campos Ferreira de Sá, Sílvia Maria Rodrigues de Oliveira, Manuel Maria Beninger Simões Correia, Alberto Carlos Carvalho de Almeida, Raúl Alfredo Cardoso Peixoto da Silva, Jorge Manuel Sario de Matos, Carla Maria da Costa e Cruz, Manuel António Vieira da Silva Esperança, António Meireles de Magalhães Lima, Paula Cristina Barata Monteiro da Costa Nogueira, Henrique Manuel Barreto Nunes, Nelson de Sousa Gonçalves, João Dias Gomes, Joaquim Martins Vieira Coutinho, José Fernando Ferreira Vilaça, Manuel Jorge Miranda Pereira, João Seco Magalhães, José Ferreira, Jacinto Fernão Magalhães Barros Lançós, Raquel Nair Carvalho de Cerqueira Pinto, Firmino José Rodrigues Marques, António Ferreira de Sousa, José Oliveira da Silva, António Araújo Fonseca Veiga, Jorge Manuel Carvalho, Joaquim de Faria Gomes, Romeu José Taveira Gomes, Orlando Agostinho Marques Fernandes Gomes, Joaquim de Oliveira Rodrigues, José António Ferreira Bastos, Manuel Fernandes Vieira, Manuel António Veiga de Carvalho, Carolina Nogueira Vilaça Teixeira, David Fernandes, João Carlos Faria Martins, António Álvaro da Costa Machado, João Dias Pereira, Manuel Rodrigues da Costa, João Paulo Vieira, Adelino Moreira de Sá, Fernando José Ferreira 151 Peixoto, João Martins Alves, Carmindo João da Costa Soares, Jorge Eduardo de Carvalho Gomes, José Pedro Vieira de Carvalho, António Alberto da Silva Caldas, Manuel Afonso Tinoco Ribeiro da Silva, João Lamego Moreira, João Artur Russell Sampaio, João Francisco Mota da Cunha, António Manuel Gonçalves Silva Vaz, José Manuel Ferreira Gomes, Joaquim Antunes Vaz, João Carlos Marques Pereira, Francisco Gomes Alves, Joaquim Ribeiro Gonçalves, Carlos Alberto Ferreira de Sá, Francisco Manuel Pereira da Silva, António Martins de Araújo, Manuel Matos Basto, António Rodrigues da Costa, Emiliano Renato Araújo Noversa, António Rodrigues de Lima, José Manuel Dias da Cunha, Francisco António da Cruz Araújo, Augusto Ferreira da Cunha, José Ferreira da Cunha, José Manuel Gomes Martins e Ramiro Gomes Rodrigues. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE MANDATO – A Assembleia, em face dos pedidos apresentados, deliberou aceitar a suspensão de mandato dos seguintes membros: Liliana Angélica Costa Matos Pereira, José de Araújo Gomes, Armando Augusto Ferreira Leite, Lígia Maria Seabra Reis Santiago Santos Portovedo, Vitor Manuel de Sousa Leite Cibrão Coutinho, Marta Filipa Azevedo Ferreira, Ana Luísa de Macedo Pinto Correia, João Luís de Matos Nogueira, António Pedro Gonçalves Pereira, Marta Rodrigues de Moura, Maria Emília de Barros e Silva Campos, Cristina Barroso Pires, Nuno Miguel Dias de Araújo, Artur Jorge de Oliveira Feio, Miguel Bento Martins da Costa Macedo e Silva, João Alberto Granja dos Santos Silva, Maria Goretti Sá Maia da Costa Machado, António Macedo Barbosa, Luís Jorge Vaz Santos Antunes Coelho, Joana Margarida Pereira Fernandes, Manuel José Lopes de Oliveira, Tânia Correia da Cruz, José Manuel Gonçalves de Oliveira, Maria Isabel Magalhães Mexia Monteiro da Rocha, Nuno Gil de Oliveira Dias, Lucinda Maria Fernandes Oliveira, Teresa Alexandra Vilaça Ribeiro da Cruz Lopes, Maria Amélia de Sousa de Lopes e António José Gomes de Lima. FALTARAM OS SEGUINTES MEMBROS: Isabel Cristina Trigo Soares da Silva, José Manuel Estibeiro Santos da Cunha, Manuel da Silva Dias, Ricardo José Pinto dos Anjos Ferreira, Francisco Augusto Martins Ferreira e Augusto Vieira Carvalho. RENÚNCIA DE MANDATO: Renunciou ao mandato o Deputado Gonçalo Nuno Correia Reis Vilarinho. Passou-se depois ao PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA, tendo a PRIMEIRA SECRETÁRIA DA MESA dado conhecimento de um Voto de Louvor, relativo à passagem do vigésimo quinto aniversário da Associação Juvenil “A Bogalha”, o qual foi aprovado por unanimidade, pela Junta de Freguesia de São Victor, em reunião de quinze de junho em curso. O SR. PRESIDENTE DA MESA lembrou depois a presença de um membro daquela Assembleia Municipal no Governo recentemente constituído, o Sr. Dr. Miguel Macedo, comum colega ali naquela Assembleia, e seu particular amigo, e que do ponto de vista democrático ou fraternidade dos democratas que os caracterizava, gostaria de o saudar. A palavra foi de seguida dada ao Deputado do C.D.S.-P.P., SR. ARLINDO HENRIQUE LOBO BORGES, para proceder à apresentação de um Voto de Louvor aos atletas e dirigentes do Sporting Clube de Braga, cujo teor se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas. O Sr. Deputado iniciou a sua intervenção referindo que o Sporting Clube de Braga era hoje uma instituição que representava o nosso concelho em várias competições e mostravam os valores desportivos que foram crescendo no seio da instituição. Muitas vezes existia a tendência de confundir o Sporting Clube de Braga apenas com o futebol, mas sabia-se que a instituição era muito mais que futebol. Era impossível passar ao lado das conquistas das equipas de futebol do Clube, e não podiam deixar de salientar o bom resultado no campeonato nacional, e a sua fantástica presença nas competições europeias, com a presença 152 em Dublin que tantas alegrias trouxe aos Bracarenses. Os bons resultados das equipas Juniores, Juvenis e Iniciados que obtiveram o terceiro lugar nos campeonatos nacionais eram motivadores. A subida do Futsal à primeira Divisão mostrava o empenho no campeonato. Não podiam esquecer os atletas do Voleibol e da Natação. Em basquetebol as equipas masculinas e femininas conquistaram títulos importantes a nível regional. Bilhar e Taekwondo possibilitou-nos algumas importantes medalhas que mostraram as mais valias daquelas modalidades num clube como o Braga. A história de sucesso dos nossos atletas no atletismo mantinha-se, pois os títulos de campeões e vice campeões continuavam a ser uma realidade. Uma palavra especial para os atletas de Boccia, existia campeões em várias categorias, havia pois que acarinhar e apoiar aqueles atletas que mostraram a sua garra nas várias competições. A aposta nas várias modalidades devia continuar, para que o Sporting Clube de Braga fosse cada vez mais um clube de várias modalidades e continuasse o crescimento verificado nos últimos anos. Podia dizer-se que a par do ABC o Sporting Clube de Braga era o gerador de campeões no nosso concelho. Assim, o CDS-PP propunha que se endereçasse um voto de louvor a todos os atletas e dirigentes do Sporting Clube de Braga pelos êxitos alcançados na presente época. Interveio de seguida o Deputado do P.S.D., SR. JOÃO FILIPE MONTEIRO MARQUES, para apresentar outro Voto de Louvor, que se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas, em que começou por referir que após mais uma época de alto rendimento, o Sporting Clube de Braga abrilhantou uma série memorável de resultados desportivos, com uma insígnia que perdurará na memória não só dos seus associados, mas sobretudo de toda uma região. A final da Liga Europa disputada em Dublin, onde por mérito próprio chegou, foi a consagração de um percurso de excelência, sedimentado em passos firmes e decididos, percurso esse que se iniciou com uma meritória campanha na liga maior do futebol internacional – a Champions League. Disse ainda que o crescimento visível do clube de futebol mais representativo da cidade tinha feito pelo nome de Braga e pelas suas gentes mais do que um sem número de campanhas publicitárias poderiam algum dia conseguir. Aquela janela para o concelho e para a região não podia deixar de ser destacada pela sua inegável valia que se estendia a domínios que iam muito para além do desportivo. A carreira do clube nos grandes palcos internacionais não fazia, porém, esquecer um outro papel liderante que aquela instituição assumiu ao longo do ano. Em sintonia com a Associação Académica da Universidade do Minho, numa parceria absolutamente exemplar das forças vivas da cidade, o clube protagonizou um novo momento de felicidade para todos os bracarenses, alcançando a subida à primeira Divisão de Futsal nacional. A força da sinergia entre aqueles dois grandes exemplos de dinamismo associativo já tinha dado provas do que podia atingir, esperando-se renovados sucessos para anos vindouros. Soubesse o concelho aprender com aquele exemplo de cooperação e qualidade para, assim, replicar noutros domínios as imensas potencialidades que as parcerias entre agentes ativos da sociedade bracarense, naqueles e noutros moldes, pudessem vir a despoletar. Assim, o P.S.D. propunha que se endereçasse um voto de louvor à equipa de futebol sénior do Sporting Clube de Braga, congratulando-a pelo feito da chegada e disputa da final da Liga Europa e que se endereçasse, igualmente, um voto de louvor ao Sporting Clube de Braga e à Associação Académica da Universidade do Minho pelos sucessos da parceria entre eles vigente, nomeadamente pela recente subida ao primeiro escalão do Futsal nacional. Postos à votação foram os dois votos de louvor aprovados por maioria com a abstenção do B.E. e com os restantes votos a favor. Usou da palavra o Deputado 153 do B.E., SR. ANTÓNIO MEIRELES DE MAGALHÃES LIMA, para em Declaração de Voto esclarecer que a abstenção do BE nos presentes votos de louvor tinha dois significados. O primeiro era o facto de se misturar desde o boccia até ao futsal e até ao futebol profissional do Braga. Para o BE isso não era tudo a mesma coisa. Depois, já tinham afirmado naquela Assembleia, que enquanto o futebol do Braga vivesse na sombra da Câmara e se desse ao luxo de ter atletas a ganhar milhares e milhares de euros quando havia muito e muito desemprego na nossa região, sem prestar qualquer contas, o BE não podia branquear a situação. Não tinha nada a ver com o mérito dos atletas do Braga. Evidentemente que saudavam o seu mérito, mas uma coisa eram os atletas do Braga, como atletas, como jogadores de futebol, outra coisa era toda a organização envolvente, que enquanto não tivesse uma prática clara e transparente e prestasse contas do dinheiro que recebia do Município de Braga, a posição do Bloco seria aquela. Interveio depois o Deputado da C.D.U., SR. ALBERTO CARLOS CARVALHO DE ALMEIDA, para proceder à apresentação de uma Proposta, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, em que referia que o encerramento do Hospital de São Marcos no centro da cidade de Braga, consequência da transferência dos serviços hospitalares para as novas instalações localizadas nas Sete Fontes, impunha da parte da autarquia um acompanhamento atento à evolução da situação do comércio urbano e tradicional. Como era por todos reconhecido a deslocalização do hospital motivou uma abrupta diminuição do fluxo de pessoas no centro da cidade. A Associação Comercial de Braga adiantou que o hospital gerava a circulação de cerca de dez mil pessoas no centro da cidade. Assim, porque entendiam que era necessário encontrar respostas para os problemas colocados aos comerciantes do centro da cidade e também porque defendiam que a Câmara Municipal não se podia alhear dos mesmos, a CDU propunha que a Assembleia Municipal de Braga promovesse, tão breve quanto possível, uma audição pública sobre a matéria, convidando para o efeito todos os comerciantes do centro da cidade. A este propósito usou da palavra o Deputado do P.S.D., SR. HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES, para dizer que aquela era uma matéria que também o PSD entendia que devia ser discutida e apreciada em sede de Comissão Especializada. Ainda assim havia duas ou três coisas que importava dizer naquela discussão. E a primeira era que aquela foi uma matéria que já há muito tempo que o PSD tinha vindo a falar nela. Já em dois mil e oito, dois mil e nove, o PSD falava no impacto que a saída do hospital do centro histórico de Braga iria ter nos comerciantes e em toda a atividade económica daquela zona. A própria Associação Comercial levantou várias vezes a questão e como era sempre costume naquelas ocasiões, a Câmara Municipal, na altura, fez ouvidos de mercador e agora tinha um problema gravíssimo que afetava dezenas de comerciantes, dezenas de pequenas e médias empresas que ali tinham a sua atividade, por consequência da deslocalização do Hospital de Braga, que evidentemente saudavam. E aquilo que o Grupo Municipal do PSD entendia era que se tratava de uma matéria relevante, uma matéria que merecia estudo, uma matéria que merecia reflexão e, portanto, também optavam pela solução, assim o Grupo do Partido Comunista entendesse, de que a proposta baixasse à Comissão. O SR. PRESIDENTE DA MESA esclareceu que embora não se estivesse ainda no contexto substantivo da própria discussão, estava-se sim a discutir se se deveria aprovar fazer a audição pública e depois em que sede, e era nessa vertente que se iria votar. Havia consenso que se votasse naquele sentido, a audição pública em sede de Comissão adequada para o efeito. Todos estavam de acordo com o sentido geral da votação que se iria seguir. Posta à votação foi 154 aprovado por unanimidade baixar a proposta da CDU à Comissão de Assuntos Económicos, Empresas Municipais e Turismo. Interveio de seguida o Deputado do B.E., SR. ANTÓNIO MEIRELES DE MAGALHÃES LIMA, para apresentar uma Recomendação, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, que referia que era competência da autarquia e obrigação do seu executivo, criar condições para que os munícipes se deslocassem em segurança, quer o fizessem a pé ou utilizando os mais diversos meios de transporte. Todos sabiam que a política de transportes adotada pelo executivo municipal levou a que nos últimos vinte e cinco anos o trânsito automóvel dentro da cidade de Braga tivesse crescido de forma exponencial. De tal modo que, por diversas vezes, se levantaram vozes a alertar para o condicionamento que uma tal densidade de tráfego impunha aos munícipes no usufruto dos espaços públicos, nomeadamente no atravessamento de diversas ruas e avenidas. Os atropelamentos nas ruas de Braga sucediam-se a um ritmo muito acima da média nacional. Um dos casos mais graves era o da Rua do Caires, autêntica via rápida de atravessamento da cidade, onde a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária registou só em dois mil e dez três atropelamentos graves. Interpretando o sentimento de insegurança dos moradores da Rua do Caires, o Bloco de Esquerda lançou um abaixo-assinado e uma petição na internet para exigir da Câmara Municipal de Braga uma resposta urgente ao trânsito caótico e perigoso da Rua do Caires, que recolheu mais de quinhentas assinaturas. Considerando o referido supra, e sensível às razões dos moradores da Rua do Caires, o B.E. propunha que a Assembleia Municipal de Braga recomendasse ao executivo da Câmara Municipal que desse início a estudos técnicos visando levar a efeito obras de requalificação e reorganização de toda a Rua do Caires, de forma a garantir a circulação de peões em segurança e a ordenar a circulação automóvel. E que tudo se fizesse sem barreiras intransponíveis que separaram irremediavelmente os habitantes de um lado da rua dos seus vizinhos do lado oposto. A este propósito registou-se a intervenção do Sr. Deputado do P.S., JOSÉ MARCELINO DA COSTA PIRES, para dizer que a recomendação do BE partia de algumas premissas que não eram verdadeiras, e, desde logo que os atropelamentos nas ruas de Braga que se sucediam a um ritmo muito acima da média nacional. Isso não era verdade. E a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária fazia estudos mensais sobre os níveis de sinistralidade na cidade de Braga e em todo o país, e o que se constatava era que tinham baixado extraordinariamente esses níveis de sinistralidade, nomeadamente no que respeitava a atropelamentos. O problema da rua do Caires, obviamente que era um problema sério que preocupava naturalmente o Executivo Municipal e deveria preocupar todos, no entanto sabiam que os estudos técnicos estavam já a ser feitos. Evidentemente que não era fácil, não era muito simples mexer com o tráfego numa rua como a rua do Caires, que era uma rua de importância vital no atravessamento da cidade e porque sabiam que os estudos técnicos estavam já a ser feitos, entendiam que a recomendação era uma redundância e, por isso mesmo, iriam votar contra. Posta à votação foi a referida recomendação rejeitada por maioria com os votos contra do P.S. e do Grupo de Independentes, com a abstenção do C.D.S.-P.P. e com os votos favoráveis dos restantes Grupos Municipais. A palavra foi de seguida dada à Srª. Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ, para apresentar uma outra Recomendação, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, que referia que a propósito da recente remoção das flores nos jardins do topo norte da Avenida da Liberdade, e considerando que: o processo de substituição das flores naqueles jardins ainda não tinha sido executado, 155 encontrando-se, presentemente, os jardins em terra; a Câmara Municipal de Braga previa proceder à referida renovação de flores já no início da próxima semana; as festas de São João tinham como ponto alto as próximas Quinta e Sexta- feira, movimentando nesses dias dezenas de milhar de pessoas na Avenida da Liberdade, e que tal facto levaria, à semelhança de anos anteriores, à destruição de significativa parte dos referidos jardins, a CDU propunha que a Assembleia Municipal recomendasse à Câmara Municipal o adiamento do processo de renovação de flores dos jardins no topo norte da Avenida da Liberdade, para depois das festas de São João, evitando, assim, gastos de tempo e de dinheiro, assim como o desgaste dos trabalhadores do município. Interveio o Deputado do P.S., JOSÉ MARCELINO DA COSTA PIRES, para referir que a apresentação da recomendação da CDU revelava uma preocupação que registavam a propósito de um local de lazer que embelezava o centro da cidade e também o PS naturalmente subscreveria a recomendação se a Câmara Municipal efetivamente estivesse na disposição de colocar desde já as plantas e as flores nos canteiros. E, na verdade, a Câmara tinha já deliberado proceder à substituição das flores só após as festas do São João. Portanto, aquela recomendação acabava por não ter qualquer efeito prático e, por isso, não fazia sentido apresentá-la. Voltou a usar da palavra a Srª. Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ, para saudar a posição da Autarquia, mas que a informação que possuíam era contrária. A Recomendação foi retirada após a informação prestada. De seguida registou-se a intervenção do Sr. Deputado da C.D.U., JORGE MANUEL SARIO DE MATOS, para apresentar uma Declaração Política, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, que dizia que pouco mais de duas semanas depois ainda valia a pena levar ali, àquela instância plural da democracia e do poder local, uma reflexão sobre o infeliz caso ocorrido na cidade na campanha eleitoral recente…Contrariando princípios basilares do pensamento democrático sobre os direitos e liberdade de propaganda política, de resto bem acautelados na Lei e na Constituição da República Portuguesa, uniram-se em atitude arrogante num mesmo propósito, a cegueira facciosa de um representante do Governo Central no distrito e o elitismo pseudo cultural de um responsável da Empresa Teatro Circo que era propriedade municipal a cem por cento. Objetivo: impedir que uma força eleitoral – a CDU – realizasse no Teatro Circo um Comício muito antecipadamente requisitado, no momento e em sede própria, como estabelecia a Lei Eleitoral. Os pretextos, vários. Em poucas palavras podiam dizer que tudo lhes valeu a pena para tornar a política pequena. Esqueceram que aquela sala fora no tempo do fascismo palco de grandes momentos da luta pela Democracia. Momentos que, esses sim e não as proibições que também nesse tempo eram movidas, honraram e enobreceram o historial do Teatro Circo. Nem a exemplar história daquela Casa na resistência ao fascismo e à proibição das liberdades, nem o facto de a Comissão Nacional de Eleições ter dado razão à pretensão da CDU, os demoveu. Pois bem, essa arrogância e o expediente dilatório de recursos judiciais não os salvou. O funcionamento das instituições da Democracia, a deliberação final do Tribunal Constitucional, infligiu-lhes a merecida derrota. Sucederam-se ao desaire outras manobras de vingança mesquinha: tentar passar o “fel da derrota”para os funcionários daquela casa. A esses testemunharam já o seu apreço e agradecimento pelo seu empenho. Ali repetiam que tal como não abdicavam de defender e usar o direito que as leis e a Constituição reconheciam à atividade política, também não abdicariam em momento algum da defesa dos direitos dos trabalhadores onde e quando eles fossem postos em causa. A decisão do Tribunal Constitucional de validar a pretensão da CDU não era apenas a 156 vitória daquela. Tinha a CDU o seu mérito pela perseverança. Por não se ter acomodado perante a arbitrariedade. Mas ela era acima disso, um triunfo da própria democracia que deveria suscitar o júbilo de todos os democratas. Por isso ali se evocava como vitória sobre tentações autoritárias e como lição de futuro. O Teatro Circo voltou a abrir as suas portas à política. A política voltou a poder ser tratada com um P grande. E estavam seguros que outras forças franqueariam futuramente aquelas mesmas portas. Faziam votos que fosse para dignificar o sentido da Política. O Sr. Deputado da CDU pediu desculpa por não ter saudado os presentes como deveria, mas uma lei da rolha obrigava-o àquela ginástica, a poupar os segundos para poderem dizer aquilo que entendiam que devia ser dito e que merecia ser ouvido para bem daquela casa. O SR. PRESIDENTE DA MESA disse que aquela matéria era recorrente e mais que esgotada. A palavra foi depois dada ao Deputado do C.D.S.-P.P., SR. ARLINDO HENRIQUE LOBO BORGES, para apresentar outra Declaração Política subordinada ao tema:”Mais uma vitória para a preservação do Complexo das Sete Fontes”, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. O Sr. Deputado começou por se regozijar por mais um passo que permitia a preservação e valorização do Complexo das Sete Fontes, que muito enriqueciam o nosso património. Foi finalmente publicada em Diário da República a portaria que fixava a Zona Especial de Proteção do sistema de abastecimento de águas à cidade de Braga no século dezoito. Depois de inúmeros movimentos da sociedade civil e de algumas instituições do concelho o Ministério da Cultura cumpriu com a publicação da Portaria quinhentos e setenta e seis barra dois mil e onze, de sete de junho, cumprindo também o objeto da resolução por parte da Assembleia da República em duas recomendações de oito de outubro passado, que alertou o país para aquele monumento único. Disse também que o CDS tinha orgulho em ter sido um dos proponentes das recomendações, mas sabia que era uma vitória dos cidadãos bracarenses que a título individual ou em nome de uma organização sempre se empenharam pela preservação e valorização do complexo. De lembrar que foi a pressão exercida pela sociedade civil em especial pelo grupo de peticionários que tornou realidade a classificação do monumento como Monumento Nacional através do Decreto número dezasseis barra dois mil e onze. O processo foi por demais demorado, estando por esclarecer quais os motivos daquela demora. Estavam cientes que as classificações apenas ajudavam a preservação de parte do complexo, e muita mais pressão tinha que ser exercida para que a componente ambiental não fosse descaracterizada perdendo-se assim a origem daquele monumento que era a água. A Senhora Ministra da Cultura ou candidata do PS às Legislativas, foi tarde visitar as Sete Fontes, mas foi na certeza importante para esclarecer da importância do complexo. No entanto, já houve desenvolvimentos no que dizia respeito à preservação ou falta dela, no complexo das Sete Fontes. As minas das Verdosas, foram alvo de vandalização, mas pior, foi uma vandalização com anuência de algumas entidades. Aquelas minas estavam fora da zona de classificação, por isso o CDS no Projeto de Resolução que apresentou na Assembleia da República em outubro passado, pedia o aumento da Zona de Proteção, de maneira a salvaguardar todo o complexo, e não só apenas as estruturas com maior riqueza arquitetónica. Todas as fontes de água e todo o complexo hidráulico davam a vida àquele património. A trasladação das referidas minas estava assim a mutilar o complexo. Estando mais uma vez a sociedade civil a fazer eco das preocupações sobre a forma de tratar o património por parte das instâncias competentes. A reinvenção arquitetónica que foi realizada com a boca da mina não podia ser tolerada pela Câmara Municipal e pela Agere, sendo que deviam apurar responsabilidades por 157 mais aquele atentado. Prosseguindo, referiu ainda que era constante a divulgação da Câmara Municipal do propósito de construção de um Parque que pudesse preservar aquele monumento, e todas as vezes que a Câmara falava do Parque acrescentava-lhe um hectare. Ora, faltava saber que tipo de parque era aquele idealizado pela Câmara Municipal, uma vez que os planos para outros parques como o do Picoto, não os deixavam sossegados. O exagero de construções poderia colocar em causa a riqueza daquele património que era um todo como ecossistema e património construído. Os planos para construção de novas vias no vale das Sete Fontes eram um constante receio, de quem queria que o parque fosse uma realidade. A finalizar disse que era pois tempo de a Câmara Municipal trazer à luz do dia todo o projeto pormenorizado para aquele grande parque que se queria nas Sete Fontes, as dúvidas deviam ser desfeitas e o receio de uma nova mutilação devia ser de uma vez por todas afastado. O mesmo Deputado deu depois os parabéns à Junta de Freguesia de S. Victor, à Jovemcoop, aos Peticionários e a Braga por mais aquela vitória. As Sete Fontes agradeciam e as gerações futuras iriam lembrar-se daquelas conquistas. Foi depois a vez do Grupo Municipal do P.S.D. apresentar uma Declaração Política, através do Sr. Deputado HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES e cujo teor se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas, em que começou por referir que os portugueses foram chamados a decidir, e decidiram. Cerca de quarenta por cento dos votos expressos em urna demonstraram uma convicção firme na escolha de Pedro Passos Coelho para Primeiro-Ministro de Portugal. Disse depois que os Portugueses manifestaram de forma clara e inequívoca uma vontade de Mudar: de Mudar de políticas, de Mudar de políticos, de Mudar de Rumo. Também no concelho de Braga, os resultados alcançados pelo Partido Social-Democrata foram esclarecedores: a maioria dos Bracarenses disse sim à Mudança e disseram sim a uma nova geração de governantes. Bem sabiam que não eram resultados que se pudessem ou devessem extrapolar para qualquer outra lógica eleitoral. Ainda assim, ficava o conselho: se fosse Socialista em fim de ciclo neste concelho, estaria apreensivo; como Bracarense estava esperançoso! A Mudança que o País quis era a Mudança que protagonizavam para Braga, assegurou o mesmo Deputado. Que não houvesse ilusões. Os tempos que se avizinhavam não iriam ser fáceis. O cumprimento dos objetivos propostos pela Troika impunham vários sacrifícios, e ao contrário do que se quis propagandear, os próximos anos serão de recessão económica e de provável aumento da taxa de desemprego. Os últimos anos pintaram de negro as páginas da nossa história coletiva: uma taxa de desemprego sem igual, um défice público astronómico e uma dívida pública insustentável. Acrescia, em consequência, uma enorme crise social. Tudo, tudo, a culminar com um necessário e incontornável pedido de ajuda externa. Era a herança de seis anos de governação Socialista. Era por isso fundamental ter um olhar atento às pessoas que eram, afinal, o fim último da política. Era urgente implementar um plano de emergência social que fosse ao encontro das necessidades das populações mais carenciadas. Nesse particular, as IPSS e as autarquias locais – pela proximidade – em coordenação com o Governo do País, deveriam ter um papel fundamental na identificação, monitorização e no combate à pobreza emergente. Portugal era solidário, Portugal tinha que ser solidário. No entanto, o novo ciclo político, abria também uma enorme janela de oportunidades. Havia muito por fazer no País, e Portugal não podia ficar adiado. Paralelamente à consolidação das contas públicas, era urgente colocar Portugal a crescer. A aposta na iniciativa privada, a única capaz de criar emprego, o incentivo à produção nacional e ao aumento das exportações, com particular enfoque na 158 agricultura, deveriam ser desígnios nacionais. Assim como a reforma do Estado, o combate ao clientelismo e ao despesismo. Voltar a acreditar na Justiça, credibilizar a classe política e não transigir face à corrupção. Os desafios eram por isso muitos, mas confiavam no novo Governo de Portugal e nos Portugueses. Esta era uma oportunidade que o País não podia desperdiçar. Aos portugueses foram sendo pedidos sacrifícios e mais sacrifícios, sem terem qualquer retorno. Assim se percebia a descrença das pessoas nos políticos. Ao concluir o seu discurso referiu que era, por isso, fundamental que tudo aquilo que viesse a ser feito fosse explicado e valesse a pena. Iria ser preciso fazer sacrifícios? Iria! Mas que valessem a pena! O passado dia cinco de junho abriu efetivamente um novo ciclo na vida do País que, pela sua importância e carácter decisivo, mereceu ali ser destacado. Que o ato eleitoral tivesse sido a semente para a construção de um Portugal melhor, desenvolvido e a crescer. Esse era o desejo do PSD. O seu compromisso, disse. Tomou depois do uso da palavra o Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA, para apresentar uma outra Declaração Política, cujo teor se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas, em que dizia que o Município de Braga continuava a valorizar a atividade desportiva, reconhecendo a sua importância no desenvolvimento equilibrado do indivíduo e o seu contributo indispensável, no sentido de uma formação plena da pessoa humana, logo, no aumento da sua qualidade de vida. Em estreita colaboração com as diversas coletividades do concelho e com o objetivo de promover e orientar a generalização da atividade desportiva dos seus munícipes, a autarquia tinha trabalhado no sentido da diversificação de um vasto conjunto de equipamentos, fomentando a maximização do acesso e participação, à luz de uma política inclusiva. As potencialidades dos clubes, unidade base do associativismo, como núcleos de agregação social, possibilitadores e facultadores da vivência da população, eram por demais conhecidas e reconhecidas. Funcionando como polos de encontro e convívio, como elos de ligação à comunidade local e como uma das principais vias de acesso ao desporto, aqueles assumiam, assim, uma importância cada vez maior quer no âmbito desportivo, como no reforço da integração social e na coesão da comunidade. Prosseguindo, disse ainda que perante essa política traçada pelo executivo municipal, sobressaíam naturalmente os resultados extremamente positivos que promoviam e valorizavam a imagem de Braga pelo país e Europa fora, assim: no futebol – o Sporting Clube de Braga pela presença na Final da Liga Europa; e o Honroso quarto lugar na Liga Profissional de Futebol. Destaque ainda para o terceiro lugar a nível nacional das equipas de juniores e iniciados do Sporting Clube de Braga. De realçar também a subida aos campeonatos nacionais da equipa de Juvenis do Merelinense Futebol Clube e a manutenção da sua equipa de iniciados no Campeonato Nacional. Futsal – a subida à primeira divisão da equipa sénior do Sporting Clube de Braga. Andebol – os títulos nacionais para as equipas de iniciados e juvenis do ABC; destaque ainda para os infantis ao sagrarem-se vice-campeões nacionais e para o honroso quarto lugar dos juniores. Hóquei em patins – No próximo fim de semana as equipas do Hóquei de Braga iriam disputar o título nacional nas categorias de iniciados, Juvenis e Juniores. Com a equipa sénior a ter uma época brilhante ao classificar-se em quinto lugar no Campeonato Nacional da primeira divisão e com uma participação muito positiva na taça CERS ao disputar a sua conquista até à fase final. Boccia – Vários campeões regionais e nacionais e até a nível internacional, em representação da Seleção Nacional. Brilhante terceiro lugar nacional das equipas de Juniores, Juvenis e Iniciados do Sporting Clube de Braga. Natação – Destaque para o título nacional de Edgar Ribeiro nos duzentos 159 metros costas e Ricardo Machado nos duzentos metros livres. Destaque ainda para o título nacional das equipas masculinas de Juniores e Juvenis em estafetas. Uma última palavra para uma modalidade que era hoje modalidade maior do desporto português, a segunda modalidade com o maior número de atletas inscritos, o futsal. O Sporting Clube de Braga em parceria com a Associação Académica da Universidade do Minho conquistou há pouco tempo a subida à primeira divisão do escalão maior do futsal. Esta era uma parceria maior, que lhes parecia merecer ser enaltecida e à qual se associavam, quando parceiros ativos da construção da nossa comunidade, uniam esforços para valorizarem os seus percursos, para valorizarem o seu empenho e para obterem melhores resultados. Em relação à Associação Académica deixava, naquele contexto, uma especial homenagem. Era com a Associação Académica da Universidade do Minho e com a Universidade do Minho que Braga seria em dois mil e doze cidade que iria acolher o mundial de futsal universitário, bem como o campeonato do mundo de andebol universitário em dois mil e catorze. Era com parceiros como aqueles que referiu que se construía uma cidade que por estes dias Braga seria Capital Europeia do Desporto. Interveio de seguida o Deputado da C.D.U., SR. ALBERTO CARLOS CARVALHO DE ALMEIDA, para proceder à apresentação de mais uma Declaração Política, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, referindo que a entrega da gestão do Hospital de Braga ao Grupo Mello transformou aquele serviço de saúde (unidade pública do SNS) num negócio, cuja função principal era gerar apetitosos lucros, num curto prazo e sem quaisquer riscos. Lucros esses que cresciam e se acumulavam à custa da qualidade dos cuidados de saúde prestados e por outros meios a que os profissionais do hospital, assim como a maioria dos utentes e familiares que os acompanhavam, se viam obrigados. O tarifário de estacionamento dos parques do hospital era o mais recente exemplo disso! E o pagamento dessas tarifas representava mais uma fonte de lucro para a Administração Escala Braga/Grupo Mello, e mais um custo para todos os que necessitavam de se deslocar ao hospital. Pagar o estacionamento para ir ao hospital era mais uma forma de tornar a Saúde ainda mais cara! Alertada pelos trabalhadores do hospital, a CDU apresentou a vinte e nove de abril naquela Assembleia, uma pergunta à Câmara Municipal, questionando a legitimidade da cobrança do estacionamento e solicitando a sua intervenção para impedir aquele abuso. A resposta da Câmara nunca tinha chegado à CDU! No entanto, acrescentou o mesmo Deputado, a empresa gestora iniciou a cobrança das tarifas no dia quinze de maio, contando para isso com a apressada aprovação do Sr. Presidente da Câmara, não tendo, portanto, a obrigatória aprovação do órgão Executivo. Pretendia com isso dizer que duvidavam da legalidade de tal procedimento, o que os levou a pedir um parecer ao Provedor de Justiça. A CDU, porque entendia que isso era inaceitável, decidiu promover um abaixo-assinado, tendo recolhido até ao momento mais de mil assinaturas, o que expressava bem o descontentamento das populações perante tal atitude da Administração Mello, com a cumplicidade da Câmara de Braga. No abaixo-assinado os subscritores rejeitavam o pagamento do estacionamento e reclamavam a criação de parques de estacionamento gratuitos e com acesso rápido ao hospital. Acrescia a isso a limitada oferta de transportes públicos, que, apesar das alterações à rede dos TUB, continuavam desfasados das necessidades nomeadamente dos trabalhadores do hospital. Durante a semana não havia autocarros a partir das vinte horas e aos Sábados, Domingos e feriados a oferta era ainda mais reduzida, com a supressão de vários horários que funcionavam nos dias úteis. Exigia-se da Câmara uma intervenção imediata nessa matéria. O Sr. Deputado realçou que 160 também nas Sete Fontes, mas agora a propósito do valioso complexo patrimonial lá existente, a CDU tinha motivos de preocupação. Saudando a recente publicação do decreto de classificação das Sete Fontes como Monumento Nacional, assim como da portaria com a Zona Especial de Proteção, não podiam deixar de manifestar o seu descontentamento pelo descuido que caracterizava a intervenção da Câmara em todo o processo. Não se compreendia como foi possível que a mina das verdosas tenha sido destruída, assim como não se podia aceitar a vedação do acesso à mina Dr. Amorim. Que se soubesse, a Câmara nada fez para evitar aquilo. Mas em véspera de eleições legislativas o Sr. Vereador bem tinha sabido encaminhar a Senhora Ministra da Cultura. O que queria a Câmara para as Sete Fontes? Iria ou não avançar a construção da segunda fase da variante? Quando seria concluído o Plano de Pormenor? Em suma, quais eram as garantias de salvaguarda do Complexo das Sete Fontes que a Câmara de Braga podia dar hoje à população de Braga? Registou-se depois a intervenção do Sr. Deputado do P.S., JOSÉ MARCELINO DA COSTA PIRES, para em Declaração Política, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, referir que as cidades competiam cada vez mais entre si, procurando incrementar a atratividade cultural, turística, social, comercial e empresarial. A persecução da estratégia de afirmação, visando obter vantagens competitivas, era uma preocupação assumida pela gestão socialista do Município de Braga, com particular efeito no centro histórico e no miolo urbano. Uma preocupação que teria maior destaque no curto prazo, dada a captação/instalação de novas valências em Braga como o INL e o novo Hospital, no sentido de atrair investimentos em especial do Norte de Portugal e Galiza, como também enfatizava a revisão do PDM. Acrescentou que no terreno, e nessa linha de pensamento de novo conceito de cidade, a política de Cidades POLIS Vinte e Um, através da tipologia “Parcerias para a Regeneração Urbana”, o Município de Braga viu aprovadas duas candidaturas de iniciativa do Executivo Municipal, com um investimento elegível de dezassete milhões e quatrocentos mil euros: o Programa de regeneração da Zona Ribeirinha do Rio Este e o centro Histórico de Braga. Esses programas assumiam como objetivo reforçar a atratividade da cidade através da preservação e valorização de espaços de excelência urbana, e qualificar o ambiente urbano e os fatores determinantes da qualidade de vida da população. A zona de intervenção proposta para o Programa de Ação do rio Este era uma área com uma extensão de quase três quilómetros e uma superfície total de cerca de setenta e cinco hectares ao longo das margens do rio Este, entre a Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires e a Ponte Pedrinha. Englobava ainda algumas áreas naturais integradas no perímetro urbano da cidade de Braga, com destaque para o conjunto formado pelo Monte do Picoto e pelo Parque de São João da Ponte. Dada a sua extensão física e geográfica e a proximidade imediata de alguns elementos estruturantes do desenvolvimento da Cidade (Estádio Primeiro de maio, Parque de São João da Ponte, Monte Picoto, Parque de Exposições, Mercado Cultural do Carandá, Escolas e Equipamentos de saúde, pequenas zonas industriais, para além de áreas residenciais de diferentes épocas e configurações), aquele percurso ribeirinho era um eixo estruturante vital na malha urbana – marcante e incontornável. Disse depois que no que concernia ao Monte Picoto pretendia-se criar um espaço de utilização coletiva, com equipamentos de natureza lúdica, desportiva e social, constituindo-se assim uma área relevante de estrutura ecológica urbana, que vinha no seguimento de um plano de pormenor amplamente discutido e participado com sessões públicas, resultando em melhorias ao projeto inicial, e que deveria iniciar a sua execução física no terceiro trimestre do ano. No 161 Programa de Ação do centro Histórico de Braga, a autarquia propunha-se dar continuidade ao processo de regeneração urbana, dentro de uma filosofia de intervenção em parceria e olhando agora outros horizontes de internacionalização e distinção. Podiam definir-se assim os objetivos daquele programa de ação: conferir uma notoriedade cultural e urbana que afirmasse Braga no quadro do sistema urbano do noroeste peninsular; projetar no espaço público o capital artístico, cultural e criativo dos principais equipamentos locais, garantindo um maior envolvimento e acessibilidade das populações às práticas culturais; bem como, melhorar a articulação do espaço do Centro Histórico com soluções de mobilidade mais sustentáveis, entre outros. Informou ainda que no corrente ano seriam intervencionadas várias zonas, ao abrigo do programa e com os objetivos mencionados, como a Praça do Município, o Campo das Hortas, a Rua Andrade Corvo, Largo da Senhora-a-Branca, Avenida Central e Rua dos Chãos, Rua de São Vicente, bem como o Largo os Penedos e Avenida Norton de Matos, Largo Carlos Amarante, Rua de São Lázaro e a parte poente da Rua do Raio. Para além desses programas de ação a Câmara Municipal tinha promovido intervenções de reabilitação urbana, em especial na ACRRU do Centro Histórico da cidade de Braga. Essas foram transformando o centro histórico no centro administrativo, comercial, turístico e cultural da cidade, da qual resultou igualmente em uma extensa área pedonal com espaços públicos renovados e adaptados às novas necessidades. Destacava-se ainda um conjunto de investimento também na área cultural como a Escola Municipal de Música, a adaptação do edifício antigo da Estação de Caminhos de ferro a “atelier artístico”, a instalação de equipamento para projeção de cinema no Theatro Circo, o Musa de Intervenção Cultural e o BragaCult. Aos investimentos realizados e aos previstos, acrescia a indução dos investimentos privados que se associavam ao investimento público, como era o caso do “Liberdade Street Fashion”, no quarteirão dos antigos CTT que induziu um investimento privado de mais de trinta e três milhões de euros, entre outros. O Centro Histórico de Braga tinha-se tornado um espaço privilegiado, dentro da cidade e a nível regional, em termos de qualidade de vida, da centralidade das atividades e da inovação, fosse através das suas estruturas edificadas e urbanas, das funções aí instaladas, ou dos modos, formas e expressões de vivência urbana e culturais. O Centro Histórico de Braga tendia a fixar: novos residentes, com perfis diversos; atividades mais qualificadas e associadas à criatividade, às tecnologias e ao conhecimento; visitantes e turistas de mercados mais segmentados. De realçar o êxito inegável que foi a realização de mais uma edição da Braga Romana, recentemente ocorrida, e que era um bom exemplo dos objetivos acabados de referir. O Centro Histórico de Braga ia procurar oferecer: um mercado de arrendamento de habitação dinâmico; um tecido económico e empresarial renovado, moderno e dinâmico; novos conceitos de oferta comercial e de lazer; espaços públicos e coletivos confortáveis, atrativos e estimulantes; uma oferta cultural diversa e multifacetada; uma identidade reconhecida nos seus diversos ícones (históricos, religiosos, científicos e tecnológicos); uma cidadania ativa e participante. A autarquia promovia ainda, e nesse contexto, o desenvolvimento de projetos inovadores e criativos, tendo anunciado a reabilitação do edifício do antigo quartel da GNR, no Campo da Vinha, para acolher, de forma sustentável, um conjunto de indústrias criativas numa estrutura multifuncional e dinâmica, com potencial de internacionalização. Sendo capital de distrito, com o seu dinamismo, e com projetos como o Quadrilátero Urbano, Braga era o principal centro urbano de uma área territorial que tinha cerca de um milhão de habitantes. Era então conhecida por vários atrativos desde cidade bimilenar, 162 cidade dos arcebispos, capital do barroco, como também capital do comércio, cluster tecnológico reforçado com o recente Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), centro de conhecimento com as suas universidades, e cidade jovem, conforme reforçaram os primeiros dados do Censos e que mereceu a nomeação de Capital Europeia da Juventude para dois mil e doze. Seria omissão grave deixar de referir a recente atribuição do prémio Pritzker (Nobel da arquitetura) ao arquiteto Souto Moura pela conceção daquela que, sendo uma obra de referência para o município (Estádio Municipal), mereceu rasgados elogios de instâncias internacionais, nomeadamente do presidente dos EUA, colocando o Município de Braga na rota das obras arquitetónicas de relevo na Europa e no Mundo. Para concluir disse também que o executivo municipal do Partido Socialista com todo aquele enquadramento estratégico, de oportunidade, e de coexistência no uso e vivências no espaço público, demonstrava sensibilidade para um conjunto de alterações na dinâmica urbana, que era propulsores de novos projetos e de um futuro ainda melhor. Garantidamente, seria cada vez melhor viver em Braga! Para apresentar uma outra Declaração Política, foi dada a palavra à Srª. Deputada do B.E., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA, para inicialmente dizer que quando ouvia o Sr. Deputado Marcelino Pires ficava com a dúvida sobre qual a cidade a que se estava a referir, se era Estrasburgo, Bolonha, Bruges, não falavam certamente da mesma cidade, mas pretendia agora falar de outra parte da cidade, porque era entendimento do BE que todas as Câmaras Municipais tinham uma missão muito importante, a de guardiãs da polis, o que significava ser a guardiã do coletivo, do interesse público, mas, a final, não tinha sido esse o filme que se tinha visto recentemente e muito menos o filme que o Sr. Deputado do PS ali levou, porque o filme que tinham visto, os guardiões da polis trocaram de papel para assumir outros papeis bem menos dignificantes dessa mesma polis. Como se não tivesse chegado terem permitido uma esplanada no centro da praça mais nobre da cidade e que à força da opinião pública foi retirada, foi preciso compensar as perdas. E se antes era a praça, agora passou a ser a rua, que agora até tinha um portão para abrir e fechar ao jeito do negócio. Onde já tinham visto isso? Não foi na Europa, nem em Bolonha, nem naquelas cidades imaginárias referidas pelo Sr. Deputado do PS, normalmente essas coisas aconteciam em sociedades, em comunidades, em países e em cidades extremamente desequilibradas, em termos desigualitários, como por exemplo acontecia no Brasil onde a democracia, a cidadania e o governo da polis não tinha a pujança da maturidade que era suposto que na nossa cidade de Braga houvesse. E, portanto, em vez da Câmara e os seus responsáveis serem os guardiões da polis, tornaram-se os saqueadores da polis. Aquele caciquismo epidérmico que estava sempre à flor da pele e que conheciam tão bem na autarquia, que vinha tantas vezes ao de cima, para defender os interesses dos amigos, voltou a manifestar-se. A rua era de todos, isso até uma criança de quatro anos sabia, mas para o Sr. Presidente da Câmara de Braga, a rua podia ser de todos, mas não tinha que ser nem exatamente todos os dias, nem todas as horas. Faziam um intervalo naquele axioma e abriam as exceções para o lucro de uns poucos. A rua era nossa, e o lucro era deles. Era aquele o entendimento que o governo do PS tinha da polis, assegurou a interveniente. Infelizmente, também era o do PSD, porque caso contrário não tinha aprovado aquilo que aprovou. Uma visão terceiro-mundista, diria o BE do governo da polis. Tudo negociado à socapa, pela calada, que o negócio era tão bom que nem sequer podia ter concorrentes. O BE queria saber tudo sobre aquela privatização da rua. A postura terceiro-mundista que achava que podia privatizar, que podia fechar aquilo que era de todos e as ruas eram de todos, 163 disse. Esperavam, por isso, que a Câmara lhes respondesse ao requerimento que enviaram, porque não pactuavam com caciquismos, não estavam do lado dos saqueadores da cidade e continuariam a denunciar tal usurpação da cidade. Passou-se de seguida à apresentação da ORDEM DE TRABALHOS: PONTO NÚMERO UM – APROVAÇÃO DA ATA DO DÉCIMO MANDATO NÚMERO ONZE BARRA DOIS MIL E ONZE, DE VINTE E NOVE DE ABRIL. Submete-se à aprovação da Assembleia Municipal a ata número onze barra dois mil e onze do décimo Mandato, referente à sessão da Assembleia Municipal, realizada em vinte e nove de abril. Posta à votação foi a referida ata aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO DOIS – SEGUNDA REVISÃO ORÇAMENTAL DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA E SEGUNDA REVISÃO DO PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS PARA DOIS MIL E ONZE. Submete-se à aprovação da Assembleia Municipal, a proposta do Executivo Municipal, relativa à Segunda Revisão Orçamental da Câmara Municipal de Braga e Segunda Revisão do Plano Plurianual de Investimentos para dois mil e onze. Para dar início à discussão deste ponto da Ordem de Trabalhos usou da palavra o Deputado da C.D.U., SR. ALBERTO CARLOS CARVALHO DE ALMEIDA, para informar que a CDU iria votar a favor por entender que Braga precisava de uma nova Pousada da Juventude. Aliás, era algo que tinha vindo a defender há muitos anos. Por isso, não podia deixar de lamentar que só agora tivesse havido vontade política para fazer avançar aquele projeto. Não percebia o que levou o PS, PSD e CDS a chumbar sistematicamente a proposta da CDU para a construção da Pousada da Juventude, apresentada em sede de Orçamento de Estado. Mais ainda, os deputados desses partidos, eleitos pelo distrito de Braga, também votaram contra. Incompreensível! Um outro apontamento foi para a anunciada localização da Pousada da Juventude. Não lhe parecia feliz a escolha. O seu apelo ia no sentido de a Câmara reconsiderar e decidir pela utilização de algum edifício público no centro da cidade. Todos sabiam que os jovens escolhiam o centro das cidades preferencialmente, rematou o mesmo orador. Usou depois da palavra o Deputado do B.E., SR. HENRIQUE MANUEL BARRETO NUNES, para dizer que o BE não discutia a necessidade de se construir uma Pousada de Juventude em Braga. Discordavam, contudo, totalmente, da adaptação do Convento de São Francisco para o efeito, embora não soubessem se aquela situação era já irreversível. A propósito, recordavam que na última campanha eleitoral para as autárquicas, propuseram, para o efeito, a antiga Escola Dão Luís de Castro, que além de ser uma medida que evitaria a degradação de um edifício e de um espaço ambiental patrimonialmente relevantes, lhes parecia reunir condições ideais para aquela função. Aproveitavam, agora, a oportunidade para igualmente sugerir, para o efeito, parte de uma das alas do Hospital de São Marcos, como forma de revitalizar uma zona nobre da cidade, que estava a viver uma trágica situação, em especial em relação ao comércio, por inequívoca e lamentável falta de visão de planeamento estratégico da autarquia. Quanto ao Convento de São Francisco, cujo abandono e degradação entendiam justificar a sua recuperação, recordavam que para ele estava pensada a instalação da sede do Parque Cultural Europeu, pelo qual se continuavam a bater. Por outro lado, aquele Convento integrava um conjunto monumental de grande importância que incluía a enigmática Capela de São Frutuoso e o que restava do primitivo Cenóbio do século sétimo. A área em que está implantado e a própria construção monástica eram de grande sensibilidade arqueológica, o que implicava a realização de cuidadosas escavações que permitiriam melhor conhecer e compreender aquele conjunto e estudar a salvaguarda do património aí existente. Não lhes parecia que a urgência de nele 164 instalar a Pousada da Juventude se compadecia com aqueles cuidados preventivos e igualmente não conheciam a posição do IGESPAR sabendo-se que a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho não via com bons olhos a solução proposta. Por esse razão, votariam contra a proposta ora em apreciação. A palavra foi depois dada ao Deputado do P.S.D., SR. JOÃO FILIPE MONTEIRO MARQUES, para referir que ninguém duvidasse da satisfação que percorria a bancada do PSD naquela Assembleia, ao saber de viva voz que a famigerada Pousada da Juventude seria finalmente uma realidade. Tal como o projeto da Capital Europeia da Juventude, aquele era um projeto para a cidade e não para os partidos bramirem como meras bandeiras eleitorais. Reafirmavam, portanto, que a certeza da construção de uma nova pousada era uma boa notícia. O que ali iam dizer e aquilo para que tinham alertado era algo diferente. Prosseguindo a sua intervenção, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, realçou que existiam outros locais no concelho que serviriam de forma mais eficiente os propósitos que se visavam em qualquer pousada. Sabiam que o local onde se edificaria a pousada não era atualmente servido por transportes públicos e viam com grande dificuldade que uma empresa com as dificuldades financeiras dos TUB pudesse dar-se ao luxo de criar um circuito próprio para um local, na melhor das hipóteses, afastado daquelas que eram as rotas dos autocarros dos TUB. Era difícil, mas não impossível. Como não viam com facilidade que o dito circuito, a ser criado, se mantivesse para lá de dois mil e doze. Era, novamente difícil, mas não impossível. O que os desiludia na bem-vinda notícia da nova pousada era, como se demonstrava, a questão da sua localização. Tanto mais quanto era certo que o centro histórico apareceria com uma opção muito mais óbvia do que o relativamente remoto Convento de São Francisco em Real. Cumprir-se-ia, acrescentou, ao mesmo tempo, dois grandes objetivos: por um lado, restaurar-seia a vida no centro histórico; por outro, facilitar-se-ia a mobilidade dos mais jovens que não dispunham, como se sabia, na maior parte das vezes, de grandes recursos económicos e que praticavam um tipo de turismo muito próprio e essencialmente urbano. E nem se dissesse que era por falta de alternativas que se não tinha pensado noutra hipótese. Tinham elencado várias, desde a defunta Casa das Convertidas até ao recém-adquirido quartel da GNR, onde apenas uma ala bastaria para acomodar uma funcional e digna pousada da juventude. Não se dissesse também que aquela seria, porventura, uma hipótese única de recuperar o referido Convento e que, portanto, havia que aproveitá-la. Lembravam-se de um projeto de Sande Lemos para esse mesmo local que, ao que parecia, contava já com a concordância dos institutos tutelares do património. Passando à frente, o sítio aparentemente estava decidido e a obra era para ser feita. Faltava então saber se um calendário temerário como era aquele que arriscava prever que a pousada estaria operacional para a CEJ dois mil e doze, efetivamente se cumpriria. A julgar pelas parcas realizações que até ao momento se conheciam, reconhecessem-lhes, ao menos, uma legítima margem para dúvida. Eram já muitos os maus augúrios que se iam ouvindo pelo concelho. Desde meros lamentos não oficiais em corredores, até abertas declarações de preocupação de associações juvenis de referência, eram vários os sinais que lançavam um manto de preocupação sobre o sucesso da CEJ dois mil e doze. O Sr. Deputado referiu ainda que tinham tentado tratar aquele evento fora do âmbito partidário, mas não podia calar o alerta cada vez mais pungente de que era preciso deitar mãos á obra e redobrar esforços para que se oferecesse a Braga e ao mundo a melhor CEJ de sempre. Não bastava cumprir calendário. Se se quisesse cumprir o objetivo de abrir as portas do concelho a todos, convinha que tivessem a mobília 165 ordenada e a casa arrumada. As gerações mais jovens não os perdoariam se empenhassem o bom nome da cidade e da juventude da mesma por pura incompetência ou laxismo. Sobravam proclamações e faltavam, numa palavra, concretizações. Do orçamento à pousada eram vários os números mediáticos que lhes iam chegando, mas o cumprimento de objetivos concretos estava longe de ser uma realidade. Dir-se-ia que andavam desatentos ou afastados do terreno onde se movia a organização da CEJ dois mil e doze e a sua famosa tutora, a Fundação Bracara Augusta. Mas rapidamente respondiam que não tinham sobrado os convites para que prestassem o seu contributo. A esse título sublinhavam a ausência do Conselho Municipal de Juventude. Onde andava aquele malfadado órgão? Porque não reuniam os seus membros? Seria que a autarquia se tinha esquecido que na candidatura da sua responsabilidade elegia o Conselho Municipal da Juventude como interlocutor principal para a participação de todas as associações juvenis na construção da CEJ dois mil e doze? E esperavam que não fosse pela alegação da existência de um vazio legal que a Câmara Municipal de Braga se justificasse, pois na vigência desse mesmo vazio, não teve qualquer pejo em reunir, ainda que de forma precária, o Conselho Municipal de Juventude no ano de dois mil e dez. Perguntavam-se onde moravam as iniciativas preparatórias no concelho? Onde estava a mobilização dos mais jovens, das associações, das freguesias? Arriscava mesmo que se inquirissem a população bracarense, pelo menos a sua maioria, continuava a desconhecer a Capital Europeia da Juventude. Ora, tudo isso eram preocupantes sinais de desagregação do projeto e alarmantes razões para deixarem ali um sério aviso à navegação. A bem de Braga e da CEJ dois mil e doze exigiam um maior empenhamento na atuação e uma maior concretização na ação. Eram pois essas as razões que os iriam levar a abster-se. Usou depois da palavra o Deputado do C.D.S.-P.P., SR. FRANCISCO JOSÉ PERES FILIPE MOTA, para dizer que se estava a rever um orçamento que iria refletir ou possibilitar a concretização de um projeto que há muito a juventude do nosso concelho merecia, que era a Pousada de Juventude. Anexado a essa mesma Pousada estava a atividade que iria abrir Braga às portas do mundo. A Capital Europeia da Juventude foi a razão acrescida pela qual a Câmara Municipal de Braga decidiu avançar com o projeto da Pousada de Juventude com o objetivo central de receber e albergar melhor quem durante o ano de dois mil e doze visitar a nossa cidade. Mas a Pousada deveria, pelo menos, e tinha que ser pensada para o futuro e com a estratégia e não apenas para um evento. Mas nada em contrário que o PS não os tivesse habituado. Era que de facto não pensavam a cidade, não pensavam o concelho. Agiam para as eleições e não pensavam nas futuras gerações. A localização era uma aposta que poderia sair furada, se se pensasse que existiam alternativas na zona histórica, até mesmo como plano de recuperação arquitetónica e histórica, que como o próprio nome indicava, essa mesma Pousada se era feita para jovens, pensasse-se no próprio impacto económico acrescido que teria para a carteira da juventude, com as deslocações internas da cidade. Caso fosse o centro, a questão da mobilidade estaria resolvida. Lembrassem-se ainda que quem nos visitava não tinha transporte público para se deslocar entre a Pousada e o centro da cidade. Questionava o executivo socialista, se a Câmara Municipal tinha pensado na questão da mobilidade? E se sim, de que forma? Desenganassem os Bracarenses. Falasse-se verdade. O executivo socialista deveria ter a humildade de dizer que a Pousada de Juventude não estaria pronta a tempo do arranque de Braga Capital Europeia da Juventude, de que o problema de albergar os milhares de jovens que em dois mil e doze iria passar pelo nosso concelho iria continuar a persistir. Mas lembrava a Assembleia que o CDS-PP tinha alertado para essa problemática no 166 passado e que tinha ali apresentado uma proposta de alternativa, tendo em conta os prazos e a necessidade num curto espaço de tempo, de uma solução viável de infraestruturas para albergar quem em dois mil e doze visitaria Braga e que contava com a recuperação do parque de campismo, mas a arrogância e a prepotência dos senhores socialistas reprovaram essa mesma proposta. Tendo em conta não ser já possível recuperar a localização da Pousada da Juventude, bem como a proposta do CDS-PP da última Assembleia em alternativa para a Capital Europeia da Juventude e como a oposição e posição do CDS-PP era de responsabilidade e construtiva, recomendavam, desde logo, à Câmara Municipal de Braga, que na zona envolvente da futura Pousada da Juventude, inserindo a Quinta Pedagógica, se aumentasse a zona verde para que pudesse ser uma mais valia para o equipamento e ainda fosse recuperado o caminho do anel que em tempo idos ligava o Convento de São Frutuoso ao centro da urbe e que assim fosse traçado e identificado e que passasse a tomar parte em futuros roteiros e mapas turísticos de Braga. Posta à votação foi a proposta aprovada por maioria, com os votos contra do B.E., com as abstenções do P.S.D., do C.D.S.-P.P. e do P.P.M. e com os votos a favor da C.D.U., do P.S. e do Grupo de Independentes. PONTO NÚMERO TRÊS – AGRUPAMENTO EUROPEU DE INTERESSE ECONÓMICO. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal a proposta aprovada pelo Executivo em reunião de vinte e um de abril último, para, no seguimento do protocolo de colaboração para a constituição da Rede das Cidades Romanas do Atlântico, este Município participar no Agrupamento Europeu de Interesse Económico constituído sob a denominação “Rede de Cidades Romanas do Atlântico” (AEIE). Usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., BENTO DUARTE DA SILVA, para referir que a proposta sobre a adesão da nossa cidade, Braga, à Rede de Cidades Romanas do Atlântico, permitia-lhes tecer algumas palavras sobre o Projeto Bracara Augusta, que fazia no corrente anos trinta e cinco anos. Era do conhecimento dos bracarenses que o Projeto teve origem em fevereiro de mil novecentos e setenta e seis, com a criação de uma Comissão de Defesa e Estudo do Património, que passou a ser designada de CODEP, emergindo da tomada de consciência de alguns cidadãos perante as destruições sucessivas dos vestígios arqueológicos, nomeadamente na Colina de Maximinos. Devia-se a essa posição de pressão, junto do Governo e de instituições locais, o estabelecimento pelo Primeiro Governo Constitucional da Zona Arqueológica de Braga, sendo o estudo científico da cidade romana cometido à Universidade do Minho, criando para o efeito, em mil novecentos e setenta e sete, a Unidade de Arqueologia. Não era ali o lugar para historiar os tempos e os modos do Salvamento de Bracara Augusta, cujos acontecimentos estavam bem descritos no texto “Memórias do Salvamento de Bracara Augusta”, de Henrique Barreto Nunes, integrado no livro que publicou em dois mil e dez, intitulado “Amigos Maiores que o Pensamento”, cuja leitura recomendavam vivamente a todos os bracarenses, principalmente aos mais jovens, pois um povo devia conhecer o passado para pensar o presente e cuidar do futuro. Existiam muitos outros testemunhos e pesquisas, publicadas ao longo desses trinta e cinco anos em textos científicos e de divulgação na imprensa nacional e regional. O Sr. Deputado do P.S.D., acrescentou ainda que da análise cuidada, ficava-lhes a ideia que houve muitas destruições devido à política de construção desenfreada, à ganância especulativa do imobiliário e, sobretudo, à negligência (ou falta de vontade) dos Executivos Camarários presididos pelo mesmo Presidente, desde mil novecentos e setenta e seis. Prova disso mesmo, já nos tempos atuais, era o facto de a Câmara Municipal ter desvalorizado o Projeto Parque Arqueológico, votando ao abandono ruínas que poderiam estar já valorizadas como a Ínsula das 167 Carvalheiras e o Teatro Romano. Nesse processo, houve (e havia, ainda) atos de incúria que deveriam levar a uma responsabilização dos seus principais atores, pois prejudicaram seriamente o nosso concelho, não só na vertente cultural, mas também no desenvolvimento económico-social, pois uma musealização sustentada das ruínas de Bracara Augusta poderia ser um dos principais motivos de promoção turística da nossa cidade. Prosseguindo a sua intervenção, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, disse que, por isso, a adesão do nosso município à Rede de Cidades Romanas do Atlântico, que apoiavam, não devia ser mais um ato de proforma, para salvar as aparências. Antes pelo contrário, deveria ser um fator para investir na valorização cultural de Braga, em particular no que dizia respeito a Bracara Augusta. Desde logo, que fosse motivo para promover uma “gestão integrada”, como tinha proposto a Presidente da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Professora Manuela Martins, em texto publicado no já longínquo ano de mil novecentos e noventa e oito, nos Cadernos de Arqueologia – como tinha sido difícil fazer uma “gestão integrada” em Braga! – unindo os esforços entre essa Unidade, o Museu Dão Diogo de Sousa e a Câmara Municipal de Braga, bem como com outros agentes culturais e empresariais, em torno da ativação do Projeto do Parque Arqueológico, em particular no que concernia à Braga Romana, fazendo incidir a sua intervenção na preservação e musealização dos núcleos arqueológicos da Casa das Carvalheiras e do Teatro Romano. De igual modo, porque a Rede tinha uma vocação de promover o potencial turístico, deveria haver uma aposta integrada nos roteiros turísticos, incluindo os virtuais, e a criação de verdadeiros “museus virtuais”, pois os que existiam no portal de Braga Digital era meros catálogos digitais. Muito melhor era o CD-Rom “Viagem Virtual a Bracara Augusta”, desenvolvido pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho. Mas que deveria estar online, de forma integrada nos diversos sítios Web relacionados com Bracara Augusta. O mesmo interveniente acrescentou ainda que já em finais de dois mil e oito, em reunião com responsáveis da Unidade de Arqueologia da Universidade, denunciaram a falta de uma política integrada de preservação e promoção do património, bem como a inexistência de um roteiro turístico especialmente vocacionado para o setor patrimonial, defendendo que era imperioso ter uma política estruturada de identificação, estudo, recuperação e divulgação do património local. Sugeriram a possibilidade de adoção de um modelo de gestão assente na criação de um consórcio, similar ao que vigorava em Mérida. Em verdade, dado o êxito desse modelo, não só na recuperação da vertente arquitetónica e cultural da localidade espanhola, mas também, e sobretudo, da própria dinâmica turística e da afirmação externa da cidade, Braga teria tudo a ganhar com um projeto análogo. Sucedia que em Braga, por inação do executivo, não se tinha feito futuro na gestão cultural e patrimonial. Esperavam que a adesão à Rede de Cidades Romanas do Atlântico constituísse mais uma oportunidade para que o Executivo Camarário estabelecesse um diálogo sério e proveitoso com entidades e agentes culturais e empresariais, de forma a valorizarem-se todas as potencialidades que Braga Romana continha, para bem dos cidadãos bracarenses e do país, rematou o mesmo Deputado. Interveio de seguida o Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., TIAGO ANDRÉ TINOCO VARANDA PEREIRA, que deu início à sua intervenção, que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas, dizendo que o CDS não poderia deixar de votar favoravelmente a adesão da cidade de Braga ao AEIE das cidades romanas do atlântico. E diziam bem aderir porque, de facto, pesasse embora ter sido a Bracara Augusta a mais importante cidade romana do noroeste peninsular, não esteve, mais uma vez, o executivo 168 municipal à altura do passado da cidade que geria. Infelizmente Braga já não seria uma das cidades fundadoras desse interessantíssimo projeto, nem esteve na linha da frente das cidades que a ele aderiram. Uma vez mais foi a Braga do passado que se impôs à Braga do presente; foram os fundadores desse projeto que intuíram que Braga, fora dele, não faria sentido. Aliás, compreendia-se que assim tenha sido e o natural incómodo do atual executivo em matérias de salvaguarda do património, nomeadamente arqueológico, tendo feito prática corrente durante muitos anos do exercício do facto consumado, onde os vestígios arqueológicos não se salvaram de calendários eleitoralistas bulldozers ou dos interesses imobiliários de uma cidade de patos bravos. De facto, a Braga Romana do atlântico já não estava, afundada que foi entre o túnel da Avenida da Liberdade ou ignorada e despedida no novo hospital. No meio, entre escavar e o elevar, perdeu-se e ainda se perdia. O que o novo projeto trazia era, se dúvida, a acendalha de uma nova esperança e era a ela que o CDS se queria agarrar. Os objetivos traçados eram altamente meritórios e a perspetiva inovadora que se queria aportar, sem perder o rigor e o investimento científico, pelo contrário, colocando-o ao serviço do desenvolvimento da economia local, merecia a sua total aprovação. À semelhança do compromisso já assumido por uma das cidades portuguesas fundadoras, Coimbra, também Braga deveria envolver, desde logo, as parcerias com a Universidade do Minho e com o Museu Dão Diogo de Sousa, para que não ficassem só limitados a uma imagem virtual e corporativa para promoção turística, produto do marketing, desfasada da realidade, imagem abstrata e teórica, vulgo para “inglês ver” mas que, a partir da perspetiva da construção de uma identidade romana, Braga fomentasse realmente a investigação histórica e a preservação do património. Braga tinha já exemplos notáveis e inspiradores dessa atualidade histórica: o exemplo das “frigideiras do cantinho” ou a recuperação do edifício da junta de freguesia da Sé. Tivesse o atual executivo camarário humildade para se inspirar neles, porque aquilo que tinha entre mãos era, sem dúvida, um enorme potencial legado, cuja justiça estava longe de se esgotar na “Braga Romana”. A postura do CDS era já conhecida por não se limitar à crítica mais ou menos fácil, e continuavam fiéis a que, por cada uma dessas que faziam, fizessem também uma proposta construtiva. Das muitas que poderiam apontar no âmbito desse projeto, havia uma que partilhavam com muitos bracarenses e que contava, aliás, com uma notável presença nas redes sociais: reconstruir o teatro romano do alto da Cividade, e que continuava a contar com o empenho da Universidade do Minho, cujo departamento de Ciências Sociais, inserido no programa “verão no campus” continuava a promover. De facto, aquela que foi considerada uma descoberta extraordinária, que colocaria a cidade de Braga ao mais alto nível europeu em termos de arquitetura romana, continuava parcialmente por escavar. O único teatro a céu aberto de Portugal, e o segundo cá sabido depois do de Lisboa – a outra cidade fundadora do projeto – continuava à espera de merecer a sua escavação integral, de ser restaurado e publicamente usufruído, estando esses procedimentos, desde há anos, unicamente dependentes do interesse dos gestores da coisa pública. A utilização pública do teatro romano, à semelhança do que acontecia em tantos outros teatros do império como aqui na península, Mérida ou Saragoça, merecia, tantos séculos volvidos, voltar a ouvir o som das palmas, a sentir os passos dos atores e a falar as palavras dos clássicos, atos com o sucesso elevado à potência que já vinha acontecendo com as peças de teatro clássico trazidas a Braga aquando do festival de teatro. O sítio arqueológico do alto da Cividade continuava a guardar para si a história que nos podia contar a todos, afirmou o orador do CDS. A história de dois edifícios públicos de grande dimensão, de construção planificada – 169 imaginasse-se a novidade que isso não seria para a Braga do século vinte e um – que, na linha do também aterrado anfiteatro anexo à ínsula das Carvalheiras, constituía a evidência clara do estatuto de prestígio que a nossa cidade mereceu no noroeste peninsular. Contrariamente às parangonas escritas para a ocasião, o Teatro Romano não foi devolvido ao povo em dois mil e sete, nem convertido foi aquele espaço em parque arqueológico nacional, nem a envolvente da construção de betão habitacional medíocre, tão típica da Braga dos anos oitenta, foi reabilitada. Em resumo: não queriam ter mais do mesmo: havia dinheiro para túneis, iluminações, para feiras e feirinhas; para proteger o Património Histórico de elevado potencial económico, só havia crise e publicidade, realçou o mesmo Deputado. Foi depois a vez do Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA se pronunciar sobre a questão em discussão tendo, para o efeito, referido que o que se iria hoje votar eram os estatutos e a participação da Câmara Municipal na Rede das Cidades Romanas do Atlântico. Ora, quando se pensava integrar uma Associação de Municípios daquele tipo, havia sempre três aspetos que deveriam ser focados. Em primeiro lugar, os objetivos da Associação. Em segundo lugar, quem iria promover esses objetivos e, em terceiro lugar, a organização que iria ser estabelecida para promover esses objetivos. E confessava que foi com alguma desilusão e surpresa que verificou que os objetivos da Associação eram reforçar a promoção turística dentro do setor. E com alguma surpresa porque em todas as reuniões preparatórias, ao longo dos últimos dois anos das diversas entidades ou Câmaras que vinham promovendo a Associação e de acordo, inclusive, com os protocolos que, entretanto, as Câmaras vieram a elaborar, havia também uma componente científica e uma componente cultural que agora se tinha perdido. Lembrava, que nesses protocolos que foram assinados e já não falava de todas as notícias que ao longo dos tempos vinham acentuando esse carácter cultural, visava-se, por exemplo, favorecer a colaboração na investigação histórica entre as cidades participantes, sensibilizar as populações locais do conhecimento profundo da sua envolvente, estimular todo o tipo de atividades que ampliassem a oferta histórica e cultural. Não percebia como os objetivos se restringiram, pura e simplesmente, ao aspeto turístico, quando não custava nada manter aquela atividade. Aquele empobrecimento desgostava-o e com certeza, a toda a gente, por ser incompreensível. Por outro lado, quem iria impulsionar aquele processo? As Câmaras que até hoje se tinham manifestado com interesse para desenvolver o projeto, eram, quanto a si, completamente díspares em termos de peso de património arqueológico que detinham os seus concelhos. E, nesse aspeto, verificava a existência de cidades que não entendia como ali apareciam, porque, de facto, poderiam promover-se por muitas outras maneiras, mas que património arqueológico da época romana não possuíam e outras que eram fundamentais não estavam no projeto, nomeadamente, Bayonne, em França, Pontevedra, em Espanha e Santarém, em Portugal, que sobre aquele património também pouco tinha ou quase nada. Se se reparasse existiam dois núcleos fundamentais, um situava-se no País Basco e na Aquitânia e outro na costa portuguesa. Como era possível na costa portuguesa, mesmo promover só o turismo, já sem falar dos aspetos científicos ou culturais, se nessa linha, Braga, Coimbra, Santarém, Lisboa, Faro, faltava, pelo menos Conímbriga e Miróbriga. Era quase que impossível promover qualquer oferta turística que ultrapassasse aquelas duas cidades. Outra questão, dentro das cidades que promoviam aquele projeto, encontrava-se York, em Inglaterra, Sevilha, em Espanha e Vienne, em França. Só com muita imaginação se poderia considerar aquelas cidades do atlântico. Em conclusão, para além do diverso peso que cada uma daquelas cidades possuía como reserva do património 170 arqueológico da época romana, também não via como havia uma disparidade nas pessoas que iriam concretizar essas operações. E restava-lhe, por último, aquilo que iriam votar – a organização para levar avante aquela organização. Em sua opinião, os estatutos não auguravam um bom funcionamento da Associação, porque, desde logo, não diziam quem poderia ser membro da Associação. Por outro lado, não dizia como se saía. Também não se referia quem iria dinamizar, quem desenvolveria o programa. Era a Assembleia dos Associados? Ou era a parte administrativa? Ou o Conselho de Administração? Essa competência não estava distribuída. Mas, curiosamente, o orçamento, era aprovado somente pelo Conselho de Administração. A Assembleia só aprovava as contas do ano anterior. Por último, se no Conselho de Administração fossem treze os seus membros, pertenciam todos ao Conselho de Administração, ou seja havia uma confusão entre a Assembleia e o Conselho de Administração, mas se fossem catorze, quinze ou dezasseis, em primeiro lugar, qual seria a quota que cada município tinha nessa Associação? Os estatutos nada referiam. Mas também não diziam qual era o processo de atribuição dessa própria quota. Portanto, não se sabia quem entrava, como se saía, nem o peso de cada município dentro da organização, nem quem dirigiria o processo. Outro aspeto era a intervenção da Bidasoa. A dinamização do processo estava todo entregue a uma sociedade pública, criada pela Câmara Municipal de Irun e outra e que tinham uma Associação que dinamizava todos os projetos dessas duas Câmaras. E seria essa Associação que iria dinamizar, provavelmente, a organização. Acontecia que existiam dois núcleos fortes, um que se centrava em Irun e Aquitânia e outro que era a linha da costa de Portugal e depois existiam três ou quatro cidades dispersas e sem qualquer ligação a essas. A gestão daquele processo e a sua dinamização encontrava-se em Irun, era preocupante. Mas mais preocupante ainda era a votação para os Conselhos de Administração, que só poderiam ser votados por unanimidade. Pensava que tal norma não era boa para o desenvolvimento ou para a fluidez de uma organização, qualquer que ela fosse, era uma forma de a encrava. Apesar disso tudo, considerava que mesmo reduzido ao aspeto de divulgação turística, não merecia o voto contra, ficavam a guardar para ver no que iria dar, mas com muito poucas perspetivas. Posta à votação foi a presente proposta aprovada por maioria, com a abstenção da C.D.U. e os restantes votos a favor. PONTO NÚMERO QUATRO – BRAGAHABIT – PEDIDO DE ISENÇÃO DO IMI E IMT. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal a proposta do Executivo Municipal tendo em vista a concessão de isenção à Bragahabit – Empresa Municipal de Habitação de Braga – EM, do pagamento do IMI e IMT relativamente a todos os prédios de habitação social ou sob gestão da empresa, pelo período de cinco anos renovável por mais cinco a contar de um de janeiro de dois mil e sete (data da entrada em vigor da nova Lei das Finanças Locais). Iniciou a discussão deste ponto da ordem de trabalhos o Sr. Deputado do B.E., ANTÓNIO MEIRELES DE MAGALHÃES LIMA, que disse pretender fazer uma proposta concreta à Assembleia. Assim, referiu, o BE não possuía informação suficiente sobre o ponto ora em discussão e que aquilo que conseguiram ler sobre a matéria, quer as declarações do Executivo, quer as declarações da oposição que tinha assento na Câmara Municipal, eram contraditórias, propondo que o ponto baixasse à Comissão Especializada, no sentido de se debater mais esclarecidamente, de se ouvir, inclusivamente, a requerente, a Bragahabit, voltando, posteriormente, à discussão da Assembleia. Usou depois da palavra a Srª. Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ para dizer que relativamente à isenção de pagamento do IMI e do IMT à Bragahabit, começavam por afirmar que a CDU votaria favoravelmente a 171 proposta, por entender que os fins sociais prosseguidos por aquela Empresa Municipal o justificava amplamente. No entanto, aquele aval não os inibia, antes impunha, que colocassem naquela Assembleia um conjunto de questões que deveriam merecer a reflexão de todos os presentes e, em geral, dos munícipes bracarenses. Assim, embora soubessem quais os critérios que em regra vinham sendo seguidos para as nomeações realizadas pelo Executivo Camarário Bracarense para esses cargos, perguntavam: o que tinha andado a fazer aquele Conselho de Administração? Era suposto que zelasse com competência pela rés pública e, no caso em análise, pela promoção da habitação social no município, para assegurar o direito à habitação a pessoas e famílias carenciadas e pela boa gestão social, patrimonial e financeira dos meios que integravam o parque habitacional municipal. Seria, mais uma vez, que esse princípio não passava de um slogan pomposo, tal era o desfasamento entre o discurso e a prática do Conselho de Administração no exercício da sua gestão? Por que só agora, passados quatro anos da publicação das Finanças Locais, a Lei dois barra dois mil e sete, vinha proceder ao pedido de isenção? O que justificava tal incúria? Um esquecimento, certamente. Mas esse esquecimento que só podia ser traduzido por negligência, displicência e desprezo na gestão dos bens públicos. Tal incúria era ainda mais preocupante e reveladora da incapacidade do Conselho de Administração da Bragahabit, se se lembrassem que até uma empresa privada, a Bragaparques, foi isentada do pagamento do IMT e do IMI, por um período de vinte e cinco anos e que aquela matéria tinha sido denunciada pela CDU naquela Assembleia, onde, curiosamente, o Presidente do Conselho de Administração da Bragahabit tinha assento e que, infelizmente, hoje não estava presente. Votando a CDU a favor da proposta de isenção, não queriam, no entanto, deixar de suscitar as suas dúvidas sobre a solução adotada. No que respeitava aos anos já passados, sem cobrança daqueles impostos municipais, mais ajustada lhes parecia uma proposta de perdão de dívida, na medida em que pedia que fosse atribuída isenção retroativa desde os anos dois mil e sete e dois mil e dez, ou ainda, a renúncia ao direito de crédito por anos. Para o presente ano e futuros, então sim, justificar-se-ia um pedido de isenção dos impostos por cinco anos, tal como estava previsto na lei. Finalizou reafirmando que o voto da CDU não isentava uma firme reprovação do comportamento irresponsável do Conselho de Administração daquela Empresa Municipal pelo modo como cuidava do património habitacional destinado às pessoas que menos podiam e menos tinham. Interveio de seguida o Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., LICÍNIO ISAC MIRANDA RAMALHO, para referir que o CDS-PP entendia que do requerimento da Bragahabit a solicitar a isenção do pagamento dos impostos do IMI e IMT, com fundamento no objeto social e na prossecução do interesse público por parte dessa Empresa Municipal, importava reter dois ou três aspetos que se lhes afiguravam relevantes, como sendo, quais os critérios de atribuição das isenções previstas na Lei dois barra dois mil e sete, de quinze de janeiro? Qual o critério da determinação do prazo de isenção? E a questão da retroatividade da isenção fiscal? A Lei atribuía aos Municípios mais do que um mero poder fiscal da Administração, possibilitando às Assembleias Municipais conceder isenções totais ou parciais que respeitassem impostos locais. A deliberação da concessão de isenções totais ou parciais tinha que ser devidamente fundamentada. Contudo, inexistiam quaisquer condições, critérios objetivos e pressupostos de que dependa essa concessão de isenções de impostos, nem qualquer critério para a determinação do prazo de isenção, dentro dos limites estabelecidos no artigo décimo segundo, número três, da referida Lei. Para o Grupo Municipal do CDSPP de Braga era prioritário definir e regular os critérios e pressupostos para a 172 atribuição de isenções dos impostos e determinação dos prazos das mesmas, através de Regulamento, para que se prosseguisse sempre o princípio da Legalidade e Igualdade. E, como tal, propunha que não se colocasse à votação naquela Assembleia Municipal o pedido de isenção da Bragahabit, sem antes ser criado um regulamento sobre a concessão de isenções dos impostos locais decorrentes da aplicação da já mencionada Lei. Não obstante tal proposta, a Bragahabit, por requerimento datado de trinta de maio de dois mil e onze, vinha solicitar a concessão de isenção do IMI e IMT com efeitos retroativos, ou seja, peticionava que a produção dos efeitos da isenção hoje discutida retroagisse e se iniciasse a um de janeiro de dois mil e sete. Com tal pedido de aplicação retroativa o Grupo Municipal do CDS-PP não concordava, nem podia concordar, porque das duas uma, ou a Bragahabit cumpriu as suas obrigações fiscais relativas ao pagamento do IMI e IMT devidos nos anos de dois mil e sete, dois mil e oito, dois mil e nove e dois mil e dez, e esse imposto pago entrou nos cofres da autarquia, por ser ao tempo devido, e não existia fundamento legal para que o mesmo fosse agora retirado e devolvido à Bragahabit – que era e seria consequência lógica desse pedido; Ou a Bragahabit pedia agora a isenção porque não cumpriu as suas obrigações fiscais, em tempo, encontrando-se o pagamento dos tributos em falta, e essa retroatividade da isenção seria uma bênção legal para a regularização da situação fiscal da empresa municipal. Prosseguindo o seu discurso, que se dá por reproduzido e transcrito e vai ser arquivado em pasta anexa ao livro de atas, o mesmo Deputado disse que no que tocava à primeira hipótese, sempre diria não se lhe afigurar lícito, muito menos legítimo, que por inércia da empresa municipal e dos seus responsáveis, se viesse agora, mais de quatro anos após a entrada em vigor da referida Lei, solicitar a isenção dos impostos com produção de efeitos retroagidos. Até porque o princípio básico era a não retroatividade das leis fiscais e, no presente caso, estava-se perante a atribuição de um benefício fiscal, de uma isenção fiscal. Se, por ventura, se estivesse perante uma falta de pagamento de impostos durante os anos de dois mil e sete a dois mil e dez, por maioria de razão não se poderia concordar com aquela isenção retroativa, pois estar-se-ia a camuflar um incumprimento das obrigações fiscais por parte da Bragahabit e, em simultâneo, a premiar esse incumprimento com um benefício fiscal, que se traduziria na isenção dos impostos supra mencionados. Por tais motivos o Grupo Municipal do CDS-PP era, frontalmente, contra a aplicação retroativa dessa isenção de impostos. Concluindo, não devia ser votado na presente sessão da Assembleia Municipal, o pedido de isenção de IMI e IMT efetuado pela Bragahabit, por necessidade de regulamentação, através da criação de Regulamento, de critérios objetivos sobre a concessão de isenções e determinação do prazo das mesmas. Um dos critérios deveria ser a inexistência de dívidas da entidade que solicitasse a isenção de tais impostos. O Grupo Municipal do CDS-PP era favorável, em tese e cumpridos os requisitos estabelecidos, nomeadamente a inexistência de dívidas fiscais e à segurança Social, da concessão da isenção prevista no artigo décimo segundo, da Lei dois barra dois mil e sete. No caso concreto, por falta de elementos que pudessem elucidar o grupo municipal, sobre a existência ou não de dívidas fiscais, não estavam em condições de votar tal pretensão, pelo que se iriam abster. Quanto à retroatividade, o CDS-PP não poderia ter outra orientação de voto que não fosse a rejeição da mesma, pelos motivos já expostos. Em consequência, requeria que fosse retirada a proposta de concessão de isenção de IMI e IMT, por não estarem reunidos todos os elementos necessários para a votação da mesma, quais os prédios em questão, e se sobre os mesmos existiam ou não dívidas fiscais resultantes desses mesmos impostos relativos aos anos 173 anteriores, bem como pela necessidade de criação de Regulamento de Atribuição de Isenções de Impostos Locais, de forma a garantir o princípio da Legalidade e Igualdade. Se se prosseguisse na votação, o Grupo Municipal do CDS-PP propunha ainda a votação em separado da atribuição de isenção dos impostos locais e da votação sobre a aplicação retroativa, ao ano de dois mil e sete, dessa isenção. Se se entendesse votar a proposta com um todo, sem qualquer separação, o CDS-PP entendia que se deveria votar contra, em virtude de não concordar com a aplicação retroativa de tal isenção. Se se votasse em separado, o CDS-PP iria abster-se atenta a falta de regulamentação prévia e a falta de informação sobre a situação fiscal da requerente, que entendia serem necessárias. Deviam, no entanto, salvaguardar que vindo a existir um futuro Regulamento e aferição de uma situação fiscal regular, desde que não se aplicasse a retroatividade da isenção, seriam favoráveis à aplicação das mesmas. O SR. PRESIDENTE DA MESA realçou que a proposta de não votação e a votação em separado não eram compatíveis devendo, por isso, definir-se qual delas ficava sobre a mesa, tendo-se decido pela não votação. Seguidamente usou da palavra o Deputado do P.S.D., HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES, para dizer que o Grupo Municipal do P.S.D., reservando-se em fazer nova intervenção sobre a matéria, gostava, em primeiro lugar, deixar ali um pedido de esclarecimento à Câmara Municipal: de dois mil e sete até à presente data, a Bragahabit pagou, ou não, os impostos sobre os quais agora pretendiam fazer recair a isenção? Para prestar o esclarecimento solicitado, interveio o VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA, SR. VÍTOR MANUEL AMARAL DE SOUSA, que disse, inicialmente, que se estava ali a criar problemas onde eles não existiam, e, por isso, iria procurar esclarecer as dúvidas existentes. Assim, no quadro da Lei das Finanças Locais, aqueles dois impostos constituíam receita do Município. A entidade que tinha competência para os cobrar era a Repartição de Finanças, entidade responsável para notificar os contribuintes para que fosse efetuado o pagamento. Ora, no caso em concreto, a entidade que tinha essa competência e que cobrava três por cento por essa competência de cobrança, convinha ali referir, não notificou a Bragahabit. Não procedeu à sua notificação. Portanto, não havendo notificação, a Bragahabit não pagou. Quando foi agora a Bragahabit notificada para proceder ao pagamento dos anos de dois mil e sete, dois mil e oito e dois mil e nove, e alertada por essa notificação, veio solicitar a isenção. E era nesse quadro de isenção, que lhe parecia muito estranho, porque estavam todos de acordo, estava-se na presença de uma Empresa de cariz social, tutelada pelo Município, a falar de impostos municipais, que se levantasse toda aquela polémica, quando se sabia que se a Bragahabit tivesse que liquidar o IMI, a Câmara teria que aumentar o valor da compensação indemnizatória à mesma Empresa. Com um pormenor, iria ter que pagar mais três por cento às Finanças. Esperava que estivessem atentos a isso. Registou-se depois a intervenção do Deputado do B.E., SR. ANTÓNIO MANUEL DE MAGALHÃES LIMA, para referir que a intervenção do Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal foi confundir ainda mais as coisas. As Finanças não notificaram. Os prédios comprados estavam registados? Foi feita a prova do pagamento dos impostos para proceder ao registo? O assunto, acrescentou, era de tal maneira embrulhado que, de facto, se aquela Câmara quisesse votar esclarecidamente, e se quisesse cumprir as funções de defesa da coisa pública… Não era uma questão do imposto ser devido à Câmara, porque, em boa verdade, também achavam que a Autarquia não precisava de criar uma Empresa Bragahabit, aliás, esse argumento provava isso mesmo, ou seja, se o dinheiro era da Câmara, andava da Câmara para a Empresa e da Empresa para a Câmara porquê? Para alimentar alguns 174 Administradores que estavam na Bragahabit? Então suprimisse-se isso e não se cansava o dinheiro a fazer caminho. Ficava só num lado e quem lá estava, administrava. Os membros daquela Câmara não podiam votar as coisas de cruz. As intervenções realizadas até ao momento levantaram a questão se de facto se tratava de uma isenção, ou se se tratava de um perdão de dívida. A resposta foi de que não havia dívida, porque não tinha havido notificação. Isso tinha que ser esclarecido. Se havia dívida, se não havia dívida, se era ou não uma isenção, se era retroativa ou não, isso teria que ser esclarecido e, depois, votar-se-ia. Por isso, reafirmavam a sua proposta de que o assunto devia ser discutido em sede de Comissão. Por outras razões menos óbvias, se tinha defendido naquela Câmara, só para puxar a cortina, que as questões descessem à Comissão. Parecia-lhes agora haver mesmo uma necessidade objetiva. Retomou do uso da palavra o Deputado do P.S.D., SR. HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES, para realçar a primeira constatação: a Bragahabit, de facto, não tinha pago de dois mil e sete até à presente data, os impostos que lhe eram devidos. Segunda constatação: a Bragahabit não tinha pago os impostos que lhe eram devidos, por incúria, por incompetência, por negligência da sua administração, que não pediu a isenção, quando devia ter pedido. Terceira constatação: se a Bragahabit tivesse pago os impostos que lhe eram devidos nos últimos anos, provavelmente a situação financeira da Bragahabit era, como o Sr. Vice-Presidente chamou a atenção, pior do que aquela que se conhecia. Ou seja, era altura, de uma vez por todas, aquela Câmara exigir a quem administrava os dinheiros públicos, a quem estava nas Empresas Municipais, que fossem competentes e que fossem responsáveis e pretendia dizer à Câmara Municipal que aquela era uma das situações que não podia nem devia passar incólumes. Deviam obrigar aquela gente a tirar dali as suas consequências. Outra questão, o Grupo Municipal do PSD tinha sérias dúvidas sobre a legalidade da aplicação retroativa da referida isenção. O princípio da isenção fazia sentido. Era evidente que estava prevista na Lei das Finanças Locais, e achava normalíssimo que a Bragahabit utilizasse aquele expediente e que fizesse dele uso, até porque como o Sr. Vice-Presidente tinha explicado, e bem, era uma questão de o dinheiro ficar ou na Bragahabit, ou na Câmara Municipal. Mas também devia ter explicado o resto, gostaria de ter ouvido a Câmara dizer que, de facto, tinha havido incúria, negligência e que tinham andado a dormir e agora estava-se com aquele imbróglio. Se os Srs. Administradores da Bragahabit tivessem, no devido tempo, pedido aquela isenção, hoje não estavam ali a ter aquela discussão. Era um assunto arrumado, não havia confusão, nem o problema de a Câmara saber se iria ou não ter que aumentar a indemnização compensatória à Bragahabit. Disse depois que o Grupo Municipal do PSD tinha sérias e enormes reservas sobre a questão da legalidade, aliás, já ali levada à colação pelo Sr. Deputado Licínio, da aplicação retroativa da isenção. Como tal, e se aquela explicação não fosse cabalmente ali dada, até porque entendiam que era de bom tom, que tivesse sido pedido um parecer à Direção-Geral de Finanças, ou que o processo que lhes chegou às mãos tivesse sido instruído com um parecer dos Serviços Jurídicos da Câmara Municipal, mas não. Assim, embora concordando com o pedido de isenção, por ser normal e sendo esse o escopo da Bragahabit, cabia, na isenção prevista na Lei das Finanças Locais, por outro lado, e com aquelas reservas todas e pedindo, mais uma vez, sublinhando que a Câmara Municipal de uma vez por todas, pedisse a esses Srs. Administradores que tirassem consequências desses atos de gestão, que não diria danosa, porque teria outras implicações, mas diria absolutamente incompetente, dizer que o PSD se iria abster naquele ponto da ordem de trabalhos. Voltou a usar da palavra o VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA 175 MUNICIPAL DE BRAGA, SR. VÍTOR MANUEL AMARAL DE SOUSA, para esclarecer o Sr. Deputado do BE que tinha sido claro na sua intervenção, mas que, pelos vistos, o mesmo Deputado foi dos poucos que não a tinha entendido, mas não se admirava, porque entendia pouco de muito pouca coisa. O que ali estava em causa estava explicado. E a partir do momento em que, independentemente, da avaliação de mérito que se fizesse à Administração da Bragahabit, já sabiam que de todas as bancadas da Oposição, a apreciação de mérito nunca era boa. O que lhes interessava era a apreciação de mérito dos Bracarenses e essa apreciação era feita de quatro em quatro anos. Porque da apreciação das bancadas da Oposição ao Executivo Socialista da Câmara Municipal de Braga, nunca tinha feito nada de bom. As Empresas não prestavam, não prosseguiam fins sociais e que não faziam rigorosamente nada pela cidade, mas, felizmente, ao fim de trinta anos, tinham a cidade com que se orgulhavam, com que os Bracarenses se orgulhavam e dali a pouco tempo iriam a contas e aí o Sr. Deputado do BE iria ver que o discurso do Executivo era claro, percetível e que toda a gente conhecia. Depois para dizer apenas que relativamente àquela matéria, e porque o mesmo Deputado tinha obrigação de o saber, mesmo em termos de direito, que a Bragahabit era devedora às Finanças daquele imposto, depois de notificada. Ela tinha sido notificada agora, não sendo, por isso, incúria sua. Seria incúria da Bragahabit se depois de notificada não liquidasse os impostos, mas como possuía aquele instrumento, pediu a isenção. Disse ainda que os cofres do Município iriam beneficiar daquela isenção, porque era dinheiro que teria que ser liquidado às Finanças por ação de cobrança, porque iria ser aproveitada no desígnio daquilo do que faziam por Braga e pelos Bracarenses. Interveio ainda o Sr. Deputado da C.D.U., ALBERTO CARLOS CARVALHO DE ALMEIDA, para dizer que existia um dado novo levado pelo Sr. Vice- Presidente, que era o facto de a Bragahabit não ter sido notificada para fazer o pagamento dos referidos impostos. Desde dois mil e sete até ao momento, a Bragahabit não tinha recebido a notificação para pagar o IMI e o IMT por parte das Finanças. Mas a questão que se colocava era que a Bragahabit não precisava de ser notificada para saber que ou pagava os impostos, ou pedia a isenção. A Empresa não tinha que ficar à espera de ser notificada pelas Finanças para pedir a isenção à Câmara Municipal de Braga do pagamento dos mencionados impostos. Como era evidente, notava-se, de facto, e confirmava-se, a incúria e a incompetência por parte da Administração da Bragahabit. O mesmo Deputado realçou ainda que o que justificava o voto da CDU era o facto de estarem perante uma terrível chantagem, porque se não aprovassem a isenção à Bragahabit, estavam a afundar ainda mais aquela Empresa Municipal e a criar ainda mais dificuldades ao exercício da sua nobre missão. Ora, como a CDU também não pretendia atingir esses fins, iria votar favoravelmente a isenção. Também por uma questão de princípio, não lhes parecia que devesse passar ao lado uma irresponsável gestão por parte da Administração da Bragahabit. Posta à votação a proposta para o assunto baixar à Comissão Especializada, foi a mesma rejeitada com os votos contra do P.S. e do Grupo de Independentes, com as abstenções da C.D.U. e de um Sr. Deputado do P.S.D. e com os votos a favor do P.S.D., do C.D.S.-P.P. e do P.P.M.. Posta à votação a proposta do Município, foi a mesma aprovada por maioria, com os votos a favor do P.S., do Grupo de Independentes, alguns Srs. Deputados do P.S.D. e da C.D.U. e com as abstenções do B.E., do P.S.D., do C.D.S.-P.P. e do P.P.M.. Para apresentar uma Declaração de Voto usou da palavra o Sr. Deputado do B.E., ANTÓNIO MEIRELES DE MAGALHÃES LIMA para dizer que o voto do BE não significava, de maneira nenhuma, que estivessem contra a isenção a atribuir à 176 Bragahabit, simplesmente, em casa não costumavam varrer o lixo para debaixo do tapete. Tinha entendido muito bem, ao contrário do que o Sr. Vice-Presidente foi ali dizer, aquilo que ele tinha dito. Era evidente que percebia muitas vezes, muitas coisas, muito bem, mas que se abstinha de as comentar, por outras razões. Porque, de facto, o que estava em causa e o que o voto ia encobrir era uma série de incompetências, de ilegalidades, de má administração e que, mais uma vez, no nosso Município, se varria para debaixo do tapete. Daí não terem pretendido prejudicar os beneficiários da atividade da Bragahabit com a não aprovação da isenção, mas era evidente que não podiam dar cobertura àquele tipo de situações. PONTO NÚMERO CINCO – ELEIÇÃO DE UM REPRESENTANTE DAS JUNTAS DE FREGUESIA PARA PARTICIPAR NO CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS PORTUGUESES (A.N.M.P.). Foi apresentada uma Proposta do Partido Socialista que indicava como elemento efetivo o Sr. Francisco Marques de Oliveira, Presidente da Junta de Freguesia de Lamas, e como elemento suplemente o Sr. José Oliveira da Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Cabreiros. Posta à votação a presente proposta foi a mesma aprovada com quatro votos contra, nove votos nulos, trinta e oito votos brancos e sessenta e um votos a favor num total de cento e doze votos. PONTO NÚMERO SEIS – INFORMAÇÃO PRESTADA PELAS COMISSÕES PERMANENTES. Não houve qualquer prestação de informação. PONTO NÚMERO SETE – INFORMAÇÃO DO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL ACERCA DA ATIVIDADE DO MUNICÍPIO. Submete-se à apreciação da Assembleia Municipal, informação do Sr. Presidente da Câmara, acerca da atividade do Município, por escrito e que aqui se dá como reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. PERÍODO DE INTERVENÇÃO ABERTO AO PÚBLICO. Registou-se a intervenção do SR. ANTÓNIO GUIMARÃES, que iria falar na qualidade de autarca da freguesia de Maximinos. A primeira questão prendia-se com uma petição que ali foi votada, acerca do trânsito na rua do Caires e sobre a qual gostaria de fazer algumas considerações. Era um assunto que a Junta de Freguesia de Maximinos remeteu para a Câmara Municipal acerca de seis anos e lamentava que tivesse ficado ainda em estudo durante esse tempo todo. Esperava que face à gravidade, à importância e preocupação que o mesmo tinha merecido da parte dos Maximinenses e da parte dos cidadãos que a utilizavam, fosse concluído até ao fim do presente mandato. A segunda nota que pretendia ali deixar, relacionava-se com a isenção dos impostos do IMI e do IMT à Bragahabit que originou muitas interpretações negativas acerca dos órgãos da Administração da Empresa Municipal, por isso, era caso para perguntar se efetivamente a Administração da Bragahabit sabia que tais impostos eram para ser liquidados e se os mesmos tinham sido inscritos no orçamento da despesa, mais concretamente na rubrica de impostos. Depois havia um assunto que tinha merecido preocupação na nossa cidade, referia-se aos comerciantes do centro comercial Santa Cruz e da rua dos Chãos e que tinha a ver com a deslocalização do novo hospital. Como se sabia o desemprego disparava cada vez mais e estava-se à beira de ver fechadas muitas lojas. Por isso, entendia ser importante que o Executivo da Câmara e talvez também a Associação Comercial pudessem discutir a questão antecipadamente para que o fecho de tais unidades comerciais não se concretizasse. Outra questão que pretendia deixar para reflexão tinha a ver com um fenómeno que cada vez mais estava a aparecer e estava a preocupar os cidadãos não só Bracarenses, como os Portugueses em geral, que se prendia com a questão dos equipamentos sociais, mais concretamente com os lares de idosos, uma vez que existia uma carência muito grande a nível nacional, face aos números que eram apresentados 177 a nível europeu. E, nesse campo, o que se vinha verificando era que a cobertura a nível nacional já era baixa, a de Braga estava ainda mais abaixo da média nacional, ou seja, abaixo dos onze por cento. Nesse sentido, e face aos casos que se assistiam de idosos que não tinham assistência, nem local digno para poder passar o resto da sua vida, era importante que as forças da cidade se preocupassem com tal questão social. E relativamente a Maximinos deixava ali o alerta, a Junta de Freguesia de Maximinos já tinha feito chegar à Câmara Municipal essa preocupação para ser criado esse equipamento social. A freguesia de Maximinos era das poucas que na cidade de Braga não dispunha de nenhum equipamento social daquela natureza. Por isso, ali ficava o alerta ao Executivo da Câmara Municipal para que se preocupasse com aquela questão, aliás, o local já foi referenciado pela própria Junta de Freguesia e era bom que atendendo ao nível populacional da freguesia a questão merecesse toda a atenção por parte do Executivo. APROVAÇÃO DA ATA EM MINUTA: A Assembleia Municipal deliberou aprovar a ata em minuta, para produzir efeitos imediatos, na parte respeitante aos pontos dois, três, quatro e cinco da ordem de trabalhos, de conformidade com o disposto no número três, do artigo noventa e dois, da Lei número cento e sessenta e nove barra noventa e nove, de dezoito de setembro. ENCERRAMENTO: Às zero horas e quarenta e cinco minutos, o Sr. Presidente da Mesa deu por encerrados os trabalhos desta sessão de dezassete de junho, de que para constar se lavrou a presente ata que vai ser assinada pelos membros da Mesa.