FERREIRA, K.T.C.; REGO, E.R.; CARVALHO, M.G.; VASCONCELOS, G.P.S.S.; LIMA, J.A.M.; RÊGO, M.M. Heterose e heterobeltiose em plântulas de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum L.). In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 99). Heterose e heterobeltiose em plântulas de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum L.) Karmita Thainá Correia Ferreira¹; Elizanilda Ramalho do Rêgo²; Michelle Gonçalves de Carvalho3;Geovana Patrícia Santos Sales de Vasconcelos1; José Ayron Morais de Lima3; Mailson Monteiro do Rêgo² ¹Pós–Graduação em Agronomia, Universidade(UFPB), CEP: 58397-000, Areia, PB, [email protected], [email protected] ²Docentes: Universidade Federal da Paraíba (UFPB), [email protected] , [email protected] Centro de Ciências Agrárias. CEP: 58397-000, Areia, PB. 3 Graduação em Agronomia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), CEP: 58397-000, Areia, PB, [email protected], [email protected] Palavras chave: caracterização, pimenta, recursos genéticos, melhoramento. Introdução As pimenteiras tem se tornado uma importante fonte alternativa de geração de renda para produtores, tornando-se cada vez mais populares, deixando de estar restritas às feiras livres, ocupando atualmente lugares em floriculturas e supermercados (Bosland 1994). A formação de mudas de boa qualidade é uma etapa importante do sistema produtivo (Rego et.al., 2011), uma vez que dela depende o desempenho final das plantas (Silveira et.al., 2002). A heterose presente em híbridos em geral fornece melhores combinações. O presente trabalho teve como objetivo determinar a heterose varietal e híbrida em plântulas de pimenteiras ornamentais. Material e Métodos Seis genitores foram cruzados em esquema dialélico completo formando 30 híbridos. Com base na lista de descritores quantitativos sugerida pelo IPGRI (1995) foi realizada a caracterização morfológica de plântula avaliando altura da plântula, diâmetro do hipocótilo, comprimento e largura da folha cotiledonar. Foi utilizado delineamento inteiramente casualisado com 36 tratamentos (6 genitores e 30 híbridos), sendo 5 repetições uma planta por vaso. Os dados foram previamente submetidos à análise de variância e, posteriormente, realizado a análise dialélica pelo método de Gardner & Ebehart (1966), considerando o modelo fixo. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa computacional Genes (Cruz, 2001). Resultados e Discussão As estimativas dos componentes quadráticos de efeitos da variedade e heterose média apresentaram valores significativos para todas as características exceto largura da folha cotiledonar. Quanto aos efeitos de heterose, heterose varietal e especifica apresentaram significância (p ≤ 0,01) para as características altura da plântula, diâmetro do hipocótilo, comprimento e largura da folha cotiledonar (Dados não mostrados). O valor significativo para efeito de parentais e de heterose evidencia a não homogeneidade dos mesmos (Bernini 2012). Valores negativos, ou seja, inferiores ao dos pais são de interesse para obter plântulas pequenas. Para altura de plântula o híbrido 349x358 apresentou (-18.6) e (-15.0) para valores de heterose e heterobeltiose respectivamente. Para a característica diâmetro do hipocótilo foi encontrado o valor de heterose (-8.59) para o híbrido 131x349 e (-17.60) de heterobeltiose. O comprimento da folha cotiledonar apresentou o maior valor negativo de heterose (-12.0) para 131x348 e de heterobeltiose (-11.34) para 348x349. Para largura da folha cotiledonar os valores de heterose (-13.3) e heterobeltiose (-11,2) foram encontrados no hibrido 348x349 (Tabela 1). Há correlação entre a altura da plântula e a altura da planta, sendo assim esses resultados são importantes para o melhoramento, pois permitem que a seleção seja feita nas plântulas. II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015 Valorização e Uso das Plantas da Caatinga Tabela 1 – Heterose e heterobeltiose em relação a 4 características de plântula avaliadas 15 híbridos de pimenta (Capsicum annuum). CCA-UFPB, Areia, 2014/2015. HÍBRIDOS APT DH CFC LFC H Hb H Hb H Hb H Hb 131x132 90.30 96.3 25.89 23.68 19.12 27.46 15.52 22.67 131x348 24.81 26.3 4.958 -.78 -12.0 -9.92 -11.3 -9.98 131x349 2.469 21.4 -8.59 -17.60 -10.5 -8.88 -10.5 -9.80 131x358 17.63 33.4 6.83 4.16 2.975 3.05 4.623 14.06 131x449 13.72 19.2 14.15 13.15 -10.8 -9.18 -7.43 -7.43 132x348 31.54 34.0 15.96 7.81 18.01 23.10 6.312 14.70 132x349 28.25 46.7 2.38 -9.15 7.547 12.89 8.235 13.93 132x358 11.50 22.2 7.82 3.33 8.151 15.62 6.740 9.430 132x449 15.12 16.9 8.10 7.14 .0201 9.11 -.728 5.417 348x349 -6.10 9.76 -2.96 -7.74 -11.8 -11.34 -13.3 -11.2 348x358 -5.74 5.47 4.032 .781 1.622 4.05 1.247 12.19 348x449 11.03 15.0 10.0 3.12 -11.8 -7.98 -8.00 -6.61 349x358 -18.6 -15. -6.10 -13.38 -2.87 -1.16 3.386 11.70 349x449 -.197 12.2 2.36 -8.45 -6.00 -2.48 -5.06 -4.27 358x449 3.092 11.1 4.31 .83 -6.73 -4.949 8.650 18.45 :Altura da plântula (APT), diâmetro do hipocótilo (DH), comprimento da folha cotiledonar (CFC), largura da folha cotiledonar (LFC). H (%) – Heterose; Hb (%) – Heterobeltiose. Conclusão Considerando os valores de heterose e heterobeltiose o híbrido 348x349 foi à combinação que obteve valores ideais para as características de folhas e o 349x358 para altura da plântula. Esses híbridos devem ser indicados para produção de híbridos e o comércio de pimenteiras ornamentais Capsicum annuum. Referências BERNINI, C.S.; PATEMIANI M.E.A.G.Z. Estimativas de Parametros de Heterose em Hibridos de Populações F2 De Milho. Pesq. Agropec. Trop., Goiania, v. 42, n. 1, p. 56-62, 2012. BOSLAND, P.W. Chiles: history, cultivation and uses. In: CHARALAMBOUS G. (ed.) Spices: herbs and edible fungi. New York. Elsevier Publ p.347-366, 1994. CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: UFV, p 390, 2001. GARDNER, C.O. & EBERHART, S. A., Analysis and interpretation of the variety cross diallel and related populations. Biometrics, Raleigh, 22:439-52, 1966. International Plant Genetic Resources Institute. IPGRI. Descriptors for Capsicum. IBPGRI, Roma. 1995. RÊGO, E.R.; FINGER F.L. & RÊGO M.M. Types, Uses and Fruit Quality of Brazilian Chili Peppers. In: Kralis JF (Ed) Spices: Types, Uses and Health Benefits. New York, Nova Science Publishers. p.01-70, 2011. SILVEIRA, E.B.; RODRIGUES, V.J.L.B.; GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; MESQUITA, J.C.P. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília, 20: n. 2, p. 211-216, 2002. II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015