Estudos técnicos para subsidiar
a proposta de criação do
PARQUE ESTADUAL
RIO SÃO FÉLIX
Foto: Fátima Sonoda
Estudo Técnico
Meio Físico
Brasília-DF, dezembro1de 2012
Diretor-Presidente
Henrique Brandão Cavalcanti
Superintendente-Executivo
Cesar Victor do Espírito Santo
Administrativo-Financeiro
Carlos Daniel Martins Schneider
Eduardo B. Passos
Paulo Henrique Gonçalves
Projeto estudos para criação de unidades de conservação no Estado de Goiás
Coordenação Geral - Paulo de Tarso Zuquim Antas
Coordenação Executiva - Mara Cristina Moscoso
Coordenação do Meio Biótico - Paula Hanna Valdujo
Administrativo-financeiro - Paulo Henrique Gonçalves
Consultores setoriais
Sistema de Informação Geográfica
Renato Prado dos Santos – Coordenação
Edivaldo Lima de Souza
Meio Físico
Tadeu Veiga – Coordenação
Ana Raíssa Amorim dos Santos
S PIDIAR ALNA
Secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
Leonardo de Moura Vilela
Superintendente de Unidades de Conservação
José Leopoldo de Castro Ribeiro
Gerente de Áreas Protegidas
Gilvânia Maria Silva
Coordenadora do Projeto Cerrado Sustentável
Susete Araújo Pequeno
2
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 7
METODOLOGIA...................................................................................................................... 8
RESULTADOS ....................................................................................................................... 10
1.
Aspectos regionais ........................................................................................................ 10
O contexto regional aqui caracterizado corresponde à porção nordeste do Estado de Goiás. Nele
se insere a área em apreço e outras áreas potenciais para conservação, abordadas em conjunto
nas etapas iniciais dos estudos e ilustradas nos mapas regionais apresentados adiante............ 10
1.1.
Geologia ................................................................................................................... 10
1.2.
Geomorfologia.......................................................................................................... 14
1.3.
Clima ........................................................................................................................ 17
1.4.
Solos ........................................................................................................................ 19
1.5.
Águas ....................................................................................................................... 22
2.
Aspectos locais ............................................................................................................. 26
2.1.
Geologia e recursos minerais ..................................................................................... 26
2.2.
Relevo ...................................................................................................................... 28
2.3.
Clima ........................................................................................................................ 28
2.4.
Solos ........................................................................................................................ 29
2.5.
Águas ....................................................................................................................... 29
2.6.
Qualiade ambiental ................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 32
3
Sumário de tabelas
Tabela 1. Correspondência entre os tipos de solos ........................................................................ 19
Sumário de mapas
Mapa 1. Geologia regional ............................................................................................................ 11
Mapa 2. Formas de relevo ............................................................................................................. 15
Mapa 3. Solos................................................................................................................................ 20
Mapa 4. Sub-bacias hidrográficas .................................................................................................. 23
Mapa 5. Geologia, relevo e hidrografia ......................................................................................... 27
Sumário de fotografias
Foto 1. Porção central da área Larguinha/São Felix. Terrenos elevados sobre metapelitos do Grupo
Paranoá. Cerrados e matas preservados, estrada secundária no espigão. Ao fundo, o vale
acidentado do rio São Felix. Coordenadas UTM 190.857E e 8.503.206N. Foto: Tadeu Veiga ......... 30
Foto 2. Vale do rio São Felix, no extremo sul da área Larguinha/São Felix. Leito muito encaixado,
vales escarpados em metapelitos e quartzitos do Grupo Paranoá. Coordenadas UTM 191.857E e
8.497.453N. Foto: Tadeu Veiga ..................................................................................................... 30
Foto 3. Platôs instalados sobre quartzitos do Grupo Araí, cobertos por cerrados rupestres,
característicos da área Santo Antonio/Traíras. Coordenadas UTM 196.544E e 8.519.573N. Foto:
Tadeu Veiga .................................................................................................................................. 31
Foto 4. Platô laterítico sobre o Grupo Araí, ao sul da área Santo Antonio/Traíras. Pequenas
escavações abandonadas (garimpo de manganês), junto ao povoado São José. Coordenadas UTM
197.308E e 8.508.740N. Foto: Tadeu Veiga ................................................................................... 31
4
Lista de Siglas
ANA
APA
CPRM
DNPM
E
ENE
EROS-USGS
IRS
MPpa
MPpa3
MPpa4
MTE
N
N1dl
NE
NNE
NP2pb
NP2qfm
NP2sh
NP2sl
NP2slcc
NP2sld
NP2slm
NQdl
NW
PP13tz
PP2γau
PP2γau1
PP2γau2
PP4a
PP4aa
PP4acg
PP4aqa
PP4aqf
PP4aqo
PP4aqsx
PP4as
PP4t
PP4tqt
PP4tst1
PP4γ4pb1
PP4γpb
Q2a
S
SAAR
SAB
SABc
SABf
SABfc
SACNE
SAP
Agência Nacional de Águas
Área de Proteção Ambiental
Serviço Geológico do Brasil
Departamento Nacional de Produção Mineral
Leste
Lés-nordeste
Geological Survey Center for Earth Resources Observation and Science
Indian Remote Sensing
Grupo Paranoá
Grupo Paranoá – Unidade 3 – Rítmica Quartzítica Intermediária
Grupo Paranoá – Unidade 4 – Rítmica Pelito-Carbonatada
Ministério do Trabalho e Emprego
Norte
Coberturas detrito-lateríticas
Nordeste
Nor-nordeste
Grupo Bambuí – Subgrupo Paraopeba
Fengita-quartzo milonito
Grupo Bambuí – Formação Serra de Santa Helena
Grupo Bambuí – Formação Sete Lagoas
Grupo Bambuí – Formação Sete Lagoas – Fácies Calcário
Grupo Bambuí – Formação Sete Lagoas – Fácies Dolomito
Grupo Bambuí – Formação Sete Lagoas – Fácies Marga
Coberturas detrito-lateríticas
Noroeste
Formação Ticunzal
Suíte Aurumina
Suíte Aurumina – Fácies Sienogranito
Suíte Aurumina – Fácies Monzogranito
Grupo Araí – Formação Arraias
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Metarenito
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Metaconglomerado
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Quartzito Arcoseano
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Quartzito Feldspático
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Ortoquartzito
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Quartzito Seixoso
Grupo Araí – Formação Arraias – Fácies Metassiltito e Metarristmito
Grupo Araí – Formação Traíras
Grupo Araí – Formação Traíras – Fácies Quartzito
Grupo Araí – Formação Traíras – Fácies Siltito Um
Suíte Pedra Branca – Fácies Biotita Granito
Suíte Pedra Branca
Depósitos Aluvionares
Sul
Sistema Aquífero Araí
Sistema Aquífero Bambuí
Sistema Aquífero Bambuí – Subsistema Cárstico
Sistema Aquífero Bambuí – Subsistema Fraturado
Sistema Aquífero Bambuí – Subsistema Físsuro-Cárstico
Sistema Aquífero Cristalino Nordeste
Sistema Aquífero Paranoá
5
Lista de Siglas
SGM
SIEG
SW
W
WSW
Superintendência de Geologia e Mineração
Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de Goiás
Sudoeste
Oeste
Oés-sudoeste
ARA
6
APRESENTAÇÃO
A Fundação Pró-Natureza (Funatura) foi selecionada mediante licitação e firmou com o
Governo do Estado de Goiás, o Contrato no 009/2012. O objetivo central é realizar o
projeto “Criação de Unidades de Conservação no Estado de Goiás” através da análise
dos dados dos componentes de biodiversidade, geodiversidade e socioeconomia com
apoio de imagens de satélite e Sistemas de Informação Geográfica.
O resultado final busca ampliar o Sistema de Unidades de Conservação de Goiás com
áreas de proteção integral. A atividade está inserida no Projeto Cerrado Sustentável
Goiás, componente 1 - Proteção da Biodiversidade pela Expansão e Consolidação de
Áreas Protegidas no Corredor Ecológico Paranã-Pirineus e na APA João Leite.
Na seleção da categoria de Unidade de Conservação de proteção integral buscou-se
equilibrar a necessidade de proteção de amostras das ricas biodiversidade e
geodiversidade goianas com a possibilidade da unidade representar uma fonte adicional
de renda para os municípios envolvidos.
Nesse volume a Funatura apresenta as análises dos elementos da socioeconomia que
levaram à proposta da criação do Parque Estadual Rio São Félix, situado no município de
Cavalcante. O parque estadual subdivide-se em duas áreas próximas de serras,
chapadas e encostas, separadas pelo vale do rio Santo Antônio.
Seus limites englobam as cabeceiras e a parte alta das bacias dos rios Santo Antônio e
Traíras na área setentrional. O rio Traíras forma a divisa com o estado de Tocantins em
todo o seu curso. A área meridional abrange as cabeceiras do rio Larguinha, bem como
parte do curso médio do rio São Félix na área fronteira à RPPN Serra do Tombador,
mantida pela Fundação Boticário de Proteção à Natureza. O rio São Félix possui grande
importância histórica e cultural para o estado de Goiás. Esse rio foi a via de chegada dos
bandeirantes com origem no Maranhão que fundaram o garimpo do rio São Félix e as
bases da cidade de Cavalcante, denominada com o sobrenome dos irmãos garimpeiros
do grupo maranhense.
Além de conservar os ambientes típicos dessas chapadas e mantê-los em estágio
próximo ao encontrado pelos primeiros bandeirantes a chegar no estado, as cabeceiras
dos rios, as encostas e os picos podem ser utilizados para turismo de aventura,
ecoturismo e turismo cultural. A proteção dessas cabeceiras favorece também a zona de
recarga dos aquíferos que irão abastecer as populações humanas e atividades
agropecuárias do vale do rio Santo Antônio situadas fora de seus limites, no vale plano e
estreito.
Por todo o parque estadual existem mirantes naturais de suas belezas cênicas e do vale
dos rios. Os seus rios encachoeirados, convidativos para turismo de aventura e
ecoturismo.
Compõem ainda o parque estadual atributos culturais que são importantes resquícios de
uma das primeiras regiões goianas ocupadas durante o período colonial.
7
METODOLOGIA
A área de estudo Larguinha/São Félix – Santo Antônio/Traíras foi selecionada como
prioritária, em um conjunto de 15 áreas potencialmente destinadas à criação de Unidades
de Conservação no Estado de Goiás. A seleção considerou a sua importância ambiental,
avaliada em caráter multidisciplinar com base em dados secundários e no conhecimento
dos diversos pesquisadores. Em seguida, realizaram-se estudos específicos para
caracterização dos seus atributos físicos, bióticos e socioeconômicos.
A caracterização do meio físico seguiu o conceito da geodiversidade, lançado por Veiga
(1999 e 2002) e posteriormente consagrado pelo Serviço Geológico do Brasil (Silva, 2008,
entre outros).
A geodiversidade expressa as particularidades do meio físico, abrangendo rochas, relevo,
clima, solos e águas, subterrâneas e superficiais. Tais atributos resultam da atuação
cumulativa de processos geológicos múltiplos. Por sua vez, condicionam a paisagem e
propiciam a diversidade biológica e cultural nela desenvolvidas, em permanente interação.
O conhecimento da geodiversidade é essencial à abordagem criteriosa de qualquer área
ou região: por preceder a biodiversidade, ajuda a entender a dinâmica ambiental vigente.
Além disso, o subsolo pode conter recursos minerais, hídricos e energéticos, cujo
aproveitamento precisa ser devidamente equacionado, para não comprometer a própria
biodiversidade e a qualidade de vida dos seus habitantes.
É o caso dessa área, aqui recomendada para conservação. Seus atributos físicos foram
caracterizados com base em dados secundários e na experiência de trabalho dos
geólogos. Entre os estudos prévios consultados, destacam-se os levantamentos
sistemáticos pioneiros realizados pelo Projeto Radambrasil (Radambrasil, 1981, 1982) e
estudos promovidos pela Superintendência de Geologia e Mineração da Secretaria de
Indústria e Comércio do Estado de Goiás, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil
e a Universidade de Brasília (CPRM/SIC-SGM, 2008, entre outros). A bibliografia
completa é apresentada ao final.
Utilizaram-se bases cartográficas, imagens de satélite e mapas temáticos disponíveis no
Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas do Estado de Goás
(SIEG). São informações homogêneas, atualizadas e suficientemente detalhadas para a
contextualização regional. Os dados foram processados em plataforma Arc Map para
elaboração dos mapas regionais apresentados adiante: geologia, relevo, tipos de solos e
hidrografia. Tais mapas ilustram a área em foco, frente a outras áreas potenciais para
conservação selecionadas na porção nordeste de Goiás.
O contexto local foi caracterizado em maior detalhe. Elaborou-se um mapa específico da
área de estudo Larguinha/São Félix – Santo Antônio/Traíras, abrangendo geologia,
recursos minerais, relevo e drenagens principais. Na sequência, programou-se um
sobrevoo de reconhecimento, em conjunto com os demais pesquisadores, visando: a)
reconhecer os principais atributos descritos; b) avaliar a integridade ambiental da área; c)
confirmar a pertinência da criação de uma unidade de conservação; e d) definir diretrizes
específicas para a proposta de criação – tipo de unidade de conservação, limites, etc.
O sobrevoo permitiu a coleta de informações relevantes e propiciou uma visão abrangente
do contexto em foco. Os pontos descritos foram fotografados com câmera digital (Pentax
WG-1) e georreferenciados com aparelho GPS de navegação (Garmin 60CSx). As
observações foram imediatamente registradas em caderneta e mapas de campo.
8
De posse de todos esses dados, foi elaborado o presente relatório, buscando atender aos
seguintes objetivos:

Descrever a evolução geológica da região, apresentando o conjunto de rochas
presentes, o seu empilhamento estratigráfico e sua estruturação;

Descrever o relevo e respectivas unidades fisionômicas, caracterizando-as quanto às
altitudes dominantes e suscetibilidade à erosão;

Interpretar a evolução morfogenética quanto ao condicionamento litológico e estrutural
da paisagem, altitudes e declividades;

Caracterizar o clima quanto à dinâmica atmosférica e sua influência sobre as
temperaturas, pluviosidade, regime de chuvas e umidade do ar;

Caracterizar os solos quanto aos atributos físicos relevantes para conservação e
manejo: permeabilidade, suscetibilidade à erosão e fragilidade ao uso;

Caracterizar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos quanto à disponibilidade,
usos, áreas de recarga, vulnerabilidade à contaminação e potencialidades;

Indicar locais atrativos à possível visitação pública, bem como locais com restrições à
visitação e/ou à implantação de infraestrutura;

Recomendar pesquisas futuras sobre os temas abordados;

Fornecer subsídios para equacionamento de outros aspectos relevantes, tais como:
monitoramento de áreas frágeis, recuperação de áreas degradadas, articulação com
outras áreas preservadas (corredores ecológicos), etc.
A criação da unidade de conservação aqui recomendada ensejará o progressivo
aprofundamento de tais temas, em conformidade com a proteção ambiental e a
legislação.
9
RESULTADOS
1. Aspectos regionais
O contexto regional aqui caracterizado corresponde à porção nordeste do Estado de
Goiás. Nele se insere a área em apreço e outras áreas potenciais para conservação,
abordadas em conjunto nas etapas iniciais dos estudos e ilustradas nos mapas regionais
apresentados adiante.
1.1.
Geologia
A porção em estudo está inserida na Província Tectônica do Tocantins, que compreende
três cinturões dobrados ou faixas: Brasília, Araguaia e Paraguai, sendo a primeira
dominante no Estado de Goiás (Almeida et al., 1977).
A Faixa Brasília é um cinturão gerado pela colisão de dois blocos continentais antigos:
Cráton Amazônico a oeste e Cráton São Francisco a leste. Essa colisão foi responsável
pela deformação e metamorfismo presentes nas rochas ígneas e sedimentares da
província (CPRM/SIC-SGM, 2008).
A compartimentação tectônica da Faixa Brasília compreende: a) Terrenos GranitoGreenstone; b) Cinturões Paleoproterozóicos; c) Bacia Intracontinental - Rift
Intracontinental Paleo-Mesoproterozóico; d) Seqüência Pós-Rift; e) Bacia Oceânica
Mesoproterozóica; f) Arco Magmático de Goiás; g) Bacia Marginal de Arco; h) Raiz de
Arco Magmático; i) Bacia de Margem Passiva; j) Bacia de Antepaís (CPRM/SIC-SGM,
2008).
A porção em foco abrange: Cinturões Paleoproterozóicos, Bacia Intra-continental - Rift
Intracontinental Paleo-Mesoproterozóico e Sequência pós-Rift, Bacia de Margem Passiva
e Bacia de Antepaís, assim como formações cenozóicas (depósitos aluvionares e
coberturas detrito-lateríticas).
As unidades geológicas presentes são descritas a seguir, da mais antiga para a mais
recente (mapa 1).
10
Mapa 1. Geologia regional
11
-
Cinturões Paleoproterozóicos
Essas são as rochas mais antigas. Correspondem ao embasamento da Faixa Brasília e
têm idades Paleoproterozóicas (entre 2.300 e 2.100 milhões de anos). Na região de
interesse, são representadas por metassedimentos da Formação Ticunzal e por rochas
graníticas Suíte Aurumina, descritas a seguir:

Formação Ticunzal (PP13tz)
A Formação Ticunzal é constituída na base por paragnaisses, que passam gradualmente
a xistos grafitosos, seguidos por muscovita xistos, sericita-clorita xistos, micaxistos
granadíferos, tremolita xistos e grafita xistos (Alvarenga et al., 2006). Essas rochas são
caracteristicamente politectônicas e polimetamórficas. Sugere-se que foram depositadas
em ambiente marinho restrito, com atividade biológica (Pimentel et al., 2000).
Hospeda mineralizações de urânio na região do rio Preto e provavelmente também na
região de Campos Belos. A formação é a encaixante dos granitos e pegmatitos da Suíte
Aurumina, hospedeiros dos depósitos de estanho e tântalo da região de Monte Alegre de
Goiás (CPRM/SIC-SGM, 2008).

Suite Aurumina (PP2γ2au)
A Suíte Aurumina é formada por corpos graníticos sin a pós-tectônicos, intrusivos na
Formação Ticunzal (Pereira, 2001). O granito típico é um corpo alongado segundo N30W,
com zonas de deformação intensa que podem ser confundidas com as encaixantes. As
principais litologias são muscovita granito, biotita-muscovita granito, tonalito e biotita
granito (Botelho et al., 2006).
As rochas da suíte hospedam mineralizações de ouro, estanho e tantalita. Em
Cavalcante, ocorrem ouro e platinóides associados a veios de quartzo, em milonitos no
contato entre o granito e a Formação Ticunzal. Há depósitos e ocorrências de estanho e
tântalo em greisens e pegmatitos em Monte Alegre de Goiás (Botelho et al., 2006).
Na região de estudo, estão presentes as fácies sienogranito (PP2γ2au1) e monzogranito
(PP2γ2au2), sendo a segunda associada aos depósitos de ouro em Cavalcante e
Aurumina (CPRM/SIC-SGM, 2008).
-
Bacia Intracontinental Paleo-Mesoproterozóica – Sequência Rift e Sequência
pós-Rift
São rochas de idade Paleo a Mesoproterozóica (entre 2.000 e 1.600 milhões de anos),
também integrantes do embasamento da Faixa Brasília. São representadas na região por
sedimentos anorogênicos da Formação Arraias do Grupo Araí, por intrusões graníticas
anorogênicas da Sub-província Paranã – Suíte Pedra Branca (sequência Rift) e por
rochas psamo-pelíticas da Formação Traíras do Grupo Araí (sequência pós-Rift)
(CPRM/SIC-SGM, 2008).

Grupo Araí – Formação Arraias (PP4a)
A Formação Arraias do Grupo Araí é constituída por rochas metassedimentares e
metavulcânicas depositadas sobre o embasamento. As principais litologias são: dacito,
riodacito, riolito e basalto para as metavulcânicas; e metarenito, metaconglomerado,
quartzito arcoseano, quartzito feldspático, ortoquartzito, quarztito com seixos, metassiltito
e metarritmito para as metassedimentares.
Apresentam estruturas sedimentares primárias preservadas, como marcas de onda e
estratificações cruzadas, tabulares e acanaladas (Alvarenga et al., 2006).
12

Grupo Araí – Formação Traíras (PP4t)
A Formação Traíras do Grupo Araí é caracterizada por rochas metassedimentares pósrift, depositadas em ambiente marinho. Os principais litotipos são quartzito e siltito.
Assim como na Formação Arraias, suas rochas apresentam estruturas sedimentares
primárias preservadas, tais como estratificação cruzada, marcas de ondas e diques de
areia (Alvarenga et al., 2006).

Suite Pedra Branca (PP4γpb)
A Suíte Pedra Branca abrange os granitos da Sub-província do Paranã. Reúne 8
intrusões maiores, que sustentam altos topográficos circulares (Marini e Botelho, 1986).
Os granitos são intrusivos na Suite Aurumina e na Formação Ticunzal, e estão
parcialmente cobertos por rochas do Grupo Araí. Apresentam mineralizações de estanho
(CPRM/SIC-SGM, 2008; Botelho et al., 2006).
Há 2 litologias principais na Suíte: biotita granito (com texturas rapakivi e granofírica), e
leucogranito. As mineralizações de estanho mais importantes são associadas ao
leucogranito (CPRM/SIC-SGM, 2008).
-
Bacia de Margem Passiva
Essa bacia é formada por rochas de idade Meso a Neoproterozóica (entre 1.600 e 600
milhões de anos), localizadas na Zona Externa da Faixa Brasília. Compreendem
sequências pelito-carbonáticas e psamo-pelíticas plataformais do Grupo Paranoá
(CPRM/SIC-SGM, 2008).

Grupo Paranoá (MPpa)
O Grupo Paranoá é composto por espessa sucessão psamo-pelítica, com importante
contribuição de rochas carbonáticas.
Na porção de interesse, estão presentes 2 unidades individualizadas por Faria (1995). A
Unidade 3 (MPpa3) é composta por quartzito feldspático, filito carbonoso, argilito e
metassiltito. A Unidade 4 (MPpa4) é formada por metargilito, ardósia, metassiltito, filito
carbonoso, calcixisto e quartzito feldspático. Ambas mostram estruturas sedimentares
primárias preservadas (CPRM/SIC-SGM, 2008).
As rochas do Grupo Paranoá podem conter ocorrências de ouro. Os calcários são
utilizáveis para a fabricação de cal e como corretivos agrícolas. Os quartzitos e areias
derivadas são utilizados como insumos para construção civil (CPRM/SIC-SGM, 2008).
-
Bacia de Antepaís
É formada por rochas de idade Neoproterozóica (entre 800 e 600 milhões de anos). São
sedimentos pelito-carbonáticos do Grupo Bambuí, depositados em ambiente marinho
raso.

Grupo Bambuí – Subgrupo Paraopeba (NP2pb)
O Grupo Bambuí compreende rochas pelito-siliciclásticas e carbonáticas, formadas em
extenso mar epicontinental neoproterozóico. Segundo Dardenne (1978), sua deposição
ocorreu em regime de plataforma epicontinental estável, sob megaciclos transgressivosregressivos de águas pouco profundas.
O Subgrupo Paraopeba compreende as formações Sete Lagoas, Serra de Santa Helena,
Lagoa do Jacaré e Serra da Saudade. Na porção em foco, foram englobadas por Lacerda
Filho et al. (1999) sob o termo Subgrupo Paraopeba Indiviso, que abrange siltitos e
argilitos por vezes calcíferos, calcários e lentes de quartzito.
13
A sequência contém ocorrências de fosfatos, potencialmente utilizáveis para a fabricação
de fertilizantes. As rochas carbonáticas podem ser utilizadas para a produção de cimento,
cal e corretivos agrícolas (CPRM/SIC-SGM, 2008).
-
Bacias Cenozóicas – Formações Superficiais
Formações Superficiais correspondem a depósitos detríticos, formados in situ ou
transportados, tais como: couraças ferruginosas sobre terrenos aplanados e sedimentos
inconsolidados aluvionares.

Coberturas Detrito-Lateríticas (NQdl)
As coberturas detrito-lateríticas são representadas por lateritos autóctones com carapaça
ferruginosa. Podem ocorrer sobre qualquer tipo de substrato (CPRM/SIC-SGM, 2008).
São características de climas tropicais e propícias à concentração de ouro, manganês,
alumínio e outros metais pouco solúveis, porventura presentes no substrato.

Depósitos aluvionares recentes (Q2a)
Os depósitos aluvionares se associam à rede de drenagem que flui sobre o embasamento
cristalino e as bacias sedimentares. Compreendem as acumulações de sedimentos de
calha e de planície de inundação, compostos por areias finas a grossas, cascalhos, lentes
de material silto-argiloso e turfa.
Os sedimentos podem ser utilizados in natura, como insumos para a construção civil
(cascalho, areia, argila). As frações mais grossas podem conter concentrações de rutilo,
ouro, zircão e diamante, as quais podem constituir depósitos de interesse econômico
(CPRM/SIC-SGM, 2008).
1.2.
Geomorfologia
A porção estudada está localizada no Planalto Central Goiano (Pena et al., 1975), que
ocupa a parte norte do Estado de Goiás e a parte sul de Tocantins. O planalto é limitado a
oeste pela Depressão do Araguaia, a norte e noroeste pela Depressão do Tocantins, e a
sul-sudeste pelo Planalto Goiás-Minas. Esses limites são bem marcados por diferenças
litológicas, altimétricas e de aspecto geral do relevo.
Conforme assinalado por Radambrasil (1981), o Planalto Central Goiano é caracterizado
pela diversidade de formas de relevo e de rochas metamórficas, de estruturas complexas
(falhamentos, intrusões), e de cotas altimétricas (entre 400 e 1.650m).
As feições de relevo são devidas às rochas dobradas do Grupo Araí e às rochas dos
grupos Paranoá e Bambuí, também dobradas e arrastadas sobre as primeiras. Os
dobramentos e posteriores falhamentos tectônicos modelaram um relevo com áreas de
dissecação diferencial, predominância de cristas e barras, facetas triangulares, sulcos e
escarpas estruturais justapostas a áreas conservadas planas ou levemente dissecadas
(Radambrasil, 1982).
A porção em foco compreende as seguintes subdivisões do Planalto Central Goiano,
descritas adiante: Planalto Alto Tocantins-Paranaíba, Complexo Montanhoso VeadeirosAraí e Vão do Paranã (Mapa 2).
14
Mapa 2. Formas de relevo
15
-
Planalto Alto Tocantins – Paranaíba
O Planalto Alto Tocantins – Paranaíba é marcado por relevo fragmentado, entremeado
por depressões intermontanas, esculpidas por importantes formadores do rio Tocantins.
As cotas na região variam entre 750 e 1.100m. A composição litológica é bastante
variada, sendo as formas de relevo correlacionáveis às rochas dos grupos Araí, Paranoá
e Bambuí (Radambrasil, 1981).
O Grupo Paranoá forma um conjunto de relevo estrutural representado por intensa
dissecação em formas aguçadas e cristas orientadas para NNE, sustentadas por
quartzitos. Formas convexas ocorrem localmente. A rede de drenagem evidencia forte
controle estrutural, geralmente direcionado em torno de NE-SW (Radambrasil, 1981).
-
Complexo Montanhoso Veadeiros – Araí
O Complexo Montanhoso Veadeiros – Araí compreende dois grandes blocos planálticos,
limitados por escarpas e serras com prolongamentos que seguem a orientação dos
dobramentos.
O bloco sul contém a Chapada dos Veadeiros, com orientação NE-SW. O seu
prolongamento sul apresenta formas circulares comandadas por intrusões. No bloco norte
predomina orientação estrutural N-S e nota-se melhor a sucessão de dobras com grande
raio de curvatura. A altimetria varia entre 800 e 1.690m. Os pontos mais altos ocorrem na
Chapada dos Veadeiros (Radambrasil, 1982).
O relevo é caracterizado por formas estruturais instaladas sobre dobramentos do Grupo
Araí, localmente cobertos por rochas dos grupos Paranoá e Bambuí, truncados por
superfícies de aplanamento com posteriores efeitos de tectônica de falha. A porção norte
do relevo também é influenciada pela presença de intrusões (Radambrasil, 1892).
As formas de relevo refletem a rigidez litológica e a forte estruturação das rochas.
Predominam formas residuais de flancos de dobras, nivelados por planos topográficos e
esfacelados por fraturas e falhas, que favorecem a dissecação. Há também patamares
estruturais, escarpas de falha, cristas assimétricas, facetas triangulares e planos de falha
ou de dobra, vales e sulcos de paredes íngremes, controlados pelo fraturamento
(Radambrasil, 1982).
-
Vão do Paranã
O termo regional Vão do Paranã foi adotado para designar a depressão posicionada entre
os relevos mais altos do Planalto Divisor São Francisco – Tocantins a leste, e do Planalto
Central Goiano a oeste. Essa unidade tem formato ovalado, com eixo maior N-S. As cotas
variam de 400 a 600m. As maiores elevações referem-se aos contatos com os patamares
do Chapadão a leste e as Chapadas do Alto Rio Maranhão a oeste (Radambrasil, 1982).
A característica mais importante do relevo do Vão do Paranã é a sucessão morfológica
regular de planos encouraçados nos interflúvios e de planos argilosos mais baixos. Os
relevos residuais são constituídos por camadas de calcário, na forma de cristas com
orientação N-S. As áreas de acumulação têm escoamento difuso, e ocorrem comumente
em planícies de inundação do rio Paranã e seus principais tributários.
16
1.3.
Clima
A porção nordeste de Goiás é caracterizada por temperaturas elevadas durante boa parte
do ano, principalmente em função da forte radiação solar (Radambrasil, 1982).
O relevo também assume importante papel no clima da região, tanto nos aspectos
térmicos quanto na distribuição de chuvas. A influência térmica do relevo é comprovada
pelas diferentes temperaturas observadas em diferentes níveis altimétricos da região. No
que diz respeito à precipitação, a influência orográfica é ainda mais marcante
(Radambrasil, 1982).
A penetração de ventos úmidos do litoral é barrada pelas escarpas do Espinhaço e da
Chapada Diamantina, o que torna o Planlto Central dependente das chuvas de verão
trazidas pelo fluxo convectivo de orientação de oeste para leste. A ausência de ventos
oceânicos acentua os efeitos da continentalidade durante a estiagem, período no qual a
umidade relativa do ar torna-se muito baixa (Radambrasil, 1982).
-
Tipos climáticos
A porção nordeste de Goiás é caracterizada por clima tropical de savana (clima quente,
com estação seca acentuada, coincidente com o inverno austral), que corresponde ao
domínio climático Aw da classificação Köppen-Geiger (Peel et al., 2007).
Como dito, o clima do Brasil Central é controlado exclusivamente por massas de ar
equatoriais e tropicais, sem influência da massa tropical marítima. Essa característica
promove um clima com 2 estações bem definidas. As chuvas se concentram no verão
austral (cerca de 95% da precipitação anual incide nesse período) e o inverno é seco.
Os climogramas da Figura 3A evidenciam a dualidade do clima tropical de savana,
marcado por período chuvoso no verão e seco no inverno. A amplitude térmica é
significativa, com temperaturas médias variando entre 18ºC e 26ºC, e média anual de
23ºC.
-
Pluviosidade
A pluviosidade é definida pelo Regime Equatorial Continental, que determina o período de
outubro a maio como mais chuvoso, com registros médios entre 800 e 1.300mm.
Destaca-se dezembro, com médias que podem alcançar 300mm (Figura 3).
O período seco, de junho a setembro, apresenta seus menores índices em julho (5,8 mm).
É caracterizado por baixa umidade relativa do ar. Em julho e agosto, os índices de
umidade comumente situam-se abaixo de 30%, podendo atingir 10% ou menos.
17
Figura 1. Climogramas para 2011 das estações climáticas de Alto Paraíso de Goiás,
Niquelândia, Monte Alegre de Goiás e Posse. Fonte: INMET, 2012
-
Temperatura
As temperaturas na região são condicionadas por sua continentalidade, pela latitude e
pelo relevo. De maneira geral, são elevadas durante o ano todo, e mostram grandes
amplitudes anuais.
As temperaturas são mais altas em setembro, com máximas podendo atingir 35ºC. No
verão, a temperatura máxima média varia entre 25ºC e 30ºC. Maio, junho e julho são os
meses mais frios, sendo em julho as menores médias, que oscilam entre 15ºC e 20ºC
(Figura 3).
Como dito, o relevo condiciona variações locais de temperatura. Podem ocorrer
diferenças de até 5ºC entre as médias do Vão do Paranã (25ºC) e dos Patamares do
Chapadão (20ºC), na transição entre clima úmido e semiúmido (Radambrasil, 1982).
-
Balanço hídrico
A porção nordeste de Goiás está sob influência de clima úmido, onde é registrado
excedente hídrico durante todo o período chuvoso (Andreae et al., 2004).
A região apresenta disponibilidade hídrica em 7 meses do ano e déficit em apenas 4
meses (especialmente agosto). O excedente hídrico, que consiste na água que escoa em
superfície ou em profundidade, incorporando-se à rede de drenagem, pode atingir 800
mm anuais.
18
1.4.
Solos
Os solos resultam da interação entre clima, tipos de rocha e relevo. Por consequência, as
principais feições geológicas e geomorfológicas da região se refletem nos tipos de solos
presentes.
O Projeto Radambrasil (1982) caracterizou os solos da região de interesse em ampla
escala, por meio de mapeamentos sistemáticos. Em 2006, a Embrapa adotou uma nova
classificação, sob o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. O mapa 3 mostra as
classes de solo existentes na porção em foco.
A tabela 1 mostra a correspondência entre os tipos de solos utilizados por Radambrasil
(1982) e a atual classificação adotada pela Embrapa. Os prinicipais tipos de solo são
apresentados adiante segundo a nova classificação (Embrapa, 2006).
Tabela 1. Correspondência entre os tipos de solos
CLASSIFICAÇÃO RADAMBRASIL (1982)
CLASSIFICAÇÃO EMBRAPA (2006)
Areias Quartzosas, Areias Quartzosas Hidromórficas
e Aluviais
Neossolo
Latossolo Vermelho Amarelo e Latossolo Vermelho
Escuro
Latossolo
Cambissolos
Cambissolo
Lateritas Hidromórficas
Plintossolo
Terra Roxa Estruturada Similar
Argissolo
19
Mapa 3. Solos
20

Neossolo
Em geral, são solos originados de depósitos arenosos profundos (ao menos 2m de
profundidade), constituídos essencialmente por areias quartzosas e distróficas. São
praticamente destituídos de minerais primários pouco resistentes ao intemperismo.
Ocorrem em relevos planos a suavemente ondulados, comumente associados a
latossolos, áreas de nascentes e veredas. São muito suscetíveis à erosão (Radambrasil,
1982).
Como assinalado pela Embrapa (2006, entre outros), as regiões de neossolo (com
latossolos associados) vêm sendo incorporadas a cultivos de grãos ou a plantios de
eucalipto. Sua utilização demanda correção da acidez, adubação e irrigação em larga
escala.

Latossolo
Os latossolos são formados pelo processo denominado latolização, que consiste na
remoção da sílica e das bases do perfil (Ca2+, Mg2+, K+, etc.), após transformação dos
minerais primários constituintes. Essa remoção promove o enriquecimento residual do
solo em óxidos de ferro e de alumínio.
São solos profundos (normalmente superiores a 2 m), têm aspecto maciço poroso, são
macios quando secos e muito friáveis quando úmidos. Por isso, são suscetíveis à erosão,
junto aos cursos d’água e nas bordas das chapadas.
No bioma Cerrado, os latossolos ocupam praticamente todas as áreas planas a
suavemente onduladas, com declividade inferior a 7%. Isso facilita o seu uso mecanizado,
em chapadas e também em vales.
Os latossolos são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e
reflorestamento. Um fator limitante é a baixa fertilidade, mas com aplicações adequadas
de corretivos e fertilizantes, aliadas à época propícia de plantio de cultivares adaptadas,
obtêm-se boas produções. Em consequência, tais solos vêm sendo intensamente
utilizados pela agricultura mecanizada para produção de grãos – especialmente soja e
milho (Embrapa, 2006).

Cambissolo
São solos constituídos por material mineral, com horizonte B. Devido à heterogeneidade
do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características
desses solos variam muito de um local para outro.
De modo geral, são solos drenados, álicos e pouco profundos. Apresentam fase
pedregosa e não pedregosa. No nordeste de Goiás desenvolvem-se em relevos
ondulados a fortemente ondulados, sobre rochas dos Grupos Paranoá e Bambuí.
Os cambissolos desenvolvidos em relevo pouco movimentado apresentam bom potencial
agrícola. Quando situados em planícies aluviais, estão sujeitos a inundações, que podem
limitar o uso agrícola. De qualquer modo, prestam-se para cultivos diversos, ainda que em
pequena escala (Embrapa, 2006).

Plintossolo
Plintossolos caracterizam-se pela presença de manchas ou mosqueados avermelhados,
ricos em ferro e de consistência macia, que podem ser facilmente individualizados da
matriz do solo (plintitas). Contêm também nódulos e/ou concreções ferruginosas,
extremamente duras, que podem formar camadas espessas, contínuas e endurecidas
(Embrapa, 2006).
21
Na porção em foco, os plintossolos ocupam terrenos planos laterizados, desenvolvidos
sobre rochas do Grupo Bambuí. São naturalmente pouco férteis, devido à elevada acidez
e toxicidade em alumínio, o que os tornam inaptos ou com aptidão restrita ao cultivo,
sendo utilizados apenas como pastagens naturais.

Argissolo
Os argissolos apresentam, como característica diagnóstica, um horizonte B textural. São
solos medianamente profundos a profundos, moderadamente drenados e altamente
susceptíveis a erosão.
Na região em estudo, ocorrem sobre rochas do Grupo Bambuí. Quando localizados em
áreas de relevo plano a suavemente ondulado, podem ser usados para diversas culturas,
desde que sejam feitas correções da acidez e adubação (Embrapa, 2006).
1.5.
Águas
A porção nordeste do Estado de Goiás integra a Região Hídrica Tocantins – Araguaia
(Almeida et al., 2006). É representada por cursos d’água que vertem de sul para norte e
formam os rios Araguaia e Tocantins (mapa 4).
A rede de drenagem é diversificada e relativamente densa, mesmo tratando-se de uma
região onde, em função do clima, nem todos os rios são perenes (Radambrasil, 1982).
22
Mapa 4. Sub-bacias hidrográficas
23
-
Aspectos hidrogeológicos regionais
Os recursos hídricos superficiais têm estreita relação com as águas subterrâneas. Rios,
córregos e outras drenagens ora alimentam os aqüíferos, ora são alimentados pelas
águas subterrâneas. Na porção de interesse, Almeida et al. (2006) destacam os seguintes
domínios hidrogeológicos:

Domínio Fraturado
O Domínio Fraturado é constituído por rochas magmáticas e metamórficas, onde os
processos tectônicos rúpteis foram responsáveis pelo desenvolvimento de fraturas que
compõem o espaço eventualmente preenchido pela água. O potencial desses sistemas é
vinculado à abertura, densidade e interconexão das fraturas. Os processos neotectônicos
são de fundamental importância para a manutenção da abertura da porosidade
secundária planar.

Domínio Físsuro-Cárstico
O Domínio Físsuro-Cárstico é representado por situações onde rochas carbonáticas
(calcários, dolomitos, margas e mármores) ocorrem na forma de lentes, com restrita
continuidade lateral, interdigitadas com litologias pouco permeáveis (siltitos argilosos,
folhelhos, filitos ou xistos).

Domínio Cárstico
O Domínio Cárstico pressupõe rochas carbonáticas com ampla continuidade lateral e
vertical, de forma que o processo de dissolução cárstica tenha considerável
desenvolvimento, com abertura de espaços maiores que 1m. Nesses sistemas,
comumente ocorrem drenagens subterrâneas de fluxo turbulento, similares a cursos de
drenagens superficiais.
-
Recursos hídricos subterrâneos
Na porção nordeste de Goiás, Almeida et al. (2006) propõem 4 sistemas aquíferos
diferentes, descritos a seguir:

Sistema Aquífero Cristalino Nordeste (SACNE)
O Sistema Aquífero Cristalino Nordeste compreende o embasamento arqueanoproterozóico e a Formação Ticunzal, que ocorrem na porção nordeste de Goiás.
É uma das regiões com menor disponibilidade hídrica subterrânea do Estado, por se tratar
de um conjunto de rochas pouco fraturadas, expostas em terrenos arrasados, com amplos
lajedos maciços e coberturas de solos da classe dos Neossolos e Cambissolos. Além
disso, as taxas de precipitação pluvial são baixas e as chuvas são bastante irregulares –
temporal e espacialmente.

Sistema Aquífero Araí (SAAR)
O Sistema Aquífero Araí corresponde aos litotipos do Grupo Araí: metaconglomerados,
metarenitos e metapelitos. As rochas de granulação mais grossa apresentam
fraturamento acentuado, o que regula as áreas de recarga do aquífero e as nascentes.
O conjunto formado por metaconglomerados e metarenitos tem excelente produtividade e
vazões específicas moderadas. Todavia, o conjunto de rochas metapelíticas apresenta
condições desfavoráveis, com vazões médias baixas e alta incidência de poços tubulares
secos ou de baixa produtividade.

Sistema Aquífero Paranoá (SAP)
24
O Sistema Aquífero Paranoá corresponde aos litotipos do Grupo Paranoá. O estágio de
conhecimento aqui é mais avançado, em razão de estudos realizados no Distrito Federal
e entorno, bem como na região da Chapada dos Veadeiros.
As camadas arenosas presentes caracterizam-no como excelente reservatório de água.
Além disso, as rochas apresentam fraturamento com grande distribuição, abertura e
interconexão. Quando não há interferência de material pelítico, as fraturas se mantêm
abertas em profundidades expressivas.
Outra característica marcante do SAP é a presença de lentes de calcários e camadas e
lentes de quartzitos, associados a rochas argilosas. O desenvolvimento de carstificação
nos litotipos carbonáticos pode apresentar diferentes estágios, desde praticamente
ausente (nas lentes menores e isoladas) até bastante elevado (nas lentes maiores).

Sistema Aqüífero Bambuí (SAB)
O Sistema Aqüífero Bambuí corresponde ao conjunto de rochas do Grupo Bambuí e
subdivide-se nos subsistemas: Fraturado, Físsuro-Cárstico e Cárstico.
O Subsistema Fraturado (SABf) engloba as rochas das formações Três Marias e Serra da
Saudade. São aqüíferos fissurados, controlados pela densidade de fraturamento. Apesar
da predominância de materiais pelíticos, o comportamento rúptil dos metassiltitos mais
maciços e a presença de bancos arcoseanos permite elevada atividade hídrica. O relevo
favorece a infiltração e otimiza os reservatórios subterrâneos.
O Subsistema Físsuro-Cárstico (SABfc) corresponde às formações Serra de Santa
Helena e Lagoa do Jacaré e ao Subgrupo Paraopeba Indiviso. Distribui-se por todo o vale
do rio Paranã e segue até o extremo norte do Estado. É classificado como FíssuroCárstico, pela presença de rochas pelíticas interdigitadas com lentes de rochas
carbonáticas. Nesse caso, o volume de rochas carbonáticas é restrito e o aqüífero não
apresenta feições típicas de sistemas fraturados ou de sistemas cársticos clássicos.
O Subsistema Cárstico (SABc) é representado pela Formação Sete Lagoas, nas áreas
com exposições contínuas de rochas carbonáticas. Localiza-se no nordeste do Estado,
onde há a maior faixa de exposições de rochas carbonáticas, incluindo paisagem cárstica
típica, com inúmeras cavernas, dolinas, sumidouros, surgências, drenagem superficial
intermitente e vegetação caducifólia (matas secas ou matas decíduas, conforme a
terminologia botânica do presente documento).
-
Recursos hídricos superficiais
O compartimento representado pelo Rio Tocantins na Região Hídrica Tocantins –
Araguaia é formado pela junção dos rios Maranhão e Tocantinzinho. Os cursos dos
afluentes drenam preferencialmente nos sentidos NE e NW. Além desses dois cursos
d’água, destacam-se, de montante para jusante: rio das Almas, dos Patos, Verde, Traíras,
Preto e Paranã (Almeida et al., 2006).
As nascentes têm boa densidade de drenagem. Em geral, os afluentes têm porte
considerável e são desprovidos de áreas alagadiças expressivas. A região sul, onde se
localizam as nascentes, é a mais desenvolvida e mais populosa, enquanto que a região
norte-nordeste tem pequena densidade demográfica e baixos índices de desenvolvimento
(Almeida et al., 2006).
A região de estudo abrange duas sub-bacias: a) Alto Tocantins e rio Preto, cuja área de
drenagem abrange do alto rio Tocantins à confluência do rio Preto, inclusive; e b)
Tocantins entre os rios Preto e Paranã, cuja área de drenagem está compreendida entre a
confluência do rio Preto exclusive, e a confluência do rio Paranã (CPRM/SIC-SGM, 2008).
25
-
Usos e qualidade das águas
Na porção nordeste de Goiás, as águas têm diversos usos, dentre eles, consumo
humano, recreativo, irrigação, aquicultura e dessedentação animal, acrescidos da geração
de energia em pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
A qualidade dos recursos hídricos está diretamente relacionada ao seu uso, às condições
do meio físico circundante e às atividades antrópicas na região. Esses diversos fatores
acarretam impactos degradantes, principalmente nas áreas das nascentes, com a
supressão de vegetação de encostas, matas ciliares, instalação de processos erosivos,
lançamento de lixo urbano em locais inadequados e despejo de esgotos domésticos e
efluentes industriais, sem tratamento prévio (Almeida et al., 2006).
Cita-se ainda a contaminação por agroquímicos (fertilizantes, inseticidas e herbicidas)
junto às grandes plantações mecanizadas de grãos.
De modo geral, restam poucas áreas preservadas, com destaque para as Unidades de
Conservação existentes, públicas e particulares.
2. Aspectos locais
Descrevem-se aqui os principais atributos do meio físico das áreas potenciais
Larguinha/São Felix e Santo Antonio/Traíras, localizadas no município de Cavalcante. As
áreas são relativamente próximas e foram inspecionadas em conjunto, em sobrevoo de
reconhecimento.
São representativas do Complexo Montanhoso Veadeiros – Araí, em seu segmento norte.
Abrangem dois domínios geoambientais similares, caracterizados por terrenos
montanhosos, estabelecidos sobre metassedimentos. Na área sul (Larguinha/São Felix)
ocorrem quartzitos e rochas pelito-carbonáticas do Grupo Paranoá. Na área norte (Santo
Antonio/Traíras) predominam metassiltitos do Grupo Araí.
Nos topos aplanados desenvolvem-se couraças lateríticas. As porções elevadas são
cobertas por campos e cerrados rupestres, com matas densas ao longo das drenagens
encaixadas.
A ocupação humana é incipiente nas áreas, porém marcante na porção entre elas, que
abrange o povoado São José, ocorrências de minério de manganês garimpadas na
chapada e a pecuária tradicional, estabelecida nos vales do rio Santo Antonio e do
córrego Larguinha. O mapa 5 ilustra a geologia, o relevo e os principais cursos d´água da
área e entorno.
2.1.
Geologia e recursos minerais
O substrato das áreas é formado por rochas dos grupos Araí e Paranoá, descritos adiante
do mais velho para o mais novo. Estão estruturadas em torno de N-S, que é a direção da
Faixa Brasília nessa região.

Grupo Araí
O Grupo Araí corresponde a um conjunto de rochas metassedimentares e
metavulcânicas, metamorfizadas em baixo grau. Na área Santo Antonio/Traíras ocorre a
26
Formação Traíras (PP4t), constituída por metassiltitos frequentemente calcíferos e
metarritmitos.
Mapa 5. Geologia, relevo e hidrografia
27

Grupo Paranoá
O Grupo Paranoá é composto por uma sucessão de metassedimentos detríticos, com
contribuição química. Na área Larguinha/São Felix ocorrem 2 conjuntos de rochas:
Unidade 3 – Rítmica Quartzítica Intermediária (MPpa3): composta por quartzitos
feldspáticos, argilitos, ardósias, quartzitos finos a médios e metassiltitos. O pacote
apresenta inúmeras estruturas primárias: estratificação cruzada do tipo hummocky,
espinhas de peixe, gretas contracionais, marcas onduladas e laminações cruzadas por
ondas.
Unidade 4 – Rítmica Pelito-Carbonatada (MPpa4): composta por metargilitos, ardósias,
metassiltitos, filitos carbonosos rítmicos, calcixistos e quartzitos feldspáticos finos a
médios. A essas rochas se somam lentes de mármores e dolomitos (MPpa4mm). As
estruturas sedimentares mais comuns são marcas onduladas, estruturas de carga e raras
laminações cruzadas por ondas e estruturas de contrações. Os quartzitos têm geometria
ondulada, lenticular e estruturas hummocky.

Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
As coberturas detrito-lateríticas ferruginosas são representadas por lateritos autóctones
com carapaça ferruginosa. Quando possuem perfis completos, suas crostas podem
ultrapassar 30m de espessura. Podem formar depósitos supergênicos de manganês e de
ouro, entre outros metais.
As principais ocorrências minerais dessa região estão relacionadas aos pelitos
manganesíferos da Formação Traíras do Grupo Araí, que resultam em depósitos
supergênicos de manganês sobre as chapadas (mapa 6)
Registra-se também a ocorrência de ouro aluvionar. Todavia, predominam drenagens
pequenas e encaixadas, o que restringe o desenvolvimento de depósitos aluvionares.
2.2.
Relevo
As áreas são representativas do segmento norte do Complexo Montanhoso Veadeiros –
Araí. O relevo movimentado delineia paisagens notáveis pela beleza cênica e oferece
substrato para habitats variados.
Quartzitos são rochas resistentes à erosão e resultam em elevações marcantes no
espaço investigado. Ocorrem morros aguçados e serras baixas, com topos aplanados
estruturados em torno de N-S. Os flancos mais íngremes ostentam escarpas nítidas.
As cotas ultrapassam 1.000m nos cumes da serra da Larguinha e na chapada ao norte do
povoado São José. Os flancos estão entalhados até 500m. A oeste, os rios São Felix e
Santo Antonio ocupam vales muito encaixados, situados em cotas abaixo de 400m.
2.3.
Clima
Como visto, prevalece na região clima tropical de savana, com 2 estações bem definidas
quanto ao regime pluviométrico. As maiores elevações influenciam as condições
climáticas locais, porém aqui não são suficientes para amenizar as temperaturas, ao
contrário do que ocorre ao sul, na chapada dos Veadeiros.
28
2.4.
Solos
A erosão é o processo dominante na esculturação da paisagem, restringindo o
desenvolvimento de solos profundos aos vales mais amplos, a exemplo do rio Santo
Antonio e do seu tributário córrego Larguinha. Rochas argilosas e carbonáticas propiciam
solos mais estruturados e férteis do que os derivados de rochas quartzosas. Ainda assim,
nas áreas em foco predominam cambissolos e neossolos litólicos pouco férteis.
As vertentes íngremes permanecem sem uso. Os vales situados entre as áreas e a oeste
mostram sinais de ocupação por pecuária extensiva. Na chapada próxima ao povoado
São José, ao sul da área Santo Antonio/Traíras, há pequenas escavações abertas para
garimpagem de manganês.
2.5.
Águas
A região integra a bacia hidrográfica do Tocantins. A área Larginha/São Felix é limitada ao
sul pelo rio São Felix, instalado em estreito vale escarpado. A porção entre as áreas
corresponde a um vale mais amplo, ocupado pelo rio Santo Antonio e o seu tributário
córrego Larguinha. Ao norte da área Santo Antonio/Traíras corre o rio Traíras, que forma
o limite entre os estados de Goiás e Tocantins.
Todas essas drenagens e os córregos tributários são marcados por forte controle
estrutural. De modo geral, os leitos são muito encaixados e têm declividade acentuada,
com corredeiras e quedas dágua condicionadas a camadas de quartzitos, mais
resistentes à erosão.
2.6.
Qualiade ambiental
As áreas inspecionadas são representativas do Complexo Montanhoso Veadeiros – Araí,
estabelecido sobre rochas metassedimentares dos grupos Araí e Paranoá. O relevo
acidentado compõe paisagens com notável beleza cênica e proporciona suporte para
habitats variados, em porção drenada pelos rios São Felix, Santo Antonio e Traíras, da
bacia do Tocantins.
Nos topos prevalecem campos e cerrados rupestres, com matas desenvolvidas nos vales
entalhados. A cobertura vegetal permanece relativamente íntegra, com exceção da
porção situada entre as áreas, que é ocupada pelo povoado São José, por pequenos
garimpos de manganês e por pecuária tradicional.
Por fim, assinala-se a importância das áreas para futuras pesquisas geomorfológicas. As
feições de relevo ali presentes podem fornecer elementos importantes para compreensão
da evolução regional da paisagem e a formação de relevos residuais: sucessão climática;
processos erosivos pretéritos e atuais; fases evolutivas registradas em terraços, platôs e
couraças lateríticas; neotectônica, etc.
29
Foto 1. Porção central da área Larguinha/São Felix. Terrenos elevados sobre metapelitos
do Grupo Paranoá. Cerrados e matas preservados, estrada secundária no espigão. Ao
fundo, o vale acidentado do rio São Felix. Coordenadas UTM 190.857E e 8.503.206N.
Foto: Tadeu Veiga
Foto 2. Vale do rio São Felix, no extremo sul da área Larguinha/São Felix. Leito muito
encaixado, vales escarpados em metapelitos e quartzitos do Grupo Paranoá.
Coordenadas UTM 191.857E e 8.497.453N. Foto: Tadeu Veiga
30
Foto 3. Platôs instalados sobre quartzitos do Grupo Araí, cobertos por cerrados rupestres,
característicos da área Santo Antonio/Traíras.
Coordenadas UTM 196.544E e
8.519.573N. Foto: Tadeu Veiga
Foto 4. Platô laterítico sobre o Grupo Araí, ao sul da área Santo Antonio/Traíras.
Pequenas escavações abandonadas (garimpo de manganês), junto ao povoado São
José. Coordenadas UTM 197.308E e 8.508.740N. Foto: Tadeu Veiga
31
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