PROPRIEDADES MECÂNICAS À FADIGA (ε-N) DE AÇO SAE 1008 UTILIZANDO ESPÉCIMES DE FLEXÃO ALTERNADA NORMALIZADOS E PROPOSTOS. Rodrygo Figueiredo Moço1, Gustavo Henrique Bolognesi Donato2 1,2 Centro Universitário da FEI [email protected] / [email protected] Fenômenos de fadiga são responsáveis pela maioria das falhas em componentes submetidos a carregamentos cíclicos [1], o que exige que ensaios experimentais sejam realizados para que as propriedades de fadiga de um material sejam conhecidas e consideradas para projeto. Usualmente, tais ensaios são uniaxiais realizados em equipamentos servohidráulicos com elevados custos de aquisição, operação e manutenção [1]. Uma alternativa de baixo custo é realizar o ensaio em máquinas de flexão alternada acionadas por sistema biela-manivela. Este ensaio é padronizado pela norma ASTM B593 [2], no entanto, a geometria recomendada (vide detalhe da Fig. 1a) tem geometria central trapezoidal e concentra as deformações no raio próximo ao engastamento. Para minimizar tal ocorrência, uma geometria alternativa de raio contínuo (de 85,6 mm Fig. 1b) é proposta objetivando maior controle da posição e do nível das deformações impostas. Neste cenário o objetivo do trabalho é avaliar o efeito da geometria nas propriedades ε-N de um aço SAE 1008. 2. Metodologia Para cada geometria considerada, 18 amostras válidas foram usinadas, lixadas, polidas e submetidas a carregamentos flexional cíclico sob controle de deformação utilizando uma máquina rotativa bielamanivela (vide ilustração da Fig. 1c). A separação final foi considerada como critério de falha. Os resultados foram tratados segundo a metodologia ε-N e ajustados ao modelo de Coffin-Manson [3]. 3. Resultados As Figs. 1(a-c) apresentam as curvas ɛa-2Nf incluindo resultados totais e as parcelas elástica e plástica para o aço SAE 1008 respectivamente considerando geometrias normalizada, proposta e uma comparação entre ambas (alguns marcadores foram retirados da última para melhor entendimento). A Tabela 1 apresenta os parâmetros do modelo de Coffin-Manson obtidos pelo ajuste de curvas dos resultados experimentais. Fica evidente a proximidade de propriedades obtidas, com maior conservadorismo para a geometria proposta. b 0,00571 σf’(MPa) 222,85 c 0,525 ɛ f’ 1,550 Proposta 0,00664 232,46 0,531 1,246 0.01 Log - amplitude de deformação (ɛa) 1. Introdução e Objetivos Geometria Normalizada ɛa x 2Nf N-Total N-Elástica N-Plástica 0.001 εa-el = 0.0015(2Nf)-0.029 R² = 0.6703 εvon_Mises 0.0001 10000 100000 (a) εa-pl = 1.7789(2Nf)-0.536 R² = 0.9842 1000000 10000000 100000000 Log - número de ciclos (2Nf) 0.01 Log - amplitude de deformação (ɛa) resistência à fadiga (por meio de curvas ε-N) de um aço SAE 1008 utilizando ensaios cíclicos de flexão alternada. Um objetivo complementar é comparar o uso de espécimes normalizados pela ASTM B593 com espécimes de geometria alternativa proposta pelos autores. Os resultados demonstram que a nova geometria conduz a propriedades próximas às da geometria normalizada, com ligeiramente superior conservadorismo e menor espalhamento experimental. Tabela 1 – Propriedades médias de fadiga do SAE 1008. ɛa x 2Nf P-Total P-Elástica P-Plástica 0.001 εa-el = 0.0016(2Nf)-0.031 R² = 0.6992 εvon_Mises 0.0001 10000 100000 (b) εa-pl = 1.221(2Nf)-0.53 R² = 0.988 1000000 10000000 100000000 Log - número de ciclos (2Nf) 0.01 Log - amplitude de deformação (ɛa) Resumo: Este trabalho tem a finalidade de estudar a N-Total N-Elástica N-Plástica P-Total P-Elástica P-Plástica ɛa x 2Nf 0.001 (c) 0.0001 10000 100000 1000000 10000000 100000000 Log - número de ciclos (2Nf) Figura 1 – Curvas ε-N para geometrias (a) normalizada, (b) proposta e (c) comparação dos resultados. 4. Conclusões Ambas as geometrias viabilizaram os experimentos. As propriedades à fadiga obtidas foram próximas, sendo a nova geometria sutilmente mais conservadora. Adicionalmente, a nova geometria forneceu menor espalhamento do número de ciclos à falha, sendo que mais ensaios são recomendados para fins de validação. 5. Referências [1] Dowling, N. E., 1999, “Mechanical Behavior of Materials”, Ed. 2, Prentice Hall, New Jersey, EUA. [2] ASTM B593, 2004, “Standard Test Method for Bending Fatigue Testing for Copper-Alloys”, EUA. [3] ASTM E468, 2004, “Std. Pract. for Presentation of Fatigue Test Res. for Metallic Mat.”, Pennsylvania. Agradecimentos À FEI e ao CNPq pela bolsa PIBIC e recursos. Ao orientador Prof. Dr. Gustavo H. B. Donato. 1 Aluno de IC com bolsa CNPq (PIBIC).