22 Terça-feira 2 de setembro de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre Política PREFEITURA DE PORTO ALEGRE Parque do Gasômetro está atrasado Grupo de trabalho coordenado pelo vice-prefeito realiza inventário da área, mas não há prazo para conclusão Fernanda Nascimento [email protected] Os 90 dias estabelecidos pelo prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), em maio, como prazo para que o Grupo de Trabalho (GT) do Parque do Gasômetro apresentasse um projeto para a utilização da área já se esgotaram e ainda não há prazo para o fim dos diálogos. Conforme o coordenador do GT, o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), o principal desafio é resolver a questão da propriedade dos terrenos que compõem a área, especialmente nos limites entre a praça Júlio Mesquita, a avenida João Goulart e as ruas Washington Luiz e Vasco Alves. Nessa área, estão prédios da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a escola municipal Porto Alegre, a fábrica de canos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e a associação de moradores do departamento, além de uma subestação de tratamento de esgoto do Departamento Munici- pal de Água e Esgoto (Dmae). A proposta do grupo é que a escola e a subestação permaneçam no espaço, e os prédios do DEP – que já abrigaram a usina geradora de gás hidrogênio carbonato, até o início do século XX – sejam restaurados e transformados na sede do Museu de Antropologia do Rio Grande do Sul, do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico do Estado (Iphae) e em um prédio da Biblioteca Pública do Estado. Melo explica que, para que o GT possa decidir sobre os usos para o parque, é preciso que um inventário da área seja concluído. Segundo o peemedebista, funcionários da prefeitura e dos demais órgãos que têm imóveis no local estão organizando e negociando estas questões. Na semana passada, foram realizadas reuniões com a CEEE. “Para que o grande grupo flua, precisamos de um assessoramento técnico para fazer o inventário. Quem usa agora e quem irá usar no futuro, qual a relação com o projeto da orla do Guaíba. Com o inventário na mão Câmara de Vereadores Associação dos Funcionários do DEP / Estacionamento Subestação Dmae Av. Loureiro da Silva Escola Porto Alegre P Antiga usina de gás carb A bonado Atual fábrica de canos d A do DEP Rua Washington Luiz DE JONATHAN HECLER/JC ARTE SOBRE FOTO D é que vamos decidir se faremos um concurso público ou a contratação de um projeto”, disse. O vice-prefeito reconhece que o grupo não conseguiu desenvolver as atividades no tempo previsto e disse que, em decorrência da complexidade da área, prefere não estabelecer um prazo para conclusão dos trabalhos. “A verdade é que precisamos prorrogar, porque há muitas coisas para resolver, as coisas não se desenrolam da noite para o dia. O DEP, por exemplo, não tem como construir uma fábrica de canos de uma hora para outra. Saímos de um processo de Copa e é bom que se esclareça que gostaríamos que o parque tivesse tudo resolvido para ontem, mas o tempo administrativo não é tempo que o gestor gostaria que fosse”. CÂMARA DE PORTO ALEGRE Guilherme Darros, especial para o JC [email protected] Com quase a metade dos 36 vereadores concorrendo a cargos na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados ou ao Senado, as sessões da Câmara Municipal de Porto Alegre passaram a ser mais rápidas e muitas vezes com o plenário vazio, apesar do quórum mínimo necessário para abertura dos trabalhos. Ontem foi mais um dia em que a sessão se encerrou cedo e por conta da ausência de parlamentares. Embora houvesse muitos projetos na pauta de votação, apenas cinco matérias foram discutidas entre requerimentos e projetos. O que causou mais polêmica foi a proposição do Executivo que atribui verba de representação a um cargo em comissão (CC) lotado no gabinete do prefeito José Fortunati (PDT). O vereador Thiago Duarte (PDT) já havia inclusive pedido vistas para analisar melhor o projeto. O vereador Mauro Pinheiro (PT) disse que o governo deveria se explicar melhor sobre a proposta. “É temerário, pois cria uma verba de representação para uma única pessoa específica”, analisou o petista. Já ASSEMBLEIA LEGISLATIVA o vereador Claudio Janta (SDD) tachou de “trenzinho da alegria” o projeto. “A prefeitura, que diminui investimentos em serviços públicos alegando não ter dinheiro, apresenta esse projeto. É uma vergonha”, exclamou na tribuna. Alguns governistas saíram em defesa do Executivo. Segundo Cássio Trogildo (PTB), não há incremento de despesa. “Ele só altera a nomenclatura de um cargo, não cria um cargo novo”, afirmou o petebista. O vereador Idenir Cecchim (PMDB) também criticou a oposição. “Não muda nada, o Executivo está enviando um projeto de forma transparente e cla- ANTONIO PAZ/JC Aprovada verba de representação para CC Sessão legislativa foi marcada por plenário vazio e falta de quórum ra. “Quando foi colocada em votação, a matéria foi aprovada por 14 votos a favor e cinco contrários. Os trabalhos prosseguiram até por volta das 16h, quando houve verificação de quórum. Apenas 13 vereadores estavam presentes e a sessão foi encerrada. REFORMA AGRÁRIA Parlamento não terá sessão plenária hoje Justiça Federal no Estado absolve integrantes do MST Ao contrário do que costuma acontecer nas terças-feiras, hoje à tarde, não haverá sessão plenária na Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais se dedicam a outras atividades, seja nas comissões parlamentares, frentes parlamentares, homenagens e a campanha eleitoral. Na agenda, reuniões da Comissão de Educa- Após sete anos, a Justiça Federal do Estado absolveu, em primeira instância, oito integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) das denúncias de saques, roubo e privação de liberdade. A decisão é da primeira quinzena de julho e se tornou pública no fim de semana. Na denúncia, em 2007, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que os militantes integravam grupamentos cujo objetivo era realizar “a reforma agrária na marra”, “desobedecendo ao devido processo legal ção, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, da Comissão de Assuntos Municipais e da Comissão de Constituição e Justiça. Além da atividade dos órgãos técnicos, às 18h30min, acontece a cerimônia de entrega da Medalha do Mérito Farroupilha ao empresário do setor metalúrgico André Luiz Backes. e desrespeitando as autoridades policiais”. Ainda conforme MPF, os denunciados ameaçavam os donos e funcionários das fazendas que ocupavam e recorriam à força para impedir os policiais de desocuparem as propriedades invadidas. A denúncia foi montada a partir dos depoimentos de oficiais da BM que sugeriam que os integrantes do MST tinham ligações com o Primeiro Comando da Capital e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O MST alegava criminalização do movimento.