Ano XI - Nº 43 - Setembro/Outubro - 2007 Desenvolvimento consciente Pesquisas e trabalhos comunitários fazem das IES agentes participativos na preservação do meio ambiente ABRUC elege nova diretoria para o biênio 2007-2009 Associação Brasileira das Universidades Comunitárias SEPN - Quadra 516, Conjunto D (Prédio do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras - CRUB) CEP: 70 770-524 - Brasília-DF Telefax: (61) 3349-3300 / 3347- 4951 Home page: www.abruc.org.br Diretoria Presidente Gilberto Gonçalves Garcia – Reitor da USF 1° Vice-Presidente Vilmar Thomé – Reitor da UNISC 2° Vice-Presidente Marcelo Ferreira Lourenço – Reitor da UNIFEV 1º Vogal Aldo Vannucchi – Reitor da UNISO 2º Vogal Pe. Jesus Hortal Sanchez – Reitor da PUC-Rio Conselho Fiscal Paulo Arns da Cunha – Pró-Reitor Administrativo da UNIFAE Wilson Denadai – Reitor da PUC-Campinas Prof. Gilberto Luiz Agnolin – Reitor da UNOCHAPECÓ Suplentes Ana Angélica Gonçalves Leão Coelho – Reitora da UNIVALE Maria Amélia Ferreira Perazzo – Pró-Reitora da Comunitária FSA Antônio Mário Pascual Bianchi – Coordenador do ProUni da PUCRS Secretário-Executivo José Carlos Aguilera Assessora de Imprensa Patrícia Goulart Assessoria Administrativa Eulália Sombra Alex Leite de Moura – Estagiário Conselho Editorial Eliane Borges Assessora de Comunicação Social da UCG Fale conosco Redação Comentário sobre o conteúdo editorial, sugestões, críticas e releases. Telefax: (61) 3349-3300 / 3347-4951 Home page: www.abruc.org.br E-mail: [email protected] Editora-Geral Patrícia Goulart Reg. Prof. no 1.126/83 - DF Maria Gabriela Santos David Assessora de Comunicação Social UNIFEOB Beatriz Elias Assessora de Comunicação Social da UNIMEP Júlio César Gonçalves Assessor de Comunicação Social da UNISO Robnaldo Fidalgo Salgado Assessor de Imprensa da UNISANTOS Maria Carmen Caprara Costamilan Coordenadora da Assessoria de Comunicação e Marketing da Unisc Editoração eletrônica Licurgo S. Botelho (61) 3349-5274 Tiragem 10 mil exemplares As fotos utilizadas nesta edição foram cedidas pelas instituições. Capa: Efeito sobre foto de Alois Schäfer Sumário Biodiesel é tema de pesquisa na UCDB.............................................6 Teatro da Uniso: treze prêmios nacionais e mais de dez indicações...7 ABRUC sob nova gestão Projeto da FEI aproximará ensino médio da Engenharia.....................8 UCS e Petrobras lançam projeto Lagoas Costeiras............................9 PUCRS lança o Delfos, Espaço de Documentação e Memória Cultural............................................................................10 Tholl enche de cores inauguração do Complexo Esportivo da Univates.....................................................11 Doce veneno........................................................................... 12 Estudante da Univali ganha Prêmio CNN.........................................12 Projeto TechPeople, em parceria com a empresa Nexxera, auxilia projetos de pesquisa da Unisul.............................................13 Dejetos de suínos geram energia e dinheiro para a serra gaúcha.....14 PUC-SP e Seppir se unem para pensar ações afirmativas................15 Aluno da UCP é nomeado presidente de parlamento latino-americano..........................................................16 Oportunidade sem discriminação....................................................17 UCPel lança Programa de Gerenciamento de Resíduos....................17 Trabalhos Comunitários Projeto da URI ganha visibilidade nacional.......................................18 Unipê realiza quatro mil atendimentos gratuitos no Dia de Ação Social..........................................................................19 Unifev doa medicamentos para o Fundo Social de Solidariedade.....20 PUC-SP participa de caravana humanitária......................................20 Projeto da Unicruz humaniza atendimento em fisioterapia...............21 UCG inaugura Escola de Formação da Juventude............................22 Uniso ajuda a promover programas educativos...............................22 Unisc e BB levam inclusão digital para Rio Pardo.............................23 Braille UNIFEOB inaugura biblioteca .......................................24 Univali desenvolve impressora.....................................25 Fisioterapia da Izabela Hendrix prioriza a formação para a saúde pública.......................................................................26 Contato entre o aluno e o usuário amplia o conhecimento...............26 Exercício e carinho: remédio para corpo e alma..............................27 Hospital de Ensino da UCPel conquista o Troféu Bronze do Prêmio Qualidade RS..................................................................28 Qualidade a serviço da população...................................................28 Projeto da Unisul abre espaço para conhecimento popular..............29 Leitura Obrigatória............................................ 30 Novo presidente da entidade, reitor Gilberto Garcia (USF), fala, depois de eleito, na 15a Assembléia Extraordinária 4 Construindo pontes A agenda de trabalho da ABRUC em Brasília, é uma constante “construção de pontes”. A linguagem figurada expressa o quanto se faz necessário o trabalho de unir, ligar e até mesmo religar os temas em que a entidade professa sua missão. Sob a nova direção do reitor Gilberto Garcia, a ABRUC planeja estrategicamente seus posicionamentos frente aos desafios e às demandas do biênio 2007/2009. No contexto, destaco algumas, como a Reforma da Educação Superior, cuja discussão deverá ser retomada no Congresso Nacional com a nova legislatura, exigindo atenção e participação durante todo o processo; os Fóruns e Encontros Nacionais (ForGrad, ForExt, FAUBAI, Encontro de Dirigentes Administrativos/Assessores Jurídicos e de Assessorias de Comunicação); o tão aguardado Decreto/Medida Provisória da Beneficência, tema que envolve questões como o ProUni, gratuidades praticadas por clínicas-escolas e escritórios modelos de Direito, projetos socioassistenciais e o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS); as Resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do CNAS; a reforma estatutária da ABRUC, dentre outras demandas. Em determinados momentos durante o percurso, após reuniões, debates públicos e mobilizações das IES associadas, por razões outras que fogem a nossa compreensão, existe sempre a necessidade de serem retomados os assuntos já consensuados com nossos parceiros estratégicos. Daí surge a (re)construção da ponte de entendimento. Que a dinâmica de trabalho e os instrumentos de comunicação disponibilizados sirvam-nos de engenharia de conhecimento e constante mobilização nesses tempos de “(re)construir pontes”. José Carlos Aguilera Secretário-Executivo da ABRUC Setembro/Outubro - 2007 ABRUC sob nova gestão A Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC) elegeu, no último dia 13 de agosto, novo presidente e diretoria. A eleição se deu durante a 15ª Assembléia Extraordinária na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). O reitor da Universidade São Francisco, Gilberto Gonçalves Garcia, que presidirá a instituição de 2007 a 2009, assume o cargo com o compromisso de defender a participação colegiada de todas as IES filiadas nas ações da ABRUC. Durante o discurso, Garcia defendeu o aperfeiçoamento estatutário da instituição e a continuidade da divulgação do conceito e da missão das comunitárias junto à sociedade e aos poderes públicos (leia entrevista ao lado). O ex-presidente da entidade, reitor Eustáquio Afonso Araújo, deixa o cargo e a reitoria da PUC-Minas para dedicar-se à Odontologia. Ele está lecionando na Saint Louis University, dos Estados Unidos. Abertura – A 15a Assembléia Extraordinária da ABRUC foi aberta pelo novo reitor da PUC-Minas, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, que, em discurso, reafirmou o apoio da universidade à ABRUC. Estiveram presentes o reitor da Uniso, Aldo Vannucchi, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE) e ex-presidente da ABRUC; Eustáquio Afonso Araújo, o ex-presidente da ABRUC e ex-reitor da PUC-Minas; e o presidente em exercício da ABRUC na ocasião, reitor Gilmar Bedin (Unijuí). Fundada em janeiro de 1995 e com sede em Brasília, a ABRUC reúne atualmente 54 instituições de ensino superior sem fins lucrativos, voltadas prioritariamente para ações educacionais e de caráter social. Destaque no País – Com o objetivo de promover, consolidar e defender o conceito de IES comunitária, a ABRUC tem tido atuação destacada no cenário educacional brasileiro em diversos fóruns oficiais e na organização de eventos e seminários em todo o País. Representando suas filiadas, a entidade tem enfrentado desafios e obtido conquistas significativas nos últimos anos. Setembro/Outubro - 2007 Diretoria eleita para o biênio 2007/2009 Presidente Gilberto Gonçalves Garcia – Reitor da USF 1° Vice-Presidente Vilmar Thomé – Reitor da UNISC 2° Vice-Presidente Marcelo Ferreira Lourenço – Reitor da UNIFEV 1º Vogal Aldo Vannucchi – Reitor da UNISO 2º Vogal Pe.. Jesus Hortal Sanchez – Reitor da PUC-Rio Conselho Fiscal Titulares Paulo Arns da Cunha – Pró-Reitor Administrativo da UNIFAE Wilson Denadai – Reitor da PUC-Campinas Prof. Gilberto Luiz Agnolin – Reitor da UNOCHAPECÓ Suplentes Ana Angélica Gonçalves Leão Coelho – Reitora da UNIVALE Maria Amélia Ferreira Perazzo – Pró-Reitora da Comunitária FSA Antônio Mário Pascual Bianchi – Coordenador do ProUni da PUCRS Representantes das IES filiadas presentes à 15a Assembléia Extraordinária da entidade, realizada na PUC-Minas Entrevista “ Além da esfera educacional, a ABRUC é hoje reconhecida em diferentes áreas da política pública nacional N Com essa certeza, o novo presidente da entidade, reitor ” Gilberto Gonçalves Garcia (USF), relata o que planeja, juntamente com o novo Conselho de Administração, para o biênio 2007/2009. Comunitárias - Quais são os projetos da nova gestão para os próximos dois anos? Gilberto Garcia - Traçaremos as diretrizes do biênio a partir das diretrizes traçadas pelo Conselho Administrativo da entidade, que se reuniu no último dia 26 de setembro. Planos gerais e projetos foram assinalados durante a 15a Assembléia Extraordinária, que apontou para assuntos como a reforma do estatuto da associação, a ampliação do número de associadas, a criação de fóruns ABRUC de debates regionais, a criação de um fórum de representantes de encontros nacionais (ForExt, ForGrad, Forprop, Adm e Jurídico, Comunicação e outros), apoiados pela ABRUC, com vistas a sintonizar o discurso interno sobre a política comunitária. Vamos desenvolver um debate político em torno da causa comunitária da educação; ampliar o diálogo com as demais associações da área, em especial, as de natureza pública. Queremos intensificar a participação da ABRUC junto aos órgãos superiores na discussão sobre assuntos específicos, como educação a distância, educação tecnológica, ProUni, filantropia e educação, captação de recursos para a pesquisa e a extensão, definição do conceito de RTI, autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos. Comunitárias - A nova gestão prosseguirá auxiliando o Ministério da Educação na formulação de políticas públicas para a educação superior? Gilberto Garcia - Esse é um processo que não pode ter recuo. As gestões anteriores traçaram um caminho hoje reconhecidamente maduro e produtivo na direção do diálogo permanente com o Ministério da Educação. Isso não significa anuência com as diretrizes da política ministerial, mas sim um debate responsável e maduro em torno de assuntos específicos. A meu ver, o diálogo da ABRUC deve se estender aos dirigentes das demais associações ligadas à educação. Comunitárias - O senhor considera positiva a estratégia que vem sendo utilizada pela ABRUC para abrir espaços e frentes com o objetivo de ser ouvida em diferentes fóruns de debates? A instituição continuará investindo nessa política? Gilberto Garcia - Além da esfera educacional, a ABRUC é hoje reconhecida em diferentes áreas da política pública nacional. A recente participação da entidade na audiência pública da Comissão de Educação do Senado é um exemplo disso. Penso que por muito tempo os segmentos institucionais que hoje compõem a nossa instituição se mantiveram tímidos politicamente, apenas apostando naquilo que a tradição de suas escolas poderia alavancar diante do debate nacional. Isso não ocorreu num primeiro momento. A caracterização, definição e conseqüente militância da distinção de escola comunitária foram um achado político. A cons- ciência política da educação descobriu uma natureza de instituição superior de educação distinta da iniciativa pública e da esfera privada, passando a considerá-la de interesse público e não comercial. Sem dúvida, essa é uma ação política na qual precisamos continuar investindo. Comunitárias - O senhor considera que a sociedade e a mídia hoje já conhecem e diferenciam o trabalho de uma comunitária das demais IES privadas ou públicas? Eles entendem a missão das comunitárias? Gilberto Garcia - Isso ainda não está reconhecido e consolidado socialmente. As comunitárias se distinguem pelo nível do debate nacional na dimensão das políticas públicas. Socialmente, ainda somos, no geral, percebidos como instituições particulares, mesmo com determinados diferenciais. Penso que essa tarefa deve começar na própria ABRUC. Precisamos, no interior de nossa associação, sintonizar o pensamento a respeito daquilo que entendemos e praticamos como escola comunitária. O conceito de escola comunitária não é unívoco. Na ABRUC, ele encerra expressões como as das instituições de desenvolvimento regional, algumas de dimensão público-privada; compreende as escolas confessionais, cuja missão comunitária está na razão de suas mantenedoras; agrega, ademais, instituições sem fins lucrativos e as fundações de natureza eminentemente comunitária. Setembro/Outubro - 2007 N a perspectiva de o Brasil consolidar-se como o principal fornecedor mundial de combustíveis renováveis de elevado conteúdo energético, o biodiesel surge como uma alternativa de diminuição da dependência dos derivados de petróleo e como um novo mercado para as oleaginosas, com significativa redução da emissão de poluentes. Nesse contexto, insere-se um dos projetos de pesquisa da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande (MS): o Mestrado em Biotecnologia. Quem está à frente do projeto é a recém-selecionada para o programa de concessão de bolsas da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), a mestranda Cláudia Muniz Soares, graduada em Medicina Veterinária. “Quando você tem um objetivo e apoio, é muito gratificante fazer a pesquisa”, afirma ela. Foto: Ludmila Sucsú Biodiesel é tema de pesquisa na UCDB Projeto investe na proposta do Brasil de se tornar o principal fornecedor mundial de combustíveis alternativos O Estudo Abordando o tema “Preparação, Caracterização e Estudo Comparativo do Comportamento Térmico de Biodiesel de Mamona, Soja, Girassol e Nabo Forrageiro”, o projeto tem como objetivo estudar o comportamento térmico e a quantidade de energia liberada por grama/tempo, durante a termodecomposição do biodiesel produzido a partir de sementes oleaginosas adaptadas à produção no cerrado sul-mato-grossense. “O projeto avalia a reação do óleo combustível frente às diferentes temperaturas, prevendo sua ação no motor ciclodiesel. A retirada do glicerol do óleo bruto é, no momento, o maior desafio na produção de biodiesel”, destaca a Cláudia. Outro aspecto pesquisado diz respeito ao estabelecimento de qual cultura resultará em maior rendimento, avaliando, também, a maior rentabilidade do biodiesel em comparação ao diesel derivado de petróleo. Segundo a mestranda, para se produzir biodiesel, o óleo retirado das sementes é misturado com álcool (como metanol ou etanol) e Setembro/Outubro - 2007 depois processado na presença de um catalisador, que é uma substância usada para provocar uma reação química entre o óleo e o álcool. Depois, o biodiesel é separado do glicerol - ou glicerina, a mesma utilizada na fabricação de sabonetes - e filtrado para uso. É nesse momento que se faz uma análise para verificar se o óleo é de qualidade, não proporcionando prejuízo ao motor. Subprodutos - Além do glicerol, a cadeia produtiva do biodiesel gera outros subprodutos que podem constituir outras fontes de renda importantes para os produtores. A “torta”, por exemplo, obtida pela prensagem da semente oleaginosa, serve como ração para gado. “O produtor, além de ter o combustível, consegue alimentar o gado”, destaca Cláudia. Até o final do ano, a pesquisadora pretende obter resultados significativos. O mestrado em Biotecnologia oferecido pela UCDB é o primeiro no estado a ser reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e tem como áreas de concentração a Biotecnologia Aplicada à Saúde, cujas linhas de pesquisa são: Bioquímica Molecular e Aplicações, Biofármacos – Naturais e Sintéticos e Bioinformática. A Biotecnologia Aplicada à Agropecuária engloba genética de população vegetal, conservação e uso de recursos genéticos animal e vegetal, e ainda a Biotecnologia Aplicada às Indústrias Agropecuárias. Iniciação científica – A importância do tema fez com que Alessandra Gonçalves Câmara, acadêmica do 4º semestre de Farmácia, iniciasse paralelamente o projeto “Estudo Termoanalítico de Biodiesel de Óleos de Mamona, Girassol e Soja”, desenvolvido no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), sob orientação do professor doutor Lincoln Carlos Silva de Oliveira. “É um assunto muito interessante que envolve o meio ambiente. No momento, discute-se muito a respeito, na busca por melhores alternativas”, lembra Alessandra. Fotos: José Neto Os prêmios recebidos pelo Katharsis: 2003 IV Festival de Teatro Rosário em Cena, Rio Grande do Sul Espetáculo Um Bonde Chamado Desejo Júri Popular / Melhor Espetáculo Melhor Sonoplastia 2004 Mapa Cultural Paulista Espetáculo Um Bonde Chamado Desejo teatro da Uniso Treze prêmios nacionais e mais de dez indicações O grupo de teatro universitário Katharsis, da Universidade de Sorocaba (Uniso), vem conquistando prêmios nacionais e se posicionando, lado a lado, com companhias de grandes universidades brasileiras. Desde 2003, quando iniciou a participação em festivais, já acumulou treze prêmios nacionais e mais de dez indicações. A mais recente conquista foi no 21º Festival de Teatro Universitário de Blumenau, realizado em julho. A peça “Aves, Ovos e Parafusos” foi a grande vencedora e rendeu ainda mais três prêmios individuais: melhor atriz (Andréia Nhur), melhor direção (Roberto Gill Camargo) e melhor figurino (Janice Vieira), além das indicações para as categorias melhor concepção sonora e melhor conjunto de atores. Única instituição comunitária na competição, a Uniso concorreu com grupos de algumas principais universidades brasileiras: USP, Unicamp, UEL, UniRio, UnB e UFSC. Com a mesma peça, o Katharsis também foi o único grupo brasileiro selecionado para o V Festival Internacional Acciones Escenicas LimaNorte 2007, realizado em junho passado, no Peru. No elenco do Katharsis, estão: Andréia Nhur, Leonardo Rariz Machado, Renata Cé, Luiz Fernando Esparrachiari, Amanda Sobral, Douglas Emílio, Paola Bertolini, Rômulo Gomes dos Santos, Eliane Rodrigues, Mídia Lopes Peres e Fabiana de Souza. O começo – Há 18 anos, o Katharsis iniciou suas atividades na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafi), um dos embriões da Uniso. Os integrantes, formados por alunos, exalunos e pessoas da comunidade, dedicam-se semanalmente aos ensaios. Todos têm que ler muito, criar suas próprias cenas, desenvolver autocrítica e buscar novas formas de dramaturgia, além de participar de exercícios corporais e voz e de laboratórios. O grupo também promove seminários, encontros e apresentações focando seus trabalhos, principalmente, na participação em festivais e mostras teatrais. “O objetivo é a criação de uma dramaturgia própria, com base no teatro físico e na teoria corpomídia”, explica o diretor, Roberto Gill. No último semestre, uma nova dinâmica também foi incorporada ao grupo, que participou de um intercâmbio com o Republica Cênica, da Universidade de Campinas (Unicamp). “É uma forma de estabelecer o diálogo entre grupos e traçar um mapa de tendências. Em São Paulo, o teatro universitário gira em torno de instituições como a USP, Unicamp, a Ufscar e a Uniso”, ressalta Gill. 2º Melhor Espetáculo do Estado de São Paulo / fase final Melhor Direção (Roberto Gill) / fase regional Melhor Atriz (Andréia Nhur) / fase regional 2006 X Festival Nacional de Teatro de Americana Espetáculo Aves, Ovos e Parafusos 2º Melhor Espetáculo Melhor Texto Melhor Atriz (Andréia Nhur) II Festival Nacional de Teatro de Rio das Ostras (RJ) Espetáculo Aves, Ovos e Parafusos Melhor Atriz (Andréia Nhur) 2007 XXI Festival de Teatro Universitário de Blumenau Espetáculo Aves, Ovos e Parafusos Melhor Espetáculo Melhor Atriz (Andréia Nhur) Melhor Figurino (Janice Vieira) Melhor Direção (Roberto Gill) Setembro/Outubro - 2007 Projeto da FEI aproximará Ensino Médio da Engenharia O objetivo é despertar nos alunos, por meio de atividades práticas, o interesse pela carreira D escobrir a vocação para estudar Engenharia não será mais um dilema para os estudantes do ensino médio que participarem do Programa FEI Jovem (Jornadas para Valorização das Engenharias no Ensino Médio), do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Um dos cinco aprovados no estado de São Paulo pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em convênio assinado no primeiro semestre deste ano, o projeto contemplará, em um prazo de dois anos, estudantes de quatro escolas, que terão a oportunidade de vivenciar as atividades típicas de um engenheiro. Única instituição particular selecionada pelo MCT no estado de São Paulo, a FEI oferecerá aos jovens do Ensino Médio oportunidade para desenvolver seus projetos nas diversas modalidades oferecidas pelo Centro Universitário: Civil, Elétrica, Materiais, Mecânica, Produção, Química e Têxtil. Para isso, os alunos das escolas participantes – Colégio São Luís, Escola Estadual Prof. Benedito Tolosa, Escola Estadual Rui Bloem e Colégio Vera Cruz – serão orientados por professores de Ci- Setembro/Outubro - 2007 Futebol de robô e o Baja campeão, estrelas que serão apresentadas aos alunos do Ensino Médio ências e de Matemática, sob a supervisão dos engenheiros da FEI, e terão acesso ao que há de mais moderno em recursos didáticos (ambiente eletrônico utilizado para educação a distância, simulações em computador e uso dos laboratórios da instituição). Além de atrair talentos para a área de Engenharia, o projeto, de cerca de R$ 700 mil, pode contribuir para a formação de mais profissionais no setor. Em termos comparativos, os engenheiros no Brasil representam 10% dos profissionais graduados, enquanto nos Estados Unidos eles são mais de 25% do total. “O desenvolvimento do País só é possível quando se consegue formar profissionais altamente capacitados na área tecnológica. Este projeto vem ao encontro desse desafio”, afirma o professor Vagner Barbeta, coordenador do “FEI Jovem” e também do Departamento de Física da instituição. Etapas – O Programa FEI Jovem contará com seis etapas, a serem desenvolvidas no período de um ano: Jornadas Tecnológicas, que tiveram início em agosto passado, com o objetivo de motivar os professores do ensino médio a desenvolverem experiências práticas; Engenharia nas Escolas, na qual alunos e professores da Fundação irão até as escolas para realizar palestras e experimentos demonstrativos e interativos; Escolas na Engenharia, em que os alunos, acompanhados de professores, terão a chance de conhecer a dinâmica de uma escola de engenharia; Desenvolvimento de Projetos (grupos de 5 a 10 alunos), competição, a ser realizada na FEI, em que todos os projetos serão avaliados por uma banca examinadora de cinco professores e, finalmente, a Avaliação dos Resultados, que será realizada pela FEI ao término do primeiro e segundo anos de atividades. Maior escola de Engenharia do País, o Centro Universitário da FEI acolhe atualmente cerca de 6,2 mil alunos em seus cursos de graduação e já formou, ao longo de sua existência, mais de 30 mil engenheiros. Além de Engenharia, a FEI também oferece os cursos de graduação em Administração e Ciência da Computação. Foto: Annia Streher Exposição de 30 fotos produzidas pelos pesquisadores circula pelos campi A Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a Petrobras realizaram em 22 de agosto passado, no Salão de Atos da Reitoria, o lançamento oficial do Projeto Gestão Sustentada das Lagoas Costeiras do Litoral Médio e Sul do Estado do Rio Grande do Sul (Lacos). Uma exposição de 30 fotos produzidas pelos pesquisadores está circulando pelos campi, núcleos da universidade e nas cidades de Mostardas, Tavares, São José do Norte e Santa Vitória do Palmar, onde os trabalhos de pesquisa estão sendo realizados. O projeto – Desenvolvido por professores da UC S, o projeto foi contemplado com recursos da segunda seleção pública do Programa Petrobras Ambiental. A previsão é de que os trabalhos, iniciados em janeiro deste ano, sejam concluídos em 2009. Coordenado pelo professor Alois Schäfer, conta com R$ 2 milhões para levantar, avaliar, disponibilizar e socializar informações e ferramentas para uma mudança de atitude no uso da água e uma gestão sustentada dos recursos hídricos. Os levantamentos incluem estudos morfológicos e ecológicos de 19 lagoas costeiras do estado, uma análise dos ecossistemas terrestres e do uso do solo e um trabalho sobre potencialidades da agricultura. Também está prevista a organização de um atlas ambiental e uma agenda de gestão dos recursos hídricos. O atlas reunirá informações socioambientais e as potencialidades. A agenda será elaborada para identificar problemas ambientais e apresentar ferramentas para a tomada de decisões na gestão pública. População - Nos dois anos de pesquisa, estão previstas também ações de conscientização da população a respeito da importância do uso racional dos recursos hídricos e o aperfeiçoamento de gestores públicos e privados para dar continuidade aos objetivos do projeto. Foto: Marina Muller UCS e Petrobras lançam projeto Lagoas Costeiras Desde o início do ano, os pesquisadores vêm mantendo contato com as prefeituras e entidades dos municípios para a criação de comitês. Além do coordenador do projeto, estarão envolvidos oito professores, 12 bolsistas de iniciação de pesquisa, seis de mestrado e seis de doutorado. O projeto vai beneficiar cerca 74 mil habitantes e contará com o apoio das prefeituras e da Embrapa – Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado, de Pelotas. Programa nacional - A Petrobras selecionou ainda 35 projetos que trabalharão o tema “Água: Corpos D’água Doce e Mar”. O objetivo do Programa Petrobras Ambiental, que vai investir em dois anos R$ 48 milhões, é desenvolver iniciativas que compreendam o uso racional da água; a manutenção e a recuperação das paisagens; e a preservação de espécies animais e vegetais ameaçadas. Setembro/Outubro - 2007 PUCRS lança Espaço de Documentação e Memória Cultural P ara preservar manuscritos, originais, notas e cartas que representam uma época, o pensamento e a produção de intelectuais, escritores, críticos literários e políticos, a PUCRS lançou o Delfos, Espaço de Documentação e Memória Cultural. A atividade ocorreu em agosto passado, no Salão de Atos da universidade. Na ocasião, estiveram presentes parentes, amigos e admiradores dos 21 artistas que compõem o Delfos. Os acervos, arquivos e objetos pessoais sob a guarda da instituição serão disponibilizados a pesquisadores e estudantes em 2008. O espaço ficará sediado no 7º andar da Biblioteca Central Irmão José Otão, após a conclusão da reforma e ampliação do prédio. O material que constitui o Delfos está atualmente na Biblioteca e nas Faculdades de Letras e Comunicação Social. O ambiente oferecerá condições propícias para o armazenamento, a preservação dos itens e a pesquisa. Em 800 m² haverá salas individuais com computadores e local para estudo e investigação. No momento, 20 bolsistas de iniciação científica, financiados pela PUCRS, trabalham na higienização, no acondicionamento e no preparo dos dados para tratamento técnico, supervisionados pela coordenadora-executiva do Delfos, professora Alice Moreira, e orientados pela Biblioteca Central. Cabe aos bibliotecários a adequação dos documentos aos formatos e padrões adotados para a disponibilização do acesso on-line aos registros sobre as coleções. O coordenador-geral do espaço, Luiz Antonio de Assis Brasil, explica que o nome Delfos lembra, de imediato, o célebre Oráculo da Antigüidade, situado na Grécia. “No complexo do templo, havia os thesaurus, pequenas capelas com as preciosas doações dos consulentes. O Delfos realizará ação semelhante, pois será espaço de guarda e vitalização dos bens que constituem seus acervos”, diz Assis Brasil. 10 Setembro/Outubro - 2007 Reitor Joaquim Clotet no lançamento do espaço Delfos Acervo literário – Celso Pedro Luft, Cyro Martins, Dyonélio Machado, Eduardo Guimaraens, Francisco Fernandes, Lila Ripoll, Manoelito de Ornellas, Moacyr Scliar, Moysés Vellinho, Oscar Bertholdo, Patrícia Bins, Paulo Hecker Filho, Pedro Geraldo Escosteguy, Reynaldo Moura, Zeferino Brasil. Acervo cinematográfico – Henrique Padjem, P. F. Gastal. Outros materiais – Acervos jornalísticos de Oswaldo Goidanich e Roberto Eduardo Xavier, Biblioteca Júlio Petersen. Mais doação – Durante a apresentação do Delfos, a PUCRS anunciou os dois mais recentes acervos recebidos: de Cyro Martins e Moysés Vellinho. Do primeiro, foram conservados livros de Literatura, Arte, Filosofia e Psicanálise, manuscritos, blocos de anotações e cartas. Os ambientes onde o psicanalista e escritor atendia a seus pacientes, concebia seus personagens e se inspirava para novas idéias serão recriados no Delfos. Os móveis do consultório, incluindo o divã, e do gabinete ficarão na PUCRS. Pioneirismo – O acervo de Cyro Martins inclui documentos que mostram seu pioneirismo na Psicanálise e seu papel marcante na América Latina em defesa da psicoterapia de grupo via Psicanálise, até então de cunho mais individual. Um exemplo são os anais do 1º Congresso de Psicoterapia de Grupo, em Buenos Aires, realizado na década de 50, no qual o psicanalista representou Porto Alegre. A decisão de doar o acervo, segundo a filha Maria Helena Martins, que é doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada, fundamenta-se na própria concepção do pai, morto em 1995, de que o conhecimento e as idéias devem ser partilhados. No acervo de Vellinho, o melhor crítico literário do estado no período de 1922 a 1970, morto em 1980, há jornais antigos, fotos e originais da revista Província de São Pedro (1945-1957), da qual foi diretor. Chamam a atenção ainda cartas do maes tro Villa-Lobos, endereçadas em 1953 e 1954, lembrando o êxito de concertos na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e uma correspondência com a família Vargas. O ex-assessor da Reitoria, Irmão Elvo Clemente (falecido recentemente), que foi amigo de Vellinho, considerava que o trabalho do crítico fugia do perfil em moda na época, voltando-se ao valor das obras (conteúdo e estilo). Ele destacava que o mesmo encorajou novas gerações modernistas. A organização do material foi feita pela filha Heloísa Vellinho Corso. Programação intensa na inauguração do Complexo Esportivo da Univates O dia 2 de agosto de 2007 marcou um novo momento para a região. Nessa noite, ocorreu a solenidade oficial de inauguração do Complexo Esportivo da Univates, o maior e mais moderno dos Vales do Taquari e Rio Pardo. A programação teve início com recepção às autoridades e pronunciamentos no Ginásio de Ginástica Olímpica. O presidente da Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social (Fuvates), entidade mantenedora da Univates, Roque Danilo Bersch, lembrou o início das atividades da instituição, em março de 1969, e homenageou todos os que fizeram e fazem parte da história da Univates. A prefeita de Lajeado, Carmem Regina Pereira Cardoso, classificou a inauguração do Complexo Esportivo como momento histórico. “Essa obra é sinônimo de ousadia, de parcerias que solidificam relações dos poderes público, comunitário e privado”, disse, emocionada. Na oportunidade, a prefeita também anunciou a pavimentação da Avenida Avelino Tallini até o Complexo, num total de 22.000 m² e investimento superior a R$ 1 milhão. O reitor da Univates, Ney José Lazzari, igualmente ressaltou a importância da integração de forças com o objetivo de buscar o desenvolvimento, a qualificação de recursos humanos e o crescimento regional. “Esta instituição é fruto da vontade da comunidade, que, mais que entregar diplomas, trabalha valores humanos. Quem garante a qualidade dos serviços prestados são as pessoas que aqui trabalham. Por isso, meu agradecimento a todos os professores, funcionários e estagiários da Univates, de forma especial, e aos alunos, que acreditam e confiam nessa instituição”, salientou. O reitor também aproveitou o momento para anunciar a participação do Bira nos campeonatos gaúcho e brasileiro de basquete, utilizando a estrutura do Complexo Esportivo. “Estamos certos de que a Univates está plenamente integrada às questões do Vale do Taquari. Este local será mais uma ferramenta de integração regional. Queremos continuar construindo um mundo melhor para todos nós”, concluiu. Após os pronunciamentos, foi acesa a pira olímpica, seguida de show de fogos. O corte da fita inaugural ocorreu no Ginásio de Arena, realizado pela prefeita Carmem Regina Pereira Cardoso; pelo presidente da Fuvates, Roque Danilo Bersch; pelo reitor da Univates, Ney José Lazzari, e pelo pró-reitor Administrativo da Univates, Oto Roberto Moerschbaecher. Encerradas as formalidades, ocorreu a apresentação do espetáculo “Tholl Imagem & Sonho”, um misto de técnicas circenses associadas às emoções, numa apresentação memorável. O Complexo – O Complexo Esportivo da Univates possui 6.665m² de área construída, divididos em três amplos ginásios: o de arena, o das piscinas e o reservado à ginástica olímpica. Com capacidade para quatro mil pessoas, o Ginásio de Arena conta com quadra esportiva com medidas que possibilitam tanto a realização de competições das mais diversas modalidades quanto aulas e treinos. O outro prédio é composto por piscina semi-olímpica, apta para receber competições de nível internacional, e piscina para fisioterapia e arquibancadas. No terceiro ginásio, estão os equipamentos destinados à prática de ginástica olímpica. Toda a estrutura foi construída com rampas e elevadores que visam a facilitar a locomoção de cadeirantes. Uma ampla praça cívica ajardinada, na qual serão rea lizadas solenidades e premiações, liga os três prédios que compõem o Complexo. A concretização do projeto possibilita a ampliação e a qualificação da estrutura oferecida aos alunos – especialmente os dos cursos de Educação Física e Fisioterapia –, bem como o oferecimento de novos serviços à comunidade. Programação – Depois de receber, em julho passado, dois amistosos internacionais de basquete e de vôlei, o objetivo da instituição é colocar o Complexo Esportivo da Univates em circuitos de competições estaduais e mesmo nacionais.Durante todo o mês de agosto, foi desenvolvida no local extensa programação artística, esportiva e cultural. Dentre elas, a comédia musical “Rádio Esmeralda AM”. Um dos ginásios do Complexo Esportivo da Univates, que possui 6.665m² de área construída Setembro/Outubro - 2007 11 Doce veneno O veneno de serpentes é objeto de estudo de pesquisadores da Universidade Católica de Brasília no combate a uma bactéria que causa infecção intestinal A s serpentes são animais temidos e abominados. A ação do veneno desse réptil pode levar à morte. Por outro lado, cientistas têm usado essa substância de uma maneira positiva. Exemplo disso é a pesquisa realizada pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Por meio do estudo do veneno de serpentes, os pesquisadores estão desenvolvendo um antibiótico que combate a salmonella. A salmonella é uma bactéria que causa doenças infecciosas. Sua presença é detectada em carnes, leite, ovos e vegetais contaminados devido à falta de higiene na preparação e também no consumo. A doença mais comum causada por essa bactéria é a infecção intestinal. Esse tipo de infecção pode durar poucos dias, mas, em caso de agravamento do quadro clínico, o paciente deve ser tratado com antibióticos. Segundo o coordenador da pesquisa, Octávio Luiz Franco, do Doutorado e Mestrado em Ciências Genômicas e Biotecnologia, o estudo é realizado com o apoio do Zoológico de Brasília, que cede os animais para a coleta do veneno. A equipe de pesquisadores da UCB detectou a presença de aproximadamente 64 proteínas na composição do veneno. De acordo com a veterinária Vanessa Oliveira, bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), são usados no estudo dois gêneros de serpentes: a jararaca (Bothrops) e a cascavel (Crotalus). Ainda em fase inicial, o estudo revelou que pelo menos uma ou duas proteínas têm atividade contra a bactéria salmonella. Para o professor Octávio, o veneno da jararaca já mostra resultados conclusivos, enquanto os testes com o veneno da cascavel ainda são preliminares. “Hoje, conhecemos a composição do veneno de duas espécies de jararaca. Temos um bom indício de como os pep- tídeos isolados possuem atividade contra a bactéria”, explica. Quando o paciente desenvolve infecção intestinal grave é necessário administrar vários tipos de antibióticos para encontrar um que elimine a bactéria salmonella. De acordo com Fábio Teles, um dos pesquisadores, o estudo tem apresentado um resultado rápido e eficaz. “A proteína purificada por nós é diferente dos antibióticos convencionais encontrados no mercado. Enquanto os antibióticos existentes demoram dois ou mais dias para combater completamente a infecção, a expectativa com a medicação à base do veneno de serpente seria de aproximadamente 4 horas”, comenta. Segundo Octávio Luiz Franco, um fator importante na pesquisa é que ela tem origem totalmente nacional, por isso, espera-se que o fármaco desenvolvido tenha um custo pequeno. “Uma das jararacas usadas na pesquisa, por exemplo, é típica do Centro-Oeste. Somos pioneiros no estudo desse veneno”, finaliza. É importante lembrar que, apesar de o estudo ser realizado com o veneno de serpentes, a proteína pesquisada não tem ação venenosa contra o ser humano. O veneno é um conjunto de proteínas que, fragmentadas, não têm efeitos nocivos. Estudante da Univali ganha Prêmio CNN D aniela Maria de Andrade Schwerz, aluna do Curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), foi a vencedora da 3ª edição do Concurso Universitário de Jornalismo CNN, que teve como tema “O Esporte como Ação Social”. A divulgação do resultado aconteceu no dia 7 de agosto, durante evento promovido pela CNN International, em São Paulo. A reportagem vencedora é intitulada “Surf para Cegos” e aborda a inclusão 12 Setembro/Outubro - 2007 social de deficientes visuais em aulas de surf. Ela tem dois minutos e foi produzida sob orientação da professora Laura Seligman. Como vencedora, Daniela recebe um troféu e uma viagem de três dias para Atlanta, nos Estados Unidos, onde visitará os estúdios da CNN. Além disso, ela terá sua matéria exibida no noticiário da emissora. O segundo e o terceiro colocados recebem troféu e exibição da matéria no website do concurso. Além de Daniela, a Univali classificou ainda entre os dez melhores trabalhos o da aluna Raquel Malainho. Ela concorreu com a reportagem: “Navegando pela Cidadania”, que mostra a influência da prática de um esporte no envolvimento da preservação do meio ambiente e no desempenho escolar dos participantes. O Concurso Universitário de Jornalismo CNN é promovido pela Turner International do Brasil - Canal CNN Projeto TechPeople, em parceria com a empresa Nexxera, auxilia projetos de pesquisa da Unisul O Projeto TechPeople, que desenvolve módulos de software e produtos de inovação tecnológica, servirá de base para a realização de três projetos de pesquisa na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Os estudos serão desenvolvidos, com o incentivo do Programa Unisul de Iniciação Científica (Puic), por acadêmicos dos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação, Campus Tubarão, sob a orientação de professores. Daniel Camilo, estudante do quinto semestre de Sistemas de Informação, irá desenvolver um projeto cuja proposta é aumentar a produtividade no desenvolvimento de programas utilizados pela TechPeople, que cria soluções para a internet. Cássio Nandi Citadin terá o desafio de criar novas metodologias para gerar testes nos softwares desenvolvidos. “Antes de o cliente receber o pedido, temos que verificar se o que foi criado condiz com o que ele quer, além de termos que evitar erros no sistema”, diz o acadêmico do sexto semestre de Sistemas de Informação. Thiago da Rosa Ghisi pretende fazer um estudo que futuramente pode servir para ajudar a incluir a TechPeople em um nível de qualidade exigido internacionalmente. e dissertações de mestrado e doutorado. É o único projeto aqui no sul do estado a trabalhar com um conjunto de ferramentas avançadas na área de Engenharia de Software”, comenta o coordenador Institucional-Unisul do TechPeople, Rafael Ávila Faraco. A idéia do projeto surgiu em 2005, TechPeople servirá de base para a realização de três projetos sendo implantada Para atingir o selo de qualidade conheci- no ano passado. Durante o período foi do por CMMI (Modelo de Integração da realizado o processo de estruturação Maturidade de Potencialidade – numa e seleção de pessoal. Fornecedora de tradução livre), o acadêmico do quarto soluções de conectividade e de gerensemestre de Ciência da Computação ciamento financeiro para integração de irá estudar e propor recomendações de empresas com suas redes de relacionaqualidade para que a TechPeople esteja mento, a empresa Nexxera é parceira enquadrada nesse processo. da iniciativa. “Esse certificado é um pré-requisito “Desenvolvemos aqui softwares que para que desenvolvedoras de softwares atendem à empresa Nexxera e também possam competir no mercado”, esclarece a clientes externos. Existe uma grande Thiago. procura por esses serviços e o mercado “Além dos projetos, a interação da tende a crescer cada vez mais”, afirma academia com a fábrica de software o coordenador do TechPeople, Edjandir pode vir a gerar publicações científicas Corrêa Costa. International, aberto exclusivamente a estudantes de Jornalismo e procura incentivar o desenvolvimento do talento dos participantes e premiar o desempenho na elaboração de matérias jornalísticas televisivas. Os vídeos podem ser acessados no endereço: www.concursocnn.com. br/2007/videos_2007/index.php Daniela recebeu troféu e uma viagem para os Estados Unidos Setembro/Outubro - 2007 13 Dejetos de suínos geram energia e dinheiro para a serra gaúcha U ma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Saneamento Ambiental (Isam), da Universidade de Caxias do Sul (UCS), comprovou que no interior dos municípios da região de abrangência do Conselho de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra) tem potencial para gerar energia suficiente para alimentar uma cidade com 612 residências – equivalente a Serafina Corrêa e Vila Flores juntas –, o que corresponde a uma população 17.256,41 habitantes, considerando que cada residência do Rio Grande do Sul tem em média 2,9 pessoas (IBGE, 2005). Tudo isso a partir do processamento de uma matéria-prima malcheirosa, suja e abundante nas propriedades rurais: dejetos de suínos. Os dados da pesquisa serão repassados para o governo do estado para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional de Saneamento. A pesquisa realizada em 33 municípios da região de abrangência do Corede Serra foi aprovada como uma das prioridades na Consulta Popular de 2006. O objetivo foi identificar a quantidade de matéria orgânica, os maiores geradores e as ações que já vêm sendo efetivadas para minimizar os impactos. Entre agosto de 2005 e meados de 2006, os pesquisadores coletaram dados sobre as atividades geradoras de carga orgânica que produzem nitrogênio e fósforo, eliminadores do oxigênio das águas e que, pelo manejo, contaminam o solo e as reservas subterrâneas. Avaliaram as atividades dos produtores de aves, suínos e gado quando associados. Durante mais de um ano, os pesquisadores percorreram 2.830 propriedades associadas à criação animal para abate nas cidades do interior da região do Corede Serra. O foco dos pesquisadores foi a produção suinícola, pois são de maior impacto ambiental em decorrência da geração de dejetos líquidos. “A ave tem dejeto seco, que é retirado e transportado para outros locais para ser processado e transformado em adubo. Já o excremento 14 Setembro/Outubro - 2007 Conforme a pesquisa, o rebanho de 360 mil representa um potencial poluidor equivalente a uma população de 611,2 mil habitantes, em termos de geração de carga orgânica. Os pesquisadores também estimaram que essas atividades têm potencial para gerar anual mente 1,7 mil tonelada de nitrogênio, 1,2 mil tonelada de fósforo e 978 toneladas de potássio, demonstrando o potencial fertilizante desses resíduos. Diante da dimensão do problema, a preo Dejetos de suínos: matéria-prima abundante nas propriedades rurais cupação é com o do suíno é praticamente líquido, sendo manejo, pois todos deveriam ter unidades aplicado na propriedade ou nas proprieda- de tratamento adequadas e respeitar os des vizinhas”, explica a coordenadora da padrões ambientais, antes de aplicar o pesquisa, professora Vania Schneider. esterco na lavoura . O problema gerado pela produção de Mas nem tudo é problema. Como toda excremento suíno só não é maior que o a matéria decomposta gera gás metano, alenfrentado pelos órgãos de saneamento guns produtores de Serafina Corrêa, Nova no meio urbano com o efluente cloacal. Roma do Sul e Vila Flores arrumaram uma “Dependendo da fase de criação, o suíno forma de faturar, transformando o biogás pode gerar até três vezes e meia mais de- em energia e trocando por créditos de jetos que o ser humano”, destaca Vânia. carbono. As pesquisadores do Instituto de Saneamento Ambiental da Universidade de Caxias do Sul observaram que, por meio do tratamento dos efluentes por digestão anaeróbica, o rebanho suinícola O que são créditos de carbono? da região tem potencial para gerar mais de 57,5 mil metros cúbicos de biogás. Os São certificados emitidos por mesmos podem ser aproveitados na forma agências ambientais reguladoras de energia dentro das propriedades. quando ocorre a redução da emissão Conforme os dados obtidos, os pesde gases. Por convenção, uma tonelaquisadores observaram que a região da de dióxido de carbono corresponde ainda tem muito para aproveitar. “Já a um crédito de carbono que pode ser estão trazendo investidores de fora pornegociado no mercado internacional que a quantidade é muito grande, mas com cotação em dólar. Acordos interhá ainda muito para ser aproveitado”, nacionais como o Protocolo de Kyoto comenta a coordenadora da pesquisa. determinam uma cota máxima que Outra constatação dos pesquisadores foi países desenvolvidos podem emitir. de que os pequenos produtores sozinhos Os países ou indústrias que não connão conseguiriam resolver o problema. Por seguem atingir as metas de reduções isso, estão se organizando em consórcios. de emissões tornam-se compradores Pelo Protocolo de Kyoto, os consumidores de créditos de carbono. Por outro lado, que não reduzirem a emissão de gases aquelas indústrias que conseguiram podem investir em sistemas e atividades diminuir suas emissões abaixo das em outros países, comprovando a redução cotas determinadas podem vender os das emissões nos seus processos, fazendo créditos excedentes. dessa forma a compensação. Saiba mais Foto: Eveline Denardi “Procuramos firmar com esses encontros um novo ingrediente para as políticas públicas”, disse a ministra Matilde durante o evento PUC-SP e Seppir se unem para pensar ações afirmativas Cerca de 70 representantes da sociedade se reúnem até dezembro, em encontros promovidos pela universidade e pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) “N ossa instituição debate as ações afirmativas de forma combativa. Estou aqui com uma dupla satisfação. Falo sobre a alteridade, a descoberta e a presença do outro em nossa sociedade como pesquisadora e reitora de uma universidade que sempre prezou pela pluralidade”. Com essa declaração, a Reitora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maura Véras, abriu o ciclo de debates “Ações Afirmativas: Estratégias para Ampliar a Democracia”, que aconteceu, em 6 agosto passado, no Hotel Pestana, Zona Sul de São Paulo. Organizado pela PUC-SP e pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o evento terá novos encontros para discutir aspectos da desigualdade racial, racismo e discriminação, temas jurídicos relacionados às políticas de igualdade racial, o impacto das ações afirmativas na comunicação social, políticas internacionais, direitos culturais e de cidadania no Brasil. A idéia é propor novos caminhos para desenvolver políticas de inclusão social e promoção da igualdade racial. Os seminários acontecerão mensalmente até 3 de dezembro, sempre com a participação de um ministro de estado e convidados. Já estão confirmadas as participações do jurista Fábio Konder Comparato, dos jornalistas Mino Carta, Gabriel Priolli e dos ministros Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social) e o ministro Gilberto Gil, da Cultura. Além da reitora da PUC-SP, compuseram a mesa de abertura a ministra Matilde Ribeiro (Seppir) e a professora Teresinha Bernardo (coordenadora da Pós em Ciências Sociais da PUC-SP). “Agradeço a prontidão de todos aqui. Procuramos firmar com esses encontros um novo ingrediente para as políticas públicas porque o movimento negro há séculos está dizendo ao governo que é necessário mudar a fotografia que se mostra do Brasil. Somos um país multirracial, mas o que vemos na TV são imagens institucionais que aproximam nossa identidade da Suécia, da Dinamarca e outros países nórdicos. Aqui há indígenas e descendentes africanos e não escravos, como se fazem crer”, afirmou a ministra. Segundo Matilde, o ciclo de debates pretende criar um grupo de referência. A partir do segundo encontro, os debates serão transmitidos simultaneamente pela internet em www.planalto.gov.br/seppir/. O público foi convidado a participar produzindo artigos científicos ou textos jornalísticos para serem publicados, ao final do encontro, em livros, revistas e no site da Secretaria. Pluralidade – Além da PUC-SP e da Seppir, a iniciativa reúne representantes governamentais e ONGs. Dentre eles, os Ministérios da Cultura, das Relações Exteriores, Educação e da Justiça, as Secretarias de Educação Continuada e Comunicação Social, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação Cultural Palmares. Apóiam e participam do evento as ONGs Agência de Notícias dos Direitos da Infância, Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais, Associação Brasileira de Pesquisadores Negros, Instituto Maurício Grabois e as Fundações Friedrich Ebert, João Mangabeira e Perseu Abramo. Setembro/Outubro - 2007 15 Aluno da UCP é nomeado presidente de parlamento latino-americano U m jovem aluno de administração da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), no estado do Rio, foi nomeado presidente do Parlamento Universitário Latino-Americano na Argentina. Marcos Junior Teixeira de Oliveira, com 26 anos, é bacharel em Marketing pela própria UCP. O Parlamento Universitário LatinoAmericano é um evento organizado pela Pontificia Universidad Católica Argentina e apoiado pela Arquidiocese de Buenos Aires, que tem o objetivo de promover a união dos estudantes universitários dos países do continente, por meio da análise e do debate de temas que estão no núcleo das problemáticas regionais, inspiradas pelos conceitos orientadores do Magistério Social da Igreja. A iniciativa teve início em 2005 na qual participaram aproximadamente 38 instituições de ensino superior da América Latina. Do Brasil enviaram delegações a Universidade Católica de Petrópolis, a PUC-SP e a PUC-Campinas. Em 2006, participaram a UCP e a PUC-Rio. Nas duas edições, Marcos Oliveira participou como vice-presidente e este ano foi nomeado pela organização presidente, em substituição a um estudante argentino. A rotina de trabalho do Parlamento Universitário é similar à da vida comum de um colegiado formado por uma mesa diretiva, dividida em comissões temáticas, em que são discutidas, durante três dias, propostas enviadas pelos estudantes participantes. Os textos chegam a uma declaração comum e, depois, inseridos no documento final. Este é enviado a instituições civis, políticas, militares e religiosas, a fim de revelar o que estudantes de universidades confessionais pensam a respeito de temas como, por exemplo, meio ambiente, corrupção, família, democracia, participação, dentre outros. A base das discussões e reuniões é sempre a Doutrina Social da Igreja. Em 2007, o Parlamento Universitário Latino-Americano aconteceu, de 22 a 24 de agosto, na Pontificia Universidad 16 Setembro/Outubro - 2007 A cada ano, mais universidades aderem ao projeto enviando delegações Católica Argentina. A cada ano, mais universidades aderem ao projeto enviando delegações com estudantes e professores que atuam como observadores. Na primeira edição, o Papa Bento XVI enviou uma bênção especial por meio da Nunciatura Apostólica em Buenos Aires. Marcos Junior Teixeira de Oliveira é graduado em Marketing e trabalhou como Secretário da Chancelaria da Cúria Diocesana de Petrópolis. Em 2006, recebeu prêmio da Unesco no Brasil pela redação “(Re)Encontro Prioritário e Importante”, classificada entre mais de 50 mil redações em um concurso nacional. Atualmente organiza eventos com missões diplomáticas e é membro honorário da Academia Petropolitana de Letras, da Comissão Diocesana de Arte Sacra da Diocese de Petrópolis e do Centro de Estudos Culturais, instituição presentes em mais de seis países. Mais informações sobre o Parlamento Universitário Latino-Americano no site www.uca.edu.ar/pec.htm e no Brasil pelo e-mail [email protected]. Oportunidade sem discriminação A Universidade de Caxias do Sul oferece gratuitamente 50 vagas por semestre para o Curso Pré-Vestibular para Afro-Descendentes e Indígenas. Em aulas realizadas de segunda a sexta-feira, das 19h30min às 22h30min, os alunos revisam o conteúdo exigido no vestibular e participam de oficinas e grupos de discussão sobre questões étnicas e sociais. Lançado em agosto de 2004, o PréVestibular tem o objetivo de promover inclusão social e dar condições para que os afro-descendentes e indígenas possam disputar, em igualdade de chances, vagas na universidade. Nas aulas, os estudantes revisam conteúdos e se preparam para as provas de vestibular. Como o número de vagas é limitado em 50, os interessados precisam passar por um processo de seleção, cujos critérios de escolha são ascendência africana ou indígena, baixa renda familiar e ter estudado em escola pública ou com bolsa em escola particular. O empenho dos alunos é comprovado com o alto índice de aprovação nos últimos concursos. De acordo com a coordenadora do programa, Rosane Hambsch do Nascimento, entre 75% a 85% dos alunos que freqüentaram o curso preparatório nos últimos semestres foram aprovados no vestibular. “Os alunos aproveitam mesmo as aulas e a oportunidade”, comemora. Realização de um sonho - O jovem Pedro Ubirajara Rosa, 18 anos, matriculou-se no Curso de Direito noturno da Universidade de Caxias do Sul. Esse foi o primeiro passo em direção à realização do sonho de ser promotor de justiça. A aprovação no vestibular veio na segunda vez em que o jovem tentou ingressar na universidade. Exposição cria consciência de educação ambiental UCPel lança Programa de Gerenciamento de Resíduos I nstruir a comunidade acadêmica sobre a importância da inserção do Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGR) na universidade é o foco da exposição do Curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), com o título “Expolixo, por uma Pelotas mais Limpa”. A exposição faz parte do lançamento do PGR da Universidade, programa acompanhado acadêmicos de Ecologia com atividades de explanações e esclarecimentos sobre reciclagem e assuntos referentes à educação ambiental. De acordo com o coordenador do Curso de Ecologia, professor José Antônio Weykamp da Cruz, a inserção do programa é de grande relevância e a exposição só vem a acrescentar no processo. “Não tem como o Programa dar certo sem a participação da comunidade acadêmica”, acrescenta. Ressalta ainda que essa é uma proposta permanente de mobilização da comunidade universitária. A exposição, que aconteceu recentemente no espaço de convivência, contou com demonstrações de vídeos elaborados pelos próprios alunos da Ecologia, assim como vídeos de educação ambiental premiados em festivais, além da distribuição da cartilha com informações sobre o PGR. Sobre o PGR - O Programa de Gerenciamento de Resíduos é um documento que possui etapas do manejo com resíduos dentro da instituição. O processo é feito desde a segregação do resíduo até o destino final. Segundo a responsável pelo Programa, professora Luciene Smiths Primo, o PGR é exigido pela Anvisa, por meio da Resolução RDC nº 306/04, para todas as instituições de saúde ou que trabalham com ensino e pesquisa. “Essa ação é muito importante para que se crie uma consciência de educação ambiental”, ressalta. A professora, que já implantou o Programa no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), órgão auxiliar da UCPel, em 2003, informa que a adequação do PGR contribui para a biossegurança e para questão ambiental. “O HUSFP lida mais com resíduos do Tipo A, considerados infectantes, propensos a contágio com doenças infectocontagiosas, quando houver contato”, afirma. Segundo ela, na UCPel existem quatro tipos de resíduos. Tipo A, Tipo B, Tipo D e o Tipo E. Cada tipo de resíduo tem lugar específico para ser descartado. Resíduo (tipo) A - infectantes Recipiente Lixeira com saco branco Havendo produção, cada laboratório comunica o B - químicos serviço de manutenção, responsável pelo recolhimento do resíduo. D - orgânico Lixeira com saco laranja D - reciclável Lixeira com saco verde E - perfurocortantes Caixas de descartex Setembro/Outubro - 2007 17 Trabalhos Comunitários Projeto da URI ganha visibilidade nacional O Projeto Intercultural – Promovendo Novos Saberes, que a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) está desenvolvendo junto a escolas indígenas e não-indígenas das regiões das Missões e Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, começa a ganhar visibilidade nacional. Recentemente uma equipe da Rede Globo esteve na região das Missões para registrar o trabalho e produzir uma reportagem para o Jornal Nacional, além de chamadas para o Criança Esperança. Acompanhada dos coordenadores do Projeto, Losandro Tedeschi e Antonio Ramos e, ainda, do professor Kaingang Bruno Ferreira, a equipe de reportagem visitou a Escola Geraldino Mineiro da reserva indígena de Guarita, em Miraguaí, a Escola São Miguel, de Giruá, e as escolas municipais de Santo Ângelo, Dr. Ulisses Rodrigues e Pedro Krinski. As três primeiras já perten- Projeto chamou a atenção do Jornal Nacional e do Criança Esperança, da Rede Globo centes ao projeto desde o início do ano e a última que foi recentemente anexada em virtude do trabalho realizado na área de pesquisa e confecção de máscaras indígenas. Em Guarita foram apresentadas diversas danças indígenas e também do folclore brasileiro, trabalhadas em linguagem kaingang. Além disso, chamou a atenção o fato de que até a 4ª série os alunos têm aulas somente com professores indígenas e na língua kaingang. Na Escola Municipal Dr. Ulisses Rodrigues, o projeto intercultural está em fase mais adiantada. A escola, que possui 240 alunos e 23 professores, vem trabalhando há vários meses com Formado por crianças indígenas, o coral canta em português e kaingang 18 Setembro/Outubro - 2007 pesquisa e construção de materiais da cultura kaingang, através das diversas disciplinas. Entre todas as atividades demonstradas, a que mais impressionou foi o estudo sobre os jogos indígenas. Oficinas possibilitaram, por exemplo, a criação de petecas de sabugo de milho e penas de aves. Outros vários jogos foram pesquisados e estão sendo trabalhados pelos alunos como forma de conhecer a história kaingang, entre eles o futebol, cabo-deguerra, arco e flecha e o jogo-da-onça. A escola também incentiva o conhecimento, o respeito e o comprometimento com a educação intercultural por meio de práticas de leitura, música e desenho. Professores, alunos, coordenadores e servidores atenderam, de forma voluntária, em tendas montadas em várias regiões da cidade Unipê realiza quatro mil atendimentos gratuitos no Dia de Ação Social O Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) ultrapassou os muros da instituição e realizou recentemente o Projeto Ação Social Unipê. Foram cerca de quatro mil atendimentos gratuitos para crianças, jovens, adultos e idosos realizados por 200 voluntários. O dia de mobilização ofereceu à população da capital paraibana 15 serviços e exames nas áreas de saúde e assistência social. Professores, alunos, coordenadores e servidores atenderam, de forma voluntária, em tendas montadas em várias localidades da cidade. 100 mil atendimentos por ano – No total, já são aproximadamente 100 mil atendimentos gratuitos realizados por ano no Unipê, nas clínicas de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Psicologia, além de outros serviços nas áreas de Assistência Social, apoio jurídico e projetos de extensão. Para o reitor do Centro Universitário, José Loureiro Lopes, a realização do Dia de Ação Social tem como objetivo levar à população de João Pessoa tudo o que o Unipê já oferece e informar às pessoas que elas também podem procurar os serviços oferecidos pela instituição, que são gratuitos. “Com o Ação Social, ampliamos o atendimento que já prestávamos nos cursos e nos projetos de extensão”, observou. Estudantes do Unipê aprovaram a iniciativa. Jovens como José Ulysses Gomes reservaram o dia para atuar como voluntários nesse projeto de cidadania. “Além de estar exercitando o que aprendemos no curso, estamos dando nossa contribuição como cidadãos”, destacou Ulysses. A população de João Pessoa aprovou a primeira edição do projeto de ação social da Unipê e pediu que o mesmo seja ampliado para outros bairros da cidade. “Foi uma iniciativa muito boa que deveria acontecer outras vezes”, afirmou o professor Antônio Lira, 47 anos, um dos beneficiados. Compromisso social - Com o desenvolvimento de projetos dessa natureza, o Unipê cumpre seu papel na sociedade. “Além de ter um ensino de qualidade, o Centro Universitário tem uma responsabilidade social”, ressaltou a pró-reitora de Graduação, Maria do Céo. “Contamos com a participação de 200 voluntários. E, no final, ganharam todos, o Unipê, que ampliou suas ações e reafirmou seu compromisso com a sociedade, e a população local, que teve a oportunidade de receber os serviços gratuitamente”, acrescentou o secretáriogeral de Ensino, Paulo Padilha. Setembro/Outubro - 2007 19 Trabalhos Comunitários Unifev doa medicamentos para o Fundo Social de Solidariedade Cerca de 50 mil comprimidos foram arrecadados pela campanha “Trote Solidário” T radicionalmente, o Curso de Farmácia Bioquímica da Unifev, coordenado pelo professor M. Sc. Roberto Carlos Grassi Malta, realiza doação de medicamentos para o Fundo Social de Solidariedade de Votuporanga, presidido pela primeira-dama Marli Beneduzzi Pignatari. Além dela, o secretário de Assistência Social, Egmar Marão Alfagalli, também participa da entrega. De acordo com Malta, os medicamentos são arrecadados por alunos de todos os períodos envolvidos na campanha “Trote Solidário”, que é realizada anualmente, com o objetivo de evitar a automedicação. No primeiro semestre, os alunos visitaram as residências incentivando a doação de remédios que não eram utilizados. “Se as pessoas não tiverem os medicamentos em casa não vão aplicar sem necessidade e nem passar para outras pessoas, evitando o risco de uma intoxicação”, explica. Ele diz ainda que após o recolhimento, os medicamentos são analisados, separados e têm as datas de validade devidamente etiquetadas antes de serem encaminhados para doação. Na foto, o reitor da Unifev, Prof. Dr. Marcelo Lourenço; o coordenador do Curso de Farmácia, Prof. M. Sc. Roberto Malta; o diretor da Promoção Social, Zezo; a presidente do Fundo Social, Marli Beneduzzi; e o secretário de Assistência Social, Egmar Marão Segundo Marli, além de auxiliar na economia do município, já que foram arrecadados em torno de R$ 5 mil em fármacos, a doação melhora o atendimento ao munícipe, que pode retirar os medicamentos diretamente na Promoção Social de Votuporanga, mediante a apresentação da receita médica. PUC-SP participa de caravana humanitária E m agosto passado, a professara Maria Stela Graciani, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), representou o Núcleo de Trabalhos Comunitários da Faculdade de Educação (NTC) na 2ª Caravana Humanitária, que doou quatro mil peças de roupas às comunidades indígenas de Parelheiros, na Zona Sul, e Jaraguá, na Zona Norte. Além do NTC, participaram da ação comunitária a Construfert Ambiental - empresa de varrição pública, a ONG Educa São Paulo, o Clube Paineiras, do Morumbi, e a Casa Espírita Irmão Faria, além das Subprefeituras de Parelheiros e Pirituba. O evento contou ainda com o apoio da Rádio CBN. Participaram da entrega dos agasalhos 20 universitários norte-americanos e 20 Setembro/Outubro - 2007 Foram quatro mil peças de roupas doadas às comunidades indígenas de São Paulo duas funcionárias do serviço público da Alemanha. Os visitantes foram homenageados pelas crianças indígenas com a tradicional dança guarani. Durante o evento, foi elaborado um documento reivindicando políticas públicas para aldeias da capital e do estado de São Paulo. Projeto da Unicruz humaniza atendimento em fisioterapia Atividades garantem qualidade de vida na comunidade e experiência aos futuros profissionais A Universidade de Cruz Alta (Unicruz), no Rio Grande do Sul, é uma instituição de caráter comunitário. Com esse propósito trabalha sempre em prol da comunidade do município e região. O Curso de Fisioterapia, da Unicruz, por meio do projeto de Atenção Básica – Programa de Saúde Família, além de dar oportunidade de estágios a acadêmicos, ajuda os moradores de um dos bairros da cidade de Cruz Alta. O atendimento feito no Posto de PSF (Unidade do Programa de Saúde da Família) do Bairro Alvorada é gratuito e, através dele, os acadêmicos, supervisionados por uma professora, atendem pacientes com dificuldades motoras, dores musculares e nas articulações ou com problemas de hipertensão e cardíacos. Em cada encontro, o posto recebe cerca de 25 pessoas, que ali fazem caminhadas, alongamentos e exercícios específicos para cada caso. A professora responsável pelo atendimento, Elizeth Stefanello, comenta que uma das principais formas de aten- dimento com os alunos é o tratamento com o toque, além de eles auxiliarem o paciente na leitura dos diagnósticos de exames de saúde. “A gente decodifica as informações dos exames, que muitas vezes não são compreendidas. Sabendo da realidade, fica mais fácil para eles saberem como se cuidar”, garante a professora. Experiência em livro – Mas para o grupo, que se encontra duas vezes por semana, esse não é apenas um encontro de profissional e paciente. Délcio dos Santos é um dos atendidos.Foi um dos primeiros a fazer parte do grupo, que existe há dois anos. Desde que começou a freqüentar os encontros, ele conta que já obteve resultados positivos comparados à vida que levava antes de ser atendido pelos acadêmicos da universidade. Segundo ele, a relação que se formou no posto não é de profissionais e pacientes, mas sim de uma família, ajudando uns aos outros. Motivado por esse relacionamento humanizado, Délcio assumiu uma missão importante: está escrevendo um livro que conta um pouco da historia de cada paciente que passa pelo posto de saúde. Futuros profissionais – Para Patrick Stoffel, acadêmico do 9º semestre e um dos estagiários, essa experiência é única. “Aqui podemos ter mais proximidade com a realidade da profissão de fisioterapeuta”, garante. Segundo Stoffel, essa oportunidade que a universidade dá aos acadêmicos de poder trabalhar direto com os pacientes é uma forma de manter a população mais próxima da instituição. Além disso, o estudante acredita que oportunidades como essa, como a do atendimento em fisioterapia, garantem que os profissionais saiam da universidade mais preparados para enfrentar o mercado de trabalho. Experiências como a do projeto desenvolvido pelo Curso de Fisioterapia são exemplos a serem seguidos, pois além de qualificar a formação dos alunos da instituição, estreitam o relacionamento entre universidade e comunidade. Para os professores e acadêmicos, ainda há um desafio pela frente: humanizar cada vez mais a relação entre profissional e paciente. Quem sabe esse esforço resulte em mais uma bela história para ser contada a todos que vivenciam ações como esta. O livro de Seu Délcio é um exemplo. Setembro/Outubro - 2007 21 UCG inaugura Escola de Formação da Juventude Universidade Católica de Goiás (UCG) inaugurou, no segundo semestre deste ano, a Escola de Formação da Juventude (EFJ), um programa de extensão que visa contribuir para a cidadania e a sociabilidade de jovens de 15 a 24 anos na região leste de Goiânia. A escola faz parte do Instituto Dom Fernando (IDF), uma unidade acadêmico-administrativa vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex) da UCG. A EFJ começou a ser formulada e estruturada em 2006, tendo como referência experiências de educação popular Fotos: Wagmar Alves Trabalhos Comunitários A O programa visa contribuir para a cidadania e a sociabilidade de jovens de 15 a 24 anos e direcionamentos de ações visando ao atendimento das demandas do público jovem. Em agosto deste ano, iniciou suas atividades, com a expectativa de atender a cerca de 150 jovens por dia. Atividades e objetivos - A Escola de Formação da Juventude desenvolve projetos nas áreas de teatro, literatura, expressão artística (Projeto “Fala Galera”) e inclusão digital. Estão previstos o Curso de Filosofia e Cinema e o Projeto “O Canto da Mulher”, em defesa dos direitos das jovens mulheres. Por meio dessas atividades, a instituição objetiva auxiliar a compreensão e a reflexão dos jovens a respeito das mudanças nos aspectos produtivo-tecnológicos, políticos Uniso ajuda a promover programas educativos A Universidade de Sorocaba (Uniso) acaba de iniciar uma parceira com a Prefeitura Municipal para a execução de dois programas importantes, dentro das ações que integram o projeto para tornar o município de Sorocaba(SP) uma “Cidade Educadora” - proposta que tem o apoio da Unesco e que visa o desenvolvimento de ações em todos os espaços de educação do município. Oficina do Saber - No Programa “Oficina do Saber”, a Uniso adotou a escola municipal Edemir Digiampietri, da Vila Barão,e ainda participa de atividades em outras seis escolas da cidade, para o desenvolvimento de oficinas esportivas e motoras, artísticas, de participação social, de linguagem e de matemática. As atividades para estudantes das 3ª e 4ª séries da rede municipal são realizadas por alu- 22 Setembro/Outubro - 2007 Com apoio da Unesco, são desenvolvidas ações em espaços de educação do município nos de Pedagogia, Teatro/Arte-Educação e Terapia Ocupacional, no período em que elas não estão em aula. A universidade tem atuado também no programa “Clube da Escola”, desenvolvido em nove escolas municipais de Sorocaba. Inspirado no “Escola da Família”, do governo do estado de São Paulo, o programa reabriu, nos fins de semana, nas escolas em que as atividades foram desativadas. Assim, a comunidade pode participar de atividades culturais, Unisc e BB levam inclusão digital para Rio Pardo C e simbólicos do mundo contemporâneo, incentivando a ação consciente e comprometida. Com essas atividades de formação, a EJF objetiva contribuir para a inclusão social dos jovens. As atividades da Escola de Formação da Juventude desenvolvem-se em parceria com o governo federal e com a Prefeitura de Goiânia. esportivas e de qualificação profissional, desenvolvidas e promovidas por alunos dos cursos de História, Letras, Nutrição, Pedagogia, Teatro/Arte-Educação, Terapia Ocupacional e Turismo. Os estudantes de Direito, por sua vez, fazem um trabalho diferenciado por meio de atividades lúdicas, conscientizam os alunos sobre a ilegalidade do trabalho infantil, do trabalho forçado e a discriminação. “A parceria com a prefeitura de Sorocaba é resultado da confiança da comunidade no trabalho da Uniso”, destaca o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Fernando de Sá Del Fiol. “Com ela, temos a oportunidade de colocar o aluno em contato diário com a realidade da educação publica, contribuindo para a sua formação humanística”, concluiu. erca de 900 crianças e adolescentes de baixa renda do município de Rio Pardo terão a oportunidade de fazer parte do universo virtual. Por meio de uma parceria firmada entre a Prefeitura, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o Banco do Brasil e o governo federal, foi inaugurado, no mês de agosto, o Telecentro Comunitário São Francisco, no centro de Rio Pardo. O projeto é uma iniciativa local que contou ainda com o apoio de empresas e entidades do município, responsáveis pela disponibilidade do espaço físico e pela doação de 10 computadores. O Setor de Informática da Unisc presta a assistência técnica, configurando o servidor com um projeto de terminal gratuito por meio de software livre. O Telecentro Comunitário atenderá a uma média de 32 crianças e adolescentes por dia, podendo se estender, futuramente, para a terceira idade. A parceria com o Banco do Brasil se dá por intermédio do projeto AABB Comunidade, mantido pela instituição, en- quanto que o governo federal destina recursos do Programa Bolsa-Família. “Agradecemos a Unisc pela gentileza e pela total disponibilidade prestada desde os primeiros contatos que tivemos com a instituição”, elogiou a secretária municipal, Ilse Pritsch. Para o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, colaborar para o desenvolvimento da região é o principal papel da universidade. “Sempre que tivermos que prestar um serviço que leve qualidade e desenvolvimento a Rio Pardo, estaremos à disposição da comunidade”, enfatizou. O prefeito de Rio Pardo, Joni Lisboa da Rocha, enalteceu a presença de todos e o apoio recebido por parte das entidades e empresas parceiras do projeto. “São iniciativas como essa que trazem qualidade de vida e inclusão social à comunidade de Rio Pardo”, destacou. A solenidade também contou com a presença do pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Luiz Augusto Costa a Campis, e do coordenador de Extensão, Ângelo Hoff, além de autoridades locais. O projeto é uma iniciativa local, com o apoio de empresas e entidades do município Setembro/Outubro - 2007 23 Trabalhos Comunitários Braille UNIFEOB inaugura Biblioteca O s deficientes visuais de São João da Boa Vista e região agora têm um local adequado e preparado para suas leituras: a UNIFEOB abriu a Biblioteca Braille, que fica junto à Biblioteca Central da instituição. Com livros em Braille e livros falados, o espaço foi especialmente pensado para atender às necessidades dos cegos, fornecendo não só publicações de conhecimentos gerais e literatura, mas também está preparado para atender à demanda dos universitários deficientes visuais. A Biblioteca Braille já é considerada uma grande conquista para a instituição, principalmente para todos aqueles envolvidos no Projeto Laura, que busca a inserção e a capacitação de jovens portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho e na sociedade. Para tornar realidade a biblioteca, a UNIFEOB contou com o apoio e a parceria de outras entidades, que forneceram livros e o know-how para que o espaço fosse criado. Uma das importantes parceiras dessa iniciativa foi a Fundação Dorina Nowil. Danielle Azevedo E. Bargas, psicóloga, professora do Projeto Laura e deficiente visual, considera que a Biblioteca Braille significa uma verdadeira atitude de inclusão, permitindo o acesso dos deficientes à vida acadêmica. Já a arquiteta Patrícia Françoso, também deficiente visual e aluna do 1º ano do Curso de Direito, afirma que o espaço é o pontapé inicial para a inclusão. “Esse é um convite para outros deficientes e outros membros da sociedade a pensarem sobre a inclusão”, disse. Luis Carlos Pistelli, que é fisioterapeuta e também deficiente visual, esteve no primeiro dia de utilização do espaço e destacou a importância da iniciativa. Para ele, é fundamental que os cegos aprendam e pratiquem a leitura pelo método Braille, mas destacou a importância dos livros falados na carreira profissional e em sala de aula. 24 Setembro/Outubro - 2007 Livros em Braille e falados: o espaço foi pensado especialmente para os deficientes visuais Valdir Mota, que é aluno do Projeto Laura, elogiou a iniciativa e já está se preparando para retirar os primeiros exemplares para ler em casa. Além dos benefícios para a sociedade, a inauguração da Biblioteca Braille deverá aumentar a procura de deficientes visuais pelos cursos de graduação, uma vez que a tecnologia disponibilizada na instituição permite aos deficientes acesso a todo material didático e livros utilizados em sala de aula. Graduado em 1976, Pistelli, ao relembrar a época em que esteve na faculdade, afirmou que os avanços tecnológicos não só vieram facilitar o aprendizado como são importantes ferramentas da inclusão. Ele, no entanto, ressaltou a necessidade de incentivo e atitude por parte dos próprios deficientes. Para Mara Regina Junqueira Franco, coordenadora do Projeto Laura e idealizadora da biblioteca, a inauguração do espaço é a concretização de um sonho não só dela, mas também dos deficientes visuais que são apoiados pelo projeto, bem como dos demais que se utilizam do espaço. Mara diz, ainda, que por acreditar que o aluno deficiente visual ou com qualquer outra deficiência depende de adequação de métodos, técnicas e materiais que favoreçam a compreensão dos conteúdos, é que nasceu a idéia dessa ação. “Os livros digitalizados e em Braille, nas bibliotecas UNIFEOB, são facilitadores, colaborando com a educação inclusiva diretamente ligada aos interessados, deficientes visuais. Esse material em MP3, livro falado, atende desde a bibliografia básica até a complementar do respectivo curso dos nossos alunos com deficiência visual”, explicou. Coordenador da organização de cegos espanhóis, Xavier Sabaté avalia como “uma luta constante” o desejo de que essas mesmas tecnologias não se convertam em uma nova barreira de comunicação para as pessoas cegas e deficientes visuais. “Se não estiverem desenhados para todos ou não conseguirmos adaptá-los para nosso uso, podemos correr o risco de que no futuro as tarefas que agora realizamos, com independência e autonomia, não mais possamos fazê-las sozinhos”, alertou. Univali desenvolve impressora A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) vem desenvolvendo ferramentas para a integração de portadores de necessidades especiais à sociedade. Entre os trabalhos desenvolvidos nessa área, está a construção de uma impressora em Braille. Em fase de desenvolvimento, o projeto teve financiamento aprovado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O protótipo ainda está sendo construído pela equipe, mas, desde já, há que se ressaltar o ineditismo da iniciativa, porque não existe no país um modelo nacional de impressora em Braille. “Nosso objetivo é chegar o mais próximo possível de uma impressora convencional”, comenta o coordenador do projeto, Alejandro Rafael Garcia Ramirez, professor dos cursos de Engenharia da Computação e do Mestrado em Computação Aplicada da Univali. O coordenador do Centro de Produção de Material Acessível da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC), Vitor Manuel Chaves, vê benefícios no desenvolvimento de tecnologias inclusivas e garante que a impressora revoluciona o acesso à cultura de todos os deficientes que utilizam o Braille. “Não há uma grande produção desse tipo de impressoras, infelizmente”, registra. Há uns quatro países, quando muito, que conseguem produzir e colocar à disposição esses equipamentos, porém os preços nem sempre são acessíveis à maioria das instituições e pessoas que utilizam o Braille, informa Chaves. O similar importado custa entre US$ 2 mil e US$ 15 mil. O custo final do produto nacional que será desenvolvido ainda não foi calculado, mas idealiza-se compatibilizar o preço ao de uma impressora convencional. Além do projeto da impressora em Braille, outros 509 projetos foram encaminhados à Fapesc. Desses, 308 foram O protótipo da impressora ainda está sendo construído pela equipe da Univali Como será a impressora Será como uma impressora comum. A diferença estará nos cabeçotes, que, ao invés de trabalhar com tintas, terá dispositivos que criarão relevos no papel seguindo o sistema Braille, um código em alto-relevo desenvolvido no século 19 por Louis Braille para permitir que portadores de deficiência visual pudessem ler. contemplados no edital pela comissão julgadora, sendo 52, da Univali. Os projetos aprovados estão divididos por área de conhecimento: 13, nas Ciências Exatas e da Terra; 12, nas Ciências Biológicas; 11, nas Ciências Sociais Aplicadas; 8, nas Ciências Humanas; 7, nas Ciências da Saú- de; e um nas Engenharias. O orçamento aprovado pela Fapesc para os 52 projetos foi de R$ 904.858,33. O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Gradua ção, Extensão e Cultura (ProPPEC), da Univali, professor Valdir Cechinel Filho, afirma que o pesquisador deve estar permanentemente em sintonia com a comunidade que o cerca, incluindo a acadêmica, a população, as associações, as instituições e o meio produtivo que, em última análise, interagem com a universidade e complementam o ciclo social em que estamos inseridos. “É dessa aproximação e conseqüente interação que surgem os diagnósticos das necessidades emergenciais, dos pontos em que a excelência do saber e a experiência podem ser determinantes, gerando aspectos positivos de interferência que acabam por transformar a realidade local, provocando melhorias na qualidade de vida da população que cerca a instituição”, pontua o pró-reitor. Setembro/Outubro - 2007 25 Trabalhos Comunitários Fisioterapia da Izabela Hendrix prioriza a formação para a saúde pública A Metodista de Minas, Izabela Hendrix, sai na frente e prepara seus alunos para o atendimento na saúde pública, principalmente os futuros profissionais de Fisioterapia. Desde 2005, a preparação se dá pelo estágio supervisionado, no qual os estudantes do 7º e 8º períodos precisam cumprir dois semestres acompanhando pacientes na região noroeste de Belo Horizonte. São três os locais com a presença de alunos (acompanhados de perto por um professor) do Centro Universitário: Posto de Saúde Cidade Ozanan, localizado no Bairro Dom Joaquim, Posto de Saúde da Família (PSF) Cidade Ozanan e Conjunto Santa Helena. As equipes de estagiários do Curso de Fisioterapia da Metodista prestam serviços como: acolhimento, atendimento individual no centro de saúde, em grupos operativos e visitas domiciliares. São serviços de acesso difícil para muitos dos usuários da saúde pública. A incorporação dos estudantes estagiários nas equipes do PSF possibilita um aprendizado diferenciado para os alunos, além de reduzir a demanda por atendimento no centro de saúde, fortalecendo a necessidade de se ter um fisioterapeuta compondo as equipes do PSF. Questão essa que, pelo menos, em Belo Horizonte, já está definida. Em 30 de janeiro deste ano, o prefeito Fernando Pimentel sancionou a Lei nº 117/06, que incorpora o fisioterapeuta às equipes de PSF. Essa lei, aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, em dezembro de 2006, é de autoria do vereador Ronaldo Gontijo. Na época de sua aprovação, mobilizou professores e alunos de diversas universidades e faculdades da capital, incluindo os da Metodista de Minas, que compareceram às galerias da Câmara para exigir a aprovação da proposta pelos vereadores. A lei amplia e humaniza o atendimento à saúde da população. Prova disso são os depoimentos dos pacientes atendidos 26 Setembro/Outubro - 2007 Contato entre o aluno e o usuário amplia o conhecimento A certeza de que o Estágio Supervisionado em Fisioterapia, proporcionado pela Metodista de Minas, é uma experiência importante na construção do fisioterapeuta é manifesta nas falas dos estagiários. “É a experiência mais importante, pois você consegue atender todas as áreas. Engloba Pediatria até Fisioterapia Respiratória”, explica Juliano Nogueira, aluno do 7º período. Ele ainda diz que o contato direto com o paciente, conhecer a casa, as condições de vida, tudo isso abre caminho para se estabelecer um tratamento mais eficaz. O contato com a realidade do paciente também é apontado pela estagiária e aluna do 8º período, Camila Laranjeira. “O estágio possibilita vivenciar uma realidade melhor que na clínica. Quando vamos à casa do paciente não trabalhamos só com reabilitação, mas com uma mudança de estilo de vida. Só de ter o contato já muda, afeta até o psíquico do paciente.” A importância de participar de um estágio dentro do Centro de Saúde e numa equipe do PSF também é única segundo os estagiários. “Não há outro estágio que nos possibilita conhecer a gestão pública em saúde. Você aprende que é preciso ter liderança, saber lidar com saúde pública”, defende Juliano Nogueira, sob a concordância de seus colegas Juliana Botelho e Vitor Alvarenga, ambos do 7º período. “Saímos daqui sabendo que os governos precisam adotar a visão de que contratar um fisioterapeuta é diminuir os gastos governamentais”, acrescenta Juliano Nogueira, referindo-se ao trabalho preventivo da Fisioterapia. pelas equipes de estagiários do Izabela Hendrix. É o caso de Rubens de Araújo, um senhor de 80 anos, que desde o início participa do Grupo Operativo. Ele diz que sua qualidade de vida melhorou muito. “Sou diabético e depois que me envolvi com a fisioterapia, melhorei 100%. Tenho praticamente uma vida normal, minha pressão deixou de subir”, comemora. Quando os alunos da Metodista de Minas encontram-se em férias, Rubens garante que faz os exercícios em casa e caminha, o que o ajuda a manter a forma. Mas para ele, além do auxílio na parte física, os alunos proporcionam outro tipo de atendimento: “Moralmente, eles são muito ligados à gente, nos ouvem. Estou até mais calmo”. Ele acrescenta: “Ninguém pode fi- car longe da fisioterapia, nem os novos. Ela é essencial para qualquer idade”, conclui com a propriedade da experiência. Mas a fisioterapia no PSF não é defendida apenas pelos pacientes. Agentes comunitários de saúde como Geyse Mara Souza Lima, há sete anos no posto, ressalta a importância de tê-los na equipe. “Antes dos estagiários era difícil, porque a gente tem os acamados. Não tínhamos o profissional e a área descoberta pelo posto ficava sem atendimento”, relembra. Para ela, a importância do fisioterapeuta vai além do atendimento específico. “É muito importante para a comunidade, ela gosta dos meninos (estagiários). Eles são aceitos por todos e também são muito carinhosos. Quando é preciso trocar de equipe, fazemos até festa para nos Estagiários de Fisioterapia prestam serviços e atendimentos individuais nos centro de saúde e por meio de visitas domiciliares Exercício e carinho: remédio para corpo e alma Quem acompanha uma sessão do Grupo Operativo chega a acreditar que não há hipertensão arterial, diabetes, obesidade, reabilitação funcional ou problemas com a saúde do trabalhador, da mulher e do idoso que resistam às aulas promovidas pelos estagiários. Descontraídos, mas levando os exercícios a sério, os alunos e alunas, alguns que já passaram do 75 anos, caminham e fazem exercícios para melhorar a marcha, o condicionamento, a coordenação motora, o equilíbrio postural e a flexibilidade. Tudo isso para aliviar as dores crônicas e prevenir as complicações já citadas acima e, assim, melhorar a qualidade de vida. Porém, não é só isso que essas sessões trazem. Quem diz é Neide Resende de Andrade, que começou a freqüentar o grupo em 2005, devido a problemas no joelho – artrose –, e Lesão por Esforço Repetitivo – LER –, no braço direito. “Melhorei 99%”, vai logo dizendo, quando perguntada sobre os benefícios da fisioterapia promovida pelos estagiários. E acrescenta, para explicar sua disposição e alegria. “Primeiramente, me senti amada e querida. Eles são carinhosos e atenciosos. Têm um carinho especial pela gente”. E mais: ela diz que os estagiários a ensinaram a caminhar novamente. “Hoje, consigo sentar e levantar, o que era minha maior dificuldade, além de descer e subir escadas”, comemora. Para Neide, a melhoria advinda com a fisioterapia não foi só na locomoção, a qualidade de vida também melhorou. “Hoje eu brinco, faço atividades. É uma outra vida. Aos 60 anos, sinto-me com 16. Não é só fisioterapia que os estagiários nos dão, há carinho e muita compreensão”, revela emocionada. despedir, pois criamos um vínculo muito forte”, conta ela. De acordo com o professor Peterson Marco, a prestação dos serviços de fisioterapia vem ao encontro de uma das maiores dificuldades relatadas pelos cuidadores de usuários, portadores de restrições funcionais que necessitam, principalmente, de cuidado com a alimentação e higiene. “A ruptura de barreiras funcionais é um desafio para a família, para os profissionais da saúde e para o serviço de atenção básica”, explica. “Este raciocínio fortalece os argumentos para a introdução do profissional de fisioterapia na equipe de Saúde da Família”, ressalta o professor. Segundo o professor Peterson Marco, a consolidação do SUS depende de ações na atenção básica da fisioterapia, pois essa profissão atua promovendo a integralidade com prevenção de lesões, doenças e incapacidades e na promoção da saúde e da funcionalidade. Além disso, ressalta ele, a fisioterapia reabilita precocemente o usuário. A relação que se estabelece entre o aluno e os usuários vai além do período do estágio supervisionado. É o que conta Helena Maria de Jesus Santos, que ainda recebe a visita de um estagiário, já formado, nas datas especiais. “Até presente de Natal para os meus netos ele traz”, conta. Moradora da Cidade Ozanan e atendida pelo Posto de Saúde da Família (PSF), Helena Maria de Jesus Santos, foi vitimada por complicações, devido à anestesia, na cesariana de seu último filho, há 37 anos. Ela perdeu os movimentos da perna, recuperados precariamente por um tempo, mas que, há 16 anos, a tornaram cadeirante e sofredora de dores fortes. O acompanhamento da equipe do PSF propiciou que ela pudesse voltar a trabalhar na confecção de tapetes, além de fazer os serviços de casa, como cozinhar, lavar, passar e limpar. As sessões, durantes as visitas do estagiário Sandro Hespanha, 7º período, são reforçadas por meio de exercícios que ela já aprendeu e executa sozinha, o que garante o controle da pressão arterial e maior mobilidade dos braços. Setembro/Outubro - 2007 27 Trabalhos Comunitários Hospital de Ensino da UCPel conquista o Troféu Bronze do Prêmio Qualidade RS O Hospital Universitário São Francisco de Paula, da Universidade Católica de Pelotas (HUSFP/UCPel), recebeu no dia 3 de julho o Troféu Bronze da 15ª Edição do Prêmio Qualidade RS. A premiação, concedida pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) pelo segundo ano consecutivo, demonstra o compromisso da instituição em oferecer bons serviços de saúde a mais de um milhão de habitantes da Zona Sul do Rio Grande do Sul. O caminho para se obter o aval do PGQP é longo, complexo e demanda esforço e envolvimento de todos os colaboradores das instituições concorrentes. Essa é uma das razões pela qual o HUSFP é a única instituição pelotense presente na lista das 96 empresas premiadas pelo programa neste ano. O Prêmio Qualidade RS é também uma forma de reconhecimento às organizações que mais se destacaram na busca pela melhoria contínua do seu sistema de gestão. Seu principal objetivo é analisar todas as estratégias de gerenciamento da organização por meio de uma avaliação externa, imparcial, que utiliza critérios reconhecidos internacionalmente. O prêmio foi recebido pelo reitor da UCPel, Alencar Mello Proença, o diretorgeral do HUSFP, o médico José Carlos Bachettini Júnior, e demais colaboradores do hospital em Porto Alegre. nossa organização, não responsabilizamos o sucesso apenas às máquinas ou aos investimentos em infra-estrutura. Foram também os colaboradores que, reunidos, conheceram, melhoraram e controlaram seus processos de trabalho”, disse Bachettini. Para o vice-diretor do hospital, o administrador Elói Tramontin, a qualidade é feita por Reitor Alencar Proença recebe o Troféu Bronze todos e para todos. Reconhecimento à gestão - A “Ela se dá desde o envolvimento do colaintenção do PGQP é fortalecer e capa- borador que trabalha na higienização até citar as organizações para o futuro, ao o médico que lida com a mais complexa disponibilizar ferramenta de gestão que das especialidades”, informou. A premiação motivou ainda copermite diagnosticar o estágio de desenvolvimento gerencial e planejar ações mentários dos líderes do programa. “É focadas no aperfeiçoamento contínuo. importante ver um hospital premiado Assim, possibilita-se uma análise de de- pelo Programa de Qualidade e Produsempenho em comparação às melhores tividade. Mas é muito mais importante práticas adotadas por organizações de ver um hospital de ensino, comunitário alta performance. “As pessoas foram a alcançar essa magnitude”, salientou Jorge base de nosso planejamento, pois não Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo podemos esquecer que passamos quase Gerdau, uma das maiores empresas brasidois anos desenvolvendo competências leiras com presença marcante no exterior, dentro de uma perspectiva de aprendiza- e presidente do Programa Gaúcho de do. Hoje, com os resultados positivos na Qualidade e Produtividade (PGQP). Qualidade a serviço da população O HUSFP tem a característica de ser o maior laboratório de ensino da Universidade Católica de Pelotas. Nele, não apenas os acadêmicos dos cursos vinculados à Escola de Saúde, mas também graduandos de outras habilitações têm a oportunidade de pôr em prática os ensinamentos recebidos em 28 Setembro/Outubro - 2007 sala de aula. Além disso, a população da zona sul do Rio Grande do Sul se beneficia da busca pela excelência do HUSFP. Dentre os serviços oferecidos estão Administração, Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Serviço Social, Psicologia e Farmácia. “O próprio mérito alcançado no Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) é resultado de um trabalho sério e permite evidenciar que o São Francisco é, sem favor algum, um hospital que atende à comunidade carente e que põe à disposição da mesma toda a sua moderna tecnologia”, destacou o reitor, Alencar Mello Proença. Projeto da Unisul abre espaço para o conhecimento popular N a sede da Associação Vida Verde, no bairro Monte Verde, em Florianópolis (SC), pessoas entram e saem durante todo o dia. Uma senhora chega com uma receita de xarope de guaco e agrião para o filho, outra quer um sabonete medicinal, uma outra ainda procura saber que planta usar para prevenir queda de cabelo. Ao final do mês, cerca de 1.500 pessoas passaram por ali, em busca de uma solução fitoterápica para seu problema. Ao presenciarem essa movimentação, as enfermeiras e fitoterapeutas Fátima Farias e Teresa Gaio se sentem felizes e gratificadas. Não é para menos. Ali está a comprovação do sucesso de uma das múltiplas facetas do amplo Projeto Linha Verde, desenvolvido por elas há quase seis anos. Professoras do Curso de Naturologia Aplicada da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Fátima e Teresa foram convidadas a desenvolver o projeto a partir da assessoria que as duas começaram a prestar em 2001 para a prefeitura de Águas Mornas, um município próximo de Florianópolis. Como elas já conheciam a comunidade por meio de trabalhos desenvolvidos anteriormente na Pastoral da Saúde, elas foram chamadas para capacitar agentes e profissionais da saúde no uso de fitoterápicos na rede pública de assistência à saúde. A idéia cresceu e englobou, também, assessorias que as professoras já prestavam em 11 outros municípios e três bairros de Florianópolis. Hoje, o projeto atende grupos específicos e, ainda, programas de educação ecopedagógica em escolas. “O objetivo é integrar a comunidade, resgatar saberes populares e levar o conhecimento científico sobre a utilização de plantas medicinais”, define Fátima. “É um trabalho de mão dupla. Procuramos recuperar o saber que a comunidade ainda conserva, para não deixá-lo desaparecer, e dar-lhe um suporte acadêmico, com o desenvolvimento de pesquisas que comprovem os resultados medicinais”, explica ela. Em cada local, o projeto adquire características próprias. No Monte Verde, O objetivo do projeto é integrar a comunidade, resgatar saberes populares e levar o conhecimento científico sobre a utilização de plantas medicinais por exemplo, existe uma oficina popular de fitoterapia, onde o trabalho de voluntárias resulta na fabricação de sabonetes, xaropes, cremes, gel e pomadas extraídas de plantas medicinais. Em assentamentos de sem-terra no município de Passos Maia, uma parceria do Linha Verde com a Universidade Solidária, Prefeitura e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mantém um programa permanente de capacitação dos assentados para incentivar a utilização da fitoterapia. O projeto também está em asilos, escolas e em comunidades indígenas. De acordo com os alunos envolvidos, é uma oportunidade para adquirir experiência na área da educação em saúde, em diferentes realidades. Há casos e mais casos de resultados positivos e de melhoria da qualidade de vida com a utilização de uma terapia natural, não agressiva, que trabalha a pessoa de forma integral. Mesmo assim, Fátima observa: “Sabemos que o fitoterápico não é a solução de tudo, temos a clareza para perceber até onde essa prática pode chegar”. Setembro/Outubro - 2007 29 L eitura Obrigatória Relacionamento na Era Digital Giz Editorial – Ivelise Fortim e Rosa Maria Farah (Orgs.) Livro organizado pelas psicólogas Ivelise Fortim e Rosa Maria Farah, do Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Informática da PUC-SP (NPPI). Voltada para o público em geral, a obra trata de temas como exposição e anonimato, games, amor na internet, sexo virtual, Second Life e Orkut. Os artigos são uma seleção dos textos produzidos pelo NPPI para o site www.vyaestelar. com.br, do UOL, cujo editor, Ângelo Medina, assina o prefácio do livro. “Além de auxiliar as pessoas a lidar com as novas tecnologias, este livro busca, de uma forma coloquial, mas com base acadêmica, desvendar os mecanismos dos fenômenos existentes nos mundos presencial e virtual que, cada vez mais, se ‘misturam’”, destaca Medina. Apoena: o Homem que Enxerga Longe Lílian Newlands (Org) – Editora UCG A obra enfoca a vida de um casal na floresta amazônica, em contato permanente com diversas tribos de Rondônia. Ele, Apoena Meirelles, sertanista conhecido no Brasil e no exterior, foi assassinado, em 2004. Sua primeira mulher, a antropóloga Denise Maldi, morreu de câncer em 1996. Seus amigos mais próximos também tiveram morte trágica: Possidônio Cavalcanti, jornalista, foi massacrado pelos índios Cinta-Larga, em 1971; Ari Dal Toe, piloto, caiu com seu bimotor, em 1981; e Zé Bell, outro sertanista, suicidou-se com um tiro, em 1982. Todos eram jovens, amavam a vida, viveram apaixonada e intensamente, talvez, alcançaram a felicidade, no momento de convivência com a mata e tiveram seus legados reconhecidos, apesar do final semelhante à tragédia grega. O livro foi organizado pela repórter e escritora Lílian Newlands, que conheceu o casal, acompanhou a sua vida e gravou inúmeros depoimentos que integram o texto. Aguinaldo Araújo Ramos também colabora com a fotografia e registra suas impressões em um dos capítulos. Existe, ainda, um poema dedicado a seu pai, escrito por Tainá Maldi Meirelles, filha mais velha do casal. O Herói na Sala de Aula Denise D’Aurea Tardeli – Editora Universitária Leopoldianum – UniSantos Com o objetivo de ensinar a professores e pais como utilizar o cinema de maneira educativa, a obra destaca que filmes como Harry Potter, Sherk e Homem Aranha podem ser mais do que diversão e ensinar lições de moral para crianças e jovens. Eles podem, se bem aplicados, ser instrumentos didáticos válidos para o aprendizado infantil. Segundo a autora, o cinema, antes de ser uma arte, é um espetáculo de extrema popularidade. No sentido pedagógico, a utilização do cinema como instrumento coadjuvante na formação ética de crianças e de jovens. “Os professores podem variar as discussões de acordo com as necessidades do conteúdo programático planejado, já que as possibilidades de trabalho com o filme são muitas”, registra Denise Tardeli. Instrumentos Contratuais de Gestão da Propriedade Intelectual Nivaldo dos Santos (Org.) – Fernanda Moi, Ludmilla Evelyn, Tássia Akemi de farias Araki, Viviana Hirata, Viviane Roberto da Silva Romeiro, Xerxes Frederico Andrade Echegaray – Editora UCG A publicação contém informações acerca dos principais instrumentos jurídicos relativos à proteção do conhecimento, tais como acordos de confidencialidade, contratos de transferência de tecnologia e demais contratos pertinentes. Como um dos intuitos da obra é divulgar um material prático capaz de difundir a importância inerente aos contratos que envolvem pesquisa e divulgação do conhecimento, o manual foi estruturado com textos explicativos sobre as cláusulas intrínsecas dos contratos discutidos, e em seguida, ele disponibiliza modelos que apresentam suporte à sistematização de informação, bem como as respectivas instruções quanto a forma de redigir, de maneira a abranger o máximo possível a tecnologia a ser protegida ou transferida. Assim, empresários e instituições poderão obter sólidos fundamentos para suas negociações. 30 Setembro/Outubro - 2007 Instituições filiadas Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MINAS) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Universidade Católica de Brasília (UCB) Universidade Católica de Goiás (UCG) Universidade Católica de Pelotas (UCPeL) Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Universidade Católica de Petrópolis (UCP) Universidade Católica do Salvador (UCSaL) Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) Universidade da Região da Campanha (URCAMP) Universidade de Caxias do Sul (UCS) Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) Universidade de Passo Fundo (UPF) Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) Universidade de Sorocaba (UNISO) Universidade do Sagrado Coração (USC) Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) Universidade Reg. do Noroeste do Est. do Rio G. do Sul (UNIJUÍ) Universidade Reg. Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Universidade Santa Úrsula (USU) Universidade São Francisco (USF) Centro Universitário Metodista Bennett (UniBENNETT) Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) Universidade Presbiteriana Mackenzie Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações (UNINCOR) Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) Centro Universitário São Camilo (São Camilo) Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) Centro Universitário da FEI Centro Universitário Fundação Santo André (FSA) Centro Universitário UNIVATES (UNIVATES) Centro Universitário FEEVALE (FEEVALE) Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL) Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB) Centro Universitário La Salle (UNILASALLE) Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ) Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC) Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) Centro Universitário Católico Auxilium (UniSALESIANO) Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV) Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Centro Universitário Franciscano do Paraná (UNIFAE) Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná (UNICS) (19) (31) (11) (41) (21) (51) (61) (62) (53) (81) (24) (71) (13) (67) (53) (54) (55) (54) (51) (15) (14) (51) (19) (55) (54) (21) (11) (21) (11) (12) (83) (11) (35) (47) (11) (48) (48) (11) (11) (51) (51) (19) (19) (51) (49) (49) (47) (55) (33) (18) (17) (31) (41) (46) SEPN - Quadra 516, Conjunto D 3756-7000 3319-4144 3670-8000 3271-1515 3114-1001 3320-3500 3356-9000 3227-1000 2128-8000 3216-4000 2244-4000 3324-7500 3205-5555 3312-3800 3242-8244 3218-2100 3321-1500 3316-8100 3717-7300 2101-7000 3235-7000 3591-1122 3124-1515 3332-0200 3522-1255 2554-2500 4034-8000 2557-1001 4366-5600 3947-1000 2106-9200 2114-8766 3239-1000 3461-9000 6169-4000 3431-2500 3621-3000 4353-2900 4979-3300 3714-7000 3586-8800 3471-9700 3634-3300 3476-8500 3321-8000 3251-1022 3341-7500 3220-1200 3279-5500 3636-4242 3405-9999 3330-7230 2105-4100 3263-8150 (Prédio do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras - CRUB) CEP: 70.770-524 - Brasília-DF Telefax: (61) 3349-3300 / 3347-4951 Associação Brasileira das Universidades Comunitárias www.abruc.org.br Associação Brasileira das Universidades Comunitárias SEPN - Quadra 516, Conjunto D (Prédio do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras - CRUB) CEP: 70 770-535 - Brasília-DF Telefax: (61) 3349-3300 / 3347-4951 Home page: www.abruc.org.br