AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DOS CONSUMOS DE ENERGIA ASSOCIADOS À VENTILAÇÃO Celestino Rodrigues Ruivo Área Departamental de Engenharia Mecânica, Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Algarve, 8000 Faro, Portugal – Tel. 289800100; Fax 289888405 RESUMO Em muitos locais climatizados bem como em muitos locais não climatizados é necessário prever uma certa renovação de ar, tanto para eliminar as substâncias poluentes produzidas internamente bem como para introduzir a quantidade suficiente de oxigénio para o ser humano poder respirar comodamente. O processo de renovação de ar pode ser feito através de sistemas de ventilação natural ou de ventilação mecânica. A manutenção das condições interiores dos espaços para garantir as condições de conforto térmico ao ser humano bem como a boa conservação dos bens materiais exige o recurso à utilização de sistemas de ar condicionado para remoção da carga térmica, na qual se inclui a parcela associada à ventilação. A previsão do consumo de energia associada à ventilação na fase de projecto do sistema de climatização com ventilação mecânica ou com ventilação natural exige a realização de uma simulação dinâmica do edifício e dos seus sistemas de climatização. Os resultados desta previsão dependerão pois do estado do ar exterior, do ar interior, do caudal de ar associado à ventilação, bem como da tipologia do próprio sistema de ar condicionado em causa. INTRODUÇÃO O cálculo das cargas térmicas de uma determinada zona de um edifício exige o conhecimento prévio de: - Condições interiores previstas para zona condicionada; - Condições interiores de espaços adjacentes não condicionados; - Condições exteriores climáticas; - Caracterização térmica da construção da envolvente opaca e transparente. A determinação das cargas térmicas é extremamente complexa e difícil de se poder realizar com elevado nível de precisão. Em termos práticos este tipo de cálculo apresenta sempre erros, mais ou menos significativos, em função do método de cálculo utilizado e do grau de precisão dos dados de partida. No que respeita à parcela da ventilação, os erros podem ter maior significado nos sistemas com ventilação natural devido à incerteza na caracterização da influência dos efeitos naturais associados ao vento e ao efeito de chaminé na renovação de ar. Quando a complexidade do edifício não é elevada, a determinação da carga térmica pode ser conseguida com recurso a uma simples folha de cálculo manual. Contudo, quando a complexidade do edifício se torna maior é conveniente apostar no desenvolvimento de uma folha de cálculo em computador, ou então utilizar um programa informático de cálculo de cargas térmicas existente no mercado que consiga tratar o problema com um mínimo de rigor. No que respeita à previsão do consumo de energia associado à necessidade de ventilar os espaços é importante conhecer o caudal de ar de ventilação, as condições interiores, as condições exteriores e a passagem ou não de ar entre zonas diferentes. Quando a ventilação é feita mecanicamente é necessário também ter em conta a tipologia do sistema de ventilação, nomeadamente quais os tipos de recuperadores instalados e quais as suas características de desempenho. CARGA TÉRMICA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO A carga térmica total de uma determinada zona de um edifício é a quantidade de calor que deve ser retirada ou colocada nessa mesma zona para que as condições interiores, temperatura e humidade relativa, não sofram variações significativas relativamente aos valores pretendidos. A carga térmica de cada zona depende das condições climáticas exteriores e das condições verificadas no interior da zona. A componente externa está associada às trocas de calor através da envolvente exterior: transmissão de calor através de paredes, tectos, pavimentos, envidraçados. A componente interna depende do calor gerado na zona, geralmente devido à utilização de equipamento diverso, à necessidade de iluminação artificial e à própria permanência das pessoas. Em muitos casos, a ventilação também constitui uma carga térmica da zona, nomeadamente quando o exterior entra directamente na zona com um estado diferente do estado higrométrico da zona. A carga térmica da zona também se pode dividir nas componentes sensível e latente. A componente sensível engloba todas as parcelas de origem interna e externa que impõem alterações na temperatura de interior caso esta não seja controlada. Por sua vez, a componente latente corresponde às parcelas, tanto de origem externa como de origem interna, que são responsáveis apenas por alterações no conteúdo de humidade quando não é feito o controlo desta variável. No cálculo da carga térmica é usual considerar valores das condições interiores representativas do estado higrométrico constantes, sabendo-se à partida que na maior parte dos casos os espaços climatizados irão ter apenas controlo de temperatura, sendo o conteúdo de humidade variável em função da evolução das diferentes parcelas da componente latente da carga térmica e também da evolução dos processos básicos de ar condicionado que ocorrem no sistema de climatização. Assim, nestes casos a avaliação do consumo de energia por parte do sistema de climatização para remover a carga térmica associada à ventilação não pode ser feita de forma isolada. A avaliação deve resultar da simulação conjunto do sistema de climatização e do comportamento térmico de cada zona climatizada. A figura 1 ilustra um esquema de um sistema de climatização composto por várias zonas climatizadas com uma unidade terminal em cada zona sendo a renovação de ar dos espaços feita por ventilação natural. A unidade terminal tem por função controlar a temperatura da zona a que diz respeito. Os sistemas de climatização mais comuns obedecendo a esta tipologia são os sistema tudo água, tudo fluido frigorigéneo e tudo eléctrico. No caso dos sistemas tudo água, as unidades terminais mais comuns são os ventilo-convectores e os radiadores, sendo que estes últimos apenas são utilizados no modo de aquecimento. Relativamente aos sistemas tudo fluido frigorigéneo as unidades terminais são as unidades interiores dos sistemas split, sistemas multi-split e sistemas de caudal de fluido frigorigéneo variável. A ventilação de cada um destes espaços é feita em separado estando o caudal de ventilação destes espaços dependente dos efeitos do vento e de chaminé e das aberturas fixas e reguláveis existentes para a entrada do ar novo e saída do ar viciado. Neste tipo de instalações em que apenas a temperatura de cada zona é controlada podem surgir problemas na situação de aquecimento nas regiões onde o clima é mais seco pelo facto do valor de humidade relativa verificado no interior dos espaços ser inferior ao mínimo recomendável. Tal situação pode ser atenuada se for utilizado um sistema de humidificação em cada zona. Caso se comprove que não é necessário proceder à humidificação, o consumo de energia associado ao sistema de climatização na época de aquecimento deve-se apenas aos processos de aquecimento sensível que ocorrem nas unidades terminais e obviamente também ao calor perdido no transporte do fluido de transferência utilizado bem como na sua veiculação. Figura 1- Sistema de climatização de várias zonas com ventilação natural A figura 2 ilustra um esquema de um sistema de climatização composto por duas zonas climatizadas com uma unidade terminal em cada uma destas zonas e uma zona intermédia não climatizada. Neste caso, a ventilação dos diversos espaços está interligada, devendo o ar entrar nas zonas principais e sair nas zonas de serviço, estando mais uma vez o caudal de renovação de ar dos espaços dependente dos efeitos de chaminé e do vento bem como do tipo e área das aberturas para a entrada e saída de ar em cada zona. O consumo de energia associado à ventilação depende das condições de entrada e de saída do ar de ventilação em cada uma das zonas. Figura 2- Sistema de climatização de várias zonas com ventilação natural A figura 3 ilustra um esquema de um sistema de climatização composto por várias zonas climatizadas com uma unidade terminal em cada zona, sendo a renovação de ar dos espaços assegurada por uma unidade de tratamento de ar novo (UTAN), cuja configuração mais simples corresponde ao caso em que apenas se processa a filtragem do ar exterior, a distribuição pelas diferentes zonas e a exaustão do ar viciado. Nesta configuração mais simples, as unidades interiores em cada zona são responsáveis pela remoção da carga térmica de cada zona e também da carga térmica do ar novo. Caso a unidade de tratamento de ar novo contenha no seu interior módulos com equipamentos de ar condicionado, tais como baterias, humidificadores e recuperadores de calor, o ar novo pode ser distribuído por todas as zonas com um estado próximo do pretendido para o ambiente interior de cada zona. Nestes casos, as unidades interiores podem ter uma dimensão menor, uma vez que a carga térmica a remover é menor porque a parcela associada à ventilação é removida nos equipamentos da UTAN. Neste tipo de instalações é importante tirar partido do módulo de humidificação na UTAN para evitar os problemas derivados da ocorrência de valores de humidade relativa relativamente baixos no interior de cada zona nas regiões mais secas durante a época de aquecimento. No caso de unidade terminal corresponder a uma superfície arrefecida, de que é exemplo o caso mais comum o sistema de tecto arrefecido, é importante na época de arrefecimento proceder-se à desumidificação do ar novo na UTAN para que a humidade relativa do ar interior de cada zona seja inferior ao valor máximo recomendável e para que não haja formação de condensados na superfície arrefecida. UTAN Figura 3- Sistema de climatização de várias zonas com ventilação mecânica Na fase de cálculo da carga térmica de uma zona, mesmo com programas de simulação dinâmica mais avançados tais como o programa Energy Plus, é comum admitir-se que a zona ocupada está completamente misturada, sendo caracterizada apenas por um sistema termodinâmico composto por um único volume de controlo. Qualquer dos modos dependendo do modo como se processa a difusão de ar no espaço é sabido que poderão haver gradientes mais ou menos significativos de temperatura e de velocidade. Como este aspecto normalmente não é tido em conta devido à complexidade da análise do problema, a carga térmica através da envolvente ao depender das trocas de calor por convecção e por radiação nas superfícies internas faz com que a sua avaliação seja feita com um grau de incerteza desconhecido. Tendo em conta as simplificações comuns, a carga térmica global associada à renovação de ar da zona i é calculada do seguinte modo: Q& i = m& vent ,i × ( hent ,i − hint ,i ) onde (1) m& vent ,i representa o caudal mássico de ar seco associado ao escoamento de ar húmido utilizado na renovação da zona i, hent ,i representa a entalpia do ar exterior referida à unidade de massa de ar seco e hint ,i a entalpia do ar interior da zona i referida também à unidade de massa de ar seco. Os valores de entalpia do ar húmido hext ,i e hint ,i são normalmente estimados a partir dos valores da temperatura t e do conteúdo de humidade do ar húmido w através da seguinte expressão: h = 1005 × t + w ( 2501000 + 1820 × t ) (2) sendo as unidades de t (ºC), de w (kg/kg ar seco) e de h (J/kg ar seco). A componente sensível da carga térmica associada à renovação de ar da zona i é calculada do seguinte modo: Q& s ,i = m& vent ,i × c p ( tent ,i − tint ,i ) onde as variáveis (3) tent ,i e tint ,i representam as temperaturas, respectivamente, no ar de entrada e no ar interior da zona i. A variável c p representa o calor específico do ar húmido referido à unidade de massa de ar seco e é normalmente estimada do seguinte modo: c p = 1005 + w × 1820 (4) em que w é o valor médio do conteúdo de humidade do ar, sendo prática corrente a consideração de um valor constante e aproximado para o calor específico de 1010 J/(kg ar seco ºC). A componente latente da carga térmica associada à renovação de ar da zona i está associada à necessidade de humidificação ou de desumidificação do ar novo para que este fique com o mesmo conteúdo de humidade do ar da zona i. A taxa de vapor de água envolvida neste processo é calculada do seguinte modo: m& vap ,i = m& vent ,i × ( went ,i − wint ,i ) onde (5) went ,i e wint ,i representam os conteúdos de humidade do ar referidos à unidade de massa de ar seco respectivamente no ar de entrada e no ar interior da zona i. A componente latente da carga térmica correspondente avalia-se, por exemplo, através de: Q& l ,i = Q& i − Q& s ,i = m& vent ,i × ( hent ,i − hint ,i ) − c p ( tent ,i − tint ,i ) . (6) A convenção adoptada na escrita da formulação anterior pressupõe que os valores positivos das carga correspondem a ganhos por parte do ar ambiente da zona que o sistema de climatização deverá remover. O caudal de ar de ventilação que é necessário insuflar em cada zona é normalmente ditado pela necessidade de remoção da carga poluente, estando assim garantida, na maior parte dos casos a renovação de ar para que a concentração em oxigénio seja a adequada para proporcionar um processo de respiração cómodo ao ser humano. Como no interior dos espaços pode haver uma grande diversidade de poluentes com concentrações máximas admissíveis e taxas de libertação diferentes é extremamente difícil fazer uma avaliação rigorosa bem representativa do que se irá passar na realidade durante a exploração dos diferentes espaços de um edifício. Assim sendo, na fase de projecto de um sistema de climatização é prática corrente, dependendo do tipo de espaço, adoptar um caudal de ventilação em função do número de ocupantes, da área ou simplesmente atribuindo um número de renovações de ar por hora. Normalmente não é feita qualquer correcção ao caudal volúmico de ar de ventilação relativamente à temperatura, ao conteúdo de humidade e à altitude do local. A taxa de renovação de ar é normalmente expressa em caudal volúmico, sendo usual adoptar-se um valor da ordem de 30 m3/h por ocupante em locais onde não é permitido fumar. É pois importante, com base nos conhecimentos de fisiologia humana, saber como o sistema de respiração humano se comporta em locais com pressões significativamente & vent ,i diferentes da pressão atmosférica de 101325 Pa. Qualquer dos modos, o caudal mássico de ar seco m relaciona-se com o caudal volúmico m& vent ,i = ρ × V&vent . V&vent do seguinte modo: (7) em que ρ não representa a massa específica do ar húmido, mas sim a concentração de ar seco (kg/m3). O problema que se levanta nesta fase consiste em saber qual o valor da concentração de ar seco a considerar no cálculo. O procedimento habitual consiste em considerar os valores de caudal volúmico determinados por métodos de cálculo indicados na literatura ou simplesmente obtidos por consulta directa de tabelas indicadas na literatura enquanto para a variável ρ devem ser utilizados os valores da massa específica do ar seco referente às condições de atmosfera padrão para a altitude do local em questão. Segundo a ASHRAE [1] os valores a usar são os que se apresentam na tabela 1. Tabela1- Caracterização da atmosfera padrão a diversas altitudes. Altitude (m) -500 0 500 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 Temperatura (ºC) 18.2 15.0 11.8 8.5 2.0 -4.5 -11.0 -17.5 -24.0 -30.5 -37.0 -43.5 -50.0 Pressão atmosférica (Pa) 107478 101325 95461 89874 79495 70108 61640 54020 47181 41061 35600 30742 26436 Massa específica do ar seco (kg/m3) 1.285 1.225 1.167 1.112 1.006 0.909 0.819 0.736 0.660 0.590 0.525 0.466 0.413 Nas instalações com sistemas de ventilação natural, as variações de caudal são difíceis de contabilizar porque a análise dinâmica da influência do vento e do efeito de chaminé no caudal de ar de renovação é relativamente complexa. No caso das instalações com sistemas de ventilação mecânica, o caudal de renovação de ar pode ser constante ou variável em função da carga poluente interna que ocorre no interior dos espaços. No caso das instalações com sistemas de ventilação natural representados nas figuras 1 e 2, o consumo de energia associada à carga térmica de ventilação depende pois do caudal de renovação e dos estados do ar de ventilação à entrada e à saída de cada zona. No caso das instalações da figura 3, o consumo de energia depende também destas mesmas variáveis mas também das alterações de estado que ocorrem na UTAN. Em qualquer dos casos é pois imprescindível saber caracterizar as evoluções do estado higrométrico do ar exterior e do estado do ar interior em cada zona. A evolução no ar interior normalmente não apresenta amplitudes de variação tão grandes quanto as que se verificam no exterior. Qualquer dos modos é importante prever a evolução do estado higrométrico do ar interior uma vez que na maior parte dos casos a humidade relativa não é controlada e também pelo facto de em muitas horas a unidade terminal de uma ou mais zonas poderão estar fora de serviço ou operando com pontos de ajuste variáveis no tempo. Tal análise não é fácil de levar a cabo porque exige a simulação dinâmica da unidade terminal conjuntamente com o comportamento térmico da zona a ela associada. A evolução no ar exterior ao apresentar uma amplitude muito significativa influencia de forma significativa o consumo de energia numa instalação de climatização, embora em certas horas se possa tirar partido do ar exterior para promover o arrefecimento gratuito das zonas. A informação climática do local em questão é pois fundamental para a análise do problema em questão. Todavia nem sempre os dados climáticos disponíveis se adequam ao caso em questão devendo o projectista ser o responsável pelo conjunto de dados que deve considerar no dimensionamento dos equipamentos de climatização e na análise da previsão do consumo de energia por parte do sistema de climatização. Com este intuito, apresenta-se de seguida uma metodologia para realizar a previsão das evoluções horárias da temperatura exterior ( φ =t) e do conteúdo de humidade do ar exterior ( φ =w), para os diferentes dias do ano através da utilização da seguinte expressão genérica: φ (τ ) = αφ (τ ) onde τ αφ (τ ) ∆φ +φ 2 em (h) representa a hora do dia, (8) ∆φ a amplitude média diária, φ o valor médio da variável φ e a variável que impõe a evolução aproximadamente sinusoidal da variável φ em cada ciclo diário. Esta variação sinusoidal pode ser estimada do seguinte modo: αφ (τ ) = cos( F1φ (τ + F 3φ ) + F 2φ (9) As variáveis F1φ , F 2φ e F 3φ assumem valores de modo a que o perfil de evolução diária da variável φ seja próximo do real, nomeadamente no que respeita aos instantes em que a variável, temperatura ( φ =t) ou conteúdo de humidade ( φ =w), assume os valores máximo e mínimo. Para estimar a evolução da temperatura poder-se-ão utilizar as seguintes expressões para o cálculo de F1φ , F 2φ e F 3φ . π 14π ; F 3t = 24 F1t = τ + 10 ; F 2t = τ + 10 ns ns ( 2τ ns − 14 ) π π ; F 2t = − ; F 3t = 0 F1t = τ τ 14 14 − − ns ns π 14π ; F 2t = ; F 3t = 0 F1t = τ ns + 10 τ ns + 10 A variável τ ns se 0 ≤ τ < τ ns se τ ns ≤ τ < 14 (10) se 14 ≤ τ < 24 . representa o instante em que o sol nasce, sendo estimada a partir da seguinte expressão: τ ns = 12 − arcos ( -tg ( Dec ) tg ( Lat ) ) 15 . (11) em que as variáveis Dec e Lat em radianos representam respectivamente a declinação e a latitude. A declinação relaciona-se com o número do dia do ano ou dia Juliano ND do seguinte modo: Dec = 23.5 − 2π ( ND + 284 ) sen 180 365.25 π (12) Relativamente à evolução da humidade do ar exterior é prática corrente admitir nos dias de Verão sem formação de orvalho um valor constante para o conteúdo de humidade. Nos dias em que o conteúdo de humidade não é constante, de que é exemplo um dia típico de Inverno, o conteúdo de humidade assume o valor máximo quando a temperatura é máxima e o valor mínimo quando a temperatura é mínima. As diferenças entre os valores máximo e mínimo do conteúdo de humidade são maiores nos dia de Inverno, aparentando ser uma boa hipótese de simplificação considerar, ainda que com alguma aproximação, α w (τ ) = α t (τ ) . O algoritmo de cálculo da carga térmica associado à ventilação tendo por base a metodologia exposta anteriormente pode ser implementado com relativa facilidade em folhas de cálculo do EXCEL apenas nos casos em que abordagem pode ser simplificada, sendo o utilizador responsável pela introdução de um conjunto de dados relativamente pequeno. Os casos mais simples de tratar são pois aqueles em que o caudal de ventilação e as condições interiores se podem admitir constantes e apenas se justifique a análise de um dia representativo de cada mês, devendo o utilizador apenas definir: - Altitude e latitude do local - Caudal de ventilação - Temperatura máxima e a temperatura mínima do ar exterior para cada dia típico do mês - Cont. de humidade máximo e o cont. de humidade mínimo do ar exterior para cada dia típico do mês - Temperatura do ar interior em cada dia típico do mês - Cont. de humidade do ar interior em cada dia típico do mês Os valores da carga térmica sensível e latente de ventilação em cada instante assim calculados num caso prático e as características dos equipamentos de climatização, nomeadamente dos equipamentos que compõem a unidade de tratamento de ar novo, são dados fundamentais para a realização da análise dos processos psicrométricos que ocorrem nos equipamentos com vista à análise do desempenho do sistema e à avaliação do consumo de energia associado à ventilação. ENERGIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO – EXEMPLO DE UM CASO DE ESTUDO É apresentado em seguida um simples exemplo de um caso de estudo com vista à avaliação simplificada da energia associada à carga térmica de ventilação dos espaços que o sistema de climatização integrando um sistema de ventilação mecânica dever retirar ou fornecer ao ar. O sistema em causa está representado na figura 4. UTAN Figura 4- Sistema de climatização de várias zonas com ventilação mecânica As unidades terminais controlam apenas a temperatura do ar das zonas ocupadas. Neste exemplo admite-se que os valores de temperatura são iguais em todos os espaços. A unidade de tratamento de ar novo tem por função nos meses mais frios e mais secos promover o aquecimento do ar novo quando a temperatura do ar exterior está abaixo da temperatura interior dos espaços e promover a humidificação quando o ar exterior apresenta um conteúdo de humidade inferior a um valor mínimo. Nos meses mais quentes e mais húmidos a unidade de tratamento de ar novo promove o arrefecimento do ar novo quando a temperatura do ar exterior está acima da temperatura interior dos espaços e promove a desumidificação do ar novo quando o ar exterior apresenta um conteúdo de humidade superior a um valor máximo. Os valores máximo e mínimo do conteúdo de humidade a considerar devem ter em linha de conta as condições de bem estar exigidas pelo ser humano, ou seja, a humidade relativa no interior dos espaços deve estar compreendida entre 35% e 65%, e ao mesmo tempo os valores considerados devem também propiciar a utilização mais racional possível da energia por parte do sistema de climatização. O caso de estudo corresponde a um edifício localizado a 40ºN de latitude e a 400 m de altitude, sendo a pressão atmosférica de 96628.8 Pa e a massa específica padrão do ar seco estimada em 1.144 kg/m3 (ver tabela 1). O volume total de todos os espaços climatizados é de 3000 m3, sendo estes ventilados à taxa de uma renovação por hora, ou seja, o caudal de ar novo tratado na UTAN de ar novo cifra-se em 3000 m3/h. A evolução do estado higrométrico do ar exterior no dia típico de cada mês foi gerada tendo em conta a formulação apresentada anteriormente e os dados da tabela 2. Para efeitos de cálculo da carga térmica foram considerados valores constantes de temperatura e de humidade relativa do ar interior ao longo do dia típico de cada mês, os quais também estão indicados na tabela 2. A tabela 3 indica os valores de temperatura e de humidade relativa que ditam o funcionamento dos equipamentos da UTAN, nos meses mais frios e mais secos o ar novo à saída da UTAN é distribuído pelos diferentes espaços com uma temperatura igual ou superior à temperatura do ar interior e a humidade relativa igual ou superior a um valor mínimo enquanto nos meses mais quentes e mais húmidos o ar novo é distribuído a uma temperatura inferior ou igual à temperatura do ar interior e a humidade relativa é inferior ou igual ao a um valor máximo. Com este procedimento é assim possível avaliar as reais necessidades de aquecimento e de humidificação nos meses mais frios e mais secos bem como as reais necessidades de arrefecimento e de desumidificação do ar novo nos meses mais quentes e mais húmidos. A evolução do estado higrométrico do ar exterior ao longo do dia típico de cada mês está caracterizada graficamente nas figuras 5 e 6, respectivamente para a temperatura e para o conteúdo de humidade. Do cálculo de cargas térmicas obtiveram-se as parcelas sensível e latente da carga térmica associada à ventilação que se indicam na tabela 5. Como já foi referido anteriormente, estes valores não correspondem às reais necessidades de aquecimento e de arrefecimento bem como de humidificação e de desumidificação. Assim, tendo em conta a estratégia de funcionamento o procedimento de cálculo adoptado conduz às necessidades indicadas na tabela 6. Tabela 2- Ar exterior e ar interior Ar exterior Ar interior Mês Temperatura máxima (ºC) Temperatura mínima (ºC) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 10 11 13 18 24 27 33 33 27 24 19 12 2 3 5 10 15 18 21 21 18 15 10 4 Humidade relativa máxima (%) 100 100 100 91 91 83 81 79 83 93 100 100 Humidade relativa mínima (%) 65 62 58 54 52 48 40 39 48 53 57 61 Temperatura (ºC) Humidade relativa (%) 20 20 21 22 23 24 25 25 24 22 21 20 35 35 40 45 50 55 60 60 55 50 40 35 Tabela 3- Valores mínimos e máximos da temperatura e da humidade relativa do ar novo à saída da UTAN Mês Tipo de mês Temperatura mínima (ºC) Temperatura máxima (ºC) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Frio e seco Frio e seco Frio e seco Frio e seco Quente e húmido Quente e húmido Quente e húmido Quente e húmido Quente e húmido Frio e seco Frio e seco Frio e seco 20 20 21 22 -----22 21 20 ----23 24 25 25 24 ---- Humidade relativa mínima (%) 30 30 30 30 -----30 30 30 Humidade relativa máxima (%) ----65 65 65 65 65 ---- 35 Jan 30 Fev Mar Abr Mai Jun Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 0 0 4 8 12 16 20 24 Hora (a) 35 Jul Ago Set Out Nov Dez 30 Temperatura (ºC) 25 20 15 10 5 0 0 4 8 12 16 20 24 Hora (b) Figura 5- Evolução da temperatura do ar exterior: a) Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho; b) Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro 0.014 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Conteúdo de humidade (kg/kg) 0.012 0.010 0.008 0.006 0.004 0 4 8 12 16 20 24 Hora (a) 0.014 Conteúdo de humidade (kg/kg) 0.012 0.010 0.008 Jul Ago Set Out Nov Dez 0.006 0.004 0 4 8 12 16 20 24 Hora (b) Figura 6- Evolução do conteúdo de humidade do ar exterior: a) Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho; b) Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro Tabela 4- Cargas térmicas associadas à ventilação Jan Fev Mar Hora Qsen Qlat Qsen Qlat Qsen Qlat 1 -14.4 -1.2 -13.7 -0.6 -13.0 -2.0 2 -15.0 -1.4 -14.3 -0.7 -13.6 -2.0 3 -15.6 -1.5 -14.9 -0.8 -14.2 -2.0 4 -16.2 -1.6 -15.4 -0.8 -14.7 -2.0 5 -16.6 -1.6 -15.8 -0.9 -15.0 -2.0 6 -16.9 -1.7 -16.1 -0.9 -15.3 -2.0 7 -17.2 -1.7 -16.3 -0.9 -15.3 -2.0 8 -17.2 -1.8 -16.2 -0.9 -15.1 -2.0 9 -17.0 -1.7 -15.7 -0.9 -14.2 -2.0 10 -16.0 -1.5 -14.5 -0.7 -13.0 -2.0 11 -14.5 -1.2 -13.0 -0.6 -11.5 -2.0 12 -12.7 -0.9 -11.4 -0.4 -10.0 -2.0 13 -11.1 -0.6 -9.9 -0.2 -8.8 -2.0 14 -10.0 -0.4 -9.0 -0.1 -8.0 -2.0 15 -9.6 -0.4 -8.6 -0.1 -7.7 -2.0 16 -9.6 -0.4 -8.7 -0.1 -7.7 -2.0 17 -9.8 -0.4 -8.9 -0.1 -8.0 -2.0 18 -10.1 -0.5 -9.2 -0.1 -8.3 -2.0 19 -10.6 -0.5 -9.7 -0.2 -8.8 -2.0 20 -11.1 -0.6 -10.2 -0.3 -9.4 -2.0 21 -11.7 -0.7 -10.8 -0.3 -10.0 -2.0 22 -12.3 -0.9 -11.5 -0.4 -10.7 -2.0 23 -13.0 -1.0 -12.2 -0.5 -11.5 -2.0 24 -13.7 -1.1 -12.9 -0.6 -12.2 -2.0 Abril Qsen Qlat -9.4 -1.2 -10.1 -1.2 -10.6 -1.2 -11.1 -1.2 -11.4 -1.2 -11.5 -1.2 -11.4 -1.2 -10.8 -1.2 -9.9 -1.2 -8.6 -1.2 -7.2 -1.2 -5.9 -1.2 -4.8 -1.2 -4.1 -1.2 -3.8 -1.2 -3.9 -1.2 -4.2 -1.2 -4.5 -1.2 -5.0 -1.2 -5.7 -1.2 -6.4 -1.2 -7.1 -1.2 -7.9 -1.2 -8.7 -1.2 Mai Qsen Qlat -5.6 2.3 -6.3 2.3 -6.9 2.3 -7.4 2.3 -7.6 2.3 -7.7 2.3 -7.3 2.3 -6.5 2.3 -5.3 2.3 -3.9 2.3 -2.5 2.3 -1.1 2.3 0.0 2.3 0.7 2.3 1.0 2.3 0.9 2.3 0.6 2.3 0.1 2.3 -0.5 2.3 -1.2 2.3 -2.1 2.3 -3.0 2.3 -3.9 2.3 -4.8 2.3 Qsen -3.8 -4.5 -5.1 -5.5 -5.7 -5.7 -5.3 -4.4 -3.2 -1.9 -0.4 0.9 2.0 2.6 2.9 2.8 2.5 2.0 1.4 0.6 -0.3 -1.2 -2.1 -3.0 Jun Qlat 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 Tabela 4 (cont.) Jul Ago Set Out Nov Dez Hora Qsen Qlat Qsen Qlat Qsen Qlat Qsen Qlat Qsen Qlat Qsen Qlat 1 -1.1 1.8 -0.7 1.0 -3.1 1.1 -3.7 4.1 -7.3 3.8 -12.4 0.2 2 -2.1 1.8 -1.7 1.0 -3.8 1.1 -4.5 4.1 -8.1 3.8 -13.0 0.1 3 -2.9 1.8 -2.6 1.0 -4.5 1.1 -5.1 4.1 -8.7 3.7 -13.6 0.1 4 -3.4 1.8 -3.2 1.0 -5.0 1.1 -5.7 4.1 -9.3 3.7 -14.2 0.0 5 -3.8 1.8 -3.6 1.0 -5.4 1.1 -6.2 4.1 -9.8 3.7 -14.6 0.0 6 -3.8 1.8 -3.8 1.0 -5.7 1.1 -6.5 4.1 -10.2 3.7 -15.0 0.0 7 -3.3 1.8 -3.7 1.0 -5.8 1.1 -6.7 4.1 -10.4 3.7 -15.2 -0.1 8 -2.3 1.8 -2.8 1.0 -5.4 1.1 -6.7 4.1 -10.5 3.7 -15.3 -0.1 9 -0.7 1.8 -1.3 1.0 -4.5 1.1 -6.0 4.1 -10.3 3.7 -15.2 -0.1 10 1.2 1.8 0.6 1.0 -3.1 1.1 -4.7 4.1 -9.1 3.7 -14.3 0.0 11 3.1 1.8 2.6 1.0 -1.4 1.1 -3.0 4.1 -7.4 3.8 -12.8 0.2 12 4.9 1.8 4.6 1.0 0.2 1.1 -1.2 4.1 -5.4 3.8 -11.0 0.3 13 6.4 1.8 6.2 1.0 1.6 1.1 0.4 4.1 -3.6 3.9 -9.3 0.5 14 7.3 1.8 7.3 1.0 2.5 1.1 1.5 4.1 -2.4 3.9 -8.1 0.6 15 7.7 1.8 7.7 1.0 2.9 1.1 1.9 4.1 -1.9 4.0 -7.7 0.6 16 7.5 1.8 7.5 1.0 2.8 1.1 1.8 4.1 -2.0 4.0 -7.7 0.6 17 7.2 1.8 7.2 1.0 2.5 1.1 1.6 4.1 -2.2 3.9 -7.9 0.6 18 6.5 1.8 6.6 1.0 2.1 1.1 1.2 4.1 -2.5 3.9 -8.2 0.6 19 5.7 1.8 5.8 1.0 1.6 1.1 0.7 4.1 -3.0 3.9 -8.6 0.5 20 4.7 1.8 4.9 1.0 1.0 1.1 0.1 4.1 -3.6 3.9 -9.1 0.5 21 3.6 1.8 3.8 1.0 0.2 1.1 -0.6 4.1 -4.3 3.9 -9.7 0.4 22 2.4 1.8 2.7 1.0 -0.6 1.1 -1.3 4.1 -5.0 3.9 -10.3 0.4 23 1.2 1.8 1.5 1.0 -1.4 1.1 -2.1 4.1 -5.8 3.8 -11.0 0.3 24 0.0 1.8 0.4 1.0 -2.3 1.1 -2.9 4.1 -6.5 3.8 -11.7 0.3 Tabela 5- Valores de potência térmicas associadas aos processos de aquecimento, arrefecimento (Qsen), humidificação e desumidificação (Qlat) do ar novo na UTAN Hora 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Jan Qsen Qlat -14.4 0.0 -15.0 0.0 -15.6 0.0 -16.2 0.0 -16.6 0.0 -16.9 0.0 -17.2 0.0 -17.2 0.0 -17.0 0.0 -16.0 0.0 -14.5 0.0 -12.7 0.0 -11.1 0.0 -10.0 0.0 -9.6 0.0 -9.6 0.0 -9.8 0.0 -10.1 0.0 -10.6 0.0 -11.1 0.0 -11.7 0.0 -12.3 0.0 -13.0 0.0 -13.7 0.0 Fev Qsen Qlat -13.7 0.0 -14.3 0.0 -14.9 0.0 -15.4 0.0 -15.8 0.0 -16.1 0.0 -16.3 0.0 -16.2 0.0 -15.7 0.0 -14.5 0.0 -13.0 0.0 -11.4 0.0 -9.9 0.0 -9.0 0.0 -8.6 0.0 -8.7 0.0 -8.9 0.0 -9.2 0.0 -9.7 0.0 -10.2 0.0 -10.8 0.0 -11.5 0.0 -12.2 0.0 -12.9 0.0 Mar Qsen Qlat -13.0 0.0 -13.6 0.0 -14.2 0.0 -14.7 0.0 -15.0 0.0 -15.3 0.0 -15.3 0.0 -15.1 0.0 -14.2 0.0 -13.0 0.0 -11.5 0.0 -10.0 0.0 -8.8 0.0 -8.0 0.0 -7.7 0.0 -7.7 0.0 -8.0 0.0 -8.3 0.0 -8.8 0.0 -9.4 0.0 -10.0 0.0 -10.7 0.0 -11.5 0.0 -12.2 0.0 Abril Qsen Qlat -9.4 0.0 -10.1 0.0 -10.6 0.0 -11.1 0.0 -11.4 0.0 -11.5 0.0 -11.4 0.0 -10.8 0.0 -9.9 0.0 -8.6 0.0 -7.2 0.0 -5.9 0.0 -4.8 0.0 -4.1 0.0 -3.8 0.0 -3.9 0.0 -4.2 0.0 -4.5 0.0 -5.0 0.0 -5.7 0.0 -6.4 0.0 -7.1 0.0 -7.9 0.0 -8.7 0.0 Mai Qsen Qlat 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.7 0.0 1.0 0.0 0.9 0.0 0.6 0.0 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Qsen 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.9 2.0 2.6 2.9 2.8 2.5 2.0 1.4 0.6 0.0 0.0 0.0 0.0 Jun Qlat 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Ago Qsen Qlat 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.6 0.0 2.6 0.0 4.6 0.0 6.2 0.0 7.3 0.0 7.7 0.0 7.5 0.0 7.2 0.0 6.6 0.0 5.8 0.0 4.9 0.0 3.8 0.0 2.7 0.0 1.5 0.0 0.4 0.0 Set Qsen Qlat 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.2 0.0 1.6 0.0 2.5 0.0 2.9 0.0 2.8 0.0 2.5 0.0 2.1 0.0 1.6 0.0 1.0 0.0 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Out Qsen Qlat -3.7 0.0 -4.5 0.0 -5.1 0.0 -5.7 0.0 -6.2 0.0 -6.5 0.0 -6.7 0.0 -6.7 0.0 -6.0 0.0 -4.7 0.0 -3.0 0.0 -1.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 -0.6 0.0 -1.3 0.0 -2.1 0.0 -2.9 0.0 Nov Qsen Qlat -7.3 0.0 -8.1 0.0 -8.7 0.0 -9.3 0.0 -9.8 0.0 -10.2 0.0 -10.4 0.0 -10.5 0.0 -10.3 0.0 -9.1 0.0 -7.4 0.0 -5.4 0.0 -3.6 0.0 -2.4 0.0 -1.9 0.0 -2.0 0.0 -2.2 0.0 -2.5 0.0 -3.0 0.0 -3.6 0.0 -4.3 0.0 -5.0 0.0 -5.8 0.0 -6.5 0.0 Dez Qsen Qlat -12.4 0.0 -13.0 0.0 -13.6 0.0 -14.2 0.0 -14.6 0.0 -15.0 0.0 -15.2 0.0 -15.3 0.0 -15.2 0.0 -14.3 0.0 -12.8 0.0 -11.0 0.0 -9.3 0.0 -8.1 0.0 -7.7 0.0 -7.7 0.0 -7.9 0.0 -8.2 0.0 -8.6 0.0 -9.1 0.0 -9.7 0.0 -10.3 0.0 -11.0 0.0 -11.7 0.0 Tabela 5 (cont.) Jul Hora Qsen Qlat 1 0.0 0.0 2 0.0 0.0 3 0.0 0.0 4 0.0 0.0 5 0.0 0.0 6 0.0 0.0 7 0.0 0.0 8 0.0 0.0 9 0.0 0.0 10 1.2 0.0 11 3.1 0.0 12 4.9 0.0 13 6.4 0.0 14 7.3 0.0 15 7.7 0.0 16 7.5 0.0 17 7.2 0.0 18 6.5 0.0 19 5.7 0.0 20 4.7 0.0 21 3.6 0.0 22 2.4 0.0 23 1.2 0.0 24 0.0 0.0 CONCLUSÕES No âmbito deste trabalho foi desenvolvida uma folha de cálculo em Excel com base na formulação exposta com o objectivo de avaliar, ainda que de forma simplificada, as necessidades energéticas associadas aos processos de aquecimento e de humidificação, nos meses mais frios e mais secos, e aos processos de arrefecimento e de desumidificação, nos meses mais quentes e mais húmidos. Tendo em conta os dados de partida do caso estudado conclui-se que não há necessidade de proceder a qualquer processo de humidificação ou de desumidificação do ar novo, é necessário em todas as horas dos meses mais frios proceder ao aquecimento do ar novo e em algumas horas dos meses mais quentes não é necessário arrefecer o ar novo quanto este já se encontra com uma temperatura inferior à temperatura interior dos espaços, promovendo assim nestas horas arrefecimento gratuito dos espaços. Não foi feito qualquer estudo relativamente à viabilidade técnica do recurso a sistemas de recuperação de calor, mas face aos resultados obtidos facilmente se conclui que para o presente caso não se justifica utilizar sistemas de recuperação de calor latente. REFERÊNCIAS [1] ASHRAE Handbook, Fundamentals Volume, American Society of Heating, Refrigerating and AirConditioning Engineers, Inc. Atlanta, GA,1989