XVI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação 22 a 24 de julho de 2015 GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Tatiane Souza Santos Universidade Estadual de Feira de Santana [email protected] INTRODUÇÃO O conhecimento é identificado com a crença produzida ou sustentada pela informação. Ou seja, conhecimento é quando aprendemos com a informação obtida. Nunes (2002) diz que “pode-se definir o conhecimento, filosoficamente, como uma determinação do sujeito pelo objeto, o sujeito se conduz receptivamente perante o objeto”. Diante desse interesse pelo conhecimento, pressupõe-se a necessidade de sua gestão nas organizações e, assim sendo, torna-se fundamental falar em gestão do conhecimento. Gestão do conhecimento é uma atividade ligada ao aproveitamento das competências dos indivíduos integrantes de uma organização através do uso de ferramentas de tecnologia somadas às dinâmicas de valorização, capacitação e motivação a fim de promover a melhoria contínua. Um caso singular em gestão do conhecimento é o das instituições de nível superior por serem instituições que lidam basicamente com o conhecimento (MACCARI, 2002). As instituições de ensino superior têm como um desafio estruturar e disponibilizar as informações nelas gerada e, posteriormente, utilizar essas informações como recurso de retroalimentação. METODOLOGIA DA PESQUISA A fim de apresentar uma abordagem geral sobre o tema utilizou-se a abordagem dedutiva e para a realização desta pesquisa foram utilizados na coleta de dados aplicação de questionários aos coordenadores das bibliotecas universitárias visitadas, realizada durante as visitas feitas a estas. O objeto da pesquisa foi composto por duas bibliotecas da rede pública e duas da rede privada buscando contextualizá-las no âmbito da gestão do conhecimento. BIBLIOTECAS COMO ORGANIZAÇÕES Uma organização é constituída de pessoas (recursos humanos e capital intelectual) e de recursos não-humanos (recursos físicos, materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos). E requer planejamento, organização, execução, direção e controle. Com a biblioteca não deve ser diferente, pois seja qual for a categoria em que se enquadre, devem ser vistas como uma organização, em sua maioria sem fins lucrativos, com resultados avaliados constantemente. As bibliotecas no contexto organizacional são tidas, ou pelo menos deveriam, como um sistema integrado (disposição das partes de um todo, coordenados entre si, e que funcionam como estrutura organizada) e constituído com base em atividades operacionais e administrativas. Para tanto, é necessário utilizar ferramentas como as de Organização & Métodos (O&M) ou análise de processos. Os métodos facilitam o aproveitamento do capital humano gerando menores custos para os serviços oferecidos. BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Bibliotecas universitárias são tradicionalmente as bibliotecas de instituições de nível superior (IES), que têm como objetivo suprir as necessidades informacionais da comunidade acadêmica no desempenho de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Na condição de suporte informacional para as IES, a biblioteca tem a atribuição de gerir o conhecimento produzido na instituição, assim como o conhecimento externo adquirido por ela. No cenário da gestão do conhecimento “o papel das bibliotecas universitárias está mudando para fornecer a vantagem competitiva para as universidades [...] e o sucesso desta depende de sua habilidade de utilizar a informação e o conhecimento de seus colaboradores para melhor atender às necessidades de uma comunidade acadêmica” (MAPONYA, 2004). Ou seja, as bibliotecas universitárias devem romper com a filosofia de posse, de guardiã para investir na filosofia de acesso e mais recentemente na filosofia de produtora do conhecimento. DISCUSSÃO/ RESULTADOS O enfoque da pesquisa se deu nas respostas ao questionário, pelos profissionais que gerenciam as bibliotecas. As questões contidas no questionário foram fundamentadas em cinco dimensões da prática gerencial: 1º Entendimento e prática da gestão do conhecimento; 2º Visão da Biblioteca; 3º Política de recursos humanos; 4º Sistemas de informação e 5º Mensuração dos resultados. Os resultados obtidos foram: 1º: as bibliotecas têm o entendimento e prática maior na gestão da informação e não no conhecimento adquirido; 2º: 50% percebem a biblioteca como uma organização; 3º: Apesar de os dirigentes considerarem suas bibliotecas praticantes de atividades de capacitação, por exemplo, nenhuma delas praticam efetivamente uma das principais atividades inerentes a gestão do conhecimento no contexto de RH que é a comunicação rápida e ampla para compartilhamento do conhecimento; 4º: As bibliotecas precisam adotar sistemas informacionais mais eficientes a fim de otimizar o registro e organização do conhecimento; 5º: 75% das respostas foram positivas, mas ainda assim não há um total reconhecimento da importância de se medir resultados a fim de obter indicadores de sucesso e melhoria. Mas que há esforços para tanto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática da gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias é de extrema importância para que esta se perpetue como organização e como provedora de vantagem competitiva. Com base no estudo realizado ficou claro que nem todas as políticas inerentes à gestão do conhecimento fazem parte da rotina dessas bibliotecas. Diante disso, percebe-se que ainda há muito a se fazer em relação à conscientização e reconhecimento da prática da gestão do conhecimento nas bibliotecas universitárias. REFERÊNCIAS MACCARI, Emerson Antônio;RODRIGUES, Leonel Cezar. Gestão do conhecimento em instituições de nível superior. 2003. Disponível em: <www.spell.org.br/documentos/download/29203>. Acesso em: 20 fev. 2015. MAPONYA, Pearl M. Knowledge management pratices in academic libraries: a case study of the University of Natal, Pietermaritzburg Libraries. 2004. Disponível em: <http://mapule276883.pbworks.com/f/Knowledge+management+practices+in+acade mic+libraries.pdf>. Acesso em: 29 out. 2014 NUNES, Ricardo de Santana. Gestão do conhecimento: criação, aspectos conceituais, sua importância como valor competitivo. 2002. 29 f. Monografia (Especialização em Administração) - Escola de administração da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002.