Pesquisa com umbu ajuda na economia do
Norte de Minas
Sex 14 agosto
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveu metodologia que
auxilia produtores de umbu a comercializar o fruto. Por meio do enxerto, os pesquisadores
desenvolveram frutos de maior proporção, qualidade e com sabor mais concentrado para serem
consumidos in natura ou para a fabricação de sucos, compotas, poupas e sorvetes.
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Epamig em Nova Porteirinha, Nívio Poubel, explica que
o cultivo das mudas tem duas formas: a exertia e estaca. No processo de enxertia, a muda é
introduzida em outra planta e tem a função de fornecer as melhores características aos frutos. A
planta receptora (porta-enxerto) é responsável pelo suporte e pelo abastecimento de água e
nutrientes. Na estaca, corta-se o galho do umbu. Este é plantado no solo, fazendo assim brotar. Mas
esta metodologia é menos tolerante à seca.
O processo de enxertia a faz a planta produzir mais rapidamente, diz o engenheiro da Emater. “O
umbuzeiro normal leva cerca de dez anos para começar a produzir, os frutos não possuem tanta
qualidade e ainda são pequenos. Já a planta enxertada passa a produzir em aproximadamente 4 a
5 anos, com frutos maiores e mais saborosos”, enfatiza Poubel.
Os frutos normais têm diâmetro pequeno e peso de aproximadamente 20g. Já os enxertados são
bem maiores, mais saborosos e pesam aproximadamente 150g. As primeiras mudas foram doadas
para os produtores. A venda do umbu, que antes servia como complemento da renda de alguns
agricultores, passou a ser essencial para o sustento.
É o caso de Pedro Nogueira, 53 anos, agricultor tem Nova Porteirinha. Ele tinha mais lucro com a
venda do leite, já que os umbuzeiros da fazenda demoravam a dar frutos. Após adquirir as mudas
da Epamig, a produção aumentou em 90%.
“No segundo ano a produção aumentou demais e atualmente o umbu garante cerca de 70% da
minha renda. Vendemos a fruta e a poupa para São Paulo e futuramente pretendo montar uma
cooperativa para comercializar no sul da Bahia”, comemora.
Hoje a Epamig mantém um jardim clonal, onde são armazenadas as mudas. Para cada matriz de
umbuzeiro são selecionadas 12 mudas enxertadas. O jardim é ampliado à medida que são
encontrados materiais com características desejáveis. Atualmente, os engenheiros agrônomos da
Epamig prestam consultoria técnica a produtores interessados na preservação ou cultivo desta
fruteira.
Sobre a pesquisa
A pesquisa teve início em 1995 com a procura de umbuzeiros que tivessem frutos maiores e de
qualidade. Foram identificadas 30 árvores que atendiam às características. O passo seguinte foi
definir as técnicas que os produtores utilizavam para a multiplicação das árvores e recolher mudas
para a enxertagem. Os estudos terminaram em 2002. Mudas e sementes que foram distribuídas na
comunidade agora são vendidas.
Você conhece umbu?
O umbuzeiro tem origem na caatinga. O fruto tem característica ácida e sua forma assemelha-se à
de uma ameixa. A planta possui raízes com grande concentração de ‘batatas’, que armazenam
grande quantidade de água e a faz resistir em regiões secas.
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