UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Jesse Teixeira da Silva
GENETIC TRANSCRIPT ANALYZER - FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA
ANÁLISE DE TRANSCRIÇÃO GÊNICA POR RNA-SEQ
CURITIBA
2012
JESSE TEIXEIRA DA SILVA
GENETIC TRANSCRIPT ANALYZER - FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA
ANÁLISE DE TRANSCRIÇÃO GÊNICA POR RNA-SEQ
Dissertação apresentada como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre pelo Programa de PósGraduação em Bioinformática, Setor de Educação
Profissional e Tecnológica, Universidade Federal do
Paraná, área de concentração em Bioinformática.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antônio Pereirá Neves
Co-orientadora: Prof. Drª Rose Adele Monteiro
CURITIBA
2012
AGRADECIMENTOS
− À Universidade Federal do Paraná.
− Ao Prof. Dr. Luiz Antônio Pereira Neves, pela sua orientação e por sua e fé de que a
ciência é o futuro do Brasil e que todos têm algo a contribuir.
− À Prof.a. Drª Rose Adele Monteiro, pelo auxilio e por me fazer acreditar que era
capaz de realizar as tarefas.
− À mestra Michelle Zibetti Tadra Sfeir, que sempre teve a paciência e boa vontade
para me auxiliar nas questões biológicas e me acompanhar durante todo o projeto.
− Ao Mestre Vinícius A. Weiss, por todo auxilio recebido durante todas as etapas do
processo e pela troca de conhecimento.
− À Prof.ª Dra. Jeroniza Marchaukoski, por acreditar que eu venceria este desafio.
− Ao mestre Dieval Guizelini, que me deu dicas importantíssimas nos momentos
necessários e também forneceu uma ferramenta excepcional para me ajudar a ter
um sistema mais confiável.
− Aos companheiros de curso, que sempre me deram apoio moral e intelectual nos
momentos mais difíceis e também nas conquistas.
− Ao pessoal da Iddéia, empresa que, acreditando em meu potencial, abriu mão de
horas de trabalhos valiosas a fim de me ver correr atrás de meu sonho, sem ter
exigido nada em troca.
− Aos colegas do setor de biologia em geral, que sempre me receberam de braços
abertos.
− Aos meus grandes amigos, Greg Santos, Eduardo Santos, Janealysson Araújo,
Jhonisson de Paula e Ronaldo dos Santos, com os quais sempre pude contar nos
momentos de dificuldades.
− Ao sempre entusiasta Rafael Stanger (O Boss), por quem tenho não apenas
respeito, mas admiração.
− Ao meu pai, que me ensinou que caráter não se compra ou vende, é construído.
− À minha mãe, que mesmo perante todas as dificuldades, sempre lutou ao meu lado
e acreditou em minhas vitórias.
− Às minhas filhas, que apesar de estarem longe, são o motivo pelo qual me esforço
todos os dias.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................. 6
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................. 7
LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................................................. 8
LISTA DE SIGLAS ..................................................................................................................................... 9
LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................................................ 10
RESUMO ................................................................................................................................................... 11
ABSTRACT............................................................................................................................................... 12
1.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 13
2.
OBJETIVOS ........................................................................................................................................... 15
3.
2.1.
Objetivo Geral ............................................................................................................................. 15
2.2.
Objetivos específicos................................................................................................................... 15
2.3.
Justificativa .................................................................................................................................. 15
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................................................... 17
3.1.
3.1.1.
DNA ..................................................................................................................................... 17
3.1.2.
RNA ..................................................................................................................................... 17
3.1.3.
Gene .................................................................................................................................... 19
3.1.4.
Transcriptoma ..................................................................................................................... 19
3.1.5.
RNA-Seq .............................................................................................................................. 20
3.1.6.
Arquivos SAM e BAM .......................................................................................................... 24
3.1.7.
Genbank Flat File Format (GBK) .......................................................................................... 26
3.2.
4.
Conceitos de biologia e genética ................................................................................................ 17
Ferramentas Computacionais ..................................................................................................... 28
3.2.1.
Apache Derby Data-Base..................................................................................................... 28
3.2.2.
Bioconductor ....................................................................................................................... 28
3.2.3.
Bioperl ................................................................................................................................. 28
3.2.4.
Clcbio Dna Workbench ........................................................................................................ 29
3.2.5.
Hibernate ............................................................................................................................ 30
3.2.6.
Java ...................................................................................................................................... 30
3.2.7.
JGBParser ............................................................................................................................ 30
3.2.8.
Samtools.............................................................................................................................. 31
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................. 32
4.1.
Visão Geral Do Projeto e levantamento de requisitos ................................................................ 32
4.2.
Concepção, desenvolvimento e arquitetura do programa ......................................................... 35
4.3.
Utilização Do Sistema Gta ........................................................................................................... 39
4.3.1.
Cadastro De Novos Organismos .......................................................................................... 39
4.3.2.
Cadastro De Projetos E Amostras ........................................................................................ 40
4.3.3.
Visualização E Comparação De Amostras ........................................................................... 41
4.3.4.
Exportação Dos Dados ........................................................................................................ 44
4.4.
Validações Do Projeto ................................................................................................................. 45
4.4.1.
Ambiente De Desenvolvimento .......................................................................................... 45
4.4.2.
Ambiente De Testes............................................................................................................. 47
5.
CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 58
6.
TRABALHOS FUTUROS......................................................................................................................... 60
7.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 61
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Etapas de um experimento utilizando RNA-Seq.. ....................................................................... 20
Figura 2 - Exemplo de um arquivo SAM contendo um cabeçalho e informações sobre determinado
alinhamento. ............................................................................................................................................... 25
Figura 3 - Exibição das 3 principais etapas do sistema GTA. ....................................................................... 32
Figura 4 - Imagem exibindo as necessidades levantadas e o escopo dos módulos que o projeto deve
abranger para ser utilizado como ferramenta padrão de análise de amostras. ......................................... 33
Figura 5 - Demonstração do fluxo atual para comparação de amostras utilizando as ferramentas já
existentes.. .................................................................................................................................................. 34
Figura 6 - Imagem demonstrando o novo fluxo proposto para comparações, agregando novas
funcionalidades e diminuindo a intervenção humana durante os processos. ........................................... 34
Figura 7 - Conceito de MVC, exibindo seus principais componentes e fluxo de trabalho. ......................... 36
Figura 8 - Disposição das tabelas da base de dados do sistema, permitindo acesso e manipulação mais
rápida dos dados inseridos. ........................................................................................................................ 37
Figura 9 - Representação das classes e das opções de visualização, manipulação e exportação dos dados
comparativos pelo usuário. ......................................................................................................................... 38
Figura 10 - Tela de cadastro de novos organismos do programa GTA. ....................................................... 40
Figura 11 - Interface para cadastro de projetos e suas respectivas amostras no sistema. ......................... 41
Figura 12 - Interface de visualização dos genes de uma amostra. .............................................................. 42
Figura 13 - Exemplo de comparação de duas amostras cadastradas, exibidas de forma tabulada. ........... 42
Figura 14 - Exemplo de gráfico de dispersão de duas amostras comparadas, onde cada ponto representa
um gene expresso e a reta central representa o valor de regressão calculado para as amostras.. ............ 43
Figura 15 - Exemplo de gráfico comparando os valores de RPKM das amostras previamente selecionadas,
exibindo de forma normalizada os valores relativos para cada uma individualmente. .............................. 43
Figura 16 - Exemplo de gráfico de funções no formato de Pizza. ............................................................... 44
Figura 17 - Exemplo de gráficos de funções no formato de Barras............................................................. 44
Figura 18 - Interface para que o usuário possa salvar ou recuperar os estados das suas comparações.. .. 44
Figura 19 - Exemplo de arquivos recebidos com comparações. ................................................................. 45
Figura 21 - Trecho de código responsável pela leitura do arquivo BAM Ordenado e da inserção destes
valores em uma coleção contendo arrays de inteiros................................................................................. 47
Figura 22 - Exemplo de leitura de um arquivo BAM onde os Reads estão ordenados pelo inicio de sua
leitura. ......................................................................................................................................................... 48
Figura 23 - Exemplo do processo de validação do Reads. ........................................................................... 50
Figura 24 - Exemplo do fluxo para validações de Reads lidos de arquivos no formato SAM e BAM. ......... 52
Figura 25 - Exemplo de Reads válidos e inválidos de acordo com as regras de validações de Reads. ........ 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Principais vantagens do RNA-Seq sobre outras metodologias .................................................... 22
Tabela 2 - Principais componentes contidos em um arquivo no formato GBK ........................................... 26
Tabela 3 - Levantamento inicial dos requisitos para o desenvolvimento do sistema GTA .......................... 35
Tabela 4 - Comparativo do tempo de processamento para o cadastro de uma amostra com 14 milhões
de Reads em diferentes computadores com hardware e sistemas operacionais distintos ........................ 54
Tabela 5 - Comparativo de desempenho computacional entre o sistema GTA e a ferramenta padrão Excel,
onde os tempos são exibidos em minutos.................................................................................................. 55
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1. ................................................................................................................................................... 24
Equação 2. ................................................................................................................................................... 49
Equação 3. ................................................................................................................................................... 49
Equação 4. ................................................................................................................................................... 50
LISTA DE SIGLAS
BAM
GBK
cDNA
DNA
GPL
GPU
GTA
HD
HQL
mRNA
MS
PB
PCR
RAM
RNA
-
RPKM
-
SAGE
SAM
SQL
TI
XML
-
SAM Binário
Formato padrão de arquivos biológicos do Genbank
Ácido desoxirribonucleico complementar
Ácido desoxirribonucleico
Licença pública Geral
Unidade de processamento gráfico
Genetic Transcript Analyzer
Disco rígido
Hibernate query language
Ácido ribonucleico mensageiro
Microsoft
Pares de bases
Reação de Polimerização em Cadeia
Memória de acesso aleatório
Ácido ribonucleico
Reads por Kilobase de regiões expressas a cada milhão de Reads
mapeados
Análise Seriada da Expressão Gênica
Sequence Alignment/Map
Linguagem de consulta estruturada
Tecnologia da Informação
Linguagem de marcação estendida
LISTA DE SÍMBOLOS
GB
GHz
MB
MHz
ms
TB
®
-
GigaByte
GigaHertz
MegaByte
MegaHertz
Millisegundo
TeraByte
Marca Registrada
RESUMO
Atualmente,
com
as
inúmeras
tecnológicas
disponíveis
para
sequenciamento de transcritos, o problema consiste no número de ferramentas
computacionais para a análise de dados. Neste trabalho apresentamos o
desenvolvimento do Genetic Transcript Analyzer (GTA), uma nova ferramenta
para comparação de resultados da análise de expressões gênicas por RNA-Seq
para diferentes amostras, gerando informações mais ricas a partir de dados
brutos no formato BAM ou SAM. O sistema proposto é freeware e foi
desenvolvido utilizando a linguagem de programação Java® com auxílio da
ferramenta SamTools®, uma biblioteca Java para leitura de arquivos no formato
SAM e BAM (Heng li et al, 2009). As validações do sistema deram-se através
de entrevistas de satisfação dos usuários e comparações diretas com programas
de planilhas eletrônicas e também com comparações descritivas com outros
softwares disponíveis que possuam módulos semelhantes ao aqui proposto. O
resultado desta pesquisa foi o desenvolvimento de uma solução simples e
prática para analisar os resultados de sequenciamentos realizados por máquinas
de sequenciamento da nova geração através do método Rna-Seq.
Palavras-chave: Análise, ferramenta computacional, java, RNA-Seq, samtools,
tecnologia da informação, transcriptoma.
ABSTRACT
Nowadays, with a large number of technological tools available, the
bottleneck has moved from collection to data analysis. This paper presents the
development of the GTA (Genetic Transcript Analyzer), a new tool for comparing
biological samples and analysis of statistical data, comparing their gene
expression and generating richer information from the raw data type coming from
sorted BAM files. The proposed system is freeware and was designed and built
using the Java® language with the tool Samtools®, a Java library for reading files
in SAM and BAM files(Heng li et al, 2009) . The system validations are made
through user satisfactions interviews and direct comparisons with the program
actually used by the professional, the Microsoft Excel and also descriptive
comparison with others softwares that can make genetic data comparisons . As
result we had developed a new computer software able to analyze the results of
the new high output machines that works with Rna-Seq.
Keywords: Analyze, information technology, Java, RNA-Seq,
software, Transcriptome.
samtools,
1. INTRODUÇÃO
É cada vez mais necessária a interação entre profissionais das áreas de
pesquisas biológicas e tecnológicas, uma vez que a demanda por soluções
tecnológicas para análise de dados biológicos tem crescido fortemente nos últimos
anos. Dentre estas soluções estão o aperfeiçoamento de novas ferramentas que nos
auxiliam a conhecer organismos que até então eram pouco explorados e, em alguns
casos até desconhecidos, mas que são de extrema importância para o entendimento
do ecossistema e consequentemente na melhoria de processos que envolvem a
manipulação de dados biológicos.
A técnica de RNA-Seq é o sequenciamento em larga escala de cDNA (DNA
complementar) utilizando sequenciadores de nova geração, nos ajudando a
representar os resultados dos transcriptomas analisados, gerando informações que são
analisadas por softwares específicos, tornando estas informações mais claras aos
pesquisadores que as utilizam em novas pesquisas e comparações de organismos.
Os profissionais da área da bioquímica executam o processo de comparação de
Reads por amostras utilizando softwares complexos de terceiros, como o CLC DNA
WorkBench®, uma ferramenta comercial, o BioConductor®, que é um sistema
OpenSource
e também ferramentas genéricas de planilhas eletrônicas, as quais
exigem um período muito grande entre a preparação dos dados a serem analisados
(cadastro, separação e cálculos iniciais) e o resultado final desejado, que é a
comparação precisa de cada amostra e seus valores de Reads.
Este trabalho surgiu da necessidade de se desenvolver uma ferramenta simples
que permita aos profissionais da biologia analisar os dados de forma rápida e eficaz
diretamente de sua estação de trabalho, não necessitando para isso recorrer a
ferramentas complexas, de alto custo ou que demandem muito esforço para preparar
os dados a serem interpretados. Todo o projeto foi desenvolvido utilizando ferramentas
de domínio público e fácil acesso e aprendizado, visando oferecer um ambiente
simplificado e funcional tanto para usuários como para desenvolvedores. O programa
foi desenvolvido na plataforma Java® standard edition. O software trabalha diretamente
13
com arquivos disponibilizados no formato de alinhamentos de sequências (SAM) e sua
versão binária (BAM).
14
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O objetivo geral do projeto é desenvolver uma ferramenta computacional para a
área biológica, aqui chamada de Genetic Transcript Analyser (GTA), tendo como meta
facilitar a aquisição e a manipulação dos dados biológicos obtidos através do método
Rna-Seq, dispensando o profissional de tarefas repetitivas e aumentando sua
produtividade.
2.2. Objetivos específicos

Desenvolver um sistema capaz de manipular e armazenar dados biológicos de
análise de expressões gênicas.

Agregar a esta ferramenta novas modalidades de compartilhamento e
armazenamento dos dados analisados.

Criar relatórios e gráficos a partir da análise dos dados inseridos.

Avaliar o sistema proposto a fim de garantir sua viabilidade de acordo com o
objetivo geral desta pesquisa.
2.3. Justificativa
A principal motivação para este projeto foi a visível necessidade que os
profissionais do setor de bioquímica possuem de ferramentas amigáveis e de baixo
custo para auxiliar na análise de resultados da análise de expressão gênica efetuadas
pelo método RNA-Seq e também em suas eventuais manipulações. O foco do projeto é
valorizar ainda mais as horas de trabalho do profissional e evitar que ele seja
15
deslocado do processo de pesquisa e análise para o processo de preparação dos
dados para novas análises.
16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Conceitos de biologia e genetica
3.1.1.
DNA
O ácido
desoxirribonucleico
é
um composto orgânico que
contém
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de
todos os seres vivos e alguns vírus. O seu principal papel é armazenar as
informações
necessárias
para
a
construção
das proteínas e do
ácido
desoxirribonucleico (RNA). O DNA é um longo polímero de unidades simples
(monômeros) de nucleotídeos, cuja cadeia principal é formada por moléculas de
açúcares e fosfato intercalados unidos por ligações fosfodiéster. A sequência de
bases ao longo da molécula de DNA constitui a nossa informação genética,
sendo estas interpretadas através do código genético, que especifica a
sequência linear dos aminoácidos das proteínas (E. Houdebine, 2000). A
sequência de DNA de um conjunto de cromossomos de um organismo é
conhecida como o genoma do organismo.
3.1.2.
RNA
O ácido ribonucleico é o responsável pela síntese de proteínas de
determinada célula, sendo conhecido como um composto químico de elevada
massa molecular (polímero) de compostos com grande energia que auxiliam no
processo metabólico do organismo (nucleotídeos), formado na sua grande
maioria por cadeias simples. As dimensões das moléculas formadas por RNA
possuem suas dimensões muito inferiores às moléculas formadas por DNA (J.M
17
Amabis et al, 2004). Dentre as características que diferenciam uma molécula de
RNA de uma molécula de DNA, estão:

O RNA é formado por uma cadeia simples de nucleotídeo,
enquanto o DNA é formado por uma dupla hélice.

O RNA possui açúcar ribose em seus nucleotídeos, sendo que o
DNA possui a desoxirribose.

No RNA, em comparação ao DNA, a única base a se alterar é a
Timina (T), que é substituída pela pirimidina.
3.1.2.1.
RNA ribossômico (rRNA)
É inicialmente armazenado nos nucléolos e passa para o citoplasma,
associando-se a proteínas para formar os ribossomos, responsáveis pela
formação de proteínas.
3.1.2.2.
RNA mensageiro (mRNA)
É uma molécula de vida curta, de tamanho variável, que tem como função
principal levar para o citoplasma as informações para a síntese de proteínas. O
DNA sintetizado pelas moléculas de mRNA é conhecido como DNA
Complementar (cDNA), onde os introns já foram removidos.
3.1.2.3.
RNA transportador (tRNA)
É o RNA responsável por transportar os aminoácidos aos locais onde a
síntese proteica está ocorrendo, sendo formado por apenas uma cadeia de
nucleotídeos, que se dobra sobre si próprio em forma de trevo.
18
3.1.3.
Gene
Uma definição moderna descreve que o gene é uma sequência de
nucleotídeos de DNA que podem ser transcritas em RNA, sendo este um
segmento de um cromossomo correspondente a um código genético distinto,
uma informação para produção de proteínas ou controle de alguma
característica, como exemplo a cor dos olhos de um individuo. O gene possui
seções que codificam proteínas, conhecidas como exons e seções que não
codificam nenhuma, conhecidas por introns.
Os introns são encontrados
principalmente (mas não exclusivamente) em células eucarióticas, sendo
inicialmente transcritos na molécula de RNA Mensageiro, mas eliminado durante
o processo que une os exons após a transcrição, conhecido como splicing. (S.
Farrel, 2007).
3.1.4.
Transcriptoma
O transcriptoma é o conjunto completo de RNA de um organismo, um grupo de
células ou mesmo de uma célula específica em uma determinada condição fisiológica.
O RNA é sintetizado do DNA através de um processo conhecido como transcrição. O
RNA presente em uma célula determina quais genes serão expressos e pode mudar
durante a vida do organismo, diferentemente do DNA, que se mantem estático.
Alterações ambientais são uma das principais causas de mudanças, tendo em vista
que o organismo tenta se adaptar a estas mudanças para continuar vivo (J. Moore,
2011).
O transcriptoma pode demonstrar grandes variações entre as células dos
organismos. Por exemplo, células de diferentes partes do corpo possuem a mesma
cópia do DNA, mas a diferença entre cada uma delas é determinada apenas pelos
seus respectivos transcriptomas (S.E. Smith, 2003).
19
3.1.5.
RNA-Seq
Nas palavras de Pinto et al. (2011), o termo RNA-Seq representa o
transcriptoma revelado pelo sequenciamento
de DNA complementar (cDNA) e é
considerado pelos pesquisadores um método revolucionário, pois
possui alta
sensibilidade e pode ser utilizado para caracterizar o transcriptoma de um organismo. É
útil para descobrir novas transcrições, identificações de mutações, deleções e
inserções, splicings alternativos e também oferece uma cobertura elevada. Uma das
suas grandes vantagens é a ausência quase total de ruídos e a capacidade de detectar
um número elevado de cópias de mRNA por célula. A Figura 1 ilustra de forma
simplificada um processo típico de sequenciamento por RNA-Seq.
Figura 1 - Etapas de um experimento utilizando RNA-Seq. FONTE: pubMed (2011).
De uma forma simplificada, uma quantidade de RNA é convertida em uma
biblioteca contendo fragmentos de cDNA. Em seguida estes fragmentos recebem
20
adaptadores (bases de DNA) e passam pelo sequenciamento, gerando uma sequência
curta (na ordem de 30 a 400 pares de base). Em seguida estas leituras são alinhadas a
um genoma de referência (ou outro transcriptoma) ou até mesmo remontadas sem um
genoma de referência a fim de criar um mapa em escala genômica que é composto
pela estrutura transcricional ou o nível de expressão de cada gene individualmente
(Wang et al, 2008).
 Principais vantagens do RNA-Seq e seus desafios
O RNA-Seq possui algumas vantagens sobre seus concorrentes que devem ser
frisadas, sendo elas:

Detecção de transcritos não restrita a aqueles pré-existentes em uma
sequência genômica, como acontece com as abordagens baseadas em
hibridizações. Isso torna o método mais atrativo para pesquisas com
organismo cujos genomas ainda não foram determinados.

Resoluções de até uma única base podem ser determinadas devido às
precisas localizações dos limites de transcrição

Detecção de variações da sequência genômica nas regiões transcritas

Ruído de fundo muito menor se comparado aos microarranjos de DNA

Requer uma quantidade muito menor de amostras de RNA.
Apesar de apresentar vantagens sobre as outras técnicas, o método RNA-Seq
ainda possui muitos desafios em sua metodologia, como por exemplo, um problema
comum na área da informática, que é o armazenamento, a leitura e o processamento
das informações geradas, o que pode resultar em erros no momento da análise de
imagens, além de que mesmo com leituras de boa qualidade, ainda é um desafio para
a bioinformática a precisão durante as etapas de alinhamento ou montagem destas
leituras. Outro desafio a ser considerado é o custo do sequenciamento, pois quanto
maior a cobertura desejada, mais sequenciamento deve ser executado, o que ocorre
comumente em grandes genomas a serem cobertos. Este método deveria ser capaz de
21
identificar qualquer tipo de RNA de qualquer tamanho, mas como o RNA-Seq possui
varias etapas de manipulação durante a produção das bibliotecas de cDNA, ocorre que
moléculas maiores de RNA por exemplo, acabam tendo que ser fragmentadas para se
adequarem as tecnologias de nova geração para sequenciamento , sendo que cada um
dos métodos usuais pode influenciar diferentemente o resultado produzido.
Mesmo com as limitações citadas, o RNA-Seq tem sido considerado um marco,
tendo em vista que com sua alta resolução e sensibilidade, revelou varias regiões de
transcrição e isoformas de splicing novas em genes já conhecidos, inclusive mapeando
seus limites 5’ (cinco linha) e 3’ (três linha). Novas regiões de transcrição também já
foram descobertas com RNA-Seq para cada genoma em que ele foi empregado. Essas
novas regiões, combinadas com as muitas variantes de splicing ainda não descobertas,
sugerem uma complexidade transcricional ainda maior do que a observada até aqui.
Este método já provou ser capaz, também, de rastrear com precisão mudanças na
expressão gênica durante diferentes estágios do desenvolvimento de alguns
organismos, assim como em comparações de diferentes tecidos. A Tabela 1 mostra de
forma simplificada as principais vantagens do RNA-Seq sobre as outras metodologias
segundo Z Wang et al (2009).
Tabela 1- Principais vantagens do RNA-Seq sobre outras metodologias. FONTE: Z Wang et al (2009).
Tecnologia
Tiling
microarray
seqüenciamento de
cDNA ou EST
RNA-seq
Alta capacidade de
sequenciamento
Única base
Alta
Especificações da
tecnologia
Princípio
Hibridização
Resolução
Vazão
Confiança em seqüência
genômica
Ruído de fundo
Aplicação
Simultaneamente mapear
regiões transcritas e
expressão gênica
Faixa dinâmica para
até 100 pb
Alta
Sequenciamento
Sanger
Única base
Baixa
Sim
Não
Em alguns casos
Alto
Baixo
Baixo
Sim
Limitado pela
expressão do gene
Sim
Até 100 vezes
-
> 8000 vezes
22
quantificar nível de
expressão de genes
Capacidade de distinguir
diferentes isoformas
Capacidade de distinguir
expressão alélica
Questões práticas
Quantidade necessária de
RNA
Custo para mapeamento
de genomas grandes
em média
Limitado
Sim
Sim
Limitada
Sim
Sim
Alto
Alto
Baixo
Alto
Alto
Relativamente baixa
 Sistemas de sequenciamento
Os três principais sistemas de sequenciamento na nova-geração são: GS FLX
Genome Analyzer (Roche-454), Illumina Solexa 1G sequencer e SOLiD system
(AppliedBiosystems) (van Vliet, 2009).
 Reads
É uma sequência de dados não tratados provenientes das maquinas de
sequenciamento. Um read pode consistir de múltiplos segmentos, conhecidos como
sub Reads.
 RPKM
A sigla RPKM (Reads Per Kilobase of exon model Per Million Mapped Reads),
ou Reads por Kilobase de regiões expressas a cada milhão de Reads mapeados
(Mortazavi et al, 2008) e é utilizado para normalizar os Reads de cada amostra,
considerando o tamanho do gene, o tamanho da biblioteca (amostra) e a quantidade de
23
Reads expressos no gene em questão. O Cálculo do RPKM esta exemplificado na
Equação 1, detalhando cada componente.
Equação 1
FONTE: Mortazavi et al (2008)
Na equação do RPKM, o valor
representa o resultado de 1 mil pares de
bases multiplicado por 1 milhão de Reads, enquanto C representa o total de Reads do
gene analisado, N o total de Reads da amostra analisada e L o tamanho da transcrição.
O resultado desta equação mede a densidade do Read em uma região gênica de
interesse,
normalizando
a
contagem
do
Read
em
suas
regiões
exônicas
correspondentes comparados ao tamanho original do gene ou exon.
3.1.6.
Arquivos SAM e BAM
O formato SAM (Sequence Alignment/Map) é um formato genérico para
armazenar grandes sequências de nucleotídeos alinhados. Suas informações são
apresentadas em formato texto separado por tabulações, contendo um cabeçalho
(opcional) e uma seção de alinhamento. O que diferencia um cabeçalho é que o inicio
da linha dos cabeçalhos contem sempre um símbolo de arroba (@). Cada linha que
descreve o alinhamento possui onze campos contendo informações essenciais como,
por exemplo, posição do mapeamento.
A Figura 2 ilustra um alinhamento contendo um par de Reads (r001/1 e r001/2)
um Read chimérico (r003) e um alinhamento em Split no formato SAM, contendo um
cabeçalho e uma seção que descreve o alinhamento.
24
Figura 2 - Exemplo de um arquivo SAM contendo um cabeçalho e informações sobre determinado alinhamento. FONTE: O
autor, com base em arquivos SAM (2012).
No exemplo da Figura 2 temos que:

@HD simboliza a linha do cabeçalho

VN simboliza a versão do arquivo

SO simboliza a ordem do alinhamento, com os valores sendo desconhecido
(unknown), não ordenado (unsorted), nome da query (queryname) e
coordenada (coordinate). O padrão é o valor desconhecido.

SN simboliza o nome da sequência de referência.
Cada linha contendo
@SQ deve conter uma única marcação SN.

LS simboliza o tamanho da sequência de referência.
Outros campos são encontrados em cada sequência e suas determinações
podem ser verificadas na documentação oficial do formato. Dentre as características do
formato SAM destacam-se os seguintes pontos (Homer N. et al, 2009).

É flexível para armazenar toda a informação do alinhamento.

Pode ser facilmente gerado por programas de alinhamento ou convertido de
formatos de alinhamentos já existentes.

É compacto, ou seja, ocupa pouco espaço no disco.

Permite que a maioria das operações no alinhamento seja executada sem a
necessidade de carregar todo o alinhamento na memória.
25

Permite que o arquivo seja indexado, fazendo assim que seja pratico
recuperar todos os Reads alinhados.
O formato Bam nada mais é do que um arquivo SAM em formato binário, o que
reduz drasticamente o seu tamanho. O formato BAM utiliza o esquema de
compressão em blocos, garantindo um alinhamento mais compacto e podendo ser
indexado e ordenado, fazendo com que o acesso aos dados seja extremamente
rápido. Os índices de um arquivo BAM encontram-se em outro arquivo que possui
sua extensão como .bai . Por exemplo, um arquivo com o nome de amostra.bam
terá seus índices contidos em um outro arquivo com o nome de amostra.bam.bai
(samtools, 2009).
3.1.7.
Genbank Flat File Format (GBK)
De acordo com a National Center for Biotechnology Information (NCBI), o
Genbank é um banco de dados contendo uma coleção com sequências de DNA.
Até abril de 2011, já havia em seus registros aproximadamente 191.401.393.188
(mais de 191 bilhões) bases em 62.715.288 sequências (NCBI, 2012). Os arquivos
provenientes do genbank podem ser disponibilizados em arquivos no formato
GBK, contendo informações completas ou parciais sobre determinado organismo,
dna, gene, etc. Um arquivo no formato GBK deve ser constituído de três partes,
sendo elas: Header, Features e Sequence. A Tabela 2 detalha as informações
apresentadas em cada uma destas seções.
Tabela 2 - Principais componentes contidos em um arquivo no formato GBK. FONTE: NCBI (2011).
ITEM
DESCRIÇÃO
LOCUS
Um nome mnemônico curto para a citação.
DEFINITION
Uma descrição da sequência.
ACCESSION
Usado para citações da sequência em jornais e revistas.
HEADER
(CABEÇALHO)
26
VERSION
O número de acession primário seguido com um número de
versão dos dados sequenciados.
KEYWORDS
SOURCE
Frases curtas descrevendo informações sobre a citação.
Nome comum do organismo ou o nome mais utilizado na
literatura.
ORGANISM
Nome científico formal do organismo e níveis taxonômicos.
REFERENCE
Citações para todos os artigos contendo os dados reportados.
AUTHORS
Lista com os autores da citação.
TITLE
Titulo completo da citação.
JOURNAL
Listas com os nomes dos jornais, ano, volume e número de
paginas da citação.
MEDLINE
Identificador único da citação perante na Medline.
PUBMED
Identificador único da citação perante na Pubmed.
REMARK
Relevância da citação.
COMMENT
Referências cruzadas com outras citações, notas de mudanças,
etc.
Contém informações sobre o organismo, mapeamento,
SOURCE
cromossomos, alinhamento de tecidos, identificação de clones,
etc.
Instruções de como unir sequências para construir sequências de
FEATURES
CDS
(CARACTERISTICAS)
aminoácidos através das coordenadas passadas. Inclui
referencias cruzadas com outras bases de dados.
GENE FEATURE
Um segmento de DNA identificado por um nome.
Utilizado para anotar o RNA na sequência genômica, como
RNA FEATURE
SEQUENCE
(SEQUÊNCIA)
exemplo mRNA,tRNA e rRNA.
A sequência completa
SEQUENCE
Mais informações sobre o formato GBK e suas variações estão disponíveis nas
documentações oficiais da National Center for Biotechnology Information (NCBI),
27
podendo ser acessadas pelo endereço http://www.ncbi.nlm.nih.gov.
3.2. Ferramentas Computacionais
3.2.1.
Apache Derby Data-Base
É uma base de dados relacional escrita na linguagem JAVA e disponível sob a
versão 2.0 da licença Apache, sendo utilizado para processamento de transações
Online (Apache Foundation, 2011).
3.2.2.
Bioconductor
O Bioconductor fornece ferramentas para análise de dados genômicos utilizando
uma linguagem de programação estatística, sendo uma ferramenta de código aberto e
apta a novos desenvolvimentos pela comunidade, que disponibilizam dois releases a
cada ano. O Bioconductor consegue exportar diversos tipos de arquivos de sequências,
incluindo o formato fasta, fastq, BAM, gff, bed e wig, entre muitos outros e suporta
operações de manipulações comuns e avançadas, tais como trimming, transformações
e alinhamentos. Consegue trabalhar com Chip-seq, RNA-Seq e outros, tornando a
ferramenta de grande abrangência entre as áreas da pesquisa e manipulação de dados
genômicos (Bioconductor, 2012).
Devido ao fato de ser um projeto desenvolvido e mantido por uma comunidade,
torna-se mais fácil procurar e fornecer ajuda a usuários e também desenvolvedores por
todo o mundo, não restringido as possíveis soluções e melhorias a apenas poucos
laboratórios, como é comum quando se utiliza uma ferramenta comercial desta
natureza.
3.2.3.
Bioperl
28
É uma coleção de módulos na linguagem Perl que facilita o desenvolvimento de
scripts para aplicações na área da bioinformática (Bioperl, 2002). A primeira versão
estável foi disponibilizada em 11 de junho de 2002 e sua versão mais recente,
encontrada durante a criação deste documento é a 1.6.9, de abril de 2011. Sua licença
é distribuída sob a “Perl Artistic License” e sua distribuição pode ser encontrada em
bioperl.org.
3.2.4.
Clcbio Dna Workbench
Segundo clcbio (2012), o CLCbio Dna WorkBench cria um ambiente onde os
usuários possam executar diversas análises de sequência com dados de fácil
manipulação e excelentes ferramentas gráficas com diversas opções de entrada e
saída de dados. A ferramenta é disponível para os sistemas operacionais Windows®,
Mac OS® e plataformas Linux®. As características que são reforçadas pelos
desenvolvedores são:

Fácil acesso a um grande número de ferramentas de pesquisa.

Transformar seu próprio computador em um centro de alto desempenho.

Facilitar o trabalho de pesquisa.

É uma ferramenta que esta sempre evoluindo.

Ambiente de trabalho personalizável.
O CLC DNA pode ser adquirido com uma licença estudante ou uma licença
industrial, tendo cada uma delas preços e acessórios diferenciados segundo
informações do fabricante.
29
3.2.5.
Hibernate
O Hibernate é um framework para o mapeamento objeto-relacional escrito na
linguagem Java que facilita o mapeamento dos atributos entre uma base tradicional de
dados relacionais e o modelo objeto de uma aplicação, mediante o uso de arquivos
(XML) para estabelecer esta relação. A HQL (Hibernate Query Language) é um
dialeto SQL para o Hibernate. Ela é uma poderosa linguagem de consulta que se
parece muito com a SQL, mas totalmente orientada a objetos, incluindo os paradigmas
de herança, polimorfismo e encapsulamento (Gavin King, 2004).
3.2.6.
Java
O Java é uma linguagem de programação e uma plataforma de computação
lançada pela Sun Microsystems® em 1995 e hoje mantida pela Oracle®. É a tecnologia
que capacita muitos programas da mais alta qualidade, como utilitários, jogos e
aplicativos corporativos, entre muitos outros (Deitel et al, 2001). O Java é executado
em mais de 850 milhões de computadores pessoais e em bilhões de dispositivos em
todo o mundo, inclusive telefones celulares e dispositivos de televisão (Oracle, 2011).
3.2.7.
JGBParser
O JGBParser é um analisador de dados no formato Genbank desenvolvido por
Dieval Guizelini em 2010 e em constante processo de melhorias. Segundo Dieval
Guizelini (2010), o produto final apresentou nos testes velocidades 15, 9 e 2 vezes
mais rápidas que a disponível pelo BioPython, BioPerl e GBParsy, respectivamente.
Estima-se que o analisador extraia todas as informações contidas em um arquivo
GenBank com velocidades de aproximadamente 16.6Mb/s e de 30Mb/s para extrair
apenas as informações da seção features. Com estas informações extraídas de forma
padronizada, as aplicações de bioinformática processarão muito mais informações em
um tempo muito menor.
30
3.2.8.
Samtools
O SamTools é uma biblioteca para manipular alinhamentos no formato BAM e
SAM. É capaz de converter de outros formatos, ordenar e mesclar alinhamentos,
remover duplicatas PCR, gerar informações por posições, etc. O Samtools possui duas
implementações distintas, sendo uma delas em linguagem C e a outra em linguagem
Java (Heng Li et al, 2009).
31
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho foi planejado e desenvolvido em três etapas, conforme ilustrado na
Figura 3. Estas etapas estão descritas em ordem de ocorrência no decorrer deste
capítulo, assim como as suas eventuais considerações e resultados de cada item.
Figura 3 - Exibição das 3 principais etapas do sistema GTA. Fonte: O Autor (2012).
4.1. Visao Geral Do Projeto e levantamento de requisitos
A criação do projeto foi baseada na necessidade que os profissionais da área
biológica possuem de uma ferramenta de fácil utilização capaz de apresentar, de forma
eficaz, as principais diferenças de expressões gênicas entre duas ou mais amostras
manipuladas geneticamente e exibindo estas informações tanto na forma gráfica como
tabulada, filtrando por valores como totais de Reads, nomes dos genes, nomes das
funções expressas, entre outros.
Com base nestes relatos foram levantados os requisitos necessários para que o
software possa ser utilizado como ferramenta preferencial para coleta e manipulação
das informações que são recebidas no formato SAM ou BAM, que possuem
informações de expressões gênicas provenientes do método Rna-Seq. Com estas
informações, foi levantada a real necessidade dos envolvidos e estabelecido o escopo
do projeto, esclarecendo os pontos discutidos, as necessidades de melhorias e
também as facilidades que o programa deve oferecer a cada um dos usuários do
32
sistema. Após filtrar as requisições dos futuros usuários e analisar a necessidades de
desenvolvimento,
foram
representadas
graficamente
as
possibilidades
de
desenvolvimento e a abrangência do programa, conforme ilustrado na Figura 4.
Figura 4 - Imagem exibindo as necessidades levantadas e o escopo dos módulos que o projeto deve abranger para ser
utilizado como ferramenta padrão de análise de amostras. FONTE: o autor (2011).
Foi levantada a informação de que atualmente existe uma rotina predefinida
para análise de amostras provenientes dos sequenciadores da nova geração (Figura
5). Onde o usuário precisa converter estes arquivos para um formato texto e após a
conversão dos dados deve importar estes dados para um software de manipulação de
planilhas eletrônicas, preparar os cálculos necessários manualmente e após todo o
processo visualizar os gráficos condizentes, que no caso descrito são apenas
referentes à dispersão dos genes na comparação dos Reads de duas amostras
distintas.
33
Figura 5 - Demonstração do fluxo atual para comparação de amostras utilizando as ferramentas já existentes. FONTE: o autor
(2011).
Focando na necessidade de melhorias e nas possibilidades de agregar valores,
um novo fluxo de trabalho foi proposto com o uso da nova ferramenta desenvolvida,
seguindo os passos indicados na Figura 6, onde os arquivos no formato SAM ou BAM
são importados diretamente para o software GTA e através dos tratamentos
automáticos do software o usuário já pode executar as diversas tarefas disponíveis
pelo programa.
Figura 6 - Imagem demonstrando o novo fluxo proposto para comparações, agregando novas funcionalidades e diminuindo a
intervenção humana durante os processos. FONTE: o autor (2011).
34
4.2. Concepçao, desenvolvimento e arquitetura do programa
O desenvolvimento inclui a concepção do software e o teste inicial do sistema.
Para obtenção das necessidades e possibilidades de desenvolvimento do sistema
foram entrevistados sete profissionais que desenvolvem o trabalho de pesquisa e
análise no laboratório de Bioquímica da UFPR e as características iniciais do sistema
estão ilustradas na Tabela 3.
Tabela 3 - Levantamento inicial dos requisitos para o desenvolvimento do sistema GTA. FONTE: o autor (2011).
REQUISITOS FUNCIONAIS
REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS
Importação dos dados brutos.
O sistema deve ser simples e prático.
Comparar e visualizar as diferenças entre as
O sistema deve atender ao usuário com
amostras cadastradas.
rapidez e eficiência
Armazenamento dos dados brutos e também
Desempenho do sistema: alto grau de
os resultados analisados.
assertividade nas comparações
Mobilidade dos dados, oferecendo opções de
Alterações: O sistema deve permitir
arquivamento local e envio para terceiros dos
alterações futuras de forma simples e prática
resultados analisados.
no nível de código.
Os principais requisitos levantados referem-se ao armazenamento dos dados e a
facilidade de sua respectiva manipulação. O sistema tem como núcleo a base de dados
embarcada que fornece não apenas as informações dos genes dos organismos
cadastrados, mas também é referenciada constantemente no momento do cadastro
dos dados das amostras. Outro aspecto importante do sistema é a utilização do cálculo
de RPKM para análise dos genes das amostras comparadas, visando maior acurácia
nas comparações correntes.
A arquitetura do GTA é divida em três camadas seguindo o conceito Model-ViewController (MVC), um padrão de arquitetura de aplicações que visa separar a lógica da
35
aplicação da interface do usuário e do fluxo da aplicação (Trygve Reenskaug, 1979). A
utilização deste padrão de projeto garante que futuras alterações no sistema sejam
feitas sem causar grandes impactos no software como um todo, devido ao fraco
acoplamento entre as classes do sistema (Figura 7).
Figura 7 - Conceito de MVC, exibindo seus principais componentes e fluxo de trabalho. FONTE: Trygve Reenskaug (1979).
Com os requisitos levantados, os conhecimentos bibliográficos estudados, as
tecnologias definidas e a base de dados arquitetada, foi iniciada a etapa de codificação
do sistema GTA pelo desenvolvedor responsável, etapa esta que passou por
constantes validações de usabilidade e funcionalidade pelos profissionais do setor
químico da UFPR envolvidos no projeto.
A modelagem da base de dados (Figura 8) foi executada utilizando ferramentas
nativas ao ambiente de desenvolvimento Netbeans®. As tabelas apresentadas
representam os dados lidos durante o cadastro dos organismos através dos arquivos
GBK, visando facilitar o entendimento e a manutenção do sistema. A tabela Organism é
responsável por manter arquivadas as informações referentes ao organismo da mesma
forma que pode ser encontrada em um arquivo no formato do Genbank, sendo que sua
lista de genes esta disponível na tabela OrganismGenes, a qual possui todos os genes
e suas informações essenciais para que o usuário possa referenciar durante o cadastro
de novas amostras genéticas condizente com o organismo cadastrado. A tabela
projects contém referências para todas as amostras (samples) cadastradas no software
pelo usuário, que por sua vez possui conexão direta com a tabela SampleGenes,
tabela aonde os dados de cada nova amostra cadastrada pelo usuário irá disponibilizar
36
suas informações de genes. A tabela Functions descreve a função definida para cada
gene cadastrado, permitindo assim a construção de gráficos e a demonstração dos
dados do gene selecionado de forma tabulada.
Figura 8 - Disposição das tabelas da base de dados do sistema, permitindo acesso e manipulação mais rápida dos dados
inseridos. FONTE: o autor (2011).
Com a base de dados desenhada e as principais funcionalidades do programa já
definida, foi iniciada a etapa de construção da interação entre o programa e seus
usuários. Estudos foram feitos junto aos profissionais da área bioquímica visando
proporcionar uma experiência agradável na utilização da ferramenta e seus opcionais.
Toda a parte de visualização e manipulação de dados condizente ao usuário procurou
ser o mais intuitiva possível, colocando as principais funcionalidades a poucos cliques
de distância. A maioria destas funcionalidades não exige que o usuário saia da
visualização principal do sistema, sempre abrindo as opções em novas abas ou em
janelas suspensas, alterando a visualização somente se o usuário confirmar as
alterações. A Figura 9 representa o diagrama contemplando as classes condizentes
com as ações que o usuário pode tomar a partir da tela principal do programa. Nota-se
37
que a única classe que não possui ligação direta com a classe principal do sistema é a
classe MailConfiguration, não impactando de forma alguma no fluxo normal do
programa.
Figura 9 - Representação das classes e das opções de visualização, manipulação e exportação dos dados comparativos pelo
usuário. FONTE: o autor (2011).
38
4.3. Utilizaçao Do Sistema Gta
Para a utilização do sistema GTA, é necessária a obtenção do instalador e um
período curto de treinamento, que pode ser concluído com a leitura do manual do
usuário, o qual acompanha o pacote de instalação. Os testes foram executados
durante todo o processo de desenvolvimento, tornando o sistema confiável e de acordo
com s expectativas de todos os envolvidos. O software conta com inúmeras
funcionalidades que atendem a todos os requisitos levantados na etapa anterior e
também fornece aos usuários ferramentas que permitem uma maior riqueza na
visualização, armazenamento e manipulação das amostras. Estas funcionalidades
estão descritas do item 4.3.1 ao 4.3.4.
4.3.1.
Cadastro De Novos Organismos
O cadastro de novos organismos pode ser executado pela tela de manipulação
de organismos (Figura 10). O sistema aceita apenas organismos que estejam descritos
em arquivos no formato GenBank, uma forma
de compartilhar sequências de
nucleotídeos, proteínas, genomas, etc. (Genbank, 1982) . A leitura dos arquivos no
formato GBK são executadas através do uso da ferramenta JGBParser, uma
ferramenta de uso livre desenvolvida por Dieval Guizelini em 2010 como requisito para
obtenção de grau de mestre pela Universidade federal do Paraná. O programa só
permite o cadastro de novas amostras se ao menos um organismo estiver cadastrado,
o que garante a consistência dos dados cadastrados e que os cálculos executados no
momento da inserção de novas amostras sejam executados corretamente.
39
Figura 10 - Tela de cadastro de novos organismos do programa GTA. FONTE: o autor (2011).
4.3.2.
Cadastro De Projetos E Amostras
O sistema oferece uma interface para cadastro e remoção de projetos e
amostras (Figura 11). O cadastro das amostras é feito através da leitura de arquivos no
formato BAM ou SAM, o usuário deverá sempre selecionar nomes distintos para cada
amostra, não esquecendo que uma amostra pode fazer parte de apenas um projeto,
conforme indica o diagrama da base de dados apresentado. O sistema não permite que
o usuário cadastre um projeto que não contenha um organismo referenciado. No
momento de cadastro da amostra o usuário pode escolher a tolerância para a área a
esquerda e a direita do gene. Esta tolerância possibilita que mesmo Reads que não
estejam localizados exatamente dentro das extremidades dos genes possam ser
considerados e sua utilização esta descrita no manual do usuário. Caso o usuário
tenha dúvidas de como o sistema trata estes limites, pode acessar a ajuda rápida
clicando no ícone de interrogação (?) logo abaixo da tabela de amostras.
40
Figura 11 - Interface para cadastro de projetos e suas respectivas amostras no sistema GTA. FONTE: o autor (2011).
4.3.3.
Visualizaçao E Comparaçao De Amostras
Após o cadastro dos projetos e das amostras que se deseja comparar, o
usuário poderá visualizar as informações referentes a cada amostra, detalhadas pelos
nomes dos Genes expressos e seus respectivos valores de Reads e cálculos de RPKM
relativos (Figura 12). O software disponibiliza também uma lista das funções dos genes
de acordo com o organismo utilizado para cadastro da amostra. Estes dados não são
estáticos, se alterando de acordo com os organismos selecionados, ou seja, uma
função só será apresentada na lista de funções se fizer parte do organismo no qual o
gene da amostra selecionada pelo usuário esteja relacionada, oferecendo ao usuário
não apenas a opção de visualizar estes dados de forma gráfica mas também
tabuladas.
41
Figura 12 - Interface de visualização dos genes de uma amostra. FONTE: o autor (2011).
Conforme proposto, o programa executa uma comparação entre os Reads
encontrados em cada amostra cadastrada (limitado a selecionar duas amostras a cada
comparação). Os valores são exibidos de forma tabulada ou em gráficos, conforme
pode ser visualizado na Figura 13, na Figura 14 e na Figura 15.
Figura 13 - Exemplo de comparação de duas amostras cadastradas, exibidas de forma tabulada. FONTE: o autor (2011).
42
Figura 14 - Exemplo de gráfico de dispersão de duas amostras comparadas, onde cada ponto representa um gene expresso e
a reta central representa o valor de regressão calculado para as amostras. FONTE: o autor (2011).
Figura 15 - Exemplo de gráfico comparando os valores de RPKM das amostras previamente selecionadas, exibindo de forma
normalizada os valores relativos para cada uma individualmente. FONTE: o autor (2011).
É possível gerar também dados tabulados e gráficos exibindo o valor de Reads
de cada função expressa pelos Genes nas amostras. Estes valores podem ser relativos
a apenas uma amostra ou a um conjunto delas, tanto no formato de Pizza (Figura 16)
ou de barras (Figura 17).
43
Figura 16 - Exemplo de gráfico de funções no
formato de Pizza. FONTE: o autor (2011).
4.3.4.
Figura 17 - Exemplo de gráficos de funções no formato
de Barras. FONTE: o autor (2011).
Exportaçao Dos Dados
Tendo em vista a proposta principal do projeto de substituir o sistema Microsoft
Excel®, foi inserida no programa uma opção para salvar o estado atual de sua
comparação, ou seja, o usuário pode salvar sua pesquisa a qualquer momento e
recuperar o estado desejado quando julgar necessário. A única restrição para que esta
funcionalidade seja executada, assim como no programa Excel, é que os dados brutos
estejam contidos na base de dados (Figura 18).
Figura 18 - Interface para que o usuário possa salvar ou recuperar os estados das suas comparações. FONTE: o autor (2011).
A ferramenta também oferece aos seus usuários a opção de enviar os dados
comparados para um destinatário especifico de e-mail. Quando esta opção é utilizada,
automaticamente é enviada como anexo uma cópia exata do estado atual da
comparação, incluindo os dados tabulados e também os gráficos correspondentes. O
destinatário recebe um e-mail contendo três arquivos distintos (Figura 19), sendo dois
deles referentes aos dados tabulados, um em formato PDF® e o outro em um formato
44
separado por pontos e vírgulas (;), além de um arquivo separado contendo apenas o
gráfico referente aos dados enviados.
Figura 19 - Exemplo de arquivos recebidos com comparações. FONTE: o autor (2011).
Estes dados também podem ser adquiridos diretamente pela interface da
ferramenta, com as opções padrões de exportação de dados ou recuperados
diretamente através do arquivo do banco de dados, contido na pasta de instalação do
software.
4.4. Validaçoes Do Projeto
4.4.1.
Ambiente De Desenvolvimento
O hardware utilizado para o desenvolvimento do software pode ser facilmente
encontrado no mercado local e contem as seguintes especificações:

Modelo: Notebook Acer Aspire 5741G;

CPU: Intel Core I5-430M com 2.26GHz e 3.0 MB de Cache L3;

RAM: 4.0 GB;

GPU: ATI Radeon HD5470 com 512MB Dedicados;
45

HD: 500 GB.

SO: Windows 7 Home Edition Premium 64 Bits
Os requerimentos mínimos para o funcionamento do sistema são: Processador
de 1.2 GHz, 1024 MB de RAM e espaço mínimo em disco de 300 MB para
armazenamento e manipulação, podendo varia de acordo com o tamanho das
amostras selecionadas. As ferramentas de desenvolvimento e testes do software foram
escolhidas com o intuito de jamais onerar valor financeiro ao programa e não intervir
em nenhuma lei de proteção intelectual ou direitos autorais, dando preferência sempre
às ferramentas Open Source (Código aberto) ou de domínio público. As ferramentas
utilizadas são:

IDE: Netbeans 7.0

Linguagem de programação: JAVA 1.5

Biblioteca para gráficos: JfreeChart

Biblioteca para leitura de arquivos SAM e BAM: SamTools

Biblioteca para envio de mensagens: Java Mail API

Biblioteca para manipulação de arquivos PDF: IText

Biblioteca de persistência: Hibernate

Biblioteca para testes de integridade dos códigos: Junit
As ferramentas acima não necessitam estar presente nos computadores
pessoais dos usuários, sendo necessárias apenas para o desenvolvimento do
sistema. Outras metodologias e ferramentas foram utilizadas, mas por serem
ferramentas incorporadas ou relacionadas às acima citadas, não necessitam ser
descritas ou mencionadas neste documento.
46
4.4.2.
Ambiente De Testes
4.4.2.1. Estudo de caso
Iremos apresentar neste item um breve estudo de caso da ação do GTA durante
o processo de cadastro e exibição de uma amostra proveniente de um arquivo BAM.
Não iremos apresentar os resultados de forma gráfica, mas sim o comportamento
interno do sistema para ilustrar de forma simplificada o funcionamento da ferramenta
proposta. Os passos seguem conforme item abaixo:
a) Leitura do arquivo BAM ou SAM
Existem algumas ferramentas específicas para a leitura de arquivos nos
formatos SAM e BAM. Para o nosso projeto utilizamos a biblioteca samtools para
ambiente Java. O método de leitura pode ser verificado no trecho de código ilustrado
na Figura 20.
Figura 20 - Trecho de código responsável pela leitura do arquivo BAM Ordenado e da inserção destes valores em uma
coleção contendo arrays de inteiros. FONTE: o autor (2011).
b) Filtrando os Reads
Após preencher o vetor com todos os Reads lidos, o programa precisa percorrer o
vetor, calcular o tamanho dos Reads e atribuir aos seus respectivos genes. O grande
problema nesta iteração é que temos 13.566.990 milhões de Reads que devem ser
iterados com aproximadamente 4800 genes do organismo cadastrado para encontrar
seus valores, gerando um total de 65.121.552.000 (mais de 65 bilhões) de iterações.
47
Para amenizar esta curva de processamento, foram adotadas as seguintes
metodologias: Ordenar e descartar Reads não candidatos. O funcionamento destes
métodos é simples, sendo que o primeiro já é inerente ao arquivo BAM ordenado,
conforme ilustra a Figura 21.
Figura 21 - Exemplo de leitura de um arquivo BAM onde os Reads estão ordenados pelo inicio de sua leitura. FONTE: o autor
(2011).
A segunda etapa consiste em analisar os Reads para descobrir os
pertencentes ao gene sendo verificado no momento. Para que um Read seja
considerado valido para um gene, o mesmo tem que atender ao menos uma das
duas regras de validação. Estas regras são consideradas peças chaves para que o
sistema execute a verificação de um grande número de Reads sem exigir um alto
processamento. A primeira condição é ignorar os reads que não estão ao alcance
do gene analisado. Este procedimento é feito antes das equações de verificação de
reads contidos, pois evita que uma parcela de reads não candidatos seja analisada.
Esta regra é demonstrada Equação 2, onde IR é o inicio do Read, FG o fim da área
ocupada pelo gene e C uma constantes definida pelo usuário no momento do
cadastro da amostra.
48
Equação 2
FONTE: o autor (2011).
Analisando a Equação 2, entendemos que ela desagrega do software a
necessidade de percorrer todos os Reads de determinada amostra a procura de
candidatos, pois quando encontra o primeiro read que não atende a esta equação,
entende que todos os Reads após o verificado não serão candidatos também,
devido ao fato de estarem ordenados pelo seu valor inicial. Passando por este
primeiro filtro, o Read deverá satisfazer apenas uma das duas condições expostas,
a primeira recebe o nome de contido pela esquerda, conforme ilustra Equação 3,
onde FR é o fim da leitura do Read, IG o inicio da área ocupada pelo gene, FG o fim
da área ocupada pelo gene e C uma constante inserida pelo usuário no momento o
cadastro da amostra.
Equação 3
FONTE: o autor (2011).
Para que um Read esteja contido pela esquerda do gene analisado, ele precisa
estar com o seu inicio contido na região ocupada pelo gene, com uma aceitação de
deslocamento máximo à esquerda e á direita conforme inserido pelo usuário (C).
Esta distância limite é inserida no momento do cadastro da amostra, podendo variar
de uma amostra para outra, mas não se alterando para os Reads da mesma
amostra. Caso esta condição não seja satisfeita, a próxima condição que pode
validar o read é a condição do contido pela direita (Equação 4), sendo IR o inicio
do Read, FR o fim do Read, IG o inicio da área ocupada pelo gene e FG o fim da
área ocupada pelo gene.
49
Equação 4
FONTE: o autor (2011).
A diferença entre a regra do contido pela direita e a regra do contido pela
esquerda é a extremidade do read analisado, sendo uma verificando o inicio do
read e a outra o fim do read. Sempre será verificada a regra do contido pela
esquerda por primeiro, pois o programa irá ignorar não apenas o read que não
preencheu nenhum dos requerimentos, mas também todos os reads que tenham
seus valores iniciais maiores do que os reads analisados, evitando assim
verificações desnecessárias. A Figura 22 ilustra de forma simplificada o processo
de busca por reads válidos e como o programa se comporta ao encontrar reads não
pertencentes.
Figura 22 - Exemplo do processo de validação do Reads. FONTE: o autor (2011).
A Figura 23 exibe em forma de fluxograma como o sistema reage na leitura de
cada Read respeitando a ordem de validação, fazendo assim que o número de
50
iterações entre os genes do organismo e os Reads do arquivo seja sempre baixo.
Simplificando, a Figura 23 nos demonstra que ao cadastrar uma nova amostra, o
software ordena os dados lidos da amostra pelos valores iniciais dos Reads,
pesquisa no banco de dados os genes do organismo relacionado a ela e em
seguida pesquisa na base de dados locais pelos genes do organismo
correspondente a amostra, iniciando em seguida uma iteração pelos genes lidos,
iterando também cada gene com os Reads recuperados do arquivo, até que uma
das condições de parada seja satisfeita, podendo ser esta a chegada ao fim da lista
de Reads ou se o Read lido não satisfazer a regra do contido pela direita. Para cada
Read lido e que atenda ao menos a uma das regras especificadas, o sistema atribui
seu valor ao montante de Reads já relacionados ao gene analisado. Este ciclo se
repete até o sistema chegar ao fim da lista de genes do organismo selecionado.
Após o término da iteração, a amostra é salva na base de dados local contendo
todas as informações dos genes e seus valores de expressão de acordo com os
Reads a eles relacionados.
51
Figura 23 - Exemplo do fluxo para validações de Reads lidos de arquivos no formato SAM e BAM. FONTE: o autor (2011).
Analisando o fluxograma da Figura 23, entende-se melhor como o sistema valida
cada read individualmente, tratando os valores de tolerância á esquerda e á direita.
A imagem da Figura 24 não demonstra o procedimento para exclusão de reads em
massa, conforme descrito no fluxograma da Figura 23, mas sim o comportamento
pontual para cada read.
52
Figura 24 - Exemplo de Reads válidos e inválidos de acordo com as regras de validações de Reads. FONTE: o autor (2011).
4.4.2.2. Teste De Desempenho Relativo
Os testes de desempenho do sistema ocorreram em computadores pessoais
(notebooks e netbooks) de propriedade de alguns dos profissionais da área de
bioquímica da Universidade Federal do Paraná, para garantir que mesmo
computadores com um nível de processamento padrão aos encontrados em lojas o
software pudesse ser executado de forma aceitável aos parâmetros de desempenho
estipulado na projeção do sistema.
A Tabela 4 exibe o tempo de processamento em minutos para a tarefa mais
demorada do sistema, que é carregar a nova amostra em memória, filtrar as
informações do arquivo BAM ou SAM e salvar estes dados no banco de dados local. A
amostra
utilizada
para
os
testes
possuía
inicialmente
um
montante
de
aproximadamente 14 milhões de Reads mapeados.
53
Tabela 4 - Comparativo do tempo de processamento para o cadastro de uma amostra com 14 milhões de Reads em
diferentes computadores com hardware e sistemas operacionais distintos. FONTE: o autor (2012).
Processador
Athlon NEO mv-40
1,6 Ghz
Intel Atom N270 1,6
Ghz
AMD Turion 64 X2
2.6 GHz
Intel Core I5 2.26
GHz
Memória
Sistema Operacional
Tempo (Minutos)
2.0 GB
Windows Vista 32 Bits.
10
Windows 7 Starter Edition
2.0 GB
32 Bits.
3.0 GB
8.0 GB
Debian 5.0 32 Bits.
Windows 7 Home Edition 64
Bits.
13
4
8
É possível verificar através dos dados exibidos na tabela 3 que o desempenho
do programa é condicionado não apenas ao processador e a memória disponível, mas
também ao sistema operacional utilizado, principalmente quando verificado a enorme
diferença no tempo de processamento entre um computador contendo o sistema
operacional Linux e outro com um maior poder de processamento e memória RAM,
mas com sistema Windows, pois o Linux tende a trabalhar mais agilmente com
manipulação de arquivos em disco.
4.4.2.3. Testes De Desempenho Comparativo E Opções Disponíveis
Diferente do teste de desempenho relativo, onde o foco é mostrar o
comportamento da solução em diferentes computadores, o teste de desempenho
comparativo visa exibir as vantagens e desvantagens do uso da ferramenta como
alternativa a outras ferramentas disponíveis, sendo elas:
54
4.4.2.3.1.
Gta X Planilhas eletrônicas
Foram executadas comparações de tarefas simples com os dados obtidos pelo
Rna-Seq e executadas pelo bioquímico a fim de obter os resultados esperados e estas
comparações podem ser visualizadas na Tabela 5.
Tabela 5 - Comparativo de desempenho computacional entre o sistema GTA e a ferramenta padrão Excel, onde os tempos
são exibidos em minutos. FONTE: o autor (2012).
Cadastro do organismo
(Herbaspirillum
seropedicae)
Registro das amostras
Planilhas eletrônicas
GTA
-
1,5 min.
Não possui, os valores
Trabalha diretamente com
devem ser inseridos
os arquivos no formato
manualmente.
Genbank.
10 min.
8 min
(deve ser preenchido
Recebe diretamente os
manualmente e requer a
arquivos no formato BAM
conversão dos dados BAM
Ordenado.
para arquivo de texto
tabulado, exigindo tempo
extra não contabilizado aqui).
30 min.
0,1min.
Comparação da
Deve ser preparado
Utiliza as normalizações
expressão gênica entre
manualmente.
com os dados do
duas amostras
organismo utilizado durante
o cadastro das amostras.
Geração de gráficos
0,1 min.
0,05 min.
Deve ser preparado
Os dados para geração já
manualmente.
estão disponíveis para
vários tipos de gráficos.
Exportação e envio dos
-
0,1 min
dados
Não possui opção, seria
Executa a exportação e o
55
necessário salvar o arquivo e
envio tanto no formato PDF
usar um programa de
como em CSV ou PNG.
terceiros.
Conforme exibido na Tabela 5, o Genetic Transcript Analyzer disponibiliza
recursos não encontrados no Excel, o que dificulta uma real comparação, mas enfatiza
a vantagem de se utilizar o sistema para obter os dados necessários. A maior
vantagem do sistema GTA sobre o Microsoft Excel é a característica de trabalhar
diretamente nos arquivos em formato BAM Ordenado, não exigindo assim um préprocessamento destes dados. Verifica-se também a enorme diferença de tempo
quando a tarefa é a comparação entre as amostras, pois o programa GTA já contem
todos os cálculos necessários já processador internamente, podendo otimizar este
processo em até 180 vezes. Uma das desvantagens é a impossibilidade de executar
comparações customizadas, como permite o Microsoft Excel, devido aos dados
estarem sempre disponíveis em seu formato simplificado, neste caso arquivo texto.
4.4.2.3.2.
Gta X Clc Dna Workbench
Uma das principais vantagens que o CLC DNA WorkBench
possui sobre o
sistema GTA é a possibilidade de obter os dados diretamente de uma das plataformas
da nova geração, sem a necessidade de conversões nestes dados, agilizando ainda
mais o processo de comparações. Por outro lado o Genetic Transcript Analyzer possui
uma extrema facilidade em seu uso sem a necessidade de conhecimentos avançados
em computação ou no próprio sistema.
4.4.2.3.3.
Gta X Bioconductor
O Bioconductor consegue exportar diversos tipos de arquivos de sequências,
incluindo o formato fasta, fastq, BAM, gff, bed e wig, entre muitos outros, enquanto na
sua primeira concepção o GTA pode trabalhar apenas com os arquivos no formato
BAM e SAM. Quanto à disposição das informações, apesar do GTA possuir menos
56
opções, as apresentadas são de fácil entendimento, manipulação e exportação, não
necessitando que o usuário insira linhas de códigos ou scripts pré-processados para
obter as informações desejadas. Ressalta-se também que por ser desenvolvido sempre
com o acompanhamento dos profissionais da bioquímica, o GTA tornou-se uma
ferramenta personalizada, que cumpre a promessa de exibir as informações de forma
simples e eficiente.
57
5. CONCLUSÃO
O desenvolvimento do GTA mostrou que com poucos recursos e investimentos
financeiros é possível criar ferramentas simples para auxiliar no trabalho de análise de
dados e comparações. Todo o projeto foi baseado na necessidade de oferecer uma
alternativa para que os bioquímicos pudessem executar suas comparações sem perder
horas de trabalho preparando as amostras ou terem de recorrer a ferramentas
comerciais, como por exemplo, o CLC Dna Workbench ou complexas como o
Bioconductor. Em nenhum momento a ferramenta GTA visou substituir um destes dois
programas em todas as suas tarefas, mesmo pelo conhecimento de que estes
softwares estão consolidados no mercado e possuem alguns anos de melhorias e
atualizações que os tornam cada dia mais promissores e funcionais. Ao contrario, o
GTA teve desde sua concepção a missão de facilitar o acesso a dados complexos sem
a necessidade de criação de scripts ou linhas de código complexas, tornando a
experiência de análise de amostras algo mais agradável e proveitoso, sempre
oferecendo simplicidade e confiabilidade nos dados analisados. Esta é a principal
contribuição desta pesquisa.
O maior desafio na implementação da ferramenta foi a leitura rápida dos arquivos
em formato BAM, que no inicio chegou a levar até 6 horas para ser concluída em uma
amostra com 14 milhões de Reads mapeados, mas que após varias modificações no
código e o auxilio da ferramenta samtools, hoje não passa de alguns minutos, conforme
exibido no capítulo 4. Foram também executados inúmeros testes comparativos para
que os dados exibidos no GTA não estivessem em nenhum momento relatando
informações imprecisas ou tendenciosas, que pudessem invalidar o uso da ferramenta .
Até o momento da criação deste documento, estão sendo trabalhadas no programa
novas ferramentas matemáticas que agregar novas informações as amostras
analisadas. A cada nova melhoria da ferramenta, será fornecida aos usuários uma
atualização contendo os pacotes necessários. Com base nas comparações executadas
entre o GTA e as ferramentas disponibilizadas no laboratório, foi concluído que:
58

A ferramenta GTA cumpre com a proposta inicial de ser uma alternativa a
ferramentas já existentes.

A ferramenta é de fácil utilização e adequação.

O programa não exige de seus usuários conhecimentos de computação
avançados
O programa possui grandes possibilidades e facilidades para agregação de
novas funcionalidades, tornando-o de alta portabilidade para novas versões.
59
6. TRABALHOS FUTUROS
Esperamos que futuramente a ferramenta seja utilizada como base para
desenvolvimentos que visem auxiliar no trabalho de análise ou até mesmo seja
trabalhada para se tornar uma ferramenta ainda mais poderosa, desenvolvendo
módulos adicionais que possibilitem a substituição de outras ferramentas e não mais
ser visualizado como uma alternativa, mas sim como uma opção consolidada. Dentre
algumas melhorias e implementações esperadas, destacam-se as seguintes:

Criação de uma interface Web, podendo ser acessada de qualquer
computador pessoal com acesso á internet.

Leitura de outros formatos de arquivos, como por exemplo, fasta, fastq, gff,
bed e wig.

Leitura de outros formatos de arquivos com informações de Organismos.

Inserção de novos cálculos, para agregar ao software módulos de
análises estatísticas.

Codificação do sistema em outras linguagens de programação.
60
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