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PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 20 DE JUNHO DE 2007
O Grêmio acredita em outra façanha
Time precisa golear o Boca por três gols e levar a decisão para prorrogação ou por quatro para garantir o tri da Libertadores e vaga no Mundial
RICARDO GIUSTI
Tuta, Carlos Eduardo e Amoroso: Grêmio precisa atacar para reverter a vantagem obtida pelos argentinos na Bombonera
Carlos Corrêa
De uma ponta à outra, são 7,4 mil quilômetros. Entre o Mar do Caribe, ao
Norte, e o Cabo de Hornos, ao Sul, são 12 nações que ocupam 12% da superfície terrestre. Em termos futebolísticos, tudo isso pode ser do Grêmio a partir do final da noite de hoje. A missão, no entanto, talvez seja a mais difícil dos
103 anos de sua história. Para os comandados de Mano Menezes adonaremse da América do Sul e serem campeões da Taça Libertadores não basta apenas vencer o Boca Juniors, dono de cinco títulos da competição. É preciso
bem mais. É preciso pelo menos golear os argentinos por três gols e levar a decisão para a prorrogação. Ou então uma façanha épica de aplicar uma vitória
por quatro gols de diferença e ficar com o título no tempo normal.
O terceiro gol sofrido na Bombonera na semana passada, quase nos acréscimos, tornou a situação do Grêmio dramática e pareceu servir de estímulo
para unir de uma maneira poucas vezes antes vista a torcida tricolor. Mesmo
diante da dificuldade, os gremistas ficaram na fila desde a madrugada da última quinta-feira para comprar ingressos. Na chegada da delegação ao Brasil,
nenhuma vaia. Pelo contrário, apoio incondicional no aeroporto ao time.
Tamanha fé acabou contagiando os jogadores. Ontem, Tcheco deixou as
partes técnica e tática de lado na entrevista coletiva concedida a mais de 40
jornalistas. “Não é só a Libertadores que a gente está buscando. Agora, é a
nossa própria honra que está em jogo”, afirmou o capitão da equipe. Experiente, o goleiro Saja listou uma série de exemplos de viradas memoráveis. Citou
a final da Liga dos Campeões em 2005, quando o Liverpool perdia por 3 a 0 ao
final do primeiro tempo, mas empatou o jogo e ganhou nos pênaltis. Mencionou o Torneio Apertura do ano passado, quando o Boca precisava de um ponto em três jogos e perdeu todos. E, claro, lembrou as viradas do Grêmio neste
ano, contra Caxias, São Paulo e Defensor. “É muito difícil, claro. Mas impossível não é”, diz Saja. Em campo, Mano adiantou o time com a mesma formação e dois atacantes: Carlos Eduardo e Tuta. Tudo por três gols e a honra.
Grêmio: Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Gavilán, Lucas, Tcheco e
Diego Souza; Carlos Eduardo e Tuta. Técnico: Mano Menezes.
Boca Juniors: Carante; Ibarra, Díaz, Morel Rodríguez e Clemente; Banega,
Ledesma, Cardozo e Riquelme; Palacio e Palermo. Técnico: Miguel Russo.
Arbitragem: Oscar Ruiz, auxiliado por Juan Carlos Bedoya e Jovani Zapata (trio da Colômbia). Local: estádio Olímpico. Início: 21h45min.
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