UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS VICTOR EDUARDO GUILHERME DE MEDEIROS ANÁLISE DAS EXECUÇÕES ORÇAMENTÁRIAS DAS CAPITAIS BRASILEIRAS, NO PERÍODO DE 2000 A 2009. Orientador: Prof Msc. Maurício Corrêa da Silva Natal/RN Junho/2012 ii VICTOR EDUARDO GUILHERME DE MEDEIROS ANÁLISE DAS EXECUÇÕES ORÇAMENTÁRIAS DAS CAPITAIS BRASILEIRAS, NO PERÍODO DE 2000 A 2009. Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Msc. Mauricio Corrêa da Silva Natal/RN Junho/2012 iii FOLHA DE APROVAÇÃO VICTOR EDUARDO GUILHERME DE MEDEIROS ANÁLISE DAS EXECUÇÕES ORÇAMENTÁRIAS DAS CAPITAIS BRASILEIRAS, NO PERÍODO DE 2000 A 2009. Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em 13 de junho de 2012. BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Msc. MAURÍCIO CORRÊA DA SILVA Orientador _________________________________ Prof. Dr. ERIVAN BORGES FERREIRA Membro da Banca ______________________________________________ Prof. Msc. MÁRCIO ROBERTO LOIOLA MACHADO Membro da Banca iv AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus nosso Pai por todas as dádivas que me foram concedidas e pelo término de mais uma etapa de minha jornada. Aos meus pais e familiares por sempre terem me dado o apoio necessário em todas as etapas da minha vida, pois sem esses não teria alcançado todas as coisas que consegui em minha vida. À minha namorada pelo carinho que me fortalece ao longo do caminho e pela ajuda em meus momentos mais difíceis e por partilhar os mais alegres comigo. Aos meus amigos, irmãos que a vida me deu a oportunidade de escolher que sempre estiveram presentes nas tribulações, nas alegrias e sempre me incentivaram a ser uma pessoa melhor. Ao meu orientador, professor Maurício, que me guiou e mostrou os caminhos a serem percorridos para o êxito do meu trabalho e também pela compreensão e paciência demonstrados em momentos difíceis de minha vida. v DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho aos meus pais Aristóteles Duarte de Medeiros Guilherme e Maria Simone Souza Guilherme de Medeiros, pois eles são a minha pedra fundamental, sem os quais eu jamais existiria e nem conseguiria ter galgado todas as minhas conquistas. vi RESUMO A contabilidade tem com uma de suas funções principais fornecer informações aos seus usuários a respeito da situação patrimonial de uma entidade. Esta investigação tem o objetivo geral de analisar se as capitais brasileiras apresentaram variações equidistantes da receita e despesa per capita, do comprometimento da receita corrente, do investimento per capita, do IPTU e ISS per capita, no período de 2000 a 2009. Considerou-se para fins desta investigação, como variações equidistantes os resultados semelhantes dos índices estudados. Foram utilizadas as pesquisas bibliográfica, documental, qualitativa e quantitativa. Os dados foram extraídos do sítio eletrônico as Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os resultados revelaram que as capitais brasileiras, com algumas exceções, apresentaram variações equidistantes nos índices estudados. As exceções das variações da receita e despesa per capita foram as cidades de Porto Velho com os maiores índices e as cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre com menores variações. As cidades de João Pessoa e Boa Vista destacaram no comprometimento da receita corrente e Porto Alegre e Macapá no investimento per capita. As cidades de Curitiba e Porto Velho destacaram, a primeira com a menor variação e a segunda com o de maior variação no IPTU e ISS per capita. Palavras-chave: Contabilidade Pública. Indicadores Contábeis. Capitais Brasileiras. vii ABSTRACT Accountancy has as one of its main functions to provide information to its users about the financial situation of an entity. This research aims to examine if the Brazilian capitals had shown equidistant variations of the per capita revenue and expenditure, the commitment of current income, per capita investment and per capita IPTU and ISS in the period of 2000 to 2009. For purposes of this research, are considered as equidistant variations similar results in the studied indices. We used the bibliographical, documental, qualitative and quantitative researches. Data were extracted from the National Treasury Secretary (STN) website. The results revealed that the Brazilian capitals, with some exceptions, showed equidistant variations in the studied indices. The exceptions were the variations in revenue and expenditure per capita in the cities of Porto Velho with the highest rates and the cities of Rio de Janeiro and Porto Alegre with minor variations. The cities of Joao Pessoa and Boa Vista highlighted in the commitment of current revenues and Porto Alegre and Macapa in per capita investment. The cities of Curitiba and Porto Velho contrasted, the first with the least variation and the second with the largest variation in per capita IPTU and ISS. Keywords: Public Accountancy. Accounting Indicators. Brazilian’s Capitals. viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AC AL AP AM BA CCONT DP CE CV ES GEINC GO IGP-DI IPTU ISS LDO LOA LRF M MA MT MS MG PA PPA PR PE RJ RN RS RO RR SC SP SE SIAFI STN STF TO Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Coordenação Geral de Contabilidade Desvio-Padrão Ceará Coeficiente de Variação Espírito Santo Gerência de Indústria e Comércio Goiás Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna Imposto Predial e Territorial Urbano Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza Lei de Diretrizes Orçamentárias Lei Orçamentária Anual Lei de Responsabilidade Fiscal Média Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Plano Plurianual Paraná Pernambuco Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondônia Roraima Santa Catarina São Paulo Sergipe Sistema Integrado de Administração Financeira Secretaria do Tesouro Nacional Superior Tribunal Federal Tocantins ix LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Atualização de valores pelo IGP-DI – 2000 a 2009 – Moeda 2010................. Tabela 2 – Receita per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010................................ Tabela 3 – Receita per capita da Região Nordeste, moeda 2010...................................... Tabela 4 – Receita per capita da Região Norte, moeda 2010............................................ Tabela 5 – Receita per capita da Região Sudeste, moeda 2010........................................ Tabela 6 – Receita per capita da Região Sul, moeda 2010................................................ Tabela 7 – Despesa per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010.............................. Tabela 8 – Despesa per capita da Região Nordeste, moeda 2010.................................... Tabela 9 – Despesa per capita da Região Norte, moeda 2010.......................................... Tabela 10 – Despesa per capita da Região Sudeste, moeda 2010.................................... Tabela 11 – Despesa per capita da Região Sul, moeda 2010............................................ Tabela 12 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Centro Oeste, moeda 2010.................................................................................................................................... Tabela 13 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Nordeste, moeda 2010... Tabela 14 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Norte, moeda 2010........ Tabela 15 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Sudeste, moeda 2010.... Tabela 16 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Sul, moeda 2010............ Tabela 17 – Investimento per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010..................... Tabela 18 – Investimento per capita da Região Nordeste, moeda 2010............................ Tabela 19 – Investimento per capita da Região Norte, moeda 2010.................................. Tabela 20 – Investimento per capita da Região Sudeste, moeda 2010.............................. Tabela 21 – Investimento per capita da Região Sul, moeda 2010 ..................................... Tabela 22 – IPTU e ISS per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010........................ Tabela 23 – IPTU e ISS per capita da Região Nordeste, moeda 2010............................... Tabela 24 – IPTU e ISS per capita da Região Norte, moeda 2010.................................... Tabela 25 – IPTU e ISS per capita da Região Sudeste, moeda 2010................................ Tabela 26 – IPTU e ISS per capita da Região Sul, moeda 2010........................................ 30 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 47 48 49 50 51 51 52 53 54 x LISTA DE QUADROS Quadro 1: Comparativo da execução com o orçamento no Balanço Orçamentário........... 24 Quadro 2: População das Capitais Brasileiras de 2000 a 2009.......................................... 29 xi LISTA DE SÍMBOLOS Desvio-Padrão Média xii SUMÁRIO 1 INT RO DU Ç ÃO .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 1. 1 T E M A E PR O BL E M A. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 1. 2 O BJ ET I VO S .. ... .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 1 .2 .1 G er al .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 1 .2 .2 Es pec íf ic os ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 1. 3 J U ST IF I C AT IV A DO E ST UDO .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 1. 4 D EL I MIT A Ç ÃO D O EST U DO . .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 2 F UN D AM E NT AÇ ÃO T EÓ RI C A . .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 2. 1 A D MI NI ST R AÇ Ã O PÚ B LI C A. .. .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 2. 2. 1 O r g a n i zaç ã o d a A dm in is tr aç ão Pú b lic a .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. 2. 2. 2 Pr i nc í p i os da Adm i n is tr aç ão Pú b l ic a. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. . 2. 2 CO NT A BI LI D AD E G O V ER N AM E NT A L. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 2. 2. 1 L e i 43 2 0, d e 1 7 de m ar ç o d e 1 96 4. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. 2. 2. 2 L e i de Res po ns ab i l i da d e F is c a l. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 2. 2. 3 D em ons tr a ti v os C on t áb e is . .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 3 M ET O DO L O G I A . .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 3 .1 T IP O D E P E SQ U IS A .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 3 .2 U NI V E R SO E A MO ST R A . .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. 3 .3 I N ST RU M ENT O E P RO CE S SO D E C O L ET A D E D ADO S . .. .. . ... .. .. 3.4 ANÁLISES DE DADOS ......................................................................................... 3 .5 L I MIT A ÇÕ E S D O M ÉT O DO .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. . 4 D E SC RI Ç ÃO E AN ÁL I S E DO S D AD O S .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 4 .1 R E C EIT A P ER C A PIT A .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 4 .2 D E S P E S A P E R CA P IT A ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 4 .3 CO M P RO M ET IM ENT O D A R EC E IT A C O RR E NT E. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. 4 .4 I N V E ST IM E NT O P ER C A P IT A. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. 4 .5 I PT U e I S S P E R C A PIT A.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 5 CO N S ID E R AÇ Õ E S F IN AI S , R E CO M EN D AÇ Õ E S E C O N CL U S ÃO . . ... .. RE F ER Ê NC I AS .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . ... .. . 13 13 14 14 14 15 15 16 16 16 18 20 21 22 23 27 27 28 29 30 31 32 32 37 41 46 50 55 57 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA E PROBLEMA A contabilidade tem como uma de suas funções principais fornecer informação aos seus usuários a respeito da situação patrimonial de uma entidade (MARION, 2002), valendo essa prerrogativa igualmente para a contabilidade pública, afinal o conjunto de seus usuários abrange toda a população, seja de uma cidade, estado ou país, pois a principal fonte de receita dessas instituições são os impostos arrecadados. Neste contexto várias questões surgem para a melhor compreensão da vida financeira das entidades governamentais para que haja melhor conscientização por parte do povo da destinação dos impostos pagos, analisando-se como está a execução orçamentária nas capitais brasileiras. E este tema tem extrema relevância, pois como define Piscitelli, Rosa e Timbó (2008, p. 42) “o orçamento é um instrumento que expressa a alocação dos recursos públicos, sendo operacionalizado por meio de diversos programas, que constituem a integração do plano plurianual com o orçamento”, sendo a execução a concretização, o desembolso desses recursos, como forma de cumprir as metas estabelecidas. Mais claramente, define a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que Execução Orçamentária é realizar as despesas públicas nele previstas e só essas, uma vez que, para que qualquer utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente previsto e autorizado (BRASIL, 2011). E isso é muito importante, pois é a ação planejada do Estado que irá manter as suas atividades em funcionamento, é preciso que haja o planejamento do orçamento, que durante sua execução seja feito um controle para que se possa ter um acompanhamento dessa execução, pois após a aprovação da Lei Complementar nº 101/ 2000 passa-se a ser necessário um rigor maior na execução das receitas e despesas previstas nas Leis Orçamentárias de cada esfera do poder público (PISCITELLI, ROSA E TIMBÓ et. al., 2008). 14 Matias-Pereira (2003, p. 131) diz que A importância do sistema e do processo orçamentário brasileiro pode ser dimensionada pelo tratamento que o assunto recebe na Constituição Federal, que determina um encadeamento lógico e sistemático ao planejamento da ação governamental. A fluidez do sistema orçamentário é que irá determinar o sucesso do processo orçamentário (MATIASPEREIRA, 2003, p. 131). Levando em consideração ainda o fato que a execução orçamentária deve ser bem feita devido à sua importância e impacto na sociedade como um todo MatiasPereira (2003, p. 131) fala que torna-se fundamental a tarefa de identificar e avaliar a destinação final do gasto público, como expressão concreta das necessidades de uma coletividade. Do outro lado está a capacidade e disposição da população em transferir parcelas de seu patrimônio privado para os cofres público, como forma de financiar as atividades governamentais destinadas a prover e promover o atendimento daquelas necessidades (MATIAS-PEREIRA, 2003, p. 131). Em suma, tudo o que é público advém e tem como finalidade o mantimento da sociedade e é necessário que todas as ações públicas, principalmente no tocante a execução do orçamento, que é a alocação de recursos provenientes da sociedade para a sua continuidade, sejam fiscalizados e mensurados quanto a sua eficácia e eficiência. E é igualmente necessário que a população se interesse e busque conhecimento de todos esses acontecimentos. Diante do acima exposto, surge o seguinte questionamento que esta pesquisa investigará: as capitais brasileiras apresentaram variações equidistantes da receita e despesa per capita, do comprometimento da receita corrente, do investimento per capita, do IPTU e ISS per capita, no período de 2000 a 2009? Considera-se para fins desta investigação, as variações equidistantes como variações que mantêm a mesma distância em relação aos índices estudados, ou seja, resultados semelhantes - valores próximos uns dos outros (premissa norteadora da pesquisa). 15 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Geral Analisar se as capitais brasileiras apresentaram variações equidistantes da receita e despesa per capita, do comprometimento da receita corrente, do investimento per capita, do IPTU e ISS per capita, no período de 2000 a 2009. 1.2.2 Específicos No intuito de alcançar o objetivo geral, os objetivos específicos são: - Identificar a organização básica e os princípios da administração pública; - Caracterizar o ramo da contabilidade governamental, a legislação básica e os principais demonstrativos contábeis; - Levantar as receitas, despesas e quantidades de habitantes das capitais brasileiras. - Calcular os indicadores que servirão como resposta à indagação desse estudo. 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO A importância desse estudo provém do controle social que deve haver em todas as esferas do poder público, pois o povo é o principal interessado em todas as ações do governo, pois este advém, trabalha e deve prestar contas a ele. Nesse sentido todas as ações e estudos acerca da execução orçamentária dos municípios, Estados e da própria Federação são de suma importância, pois são os instrumentos com os quais é possível avaliar a gestão pública. 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Esse estudo é delimitado às capitais brasileiras por representarem um conjunto de cidades que possam representar a totalidade dos estados do Brasil, ficando excluído o Distrito Federal, por apresentar uma constituição diferenciada de 16 uma cidade e mais semelhante à um estado, em todos os aspectos que condizem à sua organização. Dentre os indicadores e aspectos da análise da execução orçamentária foram escolhidas as variações das receitas e despesa per capita, do comprometimento da receita, do investimento, IPTU e ISS per capita, por serem fundamentais para a compreensão de como é executado o orçamento no país. Por fim, cabe destacar que o período analisado contemplará os anos de 2000 a 2009, pois representam a ultima década e são mais relevantes para o estudo recente que anos anteriores. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA Nesse tópico serão tratados assuntos teóricos de fundamental importância para a necessária compreensão do assunto discorrido nesta monografia, como a Administração Pública, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Contabilidade Governamental. 2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.2.1 Organização da Administração Pública A Administração Pública compreende todas as instituições governamentais, seja da administração direta – órgãos próprios ao Estado – ou indireta – entidades vinculadas ao governo, mas com independência jurídica deste (WIKIPÉDIA, 2010). Casella (2008), complementa e ressalva dizendo que Administrar para muitos significa não só prestar serviços, executá-los, como também governar e exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil a coletividade. Figura na Administração Pública assim como na Administração Privada as atividades que dependem de vontade externa, individual ou coletiva, sempre vinculada ao princípio da finalidade. Em suma podemos definir Administração Pública como toda atividade do Estado (CASELLA, 2008). Nesse sentido, a Administração Pública deve zelar pelo bem da sociedade, gerindo e oferecendo serviços e condições para que a mesma se mantenha. Dentro desta perspectiva, Baleeiro (1976, p. 18 apud MATIAS-PEREIRA, 2003, p. 40) diz que o estado, ou a administração púbica têm por alvo 17 A realização prática daqueles fins que moralizam e racionalizam o fenômeno social do poder público: a defesa da nação contra agressões externas, a ordem interna como condições de segurança e liberdade de casa indivíduo, a elevação material, moral e intelectual de todas as pessoas, o bem estar e a prosperidade gerais, a igualdade de oportunidades etc. O Estado nos moldes como se apresenta no Brasil está basicamente dividido em três poderes, o judiciário, o legislativo e o executivo. Essa divisão, conforme Olivieri (2005), dá-se para que cada poder possa exercer controle sobre o outro, criando um equilíbrio entre os poderes, permitindo assim o funcionamento pleno da máquina estatal. O poder executivo, segundo Olivieri (2005) é aquele que exerce a “função administrativa, gerenciando os negócios do Estado, aplicando a lei e zelando pelo seu cumprimento”. O poder legislativo tem por prerrogativa básica, como seu próprio nome sugere, legislar, ou seja, criar leis, porém essa não é a sua única função, cabendo a este também a fiscalização das contas do poder executivo (OLIVIERI, 2005). Porém no Brasil há um descompasso como continua dizendo o autor: O Executivo também exerce, em tese de modo limitado, a atividade legislativa através da edição de medidas provisórias com força de lei e da criação de regulamentos para o cumprimento das leis. No entanto, desde o fim da ditadura militar, em 1985, os presidentes brasileiros demonstram uma tendência a abusar das medidas provisórias para fazer leis de seus interesses, quando estas só deveriam ser editadas, de acordo com a Constituição, "em caso de urgência e necessidade extraordinária (OLIVIERI, 2005). O poder judiciário tem a função, exclusiva, de aplicar as leis em casos concretos que forem submetidos ao seu crivo (OLIVIERI, 2005). A administração pública está organizada em repartições, ou órgãos públicos que possuem atribuições específicas de acordo com as finalidades para as quais foram instituídos. Meirelles (2001, p. 62-63) assim define esses órgãos: São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições específicas na organização estatal. Cada órgão, como centro de competência governamental ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica (MEIRELLES, 2001, p 62-63). Casella (2008) diz que existem três teorias que explicam os órgãos públicos, a Teoria Subjetiva, onde os órgãos seriam “os próprios agentes públicos, sendo, no exercício de sua competência, manifesta a vontade do estado”, a Teoria Objetiva, 18 que prega que “o órgão não é agente público, mas um complexo de função” e a Teoria Mista ou Eclética que abrange as duas anteriores, ou seja, “o agente público é feixe de atribuição”. Continua o autor dizendo que As três teorias apontadas foram edificadas para explicar como a vontade do Estado pode ser a ele imputada em decorrência da atuação do homem. Os órgãos são, meros instrumentos da atuação estatal, e a relação que mantém com o Estado é de imputação e não de representação, porem a atuação do órgão, por seus agentes, é imputada à pessoa jurídica (CASELLA, 2008). 2.2.2 Princípios da Administração Pública Como foi dito acima a Administração Pública tem como dever primário zelar pelo interesse público, a fim de alcançar esse objetivo todo e qualquer órgão da administração deve seguir normas, preceitos que orientaram o seu trabalho em prol de um resultado satisfatório, feito de maneira inidônea. Dentre esses preceitos os mais importantes são os princípios definidos pela Constituição Federal em seu Art. 37, aonde se lê “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Baltazar (2011) define o princípio da legalidade para administração pública dizendo que a ela só é permitido fazer o que a lei prevê ou o que ela permite, ao contrário do que ocorre para outras pessoas, que podem fazer tudo que a lei não proíba. Ressalta, também, que esse princípio advém do que a carta magna diz em seu Art. 5º, Inciso II: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Fato interessante sobre esse princípio, é que, a fim de manter-se sempre em conformidade com a lei a administração só pode anular seus atos quando constatado erro ou vício nos mesmos, como prevê a Súmula 473 do STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial (SUMULA 473 STF). O princípio da moralidade "constitui hoje pressuposto da validade de todo ato da Administração Pública" (MEIRELLES, 2001, p.83), Baltazar (2011) corrobora ao dizer que o 19 administrador, ao agir, deverá decidir não só entre o legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. A doutrina enfatiza que a noção de moral administrativa não está vinculada às convicções íntimas do agente público, mas sim à noção de atuação adequada e ética existente no grupo social (BALTAZAR, 2011). O princípio da impessoalidade, segundo Baltazar (2011) tem duas facetas, a primeira dita que a administração pública tem por objetivo o interesse público, desse modo todas as pessoas devem ser tratadas de forma semelhante, não sendo cabível favorecimento ou desfavorecimento a qualquer pessoa por motivo algum, isso, inclusive é desdobramento de um do princípio da igualdade, emanado pela CF em seu Art. 5º. O outro lado desse princípio é o fato que a administração Pública não deve transparecer marca pessoal de seus administradores, como prevê o § 1º do art. 37 da Constituição A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos (BRASIL, 1988). O princípio da publicidade vem assegurar que todos os atos da administração pública sejam do conhecimento geral, assegurando a transparência na administração, pois o administrador público não é proprietário dos bens que administra, sendo responsável pelos bens da sociedade (BALTAZAR, 2011). Melo (2000) complementa que para ato administrativo, da administração publica direta ou indireta, tenha inicio de seus efeitos deve ser publicada em órgão oficial de publicação. Acerca do princípio da eficiência, Carvalho (1999, p. 303) fala foi introduzido pela Emenda Constitucional n° 19/ 9 8. Relaciona-se com as normas da boa administração no sentido de que a Administração Pública, em todos os seus setores, deve concretizar suas atividades com vistas a extrair o maior número possível de efeitos positivos ao administrado, sopesando a relação custo-benefício, buscando a excelência de recursos, enfim, dotando de maior eficácia possível as ações do Estado (CARVALHO, 1999, P. 303). Além desses cinco princípios constitucionais expostos acima, há outros que são de suma importância para a prática da administração pública de forma que se possa alcançar o bem público, Melo (2000), assim os define: - Razoabilidade: a administração terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosa das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida, ou seja, a razoabilidade age limitando a atuação administrativa. 20 - Proporcionalidade: enuncia a ideia de que as competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao que seja realmente demandado para o cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas, ou seja, proporcional ao fim de que se quer alcançar com cada ato. - Motivação: deve o administrador justificar fundamentalmente todos os atos praticados, a fim de que se possa controlar ação judicial, caso tais atos estejam em dissonância com os demais princípios ou com a lei. - Segurança Jurídica: é um dispositivo da essência do próprio direito, notadamente de um Estado Democrático de Direito, ele veda a aplicação de novas interpretações de determinadas normas legais por parte da administração pública, esta relacionado a boa-fé dos administradores que com ela interagem, no sentido que, quando esses tem um determinado direito reconhecido pela administração, não podem vir a ser prejudicados ulteriormente, por mudanças de entendimento da própria administração sobre aquela matéria. 2.2 CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL Conforme Kohama (2000, p. 50), a “Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organização e execução da Fazenda Pública, o Patrimônio Líquido e suas variações”. Bezerra Filho, (2006, p. 131) define a Contabilidade Pública como sendo “o ramo da Ciência Contábil que controla o patrimônio público, evidenciando as variações e os consequentes resultados, inclusive sociais, decorrentes dos atos e fatos de natureza orçamentária, financeira e patrimonial das entidades da Administração Pública”. O objeto da Contabilidade Governamental, segundo Bezerra Filho (2006) é o Patrimônio Público. O Art. 99 do Código Civel de 2002, define como bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 21 É importante, porém frisar que bens de uso comum – como praças e rodovias – não integram o patrimônio dos órgãos da Administração Pública, pois como diz Iudicíbus (1981) para um bem ser considerado de uma entidade, ele precisa ser de posse exclusiva desta, Piscitelli, Rosa e Timbó (2008, p. 5) ilustra esse caso Assim, os equipamentos de uma praça em um Município não integram o Patrimônio (contábil) da respectiva Prefeitura, não foram incorporados ao seu Ativo, nem foram tombados; não são inventariados, apesar de constituírem patrimônio publico e terem acarretado dispêndios para o órgão publico responsável por sua aquisição ou construção e, inclusive, continuarem a gerar despesas. Convém ressaltar, que de acordo com as normas brasileiras apilcadas ao setor público (CFC, 2008), os bens de uso comum passaram a integrar o patrimônio público (NBC T 16.10). A Contabilidade Pública tem como objetivo, de acordo com Bezerra Filho (2006, p. 132), “fornecer informações, atualizadas e exatas à Administração, para subsidiar as decisões dos gestores; aos órgãos de controle interno e externo, para cumprimento da legislação; e às instituições governamentais e particulares, para fins estatísticos ou de interesse dessas instituições.” Silva (2002, p. 218, apud BEZERRA FILHO, 2006, p. 132), diz que a Contabilidade Pública visa fornecer à Administração dados sobre: - organização e execução dos orçamentos; - normas para o registro das entradas de receitas; - normas para o registro dos desembolsos da receita; - registro, controle e acompanhamento das variações do patrimônio do Estado; - normas para a prestação de contas dos responsáveis por bens e valores; - normas para a prestação de contas do governo; e - controle de custos, eficiência e eficácia na gestão dos recursos públicos. 2.2.1 Lei 4.320, de 17 de março de 1964 A lei 4.320/64, que possui caráter de Lei Complementar à Constituição Federal de 1988, (...) estabelece normas gerais de direito financeiro para controle e a elaboração dos Orçamentos e dos Balanços de todas as entidades jurídicas 22 de Direito Público Interno: a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, suas autarquias e fundações. (MATIAS-PEREIRA, 2003, p. 188). Ou seja, a Lei de Orçamento, como é conhecida, é o pilar para a elaboração e controle de toda a contabilidade pública no Brasil, Bezerra Filho (2006, p. 134) comenta que “a Lei 4320/64 está para a Contabilidade Pública aplicada à Administração Pública, assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6,404/76, está para a Contabilidade aplicada à atividade empresarial”. MatiasPereira (2003, p. 188) continua afirmando que esta lei (...) estatui normas de procedimentos a serem adotadas pelos gestores governamentais no trato dos recursos que lhes foram confiados e normas de proteção às informações que revelam as conseqüências dos atos praticados sobre o patrimônio público por meio das demonstrações contábeis orçamentárias, financeiras e patrimoniais (MATIAS- PEREIRA, 2003, p. 188). 2.2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal Pereira (2003) diz que a Constituição Federal no seu art. 163, I, ao tratar de Finanças Públicas, determina que uma lei complementar deve tratar desse assunto em sentido lato, dizem ainda os incisos II ao VII, que tal lei deverá tratar de matérias que dizem respeito às finanças públicas, e a Lei Complementar nº 101 de 4 de maio de 2000, mais comumente conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é esta lei prevista na Carta Magna. Buscou-se alcançar com a aprovação da LRF – que deu eficácia a vários dispositivos da Constituição Federal, especialmente a seus arts. 163 e 169 – o equilíbrio entre receita e despesa, a transparência da gestão fiscal e responsabilidade dos dirigentes. Esses princípios – austeridade, economicidade e seriedade – são os referenciais para orientar o princípio da eficiência na gestão publica contida na Constituição Federal do Brasil (MATIAS-PEREIRA, 2003, p. 182). Continua o autor dizendo que a LRF inseriu-se num processo de reforma do Estado brasileiro e que está pautada nos princípios do planejamento, transparência, controle e responsabilização. Em seu Capítulo II, a LRF prevê normas para o planejamento dos orçamentos das entidades públicas, de seus PPAs, suas LDOs, das LOAs de Execuções Orçamentárias e Cumprimento de metas. No capítulo IX, cujo nome é Da Transparência, Controle e Fiscalização, a LRF fala quais normas e procedimentos serão utilizados para garantir a todos que a 23 Administração Pública seja feita de forma inidônea, não causando prejuízos à sociedade. No art. 48, a LRF prevê que São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos (BRASIL, 2000). No tocante à responsabilização, a LRF é importante pois imputa ao gestor responsabilidade sobre seus atos, sob pena de sofrer sanções e punições caso haja descumprimento da lei, como se vê no texto da Lei: Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão o punidas segundo o Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 o o (Código Penal); a Lei n 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei n 201, o de 27 de fevereiro de 1967; a Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente (BRASIL, 2000). Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (BRASIL, 2000). É importante ressaltar que a LRF não vem para modificar ou revogar a lei 4320/64, ao contrário ela complementa-a, Matias-Pereira (2003, p. 188) diz que A LRF tem suas regras baseadas nas premissas do planejamento, controle, transparência e responsabilidade. A Lei nº 4320 estimula, mediante essas mesmas normas o planejamento, o controle, a tranaparencia nas informações contábeis orçamentárias, financeiras e patrimoniais sobre as operções realizadas pelas entidades governamentais e sobre a responsabilidade de seus agentes (MATIAS-PEREIRA, 2003, p. 188). 2.2.3 Demonstrativos Contábeis Na Contabilidade Pública, assim como na Comercial, diversos são os Demonstrativos Contábeis que demonstram a situação de uma entidade e auxiliam os usuários da Contabilidade a ver tal situação, analisá-la, traçar metas e objetivos para a instituição e, por fim, possibilitar o controle da mesma. Dentre os Demonstrativos da Contabilidade Pública os que possuem maior relevância são os Balanços Orçamentários, Financeiros, Patrimonial, além da Demonstração das Variações Patrimoniais, todos previstos no art. 101 da Lei nº 4320/64. 24 O Balanço Orçamentário previsto na Lei 4320/64 em seu art. 102 “demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas”. Segundo Kohama (2006, p. 30) “O Balanço Orçamentário (...) é elaborado para atender e controlar as receitas e as despesas de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais”. Piscitelli, Rosa e Timbó (2008, p. 374) complementa ao ressaltar que O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas previstas e as despesas fixadas em confronto com as realizadas. O resultado final do exercício será obtido estabelecendo-se as diferenças para mais ou para menos, ou seja, a soma dos excessos e das insuficiências, que resulta num superávit ou num déficit na execução do orçamento (PISCITELLI, ROSA E TIMBÓ, 2008, p. 374). O quadro a seguir demonstra o que o autor fala: Receita prevista > Receita Arrecadada = insuficiência de arrecadação Receita prevista < Receita Arrecadada = excesso de arrecadação Despesa fixada > Despesa realizada = economia de despesas Despesa fixada < Despesa realizada = excesso de despesa (em tese inaplicável) Receita arrecadada > Despesa realizada = superávit Receita arrecadada < Despesa realizada = déficit Receita arrecadada = Despesa realizada = equilíbrio orçamentário (na execução) Quadro 1: Comparativo da execução com o orçamento no Balanço Orçamentário. Fonte: Adaptado de Kohama (2008, p. 375) O art. 103 da Lei 4.320/64 fala que “o Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte”. Kohama (2006) fala que o Balanço Financeiro deve conter o movimento financeiro do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, pois de acordo com o art. 34 da Lei 4.320/64 “o exercício financeiro coincidirá com o ano civil”. O autor continua dizendo que o Balanço Financeiro Se verifica tanto na parte das receitas, como na parte das despesas, apresenta dois grupos de movimentação financeira; o primeiro refere-se aos registros da receita e despesa orçamentárias e o segundo ao registro da receita e despesa extra-orçamentárias e, ao final, conjuga-se com os saldos do exercício anterior e com os que se transferem para o exercício seguinte (KOHAMA, 2006). Piscitelli, Rosa e Timbó(2008) confirma o exposto acima dizendo que, no Balanço Financeiro, inscrevem-se na coluna da receita: 25 - os totais da receita orçamentária por categorias econômicas e suas subdivisões; - os totais da receita extra-orçamentária (incluídos os valores das despesas realizadas – pelo regime de competência – e não pagas); - os saldos provenientes do exercício anterior (disponíveis). E na coluna da despesa estão incluídos: - os totais da despesa orçamentária por funções; - os totais da despesa extra-orçamentária (incluídos os valores das despesas realizadas anteriormente – pelo regime de competência – e pagas no exercício, sem necessidade de nova autorização orçamentária); - os saldos para o exercício seguinte (disponíveis). O Balanço Financeiro da Lei nº 4.320/64 pode ser exemplificada através da seguinte fórmula (PISCITELLI, ROSA E TIMBÓ, 2008, p. 379): SI + RO + RE = DO + DE + SF Onde: SI - saldo inicial; RO - receita orçamentária; RE - receita extra-orçamentária; DO - despesa orçamentária; DE - despesa extra-orçamentária; SF - saldo final. O Balanço Patrimonial, de acordo com Kohama (2006, p. 83) é o quadro de contabilidade com duas seções, ativo e passivo, em que se distribuem os elementos do patrimônio publico, igualando-se as duas somas com a conta patrimônio liquido (Ativo Real Líquido) no caso de existência de superávit, ou passivo real descoberto, quando houver déficit patrimonial (KOHAMA, 2006, p. 83). O art. 105 da Lei nº 4.320/64 determina a seguinte estrutura para o Balanço Patrimonial: - Ativo Financeiro: compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. - Ativo Permanente: compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. 26 - Passivo Financeiro: compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamento independa de autorização orçamentária. - Passivo Permanente: compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. - Saldo Patrimonial: resultado patrimonial apurado no exercício, está diretamente ligado à Demonstração de Variação Patrimonial, pode ser Passivo Real a Descoberto, quando negativo (registrado na coluna do ativo), ou Ativo Real Líquido (registrado na coluna do passivo), quando positivo. - Contas de Compensação: serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. Piscitelli, Rosa e Timbó (2008, p. 382) esquematiza o Balanço Patrimonial com a seguinte fórmula: AF + AP + SPN + AC = PF + PP + SPP + PC AR PR Onde: AF - ativo financeiro; AP - ativo permanente; SPN - saldo patrimonial negativo; AC - ativo compensado; PF - passivo financeiro; PP - passivo patrimonial; SPP - saldo patrimonial positivo; PC - passivo compensado; AR = AF + AP (ativo real); PR = PF + PP (passivo real). A Demonstração das Variações Patrimoniais é assim definida pela Lei nº 4.320/64, art. 104: “A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício”. Kohama (2006) fala que as alterações do patrimônio público pode ocorrer por incorporação ou desincorporação, que podem ser ativas ou passivas, ela as define assim: 27 - Incorporações Ativas: é a incorporação de novos elementos que causem aumento do patrimônio público, como, por exemplo, na aquisição de um bem (veículo). - Desincorporações Ativas: é a desincorporação de elementos que causem o aumento do patrimônio público, como, por exemplo, a amortização de uma dívida. - Incorporações Passivas: é a incorporação de novos bens que causem diminuição do patrimônio público, como, por exemplo na obtenção de empréstimos ou financiamentos. -Desincorporações Passivas: são aquelas que causem a diminuição do patrimônio público, como, por exemplo, a venda de um bem móvel. 3 METODOLOGIA Segundo Beuren et al. (2010, p. 48), “pesquisa, de modo geral, investiga o ambiente em que o homem vive e o próprio homem”, e ainda, segundo Gil (2002) “o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.” Por isso que toda pesquisa científica é relevante, pois ao se aplicar os métodos – alguns dos quais serão discutidos a seguir – a problemas relevantes é possível responder as indagações que inquietam a humanidade. 3.1 TIPOS DE PESQUISA A fim de responder as questões suscitadas por essa investigação foram utilizados quatro tipos de pesquisas, a bibliográfica, a documental, a qualitativa e a quantitativa. A pesquisa bibliográfica de acordo com Gil (2002) é desenvolvida mediante material já elaborado e, segundo, Beuren et al. (2010) ela é parte obrigatória de qualquer pesquisa, pois só com ela podemos ter os conhecimentos necessários para responder as nossas indagações. Beuren et al. (2010) também define a pesquisa documental como sendo aquela que se utiliza de dados de diversas fontes que ainda não foram objeto de análise. Tais fontes estão presentes nessa investigação, principalmente, nos dados coletados sobre a execução orçamentária das capitais brasileiras. 28 Esses tipos de pesquisa supracitados caracterizam o estudo quanto aos procedimentos utilizados, já em relação da pesquisa quanto à abordagem ao problema, este trabalho pode ser considerado tanto qualitativo como quantitativo, pois ao mesmo tempo em que se utiliza de estatística para responder as indagações, também se preocupa com questões sociais e na investigação de suas fontes. Para entender melhor a seguir vê-se a explicação dessas duas formas de pesquisa. A qualitativa, que segundo Beuren et al.(2010, p. 92) “pode ser uma forma adequada para conhecer a natureza de um fenômeno social” ou ainda como aqueles que “podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais” (RICHARDSON, 1999, p. 80). A pesquisa quantitativa é aquela que, conforme diz Beuren et al. (2010, p. 92), “caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados”, e Beuren et al. (2010) continua dizendo que ela é importante pois garante a precisão dos resultados, pois dessa forma se evitam diferenças na análise e interpretação dos dados. 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA O universo, definido por Beuren et al. (2010, p. 118) como “a totalidade de elementos distintos que possui certa paridade nas características definidas para determinado estudo”. Amostra é definida como “uma pequena parte da população ou do universo selecionada em conformidade às regras” (BEUREN et al, 2010, p. 120). Esta investigação tem como universo de pesquisa todos os municípios brasileiros e como amostra todas capitais estaduais brasileiras, com exceção do Distrito Federal (Brasília), pelos motivos expostos nas Delimitações do Estudo. O quadro 2 expõe a listagem, em ordem alfabética de todas as capitais brasileiras, bem como suas populações nos anos de 2000 a 2009, pois são dados fundamentais para o estudo, posto que vários dos indicadores estudados serão baseados na população dessas cidades. 29 POPULAÇÃO DAS CAPITAIS BRASILEIRAS DE 2000 A 2009 MUNICIPIO UF ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 ARACAJU SE 451.027 468.297 473.991 479.767 491.898 498.619 505.286 520.207 536.785 544.039 BELEM PA 1.200.355 1.304.314 1.322.683 1.342.202 1.386.482 1.405.871 1.428.368 1.408.847 1.424.124 1.437.600 BELO HORIZONTE MG 2.154.161 2.258.857 2.284.468 2.305.812 2.350.564 2.375.329 2.399.920 2.412.937 2.434.642 2.452.617 BOA VISTA RR 171.361 208.514 214.541 221.027 236.319 242.179 249.655 247.762 260.930 266.901 CAMPO GRANDE MS 665.206 679.281 692.549 705.975 734.164 749.768 765.247 724.638 747.189 755.107 CUIABA MT 460.263 492.894 500.288 508.156 524.666 533.800 542.861 527.113 544.737 550.562 CURITIBA PR 1.618.279 1.620.219 1.644.600 1.671.194 1.727.010 1.757.904 1.788.559 1.797.408 1.828.092 1.851.215 FLORIANOPOLIS SC 285.281 352.401 360.601 369.102 386.913 396.778 406.564 396.723 402.346 408.161 FORTALEZA CE 2.139.372 2.183.612 2.219.837 2.256.233 2.332.657 2.374.944 2.416.920 2.431.415 2.473.614 2.505.552 GOIANIA GO 1.073.490 1.111.622 1.129.274 1.146.106 1.181.438 1.201.006 1.220.412 1.244.645 1.265.394 1.281.975 JOAO PESSOA PB 594.968 607.441 619.049 628.838 649.410 660.798 672.081 674.971 693.082 702.235 MACAPA AP 267.140 295.898 306.583 318.761 326.466 355.408 368.367 344.194 359.020 366.484 MACEIO AL 806.167 817.444 833.261 849.734 884.320 903.463 922.458 874.014 924.143 936.314 MANAUS AM 1.285.841 1.451.958 1.488.805 1.527.314 1.592.555 1.644.690 1.688.524 1.612.475 1.709.010 1.738.641 806.203 NATAL RN 699.339 722.144 734.505 744.794 766.081 778.040 789.896 774.205 798.065 PALMAS TO 133.199 150.884 161.137 172.176 187.639 208.165 220.889 179.707 184.010 188.645 PORTO ALEGRE RS 1.321.886 1.373.313 1.383.454 1.394.085 1.416.363 1.428.696 1.440.939 1.420.667 1.430.220 1.436.123 PORTO VELHO RO 314.525 342.264 347.844 353.961 380.884 373.917 380.974 371.791 379.186 382.829 RECIFE PE 1.388.193 1.437.190 1.449.135 1.461.320 1.486.869 1.501.008 1.515.052 1.533.580 1.549.980 1.561.659 RIO BRANCO AC 269.180 261.430 267.740 274.555 286.082 305.731 314.127 288.614 301.398 305.954 RIO DE JANEIRO RJ 5.613.897 5.897.485 5.937.253 5.974.081 6.051.399 6.094.183 6.136.652 6.093.472 6.161.047 6.186.710 SALVADOR BA 2.331.612 2.485.702 2.520.504 2.556.429 2.631.831 2.673.560 2.714.018 2.892.625 2.948.733 2.998.056 SAO LUIS MA 855.442 889.129 906.567 923.526 959.124 978.824 998.385 957.899 986.826 997.098 SAO PAULO SP TERESINA PI 703.796 728.881 740.016 751.464 775.477 788.773 801.971 778.341 802.416 802.537 VITORIA ES 272.126 296.012 299.357 302.633 309.507 313.312 317.085 314.042 317.817 320.156 10.009.231 10.499.133 10.600.060 10.677.019 10.838.581 10.927.985 11.016.703 10.886.518 10.990.249 11.037.593 Quadro 2: População das Capitais Brasileiras de 2000 a 2009. Fonte: STN (2011) - adaptado 3.3 INSTRUMENTO E PROCESSO DE COLETA DE DADOS A principal fonte de coleta de informações foi o banco de dados do sítio eletrônico da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Inicialmente foram reunidos dados necessários para o cálculo dos índices que serão, posteriormente, analisados de forma estatística, para a obtenção de conclusões acerca da execução orçamentária das capitais brasileiras. Contudo, vale ressaltar que esses dados para se tornarem mais precisos na comparação dos resultados, foram atualizados para a moeda de 2010, ano subsequente aos período estudado, conforme índice IGP-DI apresentado na tabela abaixo: 30 Tabela 1 – Atualização de valores pelo IGP-DI – 2000 a 2009 – Moeda 2010 Atualização de valores pelo IGP-DI – 1995 a 2010 – Moeda de 2010 Anos Índice Anos Índices 1995/2010 3,54453502362540 1996/2010 3,19096406019932 1997/2010 2,95702997881766 1998/2010 2,84620340021282 1999/2010 2,55639027317285 2000/2010 2,24717648272745 2001/2010 2,03611055134522 2002/2010 1,79379933230218 2003/2010 1,46091624223216 2004/2010 1,33541084740523 2005/2010 1,26021637705742 2006/2010 1,23878255004739 2007/2010 1,17877155502819 2008/2010 1,05966827038970 2009/2010 1,04109994664009 2010/2010 1,04899371651019 Fonte: SIAFI - STN/CCONT/GEINC – adaptado de D espesas por Grupos de 1980 a 2010 3.4 ANÁLISES DE DADOS A análise de dados dessa pesquisa é feita primordialmente pela estatística descritiva, que de acordo com Silva et al. (2009, p. 14) “é a parte da Estatística que tem por objetivo descrever os dados observados”, Fonseca e Martins (1996, p. 101) complementam dizendo que a “estatística descritiva se constitui num conjunto de técnicas que objetivam descrever, analisar e interpretar os dados numéricos de uma população ou amostra”. Dentre essas técnicas as utilizadas foram o desvio-padrão, a média e o coeficiente de variação. A média é segundo Fonseca e Martins (1996, p. 120) são “valores médios, em torno dos quais tendem a concentrar-se os dados”. A média de um grupo pode ser calculada utilizando-se a seguinte formula: Ou seja, a soma de todos os elementos do grupo dividido pela quantidade desses elementos. O desvio-padrão, como define Fonseca e Martins (1996) é uma medida de dispersão, ou seja ela é “(...) utilizada para avaliar o grau de variabilidade, ou dispersão, dos valores em torno da média. Servem para medir a representatividade 31 da média”. O que significa dizer que ela representa o quão distante da média uma amostra se apresenta, o desvio-padrão pode ser calculado com a seguinte fórmula: Ou seja a raiz quadrada da soma dos quadrados das diferenças dos elementos da amostra pela média, dividida pela quantidade de elementos da amostra. Por fim, tem-se o coeficiente de variação que é uma medida de dispersão relativa, que ainda segundo Fonseca e Martins (1996, p. 147) é “útil para a comparação em termos relativos do grau de concentração em torno da média de séries distintas”, ou seja ele revela, percentualmente, a variação em torno da média. Esse coeficiente é dado pelo produto do desvio-padrão de uma amostra pela média da mesma, como demonstra a fórmula abaixo: Sendo a divisão de elementos da mesma unidade o coeficiente de variação é dado em porcentagem, por isso a multiplicação por cem. 3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO A principal limitação do estudo é a relativa falta de confiabilidade das informações presentes. Muito embora essas sejam informações oficiais, portanto válidas, os meios de sua elaboração são questionáveis, pois muitos municípios brasileiros, inclusive capitais não possuem sistemas informatizados de administração e finanças confiáveis. 32 Sendo essa falta uma grave falha, que desrespeita diversas legislações, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que prevê a adoção de sistemas que possam facilitar e tornar mais transparente a administração pública. Transparência essa, que é incentivada pela LC nº 131/2009 e o Decreto nº 7.185/2010, que prevê que tais sistemas possam gerar informações à sociedade em tempo real, para que seja mais eficaz o controle social exercido nos entes da administração. 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 4.1 RECEITA PER CAPITA Receita per capita é a divisão do total das receitas arrecadadas pela população. Este indicador mostra o valor médio dos recursos desembolsados pelos contribuintes e os tomados emprestados para as entidades públicas aplicarem. As Tabelas 2 a 6 mostram a receita per capita dos anos de 2000 a 2009 das capitais de cada macro-região do país. Tabela 2 – Receita per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010. ANO CAMPO GRANDE/MS CUIABA/MT GOIANIA/GO 2000 1070,48 1731,25 1375,60 2001 1082,45 1390,95 1370,99 2002 1356,02 1265,32 1392,64 2003 1291,07 1083,37 1169,72 2004 1311,04 1191,20 1381,16 2005 1383,67 1286,12 1402,79 2006 1572,54 1248,98 1430,35 2007 1773,57 1394,83 1520,60 2008 1953,72 1596,39 1624,04 2009 2086,08 1530,29 1697,26 DP 349,68 198,67 147,41 M 1488,06 1371,87 1436,52 CV 23,50% 14,48% 10,26% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). . A Tabela 2 mostra o resultado da Região Centro Oeste, pode-se verificar que a capital do Mato Grosso do Sul, possui a maior média, desvio-padrão (DP) e 33 coeficiente de variação das três cidades dessa região, o que significa que ela é a cidade onde a população é mais onerada, sua média é de R$ 1.488,06, e em torno dessa média os recursos variam em R$ 1.138,38 e R$ 1.837,74 e o coeficiente de variação (CV), de 23,50%, revela uma grande dispersão em torno da média. Goiânia apresenta uma média maior que Cuiabá, porém apresenta desvio-padrão e coeficiente de variação inferiores, o que indica maior constância da arrecadação ao longo do tempo. Tabela 3 – Receita per capita da Região Nordeste, moeda 2010. ANO 2000 ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOAO PESSOA/PB MACEIO/AL NATAL/RN RECIFE/PE SALVADOR/BA SAO LUIS/MA TERESINA/PI 1.045,05 921,42 1.004,34 825,92 993,20 1.228,69 986,99 990,44 939,91 879,80 2001 964,07 926,82 1.054,27 816,97 1.025,68 1.170,92 820,36 1.006,67 2002 1.068,56 936,50 786,99 824,80 942,51 1.168,86 845,88 1.029,60 936,46 2003 1.113,34 930,85 937,48 767,05 889,01 1.030,66 709,46 927,60 835,80 2004 1.148,63 922,82 791,20 817,12 990,80 1.204,63 726,97 1.008,29 871,61 2005 1.232,43 973,25 1.153,62 849,64 1.049,65 1.240,85 715,90 1.091,33 982,74 2006 1.289,52 1.060,57 1.180,74 936,14 1.184,93 1.452,12 871,15 1.166,34 1.142,70 2007 1.313,37 1.068,07 1.262,76 1.131,48 1.294,92 1.463,24 951,35 1.322,39 1.287,25 2008 1.520,01 1.244,40 1.480,48 1.183,60 1.505,26 1.506,73 954,19 1.438,61 1.310,48 2009 1.495,80 1.250,12 1.598,94 1.178,86 1.382,61 1.590,99 989,45 1.555,97 1.471,50 DP 187,17 130,00 269,63 165,73 206,38 182,86 112,07 213,81 222,14 M 1.219,08 1.023,48 1.125,08 933,16 1.125,86 1.305,77 857,17 1.153,73 1.065,83 CV 15,35% 12,70% 23,97% 17,76% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 18,33% 14,00% 13,07% 18,53% 20,84% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Os resultados da região Nordeste, apresentados na Tabela 3, mostram que a capital que possui a maior média é Recife, detentora de média R$ 1.305,77, seus recursos variam de R$ 1.122,91 a R$ 1.488,63, seguida por Aracajú como segunda maior média de arrecadação, o que é uma surpresa, pois é de se esperar que cidades maiores como Fortaleza – que possui a sétima maior média de arrecadação – ocupa-se essa posição. As cidades onde a variação é maior são João Pessoa e Teresina, com DP R$ 269,63 e R$ 222,14 e CV 23,97% e 20,84%, respectivamente. Já a cidade onde houve menor variação foi Fortaleza com CV de 12,70%. 34 Tabela 4 – Receita per capita da Região Norte, moeda 2010. ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 DP M CV BELEM/PA BOA VISTA/RR MACAPA/AP MANAUS/AM PALMAS/TO PORTO VELHO/RO RIO BRANCO/AC 863,52 1.549,12 562,84 1.004,02 1.838,35 768,17 908,92 872,42 1.199,77 676,12 924,41 1.853,42 712,74 1.051,22 830,45 1.537,01 819,39 933,80 1.777,91 920,40 1.028,37 804,78 1.275,94 672,54 857,00 1.627,19 887,52 890,47 854,97 1.185,89 686,37 891,09 1.813,67 913,73 906,06 837,79 1.403,70 705,90 938,46 1.642,92 943,44 997,72 974,88 1.739,69 861,30 1.058,55 1.804,22 1.052,52 1.177,32 1.049,48 1.886,92 1.007,30 1.237,66 2.374,36 1.167,81 1.434,80 1.058,36 1.555,37 1.078,89 1.268,77 2.510,32 1.364,46 1.433,17 1.106,45 2.278,24 1.105,65 1.250,57 2.457,64 1.853,07 1.326,48 111,13 338,38 189,97 159,12 339,52 337,19 214,47 925,31 1.561,16 817,63 1.036,43 1.970,00 1.058,39 1.115,45 12,01% 21,68% 23,23% 15,35% 17,23% 31,86% 19,23% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Na Tabela 4, têm-se a receita per capita da Região Norte, das sete cidades a que apresentou a maior média ao longo desses dez anos foi a capital do Tocantins, com média de R$ 1.970,00, com recursos variando entre R$ 1.630,48 e R$ 2.309,52, fica muito acima das outras, R$ 408,64 a frente da segunda e R$ 854,55 da terceira maior média da região. Isso acontece pois Palmas é a Capital com menor população entre essas cidades, mas assim isso revela uma grande oneração da população pelo estado. Porto Velho apresenta um CV, ou seja a dispersão em torno da média de 31,86%, que é o maior índice registrado em todas as vinte e seis capitais da Federação e ao analisar a tabela, vê-se que essa variação é uma crescente, o que indica um aumento gradativo dos recursos despendidos pela população da capital de Roraima. 35 Tabela 5 – Receita per capita da Região Sudeste, moeda 2010. ANO 2000 BELO HORIZONTE/MG 1.553,47 RIO DE JANEIRO/RJ 1.930,93 SAO PAULO/SP 1.776,90 VITORIA/ES 3.022,43 2001 1.501,48 1.885,18 1.730,20 2.675,48 2002 1.484,01 1.914,30 1.598,11 2.277,42 2003 1.358,52 1.749,22 1.550,02 2.211,22 2004 1.512,34 1.768,47 1.672,78 2.503,10 2005 1.570,31 1.657,30 1.793,91 2.847,58 2006 1.668,08 1.798,76 1.988,23 3.181,60 2007 1.765,76 1.887,94 2.224,40 3.669,06 2008 2.043,64 1.816,88 2.318,61 3.825,83 2009 2.035,60 1.918,99 2.375,72 3.658,27 DP 232,51 89,95 304,59 588,27 M 1.649,32 1.832,80 1.902,89 2.987,20 CV 14,10% 4,91% 16,01% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 19,69% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 5 que traz os resultados da Região Sudeste mostra a cidade de Vitória como tendo a maior média da receita per capita (R$ 2.987,20), mas, tal como se deu na Região Norte, isso se deu devido à diminuta população da capital, comparada as populações das outras cidades da região, apresentou também a maior variação das quatro capitais do sudeste, tendo Coeficiente de Variação de 19,69%. São Paulo, considerado o maior centro econômico do país, teve uma média de R$ 1.902,89 e em torno dessa média os valores variam de R$ 1.598,30 a R$ 2.207,48, o que revela uma dispersão em torno da média de 16,01%. A cidade do Rio de Janeiro apresentou a menor variação em sua receita per capita, não só da região, mas como de todo país, o que representa constância da arrecadação da cidade ao longo da década. 36 Tabela 6 – Receita per capita da Região Sul, moeda 2010. ANO CURITIBA/PR FLORIANOPOLIS/SC PORTO ALEGRE/RS 2000 2.218,04 1.934,54 2.147,45 2001 1.936,46 1.637,67 2.135,26 2002 1.950,86 1.434,08 2.056,98 2003 1.788,13 1.348,53 1.939,12 2004 1.765,87 1.417,92 1.852,82 2005 1.735,63 1.414,06 1.843,42 2006 1.959,53 1.652,47 1.922,49 2007 2.122,24 1.802,71 2.095,17 2008 2.085,03 1.853,85 2.149,24 2009 2.185,97 2.050,54 2.235,44 DP 175,00 247,94 138,12 M 1.974,78 1.654,64 2.037,74 CV 8,86% 14,98% 6,78% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A receita per capita da Região Sul, vista na Tabela 6, mostra Porto Alegre como a cidade com maior média do sul do país, tendo uma variação na arrecadação de R$ 1.899,62 e R$ 2.175,86 em torno de uma média de R$ 2.037,74, porém apresenta a menor dispersão em torno da média com CV de apenas 6,78%, segundo menor de todas as capitais brasileiras. E o inverso também se observa, Florianópolis, a cidade com maior dispersão em torno da média, com CV de 14,98% é a cidade que apresenta a menor média. Curitiba apresenta uma média pouco inferior à capital do Rio Grande do Sul e também mostra uma dispersão pequena, de 8,86%, terceira menor do Brasil. Fato importante de notar é que apenas em três das capitais dos Estados brasileiros a dispersão em torno da média da receita per capita foi inferior à 10%, o que revela uma elevada variação dos recursos arrecadados por esses municípios ao longo desses dez anos. 37 4.2 DESPES A PER CAPITA Despesa per capita é a divisão das despesas orçamentárias pela população do ente, seja da federação, estado ou município. Esse índice representa o retorno médio dos recursos ao contribuinte. Nas tabelas 7 a 11 são apresentados esse indicador em todas as capitais brasileiras nos anos de 2000 a 2009. Tabela 7 – Despesa per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010. ANO CAMPO GRANDE/MS CUIABA/MT GOIANIA/GO 2000 1.012,30 1.648,05 1.340,56 2001 1.026,59 1.483,03 1.334,02 2002 1.434,36 1.300,66 1.412,97 2003 1.212,30 1.083,16 1.242,71 2004 1.291,29 1.176,93 1.235,02 2005 1.225,67 1.135,71 1.203,44 2006 1.456,84 1.265,34 1.363,57 2007 1.774,36 1.366,31 1.421,82 2008 1.918,35 1.443,51 1.453,47 2009 2.009,95 1.517,83 1.724,32 DP 355,80 182,50 149,56 M 1.436,20 1.342,05 1.373,19 CV 24,77% 13,60% 10,89% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Na tabela 7 é apresentada a despesa per capita da Região Centro Oeste, e, assim como acontece com a receita per capita a capital do Mato Grosso do Sul é a que mostra maior média, com R$ 1.4336,20, variando a despesa em R$ 1.080,40 e R$ 1.792,00 em torno da média, ou seja, das três cidades ela foi a que, em média mais arrecadou, mas também foi a que mais redistribuiu suas fontes em bens e serviços à população. Seguido a Campo Grande, Goiânia e Cuiabá tiveram as maiores médias. Em relação à constância dessa amostra Goiânia, Cuiabá e Campo Grande apresentam Coeficientes de Variação de 10,89%, 13,60% e 24,7%, respectivamente, ou seja, a Capital de Goiás foi a que teve menor dispersão em relação à média e Campo Grande a cidade cuja média mais variou. 38 Tabela 8 – Despesa per capita da Região Nordeste, moeda 2010. ANO ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOAO PESSOA/PB MACEIO/AL NATAL/RN RECIFE/PE SALVADOR/BA SAO LUIS/MA TERESINA/PI 2000 826,37 961,95 910,76 717,75 954,37 1.255,62 1.001,69 984,46 919,19 2001 926,99 908,89 1.062,55 854,72 1.063,72 1.071,28 909,29 990,98 875,46 2002 1.124,01 838,67 772,81 841,08 941,08 1.208,35 763,53 1.094,98 945,73 2003 1.007,85 813,91 923,57 754,77 862,07 1.072,89 740,77 862,16 793,67 2004 1.058,52 837,28 975,21 778,16 926,97 1.159,99 750,64 895,24 817,46 2005 1.169,24 807,57 999,20 794,37 982,51 1.117,91 694,86 976,13 862,45 2006 1.230,91 961,99 1.190,40 950,27 1.161,02 1.310,39 911,36 1.093,42 1.023,35 2007 1.374,50 1.114,45 1.180,72 1.099,67 1.351,84 1.430,33 880,74 1.267,95 1.194,96 2008 1.466,42 1.119,77 1.350,88 1.017,67 1.361,41 1.448,42 921,70 1.314,53 1.249,50 2009 1.493,07 1.214,59 1.424,73 1.178,55 1.445,32 1.448,11 1.027,51 1.436,85 1.445,54 DP 225,02 145,73 205,43 156,22 211,51 151,05 115,56 190,37 215,38 M 1.167,79 957,91 1.079,08 898,70 1.105,03 1.252,33 860,21 1.091,67 1.012,73 CV 19,27% 15,21% 19,04% 17,38% 19,14% 12,06% 13,43% 17,44% 21,27% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 8 mostra o Resultado da Região Nordeste, a capital pernambucana foi a cidade que apresentou maior média da despesa per capita, com R$ 1.252,33 – os gastos variaram de R$ 1.101,28 a R$ 1.403,38 em torno da média – e a capital baiana foi a que teve menor média com R$ 860,21 – a despesa variou em R$ 744,65 e R$ 975,77 em torno da média – o que é em parte explicado pelo fato de ser a capital nordestina com maior população, mas sendo uma das principais cidades do país, isso mostra uma situação delicada das contas públicas, pois é a capital que menos gasta por habitante. No que toca à dispersão dos valores em relação à média, ou seja, quem apresenta maior ou menor uniformidade dos gastos foi Teresina como a cidade cuja variação é maior, com CV de 21,27%, seguida de Aracaju e Natal, com CV 19,27% e 19,14%, respectivamente. Em contrapartida tem-se Recife, Salvador e Fortaleza como as cidades que apresentaram variação mais constante nesses dez anos, com CV de 12,06%, 13,43% e 15,21%, respectivamente. 39 Tabela 9 – Despesa per capita da Região Norte, moeda 2010. ANO BELEM/PA BOA VISTA/RR MACAPA/AP MANAUS/AM PALMAS/TO PORTO VELHO/RO RIO BRANCO/AC 2000 846,87 1.535,79 526,27 926,51 1.676,66 768,43 892,35 2001 850,11 1.177,99 645,95 923,03 1.822,47 770,88 950,37 2002 803,16 1.752,68 837,54 925,96 1.770,35 878,06 1.132,81 2003 756,21 1.151,20 626,90 808,56 1.464,38 734,02 832,42 2004 820,12 1.082,32 646,66 824,81 1.583,99 778,90 809,00 2005 739,57 1.294,26 580,39 756,99 1.373,20 789,42 805,58 2006 903,18 1.361,77 727,25 1.032,09 1.363,48 979,73 1.141,18 2007 992,11 1.885,58 856,54 1.153,13 2.134,06 1.168,96 1.209,02 2008 984,64 1.696,04 991,23 1.174,92 2.183,58 1.446,32 1.320,83 2009 1.070,29 1.825,41 1.030,73 1.121,87 2.105,56 1.569,28 1.222,59 DP 108,87 300,69 173,82 149,34 311,52 304,75 194,41 M 876,63 1.476,30 746,94 964,79 1.747,77 988,40 1.031,62 CV 12,42% 20,37% 23,27% 15,48% 17,82% 30,83% 18,85% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Na Região Norte a despesa per capita, como se vê na Tabela 9, é relativamente bem equilibrada entre as cidades, sendo as únicas disparidades as cidades de Palmas e Boa Vista, que possuem Médias de R$ 1.747,77 e R$ 1.476,30, com as despesas variando entre R$ 1.436,25 e R$ 2.059,29 em torno da média na capital do Tocantins e entre R$ 1.175,61 e R$ 1.776,99 na capital de Roraima. Macapá apresentou a menor média entre as capitais do Norte, com R$ 746,94 e despesas variando de R$ 573,12 a R$ 920,76 na capital do Amapá. Ou seja, dentre as sete cidades os gastos municipais por habitante é maior em Palmas e menor em Macapá. Porto Velho, mais uma vez apresentou o maior Coeficiente de Variação das capitais brasileiras, com 30,83%, o que significa que a dispersão em torno da média, ou a variação dos seus gastos ao longo da década foi a maior de todas, mas como essa variação é geralmente crescente – apenas de 2001 para 2002 houve diminuição da despesa per capita – isso demonstra melhorias dos gastos públicos, pois a cada ano, mais dinheiro é gasto em cada pessoa da cidade. Belém do Pará é única capital da região que apresentou CV inferior a 15%, o que mostra que a região 40 teve significativa variação de suas despesas no decorrer desses dez anos analisados. Tabela 10 – Despesa per capita da Região Sudeste, moeda 2010. ANO 2000 BELO HORIZONTE/MG RIO DE JANEIRO/RJ SAO PAULO/SP VITORIA/ES 1.582,22 1.788,24 1.485,88 2.814,92 2001 1.599,23 1.550,06 1.586,64 2.537,49 2002 1.544,64 1.938,15 1.639,85 2.431,49 2003 1.448,75 1.767,07 1.575,08 2.100,21 2004 1.463,08 1.653,67 1.631,78 2.173,53 2005 1.545,53 1.617,46 1.599,37 2.050,60 2006 1.688,05 1.681,96 1.851,89 2.875,83 2007 1.854,36 1.866,21 2.190,92 3.901,08 2008 2.004,72 1.917,98 2.331,03 3.642,43 2009 2.118,04 1.812,40 2.363,73 3.797,04 DP 231,08 130,54 339,56 711,81 M 1.684,86 1.759,32 1.825,62 2.832,46 CV 13,71% 7,42% 18,60% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 25,13% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). As despesas per capita das capitais da Região Sudeste, contidas na Tabela 10, revela Vitória como sendo a capital da região – e do país – que tem a maior despesa por habitante, com uma média de R$ 2.832,46, variando a despesa em R$ 2.120,65 e R$ 3.544,27 em torno da média, ou seja é a capital brasileira com o maior despesa por habitante. Nas demais cidades essa média é bastante parecida, tendo Belo Horizonte média de R$ 1.684,86, Rio de Janeiro R$ 1.759,32 e São Paulo R$ 1.825,62. Além de possuir a maior média da região, a capital do Espírito Santo, também é detentora da maior dispersão em torno da média, com CV de 25,13% e desviopadrão de R$ 711,81. A capital fluminense é a cidade com menor dispersão apresentando CV de 7,42%, segundo menor do país, maior apenas que Porto Alegre e DP de R$ 130,54. 41 Tabela 11 – Despesa per capita da Região Sul, moeda 2010. ANO CURITIBA/PR 2000 2.100,24 FLORIANOPOLIS/SC PORTO ALEGRE/RS 1.708,40 2.096,52 2001 1.936,17 1.490,33 2.050,49 2002 1.940,29 1.520,81 2.101,47 2003 1.723,09 1.283,70 1.915,59 2004 1.667,28 1.344,04 1.874,19 2005 1.658,67 1.338,68 1.759,62 2006 1.927,97 1.593,87 1.813,79 2007 2.240,74 1.759,07 2.140,23 2008 2.129,13 1.807,90 2.062,35 2009 2.233,36 2.031,30 2.152,97 DP 220,16 239,67 143,15 M 1.955,69 1.587,81 1.996,72 CV 11,26% 15,09% 7,17% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Os dados apresentados na Tabela 11 revelam que nas capitais do Sul as despesas são semelhantes e variaram pouco entre elas, a cidade de Porto Alegre teve maior média – R$ 1.996,72, variação de R$ 1.853,57 a R$ 2.139,87 – e Florianópolis a menor – R$ 1.587,8, variação entre R$ 1.348,14 e R$ 1.827,48. Florianópolis é a cidade da região que teve maior dispersão em torno da média, com CV de 15,09%, seguida por Curitiba, 11,26% e Porto Alegre 7,17%, índices relativamente baixos em comparação com as cidades das outras regiões do país. 4.3 COMPROMETIMENTO DA RECEITA CORRENTE O comprometimento da Receita Corrente é a divisão da Receita Corrente pela Despesa Corrente de um período. Esse indicador mostra se o ente federativo é capaz de arcar com suas despesas correntes apenas com suas receitas correntes. Caso o indicador seja maior que 1, há superávit e parte das receitas correntes são usadas para financiar as despesas de capital. As tabelas 12 a 16, estão elencados 42 os Comprometimentos da Receita Corrente das capitais brasileiras dos anos de 2000 a 2009. Tabela 12 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Centro Oeste, moeda 2010. ANO CAMPO GRANDE/MS CUIABA/MT GOIANIA/GO 2000 1,29 1,09 1,09 2001 1,28 0,99 1,18 2002 1,23 1,02 1,06 2003 1,26 1,06 1,01 2004 1,24 1,06 1,17 2005 1,31 1,21 1,25 2006 1,27 1,09 1,18 2007 1,18 1,08 1,20 2008 1,22 1,17 1,27 2009 1,19 1,10 1,08 DP 0,04 0,06 0,09 M 1,25 1,09 1,15 CV 3,45% 5,95% 7,41% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 12 apresenta o Comprometimento da Receita Corrente das capitais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Das três cidades é Campo Grande que possui a maior média com 1,25, variando entre 1,21 e 1,29 em torno da média, seguida por Goiânia – 1,15, variando de 1,06 a 1,24 em torno da média – e Cuiabá – 1,09, variando entre 1,03 e 1,15 em torno da média. A dispersão em torno da média é baixa nas três cidades, sendo a capital goiana a maior com 7,41% de Coeficiente de Variação e Campo Grande a menor com 3,45%. O quadro, para este indicador, apresentado pelas capitais do Centro Oeste é bastante favorável, pois apenas Cuiabá no ano de 2001 apresentou um índice inferior a um, o que significa que em quase todas as situações as prefeituras puderam financiar parte de suas despesas de capital com receitas correntes. 43 Tabela 13 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Nordeste, moeda 2010. ANO ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOAO PESSOA/PB MACEIO/AL NATAL/RN RECIFE/PE SALVADOR/BA SAO LUIS/MA TERESINA/PI 2000 1,29 1,19 1,11 1,17 1,15 1,10 1,08 1,08 1,05 2001 1,13 1,15 1,08 1,02 1,02 1,14 1,02 1,15 1,04 2002 1,16 1,32 1,21 1,13 1,16 1,05 1,19 1,14 1,13 2003 1,12 1,31 1,06 1,13 1,09 1,02 1,08 1,14 1,11 2004 1,13 1,27 0,84 1,15 1,16 1,11 1,07 1,20 1,15 2005 1,13 1,28 1,22 1,12 1,16 1,17 1,12 1,20 1,25 2006 1,10 1,18 1,10 1,11 1,15 1,17 1,01 1,14 1,30 2007 1,02 1,03 1,17 1,16 1,13 1,10 1,15 1,12 1,22 2008 1,12 1,18 1,24 1,22 1,30 1,13 1,12 1,18 1,18 2009 1,09 1,10 1,26 1,08 1,06 1,18 1,02 1,16 1,13 DP 0,07 0,09 0,12 0,05 0,07 0,05 0,06 0,04 0,08 M 1,13 1,20 1,13 1,13 1,14 1,12 1,09 1,15 1,16 6,42% 4,69% 5,43% 3,10% 7,29% CV 5,88% 7,80% 10,99% 4,73% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 13 mostra os resultados da Região Nordeste para o comprometimento da receita corrente, das nove cidades a que apresentou maior resultado foi Fortaleza (com média de 1,20 e variação em torno da média de 1,11 a 1,29), seguida de Teresina (média de 1,16 e variação de 1,08 e 1,24 em torno da média). No Nordeste a cidade com menor índice é Salvador, com média de 1,09 – variação em torno da média de 1,03 a 1,15 – secundada por Recife, com média de 1,12 e variação em torno da média de 1,07 a 1,17. A exemplo da Região Centro Oeste, as capitais nordestinas também apresentam dispersões em torno da média relativamente baixas, sendo as maiores João Pessoa (10,99% de CV) e Fortaleza (7,8% de CV) e as menores São Luís (3,10% de CV) e Recife (com um Coeficiente de Variação de 4,69%). Das nove cidades que compõem esse grupo apenas João Pessoa no ano de 2004 apresentou um déficit nas Receitas Correntes, quando o comprometimento da receita corrente foi de 0,84, ou seja, suas receitas correntes não foram suficientes para custear as despesas correntes desse ano. 44 Tabela 14 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Norte, moeda 2010. ANO BELEM/PA BOA VISTA/RR MACAPA/AP MANAUS/AM PALMAS/TO PORTO VELHO/RO RIO BRANCO/AC 2000 1,12 1,25 1,09 1,28 1,30 1,18 1,22 2001 1,12 1,04 0,97 1,16 1,24 1,13 1,34 2002 1,21 1,06 1,27 1,26 1,32 1,46 1,27 2003 1,15 1,09 1,11 1,23 1,24 1,36 1,24 2004 1,15 1,23 1,14 1,20 1,27 1,32 1,19 2005 1,20 1,29 1,28 1,33 1,46 1,28 1,39 2006 1,17 1,50 1,21 1,12 1,44 1,22 1,26 2007 1,16 1,30 1,17 1,17 1,25 1,15 1,27 2008 1,18 1,25 1,12 1,12 1,27 1,14 1,32 2009 1,11 1,37 1,15 1,18 1,22 1,16 1,34 DP 0,03 0,14 0,09 0,07 0,08 0,11 0,06 M 1,16 1,24 1,15 1,20 1,30 1,24 1,29 8,90% 4,70% CV 3,01% 11,70% 7,94% 5,81% 6,29% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 14 mostra o comprometimento da receita corrente nas capitais da Região Norte do país, das sete cidades a que apresentou a maior média foi Palmas com 1,30 e variação de 1,22 a 1,38 em torno da média. Depois vem Rio Branco com média de 1,29 e variação de 1,23 e 1,35 em torno da média. As menores médias foram Macapá, 1,15 e variação de 1,06 e 1,24 e a capital paraense com média de 1,16 e variação de 1,13 e 1,19. No tocante à dispersão em torno da média, a Região Norte, elas continuam baixas como em todas as outras regiões, mas essa é a região que apresenta algumas das maiores variações, inclusive o maior Coeficiente de Variação das vinte e seis cidades estudadas é dessa região, que é a cidade de Boa Vista, cujo CV é 11,70%. Contudo também é verificada um dos mais baixos coeficientes de variação do país, que são os 3,01% de Belém do Pará. Igualmente às outras duas regiões anteriores, há apenas um caso onde houve déficit da receita corrente, no ano de 2001 a capital do Amapá, Macapá apresentou um comprometimento da receita corrente de 0,97. 45 Tabela 15 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Sudeste, moeda 2010. ANO BELO HORIZONTE/MG RIO DE JANEIRO/RJ SAO PAULO/SP VITORIA/ES 2000 1,14 1,15 1,35 1,27 2001 1,08 1,32 1,18 1,20 2002 1,07 1,14 1,12 1,19 2003 1,07 1,12 1,10 1,26 2004 1,16 1,19 1,15 1,39 2005 1,11 1,13 1,15 1,54 2006 1,12 1,14 1,20 1,34 2007 1,08 1,15 1,14 1,20 2008 1,13 1,07 1,11 1,27 2009 1,10 1,12 1,08 1,13 DP 0,03 0,07 0,08 0,12 M 1,11 1,15 1,16 1,28 CV 2,99% 5,66% 6,65% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 9,38% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela acima apresenta os resultados da Região Sudeste, nela se pode observar que a capital que teve a maior média no comprometimento das receitas de capital foi a capital capixaba com 1,28 e variação em torno da média de 1,16 a 1,36, além disso ela também foi a que teve o maior coeficiente de variação de 9,38%. Logo após as duas maiores médias são de São Paulo (1,16) e Rio de Janeiro (1,16). Por fim Belo Horizonte, que teve a menor média, 1,11, com variação de 1,08 e 1,14 em torno da média e também apresentou o menor coeficiente de variação, 2,99% revelando uma baixíssima dispersão em torno da média. Nota-se que nessas quatro cidades em ano algum é apresentado um comprometimento da receita corrente inferior ou igual a um, ou seja, em todos os anos dessa década houve superávit e a cada real utilizado para financiar as despesas correntes, ao menos R$ 0,01 é utilizado para financiar despesas de capital. 46 Tabela 16 – Comprometimento da Receita Corrente da Região Sul, moeda 2010. ANO CURITIBA/PR FLORIANOPOLIS/SC PORTO ALEGRE/RS 2000 1,11 1,35 1,10 2001 1,08 1,20 1,11 2002 1,11 1,13 1,08 2003 1,11 1,14 1,07 2004 1,15 1,16 1,06 2005 1,11 1,17 1,13 2006 1,11 1,17 1,14 2007 1,05 1,14 1,06 2008 1,02 1,13 1,14 2009 1,03 1,11 1,12 DP 0,04 0,07 0,03 M 1,09 1,17 1,10 CV 3,86% 5,69% 2,93% DP Desvio-Padrão; M Média; CV Coeficiente de Variação. Observasões: Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Na Tabela 16 é apresentado o comprometimento da receita corrente na Região Sul. Nota-se que nessa região as três capitais apresentaram média bastante semelhantes, sendo a maior Florianópolis com média 1,17 – variação de 1,10 e 1,24 em torno da média e coeficiente de variação 5,69%. Em seguida aparece Porto Alegre com média de 1,10, variação em torno da média de 1,07 a 1,13 e CV 2,93% (o menor do país). Por último, Curitiba com média de 1,09, variando e 1,05 a 1,13 em torno da média e CV de 3,86%. Ou seja, as três cidades possuem baixas dispersões em torno da média. É importante ressaltar que nessa região também não houve nenhum caso de déficit do comprometimento da receita corrente. 4.4 INVESTIMENTO PER CAPITA O quarto índice analisado é o investimento per capita que é a divisão da despesa de investimento pelo total da população, esse índice revela o quanto da despesa de capital foi gasto com investimento médio por pessoa. 47 Tabela 17 – Investimento per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010. ANO CAMPO GRANDE/MS CUIABA/MT GOIANIA/GO 2000 215,59 77,45 106,44 2001 252,37 138,31 121,70 2002 430,63 108,79 119,24 2003 232,76 68,10 70,18 2004 227,49 84,79 59,42 2005 138,08 48,55 78,33 2006 192,32 139,69 141,84 2007 249,34 101,52 156,81 2008 350,66 143,85 154,15 2009 322,39 86,24 160,20 DP 84,72 32,72 37,40 M 261,16 99,73 116,83 CV 32,44% 32,81% 32,01% DP Desvio-Padrão; M Média; CV Coeficiente de Variação. Observasões: Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A tabela acima apresenta o investimento per capita das capitais da região Centro Oeste, pode-se observar que a cidade que teve a maior média de investimento foi Campo Grande, com média de R$ 261,16, com variação de R$ 176,44 a R$ 345,88 em torno da média e coeficiente de variação de 32,44%, revelando uma considerável dispersão em torno da média. Na verdade todas as três cidades possuem dispersões em torno da média relativamente elevada, todas acima dos 30%. Tabela 18 – Investimento per capita da Região Nordeste, moeda 2010. ANO ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOAO PESSOA/PB MACEIO/AL NATAL/RN RECIFE/PE SALVADOR/BA SAO LUIS/MA TERESINA/PI 2000 44,36 184,44 81,08 32,96 84,08 124,95 202,76 72,32 68,19 2001 73,55 103,52 141,61 32,37 84,29 36,55 120,31 111,24 48,96 2002 157,70 79,50 125,52 56,74 73,71 94,75 86,56 127,68 68,81 2003 43,24 93,65 62,64 51,98 39,92 58,11 85,39 38,14 45,75 2004 69,01 95,48 37,08 95,15 66,87 71,06 86,47 41,66 59,94 2005 119,86 26,78 42,13 41,77 72,46 52,98 32,89 54,25 72,54 2006 68,18 49,19 101,56 97,57 127,43 81,00 29,62 56,90 126,25 2007 130,64 77,39 104,49 106,99 212,55 112,81 20,43 80,18 157,98 2008 162,54 89,75 177,04 43,60 231,29 130,54 44,47 87,56 152,85 2009 137,58 100,83 162,03 63,73 168,26 100,34 65,60 73,28 194,71 DP 45,91 41,09 48,45 27,86 66,15 31,73 54,28 28,88 53,44 M 100,67 90,05 103,52 62,29 116,08 86,31 77,45 74,32 99,60 56,99% 36,77% 70,09% 38,86% 53,66% CV 45,61% 45,63% 46,80% 44,74% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). 48 A Tabela 18 apresenta o investimento per capita das nove capitais nordestinas. Nela pode-se observar que a dispersão em torno da média é elevada podendo chegar a um coeficiente de variação de 70,09%, como é o caso de Salvador – segundo maior registro em todas as capitais para esse índice. Após a capital baiana, vem Natal com CV 56,99% e Teresina com CV 53,66%. O coeficiente de variação de Recife (36,77%) é maior que o menor CV registrado na Região Centro Oeste. A cidade com a maior média nesses dez anos foi Natal com R$ 116,08 e com uma variação de R$ 49,93 a R$ 182,23 em torno da média, a segunda maior pertence à capital paraibana, cuja média é R$ 103,52, com variação de R$ 55,07 a R$ 151,97 em torno da média. São Luís foi a capital que teve o menor investimento per capita no Nordeste, com média de R$ 74,32, com variação de R$ 45,44 a R$ 103,20 em torno desta média. Tabela 19 – Investimento per capita da Região Norte, moeda 2010. ANO 2000 BELEM/PA 65,89 BOA VISTA/RR 429,32 MACAPA/AP 10,19 MANAUS/AM 159,21 PALMAS/TO 380,91 PORTO VELHO/RO RIO BRANCO/AC 79,42 246,09 2001 65,86 148,81 52,37 135,85 472,32 107,01 179,81 2002 81,35 672,56 174,17 141,29 394,95 169,12 247,53 2003 58,73 73,82 54,30 110,84 226,73 89,65 125,89 2004 96,73 200,08 55,27 78,05 324,02 106,10 103,91 2005 36,20 196,46 38,34 45,12 275,22 44,11 95,04 2006 82,41 172,93 32,47 90,27 152,11 114,50 221,54 2007 102,12 408,12 44,54 90,60 283,76 146,54 215,29 2008 97,55 404,44 59,21 68,99 293,36 373,14 326,43 2009 98,02 321,48 79,06 97,39 172,29 272,50 238,45 DP 21,49 179,31 44,04 35,32 100,14 100,02 73,56 M 78,49 302,80 59,99 101,76 297,57 150,21 200,00 CV 27,38% 59,22% 73,42% 34,71% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 33,65% 66,59% 36,78% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Analisando o investimento per capita da Região Norte, contido na Tabela 19, vê-se que a cidade que possui a maior média é Boa Vista com R$ 302,80, os investimentos variam de R$ 123,49 a R$ 482,11 em torno da média. Secundando a capital de Roraima está a capital tocantinense, com média R$ 297,57 e investimentos variando de R$ 197,43 a R$ 397,71. Por outro lado Macapá registrou 49 o pior índice do Norte do país, com média de R$ 59,99, um quinto da de Boa Vista e investimentos variando entre R$ 15,95 e R$ 104,03 em torno da média. Além dessa baixa média a capital do Amapá, detém o maior coeficiente de variação das capitais do Brasil, 73,42%, o que indica uma elevadíssima oscilação em torno da média, mas que nesse caso é uma fato positivo, pois o índice saiu de R$ 10,19 em 2000 para R$ 79,06 em 2009. Tabela 20 – Investimento per capita da Região Sudeste, moeda 2010. ANO BELO HORIZONTE/MG RIO DE JANEIRO/RJ SAO PAULO/SP VITORIA/ES 2000 17,77 152,61 118,64 508,33 2001 14,49 110,48 74,05 342,51 2002 139,41 193,54 139,94 376,53 2003 171,20 171,14 173,91 302,98 2004 165,29 159,91 193,34 334,26 2005 127,76 115,22 70,54 163,19 2006 252,15 137,80 175,50 463,83 2007 246,55 168,84 216,23 850,99 2008 357,84 145,05 260,54 640,49 2009 349,70 67,43 187,22 663,05 DP 119,38 36,45 60,60 204,98 M 184,22 142,20 160,99 CV 64,80% 25,63% 37,64% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. 464,62 44,12% Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A Tabela 20 apresenta o investimento per capita da Região Sudeste. Revela que a cidade de Vitória foi aquela que mais investiu por habitante, com média de R$ 464,62 e investimentos variando entre R$ 259,64 e R$ 669,60 em torno da média, seguida pelas capitais mineiras e paulistas. O Rio de Janeiro foi a cidade que menos investiu per capita, com média de R$ 142,20, variando em torno da média de R$ 105,75 a R$ 178,65, porém foi a cidade que teve maior constância nos seus investimentos, sendo uma das poucas capitais cujo coeficiente de variação foi inferior a 30%, revelando uma menor dispersão em torno da média que as demais capitais estaduais do país. Já a capital mineira apresenta um CV de 64,8%, o maior da região. 50 Tabela 21 – Investimento per capita da Região Sul, moeda 2010. ANO CURITIBA/PR FLORIANOPOLIS/SC PORTO ALEGRE/RS 2000 171,28 313,15 188,76 2001 79,59 203,29 165,86 2002 98,42 229,33 161,98 2003 77,23 91,61 120,64 2004 66,60 123,87 136,52 2005 68,21 116,75 93,14 2006 143,32 210,77 104,32 2007 197,03 202,57 155,28 2008 132,88 196,93 109,29 2009 121,30 211,45 123,97 DP 45,39 64,47 31,01 M 115,59 189,97 135,98 CV 39,27% 33,94% 22,81% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). Na Tabela 21 vê-se que Florianópolis é a capital da Região Sul que possui a maior média de investimento per capita com R$ 189,97 e investimentos oscilando entre R$ 125,50 e R$ 254,44 em torno desta média, em segundo lugar está a capital gaucha com média de R$ 135,98 e por último a capital paranaense com média de R$ 115,59. As três cidades, a exemplo das outras possuem coeficientes de variação relativamente altos, o que indica uma flutuação exacerbada dos investimentos nas capitais estaduais no país, o que não é interessante, pois quanto maior o investimento feito pela cidade, melhor, pois há mais retorno para a sua população. 4.5 IPTU E ISS PER CAPITA O último índice analisado é o IPTU e ISS per capita, que é a simples divisão da soma desses impostos pela população da cidade. Ele indica, como o nome sugere, o quanto cada cidadão pagou de IPTU e ISS se os impostos fossem pagos igualmente por todos e revela em qual cidade os impostos sobre propriedade territorial e prestação de serviços são mais onerosos à população. 51 Tabela 22 – IPTU e ISS per capita da Região Centro Oeste, moeda 2010. ANO 2000 CAMPO GRANDE/MS 238,46 CUIABA/MT 178,03 GOIANIA/GO 273,65 2001 238,21 186,10 257,25 2002 226,30 168,44 270,21 2003 212,66 164,39 254,51 2004 212,70 169,03 273,94 2005 233,10 189,72 317,23 2006 253,23 201,68 359,01 2007 272,46 231,45 374,68 2008 281,00 228,53 367,49 2009 364,37 225,47 380,84 DP 45,16 26,10 52,65 M 253,25 194,28 312,88 CV 17,83% 13,44% 16,83% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A tabela acima mostra que das capitais do centro oeste Goiânia é a que possui a maior média com R$ 312,88, variando em R$ 260,23 a R$ 365,53 em torno da mesma, possui também o maior desvio-padrão de R$ 52,65. Porém a cidade que apresenta o maior coeficiente de variação é Campo Grande com 17,83%, que indica uma variação em torno da média não muito alta, revelando que na macro região a dispersão não foi muito significante. Tabela 23 – IPTU e ISS per capita da Região Nordeste, moeda 2010. ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 DP M CV ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOAO PESSOA/PB MACEIO/AL NATAL/RN RECIFE/PE SALVADOR/BA SAO LUIS/MA TERESINA/PI 223,94 139,75 116,37 101,47 143,04 283,27 234,27 143,02 88,16 216,12 146,94 118,76 104,50 148,41 295,21 231,23 156,73 79,17 205,64 130,33 125,42 112,15 144,33 285,96 204,66 160,20 85,58 181,10 113,14 118,45 97,30 134,58 259,15 179,11 141,42 70,97 194,03 126,14 131,22 108,36 147,40 276,89 172,31 148,14 73,17 209,93 137,73 124,54 124,52 164,70 296,70 177,99 173,82 78,15 239,89 150,74 142,92 136,29 187,96 320,02 203,44 189,35 95,03 243,76 155,09 162,95 143,60 205,03 331,61 197,83 237,12 103,42 239,70 152,28 158,14 130,43 210,82 322,20 195,63 254,70 106,04 253,23 169,80 178,04 143,32 224,11 343,80 218,04 273,95 119,16 23,51 16,31 21,76 17,61 32,96 26,88 21,60 49,42 15,77 220,73 142,19 137,68 120,19 171,04 301,48 201,45 187,84 89,89 10,65% 11,47% 15,80% 14,65% 19,27% 8,92% 10,72% 26,31% 17,55% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). 52 A tabela 23 mostra o IPTU e ISS per capita da região nordeste. Das nove cidades a que apresentou a maior média nesse índice foi Recife, com média de R$ 301,48 (a média variou de R$ 274,60 a 328,36 na década), a segunda maior média foi a de Aracaju cuja média foi R$ 220,73 (a média variou de R$ 197,22 a 244,24 na década). A cidade com a menor média foi Teresina – R$ 89,89 (a média variou de R$ 74,12 a 105,66 no período). São Luís foi a cidade que apresentou maior variação no período com desviopadrão de R$ 49,42 e CV de 26,31%. Mas vê-se que a maioria das capitais nordestinas apresentaram coeficientes de variação inferiores a 15%, o que indica que a quantidade de imposto pagos nessas cidades não variou muito no período analisado. Tabela 24 – IPTU e ISS per capita da Região Norte, moeda 2010. ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 DP M CV BELEM/PA BOA VISTA/RR MACAPA/AP MANAUS/AM PALMAS/TO PORTO VELHO/RO RIO BRANCO/AC 130,65 140,93 45,00 163,09 137,62 96,03 67,26 118,68 100,70 61,56 160,71 154,56 85,67 80,08 110,59 112,85 58,31 153,77 181,65 81,17 71,57 97,66 87,19 52,00 129,31 131,20 67,46 60,17 107,93 84,49 62,07 145,69 132,12 69,67 54,23 116,65 87,78 43,86 167,98 116,01 78,82 61,27 128,98 87,11 61,72 188,02 136,09 100,63 75,31 139,34 103,55 68,36 237,66 161,96 115,44 94,40 142,34 99,39 64,65 209,04 182,03 131,40 94,29 151,11 125,26 70,19 211,02 220,53 290,04 108,31 16,96 18,64 9,08 33,86 31,71 65,82 17,53 124,39 102,93 58,77 176,63 155,38 111,63 76,69 13,63% 18,11% 15,45% 19,17% 20,41% 58,96% 22,86% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). O IPTU e ISS per capita da região norte é apresentado na tabela 24 e no período a cidade em que a população pagou mais impostos municipais em média foi Manaus, cuja média é de R$ 176,53 e varia de R$ 142,77 a R$ 210,49 em torno da mesma, o que dá um coeficiente de variação de 20,41%, a terceira maior da região, 53 mas bem inferior aos 58,96% da capital de Roraima, que foi a capital com a maior variação do país. Tabela 25 – IPTU e ISS per capita da Região Sudeste, moeda 2010. ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 DP M CV BELO HORIZONTE/MG RIO DE JANEIRO/RJ SAO PAULO/SP VITORIA/ES 377,39 602,72 673,97 599,11 359,51 574,35 634,22 548,72 339,11 552,80 617,49 535,72 294,82 486,85 560,17 505,87 311,07 499,79 580,83 559,73 325,91 520,84 633,74 654,20 356,63 555,19 756,59 766,29 387,46 592,82 827,20 890,26 398,32 625,94 820,79 869,18 422,89 680,60 865,97 875,82 40,36 59,39 111,25 154,86 357,31 569,19 697,10 680,49 11,30% 10,43% 15,96% 22,76% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A tabela 25 na qual estão presentes os resultados da região sudeste mostra que a capital paulista foi a que teve a maior média no período com R$ 697,10 e uma variação em torno desta de R$ 585,85 a R$ 808,35 a capital do Espírito Santo apresenta a segunda maior média com R$ 680,49 e Belo Horizonte a menor com R$ 357,31. A capital fluminense apresentou a menor variação no período apresentando coeficiente de variação de 10,43% e Vitória teve a maior variação com 22,76% de CV. 54 Tabela 26 – IPTU e ISS per capita da Região Sul, moeda 2010. ANO CURITIBA/PR FLORIANOPOLIS/SC PORTO ALEGRE/RS 2000 418,83 455,30 390,16 2001 429,10 389,13 376,06 2002 429,09 408,74 369,24 2003 383,23 395,85 397,47 2004 398,76 411,03 357,96 2005 368,85 433,34 397,89 2006 418,55 471,16 423,15 2007 439,14 504,28 443,19 2008 429,04 514,67 463,52 2009 446,38 543,78 476,64 DP 24,90 54,22 40,55 M 416,10 452,73 409,53 CV 5,98% 11,98% 9,90% Observasões: DP - Desvio-Padrão; M - Média; CV - Coeficiente de Variação. Fonte: Elaborado pelo autor (dados da pesquisa). A última tabela mostra o IPTU e ISS da região sul, nela vê-se que a cidade que teve a maior média foi Florianópolis com R$ 452,73 e variação de R$ 398,51 a R$ 506,95 em torno da média, mas todas as capitais da região sul tem uma média similar e todas apresentam um baixo coeficiente de variação, a capital catarinense tem CV de 11,98% e é a maior, Curitiba tem CV 5,98% o mais baixo de todas as capitais, isso significa que os impostos municipais da região sul têm uma menor variação no período. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, RECOMENDAÇÕES E CONCLUS ÃO A Lei nº 4.320/64 estipula normas gerais de direito financeiro a serem observadas pelos gestores das três esferas (federal, estadual e municipal) para a elaboração e controle de seus orçamentos e a Lei Complementar nº 101/2000, torna esse processo mais transparente ao regulamentar normas voltadas para a gestão fiscal, possibilitando, dessa forma, um melhor controle do patrimônio publico. O objetivo desse trabalho foi analisar se as capitais brasileiras apresentam variações equidistantes da Receita per capita, Despesa per capita, Comprometimento da receita corrente, Investimento per capita e IPTU e ISS per capita dessas cidades no período de 2000 a 2009. Por variações equidistantes, adotou-se a premissa de que as variações encontradas nos índices mantêm ou não a mesma distância, ou seja, se os resultados são semelhantes. Convém registrar que as capitais dos estados apresentam uma diversidade de diferenças que não foram consideradas neste estudo, tais como: localização geográfica, complexo industrial, comércios, etc. As análises inferidas com a utilização de métodos quantitativos têm a perspectiva de evidenciar resultados que poderão servir: - como objeto de investigação em auditorias não formais pelos Tribunais de Contas, haja vista que as capitais brasileiras prestam contas aos tribunais de contas diversos; - como informações para o controle social, que deve ser exercido pelos cidadãos e neste sentido os mesmos poderão tomar suas decisões. Divulgar informações sobre os resultados das demonstrações contábeis é relevante para os cidadões poderem exercer o controle social. Neste sentido, as pesquisas que utilizam informações com uma linguagem mais acessível para os cidadãos que desconhecem a linguagem contábil, tornam-se úteis para suas tomadas de decisões. Considerando que são disponibilizadas informações diversas sobre execuções orçamentárias dos municípios brasileiros nos sítios eletrônicos (STN, Portais de Transparência, Contas Públicas etc.), recomenda-se pesquisas 56 abordando os índices aqui analisados, bem como outros, visando divulgar mais informações sobre as entidades públicas. As capitais apresentaram variações da receita per capita e despesa per capita semelhantes, com exceção da cidade de Porto Velho que obteve as maiores variações nos dois índices, com variação de 31,86% na receita per capita e 30,83% na despesa per capita. E as cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre foram as que menos variaram em receita e despesa per capita, respectivamente – com variação de 4,91% na receita da cidade do Rio e 7,17% na despesa na capital Gaucha. Já no tocante ao comprometimento da receita corrente quase todas as capitais obtiveram uma variação bem semelhante, inferior à 10% de coeficiente de variação, excluindo-se dessa estatística João Pessoa e Boa Vista, muito embora, mesmo assim a discrepância não tenha sido muito elevada, pois João Pessoa teve CV de 10,99% e Boa Vista 11,70%. A análise do quarto indicador, o investimento per capita, foi o que revelou a maior disparidade entre todos os indicadores utilizados, os coeficientes variam entre 22,81% em Porto Alegre a 73,42% em Macapá. E o último índice, que medem o IPTU e ISS per capita das capitais brasileiras mostrou uma variância parecida entre elas, tanto regionalmente – excetuando-se a região sul que tem variações um pouco abaixo do geral – como nacionalmente, as únicas cidade que fogem do padrão são Curitiba que teve a menor variação com 5,98% de CV e Porto Velho com CV de 58,96%. Finalizando, conclui-se que as capitais brasileiras, com algumas exceções, apresentaram variações equidistantes nos índices estudados. As exceções das variações da receita e despesa per capita foram as cidades de Porto Velho com os maiores índices e as cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre com menores variações. As cidades de João Pessoa e Boa Vista destacaram no comprometimento da receita corrente e Porto Alegre e Macapá no investimento per capita. As cidades de Curitiba e Porto Velho destacaram, a primeira com a menor variação e a segunda com o de maior variação no IPTU e ISS per capita. 57 REFERÊNCIAS BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2010. BALTAZAR, Antonio Henrique Lindemberg. Princípios constitucionais da administração pública. Julho 2011. Disponível em: <http://www.buscalegis .ufsc.br/revistas/files/journals/2/articles/32832/public/32832-40730-1-PB.pdf>. Acesso em: 15 set. 2011. 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