RADIOACTIVIDADE
Marília Peres
2009
RADIOACTIVIDADE
Um pouco de história
A Radioactividade
A origem dos elementos
Aplicações
Marília Peres
2
1
UM POUCO DE HISTÓRIA
Um pouco de história . . .
1895 - RőNTGEN
Em 1895 o professor alemão descobriu
uma radiação, que designou por “RAIOS
X”, enquanto estudava os efeitos de uma
descarga eléctrica no interior de
ampolas de vidro onde o ar fora
eliminado.
Supôs que os raios X provinham da
fluorescência que o vidro da ampola
adquiria sob a acção dos raios catódicos
a que
a descarga originava.
Marília Peres
4
2
Um pouco de história . . .
1896 – POINCARÉ
Relacionou a fluorescência
com a emissão de Raios X.
Marília Peres
5
Um pouco de história . . .
1896 – HENRI BECQUEREL
Especializado
no
estudo
da
fluorescência, sujeitou à verificação a
ideia de Poincaré.
Guardou numa gaveta cristais sobre
uma chapa fotográfica, que estava
protegida dentro de um invólucro.
Mais tarde descobriu que a chapa
apresentava a imagem dos cristais!
Becquerel concluiu que os cristais de
sulfato de urânio e potássio emitiam
uma radiação capaz de actuar sobre a
matéria mesmo sem ser necessário
expô-los à luz do Sol para lhes excitar a
fluorescência.
Estava descobertaMarília
a Peres
RADIOACTIVIDADE.
6
3
Um pouco de história . . .
1896 – HENRI BECQUEREL
Becquerel serviu-se de um espectroscópio de
folhas de ouro de tal modo isolado que
permitia que as suas folhas se mantivessem
afastadas durante muito tempo. Abriu uma
janela e tapou-a com alumínio. Posteriormente
encontrou
t um cristal
i t l de
d sulfato
lf t duplo
d l de
d urânio
â i
e potássio e verificou que as folhas descaiam.
Significava que as radiações emitidas pelo sal de urânio
electrizavam o ar.
Marília Peres
7
Um pouco de história . . .
M i Skl
d
k
Marie
Sklodoswka
Doutoramento em radiações
emitidas pelos sais de urânio
Nobel da Física – 1903
Nobel da Química – 1911
Marília Peres
8
4
Um pouco de história . . .
Pierre Curie
Nobel da Física – 1903
Um dos físicos franceses mais notáveis da
segunda metade do séc. XIX.
Sobre ele escreveu Poincaré:
“...os fenómenos físicos tomavam
um aspecto diferente quando eram
apreciados através do seu espírito
original e lúcido...”.
Marília Peres
cit. in Carvalho(2)
9
Um pouco de história . . .
O casal Curie ligado por laços profundamente
afectivos
f ti
e por interesses
i t
mentais
t i comuns,
entregaram-se, à investigação científica.
Sobre o trabalho de Becquerel, Marie Curie disse:
“... Becquerel assegurou-se que estas
propriedades não dependem de uma
insolação prévia e que persistem (...).
Parece-nos extremamente atraente o
estudo deste fenómenos e ainda mais
por
se
tratar
de
um
assunto
completamente
desconhe-cido,
sem
qualquer
bibliografia.
Resolvi-me,
portanto, a fazer um trabalho sobre este
tema”.
cit. in Carvalho(2)
Marília Peres
10
5
Um pouco de história . . .
Os trabalhos iniciais consistiram em avaliar a intensidade
da radiação emitida pelo urânio em condições variadas.
variadas
M. Curie concluiu que a intensidade da radiação é
proporcional à quantidade de urânio presente.
Concluiu também que se tratava de uma propriedade
atómica do urânio, isto é, que a intensidade da radiação
emitida só depende do facto do urânio estar presente. E
portanto dos seus próprios átomos.
Electroscópio com câmara de
utilização utilizado por M.Curie
fonte: Birch (10)
“Tornava-se necessário dar um nome a esta
propriedade nova da matéria (...) propus o
nome de radioactividade.(...) Os elementos
radioactivos
receberam
o
nome
de
radioelementos.”
Marília Peres
11 (2)
M.Curie, cit. in Carvalho
Um pouco de história . . .
Laboratório instalado num velho barracão abandonado. Aqui ao utilizar
uma porção de pechblenda, que continha uma certa percentagem de
urânio. M. Curie descobriu que este minério descarregava o
electroscópio quatro vezes
mais depressa do que seria de esperar.
Marília Peres
12
Uma nova descoberta!
6
Um pouco de história . . .
Placa original
g
de qquartzo ppiezoeléctrico usado por M. Curie para
medir a radioactividade
Fonte: Birch(10)
Após meses de trabalho árduo o casal Curie
d
descobre
b que na pechblenda
hbl d além
lé de
d urânio
â i
existe um outro elemento radioactivo.
Numa comunicação em 1898 liam-se as
seguintes palavras: “No caso de se
confirmar a existência deste novo
metal, propomos que se lhe dê o
nome
de polónio, derivado do
país de origem
g
de um de
nome do p
nós.”
M.Curie, cit. in Carvalho(2)
Em Dezembro de 1898 foi anunciada a segunda descoberta, a de
um elemento mais radioactivo que os anteriores: o rádio.
Marília Peres
13
Um pouco de história . . .
Electroscópio com câmara de utilização
utilizado por M.Curie
Fonte: Birch(10)
Em 1900 depois de tratar mais de uma
tonelada de pechblenda os Curie
conseguiram obter cristais de brometo de
rádio puros. Os cristais emitiam uma
luminosidade pálida que os tornavam
visíveis na escuridão.
Só em 1910 com a ajuda de André
Debierne, isolaram o rádio.
Por cada tonelada de urânio contido na
pechblenda existiam três decigramas de
rádio!!
“Pode mesmo pensar-se que o rádio se poderia tornar muito perigoso
(...) Eu sou, um dos que acredita, do mesmo modo que Nobel , que a
humanidade aproveitará, das descobertas, mais o lado bom que o
mau.”
Marília Peres
14
P.Curie, no discurso de entrega do prémio Nobel, 6 de Junho de 1905, cit. in Birch(10)
7
Um pouco de história . . .
1899 – André Debierne descobre um novo elemento radioactivo o actínio.
1904 – Armet de Lisle, fundou a primeira fábrica com o fim de
fornecer aos médicos o rádio necessário para o tratamento de
tumores.
O interesse pelas aplicações médicas do rádio provocaram
interesse em todo o mundo à procura de minérios radioactivos e
na instalação
i t l ã de
d fábricas
fáb i
para a extracção
t
ã daquele
d
l elemento.
l
t
Portugal teve na altura grande desenvolvimento nessa área.
Possuíamos urânio na Beira Alta e na Beira Baixa. As minas mais
importantes foram as dos Rosmaninhal (no concelho de Sabugal)
e as de Urgeiriça (no concelho de Nelas).
Marília Peres
15
Um pouco de história . . .
1902
Ernest Rutherford e
Frédérick Soddy
A descoberta dos raios alfa e dos
raios beta conduziram estes dois
cientistas à hipótese de que os
átomos não são partículas
simples, mas conjuntos complexos de corpúsculos.
Villard, físico francês descobre um terceiro tipo de radiação emitido pelas
substâncias radioactivas – a radiação gama. Ao contrário das anteriores esta
partícula não é electrizada – é uma espécie de luz.
Marília Peres
16
8
Um pouco de história . . .
Frédérick Soddyy e Willidm Ramsayy
Descobrem que o hélio é um dos produtos da desintegração
radioactiva.
Rutherford (em 1909)
Descobre que são as partículas alfa que dão origem aos átomos de
hélio.
hélio
Sabendo que cada átomo de rádio emite uma partícula alfa e que esta
por sua vez dá origem a um átomo de hélio. Contando o número de
partículas alfa e conhecendo o volume de hélio pode-se saber quantos
átomos de hélio existem num certo volume de gás!
Marília Peres
17
Um pouco de história . . .
Ernest Rutherford e Boltwood
™ Conseguiram
C
i
i l vários
isolar
á i elementos
l
t radioactivos.
di ti
A
Apenas
assinalaram outros, visto que estes estavam constantemente a
transformar-se (os de transformação mais rápida).
™
Concluíram que nem todos os radioelementos emitem
simultaneamente as radiações alfa , beta e gama.
™
Concluíram que os elementos radioactivos têm períodos de
transformação de diferentes tempos (o do urânio é de 4500
milhões de anos e o do polónio é de 140 dias) e que os
elementos se vão transformando em outros mais estáveis,
sendo o chumbo, o termo
final para a série urânio-rádio. 18
Marília Peres
9
Um pouco de história . . .
Ernest Rutherford, Geiger e
Marsden - 1911
Bombardearam, com partículas α,
folhas de metais.
As partículas α sofriam deflexões
Descobriram o núcleo
“Uma pequena zona densa e central do átomo
com carga positiva”.
Marília Peres
19
Um pouco de história . . .
A Figura
Fig ra representa um
m fei
feixee de raios
alfa, que se dirige para a lamina
metálica. A1 e A2 são átomos dessa
lamina. Pode observar-se que:
™ ou as partículas (como α2)
atravessam o intervalo entre os
átomos e nada sofrem;
™ ou (como α3 e α4) passará perto dos
núcleos dos átomos e são desviados
da direcção que seguiam embora
continuem a avançar;
™ ou (como α1) vão direitas ao núcleo
atómico e são obrigadas a recuar. Marília Peres
Fonte: Carvalho (2)
Experiência de Rutherford
20
10
Um pouco de história . . .
1928 - George Gamow
Explica o decaimento α.
1932 - James Chadwick
Identifica o neutrão.
Nobel da Física – 1935.
Marília Peres
21
Um pouco de história . . .
¾
1932 - Primeira desintegração artificial com
partículas aceleradas.
aceleradas
¾
1934 - Irène e Frédéric Joilot-Curie - Os
primeiros elementos radioactivos artificiais.
¾
1934 - Enrico Fermi - Reacções Nucleares
por bombardeamento de neutrões.
¾
Produziu novos elementos radioactivos –
Transuranianos - Teoria do decaimento β
¾
Nobel da Física - 1938
Marília Peres
22
11
Um pouco de história . . .
¾
1935 - Hideki Yukawa – propõe a hipótese de
existirem mesões no núcleo.
núcleo
¾
1936 - Niels Bohr - Verifica que ao bombardear um
núcleo com partículas, só volta a adquirir estabilidade
depois de emitir radiações alfa, beta e gama.
¾
1938 - Otto Hahn e Fritz Strassman
¾
Conseguem a Cisão do urânio a partir do bombardeamento
de neutrões.
Marília Peres
23
Um pouco de história . . .
1938 Lise Meitner e Otto Frisch
Explicaram a Cisão do Urânio como sendo um
processo espontâneo, ou induzido por
bombardeamento de neutrões.
¾
1938 - Hans Bethe
¾
Defende que a obtenção da energia das estrelas de obtêm por cisão
de núcleos leves.
¾
1940 - Glenn Seaborg
¾
Marília Peres
Obtém os primeiros transurianos:
o neptúnio e o plutónio.
24
12
Um pouco de história . . .
1942 - Enrico Fermi – Consegue a primeira reacção em cadeia
do urânio.
1945 - Robert Oppenheimer – Um dos responsáveis pela
bomba atómica.
1947 - Cecil Powell – Consegue identificar mesões.
1964 – Gell-Mann – Identifica pela primeira vez os QUARKS!
Marília Peres
25
A RADIOACTIVIDADE
13
A Radioactividade
Desde os tempos mais remotos, filósofos e
cientistas têm estado interessados nos blocos
elementares do nosso universo. Foram os
gregos os primeiros a sugerir que toda a matéria
fosse feita a partir de blocos indivisíveis – os
átomos.
fonte:qmcweb(9)
Entretanto, foi somente no século XX que a ideia de um átomo divisível,
isto é, uma partícula elementar que, por sua vez, é formada por outras
partículas elementares, passou a ocupar a mente dos cientistas.
Marília Peres
27
A Radioactividade
Experiências clássicas (Thomsom,
R theford Chadwick,
Rutheford,
Chad ick Bohr) tentaram
compreender a estrutura deste
átomo:
Seria algo formado por um grande
espaço vazio, ocupado por
minúsculos electrões, que
permanecem em prováveis regiões
nas proximidades do núcleo - um
pequeno e massivo conjunto de
protões e neutrões, mais de 100.000
vezes menor do que o átomo ao qual
pertence.
Marília Peres
fonte:qmcweb(9)
28
14
A Radioactividade
Que pensam os físicos de hoje?
H j
Hoje
conhecem-se
h
várias
ái
centenas
t
d
de
partículas,
tí l
elementares ou não. Visitemos as famílias das partículas
elementares.
Marília Peres
29
A Radioactividade
Fotão
8 Gluões
Interacção
electromagnética
Interacção forte
Bosões intermédios W+,
W- e Zo
Interacção fraca
Marília Peres
30
A CADA UM DOS FERMIÕES É NECESSÁRIO ACRESCENTAR A SUA ANTIPARTÍCULA.
15
A Radioactividade
AS QUATRO INTERACÇÕES
fonte:Silva(7)
Nuclear Forte
Mantém a estabilidade do
núcleo, unindo os protões
Marília Peres
e os neutrões
Electromagnética
Permite que os electrões circulem
à volta do núcleo. Faz com que
as cargas do mesmo sinal se
repilam e de sinal contrário31se
atraiam.
A Radioactividade
AS QUATRO INTERACÇÕES
Gravidade
Responsável pela atracção
entre o Sol e os planetas ou
outros quaisquer 2 corpos
Marília Peres
com massa.
fonte:Silva(7)
Nuclear Fraca
Faz com que exista reactividade
natural; transforma os electrões
celibatários num par protão32
electrão (mais um neutrino).
16
O Núcleo Instável
neutrão
protão
ã
Tanto os protões como os neutrões são, por sua vez, formados
por outras sub-partículas: os quarks.
Cada protão ou neutrão é formado por 3 quarks.
A energia que mantém todas esta partículas e sub-partículas
Peres
33
unidas é muito grande, eMarília
pode
ser aproveitada.
O Núcleo Instável
¾ O núcleo possui carga positiva devido à carga dos
protões,
tõ
já que os neutrões
t õ não
ã possuem carga.
¾
O número de protões e, consequentemente, a carga
do núcleo, são característica fundamental do átomo: o
que identifica um elemento é justamente o número de
protões (Z) do seu núcleo – o número atómico.
¾ Embora o número de protões seja sempre o mesmo, o
número de neutrões p
pode diferir em átomos de um
mesmo elemento, originando átomos com massas
atómicas (A) ligeiramente diferentes.
¾ Dois átomos com o mesmo Z, mas com diferente A,
são isótopos.
Marília Peres
34
17
A Radioactividade
Alguns isótopos são muito estáveis: a combinação adequada
t neutrões
t õ e protões
tõ parece conferir
f i sua estabilidade.
t bilid d
entre
Outros, entretanto, possuem núcleos particularmente
instáveis: os núcleos desintegram-se espontaneamente,
por vários processos, resultando na emissão de radiação,
sob a forma de partículas e/ou energia.
Um determinado isótopo do Rádio (A=226; Z=88),
Z=88) por
exemplo, pode sofrer um decaimento espontâneo para outro
elemento (Radão A=222; Z=86), libertando partículas alfa
(núcleos de Hélio).
Marília Peres
35
A Radioactividade
Como se manifesta a radioactividade do Rádio:
¾ Impressiona as emulsões fotográficas;
¾ Torna, em seu redor, o ar bom condutor da
electricidade;
¾ Excita a luminescência de certas substâncias;
¾ Emite espontaneamente calor, mantendo
mantendo-se
se a uma
temperatura mais elevada do que a do meio ambiente;
¾ É luminoso na escuridão;
¾ Tem acção destrutiva sobre os tecidos animais.
Marília Peres
36
18
Alfa , Beta e Gama
As acções
ç
pprovocadas ppelas substâncias radioactivas são,, de facto
devidas às radiações que emitem.
Verificou-se que por exemplo o rádio emitia as três tipos de
radiações a que se deu o nome de alfa, beta e gama.
Marília Peres
37
fonte: Birch (10)
Alfa , Beta e Gama
¾ As partículas alfa contém dois protões e dois neutrões, tal
como o núcleo do átomo de Hélio. Por isso, podem ser
representadas pela designação 4He2+, além do símbolo α.
¾ Os raios beta são, na verdade, electrões - uma partícula
negativa, com uma massa 1/1837 vezes menor que a do
protão É representa pela letra β.
protão.
β
¾ A radiação gama (γ), tal com os raios - X, são formas da
radiação eletromagnética, que é uma forma de energia
quantizada em "pacotes" chamados fotões.
Marília Peres
38
19
A Radioactividade
Marília Peres
39
Fonte:Birch (10)
A Radioactividade
Como se subdivide a radiação nuclear por efeito de um
campo
p magnético
g
Raios Beta
Invólucro de Chumbo
Substância Radioactiva
Raios Gama
Raios Alfa
Marília Peres
40
Fonte: Repossi (11)
20
As Famílias Radioactivas
¾ Como já foi referido o Rádio – 226 origina um novo elemento – o
p
Radão-222 e uma ppartícula alfa,, qque ppodemos representar
esquematicamente por:
226Ra
Æ 224Rn + 4He
¾ Desintegrações sucessivas do rádio poderão originar átomos de
massa 206 u.
¾ Por sua vez o rádio já resulta de desintegrações sucessivas em que
o primeiro
i i é o urânio.
â i
¾ Estamos perante uma família de substâncias radioactivas (ou série).
¾ Existem outras famílias radioactivas além da do urânio, como por
exemplo a família radioactiva do Tório (232u), que termina em
átomo de massa 208u.Marília Peres
41
Decaimento do Urânio-238
Na figura ao lado, representase toda a série de decaimento
radioactivo
di ti do
d Urânio-238.
U â i 238
Cada emissão ALFA
corresponde a uma diminuição
de 4 unidades no número de
massa atómica e de 2
unidades no número atómico,
pois a partícula alfa é o 4He2+.
Uma emissão BETA não
pprovoca alteração
ç no número
de massa, uma vez que um
neutrão se transforma em um
protão: com um consequente
aumento do número atómico. O
processo culmina com a
emissão de electrões - as
partículas beta
Marília Peres
42
fonte:qmcweb(9)
21
Semivida das Substâncias Radioactivas
¾
A transformação de uma
substância radioactiva na que
se lhe segue, na respectiva
família, decorre num ritmo tão
certo que pode servir para
caracterizar a substância.
¾
Assim, o período de
semidesintegração, ou de
semivida é característica das
várias espécies radioactivas, e
é o tempo necessário para
que a massa (m) de uma
amostra se reduza a metade
(m/2) por efeito da sua
desintegração.
Gráfico do declínio de uma substância
radioactiva. Fonte: Carvalho (1)
Marília Peres
43
A Radioactividade
Reacções
químicas
Reacções
ç
nucleares
Os núcleos dos átomos não são
alterados.
Os núcleos dos átomos são
alterados.
Os elementos químicos
mantêm-se.
Há transformação de uns elementos
noutros diferentes.
Outra diferença importante !
A energia posta em jogo nas reacções nucleares é milhões
de vezes superior à queMarília
é posta
Peres em jogo na reacções químicas.
44
22
A Radioactividade
Reacções
ç
Químicas vs Reacções
ç
Nucleares
Formação do hidreto de lítio a partir
do lítio e do hidrogénio
Produção de hélio-4 a partir do lítio-7
quando este é bombardeado com
protões acelerados.
Li(g) + 1/2H2(g) Æ LiH(s) + Energia
Litio-7 + protão Æ 2 Hélio-4 + Energia
Energia = 1,3x104J/g de Li consumido.
Energia = 2,4x1011J/g de Li consumido
Não há alterações dos elementos
A energia é cerca de dez milhões de
envolvido são sempre H e Li.
Marília Peres vezes superior!
45
fonte:Mendonça(6)
As Reacções Nucleares
fusão nuclear
Reacções
nucleares
Marília Peres
fissão nuclear
46
23
As Reacções Nucleares
Na escrita das equações
q ç
correspondentes
p
às reacções
ç
nucleares deve-se ter em conta:
¾
a lei da conservação do número de nucleões – a soma dos
números de massa deve ser igual nos dois membros da
equação.
¾
a conservação da carga total – a soma dos números atómicos
deve ser igual nos dois membros da equação.
7
3
Li +
1
1
p → 2 42 He + Energia
Marília Peres
47
O que é a Fusão Nuclear?
Neutrão
Protão
Positrão
Marília Peres
fonte: Simões(8)
É uma reacção
em que
pequenos
núcleos
atómicos se
juntam para
produzir
núcleos
atómicos
maiores e mais
estáveis, com
uma grande
libertação de
energia.
48
24
O que é a Fusão Nuclear?
A síntese dos elementos é um processo de fusão
nuclear que requer temperaturas da ordem de 107 a
108 K.
O Universo comporta-se como uma central
produtora de energia à custa das reacções
nucleares de fusão.
fusão
Nas centrais nucleares que existem na Terra ainda
não se consegue obter energia por fusão nuclear,
gerando-se energia por fissão nuclear.
Marília Peres
49
O que é a Fissão Nuclear?
É uma reacção em que se bombardeiam os núcleos de átomos “pesados”
com neutrões.
Obtêm-se como resultados dois fragmentos de massa semelhantes e
emissão de neutrões.
Estes por sua vez voltam a bombardear outros núcleos, produzindo-se
Marília Peres
50
assim uma reacção em cadeia.
25
Nas Centrais Nucleares . . .
Utilizam-se átomos de urânio enriquecido (urânio 235).
235)
Este ao ser bombardeado com neutrões divide-se
em dois fragmentos, libertando-se uma grande
quantidade de energia e um ou mais neutrões.
Marília Peres
51
fonte: Simões(8)
fonte: Simões(8)
Diagrama de Fluxo de um Reactor Nuclear
Marília Peres
52
26
APLICAÇÕES
A técnica de datação
ç radioactiva
tem por base a desintegração de
núcleos de elementos radioactivos.
O 14C é um dos isótopos
radioactivos mais usados pelos
arqueólogos para determinar a
idade de pinturas rupestres,
múmias, etc...
fonte: Silva(7)
Datação Radioactiva
Foi em 1946 que Libby previu a natureza radioactiva do 14C, quando
procurou interpretar os efeitos das reacções dos raios cósmicos com
a atmosfera terrestre.
O 14C é produzido, nas altas camadas da atmosfera, a partir do
bombardeamento de átomos de azoto por neutrões provenientes de
Marília Peres
54
raios cósmicos.
27
Os átomos de 14C vão-se combinando com o
oxigénio formando o 14CO2, que por sua vez se
mistura com o 12CO2 e vai sendo absorvido
pelas plantas.
Durante o tempo que o ser é vivo a
concentração do carbono radioactivo mantémse constante e igual à da atmosfera.
Quando morre, deixa de receber 14C e a sua
concentração vai diminuindo, pois este vai
sofrendo um decaimento radioactivo (sendo t1/2
= 5730 anos).
Medindo a quantidade de 14C existente em
quaisquer vestígios de restos mortais é possível
determinar
há quanto
tempo morreu o
Marília Peres
organismo.
fonte: Maciel(5)
Datação Radioactiva
55
Além da velha conhecida técnica de
raios X é possível hoje utilizar outras
técnicas que envolvem menos riscos e
permitam obter imagens que não eram
visíveis na técnica mais antiga.
A CT – tomografia computorizada
(sendo a TAC a mais vulgar) permite
obter imagens a 3 dimensões,
permitindo
iti d a detecção
d t ã de
d anormalidades
lid d
sem o recurso a isótopos radioactivos.
fonte: Maciel(5)
Técnicas Auxiliares de Diagnóstico
g do cérebro humano
Imagem
obtida por MRI
A MRI - imagem por ressonância magnética usa a informação sobre a
posição de protões para construir uma imagem
A PET – tomografia por emissão de positrões – combina a tomografia
56
e os isótopos radioactivos.Marília Peres
28
Aplicações
Tratamento do Cancro:
Bombardeando tecidos cancerosos com radiações, as células podem
ser selectivamente eliminadas. Utilizou-se durante muito tempo o 60Co.
Hoje utilizam-se isótopos radioactivos como 198AU na região
cancerosa.
ç de Alimentos:
Conservação
Determinadas doses de radiação podem eliminar as bactérias dos
alimentos, embora se argumente contra, por se considerar que a
radiação pode alterar o próprio alimento.
Marília Peres
57
Aplicações
Marília Peres
fonte: Maciel(5)
58
29
Aplicações
As aplicações
p ç
tecnológicas
g
da energia
g nuclear são imensas, têm os seus
riscos, mas podem trazer grandes benefícios. Tudo depende da
humanidade.
“Pode mesmo pensar-se que o rádio se
poderia tornar muito perigoso (...)
Eu sou, um dos que acredita, do mesmo
que N
Nobell , q
que a humanidade
modo q
aproveitará, das descobertas, mais o lado
bom que o mau.”
P.Curie, no discurso de entrega do prémio Nobel, 6 de Junho de 1905- cit. In
Carvalho(2)
59
Marília Peres
Bibliografia
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1985.
1985
2.
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Maciel
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Campante M.,
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Gradim M.,
M Eu e a Química,
Química Porto
Editora, Porto, 2003.
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– Química A – 10.º ano, Plátano Editora, Lisboa, 2003.
Marília Peres
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Marília Peres
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