Variações de temperatura do ambiente, em diferentes
ambientes de cultivo protegido, obtidos com diferentes tipos
de tela e porcentagem de sombreamento.
(1)
(2)
(3)
Lucas Leão Santos ; Santino Seabra Junior ; Maria Cândida Moitinho Nunes .
1 Acadêmico do curso de Agronomia – UNEMAT. Campus Universitário de Cáceres.– email: [email protected] 2 Professor Orientador, Depto de
Agronomia, UNEMAT. e-mail: [email protected]; Professora Co-orientadora, Depto de Agronomia, UNEMAT.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo avaliar as variações de temperatura,
entre diferentes ambientes de cultivo no período de inverno, em Cáceres-MT,
utilizando telados cobertos com malhas de sombreamento 30, 40 e 50% e malhas
termorefletora de 30, 40 e 50%. O delineamento experimental utilizado é o de blocos
casualizados em esquema fatorial 7X3, sendo sete ambientes e 3 coletas por
ambiente. Foram avaliados as temperaturas ambientes nos 7 ambientes em 15 dias
de coletas representando as 15 repetições, e observado que as temperaturas em
campo aberto diferiu estatisticamente das temperaturas dos outros ambientes sendo
a media de temperatura desse ambiente as mais altas, as temperaturas das telas de
sombreamento de 30 e 50% bem como as das termorefletoras de 30, 40 e 50 % não
diferiram estatisticamente entre si já a temperatura sob tela de sombreamento 40%
se mostrou mais amenas quando comparadas com as outras temperaturas.
Introdução.
O cultivo protegido, que se caracteriza pela construção de uma estrutura, para
proteger as plantas contra os agentes meteorológicos que permita a passagem da
luz, já que essa é essencial a realização da fotossíntese. Este é um sistema de
produção agrícola especializado, que possibilita certo controle das condições
edafoclimáticas como: temperatura, umidade do ar, radiação, solo, vento e
composição atmosférica.
Além do controle parcial das condições edafoclimáticas, o ambiente protegido
permite a realização de cultivos em épocas que normalmente não seriam escolhidas
para a produção ao ar livre. Esse sistema auxilia na redução das necessidades
hídricas, através de uso mais eficiente da água pelas plantas. Outro motivo para
produzir em ambiente protegido é o melhor aproveitamento dos recursos de
produção (nutrientes, luz solar e CO2), resultando na redução do ciclo da cultura, e
redução do uso de insumos, como fertilizantes (fertirrigação) e defensivos.
(PURQUERIO, TIVELLI, 2006.).
Segundo Seemann (1979), a temperatura do ar no interior do ambiente protegido
pode variar de acordo com seu volume e tamanho, bem como o tipo de cobertura,
abertura ou não de janelas e cortinas, com a cobertura do solo e a incidência da
radiação solar. Ocorrendo assim maior influencia nas temperaturas máximas, não
afetando tanto as temperaturas mínimas e médias. Temperaturas essas que
segundo Cermeño (1993) esta intimamente ligada ao balanço de energia.
Novo et al. (1999) O emprego de telas de sombreamento se destaca entre as
técnicas utilizadas para a diminuição da temperatura por ser uma das soluções de
menor custo econômico.
As telas de sombreamento vêm sendo cada vez mais utilizadas com o objetivo de
reduzir a incidência direta dos raios solares, para proporcionar temperaturas mais
amenas (BEZERRA, 2003).
Assim mostra-se necessário fazer um levantamento das condições climáticas que
ocorrem dentro desses ambientes levantando dados de temperatura do ar para
determinar qual dos ambientes proporciona condições ambientais mais favoráveis
para um determinado cultivos.
Sendo assim o objetivo desse trabalho foi avaliar as variações de temperatura do
ambiente, em diferentes ambientes de cultivo protegido, obtidos com diferentes tipos
de tela e porcentagem de sombreamento no período de inverno em Cáceres-MT.
Material e Metodos.
O experimento foi conduzido no período de agosto a setembro de 2009, na área
experimental pertencente a UNEMAT, localizada no Município de Cáceres-MT. A
região apresenta clima Tropical, apresenta altitude média de 118,0 metros do nível
do mar, latitude de 16°04’33” e longitude de 57°39’ 10”. O solo é do tipo Plintosolo
Pétrico Concrecionário Distrófico.
Os ambientes apresentam a dimensão de (10x10 m2), com pé direito 2,4m de altura,
coberto com diferentes tipos de tela.
Foram avaliados 7 ambientes sendo um ambiente campo aberto, tela se
sombreamento 30%, 40% e 50%, termo refletora 30%, 40% e 50.
Para o manejo da temperatura do ar foi utilizado um termohigrometro modelo HT208 instalado no centro dos ambientes, a 1,5 metros da superfície do solo ao abrigo
da luminosidade direta do sol, fazendo as coletas 3 vezes ao dia as 7, 13 e 17 horas
respectivamente com três repetições em cada horário de coleta. Sendo essas feitas
durante 15 dias, totalizando 15 repetições, as medias serão obtidas pela seguinte
expressão:
T°C ar= T7 + T13 + 2 x T18
4
Onde:
Tar é a temperatura do ar (°C), T 7, T13 e T18 são as temperaturas do ar referentes as
leituras convencionais nos postos as 7, 13 e 18 horas respectivamente.
As médias obtidas foram submetidas à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de duncan a 1% de probabilidade, utilizando o sistema para
análise e separação de médias o programa sasm-agri.
Resultados e discussão.
Foi observado que para a característica temperatura do ar em campo aberto ouve
uma variação uma vez que este se mostrou superior aos outros segundo analise de
Duncan a 1% de probabilidade, já as medias de AL30%, S30%, AL40%, S50% e
AL50% não diferiram estatisticamente, porem a media de temperatura obtida no
ambiente AL50%, se demonstrou mais amena quando comparada com as outras as
quais não diferiu estatisticamente. Já a temperatura S40% se mostrou a mais amena
entre todos os ambientes avaliados (Tabela 1). Os respectivos resultados discordam
do obtido por Faria Junior (2002) que não encontrou diferença significativa nas
temperaturas ambientes nos diferentes ambientes. E diferindo dos dados do
fabricante Polysack (2005), onde afirmam que as malhas termo-refletoras por ser
revestidas de alumínio diminuem a temperatura ambiente em relação as malhas
pretas de sombreamento, umas vez que a malha que demonstrou temperaturas
mais amenas foi a malha preta de sombreamento de 40%.
Tabela 1: Teste de Duncan a 1% de grau de significância.
CA
32,78
a
AL30%
31,29
b
S30%
31,29
b
AL40%
31,23
b
S50%
31,14
bc
AL50%
31,04
bc
S40%
30,72
c
Figura 1 – Gráfico demonstrativo das medias e das diferenças significativas referente a
umidade relativa do ar.
Conclusão
Foi observado que no ambiente protegido com tela de sombreamento de 40% apresentou
temperatura mais amena, e o ambiente com campo aberto apresentou maior temperatura, e as
telas de sombreamento de 30 e 50% bem como as telas termorefletoras de 30, 40 e 50% não
se diferenciaram estatisticamente.
Referencias Bibliograficas.
CERMEÑO, Z.S. Cultivo de plantas hortícolas em estufa. Litexa-Portugal: Ed.
Lisboa, 1993. 366 p.
BEZERRA, F. C. Produção de mudas de hortaliças em ambiente protegido –
Fortaleza; Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. 22p Documentos, 72.
FARIA JUNIOR M. J. A., CORRÊA L. S. ESTUDO DO MICROCLIMA SOB
TELADOS COM DIFERENTES MALHAS. XXXI Congresso Brasileiro de Engenharia
Agrícola. Salvador, 29 de julho a 02 de agosto de 2002.
NOVO, A. A. C; MEDEIROS, J. F; SOUZA, C. H. E; PEREIRA, P. R. G;MARTINEZ,
H. E. P; FONTES, P. C. R; COMETTI, N. N. INFLUÊNCIA DO SOMBREAMENTO
SOBRE O CRESCIMENTO E TEORES DE NITRATO EM HORTALIÇAS
FOLHOSAS
EM
HIDROPONIA.
Disponível
em:
<
http://www.univen.edu.br/revista/n013/INFLU%CANCIA%20DO%20SOMBREAMEN
TO%20SOBRE%20O%20CRESCIMENTO%20E%20TEORES%20DE%20NITRATO
%20EM%20HORTALI%C7AS%20FOLHOSAS%20EM%20HIDROPONIA.pdf>.
Acesso em 18 de set de 2009.
POLYSACK INDUSTRIAS LTDA, disponível em: www.polysack.com, acesso em 18
de set de 2009.
PURQUERO L.F.V; TIVELLI S.W. Manejo do ambiente em cultivo protegido.
Disponívelem:<http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/MANEJO_Cultivo_Protegido/Ma
nejo_Cultivo_protegido.htm> Acesso em 18 de set de 2009.
SEEMANN, J. Greenhouse climate. In: Seemann, Journal Agrometeorology. New
York: Springer-Verlag, 1979. p. 165-178.
Download

Resumo