Vigilância notifica vários feirantes do Mercado do Porto A GAZETA - CADERNO B CUIABÁ, 23 DE SETEMBRO DE 2009 PÁGINA 5 MIGUEL SUTIL População reclama das rotatórias Trânsito da segunda avenida mais extensa da Capital é marcado pelos engarrafamentos e também pela imprudência dos motoristas CAROLINE RODRIGUES DA REDAÇÃO A avenida Miguel Sutil é a segunda mais extensa da Capital, perdendo apenas para avenida das Torres, e possui em 14 km 10 rotatórias, onde estão as principais reclamações da população. Os engarrafamentos constantes e também a falta de prudência dos motoristas, que andam acima da velocidade permitida (60 km/h), é outro ponto comum entre as queixas dos usuários da avenida, que corta a cidade ao meio saindo da ponte Maria Eliza Bocaiúva Correa da Costa, conhecida como Ponte Nova, em Várzea Grande, até o bairro Dom Aquino, na avenida Carmindo de Campos. A equipe de reportagem esteve no local ontem e presenciou um aciAs pessoas precisam dente na rua de acesso a avenida ense aventurar entre os volvendo 2 carros e 1 caminhão. O pedreiro Marcos da Silva Sancarros para chegar ao tos, 35, fala que a velocidade dos caroutro lado ros é o principal problema na avenida. Ele explica que os condutores não respeitam a velocidade que está explicita nas placas de sinalização e dirigem acima dos 100 km/h. Santos relata que quando fez escola de trânsito, para tirar carteira de habilitação, o instrutor disse que a velocidade máxima dentro da cidade era 60 km/h, mas se ele andar neste Otmar de Oliveira ritmo acaba sendo “patrolado” pelos demais veículos, Velocidade de 60 km/h não é respeitada e são muitos acidentes graves e com vítimas fatais que andam entre 100 km/h e 120 km/h. “ O aposentado Leônidas Nogueira da Costa, 73, diz que desde criança mora às margens da avenida e já viu todo tipo de acidente, na maioria das vezes graves e até com vítimas fatais. A maioria acontece devido a alta velocidade. Nogueira assegura que sempre tem dificuldades em atravessar a avenida. Ele fala que não há passagem para pedestre e nem passarela nas proximidades da avenida Barão de Melgaço, e as pessoas precisam se aventurar entre os carros para chegar ao outro lado. Nos horários de pico, após às 15h, a situação é pior porque a falta de espaço se une a impaciência dos motoristas. Na frente do mercado atacadista de verduras, na entrada do bairro Verdão, os moradores reclamam do semáforo, que quebra toda vez que chove. O fato, conforme o motorista de frete Valdemir dos Santos, 52, faz com que a rotatória de acesso ao Verdão e Santa Isabel vire um caos. Lá, os acidentes acontecem porque os veículos estão em alta velocidade e não têm tempo hábil para frear ou pela falta de atenção dos condutores. Calçadas - Caminhar também não é tarefa fácil na avenida Miguel Sutil. As calçadas estão cheias de buracos e algumas lojas utilizam o espaço para expor produtos e até carros. Uma loja de revenda de veículos ocupa toda a calçada com os carros que estão a venda na avenida Barão de Melgaço. As pessoas precisam passar pela rua e como os veículos passam em alta velocidade, correm risco de serem atropeladas. Faltam locais para pedestre atravessar Pontos ficam alagados em dias de chuva DA REDAÇÃO A retirada dos semáforos nas rotatórias dificultou a vida dos pedestres que não têm mais espaço específico para atravessar a avenida Miguel Sutil. Nas proximidades do Hospital Santa Rosa, os pacientes que chegam ao local de ônibus precisam ter paciência e sorte para não se- rem atropelados. A situação é complicada também no acesso ao bairro Despraiado. O frentista Francisco Ribeiro Júnior afirma que a retirada do equipamento trouxe risco para travessia de pedestres, que aumentou devido a instalação de uma faculdade nas proximidades. Agora, os motoristas ficam atentos a preferência dos carros e não ob- Otmar de Oliveira Retirada dos semáforos dificultou a vida de quem anda a pé servam quem está na calçada. O frentista relata que já viu acidentes, mas em pequenas proporções depois da construção. Uma pessoa chegou a ser atingida na perna por um carro e quando chove é comum os “engavetamentos”. A rotatória é chamada pelos moradores da região com “rotatória da discórdia”. O local passou recentemente por 2 obras e nenhuma delas resolveu o problema do engarrafamento no local. Júnior disse que os motoristas esperavam que seria aberto espaço para mais uma fila de veículo e o espaço continuou apenas com 2 filas, sendo que o canteiro central aumentou. As obras geraram transtornos e os carros chegavam a ficar em parados por mais de 100 metros durante a construção. O semáforo que coordenava a passagem foi retirado. O motorista Almi Francisco Xavier, 54, assegura que a rotatória é a mais perigosa de Cuiabá. Ele acredita que para resolver o problema seria necessário um viaduto. “Acho que falta um engenheiro de tráfico qualificado para fazer um projeto realmente eficaz”. A calçada para passagem de pedestres na rotatória ainda não foi concluída e a sinalização é precária. (CR) DA REDAÇÃO O fechamento e entupimento de bocas-de-lobo são apontados pelos comerciantes da avenida Miguel Sutil como motivos dos alagamentos em dias de chuva. A água chega a bater no meio da porta dos carros e as motos não conseguem passar. O trecho está entre a rotatória de acesso ao bairro Verdão e o Círculo Militar. O lubrificador José Mauro Lopes fala que já viu veículos quebrarem no meio da inundação e os motoristas precisam abandonar os carros. A água precisa escoar por um córrego que está na margem, mas o local é fétido e a população chega a jogar animais mortos no local. A manutenção também deixa a desejar, o mato e o lixo ocupam os canos, o que dificulta ainda mais o fim da inundação. Nos estabelecimentos comerciais é comum ver a marca da água na fachada. Os empresários falam que quando os carros passam, formam uma onda que atinge as paredes dos imóveis. Outro problema são pontos onde o responsável fecha por conta própria a boca-de-lobo, para não entrar cheiro ruim dentro da loja. O ponto de alagamento está a menos de 50 metros do estádio Otmar de Oliveira Pior trecho é entre rotatória do bairro Verdão e Círculo Militar do Verdão, que será um dos palcos da Copa do Mundo de 2014. Outro problema da área são os assaltos. Os postos de gasolina chegam a ser assaltados 2 vezes por semana. A frentista, que prefere não se identificar, conta que os marginais são do bairro Santa Isabel e chegam de bicicleta e armados. No domingo (20), 3 homens foram ao posto e ela estava trabalhando. Eles levaram o dinheiro do caixa e também celulares, dos funcionários e de clientes. Outro lado A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU), mas não obteve retorno. (CR) BORDOLÂNDIA Incêndio criminoso destrói reserva legal ANA PAULA BORTOLONI DA REDAÇÃO Um incêndio criminoso destruiu parte da área de reserva legal da fazenda Bordolândia localizada entre os municípios de Bom Jesus do Araguaia (983 km a nordeste de Cuiabá) e Serra Nova Dourada (1.225 km a nordeste). O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) suspeita que o fogo tenha sido provocado por um grupo de aproximadamente 86 famílias que ocupam irregularmente o local, em reação ao anúncio de desocupação. Um boletim de ocorrência foi registrado e será encaminhado ao Ministério Público Federal. O fogo ocorreu na sextafeira (18), sendo combatido por brigadas de combate a incêndio. A fazenda Bordolândia tem mais de 50 mil hectares, sendo cerca de 21 mil hectares em área de reserva legal. O Incra não soube informar quanto foi queimado, apenas que o fogo ocorreu na área de preservação, onde estão as famílias, e já foi apagado. A fazenda é uma área emblemática e desde 2004 foi considerada como sendo de interesse social para reforma agrária por não ter atingido os índices mínimos de produtividade. No início deste ano, a Justiça Federal determinou a desocupação de toda a fazenda, acolhendo ação do MPF. O cumprimento da decisão, em março, resultou no despejo tanto das famílias de trabalhadores rurais sem terra, que aguardavam a implantação do projeto de assentamento, quanto dos ocupantes irregulares. No início de setembro deste ano, o Incra conquistou a posse da terra, na área destinada a cerca de 700 famílias clientes da reforma agrária. No entanto, ainda há famílias que resistem em deixar a área de reserva legal. Chico Ferreira/Arquivo Boletim de ocorrência foi registrado e será encaminhado ao Ministério Público Federal